48
1 FACULDADE MARECHAL RONDON COODERNAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS PROJETO INTEGRADO DE RECURSOS HUMANOS IV “A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NO SERVIÇO PUBLICO” MARCOS MARCELO SOARES Orientador: Profª. Especialista Benedita Josepetti Basseto Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Faculdade Marechal Rondon - São Manuel, para Obtenção do Título de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos. São Manuel 2010

A gestão de recursos humanos no serviço público

Embed Size (px)

Citation preview

1

FACULDADE MARECHAL RONDON COODERNAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE

RECURSOS HUMANOS

PROJETO INTEGRADO DE RECURSOS HUMANOS IV “A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NO SERVIÇO PUBLICO”

MARCOS MARCELO SOARES

Orientador: Profª. Especialista Benedita Josepetti Basseto

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Faculdade Marechal Rondon - São Manuel, para Obtenção do Título de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos.

São Manuel

2010

2

FACULDADE MARECHAL RONDON COODERNAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE

RECURSOS HUMANOS

PROJETO INTEGRADO DE RECURSOS HUMANOS IV

“A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NO SERVIÇO PUBLICO”

MARCOS MARCELO SOARES

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Faculdade Marechal Rondon - São Manuel, para Obtenção do Título de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos.

São Manuel

2010

3

SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO................................................................. 01

1.1 Objetivo............................................................................................. 03

1.2 Justificativa....................................................................................... 03

1.3 Metodologia...................................................................................... 04

CAPÍTULO 2: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................... 06

2.1 Modelos de Gestão Públ ica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

2.1.1 Administ ração Di reta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

2.1.2 Administração Indireta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

2.1.3 Fundações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

2.1.4 Sociedades de Economia Mista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 07

CAPÍTULO 3:A ADMISSÃO NO SERVIÇO PÚBLICO. . . . . . . . . . ........ 09

3.1 Seleção At ravés de Concursos Públ icos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

3.1.2 Recrutamento At ravés de Edi tal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 09

3.1.3 O Processo Selet ivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 09

3.1.4 A Convocação para Provas Práticas e Exames Psicológicos........ 11

3.1.5 Da classificação e Resultados Finais do Processo Seletivo........... 11

3.1.6 Da Contratação............................................................................... 11

CAPITULO 4: REGIMES DE CONTRATAÇÃO....................................... 13

4.1 Explanação........................................................................................ 13

4.2 Regime Trabalhista Regido pela C.L.T............................................. 13

4.2 Regime Regido Por Estatuto............................................................... 14

4

4.3 Regime de Contratação Especial........................................................ 15

4.4 Da Estabilidade do Servidor Público.................................................. 15

CAPITULO 5: O PLANO DE CARREIRA NO SERVIÇO PÚBLICO........ 18

5.1 Explanação........................................................................................ 18

5.2 Da Composição da Carreira.............................................................. 20

5.3 Estruturas dos Cargos....................................................................... 20

5.4 Os Níveis de Acesso Para Provimento em Cargo Público................ 21

5.5 Do Desenvolvimento.......................................................................... 23

5.6 Promoção Pelo Critério de Merecimento .......................................... 24

5.7 Da Progressão................................................................................... 26

5.8 Da Transposição................................................................................ 26

5.9 Da Ascensão...................................................................................... 27

5.10 Da Qualificação Profissional............................................................ 27

5.11 Considerações Finais do Plano de Carreira no Serviço Público.... 30

CAPÍTULO 6: MOTIVOS DE AFASTAMENTO DO SERVIDOR............. 31

6.1 Explanação........................................................................................ 31

6.2 Aposentadoria por Tempo de Serviço................................................ 31

6.3 Aposentadoria por Invalidez............................................................... 34

6.4 Pedido de Exoneração....................................................................... 36

6.5 A Demissão por Justa Causa............................................................. 37

CAPITULO 7: CONCLUSÃO.................................................................... 39

8.O BIBLIOGRAFIA.................................................................................. 42

5

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

No cenário dos Recursos Humanos nenhuma gestão é tão

intrigante e burocrática como a Gestão de Recursos Humanos no Serviço Publico.

Segundo Melo (2006), o excesso de burocracia seja ela

através de catalogação de documentos extremamente antigos e guarda de

documentos obsoletos, aliados á fatores como estrutura precária, falta de material

de consumo, verbas de manutenção irrisória, pessoal desmotivado devido à política

salarial praticada que na maioria das vezes não acompanha o valor dos salários e

das remunerações oferecidas no mercado privado, somatizado com a ausência de

um plano de carreira coerente e que em muitas cerceia a expectativa de elevo

profissional dos seus colaboradores, implicam em dificuldade da captação de

profissionais melhores capacitados, aumentando com isso o emprego de mão de

obra despreparada e inapta do ponto de vista estratégico para fazer do serviço

publico, um serviço com mais qualidade e presteza atendendo aos anseios das

necessidades da sociedade, Permitindo no máximo que os candidatos que buscam

o serviço publico o façam apenas por questões como estabilidade no emprego e

entre aspas “Status Social”, contribuindo assim com a precariedade do sistema que

já é burocrático e ultrapassado.

Situações como estas fazem do serviço publico segundo

dados do Ministério do Trabalho o setor mais complexo e que mais sacrifica e

penaliza os seus colaboradores.

É na contramão destes preceitos e das velhas premissas

praticadas até os dias de hoje, que a Gestão Moderna de Recursos Humanos no

6

Serviço Publico tem que se esforçar para minimizar os impactos causados nos

serviços governamentais prestados aos cidadãos.

Em nossos dias o desafio é fazer com que os poucos recursos

sejam melhores administrados, que através de novas estratégias e do uso das

novas tecnologias gestacionais disponíveis o trabalho neste setor se torne mais

agradável e menos maçante.

Em muitos dos casos, no entanto, podemos até mesmo afirmar

sobre o contraste que existe no serviço publico que muitas vezes possuem

tecnologia de ponta, e o que realmente falta é mão de obra qualificada e uma

política de treinamento e desenvolvimento adequada, seja através da oferta de

cursos profissionalizantes voltados aos colaboradores deste segmento, no sentido

de que estes se tornem aptos ao exercício e uso destas novas tecnologias, e na

oferta regular de ensino profissional focado na área pública para os elementos que

anseiam por uma carreira pública, no entanto a capacitação e conhecimento que na

maioria dos casos ocorre é a passagem de conhecimento prático que muitas vezes

é ministrado por elementos também desqualificados aumentando assim a falta de

qualidade do serviço prestado ao cidadão, ou seja, “É como cegos guiando outros

Cegos”, fatos como estes, meramente mascaram o problema, inviabilizando assim o

desenvolvimento profissional dos elementos que por ela laboram. Não desprezamos

a importância do conhecimento prático, no entanto entendo que a pratica deve

sempre vir acompanhada pela técnica, visto que os interesses públicos são

indisponíveis, ou seja, pertence a coletividade e devem ser geridos e trabalhados no

sentido de seu melhor aproveitamento, à bem de todos.

O desenvolvimento humano deve ser uma vertente, sim, um

desafio neste segmento, já que nunca se ouviu tanto falar em cursos técnicos e

7

superiores voltados única e exclusivamente para a gestão publica em todas as áreas

imagináveis, como nos dias de hoje.

Políticas de carreiras associadas a cursos específicos visando

à melhor qualificação das pessoas no sentido de proporcionar uma melhoria

sistemática na prestação dos serviços públicos já vêem sendo desenvolvidos no

sentido da capacitação dos funcionários públicos.

É neste sentido que o estudo deste trabalho seguira: buscando

alternativas para melhor aproveitamento do elemento humano no setor publico

através do desenvolvimento de pessoas, e da busca constante pelo

aperfeiçoamento contínuo.

