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J.S.Furtado & J.F.Lobato - DS para ocupação de espaços. Descrição do modelo Desenvolvimento Sustentável e ocupação de espaços Modelo direcionador das ações do Instituto Jatobás*. Sugerido para uso em políticas públicas, negócios, atividades sem fins lucrativos e de comunidades. Baseado no respeito à ética humano-ecocêntrica, à capacidade de carga do Planeta e às relações socioeconômicas. João S. Furtado [email protected] João F. Lobato [email protected] Presidente - Betty Feffer Vice Presidente – Luiz Alexandre Mucerino Gestão geral - Rodrigo Marcuz’ Sede: Fazenda dos Bambus, Pardinho, SP Escritório Administrativo – São Paulo www.institutojatobas.org.br Conselheiros - João S. Furtado, João F. Lobato e Ivani Tristan Instituto Jatobás São Paulo Texto em progresso. Agosto 2011 *Ferramentas de gestão e outros modelos conceituais de apoio, criados pelo Instituto Jatobás, são descritos separadamente.

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Modelo para ações estratégicas de desenvolvimento sustentável

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J.S.Furtado & J.F.Lobato - DS para ocupação de espaços. Descrição do modelo

Desenvolvimento Sustentável

e ocupação de espaços

Modelo direcionador das ações do Instituto Jatobás*.Sugerido para uso em políticas públicas, negócios, atividades sem fins lucrativos e de comunidades. Baseado no respeito à ética humano-ecocêntrica, à capacidade

de carga do Planeta e às relações socioeconômicas.

João S. Furtado [email protected]ão F. Lobato [email protected]

Presidente - Betty FefferVice Presidente – Luiz Alexandre MucerinoGestão geral - Rodrigo Marcuz’Sede: Fazenda dos Bambus, Pardinho, SPEscritório Administrativo – São Paulowww.institutojatobas.org.br

Conselheiros - João S. Furtado, João F. Lobato e Ivani Tristan

Instituto Jatobás

São PauloTexto em progresso. Agosto 2011

*Ferramentas de gestão e outros modelos conceituais de apoio, criados pelo Instituto Jatobás, são descritos separadamente.

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Identidade do Instituto JatobásValores1. Ética Humanista – realização das potencialidades humanas, o que significa ser coerente com as neces-sidades radicais do ser humano, isto é, com a natureza humana.2. Sustentabilidade – garantir as condições ambientais de atendimento das necessidades do presente sem comprometer o mesmo para as gerações futuras.3. Desenvolvimento Sustentável - Busca ética de resultados evolutivos: econômicos, ambientais e sociais, por meio de relações equilibradas - por tempo indeterminado. 4. Justiça social (ou Equidade) – direito básico de todas pessoas em relação a oportunidades, obrigações e benefícios.5. Democracia•Abertura: comportamentos acessíveis a todas as partes interessadas. •Comunicação efetiva: difusão às partes envolvidas. •Participação ampla: reconhecimento da diversidade.6. Excelência organizacional – utilização racional dos recursos e serviços de qualidade.Missão

Influir para ampliação da consciência e oferecer conhecimento para a construção de um caminho coletivo solidário e sustentável.

VisãoSer referência de excelência organizacional em conhecimento e boas práticas para o Desenvolvimento Sustentável.

Identidade institucional do Instituto

Sustentabilidade é…manter a qualidade de determinado sistema, por tempo indeterminado, dentro de determinadas condições.

Desenvolvimento Sustentável deve permitir que a geração atual atenda a suas necessidades, sem comprometer a aptidão ou a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas pró-

prias. Adaptado da definição de DS pela Comissão Brundtland

Como traduzir a mensagem em práticas de produção e consumo de bens e serviços para conduta das pessoas no Governo, Setor de negócios, Organizações Não-Governamentais e as pessoas, no dia-a-dia?

Em qual escala de tempo se deve pensar a sustentabilidade de determinada sociedade humana, de determinada empresa ou de atividade? Será que o modelo de planejamento estratégico, para períodos

de 5 ou de 15-20 anos é apropriado para se pensar a duração de determinada organização?

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Origens do problema ambiental

Nos anos 50, a regra era produzir, diluir os resíduos e despejá-los em qualquer lugar. A conscientização ambiental começou nos Estados Unidos, nos anos 60, onde se tornou lei da Prevenção de Poluição (P2) e estimulou outros países industrializados a adotarem as novas práticas, nos 20 anos seguintes.

No final dos anos 80 e início dos de 90, foram desenvolvidas tecnologias para Produção Lim-pa, Ecodesign, Ecoeficiência, Avaliação de Ciclo-de-Vida e os métodos para Análise de Fluxo de Material, cálculo da Demanda Mate-rial Total, Intensidade Material por Unidade de Serviço, entre outras ferramentas para gestão da produção.

Somente nos anos 90 é que surgiram o Sistema de Gestão Ambiental; as várias Normas com foco em aspectos ambientais, que compuseram a Série 14000 e as discussões em torno de DS e Sustentabilidade. Todavia, o conceito de DS ainda é considerado inspiração e expressão vaga.

Isto coloca muitas pessoas na situação de con-forto, pois, alegam falta de ferramentas opera-cionais, nos diversos tipos de organizações que oferecem produtos e serviços no mercado.

Na virada do Século XXI, surgiu a mensagem para que as organizações – especialmente as empresas – adotassem a ecogestão (econômica e ecológica), associada à Governança com Responsabilidade Socioambiental e a transpa-rência (accountability). Para estas, já existem ferramentas apropriadas.

Na realidade, DS e ecogestão caminham lado a

lado. O que faltam são princípios e fundamentos para a articulação e, ideal-mente, a ação objetiva para integração das esferas econômica, ambiental e social nas decisões e práticas objetivas.

As mudanças estão acontecendo, embora não sejam na escala e profundida-de necessárias para os desafios ambientais e sociais já conhecidos. E está claro que as empresas mais avançadas estão aprimorando a maneira de se relacionar com todas as partes interessadas.

Com ou sem culpa real, o fato é que foram produzidos, nos úl-timos 60 anos, vários BILHÕES de toneladas de lixo, dos quais muitos MILHÕES são substâncias poluentes tóxicas e perigo-sas.

Substâncias danosas são despejadas em mares e oceanos. Acabam sendo en-terradas irregularmente ou guardadas – muitas vezes precariamente - em ater-ros supostamente controlados. Falta segurança química nos despejos e não há tecnologias capazes de neutralizar ou eliminar o perigo de muitos poluentes em vazamentos e infiltração no solo e na água.As pessoas alegam desconhecimento e, muitas vezes, inocência por conduta pessoal ou de terceiros, nas práticas do passado. Todavia, leis não foram cum-pridas e não se pode ignorar que, nos últimos 40 anos, as pessoas foram esti-muladas e praticaram o consumismo perdulário. Com isso, aceitou-se a obso-

Gestão socioambiental é conduzir atividades, com ou sem fins lucra-tivos, com respeito aos aspectos: (i) sociais (relacionamentos, atendimento a necessi-dades básicas e outros condicionantes para os humanos) e (ii) aos ambientais (manuten-ção da fonte de esto-ques de recursos e da qualidade dos serviços ecológicos).

A integração equili-brada dos aspectos econômicos, sociais e ambientais define Des-envolvimento Susten-tável.

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lescência programada de produtos, motivada por exuberância nas em-balagens e propagandas sofisticadas. No conjunto, a sociedade humana atendeu ao convite de marketing de que consumir é ser feliz. No âmbito governamental, os economistas de plantão disseram que. primeiro, era preciso esperar o bolo crescer, para depois dividi-lo. E fo-ram além, ao afirmar que a chaminé que polui é sinal de progresso e a tecnologia resolveria, depois.A tecnologia não resolveu: o progresso econômico e tecnológico não foi acompanhado de inclusão social e de qualidade ambiental. Hoje, todos pagam a conta por danos ambientais causados pelos que mais conso-mem recursos no Planeta. Países ricos concentram 20% da população mundial e consomem 80% dos recursos ou 16 vezes mais do que os países pobres. As tecnologias atuais não são eficientes do ponto de vista do uso de recursos naturais. Há previsões de que a taxa de aumento da população humana poderá diminuir nos próximos 300 anos, mas há sinais de que o acesso aos re-cursos naturais será critico, a menos que surjam tecnologias absoluta-mente diferentes das que hoje existem.Alguns dados merecem atenção.Nos últimos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu ao redor de 2,3% ao ano. Se os países ricos mantiverem aumento populaci-onal zero até 2050 (faltam apenas 40 anos), e os países pobres continua-rem em seu ciclo de aumento populacional (não necessariamente desen-volvimento qualitativo), a produção mundial terá que ser 6 vezes maior e

o valor do PIB será três vezes em tamanho. Em 2050, a tecnologia para eficiência de recursos (ex-tração, produção e consumo) deverá ser 18 vezes maior do que é hoje.O aumento da eficiência de recursos no ano 2100 terá que ser 24 vezes mais do que é hoje, se os paí-ses ricos e pobres aumentarem sua população de acordo com a visão de cenário de crescimento mé-dio e da taxa anual de 2,3% para o PIB. Se a expan-são do PIB for de 3% ao ano, as tecnologias deve-rão aumentar 96 vezes mais a eficiência de recur-sos.O quadro é mais complicado do que isso. Conside-re-se que o volume de recursos extraídos da nature-za está ao redor de 45-50% acima do que é reposto, naturalmente, pelo cálculo da Pegada ecológica.Segundo estudos da ONG Friends of Earth (em 1995), seria preciso reduzir o consumo de recursos pelo Fator 2.Logo, as pessoas – nos governos, indústrias, empre-sas de comércio, demais organizações, individual-mente ou em comunidades – deveriam eliminar o déficit da Pegada Ecológica. Isto significa respeitar a Capacidade de carga do

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Ecoinovação - modificação – incremental ou radical – de procedimentos organizacionais ou produtivos, com foco em...adição, ajuste, alteração, ampli-

ação, conversão, diferenciação, diversificação, moder-nização, modificação, modulação, novidade, quebra (de modelo ou paradigma), reconstrução, refinamento, remodelagem, transição, transmutação, etc.

... orientada para prevenção (idealmente) ou redução (obrigatoriamente), de maneira significativa, dos impactos socioambien-tais.

Inovação tecnológica é fundamen-tal para o Desenvolvimento Susten-

Tecnologia – aplicação sistemática de co-nhecimentos científicos e empíricos e habili-dades humanas para construir processos novos ou aprimorar os existentes, para sis-temas, bens e serviços, em escala econô-mica, através do uso combinado de infor-mação e comunicação, instrumentação e recursos financeiros e humanos. Tecnologia ambiental – tecnologia inova-dora, ambientalmente não-ofensiva, organi-zacional e/ou produtiva para sistemas, pro-cessos, produtos e para gestão de proteção e aprimoramento de segurança, saúde e recursos naturais. Tecnologia ambiental integrada – tecnolo-gia que considera, na fase de design, as conseqüências ambientais durante o ciclo-de-vida do processo e/ou do produto.

