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http://www.buzzmedia.pt/artigosdeopiniao/139/luisrasquilha/naopodemosmudaro passadomasdevemosolharofuturo LUÍS RASQUILHA - CEO DA AYR WORLDWIDE Não podemos mudar o passado, mas devemos olhar o futuro Começo o primeiro artigo do ano escrevendo da praia de Fortaleza, onde tive a sorte de passar o réveillon, e escrevo este artigo na madrugada do dia 1, após os festejos pela chegada de mais um ano, embora ele só seja publicado depois dessa data, mas entendi pelo simbolismo que acarreta fazê-lo ainda no rescaldo dos festejos. Em todos os lugares do mundo nesta mesma data renovam-se desejos, fazem-se afirmações de mudança, usam-se expressões mais ou menos clichés, mais ou menos conhecidas: “desta vez é que é”, “ano novo, vida nova”, “agora vai ser diferente”, etc., etc., etc., sempre com o objetivo de reenergizar, oxigenar e recuperar as energias para mais uma jornada de 12 meses. A vida não pára e precisamos recarregar baterias, sendo este um excelente momento para tal, junto de amigos, família, ... Não que critique as expressões usadas por todos para dar força a seus desejos, saúdo até a boa vontade que lhes dá origem (além do champanhe que dá uma ajuda), mas devo confessar que cada vez que mais uma efeméride destas passa mais céptico sou no que toca à verdadeira vontade do ser humano em fazer diferente. Se não pense: o que mudou de 2013 para 2014 na sua vida? Na sua empresa? No seu comportamento? Será que a lista dos desejos, suportados pelas 12 passas ou pelas 7 ondas (que também acabei de pular para o ano que se avizinha), foi integral, parcial ou meramente cumprida? Não sei o leitor, mas sei da minha lista. Não foi. Nem de perto... Onde eu quero chegar, perguntará? Normalmente utilizo este espaço que a Buzzmedia me cede para dar visões técnicas sobre empresas, negócios, ferramentas, visões de futuro. Mas porque estamos no inicio do ano, que se pretende (sempre) mais risonho, com saúde, paz e vendas, permitam-me a ousadia de propor uma reflexão diferente das habituais. Em vez de olharmos a vertente mais técnica, pensemos um pouco na vertente mais humana, mais emocional, aquela que sai do improviso, do momento, do desejo. Recebi várias mensagens de ano novo, de familiares, amigos, clientes e conhecidos. Respondi a todas mas uma ficou-me de inspiração para este primeiro artigo. Reproduzo-a como a recebi, sem nenhum pretensiosismo ideológico ou de qualquer outra índole, não conhecendo a fonte mas atrevendo-me a mesmo assim a retransmitir pelo seu carácter de reflexão que proporciona e o qual este momento é propicio: Quando 2014 começou, ele era todo seu. Todinho... Foi colocado em suas mãos. Você podia fazer dele o que quisesse. Era como um livro em branco e você nele podia colocar um poema, um pesadelo, uma blasfémia, uma oração, uma meta, uma decisão... Podia... Hoje não pode mais; já não é mais seu. É um livro já escrito. Concluído. Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes e você não poderá corrigi-lo. Estará fora do seu alcance. Portanto antes que 2014 termine reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado. Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo. E leia tudo... Tudo! Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo... E aquelas que você conheceu pessoas maravilhosas... Leia aquelas que você se divertiu fazendo o que mais gosta... Leia também as páginas que nunca gostaria de ter escrito. Não tente arrancá-las, seria inútil. Já estão escritas. Mas pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu e evitar rescrever as ruins. Esse é o segredo dos bons escritores (e dos bons profissionais acrescento eu). Para escrever o seu novo livro que acaba de chegar, novo, limpo, branco e seu... novamente... o qual você irá escrever pense bem, reflita... ele será escrito por você... pelas suas decisões, permissões, omissões vontades... Não olhe para trás. Já passou. Olhe para o que aí vem... só depende de si... Que 2015 seja o ano de escrever novas e maravilhosas histórias. Boa leitura e boa escrita. Até ao próximo artigo.

