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DESENVOLVIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Gabriel Yordi da Silva João Lucas Longhi Cechet

Mapa da Recuperação Judicial - Gabriel Yordi e João Cechet

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DESENVOLVIMENTO DA RECUPERAO JUDICIALGabriel Yordi da SilvaJoo Lucas Longhi Cechet

Recuperao Judicial - FormaoComo se cria? A partir de uma crise econmico-financeira, justamente visando superao desta situao desfavorvel.

Art. 47: A recuperao judicial tem por objetivo viabilizar a superao da situao de crise econmico-financeira do devedor, a fim de permitir a manuteno da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservao da empresa, sua funo social e o estmulo atividade econmica.

Recuperao Judicial - FormaoDiferente do processo falimentar, na Recuperao Judicial busca-se manter a fonte produtora, isto , deve-se observar a funo social da empresa.A figura da recuperao judicial surgiu a partir da Lei 11.101 de 2005, que disciplinou a criao da empresa moderna.Seus objetivos so: sanear a crise econmico-financeira e patrimonial, preservar a atividade econmica e o atendimento dos interesses dos credores. Quando recuperada, a empresa ainda pode cumprir a sua funo social.

Funo Social da EmpresaQuando se fala de funo social da empresa, definem-se os fins da empresa. Existem muitas perspectivas, que passam desde a preservao do empreendedorismo e do empresrio, pelo estabelecimento, dos interesses dos empregados e tambm dos acionistas. Quando houver conflito entre os acionistas, a deciso cabe ao juiz. A Funo Social pode ser uma perspectiva relacionada a aspectos econmicos preservando integridade do patrimnio do scio e o emprego dos empresrios. O aspecto social surge em uma perspectiva macroscpica, tudo isso produz reflexos sociais benficos, quando observados macroscopicamente.

Lei 11.101

Fases da Recuperao Judicial1. Fase Postulatria o PedidoDeve ser distribuda a petio inicial com o pedido de recuperao judicial, junto de toda a documentao exigida. O devedor, na distribuio, deve provar sua legitimidade, caso contrrio, o pedido indeferido e o processo, extinto.

Petio Inicial

Condies para o PedidoExerccio de atividade empresarial h mais de dois anos No ser falido e/ou ter sido reabilitado e extintas as obrigaesNo ter, h menos de cinco anos, obtido recuperao judicial, ou oito anos, se se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.Ausncia de condenao por crime falimentar.

A Empresa Irregular empresa irregular no dada a oportunidade de pedir recuperao judicial, pois no possui seus atos registrados na junta comercial e descumpre seus deveres. Elas podem, entretanto, pedir a autofalncia, sob pena de que tal pedido configura confisso de crime falimentar.

Requisitos da Petio Inicial Art. 51 Lei 11.101I a exposio das causas concretas da situao patrimonial do devedor e das razes da crise econmico-financeira; II as demonstraes contbeis relativas aos 3 (trs) ltimos exerccios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observncia da legislao societria aplicvel e compostas obrigatoriamente de:a) balano patrimonial; b) demonstrao de resultados acumulados;c) demonstrao do resultado desde o ltimo exerccio social;d) relatrio gerencial de fluxo de caixa e de sua projeo;III a relao nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigao de fazer ou de dar, com a indicao do endereo de cada um, a natureza, a classificao e o valor atualizado do crdito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicao dos registros contbeis de cada transao pendente;

IV a relao integral dos empregados, em que constem as respectivas funes, salrios, indenizaes e outras parcelas a que tm direito, com o correspondente ms de competncia, e a discriminao dos valores pendentes de pagamento;V certido de regularidade do devedor no Registro Pblico de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeao dos atuais administradores;VI a relao dos bens particulares dos scios controladores e dos administradores do devedor;VII os extratos atualizados das contas bancrias do devedor e de suas eventuais aplicaes financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituies financeiras;VIII certides dos cartrios de protestos situados na comarca do domiclio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;IX a relao, subscrita pelo devedor, de todas as aes judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.

Deferimento da Recuperao Judicial Art. 52O juiz defere o processamento do pedido da RJ, autorizando o prosseguimento para as prximas fases.

