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NOVOS TEMPOS O fim do Currículo POR ANDRÉ MEDEIROS Dependendo do nível de senioridade, da posição desejada, o currículo chega a ser completamente dispensável. Há tempos vemos dicas e mais dicas de como escrever um bom currículo. Profissionais de recursos humanos, empresas e sites especializados aparecem com fórmulas quase mágicas e infalíveis de como um bom currículo deve ser escrito. Alguns dizem que os recrutadores sabem se você mente quando escreve de um jeito, outros insistem em dizer: as 10 dicas infalíveis de como não errar ao escrever um currículo e outros dizem que você nunca deve colocar sua foto, ou que sim, deve-se colocar a foto. Há profissionais que cobram para “revisar” seu currículo e outros que apresentam “modelos” que servem como guias aceleradores para você conseguir seu próximo e melhor emprego. Mas, sejamos razoáveis, há muito tempo o currículo deixou de ser um item essencial na hora de mudar ou conquistar um bom emprego e dependendo do nível de senioridade da posição desejada, o currículo chega a ser completamente dispensável. Que os sites de recolocação profissional não me escutem, mas seus serviços estão seriamente comprometidos, caso não haja uma inovação urgente, assim como fez recentemente uma famosa rede social, que estabeleceu uma ferramenta pra que as pessoas conectadas umas as outras endossassem, ou não, suas respectivas proficiências em determinado tema. Em outras palavras, se você diz que é especialista em recursos humanos, finanças, planejamento estratégico, etc, então as pessoas conectadas a você podem confirmar isto, e quanto mais gente confirma, mais confiante passa a ser o que você escreve a seu respeito. Este é um jeito interessante de ter uma opinião mais segura sobre quem você diz ser e sobre suas habilidades, no entanto, ainda é um jeito muito primário de mostrar algum diferencial e realmente se fazer ouvir para o mercado.

O fim do currículo

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O que você vale não é o que você diz no currículo, mas o que o mercado diz sobre você.

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Page 1: O fim do currículo

NOVOS TEMPOS

O fim do CurrículoPOR ANDRÉ MEDEIROS

Dependendo do nível de senioridade, da posição desejada, o currículo chega a ser completamente dispensável.

Há tempos vemos dicas e mais dicas de como escrever um bom currículo.

Profissionais de recursos humanos, empresas e sites especializados aparecem com fórmulas quase mágicas e infalíveis de como um bom currículo deve ser escrito.

Alguns dizem que os recrutadores sabem se você mente quando escreve de um jeito, outros insistem em dizer: as 10 dicas infalíveis de como não errar ao escrever um currículo e outros dizem que você nunca deve colocar sua foto, ou que sim, deve-se colocar a foto.

Há profissionais que cobram para “revisar” seu currículo e outros que apresentam “modelos” que servem como guias aceleradores para você conseguir seu próximo e melhor emprego. Mas, sejamos razoáveis, há muito tempo o currículo deixou de ser um item essencial na hora de mudar ou conquistar um bom emprego e dependendo do nível de senioridade da posição desejada, o currículo chega a ser completamente dispensável.

Que os sites de recolocação profissional não me escutem, mas

seus serviços estão seriamente comprometidos, caso não haja uma inovação urgente, assim como fez recentemente uma famosa rede social, que estabeleceu uma ferramenta pra que as pessoas conectadas umas as outras endossassem, ou não, suas respectivas proficiências em determinado tema.

Em outras palavras, se você diz que é especialista em recursos humanos, finanças, planejamento estratégico, etc, então as pessoas conectadas a você podem confirmar isto, e quanto mais gente confirma, mais confiante passa a ser o que você escreve a seu respeito.

Este é um jeito interessante de ter uma opinião mais segura sobre quem você diz ser e sobre suas habilidades, no entanto, ainda é um jeito muito primário de mostrar algum diferencial e realmente se fazer ouvir para o mercado.

Page 2: O fim do currículo

O que você vale não é o que você diz, mas o que o mercado diz sobre você.