Tecnologia limpa – tecnologia de redução ou, idealmente, prevenção da geração de resíduos e emissões, otimização energética e de consumo de materiais, inclusive água. Tecnologia sustentável – tecnologia de mais elevado padrão econômi-co, ambiental e social para o Desenvolvimento Sustentável, dedicada à geração presente e futura, que objetiva a criação ou o aprimoramento direto ou indireto, radical ou incremental de processos de produção para sistemas, bens e serviços.

Planeta e desenvolver políticas e atitudes para se eliminar a demanda de eficiência de recursos da ordem de 24 vezes e impedir que passasse para 48 ou de 96 para 192 vezes em relação ao que acontece com as tecnologias atuais. Portanto, a inovação tecnológica dificilmente dará conta do recado, no quadro de déficit eco-lógico anual, isto é, na diferença entre os vo-lumes de materiais extraídos para atender ao padrão de vida dos humanos.

Hoje, poucos países respeitam a capacidade de biorreposição. Muitos – praticamente todos os ricos, exceto o Canadá – dependem dos recursos ex-traídos nas nações emergentes e pobres.O déficit ecológico é potencializado pela expectativa de aumento do PIB desejado por governantes, esperado pelo setor privado e bem-visto pelos economistas, profissionais liberais, jornalistas e o mais simples consumidor. Todos querem taxa de crescimento acima de 5% ao ano. E invejam a China, em seus 10% anuais ou a Índia, ao redor de 7%.O fato é que ninguém – absolutamente ninguém – leva em conta o PIB natu-ral, nem se pergunta quanto de recursos a natureza consegue repor, anual-

mente, em relação ao que é extraído.Poucos – talvez pouquíssimos – agentes públicos pensam a política industrial em termos de Eficiência de recursos, Deman-da Material Total, de Retorno sobre Uso de Recursos e de outros indicadores relacio-nados à Ecoeficiência (econômica e ecoló-gica).Outra pergunta inconveniente, é se as ino-vações tecnológicas estão orientadas para a extensão da vida útil dos estoques de re-cursos não renováveis e para os substitutos de materiais não-renováveis por renová-veis.

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Os propósitos das tecnologias sustentáveis são amplos: Proteger o ambiente Aumentar a competitividade das organizações e das

economias dos países onde as empresas estão instaladas Demandar e consumir menores volumes de materiais,

água e energia Evitar emissões perigosas e tóxicas

Prevenir a geração de não-produtos (resíduos) que não sejam reusáveis e reaproveitáveis

Recompor os estoques de bens naturais e extender a vida útil dos estoques não renováveis

Satisfazer as necessidades básicas das comunidades

A fórmula para o cálculo do Impacto revela que tec-nologia é - em grande parte - o elemento responsá-vel pelo custo dos danos que as práticas que a pro-dução e consumo de bens e serviços causam aos recursos naturais e às pessoas, individualmente ou em comunidades.

Equação do impacto - I=PxAxT.I = mudança de padrão ou de limite socioambiental

ocorrido, esperado ou determinado por Lei.P = tamanho da população envolvida.A = afluência, consumo per capita ou Renda per

Capita (PIB) .T = tecnologia.Tecnologia - no presente caso - deve representar o

dano ambiental (DA) por unidade de consumo (D/C)

Situações críticas

Mudanças climáticas (aqueci-mento do planeta); redução da qualidade e quantidade de água potável; esgotamento da energia fóssil; extinção de es-pécies vegetais importantes para várias funções ecológicas e suprimento de matérias pri-mas; depleção de recursos na-turais renováveis, antes que substitutos renováveis fossem inventados. Este são sinais de problemas.

Os avisos de perigo e da bolha ecológica foram dados há pelo menos 20 anos atrás, mas, ignorados ou negligenciados por governantes, empresários e consu-midores. Fato pior é o de que as recla-mações e alertas, feitos por organizações ambientalistas, foram e continuam sen-do interpretados e, com freqüência, como antidesenvolvimentistas e, quan-do não, impatrióticos ou a serviço de economias estrangeiras.Desconhecimento versus imobilidadeMuitíssimas pessoas, que vivem nos meios urbano e rural, dizem não saber ou que não foram alertadas de que o modelo de produção e consumo de bens e serviços era perigoso para a natureza e, consequentemente, para a própria socie-

dade humana. É compreensível que tais pessoas este-jam despreparadas, adequadamente, para novos hábitos de produção e con-sumo. Que poderiam até mesmo saber disso e da existência de melhores práti-cas, sem disporem de recursos técnicos, financeiros e materiais para adotá-las. É também compreensível que as pesso-as que trabalham nas empresas ainda não estejam capacitadas, tanto gerencial quanto tecnicamente, para mudança de condutas. E que muitas empresas não tenham acesso (fácil) aos recursos, aos meios e às tecnologias apropriadas.Entretanto, a organização minimamente estruturada para usar os recursos da In-ternet não poderá alegar inocência quan-to à possibilidade de buscar informações e conhecimentos que já existem e de livre acesso público, para atitudes pes-soais e práticas produtivas orientadas para a Sustentabilidade ou DS.Embora insuficientes, os levantamentos em diferentes países revelam oportuni-dades para o consumo consciente de produtos ambientalmente responsáveis, mesmo que feitos sem a preocupação de se conhecer o que acontece no ciclo de vida do produto, da fonte de matérias primas até o descarte, tanto para a orga-nização isolada, quanto para as cadeias de negócios.

O fato concreto é o de que o consumi-dor consciente é absolutamente supera-do pela clientela de “negócios usuais”, como fruto de políticas públicas criadas por governantes convencionais e do modelo econômico global baseado no mote de que o negócio do negócio é o negócio. Por isso, líderes, dirigentes, gerentes médios e colaboradores não devem aguardar multas, constrangimentos, processos civis e campanhas de Organi-zações Não Governamentais para que mudem de rumo. A pergunta fundamen-tal é: quanto as pessoas estão dispostas a mudar?De acordo com a sofisticação dos pro-cedimentos financeiros, as organiza-ções lidam, de uma forma ou de outra, com custos operacionais. Estes expres-sos por elementos essencialmente mo-netários, como: Avaliação de Custo-Benefício, Retorno Sobre o Capital Econômico, Valor Presente Liquido, entre os mais comuns.Alguns modelos financeiros já incluem componentes ambientais, como Valor de uso de recurso, Valor de opção, Cus-to de oportunidade. Outros são propos-tos pela Economia Ecológica, como: Custo de Viagem, Disposição a Pagar e Disposição a Aceitar, Preço Hedônico, Retorno sobre o Recurso, Valoração Contingente.

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Os últimos são elementos econômico-finan-ceiros contemporâneos, que poderão se tor-nar ainda mais avançados se a organização valorar as questões ambientais e as sociais, de caráter diferenciado.É o que acontece, no caso da esfera ambien-tal, quando o desempenho organizacional adota o cálculo de: Pegada Ecológica, Pega-da do Carbono, Pegada da Água e outros aspectos relativos ao uso equilibrado de re-cursos naturais.A grande lacuna, na área financeira, é a au-sência de indicadores sociais, além dos do público interno da organização. Na última condição estão: benefícios sociais, segurança e saúde ocupacional; benefícios familiares e os das comunidades do entorno das plantas industriais. Indicadores mais raramente usados são os que medem o valor para outras partes inte-ressadas, especialmente o atendimento de

necessidades básicas das pessoas pobres, na base da pirâmide.Busca-se, assim, integrar eficiência econômica, ecoeficiência (econômica e ambiental) e socioeficiência, para qualquer que seja o tipo de organização, do ponto de vista jurídico e dos objetivos, tenham elas fins lucrativos ou não.De modo geral, pode-se distinguir: (i) as organizações convencionais, que olham o lucro, sem práticas focadas na responsabilidade socioambiental; (ii) as que se dizem comprometidas com a responsabilidade social, porém, dis-tantes do modelo mental para a sustentabilidade tríplice; e (iii) as que estão objetivamente implementando práticas e construindo a rota para o Desen-volvimento Sustentável. Assim, surgem organizações (i) com visão bottom line econômico-financei-ro; (ii) com bottom line econômico e ambiental, derivado da implantação de Sistema de Gestão Ambiental; e (iii) com Desempenho Final Tríplice (RFT) – Triple Bottom Line. A transição para o RFT é difícil, leva tempo e depende de decisão da alta administração, adesão e engajamento das pessoas em todos os níveis orga-nizacionais. Enquanto isso não é alcançado, atuar nas interfaces econômica, ambiental e social é atitude progressista.Neste aspecto, as empresas privadas deram passos mais objetivos, rápidos e transparentes do que os agentes públicos.

Para que serve e como usar as práti-cas para Desenvol-

vimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável é tratado como conjunto integrado e sistêmico de práticas para criar condições econômicas, ambientais e sociais equilibradas para o progresso evolutivo da sociedade humana, por tempo indeterminado.Em termos objetivos, tais práticas servem para a ocupação de espa-ços físicos ou virtuais, por meio de abordagens estruturadas.

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DS e ocupação de espaços nasceu de experiência con-solidada do Instituto Jatobás no Município de Pardi-nho. Iniciou-se pela adaptação da metodologia de cál-culo da Pegada Ecológica para uso no município.Além disso, foi feita a análise integrada de Diagnóstico de Cadeia de Valor Sustentável, Diagnóstico social focado nos Objetivos do Milênio.Ao longo to tempo, foram selecionadas ferramentas de gestão, reconhecidas internacionalmente e concebidos modelos conceituais de apoio para orientar as ações focadas no Desenvolvimento Sustentável de territórios e dos agentes econômicos e socioambientais.