1.1 Objetivo

Estudar os fundamentos, práticas, aspectos legais,

burocracia existentes em todas as áreas da Gestão dos Recursos humanos no

serviço público (que são muitas), dinâmica de trabalho, postura profissional e ética

dos profissionais da área e propor soluções viáveis para a melhoria da prestação

dos serviços ofertados pelo Poder Público seja na Educação, Saúde ou na

Segurança Publica.

1.2 Justificativa

Tendo em vista as incoerências, ausências de compromisso

dos administradores públicos, a falta de ética associadas muitas vezes às fraudes e

desmandos, cometidas por políticos corruptos que fazem do serviço publico o meio

pelo qual vislumbram a possibilidade de enriquecimento ilícito, em detrimento das

aspirações justas do povo, que é o verdadeiro mantenedor destes serviços e que

8

buscam muitas vezes através das ações do governo a solução de seus problemas e

conflitos sociais, cuja fonte em muitas vezes tem origem no próprio desmando

daqueles que deveriam ter pelo seu cargo o compromisso com o respeito e pela

ética, que deveriam ser emanadas por eles a favor do social.

Assim este trabalho que hora se apresenta se justifica pela

necessidade de se buscar o convencimento dos Gestores de Recursos Humanos

pela busca de soluções moralmente éticas, propor ajustes de conduta, buscar meios

lícitos para a desburocratização e agilizar processos gerenciais e administrativos em

prol daqueles, que em sendo menos favorecidos pela sorte, buscam como já bem

delineados, a satisfação de suas necessidades pessoais, quer fisiológicas, quer de

segurança, quer de saúde, com medidas que tornem razoáveis os motivos que

justifiquem o pagamento de seus impostos, que tem como principio o de garantir o

mínimo de condições subsistênciais aos mesmos, além, muito além de seus desejos

subjetivos e transcendentais das necessidades de respeito com o dinheiro público.

Dentre todas as justificativas que permeiam este trabalho, em

nossa leitura, entendemos como maior delas, o respeito pelo bem público, como

objetivo primaz, para a formação de caráter dos subordinados e na importância de

nossa participação na formação de caráter, convicção e opinião daqueles que

enquanto futuros gestores ou colaboradores públicos, possam entender que do fruto

do trabalho deles, vidas aguardam ansiosas pela excelência na prestação de um

serviço publico de qualidade para todos.

1.3 Metodologia

A Metodologia utilizada na composição neste trabalho se deu

através de Pesquisas bibliográficas.

9

Referente as pesquisas bibliográficas a serem utilizadas na

confecção deste trabalho, citamos alguns dos principais expert’s: Clezio Saldanha

dos Santos e Idalberto Chiavenato, entre outros, o primeiro por seu

conhecimento vivencial na área pública, o segundo por sua excelente exposição

intelectual.

10

CAPITULO 2: A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA

2.1 Modelos de Gestão Pública

Segundo Carvalho Filho (1998), Para entendermos como se

da a Gestão de Recursos Humanos no Serviço Publico, se faz necessário

entendermos como se dá a organização da administração pública do Brasil, que se

divide-se em Direta e indireta. A direta é composta por serviços integrados a

presidência da república e ministérios. A indireta é composta por entidades de

personalidade jurídica própria criadas por lei: autarquias, fundações públicas,

empresas públicas e sociedades de economia mista.

2.1.1 Administração Direta

Referente a Administração Direta, Carvalho Filho (1998),

aduz que estas são compostas, administradas ou geridas por Autarquias (Pessoas

Jurídicas de Direito Publico) administradas diretamente pela Presidência da

Republica Estados ou Municípios de modo geral prestam serviços diretamente

associados às necessidades e objetivos diretos das autarquias publicas no âmbito

administrativo com o objetivo de atender as demandas de serviços públicos

prestados ao publico. EX: Ministério da Justiça, Ministério do Trabalho, Secretaria

da Saúde, Secretaria da Segurança Publica etc.

2.1.2 Administração Indireta

Para Carvalho Filho (1998), A Administração Indireta é o

conjunto de pessoas administrativas de direito público , que, vinculadas à respectiva

11

Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas

de forma descentralizada ou seja nos locais e cidades onde estão inseridas. Elas

possuem como características comuns: Personalidade jurídica própria; Autonomia

administrativa; Patrimônio próprio; Vínculo aos órgãos da administração direta. EX:

Universidades Públicas, Hospitais, Creches, Escolas, etc.

2.1.3 Fundações

Segundo Clézio Saldanha (2006), existem dois Tipos de

Fundações as que são Pessoas Jurídicas de Direito Público (EX: Fundação Casa),

cujo ato de criação é estabelecido por lei, e as Fundações Publicas de Direito

Privado que embora a sua personalidade seja de direito privado, são criadas por

entes da administração publica indireta para atenderem diretamente as

necessidades da Federação, Estados ou Municípios. EX: FAMESP (Fundação Para

o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), cuja criação foi levada á efeito devido a

necessidade administrativa da Faculdade de Medicina da UNESP em descentralizar

sua administração, ainda mais.

No entanto as atividades das fundações só podem ser

desenvolvidas em atividades estatais que não sejam exclusivas da Federação,

Estados e Municípios. No caso em tela a FAMESP (Fundação Para o

Desenvolvimento Médico e Hospitalar), Não pode administrar o Hospital das Clínicas

da UNESP, mas apenas auxiliar neste processo.

2.1.4 Sociedades de Economia Mista

Para Clézio Saldanha (2006), as Sociedades de Economia

Mista ou de Capital Misto, são aquelas cuja fonte administrativa e financeira são

12

provenientes, em parte do Poder Público e em parte de Composição e Capital

Privado, são igualmente utilizadas para alcançar objetivos particulares e ao mesmo

tempo públicos. EX: Sabesp.

13

CAPITULO 3: ADMISSÃO DE COLABORADORES NO SERVIÇO PÚBLICO

3.1 Seleção através de concursos públicos

De acordo com a Constituição Federal Brasileira (1988), em

seu Artigo 37 “in totum”, a investidura de pessoas em cargos públicos, só é possível

através da aprovação em provas de concursos públicos ou de provas e títulos de

acordo com a natureza do cargo a ser preenchidos, salvo em caso de contratação a

titulo de Cargos de Comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, a

fim de atenderem as necessidades diretas das administrações.

3.1.2 Recrutamento através de edital

Segundo Informações ofertadas no site da Prefeitura

Municipal de Botucatu, em seus editais de concursos, o processo de recrutamento

de candidatos à cargos públicos se dá através edital de concurso público, que por

força de lei é publicado no Diário Oficial, da União, dos Estados e Municípios.

Devendo sua leitura e interpretação ser clara, simples e objetiva possibilitando assim

a fácil compreensão dos candidatos, deve conter histórico do cargo a ser

preenchido, nível de escolaridade, valores de taxas, aspectos legais envolvidos,

exigências de experiência ou de habilidades, exigência de documentação específica

para cada cargo e ou apresentação de títulos técnicos ou acadêmicos se os cargos

assim o exigirem, informar ao candidato valores de Salários e Remunerações, datas

de Inicio e término de Inscrições, datas de Provas e de divulgação de resultados

através de meios próprios, além de matéria de estudos que serão a base da

composição da prova e a validade dos concursos que são em geral de 2 anos.

14

3.1.3 O Processo Seletivo

A Constituição Federal Brasileira (1988), em seu artigo 37, é

quem dita o modelo de processo seletivo adotado e que deve serb utilizado em

Concursos Públicos , muito embora esse processo deixa muito a desejar, pois como

o próprio nome do processo diz o Concurso é Publico, ou seja, qualquer elemento

atendendo aos requisitos do referido edital de concurso, poderá livremente participar

e geralmente se investirá nos cargos aqueles elementos que apenas e tão somente

for classificado com a maior nota na prova escrita do referido concurso. Raríssimas

exceções Quando a investidura do candidato se dá por comprovação de porte de

títulos acadêmicos ou através de prova prática, ou ainda no caso de militares de

exame de capacidade Psicológica.

