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Os gênios de Big Data serão os profissionais mais demandados em 2020 O avanço tecnológico requer novos perfis associados a fatores como grandes volumes de dados e experiência do usuário. Em 1999 a profissão de analista de segurança da informação nem sequer constava na lista de empregos oficiais da BLS (Bureau of Labor Statistics, uma repartição do ministério do trabalho norte americano que serve de referência para se observar as tendências de emprego em todo o ocidente). Menos de duas décadas depois já existem 80 mil profissionais nesta área, somente nos Estados Unidos. O avanço da tecnologia modela a demanda de profissionais, e atualmente está marcado pelo auge do Big Data, internet das coisas e armazenamento em nuvem. Mas que tipo de profissionais serão necessários nesse novo panorama? Entre 2010 e 2020 a demanda de trabalhadores relacionados à tecnologia aumentará em 22%, segundo o informe de projeção de emprego da BSL de 2014 . Esse aumento é superior a todos os outros setores, os quais crescerão em média 14,3%. Entre essas profissões tecnológicas há uma especialmente listada pelas empresas, e que foi qualificada pela Harvard Business Review como “a profissão mais sexy do século XXI ”, em 2012. Trata-se do Cientista de Dados, ou Data Scientist, um novo perfil que há de combinar o conhecimento de disciplinas como estatística e programação, para ajudar as empresas a extrair a máxima rentabilidade do big data. “Data scientist é uma profissão integral e nova, que necessita de uma base diferente: uma forma de pensar nos dados radicalmente distinta”, afirma o diretor de Relações com Universidades da IBM, Victor Camargo. Ele assegura que este perfil será dos mais demandados nos próximos anos, e não só na área de TI. Os cientistas de dados tornar-se-ão vitais em todas as indústrias que gerem grande quantidade de informação e

Os gênios de big data serão os profissionais mais demandados em 2020

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Os gênios de Big Data serão os profissionais mais demandados em

2020O avanço tecnológico requer novos perfis associados a fatores como grandes volumes de dados e experiência do usuário.

Em 1999 a profissão de analista de segurança da informação nem sequer constava na lista de empregos oficiais da BLS (Bureau of Labor Statistics, uma repartição do ministério do trabalho norte americano que serve de referência para se observar as tendências de emprego em todo o ocidente). Menos de duas décadas depois já existem 80 mil profissionais nesta área, somente nos Estados Unidos.

O avanço da tecnologia modela a demanda de profissionais, e atualmente está marcado pelo auge do Big Data, internet das coisas e armazenamento em nuvem. Mas que tipo de profissionais serão necessários nesse novo panorama? Entre 2010 e 2020 a demanda de trabalhadores relacionados à tecnologia aumentará em 22%, segundo o informe de projeção de emprego da BSL de 2014. Esse aumento é superior a todos os outros setores, os quais crescerão em média 14,3%.

Entre essas profissões tecnológicas há uma especialmente listada pelas empresas, e que foi qualificada pela Harvard Business Review como “a profissão mais sexy do século XXI”, em 2012. Trata-se do Cientista de Dados, ou Data Scientist, um novo perfil que há de combinar o conhecimento de disciplinas como estatística e programação, para ajudar as empresas a extrair a máxima rentabilidade do big data.

“Data scientist é uma profissão integral e nova, que necessita de uma base diferente: uma forma de pensar nos dados radicalmente distinta”, afirma o diretor de Relações com Universidades da IBM, Victor Camargo. Ele assegura que este perfil será dos mais demandados nos próximos anos, e não só na área de TI. Os cientistas de dados tornar-se-ão vitais em todas as indústrias que gerem grande quantidade de informação e necessitem, além de armazená-las e gerenciá-las (tarefa de um engenheiro da informação comum ou especializado em dados), criar rentabilidade e novos modelos de negócio a partir delas.

