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MUSICOTERAPIA E TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE) COM IMPACTO DIRETO NA GERONTOLOGIA Rui Marcelo Mendonça Perestrelo São Paulo 9 de dezembro de 2010 FACULDADE PAULISTA DE ARTES CURSO DE MUSICOTERAPIA

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Monografia de Marcelo Perestrelo - Bacharel em Musicoterapia pela Faculdade Paulista de Artes - Tema: Musicoterapia e traumatismo crânio encefálico (TCE) com impacto direto na gerontologia

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MUSICOTERAPIA E TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE) COM IMPACTO

DIRETO NA GERONTOLOGIA

Rui Marcelo Mendonça Perestrelo

São Paulo 9 de dezembro de 2010

FACULDADE PAULISTA DE ARTESCURSO DE MUSICOTERAPIA

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JUSTIFICATIVA

Observou-se o prontuário e relatórios de uma paciente, discutiu-se com a equipe multidisciplinar sobre sua evolução e notou-se uma importante melhora no quadro reabilitativo da paciente. Portanto, o trabalho se desenvolveu com os demais profissionais para se atingir o objetivo maior, que é a reabilitação e, investigar uma possível plasticidade neural.

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OBJETIVO

Reabilitação da paciente através do processo musicoterapêutico.

Estudar e analisar uma possível plasticidade neural

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O PORQUE DA REALIZAÇÃO DESSE TRABALHO

O interesse em observar uma paciente em algumas sessões de musicoterapia para iniciar um processo de reabilitação da mesma.

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ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO

O cérebro é quem comanda todas nossas atitudes.

Emoção Comportamento Cognição Ciclo de vigília

Sistema Nervoso (SN)

Sistema Nervoso Central (SNC)

Este sistema é iniciado já na sua concepção após o ato de fecundação.

Sistema Nervoso Periférico (SNP)

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ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO

SINAPSE

“O neurônio é formado por um corpo celular e dois tipos de prolongamentos: os dendritosdendritos, que trazem os estímulos até o corpo celular, e os axôniosaxônios, que levam o estímulo do corpo celular para longe dele.” (ZORZI, 2002, p.118).

As células nervosas são chamadas neurôniosneurônios, e permitem as transmissões dos estímulos

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MENINGES

Segundo Spence (1991), o SNC conta com a proteção das meninges, que produzem o líquor, denominado líquido cefalorraquidiano (LCR), e o fazem circular pelo mesmo. São em número de três: dura-máter,

aracnóide e a pia-mater.

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ESCUTA MUSICAL E SISTEMA NERVOSO

Essa explicação e explanação sobre a complexidade do sistema nervoso é, para dar início ao processo musical, possibilitando a escuta de todo e qualquer tipo de som, que nos é permitido perceber no meio

em que nos encontramos, até mesmo o silêncio.

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ESCUTA MUSICAL E SISTEMA NERVOSO

Segundo MUSZKAT et al. (2000), o produzir música, envolve áreas do sentimento, do sentir, percepções, comunicações, também norteia o psíquico que revela o processo perceptivo, afetivo e cognitivo.

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CÉREBRO E MÚSICA Portanto, como essa música chega até o nosso cérebro,

quais caminhos são percorridos e de que maneira são percebidas.

A relação entre cérebro e música ocorre de maneira intrínseca,

Cérebro capta ou entende a música

Informações e acontecimentos

Processados internamente

Percebidos e absorvidos do meio externo.

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CÉREBRO E MÚSICA

Como afirma Sacks (2007) em seus relatos sobre o canto e sua relação com a afasia em 1745 já existia evidências determinando

certo paciente que apresentava afasia grave e limitava-se em dizer, uma palavra apenas, no entanto, era capaz de cantar hinos se alguém

o acompanhasse.

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CÉREBRO E MÚSICA

As sonoridades possibilitam que essa escuta aconteça de forma harmoniosa, esse tipo de som penetra em nosso sistema auditivo,

promovendo a audição. Toda essa sonoridade é absorvida pela memória que é processada em

nosso dia-a-dia.

(informação em aula) Informação adquirida em aula expositiva no 7º semestre na disciplina de Foniatria com a Profª Juliana Farkas

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CÉREBRO E MÚSICA

Segundo BENENZON (1988), a importância da utilização do som é justificável nas patologias que comprometem o sistema nervoso, seja no campo psicológico ou orgânico, onde se estendem desde a psicose à deficiência mental ou afasias.

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A MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO

De acordo com CARVALHO & LOPEZ (1999), a musicoterapia em pacientes com TCE, compõe um dos eixos da reabilitação que objetiva uma capacitação na relação terapêutica, socialização, comunicação e recuperação da memória, um ajuste emocional e motor.

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A MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO

“O tratamento de reabilitação tem como princípio básico a palavra

estímulo, uma vez que a equipe envolvida deve avaliar as

capacidades residuais de cada paciente e, assim, estimular o potencial remanescente, nos âmbitos físico, emocional, intelectual e profissional”. (NASCIMENTO, 2009, p. 23).