Quando dizemos que, os concursos de forma geral são

embora muito democráticos são muito pouco somatórios na questão qualificação e

competência profissional, este fato se dá justamente pela pouca qualificação dos

colaboradores que são investidos no serviço publico, que devido á fatores como

desemprego e auto custo de vida vêem no serviço publico a possibilidade de

estabilidade financeira e social. Sim, entendo que a qualificação profissional não

deve ser meramente uma variável no processo seletivo, mas uma regra, de forma a

garantir a prestação de Serviços Públicos de boa qualidade aos cidadãos.

Para Clézio Saldanha (2006), a mudança deste processo e

propositura de melhorias no mesmo deve ser uma constante na vida do Gestor de

Recursos Humanos, pois cabe a nós enquanto Gestores promover a contratação por

Competências e não meramente por atributos ou nível cultural e de escolaridade a

realização do concurso se dará através de empresas do segmento de Recursos

Humanos que forem as vencedoras de processo licitatório prévio, e que aplicaram

15

as provas e acompanharam todo o processo seletivo desde a publicação do edital

de concursos até a homologação final do resultado de classificação, não tendo esta

empresa responsabilidade direta na contratação do candidato cuja responsabilidade

será da autarquia para o qual o processo seletivo se deu.

3.1.4 A Convocação para Provas Práticas e Exames Psicológicos

Conforme dita a Constituição Federal Brasileira (1988), todo o

tipo de convocação deverá sempre ser precedido de convocação oficial que será de

antemão publicada nos Diários Oficiais da Federação, Estados e Municípios. Nestes

deveram conter em ordem de Classificação em provas objetivas o nome dos

candidatos habilitados na primeira fase das provas, prazo para interposição de

recursos que os candidatos julgarem possuírem, e data de divulgação do resultado

dos recursos.

3.1.5 Da classificação e Resultados Finais do Processo Seletivo

Segundo Diógenes Gasparini (2002), por força de lei, o

resultado e classificação final do processo seletivo deverão ser igualmente

publicados nos Diários Oficiais da Federação, Estados e Municípios em ordem de

Classificação, neste deverá constar o prazo para interposição de recursos que os

candidatos julgarem ter por defesa e que será único e inadiável, bem como o

resultado dos recursos.

3.1.6 Da Contratação

Ainda o Artigo 37 da Constituição Federal Brasileira (1988)

dita que as contratações somente serão homologadas dependendo das

16

necessidades do serviço e disposições legais a Contratação será levada a efeito

após ter totalmente findo o processo seletivo e homologada a lista por ordem de

classificação final, e por conveniência e necessidade de pessoal da autarquia, após

a apresentação dos documentos exigidos no edital e comprovação da autenticidade

dos mesmos, podendo esta se reservar ao direito de proceder à contratação quando

da necessidade real deste procedimento, por motivos diversos: falecimentos ou

aposentadorias de ocupantes de cargos ou ampliação e aumento de demanda de

serviços entre outras, lembrando que a classificação no concurso publico não obriga

a empresa ou autarquia pública da contratação de imediato do colaborador, mas

pode utilizar-se dos aprovados nos concursos referidos para a elaboração de lista de

espera por ordem de classificação para contratações posteriores para atender as

demandas de locação de mão de obra.

17

CAPITULO 4: REGIMES DE CONTRATAÇÃO

4.1 Explanação

Função Pública é o regime jurídico, a atribuição, encargo ou

competência, criadas por lei, para o exercício de determinada atividade de natureza

pública.

Convive-se no Brasil com diversas subdivisões da categoria

dos servidores públicos e muitas peculiaridades variam em face do regime jurídico

que incide sobre as respectivas relações do trabalho. Carvalho Filho (1998) entende

que “regime jurídico é o conjunto de regras de direito que regulam determinada

relação jurídica”.

No ordenamento jurídico pátrio têm-se os regimes:

Trabalhista, Estatutário, e Especial, A seguir serão conceituadas as espécies de

agentes públicos existentes em nosso ordenamento público.

4.2 Regime Trabalhista Regido pela C.L.T. (Consolidação das Leis do Trabalho)

Para Carvalho Filho (1998), Neste Regime são procedidas as

contratações de colaboradores contratados por tempo indeterminado ou aqueles

cuja contratação se dá por obra certa ou temporária, em ambos os casos exige-se a

prestação de concurso público para investidura.

Este sistema de contratação é amplamente utilizado em

Prefeituras Municipais, Fundações e Autarquias da Administração Pública Indireta

(Pessoas Jurídicas de Direito Público).

Esse regime é aquele constituído das normas que regulam a

relação jurídica entre o Estado e o empregado e está amparado na Consolidação

18

das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei nº 5.452, de 01/05/43), razão pela qual

essa relação jurídica é de natureza contratual em outras palavras esse regime

aquele constituído das normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e o

empregado.

Os servidores que exercem atividades típicas de Estado, em

virtude da essencialidade de suas atribuições e competências, não poderão ser

contratados pelo regime contratual (isto é, pela CLT) O regime desses servidores

será obrigatoriamente o estatutário. Porém, é necessário que haja definição em lei

ordinária sobre quais são as carreiras típicas de Estado.

4.2 Regime Regido Por Estatuto

Carvalho Filho (1998), Registra por oportuno, que o regime

estatutário é o conjunto de regras que regulam a relação jurídica funcional entre o

servidor publico, estatutário e o Estado.

São servidores públicos estatutários tanto os servidores

Efetivos (aqueles aprovados em concursos públicos), quanto os servidores

Comissionados ou de Provimento em Comissão (esses cargos detêm natureza de

ocupação provisória, caracterizados pela confiança depositada pelos

administradores em seus ocupantes, podendo seus titulares, por conseguinte, ser

afastados ad nutum, a qualquer momento, por conveniência da autoridade

nomeante. Não há que se falar em estabilidade em cargo comissionado).

Neste Regime quando se finda o mandato daquele que o

empossou, via de regra, finda-se também o vínculo da comissão, ficando a critério

do novo mandatário a permanência deste ou não.

19

Salienta-se que regras básicas desse regime devem estar

contidas em lei que possui duas características:

1º) Pluralidade normativa, indicando que os estatutos

funcionais são múltiplos.

2º) Natureza da relação jurídica estatutária. Portanto, não tem

natureza contratual, haja vista que a relação é própria do Direito Público.

4.3 Regime de Contratação Especial

Segundo Carvalho Filho (1998), O Regime Especial visa

disciplinar uma categoria específica de servidores: os servidores temporários. A

Carta Política remeteu para a lei a disposição dos casos de contratação desses

servidores.

Os Pressupostos do Regime Especial são: a Determinabilidade

temporal da contratação (prazo determinado), a Temporariedade da função; Casos

de Contratação por Obra Certa e a excepcionalidade do interesse publico que

obriga recrutamento (EX: Em Casos de Emergências Por Calamidades Públicas,

Desastres Ambientais e Desastres causados por forças da Natureza entre outros).