Modelos conceituais de apoio concebidos e em progressoEpS Educação para SustentabilidadeCultura e SustentabilidadeGestão de interessesFundamentos de DSEcovilas de DSEHIS de DSPagamento por Serviços Ambientais

Elementos do modelo mental de DS e ocupação de espaços1. Fundamentos conceituais de eficiência tríplices, econômicos, ambientais e sociais2. Uso do conceito literal de sustentabilidade e de ética ecocêntrica3. Interpretação de desenvolvimento como evolução qualitativa, para melhor4. Alinhamento de ferramentas de base econômica, ambiental e social apropriadas para o DS5. Incorporação de impactos econômico-ambientais e econômico-sociais6. Formulação de diretrizes operacionais 7. Identificação objetiva do espaço alvo8. Construção de visão realista de DS ou de sustentabilidade das condições desejáveis9. Seleção e utilização de ferramentas adequadas para as ações capazes de geral Resultado

Final Tríplice - econômico, ambiental e social

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Do ponto de vista das atividades humanas, as iniciativas para o Desenvolvimento Sustentável envolvem, objetivamente, o uso de recursos para ocupação de espaços. Uma vez que sustentabilidade consiste na manutenção por tempo indeterminado de de-terminada coisa, objeto ou sistema, pressupõe-se o primeiro passo é identificar e caracterizar as condições fundamentais que irão garantir ou proporcionar a sustentabilidade do tipo de des-envolvimento desejado. Entende-se – pelo que foi dito – que as condições para sustentabilida-

de envolvem a interação e integração de elementos de natureza econômica, ambiental e social.O modelo de DS para ocupação de espaços apóia-se, de maneira pragmática, na eficiência econômica de dois pilares: o ambiental e o socioeconômico, a partir dos quais são definidas as condições materiais e imateriais para o bem-estar das pessoas e das organizações.No modelo proposto, o conceito de espaço é flexível e amplo, para representar, por exemplo, componentes físicos ou virtuais como: a distância entre dois pon-tos; determinada área ou volume entre limites estabelecidos; lugar que possa conter alguma coisa, atividade ou entidade, sob diferentes sentidos ou aspectos.O modelo destina-se à aplicação por qualquer tipo de organização com visão ou foco sistêmico e sustentável.

Componentes de DS para ocupação de

espaços

1. PilaresOs pilares representam a infraestrutura ecológica e social para definição da condição de sustentabilidade a ser mantida por tempo indeterminado, para a sociedade humana.Do lado ecológico-ambiental, está a capacidade de carga, representada pela biorreposi-ção natural dos recursos, a bioconversão de poluentes despejados pela sociedade hu-mana e a qualidade dos serviços ecológicos.Do lado social são relacionamentos e necessidades humanas essenciais, represen-tadas por valores éticos (principalmente em relação à natureza), os relacionamentos e

Arcabouço do modelo Instituto Jatobás de DS e ocupação de espaços

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atitudes das pessoas, individualmente, em comunidades ou quando atuando nas organizações.

1.1. Pilar ambientalDestaca-se, aqui, a Capacidade de carga, que recebe diferen-tes definições, como: capacidade de suporte, limite de produ-ção da terra, nível de produção primária líquida, nível de frui-ção de recursos, entre outros modos.Significa a condição da terra, ou subpartes desta; determinado ecossistema ou outra unidade qualquer, como sendo capaz de sustentar o número máximo de indivíduos de determinada espécie, ou de agentes, por determinado período. Se a condi-ção tiver que ser mantida por período de tempo “indefinida-mente”, então será preciso que o número de indivíduos a ser sustentado seja igual ou – idealmente – inferior à capacidade de carga reconhecida.Assim, a expressão Capacidade de carga se aplica ou pode se referir a vários aspectos: ao total de indivíduos de determinado número de espéci-

es; a todos os indivíduos de todas as espécies em determi-

nado ecossistema; a todos os humanos ou a todos os seres vivos que habi-

tam o Planeta. Capacidade de carga poderá, portanto, ser relacionada à po-pulação de determinada área geográfica ou a toda a popula-ção humana da Terra. O desequilíbrio nas condições de sustentabilidade, conferida pela capacidade de carga - causa danos aos integrantes da área ou do sistema considerado. Dessa maneira, os impactos causados afetam os próprios agentes do desequilíbrio. É preciso reconhecer que os danos ambientais causados até agora não estão sendo reparados e o preço por isso já é alto e continuará sendo. No caso dos humanos, a expectativa é de que os danos pos-sam ser convertidos em resultados positivos ou benéficos para a capacidade de carga. No momento, as condições não são animadoras.Aos que preferem o vocabulário econômico, pode-se dizer que o respeito à capacidade de carga implicaria em viver às custas do rendimento do capital natural e não do estoque. No mundo real dos negócios, há falência quando a empresa se utiliza do capital econômico e não dos rendimentos deste.Hoje, os humanos consomem, anualmente, 40% acima da capacidade de carga. As diferenças de poder econômico, en-tre as nações, fazem com que os países pobres paguem a conta pelo consumo excessivo nos países ricos.Mas, o tempo para o “pagamento das contas” poderá chegar para todos que dependem da produção de recursos naturais em outras localidades, por outras sociedades que consumem menos ou por países nos quais a produção biológica de recur-sos seja maior.

Estas diferenças são reveladas sob dois aspectos: o tamanho da Pegada ecológica (medida pelo consumo de recursos) e a Biocapacidade (taxa de reposição natural).Portanto, a agenda a respeito da capacidade de carga, na discussão de DS, envolve dois aspectos importantes. De um lado, estão: o conceito do paradigma, as condições socioambientais que afetam a biorreposição dos estoques naturais e as técnicas usadas para medições.De outro, são os aspectos políticos, econômicos e de gover-nança que apoiam, estimulam, induzem ou que aceitam a prática de extração e o consumo de recursos naturais além do que a Terra pode repor, biologicamente.O segundo tipo de abordagem torna-se mais importante quando a violação da capacidade de carga afeta países distin-tos da dos consumidores. O assunto é ainda mais relevante quando os países com superávit ecológico pagam a conta dos deficitários, sem que os remunerados por serviços ambientais prestados sejam remunerados..A capacidade de carga representa, portanto, fundamento de-terminante para a ocupação de espaços e o uso adequado dos conceitos de sustentabilidade e de DS. Todavia, o maior problema está na dificuldade de se medir a Capacidade de carga, um assunto praticamente restrito ao mundo acadêmico.Além disso, há o fato de que sustentabilidade ou DS dificilmen-te são tratados de modo sistêmico, interdisciplinar (adição de conhecimentos), multidisciplinar (interrelacionamento de disci-plinas) e transdisciplinar (integração de conhecimentos).Do ponto de vista das práticas produtivas e do consumo de bens e serviços, está claro que os subelementos do Pilar am-biental (representados por reposição dos estoques naturais, manutenção da capacidade de bioconversão de resíduos e qualidade dos demais serviços ecológicos) deveriam estar nas agendas de organizações de governo, de empresas pri-vadas e das próprias ONGs sociais e ambientais. A medição da biocapacidade faz parte da metodologia da Pe-gada ecológica e para determinação de linha e base no cálcu-lo da Pegada do carbono. No caso da ecoeficiência, a biorre-posição é citada de modo casual como parte da definição lite-ral do paradigma, mas, não usada objetivamente. O que se nota é a citação “dentro dos limites de suprimento de recur-sos”. E as coisas e as ações param aí.Capacidade de bioconversão de poluentes e valoração dos serviços ecológicos estão nas mesmas condições, senão pio-res. A fórmula de cálculo do impacto (I=População x Afluência x Tecnologia) não é de uso comum, mesmo entre os que se envolvem com sustentabilidade.Os especialistas em cálculo da valoração ambiental dizem que o valor ecológico não é definido, objetivamente. Que há limita-ções e dificuldades no entendimento da própria ecologia. Expressões do tipo “ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis” são vagas. Não há linhas de base, com indicadores métricos comparáveis e relacionáveis.

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O termo “corretas” é subjetivo e varia de acordo com as condições éticas, socioeco-nômicas, políticas e de outra natureza, entre nações ricas e pobres, internamente nas próprias e entre pessoas.A falta de critérios, indicadores e métricas

ambientais e sociais objetivos dificulta ou mesmo limita a construção da rota para a sustentabilidade sonhada e alimenta, cada vez mais, aqueles que ques-tionam vocabulário, desacreditam métodos e não propõem substitutivos.Para isso é importante ar atenção ao significado dos fatores representados pelo aumento da população, dos efeitos da afluência e dos danos causados por tecnologias insustentáveis.

A natureza deve ser retratada como prove-dora de materiais (renováveis e não-renová-veis), de serviços que garantem a estrutura dos sistemas naturais (os ecossistemas) e, ao mesmo tempo, como recicladora de resí-duos naturais e de despejos feitos pelos hu-manos.

O cálculo da biocapacidade e da capacidade de seqüestro de carbono – tratadas pelas metodologias de cálculo da Pegada ecológi-ca e Pegada do carbono – são os melhores exemplos para inclusão na linha de base para elaboração de programas de DS.Os serviços ecológicos são a base para a sustentação da vida na Terra.Existe relação direta entre os serviços ecoló-gicos e inúmeros aspectos de grande impor-tância para a vida no Planeta e as atividades humanas. Isto se aplica à manutenção das espécies; ao provimento de alimentos, ener-gia e materiais; à regulação do clima, bio-conversão de resíduos e detoxificação, poli-nização, controle de pragas e doenças; ao suporte à vida na terra, como dispersão de nutrientes, produção primária, entre outros. Por isso, os serviços ecológicos estão dire-tamente relacionados à economia humana, pois afetam os ativos para a produção e o desempenho no mercado de bens e servi-ços.O déficit ecológico, de 40% anual de recur-sos que o Planeta não consegue repor em relação ao que é consumido, é o retrato mais evidente de que o modelo de produ-ção e consumo de bens e serviços precisa ser modificado.Os países ricos - que representam 20% da população mundial, mas que consomem

80% dos bens produzidos pelo sistema econômico - dificilmente irão modificar seus hábitos de consumo.Países emergentes mostram déficit na Pegada Ecológica, mesmo que muito mais baixa do que a dos grandes consumidores.As soluções dependem de mudança do modelo econômico, do sistema de produção e de atitudes de consumo equilibrados com a manutenção da capa-cidade de carga do planeta.

Atualmente, a capacidade de biorreposição dos recursos naturais está bem abaixo da taxa de extração ( www.footprintnetwork.org)Por isso, países com déficit ecológico (capacidade de biorreposição abaixo da taxa de consumo) estão sendo abastecidos por recursos naturais de nações com superávit ecológico.

Os recursos naturais sustentam a economia das sociedades humanas, mas a capacidade de carga poderá criar sérios problemas

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1.2. Pilar socioeconômicoTrata-se do atendimento às necessi-dades essenciais, que representa o componente central da razão da sus-tentabilidade e um dos temas mais difíceis de serem tratados.

A discussão dos componentes sociais para o DS abrange amplo espectro de temas e enfoques. Os indicadores são complexos e numerosos e envolvem valores, relacionamentos, atitudes e condições higiênicas.

O maior problema é que, no mundo real das empresas e nos planos econô-micos de governos, as questões sociais são tratadas de modo abstrato. Estão mais presentes nos discursos e nas mensagens de relações promocionais

A capacidade de suporte da terra está comprometida.: 40% de sobrexploração de recursos e excesso de poluen-tes em 2010. – www.footprintnetwork.org

do que, objetivamente, nas agendas positivas de integração à sustentabili-dade.