Art. 52. Estando em termos a documentao exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferir o processamento da recuperao judicial e, no mesmo ato:I nomear o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei;II determinar a dispensa da apresentao de certides negativas para que o devedor exera suas atividades, exceto para contratao com o Poder Pblico ou para recebimento de benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, observando o disposto no art. 69 desta Lei;III ordenar a suspenso de todas as aes ou execues contra o devedor, na forma do art. 6odesta Lei, permanecendo os respectivos autos no juzo onde se processam, ressalvadas as aes previstas nos 1o, 2oe 7odo art. 6odesta Lei e as relativas a crditos excetuados na forma dos 3oe 4odo art. 49 desta Lei; IV determinar ao devedor a apresentao de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperao judicial, sob pena de destituio de seus administradores;

V ordenar a intimao do Ministrio Pblico e a comunicao por carta s Fazendas Pblicas Federal e de todos os Estados e Municpios em que o devedor tiver estabelecimento. 1oO juiz ordenar a expedio de edital, para publicao no rgo oficial, que conter:I o resumo do pedido do devedor e da deciso que defere o processamento da recuperao judicial;II a relao nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificao de cada crdito; III a advertncia acerca dos prazos para habilitao dos crditos, na forma do art. 7o, 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeo ao plano de recuperao judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. 2oDeferido o processamento da recuperao judicial, os credores podero, a qualquer tempo, requerer a convocao de assembleia-geral para a constituio do Comit de Credores ou substituio de seus membros, observado o disposto no 2odo art. 36 desta Lei. 3oNo caso do inciso III docaputdeste artigo, caber ao devedor comunicar a suspenso aos juzos competentes. 4oO devedor no poder desistir do pedido de recuperao judicial aps o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovao da desistncia na assembleia-geral de credores.

Suspenso e Modificao dos Efeitos das Obrigaes efeitos da Recuperao Judicial - Art. 6Art. 6: A decretao da falncia ou o deferimento do processamento da recuperao judicial suspende o curso da prescrio e de todas as aes e execues em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do scio solidrio.Prescrio: No seu caput, afirma que a decretao da falncia ou o deferimento do processamento da recuperao judicial suspende o curso da prescrio e de todas as aes e execues em face do devedor regra, esta, que no absoluta.

No h paralisao automtica automatic stay para que se suspendam as execues de que trata o art.6 preciso que o juiz defira o processamento da recuperao judicial.

No se suspendem, nem se interrompem os prazos decadenciais - h entendimento na jurisprudncia que afirma que, embora a natureza de usucapio seja de prazos, eles no so suspensos com a decretao da falncia e da recuperao (STJ 2.136-SP/1992). Tambm no se suspende a prescrio relativa a obrigaes em que o devedor falido ou em recuperao seja o credor.

Os prazos de prescrio que podem ser suspensos so os do processo de execues contra quem pede a RJ, e no os processos em que quem pede a RJ exequente.

Excees regra de suspeno das aes e execuesPodem prosseguir, mesmo com o deferimento do processamento da recuperao judicial: as aes nas quais se demanda quantia ilquida execues trabalhistas execues fiscais execues relativas a crditos executados, como credores com crdito garantido por alienao ou cesso fiduciria, ou credores de adiantamento de contrato de cmbio.

As execues e aes contra fiadores e avalistas, segundo o entendimento do STJ, podem prosseguir, pois, caso fossem tambm suspensas, o processo de recuperao judicial estaria beneficiando quem no est no processo.Um dos efeitos na recuperao judicial a equalizao de crditos. preciso que, na data da decretao da falncia, venam antecipadamente todas as dvidas e todos os valores so considerados no mesmo dia. Da mesma maneira, ocorre a recuperao judicial. Os valores dos crditos apurados podem ser habilitados at a data da decretao da falncia, por conta da equalizao. Na recuperao judicial, a equalizao serve para saber quantos votos cada credor tem na assembleia.

Todos os crditos existentes na data do pedido, ainda que no vencidos e lquidos, esto sujeitos recuperao judicial. No havendo previso no plano, o credor receber seu crdito na forma com originariamente convencionou.

Todos os crditos que vo vencer em momento posterior sero cumpridos conforme o plano. Deve-se, de igual maneira, equalizar os crditos na data do pedido da recuperao para que eles sejam classificados para fins de votao em assembleia.