4.4 Da Estabilidade do Servidor Público

O direito à estabilidade encontra-se consagrado de forma

expressa no artigo 41, ‘caput’ da Constituição Federal Brasileira (1988), senão

vejamos:

São estáveis após 3 (três) anos de efetivo exercício os servidores

nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

20

Segundo Diógenes Gasparini (2002) o artigo 41 da Constituição

Federal de 1988, prevê, em defesa do servidor estatutário e no interesse público,

que são estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para

cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

Pode ser definido como a garantia constitucional de

permanência no serviço público, do servidor estatutário nomeado, em razão de

concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após transcurso do

estágio probatório de três anos. Vê-se que tal garantia é do servidor estatutário; não

é atributo do cargo. O autor conclui “nesses termos, somente se tem como

estabilizado o servidor estatutário que, simultaneamente, atende os requisitos do

artigo 41, caput e § 4° da CF”.

Segundo o Artigo 41 da Constituição Federal Brasileira (1988) e

Súmula 390 do Tribunal Superior do Trabalho - TST in verbis, consoante Diário da

Justiça de 20, 22 e 25/04/05;

Estabilidade – Celetista – Administração Direta, Autárquica ou Fundacional –

Empregado de Empresa e de Sociedade de Economia Mista.

I - o servidor público celetista da administração direta, autárquica ou

fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.

II – Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista,

ainda que admitido mediante a aprovação em concurso publico não é garantida a estabilidade

prevista no art. 41 da CF/1988.

Portanto o Servidor Público de Autarquia ou Fundação da

Administração Direta tem direito a estabilidade no emprego salvo em caso de

Contratação Especial ou Comissionada, como já bem salientado anteriormente por

conta da Temporariedade pré-fixada do contrato.

Não terão direito a estabilidade os trabalhadores regidos pela

C.L.T.; da Administração Indireta e de Empresas de Capital Misto.

21

Esta estabilidade, no entanto é relativa, pois poderá ser

quebrada à qualquer momento em caso de caracterizada a Culpa por Falta Grave,

Improbidade Administrativa, tendo por sua vez garantido o direito a ampla defesa do

empregado no período de instrução do competente processo administrativo.

Salvo quando da pratica de qualquer Crime ou Infração legal

com Sentença Transitada em Julgado, onde neste caso a quebra de estabilidade e

demissão por justa causa sumária é determinada de imediato, não cabendo neste

ultimo caso possibilidade de defesa do empregado demitido.

Conforme verbéra a Consolidação das Leis do Trabalho

(1943) em seu artigo Art. 482; Constituem justa causa para rescisão do contrato de

trabalho pelo empregador ou autarquia:

a) Ato de improbidade;

b) Incontinência de conduta ou mau procedimento,

c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem

permissão do empregador, e quando construir ato de concorrência à empresa para a

qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado,

caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

e) Desídia no desempenho das respectivas funções;

f) Embriaguez habitual ou em serviço;

g) Violação de segredo da empresa;

h) Ato e indisciplina ou de insubordinação;

i) Abandono de emprego;

22

j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço

contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso

de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) Ato lesivo de honra e boa fama ou ofensas físicas praticada

contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,

própria ou de outrem:

l) Prática constante de jogos de azar.

23

CAPITULO 5: O PLANO DE CARREIRA NO SERVIÇO PÚBLICO

5.1 Explanação

Segundo Melo (2006), A Instituição e Implantação do Plano

de Carreira no serviço público doravante designado como PCSP, se destina a regrar

o desenvolvimento funcional nos cargos públicos do quadro Permanente em

carreiras funcionais, fundamentado nos princípios de qualificação e habilitação

profissionais e do desempenho de atribuições, com a finalidade de assegurar a

continuidade da ação administrativa e o aprimoramento e eficiência do Serviço

Público seja ele Municipal, Estadual ou Federal e em contra partida assegurar a

oferta de salário condizente com a realidade do serviço ou autarquia frente as

necessidades do servidor, quer sejam de razões físicas, motivacionais ou

sociológicas.

Segundo Melo (2006), um plano de carreira bem definido com

propostas reais de ascensão profissional associado à uma política de cargos e

salários coerente, seria o ideal para a prestação de serviços públicos prestados ao

cidadão. Mas é sabido que isto é uma incógnita em se tratando de Serviço Público

no Brasil e muitas vezes tornam-se frustrante a elaboração e prática destes

preceitos vez que no serviço publico, o orçamento disponível pelas autarquias e pelo

estado propriamente dito, em muitas vezes é insuficiente para que o PCSP surta um

efeito satisfatório e garanta além de meramente de estabilidade no serviço público

ao servidor mas desenvolva nele a motivação tão necessária para a prestação de

serviços de qualidade garantidas aos cidadãos.

24

Com base nestes preceitos nos próximos tópicos propomos

um modelo de Plano de Carreira adequado para o Serviço Público e praticado pela

maioria maciça das autarquias públicas.

5.2 DA COMPOSIÇÃO DA CARREIRA

Para Melo (2006), as carreiras são organizadas em categorias

de cargos de provimento permanente, dispostas de acordo com a natureza

profissional e a complexidade das respectivas atribuições e responsabilidades.

Deverão compreender categorias de cargos do mesmo grupo profissional, reunidos

em segmentos distintos, de acordo com as habilitações ou qualificações

correspondentes exigidas para ingresso nos níveis de acesso pertinentes.

Devem ser estruturadas em categorias profissionais e

desdobradas em níveis de acesso, correspondentes às respectivas faixas de

vencimentos e graus de atribuições, responsabilidades e habilitação.

5.3 Estruturas dos Cargos

Para Clézio Saldanha (2006) existem algumas variáveis que

compõe as estruturas dos cargos:

Categoria - a divisão básica da carreira, reunindo os cargos

de mesma denominação e idêntica natureza, segundo os níveis de atribuições e

respectivas faixas de vencimento padrão e de acesso;

Nível: Grau de requisitos exigidos para acesso e provimento

do cargo, consoante sua complexidade, responsabilidades, atribuições e

habilitações ou qualificações, desdobrados em classes e padrões de

desenvolvimento funcional;

25

Classe: Referência alfabética que identifica o

desenvolvimento funcional através de promoção;

Padrão: Referência numérica que identifica o

desenvolvimento funcional através de progressão;

Promoção: O desenvolvimento horizontal do servidor

público, dentro de um mesmo nível,

mediante passagem de uma classe para a classe imediatamente superior, pelo

critério de merecimento;

Progressão: O desenvolvimento horizontal do servidor

público, dentro de um mesmo nível, mediante avanço de um padrão para o padrão

imediatamente seguinte, pelo critério de tempo de serviço;

Transposição: o desenvolvimento vertical do servidor

público, dentro de uma mesma categoria profissional, mediante passagem de um

nível para nível superior, pelo critério de habilitação ou qualificação profissionais

exigidos para o acesso correspondente; e

Ascensão: Desenvolvimento do servidor público mediante

passagem de uma determinada categoria profissional para outra distinta, mediante

concurso público de provas ou de provas e títulos.

