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PENTAGRAMA LECTORIUM ROSICRUCIANUM Ano vinte e três - Número 1 Revista bimestral do A TEMPESTADE DE FOGO DE AQUÁRIO FICA ATENTO, MEU AMIGO! O MUNDO DIALÉTICO É BOM OU MAU? PRECE DE UM ROSACRUZ A ROSACRUZ VIVENTE EM CINCO CONTINENTES O QUE OS ROSACRUZES ENTENDEM POR... AS FORÇAS QUE DOMINAM A HUMANIDADE SENTADO SOBRE O ROCHEDO O CANDELABRO DO CORAÇÃO

PENTAGRAMA · 34 o que os rosacruzes entendem por... 36 as forÇas que dominam a humanidade 39 sentado sobre o rochedo 40 o candelabro do coraÇÃo ano 23 nÚmero 1 a rosacruz vivente

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PENTAGRAMAL E C T O R I U M R O S I C R U C I A N U M

A n o v i n t e e t r ê s - N ú m e r o 1

R e v i s t a b i m e s t r a l d o

A TEMPESTADE DE

FOGO DE AQUÁRIO

FICA ATENTO, MEU AMIGO!

O MUNDO DIALÉTICO

É BOM OU MAU?

PRECE DE UM

ROSACRUZ

A ROSACRUZ VIVENTE

EM CINCO

CONTINENTES

O QUE

OS ROSACRUZES

ENTENDEM POR...

AS FORÇAS

QUE DOMINAM

A HUMANIDADE

SENTADO SOBRE

O ROCHEDO

O CANDELABRO

DO CORAÇÃO

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REVISTA BIMESTRAL DA

ESCOLA INTERNACIONAL DA ROSACRUZ ÁUREA

LECTORIUM ROSICRUCIANUM

A revista Pentagrama propõe-se a atrair a atenção de

seus leitores para a nova era que já se iniciou para o

desenvolvimento da humanidade.

O Pentagrama tem sido, através dos tempos, o símbolo

do homem renascido, do novo homem. Ele é também

o símbolo do universo e de seu eterno devir, por meio

do qual o plano de Deus se manifesta. Entretanto,

um símbolo somente tem valor

quando se torna realidade. O homem que realiza

o Pentagrama em seu microcosmo, em seu próprio

pequeno mundo, está no caminho

da transfiguração.

A revista Pentagrama convida o leitor a operar

esta revolução espiritual em seu próprio interior.

Redação

C. Bode, H.v.d. Brul,

I.W. v. d. Brul, R. Bürmann, P. Huys,

H.P.Knevel,A. Stockman-Griever,

G. Uljée

Endereço da Redação

Pentagram,

Maartensdijkseweg I,

NL – 3723 MC Bilthoven, Holanda.

[email protected]

Edição Brasileira

Editora Rosacruz

Administração e Vendas

Caixa Postal 39

Jarinu – SP – CEP 13240-000

Brasil

Tel: (011) 4016-4234

Fax: (011) 4016-3405

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Editado nos seguintes idiomas

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Espanhol, Francês, Grego*, Húngaro*,

Inglês, Italiano*, Polonês*,

Russo*, Sueco*.

A revista é editada 6 vezes por ano

(*Editada 4 vezes por ano)

© Stichting Rozekruis Pers.

A reprodução somente é permitida com

autorização prévia por escrito.

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ÍNDICE

2 A TEMPESTADE DE FOGO

DE AQUÁRIO

6 FICA ATENTO, MEU AMIGO!

7 O MUNDO DIALÉTICO É

BOM OU MAU?

11 PRECE DE UM ROSACRUZ

13 A ROSACRUZ VIVENTE EM

CINCO CONTINENTES

34 O QUE OS ROSACRUZES

ENTENDEM POR...

36 AS FORÇAS QUE DOMINAM

A HUMANIDADE

39 SENTADO SOBRE O

ROCHEDO

40 O CANDELABRO DO

CORAÇÃO

ANO 23NÚMERO 1

A ROSACRUZ VIVENTE

ATIVA EM

CINCO CONTINENTES

“Também no ano 2000 a Escola da Rosacruz Áurea

desenvolveu grande número de atividades em benefício

das pessoas que buscam a realização de uma vida pura.

Num mundo que se perde em meio a contradições

e na violência a que elas dão origem, o chamado da Gnosis

moderna tem uma ressonância cada vez maior.”

PENTAGRAMA

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A tempestade de fogo de Aquário

A Terra é um poderoso ser viventecom uma consciência própria nointerior dos espaços do universo. Oque acontece com a Terra, e sobreela, é determinado pelo seu lugarna grande dinâmica cósmica. Comoessa dinâmica está em constantemovimento, as influências às quaiso planeta Terra está submetidoalteram-se de segundo a segundo.

Terra faz diversos movimentosno espaço. Gira uma vez em vinte equatro horas em torno de seu eixolongitudinal. Além disso, gira emtorno do Sol em um ano. O próprioSol move-se no interior da Via Lác-tea. A Via Láctea, por sua vez, gira nouniverso. A rotação da Terra dá ori-gem ao dia e à noite e a sua localiza-ção em relação ao Sol no decorrer doano determina as estações. Duranteuma volta através dos doze signos dozodíaco - um ano estelar - desenvol-vem-se determinados aspectos dohomem. As influências variáveis dossignos do Zodíaco assim como doscampos de radiação maiores fora dozodíaco ocasionam alterações funda-mentais no sistema terrestre.

Na astrologia parte-se do pressu-posto de que, por volta do ano 9.000a.C, houve um momento de transi-ção. Ao lado da consciência biológicado homem desenvolveu-se, a partirde então, uma vida interior que, noentanto, ainda era dirigida de fora. Oobjetivo do homem foi, paulatina-mente, transferido para as regiõesetéricas e astrais da Terra e do ho-

mem, sendo ali ativado. Aqueles que,em conseqüência de uma lembrançade sua condição de vida original, con-seguiam perceber este grandioso ob-jetivo, formaram um grupo sacerdo-tal. Deviam atuar para que seus seme-lhantes tomassem consciência do ob-jetivo da vida na Terra. Manifesta-ram-se religiões naturais e tambémcorrentes da sabedoria universal bemcomo mesclas das duas correntes.Houve uma ruptura entre os Misté-rios (destinados aos sacerdotes inicia-dos) e os rituais e cerimônias exterio-res (para o povo).