Não podemos mudar o passado, mas devemos olhar o futuro. BuzzMedia Jan 2015

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Page 1: Não podemos mudar o passado, mas devemos olhar o futuro. BuzzMedia Jan 2015

http://www.buzzmedia.pt/artigos-­‐de-­‐opiniao/139/luis-­‐rasquilha/nao-­‐podemos-­‐mudar-­‐o-­‐passado-­‐mas-­‐devemos-­‐olhar-­‐o-­‐futuro    

LUÍS RASQUILHA - CEO DA AYR WORLDWIDE

Não podemos mudar o passado, mas devemos olhar o futuro Começo o primeiro artigo do ano escrevendo da praia de Fortaleza, onde tive a sorte de passar o réveillon, e escrevo este artigo na madrugada do dia 1, após os festejos pela chegada de mais um ano, embora ele só seja publicado depois dessa data, mas entendi pelo simbolismo que acarreta fazê-lo ainda no rescaldo dos festejos. Em todos os lugares do mundo nesta mesma data renovam-se desejos, fazem-se afirmações de mudança, usam-se expressões mais ou menos clichés, mais ou menos conhecidas: “desta vez é que é”, “ano novo, vida nova”, “agora vai ser diferente”, etc., etc., etc., sempre com o objetivo de reenergizar, oxigenar e recuperar as energias para mais uma jornada de 12 meses. A vida não pára e precisamos recarregar baterias, sendo este um excelente momento para tal, junto de amigos, família, ... Não que critique as expressões usadas por todos para dar força a seus desejos, saúdo até a boa vontade que lhes dá origem (além do champanhe que dá uma ajuda), mas devo confessar que cada vez que mais uma efeméride destas passa mais céptico sou no que toca à verdadeira vontade do ser humano em fazer diferente. Se não pense: o que mudou de 2013 para 2014 na sua vida? Na sua empresa? No seu comportamento? Será que a lista dos desejos, suportados pelas 12 passas ou pelas 7 ondas (que também acabei de pular para o ano que se avizinha), foi integral, parcial ou meramente cumprida? Não sei o leitor, mas sei da minha lista. Não foi. Nem de perto... Onde eu quero chegar, perguntará? Normalmente utilizo este espaço que a Buzzmedia me cede para dar visões técnicas sobre empresas, negócios, ferramentas, visões de futuro. Mas porque estamos no inicio do ano, que se pretende (sempre) mais risonho, com saúde, paz e vendas, permitam-me a ousadia de propor uma reflexão diferente das habituais. Em vez de olharmos a vertente mais técnica, pensemos um pouco na vertente mais humana, mais emocional, aquela que sai do improviso, do momento, do desejo. Recebi várias mensagens de ano novo, de familiares, amigos, clientes e conhecidos. Respondi a todas mas uma ficou-me de inspiração para este primeiro artigo. Reproduzo-a como a recebi, sem nenhum pretensiosismo ideológico ou de qualquer outra índole, não conhecendo a fonte mas atrevendo-me a mesmo assim a retransmitir pelo seu carácter de reflexão que proporciona e o qual este momento é propicio: Quando 2014 começou, ele era todo seu. Todinho... Foi colocado em suas mãos. Você podia fazer dele o que quisesse. Era como um livro em branco e você nele podia colocar um poema, um pesadelo, uma blasfémia, uma oração, uma meta, uma decisão... Podia... Hoje não pode mais; já não é mais seu. É um livro já escrito. Concluído. Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes e você não poderá corrigi-lo. Estará fora do seu alcance. Portanto antes que 2014 termine reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado. Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo. E leia tudo... Tudo! Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo... E aquelas que você conheceu pessoas maravilhosas... Leia aquelas que você se divertiu fazendo o que mais gosta... Leia também as páginas que nunca gostaria de ter escrito. Não tente arrancá-las, seria inútil. Já estão escritas. Mas pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu e evitar rescrever as ruins. Esse é o segredo dos bons escritores (e dos bons profissionais acrescento eu). Para escrever o seu novo livro que acaba de chegar, novo, limpo, branco e seu... novamente... o qual você irá escrever pense bem, reflita... ele será escrito por você... pelas suas decisões, permissões, omissões vontades... Não olhe para trás. Já passou. Olhe para o que aí vem... só depende de si... Que 2015 seja o ano de escrever novas e maravilhosas histórias. Boa leitura e boa escrita. Até ao próximo artigo.