Art. 6, 4: na recuperao judicial, a suspenso de que trata o caput desse artigo em hiptese nenhuma exceder o prazo improrrogvel de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperao, restabelecendo-se aps o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas aes e execues, independentemente de pronunciamento judicial. O prazo improrrogvel uma tentativa de tramitao rpida de processo. Porm, a jurisprudncia comeou a observar que existem casos que no conseguem chegar nos 180 dias previstos no artigo (por exemplo, em cidades com vara nica s vezes, sem juiz). Esse prazo s aplicado se o devedor deu causa ao retardamento.

Fases da RJ Fase Deliberativa

Nessa Fase, discutido e aprovado um plano de recuperao (art. 53) apresentado pelo devedor em juzo no prazo improrrogvel de 60 dias da publicao da deciso que deferir o processamento da recuperao judicial, sob pena de convolao em falncia.

Art. 53. O plano de recuperao ser apresentado pelo devedor em juzo no prazo improrrogvel de 60 (sessenta) dias da publicao da deciso que deferir o processamento da recuperao judicial, sob pena de convolao em falncia [...]

Plano de Recuperao Meios para recuperar a empresaArt. 53. O plano de recuperao [...] dever conter:I discriminao pormenorizada dos meios de recuperao a ser empregados e seu resumo.O legislador enumerou um rol de meios de que o devedor poder lanar mo dentro de seu plano de recuperao judicial, e eles podem ser utilizados de maneira individual ou cumulativa. Essa lista no taxativa.No prximo slide, segue a lista de meios de recuperao.

Lista exemplificativa de meios I concesso de prazos e condies especiais para pagamento das obrigaes vencidas ou vincendas; II ciso, incorporao, fuso ou transformao de sociedade, constituio de subsidiria integral, ou cesso de cotas ou aes, respeitados os direitos dos scios, nos termos da legislao vigente: Separao da empresa boa da ruim. A criao de uma subsidiria integra faz com que se transfira os bens para evitar a penhora sobre eles, para operar no mercado e ser capaz de pegar crditos.III alterao do controle societrio;IV substituio total ou parcial dos administradores do devedor ou modificao de seus rgos administrativos; V concesso aos credores de direito de eleio em separado de administradores e de poder de veto em relao s matrias que o plano especificar;VI aumento de capital social; VII trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive sociedade constituda pelos prprios empregados;

VIII reduo salarial, compensao de horrios e reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva; Conforme deciso do STF, a manuteno dos empregos prevalece sobre a manuteno do salrio. H a possibilidade de demitir todos os funcionrios e contrat-los de novo com um salrio menor. IX dao em pagamento ou novao de dvidas do passivo, com ou sem constituio de garantia prpria ou de terceiro; X constituio de sociedade de credores: Sociedade de credores passa a ser a proprietria dos ativos ou a arrendatria do estabelecimento XI venda parcial dos bens; XII equalizao de encargos financeiros relativos a dbitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuio do pedido de recuperao judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crdito rural, sem prejuzo do disposto em legislao especfica: equalizao de encargos financeiro a alterao dos critrios de juros. XIII usufruto da empresa; XIV administrao compartilhada; XV emisso de valores mobilirios: caso ogx. Emisso de valores mobilirios XVI constituio de sociedade de propsito especfico para adjudicar, em pagamento dos crditos, os ativos do devedor:

Trava BancriaA trava bancria uma espcie de garantia de crdito bancrio que consiste na transferncia de direitos de recebveis em favor da instituio financeira credora. O devedor deposita um valor como garantia do crdito em uma conta sob a administrao da instituio financeira, que tem o direito de apropriar-se do valor em caso de mora. um dos tipos de garantias mais seguras para o credor atualmente.A Lei 11.101/05 estabelece em seu artigo 49, 5 que tais garantias no se submetem aos efeitos da recuperao judicial.

.Por que a trava bancria pode ser executada e outras garantias so suspensas? Esse dispositivo justificado pelo fato de que a empresa depende de crdito para continuar suas atividades e as instituies financeiras so facultadas a conced-lo. Portanto, em nome da preservao da empresa como fonte produtora, a lei d preferncia a esse tipo de garantia, dando segurana s instituies financeiras e, consequentemente, facilitando o acesso ao crdito por parte da empresa em recuperao.

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Assembleia Geral de CredoresO poder da assembleia geral no decisrio, no se sobrepondo ao jurisdicional. Isto pois, devido ao curso natural de funcionamento da assembleia, principalmente em havendo grande nmero de credores, traria litgios interminveis. Isto, porque na assembleia de credores busca-se a proteo de interesses individuais, assim, por se tratar de interesses conflitantes a palavra final ser sempre a do Estado, atravs do provimento jurisdicional.