Com a entrada na constelação deÁries, iniciou-se um novo período dahistória da humanidade, que abarcatambém os signos de Peixes e de Aquá-rio. Na realidade, os três signos repre-sentam três fases: primeiro, um novoimpulso; segundo, a manifestação desua estrutura de linhas de força; tercei-ro, sua realização, isto é, a colheita.Durante o período de Áries, o homemgradativamente tomou consciência deque poderes superiores determinam suavida. A vivência religiosa estava, acimade tudo, sob o signo da recompensa eda vingança, como expressa, por exem-plo, o Velho Testamento. Em geral, ohomem experimentava sua existênciaespiritual muito acima e fora de simesmo. Foi então que se desenvolve-ram as grandes religiões universais.

O PRINCÍPIO DIVINO DEVE

RENASCER

Naquela época, também existia nohomem o conhecimento de que devia

A

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haver uma fonte primordial de ondeprovém toda vida e movimento. Namedida em que o período de Áriesdava lugar ao de Peixes, o novo impul-so atuava no coração do mundo e nocoração do homem: a força crísticanascia no mundo. Isto significa que aForça crística universal ligou-se entãoao homem, a um homem em primeirainstância. No Evangelho de João estáescrito: «Nele (no Verbo) estava avida e a vida era a luz dos homens. Ea Luz brilha nas trevas e as trevas nãoa compreendem». (Jo 1: 4-5).

A força crística não se manifestoucomo uma autoridade externa, porém,remeteu o homem ao reino de Deusque está dentro dele, mais próximo do

que mãos e pés; mostrou-lhe a lei divi-na que está inscrita em seu coração. Éo remanescente do homem original; aconcepção espiritual da hora primeiraque, com efeito, está latente nohomem. E apesar de latente, continuainteiramente presente e intacta. Esseprincípio precisa renascer e manifestara Alma e o Espírito.

O signo de Peixes também tem rela-ção com a receptividade para a revela-ção. Ele estimula no homem a tendên-cia para o desapego ao que é terreno, oaltruísmo, a capacidade de imaginaçãoe uma propensão para o oculto, comotambém um anseio por um objetivoelevado e nobre. Além disso, a influ-ência de Peixes mostra-se na mobili-

Zodíaco de Abdal-Wahid , 1563.(StaatlicheMuseum, Berlim).

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dade e na instabilidade. Os dois pei-xes, símbolos do signo, representamos dois movimentos no homem quesão a conseqüência do contato comCristo: um interno e um externo, umdireto e um indireto.

No início da era cristã, já havia pes-soas que traziam em si, de períodosanteriores, experiência suficiente paraacolher o novo princípio. Elas o reco-nheceram, reagiram a ele e alcançarama visão interior através da percepçãointerna. Estavam nas correntes deSabedoria e Força divinas que tambémsão denominadas Gnosis. Porém, umagrande parte dos habitantes da Terradaqueles dias ainda não havia alcança-do esse ponto e precisava ser conduzi-da pelos antigos métodos.

A VIDA COMO EXPRESSÃO DE UMA

ORIENTAÇÃO EGOCÊNTRICA.

Assim, por um lado, havia pessoasque liberaram em seu próprio ser oamor divino e o seguiram como fiocondutor. Por outro lado, muitas pes-soas ainda se apegavam ao antigo por-que não haviam acumulado até entãoexperiência o bastante para renunciara seu interesse próprio. Sua vida aindaera a expressão da orientação egocên-trica, da auto-afirmação e da autocon-servação. Seu «amor» ainda era deli-mitado pelas relações de parentesco,família, trabalho, nação e crença. Valiaa lei do mais forte. Então, estas pes-soas acolheram um novo impulso a-través do qual, paulatinamente, foramligadas às novas contingências.

Completava-se então a evolução do

homem na linha exterior e na linhainterior. Inspirados pela alma, os pen-sadores mais fecundos dos últimosvinte séculos sempre apresentaram aessência dessas duas linhas de evolu-ção. Assim foi colocada a base para aevolução dos atributos no homem,evolução esta que deve dar-se na ter-ceira fase do período ariano, a deAquário.

O período que agora se nos apre-senta traz a desmaterialização. Issonão significa que o mundo a nossoredor, de súbito, vá tornar-se transpa-rente. Trata-se, em primeiro lugar, damanifestação de uma nova atividadeetérica na atmosfera, uma mudançadas vibrações, com uma nova freqüên-cia através da qual é liberada novaenergia que atua até em cada átomo.Isto tem conseqüências decisivas paratodas as formas de vida na Terra e nosistema solar: processos da vida sãoacelerados, pontos de referência sãoconfundidos, os efeitos das ações re-velam-se com mais rapidez, idéias fal-sas subsistem por menos tempo. Oque é antigo e familiar é compelidopara a mudança e a renovação, que sepõe em andamento mais rapidamente.E isto é só o princípio da grande revi-ravolta cósmica que já se instalou.

POLUIÇÃO DAS REGIÕES ETÉRICAS

E ASTRAIS

Além disso, o homem reconheceráe perceberá cada vez mais que a desar-monia que impera no mundo vem deregiões do além que para muitos aindasão invisíveis. É um fato aceito pela

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As diferentespartes do corpohumano relacio-nadas aos signosdo zodíaco (manuscrito de1400,BibliothèqueNationale, Paris).

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ciência que deficiências físicas ou do-enças podem ser favorecidas ou atéprovocadas por fatores psíquicos oupor traços de caráter. Porém, chegou otempo em que o homem precisa com-preender que esses mesmos fatorescausam, fomentam e mantém a desar-monia a seu redor. Medo, incom-preensão, agres-são, e em conse-qüência destes,f a n a t i s m o ,guerra e racis-mo, nascem nopensar, no sen-tir e na ação doshomens. A po-luição das regi-ões etéricas e as-trais é talvezmuito maior doque a do nossocampo de vidamaterial.

Aquário é umsigno de grandemobilidade. Aatmosfera atualé atacada e puri-ficada. E o ho-mem que vivedesta atmosferatem de obede-cer. Freqüente-mente ele é apanhado contra sua von-tade por um processo de purificação e,ao mesmo tempo, confrontado com osfrutos de suas experiências. Aqueleque realmente luta por encontrar averdade universal, descobre que, nessabusca, sua consciência pode ser umgrande obstáculo no caminho, poissua consciência é a soma de suas vi-

vências terrenas. Ela é inteiramentevinculada à terra e não está afinadacom a renovação verdadeira e funda-mental da vida. Ela sempre tenta levá-lo de volta à sua condição de vida ego-cêntrica, que pertence ao passado,período de Peixes.