Índice de Desenvolvimento Humano, Indicadores de Responsabilidade So-cial, Indicadores Sociais do IBGE, Indicadores de Qualidade de Vida segundo diversos autores e organiza-ções, são exemplos de indicadores desarticulados dos ambientais.

Não há unanimidade de critérios e de escolha de opções de categorias para classificar ou enquadrar os elementos sociais.

Apesar da existência de inúmeros modelos para classificar e centenas de indicadores sociais, falta unanimidade no tratamento das questões sociais.

Propositadamente, não são listados in-dicadores sociais, para cada categoria adotada no modelo de DS para ocupa-ção de espaços, pois, cada espaço deve-rá abranger indicadores sociais apropri-ados. Esta é tarefa das organizações nos respectivos espaços entre os quais o mercado está incluído.

Relacionamentos, valores e atitudes são categorias importantes para a con-duta ética em relação ao à sociedade e ao Planeta. De modo geral, são conside-rados equidade, segurança, afetividade, justiça social, entre outras, cada qual com subcategorias e numerosos indica-dores compostos, antes de se chegar aos métricos.

A categoria condições higiênicas – ou fisiológicas - corresponde aos elemen-

A manutenção da qualidade dos serviços ecológicos é essencial para a qualidade de vida e das condições econômicas.

As ações humanas resultam em processos industriais, agropecuários, gestão do espaço, descarte e destinação do lixo, por exemplo. Elas ocorrem de modo diferenciado, nos vários países, mas resul-tam em efeitos danosos sobre os serviços ecológicos. O problema é que governantes, empresários e a população não reconhecem nem incluem geralmente tais situações em planos e programas de suas próprias responsabilidades.

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tos que determinam, retratam ou reve-lam as bases para a sobrevivência da pessoa, tais como saúde, alimentação e segurança.

É preciso reconhecer que as fronteiras entre as esferas econômica, ambiental e social são absolutas. Há quem considere que, por exemplo – no espaço humano só exista o social e do qual a economia é apenas um instrumento. Outros enten-dem que no ambiental (referido pelo pleonasmo meio ambiente) encontram-se os elementos naturais, inclusive os humanos e as atividades (socioeconô-micas) destes.

A tradição é de se utilizar o termo so-cioeconômico para englobar – de algu-ma forma – a diversidade de indicadores econômico-financeiros que representam a remuneração do capital monetário investido nas transações no mercado.

Neste contexto, é preciso distinguir aqueles que entendem valor expresso por números financeiros dos que têm enfoque mais abrangente, para incluir aspectos como proteção, segurança, estética, perspectivas de futuro, tradição, relacionamento, acessibilidade, direito, entre outros.

Por estas e outras razões é que DS en-globa aspectos éticos, políticos e de go-vernança, entre outros. Por isso, a au-sência dos fatores crescimento popula-cional e crescente urbanização, nas discussões sobre Sustentabilidade e DS, indica a grande falha na abordagem ao paradigma. Na realidade, o aumento da população é um dos grandes agentes de impactos sobre a capacidade de carga e para o cálculo do valor monetário deri-vado dos impactos ambientais.

A integração dos elementos dos pilares ambiental e socioeconômico é essencial para interpretar a importância de ques-tões fundamentais para o DS, como:

• os recursos da natureza (matérias primas e serviços ecológicos).• as atitudes das pessoas nos relacionamentos (ética, transparência e governança)• as escolhas econômico-financeiras• as opões políticas (como forma de organização e direcionamento estratégico)• os modelos organizacionais (estrutura, sistemas, funções, programas e projetos)• as práticas de produção e consumo de bens e serviços e• os benefícios, necessidades essenciais e tipologia de valores

2. Condições para sustentabilidadeO modelo de DS é orientado para sociedades humanas e visa manter, por tempo in-determinado, as condições ambientais e sociais apropriadas. Para isso, é preciso conhecer as questões locais, tanto as gerais, quanto as particulares, do ponto de vista econômico, ambiental e social e as relações destas com as situações globais.A complexidade dos aspectos sociais é exemplificada pelas relações entre alimenta-ção, saúde, segurança e justiça, entre outros aspectos indispensáveis para superação das linhas de pobreza e de indigência – como requisitos mínimos para a dignidade.Dessa maneira, a inclusão de elementos que se refiram a condições que estejam além da subsistência representa passo importante para se estabelecer as condições de vida mínima e vida digna.O desafio está em configurar alvos sociais que possam ser medidos por indicadores e índices de natureza individual, comunitária e geopolítica, coerentes com as catego-rias escolhidas. A definição das categorias de indicadores representa outro desafio. Algumas permi-tem apurar valores e construir estatísticas, como as adotadas pelo IBGE e incluídas

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nos indicadores de desenvolvimento sustentável.http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/fichatecnica.php?codigoproduto=8981)

Outros modelos ou categorias requerem indicadores compostos, vários difíceis para mensuração. É o caso da escala de desenvolvimento humano de Max Neef (http://www.max-neef.cl/download/Max-neef_Human_Scale_development.pdf), que envolve necessidades de afeto, criação, entendimento, identi-dade, liberdade, lazer, participação, proteção, subsistência.

Há, portanto, distintos modelos, sistemas, escalas, nomenclaturas e tipologias de índices e indicado-res sociais que devem ser considerados na descri-ção das condições para serem mantidas por tem-po indeterminado (sustentabilidade).No geral, todos acabam convergindo para temas como equidade, justiça, qualidade de vida, agora dramatizada pelos aspectos críticos das Linhas de Indigência, de Pobreza e de Dignidade.

3. Bem-estar e desempenhoBem-estar relaciona-se – tradicionalmente – com o conceito de riqueza . Do ponto de vista da sustentabilidade, riqueza não corresponde, necessa-riamente, aos bens financeiros e de outros tipos de recursos materiais.

Os componentes de riqueza abrangem cultura e hábitos das pessoas en-volvidas, estilos de vida, visão de mundo e de futuro.Bem-estar e riqueza envolvem aspectos filosóficos, espirituais, relaciona-dos ao acesso a bens e serviços disponíveis e acessíveis para as pessoas e comunidades. Destacam-se os aspectos que atendem às expectativas, demandas ou necessidades essenciais ou básicas.

Temas e questionamentos importantes para definição das condições para sustentabilidade.

É aqui onde estão as diferenças entre desejos e necessidades relativas aos valores atribuídos aos bens naturais e às condições de vida para as pes-soas. O Desempenho – seja das pessoas, comunidades ou organizações – expressa a maneira, forma e conseqüências da atuação, do exercício, execu-ção ou representação.São manifestações determinadas por escolhas em relação aos pilares ambiental e socioeconô-mico.

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4. Ocupação sustentável de espaços As relações envolvendo a população e o ambiente são determinadas pelo modelo de uso e ocupação do espaço. Este é o ângulo de visão para o desenho de ações a fim de orientar o entendimento de sustentabilidade ou de DS.Neste contexto, o conceito de espaço é flexível e amplo. Algo físico ou virtual e definido – por exemplo – como a distância entre dois pontos; a área ou volume entre limites estabelecidos; o lugar ocupado ou que pode conter alguma coisa ou atividade.Assim, a ocupação poderá corresponder a categorias como as seguintes.

Espaços institucionais – como áreas físicas onde as pessoas e as comu-nidades humanas vivem, sob a forma de: (a) espaços naturais – como ecossistemas, nichos, formações biológicas e (b) espaços geopolíticos – como bairros, cidades, subdivisões territoriais de categoria geopolítica mais alta (Planeta, País, Estado, Regiões Administrativas Intermunici-pais, Municípios).Espaços organizacionais – sejam físicos ou virtuais, como:

empresas e organizações sem fins lucrati-vos

entidades representativas de organizações

entidades ou comunidades profissionais selecionadas

cadeias de valor setores ou segmentos de atividades mercado local, regional, nacional ou glo-

bal nichos especializados, etc.

A ocupação sustentável do espaço envolve me-canismos e instrumentos de ação estratégica, tática e operacional, com previsão de alvos mé-tricos e indicadores com resultados mensurá-veis por meio da Pegada Ecológica, Pegada da Água, Pegada do Carbono, Pegada Social, Eco-eficiência, Socioeficiência, entre outras ferra-mentas.

Tipologia de espaços Planeta Terra, como um todo, estratosfera, litosfera, ecosfera; ecossis-

temas e componentes (biomas, biodiversidade, nichos ecológicos, etc.). Sociedade humana, como entidade por inteiro, ou parte dela represen-

tada por grupos, comunidades ou pessoas, individualmente. Nação, seja esta definida pela territorialidade, pela identidade cultural,

pela população ou pelos poderes constituídos. Determinada região geopolítica subnacional, como Estado/Divisão

territorial ou área interestadual/interdepartamental, Município, área in-termunicipal ou parte de Município, com seus ativos econômicos, am-bientais e sociais.

Organização ou grupo organizacional criado pelos humanos, tal como empresa com e sem fins lucrativos, isoladamente ou agrupada; setor, cadeia de valor ou associação; arranjo produtivo; instituição e en-tidade representativa; organização governamental e não governamental e grupo social não organizado, entre outros tipos.

Compartimento natural ou artifi-cial, como ar, água, solo e subsolo; mar, oceano, rio, lago, represa, etc.

Ambiente de atividades como mer-cado, segmento, setor econômico, cultural, de lazer e demais práticas humanas.

A partir daí é possível construir a linha de

base para a ocupação sustentável do espaço de-sejado, com o uso de ferramentas adequadas; conceber o projeto apropriado; definir as diretri-zes e implementar as ações objetivas.

Ferramentas de medição das condi-ções do espaçoA ocupação sustentável do espaço alvo deverá estar alinhada à definição das condições que fo-ram identificadas como desejáveis para a susten-tabilidade por tempo indeterminado.Os elementos de bem-estar, tanto do ponto de vista da valoração ambiental, quanto das condi-ções de vida das pessoas e do funcionamento das organizações precisam, ser mensurados adequa-

damente. Assim, podem ser criadas as relações entre a população envolvida, o tipo de desenvolvimento desejado e as condições ambientais estejam equilibradas.Para isso, há ferramentas que, mesmo em fase inicial de aprimoramento, são impor-tantes para o cálculo (1) das relações entre produção e consumo de recursos ambien-tais (Pegada ecológica); (2)

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5. Linha de base para o projeto de DS e ocupação de espaço seleci-onado

A linha de base significa informação, descrição ou o conjunto de descritores fundamentais e funciona como marco de refe-rência antes de ser iniciada qualquer operação, processo, proje-to ou programa, a fim de permitir comparações posteriores de resultados alcançados ou impactos causados pelas ações da organização.

A linha de base inclui Relações socioeconômicas, de um lado e, de outro, impactos, efeitos e reflexos sobre os componentes ambientais.