AGC - ConvocaoA lei determina que a Assembleia Geral de Credores seja convocada pelo juiz, atravs de edital publicado no rgo oficial e em jornais de grande circulao nas localidades da sede e filiais, com antecedncia mnima de 15 dias, devendo constar: local, data e hora da assemblia em 1 e em 2 convocao, devendo a 2 convocao ser realizada com interstcio mnimo de 5 dias da 1.

Quando os Credores convocam a AssembleiaOs credores podero requerer a convocao de assemblia-geral para:I. Constituio do comit de credores ou substituio de seus membros;II. Para que o devedor possa desistir da recuperao judicial depois de deferido o seu processamento;III. O juiz convocar assembleia-geral se houver objeo de qualquer credor ao plano de recuperao;IV. Quando afastar o devedor da administrao da empresa em recuperao e nomear gestor para prosseguir na administrao;

V. Sendo decretada a falncia, se o juiz entender conveniente, poder determinar a convocao da assembleia-geral;VI. Qualquer modalidade de realizao do ativo demanda convocao da assembleia;VII. H tambm a possibilidade de credores que representam 25% do valor total dos crditos de determinada classe, requererem ao juiz a convocao de assembleia-geral, mesmo que no se trate dos casos expressamente previstos em lei.

A assembleia ser presidida pelo administrador judicial, que contar com o auxlio de um secretario escolhido dentre os credores presentes.Todas as deliberaes tomadas na Assembleia Geral devem ser reduzidas a termo em ata que conter os nomes dos presentes, bem como a assinatura do presidente, do devedor e de dois membros de cada uma das classes votantes, devendo ser entregue ao juiz, juntamente com a lista de presena, no prazo de quarenta e oito horas.A Lei de Recuperao de Empresas prev, que quaisquer deliberaes tomadas pelos membros da AGC, respeitadas as devidas prescries legais, inclusive com a homologao do ato deliberativo por parte do juiz, tornar-se-o de natureza obrigatria para todos os credores, abarcando inclusive aqueles que no participaram da assembleia.

Hipteses de Convolao em Falncia Art. 73 Art. 73. O juiz decretar a falncia durante o processo de recuperao judicial: I por deliberao da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II pela no apresentao, pelo devedor, do plano de recuperao no prazo do art. 53 desta Lei; III quando houver sido rejeitado o plano de recuperao, nos termos do 4o do art. 56 desta Lei; IV por descumprimento de qualquer obrigao assumida no plano de recuperao, na forma do 1o do art. 61 desta Lei.

Pargrafo nico. O disposto neste artigo no impede a decretao da falncia por inadimplemento de obrigao no sujeita recuperao judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prtica de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei.

.O processo de recuperao judicial ser convolado em falncia pelo juiz em algumas situaes:

-Por deciso da assembleia geral de credores quando estes considerarem invivel o plano de recuperao judicial apresentado. A deciso pela decretao da falncia dever ser aprovada por credores que representem mais da metade dos crditos no plano de recuperao e por mais da metade dos credores presentes na assembleia, cumulativamente.

.- Por no apresentao do plano tempestivamente. O administrador tem o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperao judicial. No apresentado o plano nesse prazo, o juiz poder decretar a falncia.- Por rejeio do plano pela assembleia. Entretanto, ainda que haja a rejeio do plano, o juiz pode conceder a recuperao se preenchidos os requisitos previstos no art. 58, 1 (cram down).- Por descumprimento das obrigaes previstas no plano, evidenciando que uma vez aprovado, deve ser seguido rigorosamente.- Por incidncia das hipteses gerais de decretao da falncia, previstas no art. 94, mesmo se a obrigao descumprida no esteja no plano.

O Processamento da Recuperao JudicialApresentado o plano, haver o prazo de 30 dias para objees, contados da publicao da relao de credores do administrador judicial. Art. 55. Qualquer credor poder manifestar ao juiz sua objeo ao plano de recuperao judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicao da relao de credores de que trata o 2o do art. 7o desta Lei. Pargrafo nico. Caso, na data da publicao da relao de que trata o caput deste artigo, no tenha sido publicado o aviso previsto no art. 53, pargrafo nico, desta Lei, contar-se- da publicao deste o prazo para as objees.