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A MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO

Música

PACIENTE AFÁSICA

Movimento

Ferramenta para proporcionar uma aceitação do esquema corporal

E promover estímulo da comunicação verbal

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A MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO

Segundo NASCIMENTO (2009), a música propicia a expansão de redes neurais, transitando por regiões límbicas (emocionais, motoras e impulsivas) que proporcionam a reorganização das regiões cerebrais lesionadas, desempenhando as funções neurais em uma determinada área e posteriormente transferindo para outra.

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TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE)

Envolve vários tipos de problemas promovendo tipos diferentes de sequelas.

Segundo CAMBIER (1988), os sobreviventes de TCE, podem apresentar deficiências e incapacidades temporais ou permanentes. O TCE representa a principal causa de morte, em vítimas de acidente de trânsito, sendo uma das principais causas de morte principalmente em adultos.

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TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE)

INSEGURANÇA e VULNERABILIDADE

A música é benéfica para o tratamento.

“Todas as formas de doença ou handicap são classificadas atualmente como desordens e a música pode dar ao doente o sentido de ordem que significa para ele a segurança(...) (Alvin, 1974) (COSTA, 1989, p.35)

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TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE)

Segundo SPRINGER e DEUTSCH (1998), lesões neurológicas produzem as disfunções da fala e da linguagem denominadas afasia, que são divididas em duas categorias, afasia expressiva (motora) e a afasia receptiva (sensorial).

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MUSICOTERAPIA E TCE

Paciente com TCE, tem sequelas que comprometem suas habilidades, seus aprendizados e suas atividades. A musicoterapia tem por finalidade resgatar, através da música estas destrezas.

No início do tratamento é importante explicar à paciente quem você é, o que faz, e o que farão juntos, para ajudá-la no processo terapêutico que se desenvolverá de me maneira gradativa, elaborada, com objetivos e resultados a serem alcançados.

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DESCRIÇÃO DO CASO

A paciente, passou por um processo musicoterapêutico, no seu início, através de uma fixa de anamnse, foram observadas suas dificuldades e habilidades.

A cuidadora, uma senhora de 45 anos a acompanhava em período quase integral, axiliando nos afazeres como, preparar o seu banho, fazer compras, ler, dirigir, cantar músicas e tocar violino, pois a paciente antes do acidente era concertista, tocava violino e trabalhava como Engenheira civil.

CUIDADORA FOI APRENDER A TOCAR VIOLINO

RELATOS DIÁRIOS

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DESCRIÇÃO DO CASO

Craniectomia

A paciente aos sessenta e nove anos foi atropelada e teve 30% do cérebro retirado em cirurgia em 2003, ficou aproximadamente na UTI quase um mês em coma, depois permaneceu ainda sessenta dias na enfermaria e posteriormente obteve alta fazendo uso de cadeiras de roda e permanecendo ainda por seis meses no leito.

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DESCRIÇÃO DO CASO

Em 2007 encaminhada para atendimento de reabilitação, segundo a geriatra, diagnostico fechado, TCE e apresentou uma afasia, depressão, déficit de equilíbrio e memória.

A paciente foi encaminhada pela equipe multidisciplinar para atendimento em musicoterapia.

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ENTREVISTA DE MUSICOTERAPIA

Segundo BARCELLOS (1999), é de responsabilidade do musicoterapeuta, conduzir da melhor maneira possível a entrevista, para o paciente encontrar uma direção para seu crescimento e conscientizá-lo de que o mesmo se faz de maneira mútua.

Objetivos Colher dados Importância do Prontuário ISO Relação entre terapeuta e paciente

IMPORTANTE PARA O PROCESSO TERAPÊUTICO

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ENTREVISTA DE MUSICOTERAPIA

“É preciso que se esteja consciente que nem sempre o paciente está em condições de ser entrevistado como, por exemplo, um autista ou afásico. Nestes casos dever-se-á entrevistar uma pessoa da família ou o responsável”. [...] (BARCELOS, 1999).

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

ELABORAÇÃO DOS ATENDIMENTOS A PARTIR DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS E OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS

PACIENTE E CUIDADORA TOCAM VIOLINO

NOTAS ALEATÓRIAS

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Depressão (Solicitado a cuidadora que trouxesse as músicas do gosto da paciente)

Trabalhar o ISO da Paciente

(“Daí concebo a idéia de que cada ser humano tem dentro de si uma identidade sonora, que caracteriza ele e nenhum outro, e que se chama ISO” [...] (BENENZON, 1988, p. 24)

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Ritmo e acompanhamento

Acompanhamento com as mãos (batendo palmas)Bater com as mãos na mesa;

As mãos no instrumento (timba)

(Estimular a paciente através de um processo rítmico, trabalhar expressão, descontração e liberação de sentimentos)

Segundo COSTA (1989) uns dos principais elementos da expressão de sentimentos é o ritmo musical.

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Melodia

Intervalos (ascendentes e descendentes) (Agudo e grave)

Trabalhar emoção e afetividade

Segundo COSTA (1989), é frequente a atribuição de uma relação direta entre melodia, emoção e afetividade.