5.1. Relações socioeconômicasAs relações socioeconômicas e ambientais são com-plexas. Capital construído, Renda e emprego e Ca-pacidade de suporte são questões intimamente inte-gradas.É preciso, portanto, levar em conta modos de vida, atitudes, hábitos, expectativas, culturas, ideologias e outros valores sociais a fim de determinar as ques-tões, os objetivos, metas, indicadores e outros com-ponentes estruturantes do processo pedagógico para a sustentabilidade.Cada tema precisa ser decodificado; ter os limites estabelecidos; as ferramentas e estratégias para im-plementação selecionadas; as metas métricas e os indicadores para estabelecidos, com os propósitos de medição, avaliação e reprogramação.

✓Relações economia-sociedade envolvem condi-ções fundamentais na vida das pessoas, portanto, relevantes para abordagem para o DS como: de-mocracia, governança, arranjo institucional, políti-cas, interesses, protagonismo, organizações, res-ponsabilidade, processos, instrumentos e ferra-mentas.

disponibilidade e consumo de água (Pegada da água); (3) neutralização das emissões de gases com efeito estufa (Pegada do carbono), (4) balanço entre valores financeiros investidos e atendimento a necessidades socioeconômicas essenciais (Pegada social); (5) equi-líbrio econômico, financeiro e efeitos ou impactos am-bientais (ecoeficiência), (6) geração de benefícios so-ciais líquidos, em função dos investimentos financei-ros (socioeficiência), e outros instrumentos.

✓Relações economia-ambiente incorporam questões ligadas à valoração ambiental. São temas como: recursos naturais, servi-ços ecológicos, Pegada ecológica, Pegada do carbono, Pegada da água, eficiência energética, demanda material total, ecoefici-ência, etc..

✓Relações sociedade-ambiente englobam extenso grupo de temas e questões, cuja escolha, definição, interpretação e aplicação devem merecer atenção especial. Questões consideradas neces-sidades básicas ou essenciais, para uns, poderão representar de-sejos não necessariamente essenciais para outros. Aspirações de bem-estar, suficientes ou regulares de uns, poderão ser conside-radas excessivas ou insuficientes para outros.

✓Relações integradas economia-sociedade-ambiente abrangem aspectos institucionais como globalização e marcos legais, códi-gos voluntários, pactos, instrumentos de validação, reconheci-mento e demais instrumentos de políticas, públicas ou privadas, para o DS.

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Relações socioeco-nômicas para o DS

5.2. Gestão de impactos, efeitos e reflexosOs componentes impactos, efeitos e reflexos da linha de base afetam meios ou compartimentos ar, água e solo e provocam reflexos sobre a qualidade de vida humana e ambiental .Há várias opções para abordagem. Uma é a ecogestão estratégica para evitar as emissões industriais e agrícolas.A abordagem estratégica implica – fundamentalmente – em mudar o paradigma de resíduo, como algo a ser des-cartado, destruído e, por isso, inaproveitável, para o de material ou bem a ser reusado ou reaproveitado e incorpo-rado na política de produção, produto e introdução deste no segmento de atividades da Organização.Os seguintes critérios são essenciais para a gestão estraté-gica de emissões.

✓Considerar resíduos como não-produtos ou produtos não intencionais.

✓Reconhecer a geração de não-produtos como parte do negócio ou atividade e, por isso, componente do plane-jamento estratégico relacionado ao processo de produto e ao produto, propriamente dito.

✓Estabelecer a hierarquia de atitudes, em relação à gera-ção de não-produtos, orientada para sustentabilidade tríplice – econômica, ambiental e social.

✓Reconhecer – por conta do compromisso para a susten-tabilidade:

o prioridade primária para a prevenção absoluta de resíduo ou de não-produto na fonte;

o hierarquia secundária representada por reuso no mesmo processo; uso em outros processos ou produtos; reciclagem para outro uso; utili-zação para geração de energia ou co-geração (observadas as conseqüências decorrentes); descarte socioambientalmente adequado; e, excepcionalmente incineração, desde que su-jeita a critérios bastante rígidos de controle e qualidade social e ambiental.

✓Capacitação e implementação de ferramentas ou tec-nologias de base econômica e socioambiental, para processos e produtos, representadas, por exemplo, por P+L, Ecoeficiência, Ecodesign, PL, Ecoefetividade e outras que contribuem para a produção e consumo sustentáveis de bens e serviços.

O uso de tecnologias de gestão do processo produtivo – tais como Produção Limpa, Ecoeficiência e Ecoefetivi-dade – gera vantagens: (i) redução ou eliminação de cus-tos de comando-e-controle (fim-de-tubo) e com gestão de conformidade; e prevenção de possíveis multas por infrações cometidas.

A complexidade interna das esferas econômica, ambiental e social aumentam na medida em que o conceito de DS estabelece a necessidade de inte-gração do Capital construído (econômico) com o Social (inclusão) e o Ambiental (capacidade de suporte).Os aspectos institucionais são os que efetivamen-te determinam o comportamento humano,com especial destaque para a ética e os desdobramen-tos representados por liberdade, honestidade, an-ticorrupção e responsabilidade.

Prevenção e gestão de impactosA ação competente faz com que as despesas com gestão de resíduos se revertam em ganhos. Matérias primas são reaprovei-

tadas ou usadas para outros processos ou produtos.

Há aumento do valor da cota do investidor/acionista, propor-cionado por indicadores intan-gíveis.

É com esse objetivo, portanto, que os modelos de gestão de impactos deverão ser concebidos, sob vários aspectos. Articulação, integração, siste-

matização e normalização de procedimentos relacionados aos impactos.

Integração das questões citadas à produção e à visão de negó-cios ou de atividades da orga-nização.

Capacitação da Organização para determinar os aspectos, de-finir e estabelecer as ações pre-ventivas e de controle.

Estabelecimento de rota ou caminho para modificações incre-mentais e outras revolucionárias, de maior fôlego. Estas depen-dem de aprendizagem organizacional para as próximas décadas, levando em consideração as partes interessadas que afetam ou são afetadas pelas práticas e produtos da organização colocados ou oferecidos no ambiente público.

O modelo de ecogestão estratégica deve ser compreensível, factível, aceitável, flexível, motivador, adequado à Organização e mensurável. Mas, não poderá prescindir da complexidade necessária, para que pos-sa eliminar as possibilidades de ocorrência de problemas para a Orga-nização.

Atitudes e passos1. Identificar e caracterizar resíduos, impactos e riscos decorren-

tes.2. Mudar o paradigma e considerar resíduos como não-produtos,

bens, materiais ou nutrientes para o mesmo processo ou para processos produtivos distintos ou, se forem devolvidos à natureza, com características de nutrientes para processos ecológicos.

Isto implica na revisão de tecnologia, de matérias primas, de processo e de produto, de acordo com escala adequada de tempo e custos.

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Vazamento de 10.000 barris ou 1.590.000 litros de petróleo por dia. Junho 2010

Tipos de efeitos e impactos

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É preciso mudar o paradigma de fim-de-tubo, selecionar e implementar a ferramenta ou as ferramentas adequadas para processo e produto que permitam ou resultem em: (i) prevenção de emissão, no sentido estrito ou absoluto, isto é a não geração de não-produtos e (ii) reuso ou reapro-veitamento de não-produtos que ainda forem gerados.3. Desenhar e implementar o Sistema de ecogerenciamento estra-

tégico e incorporar Alinhamento aos aspectos essenciais de políticas organizacionais.o Missão, Visão, Princípios e Compromissos Públicos.o Responsabilidade Socioambiental e a múltiplas partes interessadas.o Cadeia de valor no segmento de atividades e negócio.o Visão do eixo de negócio ou de atividade organizacional.

Visão futuro (sustentabilidade econômica, ambiental e social) de longo alcance.

Construção de cenários na cadeia de valor.o Visão pró-ativa em relação à legislação e instrumentos de confor-

midade voluntários.o Poluidor Pagador.o Responsabilidade Estendida do Produtor.o Responsabilidade Objetiva.o Princípio da Precaução.o Princípio da Prevenção.o Acordos Multilaterais.o Códigos de conduta.o Normas, Rotulagem, Acreditação, entre outros.

Identificação de oportunidades, políticas e programas de governo. Definição do Sistema de Produto a ser adotado.o Berço-à-cova – atitude incremental, de curto e médio prazo (5-10

anos).o Berço-ao-berço – atitude revolucionária, de médio e longo prazo

(10-50 anos). Identificação de indicadores métricos referentes a não-produtos,

definir centros de custos e adicioná-los à contabilização de resulta-dos

Definição do modelo de relatório e de comunicação de desempe-nho aos interessados.

Promoção do fortalecimento institucional de medidas não-técnicas, educacionais, e de treinamento.

Alocação de responsabilidades e empoderamento para execução de atividades desenhadas:

o o que (alvos físicos e métricos envolvendo bens e serviços), o por que (objetivos, vantagens, aprimoramentos), quando (crono-

gramas de execução e respectivas atividades), o onde (localidades),

o como (tipos de atividades e respectivas abordagens, prioridades e metas técnicas, gerenciais, institucionais),

o com que (ferramentas e tecnologias), quem (atores, agentes e outras partes interessadas, responsáveis e lideranças),

o para quem (alvos). Estabelecimento de mecanismos de

acesso a técnicas e a padrões de alto de-sempenho.

o Integração de serviços técnicos à produ-ção.

o Metodologias de monitoramento e avali-ação tríplice (econômica, ambiental e social).

o Procedimentos de preparação e pronti-dão para eventos socioambientais.

o Capacitação e qualificação de recursos humanos.

Criação de mecanismos e procedimentos de coordenação e lideranças no sistema de ecogestão estratégica.

Formação de parcerias estratégicas para: cooperação e responsabilidades compar-tilhadas na cadeia de valor, garantia do modelo de abordagem no que se refere a reuso e reaproveitamento de não-produ-tos.

Criação e implementação de acesso a informações e a ferramentas de capacita-ção intelectual e instrumental.

o Informações sobre tecnologias sustentá-veis e eco-inovações.

o Informações sobre legislação, regula-mentação e códigos voluntários pertinen-tes à ecogestão.

o Informações sobre marcos de referência (Benchmarking).

o Bancos e bases de dados – recursos hu-manos, treinamento e capacitação, indi-cadores, metodologias, etc.

Definição de procedimentos para identi-ficação e avaliação de prioridades.

Critérios e orientação para definição e elaboração de programas e projetos, no âmbito ecogerenciamento.