Um exemplo que evidenciou o novo potencial dessas pessoas é o LinkedIn. Em 2006, a rede social possuía somente oito milhões de usuários, e a atividade era muito menor do que esperavam os executivos. Quando contrataram Jonathan Goldman, um doutor em física com notáveis habilidades para manejar algoritmos, ele começou a explorar as caóticas coleções de informação sobre as conexões entre usuários e encontrou padrões interessantes.

Seguindo a hipótese de que pessoas que se conheciam tinham amigos em comum, incluiu o painel “pessoas que talvez você conheça”. Em pouco tempo, LinkedIn aumentou seus acessos em 30%, e consequentemente suas receitas com publicidade.

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O que Goldman fez foi capacitar as bases de dados, extraindo-lhes um sentido que as tornasse um recurso de negócio. Pouco depois, em 2008, cunhou-se o termo “data scientist” no Vale do Silício para referir-se a profissionais como Goldman. Seis anos depois, a celebridade desse perfil segue estampando capas de revistas como a Harvard Business Review, que se reafirmou em 2014 com “o cientista de dados segue sendo o trabalho mais sexy deste século ”.

Escola de Goldmans

Já que não é habitual encontrar gênios como Goldman, qual seria a formação oficial que se necessita para tornar-se um deles? Segundo Camargo, uma dupla formação em matemática em engenharia (seja de informática ou telecomunicações) é uma boa titulação para satisfazer essas necessidades.

Algumas universidades espanholas oferecem uma graduação dupla que combina essas duas disciplinas. Conforme comunica o coordenador desse curso na Escuela Politécnica Superior de la Universidad Autónoma de Madrid, José Antonio Macías, “será uma das mais demandadas nos próximos anos”. Para a turma de 2013-2014, essa formação teve uma nota de corte bastante elevada para sua recente criação.

Além de formar os Goldmans do futuro, os programas educativos também deverão se atentar aos perfis profissionais “que não existiam há 20 anos”, cuja demanda aumentará notavelmente nos anos seguintes, segundo o informe da BLS. Os três líderes do ranking são: profissionais de TI (englobando subáreas distintas), designers de experiência do usuário (UX), e gerentes de produto.

No primeiro grupo, inclui-se as profissões associadas a TI, que são: desenvolvedores de software e administradores de sistemas. Esses tipos ampliarão as funções do típico “cara de TI” da empresa ou do programador, para aprofundar-se em tópicos como cloud computing, manutenção de armazenamento de grandes volumes de dados, gerenciamento de sistemas que tenham novos requisitos de segurança, e controle de vastas redes que interconectem dispositivos ao redor do mundo. A especialização desses profissionais no campo de big data não os converte em cientistas de dados, mas sim em especialistas. “O que também é necessário, embora não atenda aos mesmos requisitos”, recorda Camargo, da IBM.

O segundo perfil, designer de UX, corresponde ao encarregado de fazer a informação disponível e visível na web, para quem nela navega. Esses serão os responsáveis por traduzir milhares de linhas de códigos geradas por programadores, para que a informação seja transitável de maneira intuitiva e atrativa em todos os dispositivos: computadores, smartphones, tablets ou smartwatches.

Já o terceiro cargo que mais crescerá, o de gestor de projetos, já é uma peça chave nas indústrias de construção, arquitetura e desenvolvimento de sistemas. Esses trabalhadores interdisciplinares têm como principal tarefa a criação ou gestão de um produto ou projeto, seja um novo serviço online, uma nova ferramenta tecnológica, ou um novo vídeo game. Ainda, coordenam os resultados de outros trabalhadores, como designers de UX, programadores ou engenheiros, para integrá-los à concepção do produto final. Sua responsabilidade é ter uma visão global para prever as debilidades e riscos de fracasso do

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projeto. Seu papel é essencial para a aparição de novos modelos de negócios que apliquem a tecnologia.

Fonte: http://www.technologyreview.es/read_article.aspx?id=46752, por Teresa Alameda, em MIT Technology Review en Español

Tradução: André Aranha | http://br.linkedin.com/in/andrearanha