5.4 Os Níveis de Acesso Para Provimento em Cargo Público

Segundo Clézio Saldanha (2006) os níveis compõem a

abrangência das técnicas e conhecimentos destacado ao longo da vida de cada

profissional e devem ser compostos pelo conjunto de suas competências assim ,

deve-se se destacar qualidades como perspicácia, Liderança, Empreendedorismo

para um modelo podemos estudamos o que segue:

26

Nível I - Compreende atribuições isentas de complexidade,

de rotina, sem qualificação específica, independente de grau de instrução, cujas

atividades são essencialmente manuais;

Nível II - Compreende atribuições de pouca complexidade,

geralmente de rotina, com qualificação mínima, alfabetizado, cujas atividades são

basicamente manuais;

Nível III - Compreende atribuições de complexidade básica,

normalmente de rotina, com qualificação própria e grau de escolaridade

correspondente ao 1º grau incompleto, cujas atividades são de caráter específico

mínimo;

Nível IV - Compreende atribuições de complexidade

mediana, habitualmente de rotina, com qualificação específica e grau de

escolaridade correspondente ao 1º grau completo, cujas atividades são de caráter

técnico básico;

Nível V - Compreende atribuições de maior complexidade,

geralmente de rotina, com qualificação específica e grau de escolaridade

correspondente ao 2º grau incompleto, cujas atividades são de caráter técnico

médio;

Nível VI - Compreende atribuições de complexidade

especializada, normalmente de rotina, com qualificação específica e grau de

escolaridade correspondente ao 2º grau completo, cujas atividades são de caráter

técnico superior;

Nível VII - Compreende atribuições de complexidade

especializada própria, habitualmente de rotina, com qualificação específica e grau de

escolaridade correspondente ao 2º grau completo em curso técnico de conteúdo

27

programático pertinente às atribuições, cujas atividades são de caráter técnico

superior especializado; e

Nível VIII - Compreende atribuições de complexidade

altamente especializada, eventualmente de rotina, com qualificação específica

própria e grau de escolaridade correspondente a curso superior pertinente às

atribuições, cujas atividades são de caráter técnico-profissional altamente

especializado.

Os Níveis serão diferenciados entre si pelas respectivas

faixas de vencimento padrões de acesso, progressivamente a partir de nível inicial,

até o nível final de acesso funcional, observados os limites mínimos e máximos

estabelecidos em lei.

Cada nível poderá conter subdivisões de categorias

profissionais, diferenciados entre si pelas respectivas faixas de vencimento padrão,

cada qual designada por código referencial próprio. As classes relativas às

promoção alcançadas serão diferenciadas entre si, através da evolução de

vencimentos, com uma variação percentual não cumulativa correspondente a seis

por cento entre cada classe, a partir da classe inicial até atingir a última classe de

desenvolvimento funcional. As classes serão designadas em ordem alfabética,

sendo cada letra o código referencial para cada classe correspondente, até a classe

final de desenvolvimento. Os padrões serão designados em ordem numérica, sendo

cada número o código referencial para cada padrão correspondente.

5.5 Do Desenvolvimento

Para a Constituição Federal Brasileira (1988) o

desenvolvimento do servidor público na carreira, na conformidade do retro elencado,

28

poderá se verificar mediante promoção, progressão, transposição e ascensão,

desde que com observância dos requisitos pertinentes a cada cargo.

5.6 O Promoção Pelo Critério de Merecimento

Segundo Melo (2006), dar-se-á a cada seis anos, com a

passagem meritória do servidor público de uma classe para a imediatamente

subseqüente, desde que atendidos pelo pretendente os pressupostos exigidos para

comprovação do merecimento, consubstanciados no seguinte:

A) Não somar no periodos de seis anos, três ou mais

penalidades de advertência;

B) Não sofrer no período acima, pena de suspensão

disciplinar;

C) Não completar mais de cinco faltas injustificadas

consecutivas ou mais de dez faltas injustificadas intercaladas, ao serviço, no referido

periodo;

D) Não somar mais de dez atrasos no início da jornada

laboral e/ou saídas antecipadas ao término da jornada laboral, por cada turno de

trabalho, no período supra;

E) Não infringir disposição de lei que expressamente comine

os efeitos da interrupção e/ou suspensão da contagem do tempo de serviço do

servidor público, ou sempre que o mesmo for enquadrado naquelas hipóteses em

que a lei expressamente estabeleça tal efeito interruptivo e/ou suspensivo;

F) Parecer favorável emitido por comissão paritária e

Homologação da Supervisão Hierárquica e devidamente publicado no Diário oficial

quer Municipal, Estadual ou da União .

29

§ 1º Suspendem a contagem do tempo de exercício no cargo

ou função para fins de promoção:

a) as licenças e afastamentos quando gozadas pelo servidor

público sem direito a remuneração; e

b) as hipóteses expressamente excludentes quando

determinadas em lei.

§ 2º A passagem do servidor público para nova classe

mediante promoção por merecimento, na hipótese deste artigo, dar-se-á no mês

subseqüente àquele em que for completado o periodo mínimo exigido, uma vez

atendidas as condições retro elencadas.

Alternativamente dar-se-á promoção por merecimento àquele

servidor público que comprovar a participação em curso de aperfeiçoamento e/ou

especialização em nível superior, reconhecidos e/ou credenciados pela

Administração, com duração igual ou superior a 200 horas/aula, em área com

conteúdo programático pertinente às atribuições do cargo ou função exercidos pelo

interessado no Serviço Público.

§ 1º A passagem do servidor público para a nova classe

mediante promoção por merecimento, na hipótese deste artigo, dar-se-á no mês

subseqüente àquele em que for comprovada a conclusão de cada um dos cursos

realizados, com resultado positivo.

§ 2º Na hipótese de promoção por merecimento prevista

neste artigo, o servidor público não estará limitado ao período mínimo de seis anos,

merecendo essa promoção a cada série ou curso concluído, conforme acima,

sujeitando-se entretanto, ao limite máximo de classes de desenvolvimento funcional.

30

§ 3º A passagem do servidor público para a nova classe,

quando observada a alternativa admitida neste artigo, somente se efetivará por

requerimento do interessado, sem qualquer efeito retroativo.

5.7 Da Progressão

Melo (2006), também aduz que o desenvolvimento do servidor

público mediante progressão pelo critério de tempo de serviço efetivo no cargo ou

função dar-se-á a cada três anos, com o avanço automático do servidor público de

um padrão para o imediatamente subseqüente, desde que atendidos os

pressupostos exigidos para a comprovação desse período mínimo.

§ 1º Interrompem e suspendem a contagem do tempo de

exercício no cargo ou função, para fins de progressão, quaisquer das causas

elencadas pelo artigo 10, no que couber e para todos os fins.

§ 2º A progressão por tempo de serviço, observados os

requisitos acima, com o avanço do servidor público para o novo padrão, terá

vigência no mês subseqüente àquele em que for completado o interstício mínimo

exigido, quando então lhe será concedido o avanço, automaticamente.

5.8 Da Transposição

Segundo Melo (2006), o desenvolvimento do servidor público

mediante transposição pelo critério de habilitação ou qualificação profissional, dar-

se-á com a passagem do servidor público de um nível para outro superior, uma vez

que venham a ser atendidos os pressupostos exigidos para acesso ao novo nível.

§ 1º O desenvolvimento mediante transposição somente

aproveita e pode ser concedido àqueles Servidores Públicos cujas respectivas

31

categorias profissionais possibilitem seu desdobramento em carreiras funcionais,

consoante elencadas em Lei, não sendo aplicáveis aos Servidores Públicos

detentores de cargos isolados.

§ 2º O acesso ao novo nível será automático, processando-

se sempre que o servidor público comprovar, documentalmente, a nova habilitação

ou qualificação profissional exigidas, desde que aceitas essas credenciais pela

Administração, que as poderá recusar justificada e fundamentadamente, dentro do

prazo de trinta dias, contados da respectiva entrega devidamente protocolada.

§ 3º Não poderá transpor de nível aquele servidor público que

não tenha o período mínimo de dois anos de efetivo exercício no nível primitivo, no

que couber.

5.9 Da Ascensão

Conforme verbera a Constituição Federal Brasileira (1988), O

desenvolvimento do servidor público mediante ascensão pelo critério de aprovação

em concurso público de provas ou de provas e títulos, dar-se-á com a passagem do

servidor público da sua categoria profissional para outra distinta da primitiva.

O ingresso do servidor público na nova categoria profissional,

uma vez atendidos os pressupostos retro enunciados, observará as normas legais

pertinentes, consoante prescrito em lei.