Definição de procedimentos para execu-ção de atividades, acompanhamento,

A configuração e implementação de arcabouço para identificação e medição de efeitos, impactos e reflexos abrangem ampla gama de instrumentos e mecanismos que podem ser instrumentalizados com o emprego das diversas Normas da Série ISO(NBR) 14000. (Sugestão de componentes estão incluída na página seguinte)

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avaliação de resultados e realimentação do sistema de ecogestão

o Prioridades.o Partes interessadas.o Alvos, objetivos, escolhas e metas tem-

porais métricas.o Distribuição de responsabilidades e pa-

péis: o que, por que, quando, onde, como e quem.

o Identificação de operações e controle de qualidade de procedimentos.

o Sistema de avaliação e correspondentes elementos econômicos, ambientais e sociais.

o Medição, relato e comunicação de resultados de custo-benefício econômico e socioambiental.

Definição de Programas e Projetos levando em conta prioridades, instrumentos e recursos, informação – comunicação - treinamento, parcerias, execução, acompanhamento, avaliação, relatório, co-municação, realimentação.

4.Detalhar os procedimentos para identificação das característi-cas de não-produtos, impactos e riscos envolvidos.

5. Consolidar as relações entre o sistema de ecogestão e os ne-gócios.

6. DiretrizesSão declarações norteadores para implementação do modelo de sustentabilidade ou de DS.Os enunciados devem abranger os componentes já apresentados e de maneira a estabelecer a rota ou caminho a ser seguido; os principais passos, atitudes, mecanismos e instrumentos utilizados; os resultados esperados.

DS, seus instrumentos e meca-nismos e os fundamentos que garantem a essência desse novo paradigma.O modelo de Governança, a opção estratégica, os sistemas, funções, processos e progra-mas organizacionais precisam funcionar sistemicamente. No caso das organizações, te-nham ou não fins lucrativos, é

necessário mudar o modelo convencional de atuação (busi-ness as usual). Nestas organizações, a prática predominante de fim-de-tubo (contenção de resíduos para tratamento e descarte posterior) deve ser substituída pela de fechamento de ciclos no processo de produção de bens e serviços. Trata-se, portanto, de mudar a onda marrom, caracterizada por emissões poluentes, e entrar em duas novas tendências .A onda verde – caracterizada pelo uso de ferramentas pro-dutivas ambientalmente diferenciadas, como a prevenção de emissões na fonte (Produção Mais Limpa e Produção Lim-

7. Propósito, alvo ou objetoPara ser objetiva, a estratégia para ocupação sustentável do espaço deve ser direcionada com objetividade, seja para pes-soas; organizações de diferentes tipos e propósitos; áreas bio-geográficas físicas ou virtuais, naturais ou artificiais. O espaço pode abranger os Modelos conceituais adotados para atuação do Instituto Jatobás. Ou referir-se a pessoas, comunidades ou qualquer tipo de organização.Quando se tratar de organização, é necessário que exista es-trutura e processo para funcionamento apropriado para o en-tendimento e utilização dos conceitos de Sustentabilidade ou

Direcionadores para o Desenvolvimento SustentávelÉtica e honestidade

Visão de sustentabilidade longo prazoGrande envolvimento dos governos locais

Engajamento e comprometimento de todos os interessadosEntendimento correto dos princípios de Desenvolvimento Susten-

tável - econômico, ambiental e socialPlano sólido, bem organizado, com alvos e metas bem definidos

Acompanhamento de indicadores de progressoComunicação democrática a todas as partes envolvidas

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pa) e de redução de custos de produção e de im-pactos ambientais causados econômico-ambiental (Ecoeficiência).

A organização verde dará importante passo em direção à sustentabilidade desde que souber calcu-lar, de modo objetivo e efetivo, o coeficiente de ecoeficiência. Ou seja, o resultado da divisão do valor em R$, derivado da criação de determinado tipo de valor, pelo custo em R$ dos impactos ou efeitos ambientais causados pela criação do citado valor.A onda azul é mais recente, pelo fato da organiza-ção adicionar elementos dos chamados bens co-muns, na prática de sustentabilidade tríplice (eco-nômica, ambiental e social).Organizações azuis são, em geral, as verdes que adotaram práticas de medição e redução de emis-sões de gases com efeito estufa e, ainda mais im-portante, as que passaram a calcular os benefícios sociais ou da socioeficiência. Neste último caso estão as organizações que estão lidando com novas ferramentas financeiras como o coeficiente da Pe-gada Social (R$ para a produção do benefício so-cial dividido por R$ efetivamente investido); o

cálculo de benefícios sociais líquidos e RSSI (SROI) Retorno Social Sobre o Investimento.Empresas verdes e azuis dão atenção às novas forças que direcionam a conduta humana e buscam entender melhor as consequências dos im-pactos.Dessa maneira, fazem com que as organizações líderes, proativas e im-pulsionadoras do DS, sejam distinguidas das seguidoras, reativas e prati-cantes do chamado negócios usuais (business as usual).O primeiro passo consiste em identificar os aspectos, efeitos e impactos ambientais e sociais causados pelo negócio ou atividade da organização e reconhecer o perfil do produto do futuro, focado na sustentabilidade.

Procedimentos para identificação de aspectos, efeitos e impactos

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Tendências no mercado verde- azulCompromisso com mudanças climáticasComputador verde-azulMarketing verde-azulAviões e automotivos verdes-azuisSomos verdes (ou azuis?)Redução de produtos tóxicosE-resíduos ZeroGreen building/Casa azulZero-carbono, zero-resíduoEconomia verde-azulEficiência energéticaInovação verde-azulEnergia limpaPráticas ecoamigáveisBiocombustíveisProdutos ecoamigáveisEcoprodutosEmpregos verdes-azuisEmbalagem verde-azul

Produtos do futuro

✓ Incorporação máxima/total, no produto final, de to-dos os componentes usados para a síntese ou montagem

✓ Redução de volume/peso ✓ Aumento da pureza/redução de contaminação (de

matérias primas)✓ Aumento da intensidade de uso de materiais renová-

veis✓ Aumento da biodegradabilidade de materiais não

renováveis✓ Degradação de substâncias químicas em materiais

benignos✓ Reaproveitamento de resíduos ✓ Não geração de resíduos no uso ou consumo de

produto✓ Fluxo de resíduos (reaproveitamento de material)

• para o processo original• para outro processo

✓ Sistemas ecoeficientes e Responsabilidade Socio-ambiental de consumidores, comunidades e or-ganizações encarregadas de reaproveitamento, descarte e destinação de restos de produtos e embalagens pós-consumo

✓ Reciclagem: atoxicidade, não-periculosidade e pou-pança de água e energia

✓ Passagem de produto para serviço

8. Visão de sustentabilidadeA motivação, capaz de manter as ações para sustentabilidade no caminho de futuro, deve ser usada para revelar, aos públicos interno e externo, o que o agente pretende envolvido - seja este uma organização, uma pessoa ou um grupo de pessoas, uma ou mais comunidades, organizadas ou não. Este é o fundamento conceitual para a construção ou elaboração da visão de sustentabilidade - expressa por meio de frase(s) inspirativa(s). Apesar de tudo, a declaração da visão nem sempre é adequada para ser inserida em procedimentos e ferramentas operacionais. Por isso, a visão de susten-tabilidade fica à margem do tratamento dado às questões econômicas, ambientais e sociais no espaço alvo, seja este o mercado, nicho ou área física.Indagações reflexivas, para a construção da visão de sustentabilidade, ser-vem para reconhecer os contornos apropriados para a construção do pen-samento visionário.1. Quais são os impactos, positivos e negativos, causados pelas atividades

e as contribuições do agente para o Desenvolvimento Sustentável, como forma de evolução para melhor, baseado no uso equilibrado dos recursos econômicos, ambientais e sociais, os quais devem estar anco-rados: ‣ no tipo de ética ecossociocêntrica e nos valores declarados; ‣ nos elementos dos Pilares ambiental e socioeconômico;

‣ na definição das Condições de bem-estar e de relacionamentos que se deseja manter por tempo inde-terminado;

‣ nas características do espaço alvo e‣ nas diretrizes ou forças direcionado-

ras para as ações?

A construção da Visão de susten-tabilidade requer, antes de tudo, o modelo mental adequado de Visão do Planeta Terra - por tempo inde-

terminado

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2. A declaração da visão revela, indica ou reafirma a cultura para a susten-tabilidade tríplice (econômica, ambiental e social), nova ou modificada?

3. As partes (todas elas) interessadas foram levadas em consideração, em suas necessidades, expectativas, percepção e compreensão do enuncia-do?

4. O julgamento e reconhecimento pela sociedade foi previsto?5. As palavras utilizadas revelam ou indicam: (i) os recursos que são retira-

dos da natureza; (ii) os bens ou serviços introduzidos no ambiente públi-co; e (iii) o segmento ou setor de atuação?

6. O enunciado permite prever os possíveis tipos de indicadores e métricas esperados?

7. O colaborador - tanto interno, quanto ex-terno - consegue: (i) relacionar a visão organizacional à sua, pessoal e (ii) identifi-car quais os compromissos que deverá assumir para implementar a declaração visionária do agente?

8. Os colaboradores e contratados têm clara percepção de como visão de sustentabili-dade pode ser objetivamente inserida em: (i) estratégia e tática; (ii) objetivos; (iii) alvos; (iii) ferramentas e práticas de gestão e de produção de bens e serviços?

9. Ferramentas para o DSA definição de programas de sustentabilidade ou de DS da organização requer o uso de ferramentas e muitas já são disponíveis.A ilustração gráfica do arcabouço de DS para ocupação de espaços com-porta várias: Pegada Ecológica, Pegada da Água, Pegada do Carbono, Pegada Social, Ecoeficiência e Socioeficiência). Além dessas, há outras escolhas, como: Produção Limpa, Demanda Material Total, Análise de Fluxo de Material, Intensidade Material por Unidade de Serviço, Fardo Ecológico e a combinação destas com Produção Enxuta, Sigma 5 e 6, sem esgotar as opções.

10-11. Programas e ações de DSA descrição, de maneira organizada, de te-mas, ações, tarefas, eventos, instruções, ge-ralmente sob a forma de projetos, serve para guiar, orientar ou direcionar as ações ou ativi-dades que serão conduzidas pelas pessoas responsáveis pela execução de ações dirigidas para a ocupação do espaço.

O programa deve funcionar como instrumen-to instrucional, de maneira que as Ferramen-tas selecionadas e inclusivas da Visão de Sus-tentabilidade, sejam apropriadas para tratar dos elementos ambientais (impactos, efeitos reflexos) e socioeconômicos (relações) pre-vistos na Linha de base de ações sustentá-veis.

A elaboração de Programa para ações sus-tentáveis pode variar de procedimentos mais

simples até rotinas que envolvem design, aprovação, execução, gestão, auditoria, validação e realimentação.