Será que o homem reconhecerá quedeve renunciarà sua orientaçãoe g o c ê n t r i c apara neutralizara desarmonianele e à suavolta? Impelidopelo princípiorenovador emseu coração, se-rá que ele se li-vrará de to-das as influên-cias que deter-minam sua vi-da? Será que elese consagrará à nova lei para avida interior?Então, cheio dealegria, ele po-derá constatarque as leis natu-rais e as leis di-vinas levam àrealização do

plano de Deus. Apenas o homem vol-tado para a matéria cria leis que seopõem a esse plano.

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A seguinte exortação foi encontradanuma pedra no Templo de Pérgamo.Este templo foi escavado no final doséculo XIX, e reconstruído pedra porpedra no Museu Estadual de Berlim.A inscrição data do sétimo ou oitavoséculo a.C. – porém, hoje, vinte e seteséculos mais tarde, é surpreendente-mente atual.

Fica atento, meu amigo!Escuta meu conselho!Considera seriamente estas palavras.

Respeita-se a palavra daqueles que ensinaram o assassínio, ofende-se e

humilha-se o fracoque não pecou.Lisonjeia-se o mau, cuja cólera explode com violência;importuna-se o honrado que tenta encontrar o conselho de Deus;de ouro enchem-se os bolsos daqueles que são conhecidos como ladrões;e os grandes tomam a bolsa dos necessitados;os fracos são esmagados e os ricos ficam no seu encalço.

Também eu, que estou enfraquecido,pelo “duque” sou perseguido.Eu choro, ó Deus.Os homens nada aprendem.

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A acrópole de Pérgamo(reconstrução de F.Thiersch,1882, foto AKG,Berlim).

Fica atento, meu amigo!

Escuta meu conselho!

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O mundo dialético é bom

ou mau?

«E a ordem de natureza por nósdesconhecida não é encarada comoum mundo celeste, um reino terres-tre desenvolvido, um reino huma-no sublimado, mas como uma or-dem absolutamente diferente, ummundo totalmente outro, cujos as-pectos não podem ser comparadosaos nossos, de forma alguma, nemjamais podem ser resultado de umdesenvolvimento evolutivo do nos-so mundo, pois os dois mundos, dosquais falamos e testemunhamos,são diametralmente opostos, aindaque compreendidos num mesmocosmo, num mesmo globo.» (O mistério das bem-aventuranças, página 7). 1

latão ensina que a realidade com-preende duas partes: o mundo dossentidos e o mundo das idéias. Do pri-meiro, o homem não pode ter senãoum conhecimento rudimentar e im-perfeito, pois nele tudo passa, portan-to tudo muda continuamente e nadaexiste que não seja transitório. Tudoaparece e desaparece. Em compensa-ção, a outra parte oferece uma certezaabsoluta, diz Platão, e esta certeza nãoé oferecida por meio de percepçõessensoriais, mas sim graças à inteligên-cia. Segundo Platão, as idéias, nessemundo, são eternas e imutáveis. Equanto à relação entre esses dois mun-dos, todos os fenômenos do mundosensorial não passam de sombras dasidéias eternas. Em nossa natureza, osfenômenos se apresentam confusospor causa da comparação com a clari-

dade das formas e dos corpos eternosdo mundo das idéias. Quando Jesus,interrogado por Pilatos, responde:«Meu reino não é deste mundo», ele dáa entender com isto que seu reino éaquele do mundo imutável das idéiasde Platão. É preciso compreendertambém que não existe uma separaçãoabsoluta entre esses dois mundos, poisdo contrário Jesus talvez teria dito:Meu reino não está neste mundo.

Com sua consciência sensorial limi-tada, o homem somente pode apreen-der o mundo imutável por meio desua inteligência abstrata, seja com oauxílio de negações ou de termos ge-rais um tanto filosóficos. Ele podeapenas falar do mundo dialético doqual faz parte.

O AVESSO DO CENÁRIO COMO

A ÚNICA REALIDADE

O ser humano vive simultaneamen-te no mundo dialético e fora dele. Elepertence a uma natureza que se mani-festa de acordo com a lei dos contrá-rios: luz e trevas, vida e morte, etc.;um mundo relativo, mutável, indeter-minado; um mundo o qual seus habi-tantes vão experimentar, estudar edescrever de maneiras diferentes. Noprimeiro tomo de A Arquignosis egíp-cia2, o autor Jan van Rijckenborghconfronta esses dois extremos: concei-to e experiência. A gnosis egípcia deHermes considera a dualidade domundo como sendo o gigantesco la-boratório alquímico da humanidadeceleste, onde a matéria é transformadacontinuamente. Por sua vez, Mani diz

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que aqui embaixo as aparências sãoenganosas e que elas são criações deLúcifer. A gnosis de Hermes oferece-nos uma clara visão filosófica do obje-tivo original do mundo dialético, en-quanto que a gnosis maniqueísta odescreve como uma ordem de socorroe mostra o que ela é: o avesso do cená-rio que para tantas pessoas representaa única realidade. Mani denuncia estemundo de aparências e conclama seushabitantes a se afastarem de modo po-sitivo e consciente da aflição sem pers-pectiva da vida cotidiana.

Estes dois pontos de vista não secontradizem, mas se completam. Oponto de vista maniqueísta é tão radi-cal quanto unilateral. Ele nos compelea ver o quanto a existência sobre estaterra é aprisionadora e limitada, a fimde nos afastarmos dela. O ponto devista hermético mostra, por sua vez, apartir do alto, a origem e o destino domundo dialético, bem como do serhumano, que dele participa como umtrabalhador livre no «laboratório» in-finito de Deus. Falando literalmente,o lugar onde se trabalha (laboro) e on-de se ora (oro).

A MORTE FECHA O LIVRO DA VIDA

O ensinamento de Mani mostra ohomem profundamente mergulhadona matéria, ao passo que, no ensina-mento de Hermes, aparece o homemceleste, o homem que se elevou acimado mundo dialético denunciado porMani, mas que continua a trabalharneste mundo. Por isso se diz que ohomem celeste está neste mundo, masnão é deste mundo. Em outras pala-vras: ele vive das forças e idéias domundo imutável, porém se manifestano mundo dialético.