5.10 Da Qualificação Profissional

Para Carvalho Filho (1988), a qualificação profissional, como

base de valorização do servidor público, compreenderá programas de formação,

aperfeiçoamento ou de especialização profissionais, constituídos de segmentos

32

teóricos e práticos, voltados para os fins de aprimoramento do Serviço Público e de

desenvolvimento funcional desses Servidores Públicos.

A Administração, para assegurar a qualificação profissional

de seus Servidores Públicos, manterá, periodicamente, programas e cursos internos

de aperfeiçoamento e aprimoramento desses Servidores Públicos.

A qualificação profissional será planejada, organizada,

executada e aplicada pela Administração, ou outros órgãos públicos ou entidades

por ela credenciados, realizando-se de forma integrada às categorias e carreiras

funcionais, e atenderá quanto a:

A) Formação Inicial - preparação dos Servidores Públicos

admitidos por concurso público, para o exercício das atribuições dos cargos

correspondentes, transmitindo-lhes os conhecimentos teóricos e práticos

pertinentes, métodos, técnicas e regulamentos adequados, em grau compatível com

as necessidades básicas de eficiência, dedicação e correção no desempenho das

respectivas atribuições e responsabilidades;

B) Programas Regulares - aperfeiçoamento ou

especialização, objetivando a complementação e a atualização da formação inicial,

habilitando e qualificando os Servidores Públicos para o desempenho aprimorado

das atribuições inerentes à respectiva categoria funcional, cargo ou função

exercidos.

C) A Administração, mediante regulamentação própria, fixará

os meios, critérios, condições e demais elementos e pressupostos pertinentes aos

programas de qualificação profissional.

33

Para esses fins, poderá ser autorizado o afastamento de

Servidores Públicos, sem prejuízo da respectiva remuneração, ao critério da

Administração, para:

D) Freqüência a cursos de formação, aperfeiçoamento,

atualização ou especialização profissionais, inexistentes na região, desde que com

conteúdos programáticos idênticos aos cargos ou funções exercidos pelos

Servidores Públicos beneficiados;

E) Participação em seminários, congressos, encontros,

jornadas e outros eventos congêneres, pertinentes às categorias funcionais

integrantes do Serviço Público Municipal, desde que com conteúdos programáticos

idênticos aos cargos ou funções exercidas pelos Servidores Públicos beneficiados.

Mediante processo de seleção, e a critério da Administração,

poderão ser concedidas bolsas de estudos a Servidores Públicos, representadas por

auxílios pecuniários destinados a custear, total ou parcialmente, as despesas e

encargos em cursos de aperfeiçoamento e especialização profissionais, junto a

órgãos públicos ou entidades credenciadas pela Administração, observados:

a) Os cursos deverão ter conteúdos programáticos idênticos

aos cargos ou funções exercidos pelos Servidores Públicos beneficiados;

b) As bolsas de estudos somente poderão ser concedidas a

Servidores Públicos que contém com pelo menos três anos de efetivo exercício no

cargo;

c) As bolsas de estudos terão caráter eminentemente

temporário e precário, não se incorporando ou sendo consideradas para quaisquer

fins e efeitos na remuneração dos Servidores Públicos, e poderão ser suprimidas,

34

reduzidas ou canceladas a qualquer tempo ou título pela Administração, a seu

exclusivo critério, sem ensejar qualquer direito ou indenização;

d) Preferirão aos demais, aqueles servidores públicos que,

comprovadamente, não possuírem recursos próprios suficientes para o custeio

integral desses cursos.

A Administração, mediante regulamentação, fixará os meios,

critérios, condições e demais elementos e pressupostos pertinentes às bolsas de

estudos acima preconizadas, e à correspondente concessão.

5.11 Considerações Finais do Plano de Carreira no Serviço Público

O Planejamento do e execução do Plano de Carreira no

Serviço Público não poderá promover em hipótese alguma a ascensão profissional

de um colaborador em detrimento de outros, para Diógenes Gasparini (2002), o

plano de carreira no serviço público não deve ferir as leis de trabalho estabelecidas,

sejam elas pertinentes a CLT, Código Civil, entre outros, também deverá se ater a

Constituição Federal, dos Estados ou no casos de municípios das leis orgânicas

locais, sendo vedadas toda e quaisquer disposições em contrario, lembrando que

qualquer alteração de cargos deverá sempre ser homologada pela autoridade

máxima seja ela o Presidente da Republica, Governadores nos Estados e Prefeitos

Municipal ou a Qualquer Mandatário com Direitos e Poderes concedidos para tal

devendo ainda ser devidamente publicada nos Respectivos Diários Federal,

Estadual ou Municipal a que sejam pertinentes, para que possam surtir efeitos de

Direito.

35

CAPÍTULO 6: MOTIVOS PARA AFASTAMENTO DO SERVIDOR

6.1 EXPLANAÇÃO

Para a Constituição Federal Brasileira (1988) e Consolidação

das Leis do Trabalho (1943), Os Motivos que podem levar ao afastamento

temporário ou definitivo do servidor público são distintos, a saber:

A) Aposentadoria por Tempo de Serviço;

B) Aposentadoria por Invalidez;

C) Pedido de Exoneração;

Demissão por Justa Causa.

Nos Próximos parágrafos passaremos a discussão particular

de cada caso.

6.2 Aposentadoria por Tempo de Serviço

Segundo Melo (2006), desde a Constituição de 1988 já foram

aprovadas três emendas à Constituição (20/98, 41/03 e 47/05), com alterações

substantivas na previdência dos servidores públicos, conforme segue:

Antes da Emenda 20/98, as regras previdenciárias dos

servidores eram absolutamente simples. Além das aposentadorias compulsórias

(aos 70 anos) e por idade (aos 65 anos, os homens e aos 60, as mulheres), havia a

aposentadoria por tempo de serviço, que poderia ser proporcional ou integral, e as

aposentadorias especiais (professores, magistrados, etc).

As Aposentadorias Compulsórias segundo a Constituição

Federal Brasileira (1988) em suas emendas 20/98, 41/03 e 47/05 por idade e por

36

tempo incompleto (com 5 anos a menos de contribuição) eram sempre

proporcionais, enquanto a aposentadoria por tempo de serviço completo (35 anos

homem e 30 mulher) e as especiais, assim como a aposentadoria por invalidez

decorrente de acidente de trabalho ou moléstia profissional ou doença grave,

contagiosa ou incurável, eram integrais.

Com a Emenda 20, além da substituição do tempo de serviço

por tempo de contribuição, também passou a ser exigida idade mínima, tanto na

parte permanente do texto (artigo 40), quanto na regra de transição. No primeiro

caso, respectivamente, de 60 e 55 anos para homens e mulheres e, no segundo, de

53 e 48. Na regra permanente, válida somente para quem ingressou no serviço

público a partir da Emenda 20 (16/12/98), a aposentadoria perdeu a paridade e

passou a ser calculada com base na média das contribuições, além depender do

cumprimento dos requisitos de tempo de contribuição (35 anos para homem e 30

para mulher) e da idade mínima (60 anos homem e 55 mulher), exigências que

foram mantidas nas emendas 41 e 47. (artigo 1º, dando nova redação ao artigo 40

da Constituição).

Na transição prevista na Emenda 20, entretanto, as

exigências eram as seguintes:

Aposentadoria Proporcional: segundo a Constituição

Federal Brasileira (1988) em suas emendas 20/98, 41/03 e 47/0530 anos de

contribuição e 53 de idade, no caso dos homens, de 25 e 48 no caso da mulher,

acrescido de 40% sobre o tempo que faltava em 16/12/98 para completar o tempo

de contribuição. (artigo 9º, parágrafo 1º, Emenda 20).