Essencialmente, requer-se a indicação de recursos que deverão ser utilizados ou consumidos durante a execução das ações; as atividades que serão introduzidas para a busca dos resultados pretendidos; as saídas previstas; os benefícios ou desdobramen-tos, durante e ao final da execução do programa; e o resultado de longo prazo pretendido.

Idealmente, as instruções contidas devem indicar: produtos es-perados, processos e fluxos mais importantes e recomendações para acompanhamento, avaliação, validação, realimentação e ações corretivas apropriadas.

Os graus de detalhamento e sofisticação na elaboração de Pro-grama para sustentabilidade ou para Desenvolvimento Susten-tável levarão em conta as práticas e características do agente. Portanto, poder ser apresentado sob a forma de documentos descritivos simples, ou como produto mais elaborado, resultan-

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te de metodologias elaboradas, inclusive as amparadas por “softer” especializado.

O espectro de opções para elaboração de programas também é diversificado, para in-cluir esquemas de design, aprovação, execu-ção, gestão, auditoria, validação e realimen-tação.

Essencialmente, programas são instrumentos e

recursos que devem ser implementados por pessoas capacitadas, do quadro interno, e por outras que atuam em diferentes atividades ou in-tegrantes da cadeia de valor que são consideradas importantes para a organização.A inclusão de pessoas nos programas de sustentabilidade ou de DS da organização é um dos grandes desafios atuais de Governança para a Sustentabilidade. Levantamentos feitos com empresas importantes mostram que – prati-camente – as pessoas não estão suficientemente, nem amplamente compromissadas com os programas de sustentabilidade.

12. Resultado Final Triplice - Triple Bottom Line - e Criação de valorNa linguagem financeira, Bottom Line corresponde à última linha do balancete econômico-financeiro. Assim sendo, Resultado Final Tríplice (Triple Bottom Line) – refere-se à medição – por meio de registros contábeis – do sucesso da organização ou da sociedade, representado por valores financeiros tradicionais, adicionados de valores sociais e am-bientais.O conceito de RFT tem a ver com ética e expansão da visão traditional de responsabilidade social da organização, e do foco primariamente direcionado ao acionista (shareholder) para toads as demais partes interessadas (stakeholders).Com isso, a organização deve planejar, programar, executar, avaliar e relatar seu desempenho em rela-ção a três tipos de investimentos: Capital Natural, Capital Humano ou Social e Capital Construído, físico ou financeiro. Para ser objetivo, em relação ao DS, o Desempe-nho Final Triplice (DFT) - precisa adicionar e demonstrar ganhos materiais e intangíveis - quali-tativos nas três esferas ou dimensões.

(i) Capital econômico ou construído - remu-neração do investidor.

(ii) Capital natural - Proteção, conservação e reposição de estoques e manutenção de serviços ecológicos ou ambientais.

(iii) Capital social - Criação de valor e atendi-mento de demandas sociais essenciais, em relacionamentos, equidade e justiça.

Não há evidências do uso efetivo da demonstra-

ção contábil e levantamentos feitos com empresas importantes mos-tram que – praticamente – as pessoas não estão suficientemente, nem amplamente compromissadas com os programas de sustentabilidade. A crítica mais radical ao modelo de RFT é de que o papel da empresa é o lucro para remunerar o acionista (o negócio do negócio é o negócio) e de que ações sociais (e ambientais, além da conformidade) são de responsabilidade de governo. Menos radicais, porém contundentes, são as que consideram a proposta retórica, ilusória (desorientadora), porque somente existe o Bottom Line econômico. Adiciona-se, a isso, o fato de que o RFT se confunde com o entendi-mento de Responsabilidade Social Corporativa.As críticas relacionam RFT à ética e daí a dificuldade do paradigma tornar-se modelo de gestão de negócios, de reporte e avaliação de de-sempenho .Nota-se, porém: crescimento notável de citações ao RTF - 800 mil achados em busca pelo Gorgole, na Internet; livros publicados; comen-tários de grandes corporações e governos que dizem ter adotado a pro-posta; e reconhecimento do paradigma ou arcabouço pelo GRI Global Reporting Iniciativa, Global Compact da ONU, Sigma Project(que se transformou em Norma Inglesa BS 8901 de Desenvolvimento Susten-tável.As dificuldades mais evidentes, para consolidação do RFT incluem:

• resgatar os valores (ética), missão e visão de sustentabilidade;• rever as condições (bem-estar e desempenho) a serem mantidas

por tempo indeterminado (sustentabilidade);• reconhecer o entendimento de DS como processo de evolução

qualitativa e para melhor;• considerar o objetivo central e secundários;• hierarquizar o arcabouço de aspectos, efeitos e impactos dos

negócios ou atividades;• definir o quadro de partes interessadas (stakeholders) para o

organização, inclusive os mais distantes na cadeia de valor e, idealmente, os da base da pirâmide;

• alinhar a prática de RFT na estratégia de atuação da organização e na prática de elaboração de relatório financeiro;

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• identificar, medir e relatar indicadores métricos, das três esferas ou dimensões, processar e relatar em Bottom Lines, separada-mente;

• analisar, interpretar e correlacionar os Bottom Lines aos ganhos quantitativos e qualitativos à valorização para todas as partes interessadas;

• desenhar o modelo para integrar os Bottom Lines econômico, ambiental e social e conceber o relatório de DFT, com foco nos diferentes stakeholders;

• conceber e implementar modelo para interpretação, verificação e auditoria do DFT pela Alta Administração e do significado dos resultados relatados de DFT da organização para todas as partes interessadas.

O processo de implementação de RTF e DFT é gradativo, demanda tempo médio a longo. É preciso lidar com indicadores e métricas apro-priadaspara RFT e admite-se que os procedimentos para o relatório de DFT comporta situações específicas para diferentes tipos de organiza-ções e as distinções entre organizações com e sem fins lucrativos, priva-das e públicas.Qualquer que seja o caso, tanto as práticas, como os relatos de RFT de-veram atender aos critérios e princípios da responsabilidade total (ac-countability), no que se refere a confiança, relevância, atualidade, mate-rialidade, consistência, reprodutibilidade, verificação e auditagem. A representação gráfica de RFT - encontrada facilmente por meio de bus-cadores na Rede Mundial (Internet) tem propósito didático e confunde-se com a representação pictórica de DS ou de Sustentabilidade. Em geral, trata-se de: (i) a integração parcial das esferas econômica, am-biental e social, com a inclusão de elementos nas interfaces e DS no centro que integra as três dimensões; (ii) variações desta e (iii) triângulo

ou em cujos vértices estão os componentes eco-nômico, ambiental e social.

Agregação de indicadores & contabi-lização de RFTO arcabouço de indicadores, para consolidação da prática de gestão focada no RFT poderá variar entre as organizações.O Modelo Instituto Jatobás de DS e ocupação de espaços categoriza os indicadores em:

1. Eficiência econômica2. Ecoeficiência ampliada3. Socioeficiência

A ilustração gráfica da proposta do Instituto Jato-bás inclui os elementos e ferramentas para medi-ção e contabilização dos indicadores nas três cate-gorias.

Ecoeficiência (valor econômico-ambiental adicio-nado), segundo o conceito original, é o coeficiente resultante da fração em que o numerador (valor criado) é dividido pelo denominador (valor do im-pacto criado pelo valor).Socioeficiência (valor econômico-social adiciona-do) é entendido como o valor financeiro criado pe-las atividades da organização, seja esta pública ou privada.

1

2

3

Elementos e ferramentas de medição de indicadores, de contabi-lização e agregação por categorias para Resultado Final Tríplice

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Criação de valorA proposta de DS é de geração de benefícios – tangíveis e intangí-veis, materiais, financeiros, emocionais, relacionais, entre outros – para todas as partes interessadas. Para isso, todos são responsáveis: pessoas, comunidades e organiza-ções, quaisquer que sejam seu tipo, porte e natureza jurídica. Valores para sustentabilidade proporcionados por comportamentos, processos e produtos oferecidos por organizações.

Valores econômicos são, em geral, os primeiros considerados, por consequência do modelo mental determinado pela globali-zação e capitalismo. Nestes estão, por exemplo: precificação de mercado (valor contingencial, disposição a pagar, disposição para aceitar, custo de reposição, fator de renda, custo de via-gem. preço hedônico, valor de uso, valor de troca, valor de con-servação); valor ecológico, ecossistêmico ou natural (genético, reprodutivo, herança); valor energético (produção primária); valor de bens públicos.

Há, entretanto, outros valores que devem ser reconhecidos.Valor da vida, com distintas manifestações: simbólica (expres-são, linguagem, pensamento, comunicação e desenvolvimento mental); humanística (afeição, emoção, amor pela natureza, união grupal, compartilhamento, cooperação, companheirismo; moralística (afinidade, apego, reverência, preocupação estética, ordem e significado da vida, parentesco e ligações de afiliação)Valor da natureza, representado por: relacionamento com a

natureza (conhecimento e entendimento dos fatos e fenômenos naturais); estética (inspi-ração, harmonia, paz, segurança); utilidade (manutenção física e segurança); satisfação pelo contato (curiosidade, habilidade, des-envolvimento mental e físico). Valor de dominação, como: maestria, con-trole físico da natureza e habilidades mecâ-nica, física e social; garantia, proteção e segurança.Valores sociais, nos casos de: elementos relacionais, organizacionais, institucionais e higiênicos.Valores democráticos, caracterizados por abertura, comunicação efetiva e ampla par-ticipação.Valores de justiça social, básico de todas as pessoas em relação a oportunidades,obriga-ção e benefícios.Valor do Novo Paradigma Ecológico e do respeito à qualidade do ambiente do próxi-mo, como exemplificado pela expressão de uso crescente Não-No-Meu-Quintal (NIMBY NotInMyBackYard)

Inovação de produto

Licença para operar

Novos mercados

CRESCIMENTO

Aumento de receita

Produção Limpa e enxuta

Conservação e recuperação de recursos

EFICIÊNCIA

Redução de custos

operacionais

Simplificação de processo

Ajustamento da cadeia de produção

Produtividade do capital

UTILIZAÇÃO

Gestão de ativos

Prevenção de incidentes

Resposta a crises Garantia de

conformidade

RISCOS

Redução do WACC Custo Médio do

Capital Ponderado

Valor adicionado para o acionista

Lucro operacional após taxas

Carga sobre o capital

Ganhos econômicos para o acionista ou investidor, seg. Fiksel (2003) WACC Custo Médio de Capital Ponderado

Finanças sustentáveis: valor para todos

O custo médio ponderado do capital CMCP é obtido pelo custo de cada fonte de capital, pon-derado por sua respectiva participação na estrutura de financiamento da empresa.

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Por que Desenvolvimento Sustentável

Embora literalmente distintas, Sustentabilidade e DS são usadas como expressões sinônimas e defini-das por componentes econômicos, ambientais e sociais.