Na vida diária, o homem percebe arealidade como uma certa unidade.Ele sabe que esta realidade não é eter-na, porém ela é a única coisa que exis-te para ele. Quer ele se acomode a ela

ou a combata com todas as suas for-ças, ele não tem por onde escapar.Muitos reconhecem esta situação,bem como todos os esforços feitos nomundo para banir o sofrimento, aimperfeição, a doença e a morte – quesão as conseqüências da vida mortal –ou os esforços para afastá-los tantoquanto possível. Mas, neste mundo, oser humano tem apenas uma certeza: ada morte, que fecha o livro de sua vi-da, não importa o que ele faça paraimpedi-la.

As miríades de tentativas paraestender os limites da vida mostramaté onde essa certeza conduziu a hu-manidade ao longo de sua história.Cada qual se bate com a morte, deacordo com seu nível e com seus mei-os, para tentar driblá-la. Após tirar to-das as lições das inúmeras existênciaspassadas, a luta se esgota e chega omomento em que o ser humano estáem condições de orientar sua busca demodo mais elevado. Então poderátambém captar um pouco da mensa-gem espiritual que sempre é transmiti-da à humanidade, e compreender queele é um indivíduo que foi cortado domundo original para se tornar um ha-bitante do mundo onde os aspectoscontrários se alternam.

Então, o buscador percebe, interi-ormente, o chamado que é absoluta-mente contrário a tudo o que eleaprendeu em sua vida. A partir domais profundo do seu ser, do átomoespiritual de seu coração, lhe é mos-trado um outro caminho. No começo,talvez ele não sinta nada mais além deuma certa inquietude, uma vaga sus-peita, uma vaga lembrança que o levoua buscar. Tão logo as reações naturaistenham passado, estabelece-se o con-tato entre o chamado que emana dointerior e o símbolo ou palavra exte-rior. Esta lembrança é acompanhadade uma certa alegria, mas também deuma nova inquietude, pois as forçasterrestres começam a lhe fazer caretas!Então, o candidato vê claramente queexistem duas naturezas: uma, que pro-

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cede de sua vida biológica; e outra,que suscita sua aspiração ao mundoespiritual. Ele sente que está separadodele e percebe as divisões e contradi-ções fundamentais do mundo que ocerca e de seu próprio ser.

TUDO O QUE PERTENCE AO

NÃO-EU

O buscador toma consciência deque ele é uma entidade de origem divi-na, portanto imortal, porém submeti-da às leis da matéria e do tempo. Elecompreende que é mortal e imortal aomesmo tempo. Freqüentemente, este éo momento em que ele recua e projetasuas dificuldades sobre o mundo queo cerca. Este mundo em que ele vivenão pode garantir-lhe a salvação. Elejá não se deixa levar por promessaspiedosas nem se engabelar por quime-ras, nem tampouco cair em uma apatiaservil. A realidade de todos os diastornou-se vazia, e ele tende a qualifi-cá-la de «vale de lágrimas», principal-mente porque ainda não compreendebem que foi ele mesmo quem a criou,e que portanto é ele quem mantém asua própria miséria. Ele ainda elevaum muro entre o mundo do «mal» eele. Tão logo tenha a coragem de exa-minar o conflito em si mesmo e enca-rá-lo, ele se dá conta da verdade deque este mundo é uma «ordem de so-corro» e que sua consciência faz partedo mundo dialético – e não do mundoimutável. Em primeiro lugar, ele expe-rimenta esta oposição dentro de simesmo e logo se defronta com umconflito, aparentemente sem saída, en-tre tudo o que pertence ao seu eu e tu-do o que é da alma, do não-eu.

Trata-se, portanto, de uma cons-ciência que provém da natureza dialé-tica e de uma consciência que podecrescer ao contato com o mundo imu-tável. A consciência dialética compre-ende diferentes camadas, mas princi-palmente a consciência de vigília e o

subconsciente. Este último foi cienti-ficamente trazido à luz na segundametade do século XIX por Carl Gus-tav Jung (1875-1961) que se preocu-pou principalmente em explicar os so-nhos, enquanto Sigmund Freud (1856-1939) e Alfred Adler (1870-1937) ana-lisaram a alma do homem comum. As-sim, mostrou-se claramente que aspercepções sensoriais eram influencia-das pelo subconsciente. No final doséculo XIX e início do século XX, es-tes temas representaram um papel damaior importância nas artes, na músi-ca e na literatura.

UMA FINA CAMADA DE VERNIZ

DE CULTURA

Apesar da «descoberta» do sub-consciente, ainda não foi encontradonenhum meio para transpor o abismoque o separa da consciência de vigília.Um racionalismo simplista e todo-po-deroso gira unicamente em torno defenômenos que podem ser conhecidose medidos, principalmente com a fina-lidade de dominá-los. E como as pes-quisas sobre o inconsciente esbarramem um domínio obscuro, ele acabaperdendo todo interesse científico.«Informação» é a palavra mágica domundo moderno. Os sentidos são ex-postos a um bombardeamento de im-pressões e de estímulos que turvam aconsciência. A febril «realidade» per-ceptível para os sentidos monopolizatoda a atenção e reduz o homem a umnível de consciência que o mantémdistanciado de toda realidade superior.Sabe-se no entanto que o fato de escu-tar os impulsos e sinais do inconscien-te pode contribuir para uma cura euma libertação, ao passo que suarepressão parece ser a causa de doen-ças crônicas. A vida sobre a terra nosensina que nós cobrimos esta chaga,que é a divisão interior da consciência,com uma leve camada de verniz, quequalificamos de «cultura», sob a qual

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se oculta o domínio desconhecido,misterioso e difuso do subconsciente.Enquanto estes dois planos de cons-ciência forem separados, existirãoentre eles interações confusas e dis-cordantes.

O eu tem a tendência a acreditarque a Criação foi feita exclusivamenteem sua intenção. Ele se vê como umcentro em torno do qual giram todasas coisas, como um sol ao redor doqual giram os planetas e seus satélites– e até mesmo o céu inteiro. Se assimfosse, o eu deveria sentir-se totalmen-te co-responsável, porém, acontecejustamente o contrário: ele dá provasde um comportamento egocêntrico erejeita a responsabilidade por seusatos e suas conseqüências. Disso re-sulta um sentimento de culpa e aomesmo de indiferença, um perfeitonarcisismo, um grande isolamento emuita hostilidade.