Aposentadoria integral: segundo a Constituição Federal

Brasileira (1988) em suas emendas 20/98, 41/03 e 47/0535 anos de contribuição e

37

53 de idade, no caso dos homens, de 30 e 48 no caso da mulher, acrescido de 20%

sobre o tempo que faltava em 16/12/98 para completar o tempo de contribuição.

(caput artigo 9º), Além disto, o servidor que no dia anterior da vigência da Emenda

20 (16/12/98), tivesse completado o tempo de serviço para aposentadoria

proporcional ou integral, independentemente da idade, estava protegido pelo direito

adquirido, podendo fazer jus desse direito a qualquer tempo com base na legislação

da época. (artigo 3º da emenda 20) Nos três casos (aposentadoria proporcional,

integral e direito adquirido) o servidor terá direito à paridade plena, ou seja, fará jus a

todos os ganhos que forem assegurados aos servidores em atividade. (artigo 1º,

parágrafo 8º da Emenda 20).

A Emenda 41 aprofundou as mudanças da Emenda 20 ao

eliminar a aposentadoria proporcional, adotar o redutor na pensão, instituir o caráter

solidário e a contribuição dos aposentados e pensionistas, quebrar a paridade da

aposentadoria por invalidez, ampliar a idade mínima e o tempo de permanência no

serviço público como condição para faze jus à paridade e integralidade na regra de

transição, bem como instituir aposentadoria voluntária sem paridade e proporcional,

com exigência de pedágio sobre o tempo de contribuição exigido (35 e 30,

respectivamente homem e mulher) e idade mínima a partir de 53 anos para homem

e 48 para mulher, porém com redutor sobre cada ano que faltasse para completar,

respectivamente, 60 e 55, para aposentadoria sem paridade.

A partir de 31 de dezembro de 2003, data do inicio da

vigência da Emenda 41, desaparece a possibilidade de aposentadoria proporcional,

aquela concedida com cinco anos a menos no tempo exigido, respectivamente de 35

e 30 anos de homens e mulheres, desde que o segurado tivesse 53 ou 48, se

homem ou mulher. Apenas os servidores que já haviam preenchidos os requisitos

38

para obtenção desse direito poderão fazer uso dele a qualquer tempo com base nas

regras da emenda 20. (artigo 2º da emenda 41), As futuras pensões, antes

concedidas no mesmo valor das aposentadorias deixadas pelos servidores

falecidos, passam a sofrer um redutor de 30% sobre o valor que excedesse ao teto

do regime geral de previdência social a partir de vigência da Emenda 41. Em valores

de hoje (junho de 2008) o teto acima do qual incide o redutor é de R$ 3.038,99.

(artigo 1º, dando nova redação ao incisos I e II do parágrafo 7º do artigo 40 da

Constituição), A Emenda 41 também instituiu a contribuição dos aposentados e

pensionistas, no percentual de 11%, igualmente com incidência sobre a parcela dos

proventos que excedesse ao teto do regime geral, porém alcançando a todos e não

apenas aos que viessem a usufruir dos benefícios previdenciários mencionados

depois da vigência da referida emenda constitucional. (artigo 4º da Emenda 41).

6.3 Aposentadoria por Invalidez

Segundo Clézio Saldanha (2006) APÓS A EMENDA 41 a

aposentadoria por invalidez, antes integral quando decorrente de acidente em

serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, também

passa a ser proporcional, mas é menos perversa que a aposentadoria por invalidez

sem vinculação com trabalho ou doença. A primeira é calculada com base na média

das maiores contribuições, independentemente se muitas ou poucas, enquanto a

segunda corresponde à media simples da divisão dos 35 anos de contribuição

exigido do homem ou 30 da mulher pelo número de contribuições efetivas, reduzindo

drasticamente o valor do provento de quem tem pouco tempo de contribuição. (artigo

1º, dando nova redação ao inciso I do parágrafo 1º do artigo 40 da Constituição)

39

Além disto, as aposentadorias por invalidez,

independentemente do vinculo ou não com serviço e doenças, deixa de ser paritária,

passando a ser corrigido pelos índices que forem utilizados para reajustar os

benefícios do regime geral de previdência. Ou seja, além da redução no valor do

benefício, ele é desvinculado dos ganhos assegurados aos servidores em atividade.

Até a edição da MP 431, que incluiu o artigo 171 prevendo reajuste no mesmo índice

e data dos assegurados aos beneficiários dos INSS, essas aposentadorias estavam

congeladas, sem qualquer reajuste por falta de previsão legal. (Lei 10.887/04)

Ainda segundo Clézio Saldanha (2006), Outro requisito da

regra de transição da emenda 41, além da idade mínima (60 e 55 homem/mulher) e

do tempo de contribuição (35 e 30), foi a exigência de 20 anos de serviço público

para fazer jus às regras de transição que asseguram a integralidade e paridade.

Essa regra é válida apenas para os servidores que ingressaram no serviço público

até 31/12/03. (artigo 6º da Emenda 41).

Por fim, admitia a aposentadoria voluntária antes da nova

idade mínima (60 e 55 anos), sem paridade e proporcional, e desde que o servidor:

1) Tivesse ingressado no serviço público até 15.12.1998,

2) tivesse idade superior a 53 anos, no caso do homem, e 48,

no caso da mulher,

3) tivesse de 35 anos de contribuição ou 30 anos, se homem

ou mulher, mais pedágio de 20% sobre o tempo que faltava para cumprir essa

exigência em 16/12/98; 4) redutor de 3,5% para cada ano que faltava para a nova

idade mínima, para que completasse a idade até 31 de dezembro de 2005, ou de

5% de redutor para cada ano para aqueles que só viessem a completar a nova idade

mínima a partir de 1º de janeiro de 2006. (artigo 2º da Emenda 41).

40

A principal mudança introduzida pela Emenda 47 Segundo

Carvalho Filho (1998), foi a fórmula “95” para os homens e “85” para as mulheres,

por intermédio da qual permite que o servidor que ingressou no serviço público até

15/12/98 possa trocar o tempo de contribuição excedente por idade, desde que

comprovasse pelo menos 25 anos efetivos de serviço público.

O servidor que contasse mais de 35 de contribuição, se

homem, ou mais de 30 de contribuição, se mulher, poderia abater esse tempo

excedente na idade mínima, de tal sorte que a soma do tempo de contribuição com

idade somasse 95, no caso do homem, ou 85, no caso da mulher. O servidor nessa

situação fará jus a aposentadoria integral e com paridade.

Como para cada ano excedente na contribuição poderá

abater um na idade mínima, um servidor do sexo masculino, por exemplo, que

contasse com 38 anos de contribuição ele poderia aposentar-se aos 57 de idade, já

que a soma do tempo de contribuição com a idade atingiria a fórmula 95.

As mudanças previdenciárias no serviço público, como se vê,

foram muitas e complexas, lembrando ainda que os aposentados do regime

autárquico são vinculados ao sistema de previdência geridos pela União, Estado ou

Municípios sendo atrelados a Secretárias de Fazenda Pública da Instituição

respectiva.

As Aposentadorias levadas à termo sejam elas quais forem

devem ser homologadas pela autoridade hierárquica competente e após Publicada

no Diario Oficial respectivo seja ele da União, Estadual ou Municipal, para que

produzam os efeitos admitidos em direito.

6.4 Pedido de Exoneração

41

Segundo Carvalho Filho (1998), o fim da prestação de serviço

a pedido do servidor se processa de maneira bem simples, bastando à solicitação do

servidor por escrito indicando o desejo de ver findo seu vínculo com a autarquia

explicitando motivos (se houver) e logo após este feito o pedido é levado ao

supervisor hierárquico para a homologação e posterior ratificação da exoneração

pela autoridade máxima competente, seja ela o Presidente da República no caso de

funcionário publico federal, do Governador do Estado se funcionário publico estadual

ou finalmente pelo Prefeito Municipal em caso se funcionário público municipal,

findas estas fazes segue a referida notificação para a Imprensa Oficial para que seja

feita a devida publicação oficial do feito, para que surta seus efeitos legais.