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Fala

Afasia de expressão CriaçãoComposição Organização da paciente Improvisação

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Técnica de empatia

(Incorporar: usar um motivo musical ou comportamento do cliente como tema para uma improvisação, ou composição, e elaborá-lo. (BRUCIA, 64 técnicas)

Improvisações com o violino Improvisações com o violino juntamente com o violãoProposta musicais trazidas pela pacienteRepetições de células melódicas e rítmicasPequenas composiçõesComposições estruturadas

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Técnica de estruturação

Melodias compostas em sessões anterioresNovas propostas rítmicas

EstruturaçãoMelodias

Segundo Bruscia (1987), as técnicas de estruturação permitem a um paciente elaborar suas construções musicais a partir de uma Base Rítmica, que é mantida dentro de um contexto musical ou mesmo sendo fornecida pelo musicoterapeuta para que o paciente ou cliente possa improvisar.

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AS SESSÕES DE MUSICOTERAPIA

• Técnica de intimidade

Paciente mostrava interesse nas novas sessões, segundo a cuidadora.

Troca de instrumentosPaciente demonstra interesse em ensinarAuto estima

Segundo BRUCIA (1987), a troca de instrumentos entre terapeuta e paciente ou cliente como diz o autor, tocando e trocando informações musicais, examinando questões de domínio e, promover certa intimidade na relação e criar uma troca.

• Leitura de partituras

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento deste trabalho, o objetivo principal foi a reabilitação da paciente, através do processo musicoterapêutico, promovendo uma melhora na comunicação, relação, mobilização, expressão, organização, proporcionar uma autonomia visando uma melhora na qualidade de vida.

Observar a influência que a música exerce no cérebro, os paralelos entre música e linguagem, como acontece todo esse processo e, como um paciente com TCE reage aos eventos e posteriormente responde aos estímulos proporcionados. Através do produzir música, seja cantando ou tocando um instrumento musical e, assim envolvendo áreas do sentimento, percepções, comunicações, permeando o psíquico que denuncia o processo perceptivo, afetivo e cognitivo.

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BIBLIOGRAFIA

BARCELLOS, L. R. M.Caderno de Musicoterapia, 4. Etapas do processo musicoterápico ou para uma metodologia de musicoterapia Rio de Janeiro: Enelivros, 1999. BENENZON, R. Teoria da musicoterapia: Contribuição ao conhecimento do contexto não verbal. São Paulo: Summus, 1988. BRUSCIA, K. Sessenta e quatro técnicas em musicoterapia improvisacional. BRUSCIA, K. Definindo musicoterapia. Tradução Mariza Velloso Conde.Rio de janeiro: Enelivros, 2000  CAMBIER, J., MASSON, M., DEHER, H. Manual de Neurologia. 4ª ed. – Rio de Janeiro: Editora Masson do Brasil, 1988. CAVALCANTI FILHO, F. L. Apostila dirigida ao estudo da neuroanatomia. CONDE, C. in O despertar para o outro. COSTA, C. M., São Paulo: SUMMUS, 1989COSTA, C. M. O Despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: SUMMUS, 1989.

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BIBLIOGRAFIA EDWARDS, B. Desenhando com o lado direito do cérebro. 3.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

GENNARI, T. D., KOIZUMI, M. S. Determinação do nível de gravidade do trauma. Rev Saúde Pública. 1995  KODAMA, M. K. Tocando com concentração e emoção. São Bernardo do Campo, 2000. JORDAIN, R. Música, cérebro e extase: como a música captura nossa imaginação. Rio de janeiro: Objetiva, 1998. LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2005.  LÓPEZ, A. L., CARVALHO, P. Musicoterapia com hemiplégicos. Rio de Janeiro: Enelivros, 1999.MUSZKAT, M; CORREA, C.M.F; CAMPOS, S.M.; Música e Neurociências. Neurociências, São Paulo, v.8, n.2, 2000. p. 70-75.

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BIBLIOGRAFIA NASCIMENTO, M. do. Musicoterapia e a reabilitação do Paciente Neurológico. São Paulo: Memnon, 2009. OLIVEIRA, M. A. D. de. Uma relação entre o funcionamento cerebral e as manifestações comportamentais: neurofisiologia do comportamento. Canoas: Ulbra, 1997.  RUDD, E. Caminhos da Musicoterapia. São Paulo: SUMMUS, 1990. SACKS, O. Alucinações musicias – Relatos sobre a música e o cérebro. São Paulo: SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991. SILVA, D. da. A vida íntima das palavras: origens e curiosidades da língua portuguesa. São Paulo: Arx, 2002. SPRINGER, S. P.; DEUTSCH, Georg. Cérebro esquerdo, cérebro direito. 2. ed. São Paulo:Summus,1998.

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BIBLIOGRAFIA

WAGNER, G.A. A Avaliação Neurosonora-Musical e o Tratamento Musicoterapêutico do Afásico. In Teoria da Musicoterapia, São Paulo: SUMMUS ed, 1988. ZORZI, R. L. A.; LEAL, L.; BARTMANN, M. et al. Corpo humano: anatomia e fisiologia. Rio de Janeiro: Senac, 2002.

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