O EU NÃO PODE, POR ELE MESMO,CORTAR SUAS LIGAÇÕES

Enquanto o ser humano não tiverconsciência de que ele é o autor de suaprópria infelicidade, todas as tentati-vas para cobrir o abismo entre as duasconsciências acabarão em fracasso.Agora é a hora de dizer: «se você quermudar o mundo, comece mudando asi mesmo!». Somente o comporta-mento pessoal é determinante. Se estecomportamento não procede do inte-rior, e não faz outra coisa a não serseguir um modelo exterior, os proble-mas permanecerão sempre os mes-mos: eles apenas mudam de aspecto.Por ela mesma, a consciência-eu nãopode cortar suas ligações.

Por meio de métodos sofisticados,amenizamos apenas levemente o ladocortante do egoísmo. Isto pode levar àcompreensão de que o eu é totalmen-te incapaz de construir algo de eterno:e então a atitude egocêntrica pode re-velar-se insustentável. Trata-se de uma

crise que deve ser sentida e vivenciadapelo eu, de maneira que ele se decida anão mais dormir sobre os louros.Assim, amadurecida pela experiência,a criatura compreende que ela é umapequena parte de um microcosmo. Ouseja: que, como um eu, ela participa deum campo de criação original divino.A decisão de «não ir mais além» podeser um primeiro impulso capaz de li-berar o microcosmo. No sistema mi-crocósmico, o sol já não é mais o eu,mas sim o Espírito. A Lua já não é o«animus» nem a «anima», onde seprojetam os desejos e os ciúmes, po-rém Psique: a alma divina latente. ATerra é o corpo físico que, após umprocesso de transfiguração, se torna oinstrumento apropriado da Alma-Espírito.

Quando a ênfase se desloca dadupla consciência terrestre para a ú-nica consciência divina latente, o serhumano passa da consciência centradano ego para a consciência centrada emCristo. A consciência-eu é consumidano fogo da Alma-Espírito, que se des-dobra em um processo com cinco as-pectos, no decorrer do qual o eu acabapor se entregar à direção da alma re-novada, que por sua vez é governadapelo Espírito divino. E assim é aboli-da a separação entre o humano e odivino.

1 Jan van Rijckenborgh, O mistério das bem-aventuranças, Lectorium Rosicrucianum, S.P.,Brasil, 1983.2 Jan van Rijckenborgh, A arquignosis egípcia,tomo I, Lectorium Rosicrucianum, S.P.,Brasil, 1984.

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Prece de um rosacruz

Jesus Mihi Omnia. Ó Tu, onipre-sente, que és o único Bem, eu oro a Ti,eu que sou da matéria e me elevo daterra como uma nuvem, que o menorde Teu Sopro pode dispersar.

Tu me deste uma Alma e as leis pararegê-la. Que essa regra eterna, que es-tabeleceste desde a origem, me liguecuidadosamente a ela e me faça con-templar Tua Glória em todos os meuscaminhos.

Tuas revelações fazem a minha ale-gria. Por isso, ó Divino, ó Deus, ó Cri-ador sublime, apraza-Te revelar essesmistérios, não para minha honra maspara a Tua, pois esses são Teus dons.

Eu Te peço, Deus misericordioso,que eles não caiam nas mãos dos igno-rantes indignados que maculam a ver-dade para a Tua desonra, dizendo quenão é permitido tornar conhecido detodos o que Deus revelou.

Mas os filósofos da Rosacruz colo-cam seus mistérios no seio de Deus, en-quanto eu me atrevo a divulgá-los.

Eu peço à Divina Tri-Unidade quefaça com que isto seja impresso talcomo eu o escrevi, a fim de que a pala-vra [deformada] não mais obscureça aVerdade.

Bom Deus, fora de Ti nada existe[...] Ó Tu, essência de todas as essên-cias, concede-me ir até Ti, e que eupossa cingir-me nos braços de Tua pa-ternal misericórdia. Eu Te agradeçopelo que me deste, e eu a outros, emtoda liberdade e retidão e no nome daSanta Tri-Unidade sem nada ocultardaquilo que me foi revelado e que nãoera de modo algum uma impostura ou

um sonho do diabo, mas que recebi porTua Graça imensa.

Dar e receber, ambos estão em Tuasmãos. Eu me regozijo com o que meofertaste. Deus bom, Tu resplandecesem minha alma e me concedes o cora-ção que Te é agradável. Não te peçonada além daquilo que já me conce-deste. E que eu possa conservá-lo semuma mancha sequer.

Preserva-me das astúcias do diabo edos homens, bem como da angústia damorte, que querem arrastar minha al-ma para a baixeza e a perdição. Fazcom que minha honra seja a de me ele-var às nobres alturas onde eu possadesprezar a morte.

Toma-me como quiseres e preenchemeu ser com Tua [Luz]. Abençoa-mepara que eu possa fazer o que é justo eser sábio. Que Tua Verdade eterna meconceda isto e me torne reconhecido.FINIS.

A origem desta prece não foi esta-belecida. Ela é mencionada na Biblio-graphie der Freimaurerischen Litera-tur. O autor diz que ela provavelmen-te seria de 1621. Porém ele mesmo nãoviu o original e remete à versão maisdetalhada de Unpartheyische Kirchenund Ketzer-Historie (1699/1700) deArnold. Esta prece também apareceem Eenige Philosophische en Medi-cinale Tractaatjes, Amsterdã 1688.Uma versão ainda mais antiga encon-tra-se em The rosye cross uncovered,London 1662, de John Heydon. Nãose sabe se Heydon a teria escrito.

(Dados extraídos de De Rozenkruisers in Nederland de G.H.S. Snoek.)

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A Rosacruz vivente em cinco

Continentes

Neste último ano 2000, a Escola daRosacruz Áurea desenvolveu, es-tendeu e desdobrou uma grandeatividade em favor dos pesquisa-dores que aspiram à pura realiza-ção da vida. Num mundo que seperde nas oposições, tendo a violên-cia como resultante, o chamado daGnosis moderna encontra cada vezmais eco. Em dezenas de países,locais foram reformados e equipa-dos, a fim de ajudarem os pesquisa-dores a encontrar o caminho darenovação. Assim, foram abertos centros deconferências na Bélgica, na Ale-manha e no Brasil; em Iaundê, Ca-marões, foi colocada a pedra funda-mental para um outro centro; naInglaterra foi comprado um antigohotel para nele se fazer um centrode conferências; no início de 2001, foi inaugurado oprimeiro centro de conferências daPolônia; no Chile, no Brasil, na Itá-lia, na Rússia, na Suíça e no Cana-dá, novos núcleos foram criados.Outros foram reformados e amplia-dos.Além destes, foram organizadoscolóquios, concertos musicais, ciclode palestras e dias de «portas aber-tas», acessíveis a todos, e que atraí-ram muita gente.Gostaríamos de dar aqui uma idéiadisso a todos.