Pergunte a você mesmo: meus chefes anteriores endossariam o que eu escrevi no meu currículo?

A verdade sobre quem você realmente é e sobre o que fez

Outro dia estava procurando um profissional para uma vaga de consultor sênior para nossa empresa e após acessar inicialmente minha própria rede de relacionamentos (o que a grande maioria faz), recebi alguns currículos.

Um deles me chamou atenção especial pois as características, habilidades e experiências se encaixavam exatamente à vaga.

Como a principal habilidade para nosso ramo de negócio é a capacidade de estabelecer conexões, ou seja, habilidades interpessoais, a primeira coisa que pedi para este profissional foi o telefone de seu chefe anterior e do chefe do chefe. Depois fiz o mesmo, para o emprego anterior.

Por motivos simples e óbvios, por mais que você se esforce em dizer que tem habilidades interpessoais, não consegue expressar isso em um currículo, mesmo sendo um exímio escritor. Neste sentido, não pensei duas vezes, o que os superiores dissessem a

respeito deste profissional, confirmariam o que ele escreveu.

E para minha surpresa as quatro pessoas não endossaram o que ele havia com tanta habilidade escrito no currículo.

Você pode até dizer: não valeria uma entrevista para saber o outro lado da história? Sim valeria, desde que a avaliação dos quatro chefes anteriores não fosse unânime. Este profissional ainda está em um estágio muito aquém do exigido para a vaga. Ou seja, não adiantaria o que ele fosse falar, mas, sim o que o mercado disse sobre ele.

Por isto uma entrevista seria uma perda de tempo, tanto minha quanto dele.

Um bom profissional se preocupa continuamente sobre a marca que está deixando, sobre o legado de relações e principalmente sobre uma verdade inexorável: o que você escreve nas linhas da sua carreira é realmente a verdade que vale e não adianta você dizer que é bom, o mercado tem que dizer que você é.

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MAECENAS ALIQUAM MAECENAS LIGULA

NOSTRA, ACCUMSAN TACITI. SOCIIS NETUS

NON DUI CRAS.

André Medeiros é palestrante e Coach, formado pela Sociedade Brasileira de Coaching como Personal & Professional Coach e Líder Coach. Membro do Institute of Coaching Professional Association (ICPA), afiliado à Harvard Medical School.

Sócio da Advoco Brasil - consultoria para o desenvolvimento do universo jurídico.

advocobrasil.com.brfacebook.com/advoco

Então da próxima vez que você for escrever um currículo, coloque abaixo de cada habilidade ou experiência: Confirme com meu antigo superior no telefone xxx.

Isto chamará atenção de qualquer um que esteja procurando por um profissional com suas características.

Isto garantirá sua vaga? Obviamente que não, mas logo de saída mostrará um diferencial e segurança. E diferencial é o que realmente os recrutadores tentam encontrar em meio a uma oferta de empregos alta, como a que estamos vivendo atualmente.

No mundo do Direito isto é ainda mais importante e irrefutável, pois negócios jurídicos são sobre pessoas.

A Advocacia é um negócio de relacionamentos, por este simples motivo, você tem que se perguntar todos os dias: Estou mesmo construindo relações fundamentadas em confiança e, mais importante, minhas habilidades são realmente consistentes e expressadas em tudo o que faço?

Caso contrário, ou você está se enganando, ou enganando o mercado, ou adiando um desligamento.

E por falar em desligamento, um amigo empresário me disse que tem uma técnica infalível, ele pede permissão para gravar a entrevista de emprego e se algo der errado com o desempenho do profissional, meses e até anos depois, ele resgata a gravação e diz:

Está vendo? (literalmente), você não cumpriu com aquilo que prometeu no dia da sua entrevista de emprego e por isto está sendo desligado hoje.

Para que você não caia nesta situação vexatória, comece hoje mesmo a construir conexões mais maduras, agindo de forma proativa, criativa, automotivada, que se comunica bem, que inova os processos de trabalho, sempre atento ao que pode ser melhorado ou desenvolvido. E a cima de tudo, que aja com integridade em tudo o que faz.