Sustentabilidade significa a manu-tenção, por tempo indeterminado, de certo sistema, estado, situação, pro-cesso, coisa ou objeto, sob determi-nadas condições.

Desenvolvimento representa: cres-cimento, aumento, progresso ou evo-lução de determinada coisa, estado ou condição.

Se aplicados à sociedade humana, sustentabilidade e desenvolvimento demandam que as condições a serem mantidas por tempo indeterminado sejam definidas por elementos eco-nômicos, ambientais e sociais.

Dessa maneira, desenvolvimento sustentável pode ser lido de diferentes maneiras.

1. Crescimento ou aumento contínuo por meio da aquisi-ção, não necessariamente qua-litativa, de materiais ou de re-cursos. Este é o uso mais co-mum dos termos sustentável e sustentabilidade, quando as pessoas se referem à economia sustentável, ao lucro sustentá-vel ou, inúmeras vezes, ao DS.

Nestes casos, prevalece o foco no aumento de rendimentos e de ganhos materiais, embora a gestão dos recur-sos ambientais e, mais raramente, os componentes sociais possam ser mencionados.

2. Progresso ou evolução, por meio da aquisição com quali-

dade e do uso equilibrado de recursos ou de materiais. A ex-pressão uso equilibrado impõe a combinação ou integração de elementos econômicos, ambien-tais e sociais.

Esta é a leitura de DS, cujo marco de referência é atribuído à Comissão Brundtland (1987), da qual surgiu a definição universal de DS, inúmeras vezes reproduzida, em todo o Planeta.

O texto elaborado pela Comissão Bruntland, mais propriamente deno-minada Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento, é am-plo, uma vez que aborda questões eco-nômicas, ambientais, sociais; aspectos populacionais, urbanísticos, agrícolas, industriais, energéticos, tecnológicos, decisórios, portanto políticos e sinteti-za, em determinado momento que:

In essence, sustainable development is a process of change in which the exploitation of resources, the direction of investments, the orientation of te-chnological development; and institu-tional change are all in harmony and

enhance both current and future potential to meet human needs and aspirations.

Em determinado momento o texto menciona que “Se as necessidades devem ser atendidas, em bases sus-tentáveis, a base de recursos naturais da Terra deve ser conservada e aper-feiçoada” (tradução livre). Esta pro-posição pode ser interpretada como a manutenção da capacidade de carga ou de suporte da Terra, que garante a biorreposição natural dos recursos naturais destruídos, consu-midos ou extraídos para as ativida-des humanas.

Literalmente, portanto, sustentabi-lidade e DS são distintos, mas que se tornaram sinônimos para representar o processo destinado a atender às necessidades e aspirações humanas, no presente e no futuro.

Nos âmbitos da sociedade huma-nae das organizações – sejam estas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos – a sustentabilidade ou DS tríplice precisam estar respal-

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dados por ética humano-ambiental, boa governança ou governabilidade, responsabilidade como obrigação de responder por atos que afetem o am-biente público, respostas corretas e transparentes, e capacidade de retor-nar às condições originais depois de sofrer tensões e pressões de diferentes natureza e forças.

É preciso reconhecer as diferenças de leitura e interpretação do significa-do de DS, por conta de preferências e dos interesses das pessoas e da cultura prevalente nos espaços onde as pes-soas atuam.

A definição proposta por adepto da economia ecológica (Harris, 2003) serve para mostrar o amplo espaço para reflexões sobre as maneiras como DS tem sido conceituado.

1. A sustentabilidade econômica deve garantir a produção contínua de bens e serviços, a manutenção dos níveis econômico-financeiros para gerenciar os níveis de débito externo dos governos e evitar dese-quilíbrios que causem danos na produção agrícola e industrial.

O modelo econométrico, represen-tado pelo Produto Interno Bruto (PIB) ou pelo Produto Nacional Bruto (PNB), parte da premissa de que as transações financeiras são baseadas na produção e consumo de bens e serviços que dependem, por sua vez, de acesso e uso de recursos naturais – renováveis e não-renováveis.

O cálculo da Pegada Ecológica revela que a extração de recursos na-turais para produção e consumo está cerca de 40% acima da capacidade de biorreposição do estoques extraídos por período anual .

O débito dos países em relação aos respectivos PIBs é extremamente alto – em alguns caso mais do que 100% do PIB. Isto mostra desequilíbrio monetário compromete, ainda mais, a base de ativos ambientais do País.

Globalmente, portanto, muitos países ricos vivem às custas do déficit eco-lógico de muitos ou por conta do su-perávit ecológico de poucos. Por isso, “o gerenciamento de níveis de débito externo” torna-se elemento abstrato na definição da sustentabilidade eco-nômica.

A referência a “danos na produção agrícola e industrial”- como resultado de elementos econômico-financeiros, também está sujeita a críticas. As em-presas não praticam a formação de custo total, nem consideram os im-pactos causados segundo o pensa-mento de ciclo-de-vida do produto. Com isso, transferem externalidades econômicas, ambientais e sociais para os consumidores e para os que não são usuários ou consumidores dos produtos.

O sistema produtivo não faz, em geral, a lição de casa para calcular o balanço de massa, a demanda materi-al total, nem a análise de fluxo de material. Não calcula a ecoeficiência (econômica e ambiental) da produ-ção, nem os benefícios sociais líqui-dos.

Estas técnicas surgiram nos últimos 20 anos, são pouco ensinadas nas universidades, não estão nas agendas da Alta Administração e consistem de desafios para a mudança de modelo mental na gestão de negócios.

O entendimento de “danos” na produção agrícola e industrial, como parâmetro para a sustentabilidade econômica, precisa ser repensado. Lembra-se que os subsídios perver-sos para setores produtivos privados privilegiados não foram considera-

2. A sustentabilidade ambiental deve manter a estabilidade da base de recur-sos, evitar a sobreexploração dos recursos renováveis e dos serviços ambientais e a depleção dos recursos não-renováveis até que sejam feitos investimentos para o criação de substitutos renováveis.

O texto é compreendido se se referir à garantia da manutenção da capacidade de carga, pois, este é o parâmetro estabelece o equilíbrio entre a atividade econômica (população, hábitos de produção e consumo) e a reposição dos recursos. Porém, para que as condições sejam objetivas e efetivas, é preciso que sejam respeitados os limites de cada País.

Somente assim será possível atender às suas necessidades essenciais próprias, sem comprometer o direito de outros de atenderem às suas próprias. A questão central é não depender de recursos dos outros países, para atender aos de sua popu-lação. Portanto, a questão ambiental – leia-se acesso aos recursos naturais – torna-se crítica e determinante para a sustentabilidade econômica.

3. A sustentabilidade social deve alcançar a justiça na distribuição de oportu-nidades, provisão adequada de saúde, educação, equidade de gênero, responsa-bilidade política e participação.

A esfera social, no contexto do DS, é a mais complexa, ampla e difícil para ser representada em termos objetivos. São muitos os indicadores qualitativos e muitos destes são compostos e dificilmente são desdobrados. Em geral, são transetoriais, multidimensionais, relativos e, em muitas situações, excessivamente vagos.

Para os governos, os desafios para a sustentabilidade social são enormes. Come-çam pela definição do que se entende por economia e pelo contexto do modelo econômico prevalente. A propósito, há os quem consideram a esfera econômica como parte da social.

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Visão sistêmica e condição para sustentabilidade ou de DS

Sustentabilidade ou DS envolve condições, situações e elemen-tos sistêmicos e complexos (Fig. 10), como: ética; conhecimen-tos e tecnologias; relações socioeconômicas; política e gover-nança. Cada elemento constitui, isoladamente, direcionador relevante para a sustentabilidade ou DS..O Planeta terra é submetido a pressões contínuas e crescentes, as quais derivam de poluição, esgotamento de recursos, vulne-rabilidades (1) e, sobretudo, do aumento populacional (2). A dinâmica populacional e a maneira como as sociedades

humanas aceitam as mudanças constituem agentes im-portantes para as ameaças e oportunidades (3) para o Planeta Terra, dependendo se os impactos são danosos ou evitados

De modo geral e ao longo da historia, os humanos são res-ponsáveis por fechamento de ciclo vicioso de impacto cau-sado por poluição, esgotamento de recursos e vulnerabilida-

des., os quais prejudicam a própria qualidade de vida huma-na.

A diminuição das ameaças para o Planeta e o consequen-te aumento das oportunidades para o DS dependem do direcionamento daqueles elementos para perenidade dos recursos naturais, inserção e equidade, justiça social, segurança alimentar e acessibilidade das pessoas, das comunidades e das sociedades humanas (4).

O lado positivo da dinâmica populacio-nal é representada pela geração de co-nhecimentos; de modelos políticos e econômicos; de sistemas tecnológicos para produção de bens e consumo e de gestão das relações sociais (5).

Estes são os elementos que determinam as diferenças entre crescimento e desenvol-vimento, uma vez que o crescimento não agrega, necessariamente, qualidade ao ambiente e ao âmbito socioeconômico, ao contrário de desenvolvimento qualitativo.

Assim são criados os fundamentos de sustentabilidade (6), os quais são anco-rados em ética (7) fundamentada em

valores e princípios sólidos, do ponto de vista econômico, am-biental e social.

A partir disso a adoção de modelos de planejamento (8) torna-se mais objetiva e efeti-va.

O foco vai em direção da valo-ração dos recursos ambientais e dos serviços ecológicos; na extensão da vida útil dos re-cursos não renováveis, até que estes possam ser substituídos por outros renováveis e na in-teração das questões ambien-tais, econômicas e sociais (9).

Estes são os elementos que constituem o que se chama de Resultado Final Tríplice (Tri-ple Bottom Line).

A visão sistêmica fornece melhores ba-ses para a construção de cenários (10) para a sustentabilidade do Planeta, de-pendendo do modelo de ética que for adotado, nas relações dos humanos com a natureza

Educação para Sustentabilidade

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Educação para Sustentabilidade (EpS) é entendida como

processo e efeito de transmissão de conhecimentos e de experiências às pessoas, a fim de promover ações para o aperfeiçoamento das condi-ções para a sustentabilidade ou de Desenvolvimento Sustentável huma-no por tempo indeterminado.

EpS e EpDS (Educação para o Desenvolvi-

mento Sustentável) são consideradas expressões sinônimas e ancoradas nos modelos de DS e ocupação do espaço e parte integrante do arcabouço do Sistema Ecopolo de DS Munici-pal, criados pelo Instituto Jatobás (IJ) para representar

sistema estratégico e de gestão político-administrati-va para o desenvolvimento de região geográfica, comprometido com a qualidade de vida das pessoas e sustentação ambiental através do uso equilibrado de recursos econômicos, sociais e naturais locais – hoje e no futuro.