CHRISTIANOPOLIS – «A CIDADE

DOS CRISTÃOS» – NO CORAÇÃO DA

EUROPA

Após 15 meses de trabalho intenso,em 27 de maio de 2000, houve umagrande festa – para surpresa e admira-ção dos visitantes de muitos países queforam recebidos de forma magníficapelo staff e por obreiros do terceiroCentro de Conferências da Alemanha.Christianopolis está situada em umterreno de 24 hectares, em Birnbach,na verde e rica região do Westerwald.Os edifícios estão muito bem distri-buídos na paisagem e formam um felizconjunto, espaçoso, luminoso e aco-lhedor. «Cada local e seus arredoresdeve oferecer um espaço adequadoaos participantes da Conferência, paraque eles possam aí refletir sobre a ori-

1 O símbolo deAquário do grande Templo do Centro deConferênciasPedra Angular,Jarinu, Brasil.

2 Entrada do nú-cleo de Montreal,Canadá.

3 Festa campestre,Renova.

4 Colocação dapedra fundamen-tal em Iaundê,Camarões.

5 Entrada doTemplo deChristianopolis,Alemanha.

6 The Granary, oprimeiro Centrode Conferênciasdo Reino Unido.

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gem, o sentido e o objetivo de suas vi-das», afirma o intendente Peter Kre-min, durante uma visita ao conjunto.

Em 30 de outubro de 1998 foi dadaa permissão para a construção; em 15de janeiro deu-se início aos trabalhos;em 29 de maio, foi colocada a pedrafundamental; e um ano mais tarde, aabertura das portas. A idéia, transcritapor Johann Valentin Andreae em1619, na «Republicae Christianopoli-tanae», tomou forma. Seus planos pa-ra fundar uma nova sociedade cristã,

no curso de desenvolvimento espiri-tual da Europa, foram conservadoscomo um projeto inovador e realiza-dos em nossa época. No convite ofi-cial podia-se ler: «No sentido tridi-mensional, Christianopolis é a comu-nidade do futuro que deve ser realiza-da por corações, cabeças e mãos hu-manos, na bondade, verdade e justiça.No sentido quadridimensional, Chris-tianopolis pode ser vivida por todosaqueles que assim o querem verdadei-ramente.» (Jan van Rijckenborgh)

Dois dias antes da inauguração, foirealizado um dia de informação aber-ta às autoridades e habitantes da re-gião. Os visitantes, em grande número– aproximadamente 400 – deram tes-temunho de sua curiosidade e aprecia-ção. Em seus discursos, os Prefeitosde Birnbach e de outras localidadesadjacentes deixaram claro seu conten-tamento com a criação de Christia-nopolis. Quando o Sr. J. Schneemann,da Direção Espiritual Internacional,entregou ao intendente uma enormechave simbólica do novo Centro deConferências, bem como uma cópiada mesma nas mãos do surpreso pre-feito, todo mundo entendeu que setratava da demonstração de uma gran-de confiança recíproca.

No alto: entradado Centro deConferênciasChristianopolis,Birnbach,Alemanha.Embaixo: o jornalWesterwald-Sieganuncia a inaugu-ração oficial.

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O terceiro campo detrabalho da Alemanhacompreende oito núcle-os e aproximadamente1.200 alunos. O Centrode Christianopolis podereceber 450 pessoas, sen-do que uma parte ficaalojada nos antigos pré-dios que serviram de pe-queno núcleo durantedois anos.

THE COTTAGE – DEPENDÊNCIA DO

NÚCLEO DE BAKERSFIELD, EUA

O núcleo de Bakersfield, na Ca-lifórnia, adquiriu um anexo do outrolado da rua: The Cottage, uma peque-na construção curiosa e clara, que nãoparece ter seus 100 anos. Foi toda re-formada, tanto exterior como interi-ormente; trabalho que atraiu, entreoutros, um grupo entusiasta de cons-trutores e pintores da Europa.

Durante as Conferências de Reno-vação, doze alunos podem pernoitar.No andar superior, foram instaladas assalas de tradução e de reunião. TheCottage é aconchegante e confortável,e, sobretudo, apreciada pelos jovens –pois lá também são realizadas suasconferências. Na frente e atrás do pré-dio há um jardim que permite, entreos serviços, atividades externas comobadmington, pingue-pongue e outros.

O SIMPÓSIO SOBRE DANTE ATRAIU

MUITOS VISITANTES

À primeira vista, teria havido, tal-vez, oposição entre Dante e Mestre

Eckhart! Dante era umhomem do mundo eEckhart um monge dis-creto que anotou seuspensamentos e concep-ções em suas cartas e es-critos. Entretanto, osdois transmitiram amesma mensagem: exis-te uma dimensão forado espaço e tempo quese manifesta, no entan-to, no espaço e tempo, afim de libertar a alma do

ciclo dos nascimentos e mortes. Ochamado para o despertar, comum aesses dois autores do passado, foi ob-jeto de uma exposição para muitospesquisadores, em 29 de outubro,durante um Simpósio sobre Dante, naBasiléia, exposição esta que faz partedo ciclo: Geistiges Reifen Europas(Maturidade Espiritual da Europa). Oprograma em Haus der Mitte (A casado meio) era composto de uma pales-tra acompanhada de slides sobre Dan-te, música, e citações dele e de MestreEckhart. Para terminar, houve umatroca de idéias muito proveitosa paratodos os presentes, que somavam

No alto:Programa dociclo de palestras“Vom GestigenReifen Europas”na Basiléia, Suíça.Embaixo: asdependências donúcleo deBakersfield, USA.

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quase cem pessoas. Haverá uma conti-nuação desse tema em 2001, mas aindanão sabemos a data e o local.