.Havendo objeo, ser convocada a assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano. A assembleia poder propor alteraes ao plano, que ser efetivamente alterado somente com a expressa concordncia do devedor e se a alterao no prejudicar os credores ausentes.Art. 56. Havendo objeo de qualquer credor ao plano de recuperao judicial, o juiz convocar a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperao. (...) 3o O plano de recuperao judicial poder sofrer alteraes na assembleia-geral, desde que haja expressa concordncia do devedor e em termos que no impliquem diminuio dos direitos exclusivamente dos credores ausentes. 4o Rejeitado o plano de recuperao pela assembleia-geral de credores, o juiz decretar a falncia do devedor.

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Haver a apresentao de certido negativa tributria pelo administrador, aps aprovado o plano ou no havendo objees.Art. 57. Aps a juntada aos autos do plano aprovado pela assembleia-geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeo de credores, o devedor apresentar certides negativas de dbitos tributrios nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Cdigo Tributrio Nacional.Concesso da recuperao: respeitados outros requisitos legais, o juiz conceder a recuperao judicial ao devedor cujo plano for aprovado pela assembleia ou a ele no forem apresentadas objees. Importante salientar que no cabe ao juiz examinar o mrito do plano, e sim apenas fazer um controle de legalidade Art. 58. Cumpridas as exigncias desta Lei, o juiz conceder a recuperao judicial do devedor cujo plano no tenha sofrido objeo de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.

.Novao das obrigaes: concedida a recuperao, haver a novao dos crditos anteriores ao pedido, obrigando-se o devedor e os credores nos termos do plano.Art. 59. O plano de recuperao judicial implica novao dos crditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuzo das garantias, observado o disposto no 1o do art. 50 desta Lei.

A Questo das Dvidas TributriasConforme previsto no artigo 57, um dos requisitos necessrios para a concesso da recuperao seria a apresentao de certido negativa de dbitos tributrios. Entretanto, verificou-se que isso era invivel na prtica, pois quase toda empresa em crise estava em dvida com o fisco.Diante do impasse, o STJ passou a desconsiderar a literalidade do artigo 57 e a declarar desnecessria a apresentao da certido negativa.

.Em 12.11.2014, com o surgimento da Lei 13.043, a situao mudou. A Lei permitiu que as empresas parcelassem seus dbitos tributrios em at 84 vezes, de maneira que a demonstrao do incio do parcelamento passou a ser exigido como requisito da concesso da recuperao judicial.Problema da Lei: o parcelamento s poderia ser efetivado em relao a dbitos sobre os quais a empresa devedora no estivesse recorrendo judicialmente. Dessa forma, a Lei apenas resolve o problema para aquelas empresas que no possuem dbitos controvertidos, permanecendo o impasse quanto s outras. Alm disso, resta a dvida de como proceder em caso de inadimplncia do parcelamento, j que o fisco no poderia pedir a falncia.

Extino do Processo de Recuperao Art. 63 Art. 63. Cumpridas as obrigaes vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretar por sentena o encerramento da recuperao judicial e determinar: I o pagamento do saldo de honorrios ao administrador judicial, somente podendo efetuar a quitao dessas obrigaes mediante prestao de contas, no prazo de 30 (trinta) dias, e aprovao do relatrio previsto no inciso III do caput deste artigo; II a apurao do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; III a apresentao de relatrio circunstanciado do administrador judicial, no prazo mximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execuo do plano de recuperao pelo devedor; IV a dissoluo do Comit de Credores e a exonerao do administrador judicial; V a comunicao ao Registro Pblico de Empresas para as providncias cabveis.

.O processo de recuperao judicial ser extinto quando cumpridas todas as obrigaes previstas no plano cujas datas de vencimento sejam de at dois anos depois da homologao da recuperao. Nesse momento, o administrador dever prestar contas e apresentar relatrio. Aprovadas as contas e o relatrio, ser devido o pagamento de seus honorrios. Tambm haver a dissoluo do Comit de Credores, a exonerao do administrador e a comunicao do Registro Pblico de empresas, para que que mude a situao do devedor como no mais em recuperao.Importante salientar que o fim do processo de recuperao no significa que a empresa saiu da situao de crise, e sim apenas que as obrigaes do plano foram cumpridas e o devedor poder voltar a gerenciar a sua atividade empresarial com plena autonomia.