6.5 A Demissão por Justa Causa

A Consolidação das Leis do Trabalho (1943) é quem dita as

regras para os casos de demissões por justa causa, quando da análise dos

processos demissionários dos empregados públicos, funcionários das empresas

públicas, sociedades de economia mista e com a nova ordem constitucional, ainda

aqueles funcionários da administração direta submetidos ao regime celetista.

Segundo Carvalho Filho (1998), Como já anteriormente bem

exposto os ditames que regem a demissão do servidor publico sejam em quaisquer

regimes são: a Prática de Crime ou Infração legal com Sentença Transitada em

Julgado, onde neste caso a quebra de estabilidade e demissão por justa causa

sumária é determinada de imediato, não cabendo neste ultimo caso possibilidade de

defesa do empregado demitido tampouco apoio jurisdicional do estado.

42

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (1943) em

seu artigo Art. 482; Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho

pelo empregador ou autarquia:

a) Ato de improbidade;

b) Incontinência de conduta ou mau procedimento,

c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem

permissão do empregador, e quando construir ato de concorrência à empresa para a

qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado,

caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

e) Desídia no desempenho das respectivas funções;

f) Embriaguez habitual ou em serviço;

g) Violação de segredo da empresa;

h) Ato e indisciplina ou de insubordinação;

i) Abandono de emprego;

j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço

contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso

de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) Ato lesivo de honra e boa fama ou ofensas físicas praticada

contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,

própria ou de outrem:

l) Prática constante de jogos de azar.

43

CAPITULO 7: CONCLUSÃO

No cenário político brasileiro são muitas as mazelas, os

entraves e obstáculos que tendem a dificultar mais e mais a Gestão de Recursos

Humanos no Serviço Público. E é na contramão destes verdadeiros paradigmas que

a Gestão dos Serviços Públicos especialmente na Gestão de seus Recursos

Humanos deverá primar pela excelência na administração e gestão de pessoas.

É do conhecimento de todos que o Serviço Público no Brasil

tem como único atrativo aos servidores a garantia de estabilidade relativa no

emprego que ele oferece.

Salários defasados, insumos e equipamentos inadequados,

pouco investimento em tecnologia, falta de respeito com o servidor e incertezas de

uma continuidade de uma administração eficaz, já que entra Mandatário e sai

Mandatário surgem novos modelos administrativos, uns que dão certo outros que só

limitam a capacidade funcional e eficácia dos serviços prestados ao cidadão, são

algumas das facetas trágicas que o serviço público oferece,

Outro fato que merece conotação em contraste com o alto

índice de analfabetismo no Brasil é a oferta pelo mercado de profissionais cada vez

mais qualificados e preparados para atuarem e fazer da prestação de serviço pública

cada vez mais técnica e científica e, no entanto encontrando neste a carência de

tecnologias que permitam a execução de suas atividades de acordo com a formação

que cada profissional tem condição de oferecer.

44

Fatos como estes são indicadores de que a Gestão de

Recursos Humanos nos dias atuais e no futuro, deverá se empenhar e primar pela

otimização e administração cirúrgica dos recursos públicos que cada vez são mais

escassos, seja por incapacidade política ou técnico administrativa dos mandatários

dos poderes públicos.

Sim, otimizar os recursos no sentido de através da utilização

racional pode-se dar suporte a implantação de novas tecnologias, buscar, garantir e

fazer uma administração, que vise a manutenção objetiva dos recursos e

investimentos públicos a fim de promover maior desempenho e obter melhores

resultados na prestação dos serviços dos servidores públicos, de forma a garantir

serviços de qualidade aos cidadãos, que pagam seus impostos e tributos e muitas

vezes senten-se frustrados, ao ver o fruto do erário publico, sendo mal administrado

e gerando por conseqüência uma péssima prestação de serviços ao cidadão

comum, que na maioria das vezes é quem sai mais lesado.

Podemos tomar como exemplos: O baixo salário praticado

pelo Sistema Público de Saúde que gera cada vez mais Médicos, Enfermeiros e

outros profissionais de saúde cada vez mais insatisfeitos e pouco motivados para o

atendimento da população. A Conseqüência disso: superlotação nos hospitais,

pacientes sendo atendidos nos corredores superlotados de prontos socorros,

pessoas morrendo sem atendimento de urgência. É certo que muitos destes

profissionais embora mal remunerados na maioria das vezes se esforçam

exacerbadamente em dar atendimento de qualidade aos cidadãos, mas muitas

vezes não são cobertos por recursos tecnológicos e financeiros para melhorar e dar

atendimento humanizado nos hospitais, fatores como estes tem que ser melhor

45

trabalhado pelas autoridades que são em muitas vezes são omissas na sua

administração.

E o que dizer da Segurança Pública que cada vez está sendo

mais sucateada, policiais mal remunerados recebendo em muitas vezes salários

baixos, aliados ao fator estresse causado pela alta dose de adrenalina e riscos

associados ao pouco investimento em equipamentos de ponta que garantam

melhores resultados em suas ações, isso sem falar das cadeias e presídios

superlotados que não garantem a recuperação de nenhum indivíduo.

Não podemos nos esquecer da Educação no país que tem

promovido um dos maiores índices de analfabetismo mundial. Os baixos e

vergonhosos salários ofertados aos professores da rede pública, a progressão

continuada que não permite que as crianças, jovens, adolescentes e adultos tenham

oportunidade de realmente aprender e se tornar mais cultos, visto que este sistema

se limita a oferecer no final do período escolar apenas e meramente um diploma ou

certificado que pouco o ajudará na conquista de um bom emprego que garanta a

subsistência das gerações futuras, fadando a maioria de nossas crianças e jovens à

um futuro incerto e até mesmo abrindo as portas da criminalidade para estes.

Sim, é neste sentido que os desafios que a Gestão de

Recursos Humanos nos Serviço Público deverá se focar: A busca da promoção de

melhor qualificação dos servidores, a busca de subsídios públicos que garantam um

salário e remuneração mais justa à todos os servidores de todas as áreas, o

desenvolvimento das competências e potenciais dos servidores visando a

otimização dos serviços públicos associados a um plano de carreira que viabilize o

desenvolvimento de interesse e motivação pessoal pelo trabalho, pois só assim,

46

através da busca incessante deste ideal, pelas futuras gerações de gestores deste

nosso Brasil, poderemos ter um País mais justo e digno para todos!

47

8.0 BIBLIOGRAFIA

CARVALHO FILHO,José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, Rio de

Janeiro, Editora Lúmen Júris ,1998.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos – Fundamentos

Básicos. São Paulo, Atlas S.A., 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de Janeiro, Campus, 1999.

DINIZ, Paulo de Matos Ferreira. Emendas à Constituição: tudo sobre a Reforma

Administrativa e as mudanças constitucionais – uma avaliação. Brasília: Brasília

Jurídica, 1998.

DIÓGENES GASPARARINI, Direito Administrativo, Editora Saraiva, São Paulo

2002.

DOS SANTOS,Clézio Saldanha. Introdução a Gestão Pública. São Paulo, Editora

Saraiva,2006.

MELO, Frederico Jorge Gouveia de. Admissão de Pessoal no Serviço Público:

procedimentos, restrições e controles. Belo Horizonte: Fórum, 2006. pg. 48/49.

48

COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, web site

Institucional: http://www.site.sabesp.com.br

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOTUCATU/SP, :web site Institucional:

http://www.botucatu.sp.gov.br.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, web site

Institucional: http://www.saude.sp.gov.br