AMPLIAÇÃO EM BERGEN

OP ZOOM

O núcleo mais novo da Holanda foiampliado, de 270 m2 para aproximada-mente 1200 m2! A sala do núcleo, queera usada como templo, foi transfor-mada em uma sala para 150 pessoas. E,no terreno adquirido atrás do prédio,foi construído um templo com maiorcapacidade. Além destes, existem duassalas de reunião, dois espaços para osjovens e uma ampla entrada. No pri-meiro e no segundo andares existemalojamentos. Este conjunto, situadono coração da cidade, compreende a-inda um estacionamento e um roseiral.

Em 30 de setembro de 2000 come-çou a demolição do antigo prédio. Osalojamentos ficarão prontos em finsde junho de 2001; em 1º de abril o an-tigo proprietário desocupará maisuma parte, e em 1º de setembro de2001, as obras serão iniciadas. ADireção do núcleo espera que estenovo local, reformado e ampliado, deBergen op Zoom, possa abrir suasportas em setembro de 2002.

O SIMPÓSIO SOBRE BOEHME EM

RENOVA, EM 20 DE MAIO DE 2000

O terceiro simpósio organizado emRenova teve como assunto o filósofoalemão Jacob Boehme. Cerca de 300convidados assistiram às três pales-tras, onde foram desenvolvidos diver-sos aspectos importantes da obra do

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«filósofo teutônico». O título da pri-meira era: «Quem vê em Sua Luz,deve anunciar Sua Verdade». Foi ex-posto, de forma detalhada, o ensina-mento filosófico muitas vezes extre-mamente complexo, de Boehme, etambém foram claramente explicadosos «Três Princípios» e os «Sete Es-píritos», fundamentos de seu pensa-mento. Intervalos musicais elevadosderam aos ouvintes a possibilidade deassimilar o que havia sido exposto.Um belíssimo bufê, ser-vido numa atmosfera ca-lorosa e fraternal, favo-receu preciosos conta-tos.

À tarde, o assuntoera Abraham Willemsvan Beyerland, nego-ciante de Amsterdã,que reuniu e difundiuas obras completas deBoehme. A segundaparte desta conferên-cia tratou, em pro-fundidade, da ma-neira como a novaAlma pode nascerno microcosmo,graças à ação dosSete Espíritos – oque continua ver-dadeiro até hoje. Ao final, explicou-seque Boehme não era um mero místico,mas um obreiro consciente, empreen-dedor e lúcido que, com todas as suasforças, fez o impossível para tornarmais próxima a Luz da Verdade – o“Tempo das flores de Lis” como eledizia.

«A luta de Jacob com o anjo»: esteera o título da última palestra, que foiilustrada com o quadro do mesmo no-me, de Rembrandt. Uma cópia em ta-manho natural se encontrava na entra-

da de Renova, assim comouma coleção de exemplaresúnicos, provenientes da Bi-bliotheca Philosophica Her-metica de Amsterdã. O pa-lestrante mostrou, de formadireta, o caráter atual da obrade Boehme. «Aquele que querverdadeiramente compreendê-lo, deve efetivamente conduziresta luta em si mesmo, e nãodeve abandoná-la antes de po-der dizer ao anjo: “Abençoe-me”. Durante este simpósio,

percebeu-se novamente que o pensa-mento de Boehme tem um papel fun-damental na filosofia gnóstica daEscola da Rosacruz Áurea. É comjúbilo que nos damos conta de quesuas concepções e seu ensinamento re-têm, cada vez mais, a atenção dos pes-quisadores atuais. Assim, em novem-bro de 2000 houve um simpósio emGörlitz, cidade natal de Boehme, nafronteira entre a Polônia e a Ale-manha.

Simpósio sobreBoehme emRenova.

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A fonte emmármore dogrande TemploPedra Angular.

CENTRO DE CONFERÊNCIAS PEDRA

ANGULAR, JARINU, BRASIL

Em 16 de fevereiro de 2000 deu-se ofeliz acontecimento esperado por alu-nos do mundo todo: a inauguração doCentro de Conferências Pedra Angu-lar. Os convidados: as autoridades, mo-radores da vizinhança, bem como ostrabalhadores que participaram daconstrução, foram recebidos às 17h00,no Templo, onde houve uma explana-ção sobre a finalidade da Escola, e umaexplicação sobre o significado dos sím-bolos. Em seguida, os alunos realiza-ram uma apresentação musical no refei-tório e, por fim, dirigiram-se a umatenda-sala-de-estar, onde lhes foi servi-do um delicioso bufê e puderam trocaridéias. Nos dois dias que se seguiram,três dos quatro templos foram consa-grados, e no sábado, 19 de fevereiro,começou a Conferência Internacional,com a consagração do grande templo.

A este fim-de-semana tão especialnão compareceram apenas alunos bra-sileiros, mas também da AméricaLatina e mais de duzentos alunos daAlemanha, Espanha, França, Holan-da, Hungria, Inglaterra, Itália, Suíça eAmérica do Norte. Esta reunião inter-nacional nos fez sentir, por si só, oquanto este novo Centro de Confe-rências é importante para o trabalhognóstico mundial.

Em meados de 1997, os aproxima-damente 2000 alunos do Brasil volta-

ram-se para a construção do Centrode Conferências Pedra Angular. Osdez núcleos enviaram recursos e orga-nizaram grupos de trabalho. Em feve-reiro de 1999 as fundações de cerca de1.000 m2, para o conjunto templário,estavam terminadas. A última fase deacabamentos e decoração se estendeupor mais seis meses.

No grande Templo se encontra afonte esculpida em um único bloco demármore. O escultor trabalhou du-rante cinco meses para transformarum bloco bruto de mármore brancodo Brasil, de 13 toneladas, em uma be-líssima fonte de 2,30m de diâmetropor 0,45 m de altura. Ela chegou a Ja-rinu em uma caixa de madeira protegi-da com cobertores e foi conduzida pa-ra seu lugar com a utilização de tron-cos roliços de madeira. A água quejorra nesta fonte é proveniente de umpoço próprio.

O sino do Templo pesa 241 kg e estásuspenso em uma torre com 9 m dealtura, ao lado do consistório. O sinoemite o mesmo som que o de Renova(mi 2) e foi fabricado na Holanda.

Enfim, foi com muita alegria que osconvites foram enviados para o mun-do inteiro. E a resposta ultrapassoutodas as expectativas, pois o entusias-mo dos alunos brasileiros contagiouos irmãos europeus, cujas reações fo-ram muito calorosas e deixaram umaimpressão inesquecível em todos queparticiparam deste evento.

O TRABALHO INTERNACIONAL PARA

A MOCIDADE SE AMPLIA.

O filme sobre o nascimento e aconstrução da Escola mostra bem oquanto a Mocidade está sempre em

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primeiro plano nesses acontecimen-tos. Era este o desejo dos fundadoresda Escola Espiritual da Rosacruz Áu-rea. Desde o fim da 2ª Guerra Mun-dial, as semanas de verão em Elcker-lyk (mais tarde Renova) foram trans-feridas para Noverosa (outrora DeHaere), que se tornou então o centrodo trabalho nacional e internacionalpara a Mocidade. «Este trabalho res-ponde a muitas perguntas que os jo-vens se fazem. O jovem que está mer-gulhado em muitos problemas sobre aexistência aprende, em Noverosa, qualé o objetivo de sua vida, e assim podeencará-la com confiança e cheio de es-perança. E o que isto exige de nossotrabalho? Os jovens perguntam muitoe querem respostas. Mas querem tam-bém mais do que isto. Eles querem pe-netrar no que está oculto por detrásdas coisas. Não podemos nos contentarcom respostas teóricas, mas são neces-sárias respostas vivas, como se irradias-sem de nós. É por isso que sempredevemos nos questionar: tal ou tal atoestá de acordo com a razão divina? Eserá que utilizamos a chave que estáem nosso coração»? (extraído de umaalocução para os colaboradores daMocidade).

Mas Noverosa se tornou muitopequena, as distâncias muito grandese, para muitos, os gastos ficarammuito altos. Conseqüentemente, ago-ra há Conferências Internacionais daMocidade para os grupos italianos e

alemães em La Nuova Arca, Dovado-la (na Itália Central); os grupos fran-ceses e espanhóis se dirigem a La Li-corne, em Gignac, na França; e noBrasil quatro Centros de Conferên-cias recebem mais de 600 jovens. Em2001 haverá, no Foyer Catharose dePetri em Caux, na Suíça, uma semana«A», e em Saragoza no Norte da Es-panha, uma semana «C» e «D», en-quanto que na Polônia este trabalhotem lugar no Centro de Conferênciasde Wielun. Internacionalização e des-centralização são necessárias para ofe-recer os meios adequados ao trabalhoda Mocidade, em grande crescimento.

Em abril de 2000, 65 jovens dosGrupos D da Áustria e do Sul da Ale-manha se dirigiram ao núcleo deEdshult, na Suécia, para uma Confe-rência de Páscoa. Ela foi realizada emsueco, inglês e alemão. O grupo D daHolanda foi em novembro, com umadelegação de 105 meninos e meninas,ao Centro de Conferências Le Phénix,em La Haye, ao norte da França, paraparticiparem da Conferência D, a res-peito da magia e do significado dounicórnio. Houve um agradável pas-seio de barco, partindo de Le Tréport,o que permitiu ter uma visão sobre asfalésias da Normandia.

Foi também em novembro de 2000que cerca de dez jovens alunos euro-peus vieram ao Centro de Conferên-cias de Jarinu, no Brasil, para conhece-rem o grupo de Jovens Alunos deste

Em Edshult,Suécia, o grupoD do Trabalho daMocidadeAlemão, naConferência dePáscoa.

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país. Durante esta conferência especial,o grupo de 180 Jovens Alunos brasilei-ros teve um novo início. Alguns fize-ram uma longa e difícil viagem de 3.500km para não faltarem a este evento. Otema da conferência era: «Como, naqualidade de jovem rosacruz, posso serum membro integral da sociedade».Também foi abordada a questão sobrea tarefa dos Jovens Alunos no campode trabalho da Escola.

TRANSFORMAÇÃO E REMANEJAMENTO

DOS PRÉDIOS, EM HAARLEM

Em 21 de maio de 2000, as portas daSede Central de Haarlem foram aber-tas para que cada um pudesse dar umaolhada nas suas dependências. Mais de

200 alunos e interessados aproveita-ram essa ocasião. Em seguida, os es-critórios do Trabalho Público da So-ciedade Rosacruz e a Rozekruis Persmudaram-se. Uma loja provisória re-cebeu o estoque de livros. Assim quetodas estas salas, que serviram tão fiel-mente durante dezenas de anos, foramesvaziadas, o prédio foi fechado. Em30 de outubro, chegou um profissio-nal para a retirada do amianto, e só em15 de novembro é que começou a de-molição de vários pequenos comparti-mentos, a fim de que os prédios pu-dessem ser organizados de forma maisespaçosa e eficaz. A reconstrução co-meçará em fevereiro de 2001 e levaráaproximadamente um ano. Tudo de-verá estar acabado até o verão de 2002,e cerca de 30 obreiros poderão aban-donar suas instalações provisórias.

O projeto se desenvolverá em trêspartes: reconstrução das salas de tra-balho, reforma da entrada dos fundose construção de alguns apartamentospara uma ou duas pessoas, destinadosaos alunos. No térreo haverá um am-plo hall de entrada para que os alunosnão fiquem mais esperando do ladode fora. A Rozekruis Pers se instalará

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embaixo. No primeiro andar ficarãoos escritórios e salas do núcleo deHaarlem. No segundo andar, o res-taurante de Roselaer voltará a funcio-nar, rodeado por algumas salas dereunião.

CADENAZZO, «O JARDIM

DA SUIÇA».

Em 1991, o núcleo de Locarno tevede ser desativado para reestruturação.Os alunos de Tessin sonhavam em terum prédio e um templo próprios. Maso grupo era pouco numeroso. E Tes-sin é uma região onde o turismo impe-ra. Nestas condições, não é fácil en-contrar algo com preço acessível e queatenda às exigências da Escola. Desdeque o grupo recebeu a incumbência derealizar seus sonhos, começou a pro-curar. Em Cadenazzo havia, já há al-gum tempo, um modesto local paraalugar. Em seguida, houve a oportuni-dade de alugar também um local vizi-nho. Foi o sinal para preparar um pro-jeto de renovação que deveria ser ini-ciado no verão de 2000.

Naturalmente, houve muitas difi-culdades a serem vencidas. A oportu-nidade de trabalhar juntos, como gru-po, em um projeto tão atrativo, ani-mou a todos os alunos – e cada um

trouxe sua pequena pedra de constru-ção. Então, em 16 de setembro de2000 chegou o momento memorávelda consagração de um templo próprio,na presença de uns 70 convidados daSuíça e da Itália.

O nome Cadenazzo vem do italianocatena e quer dizer corrente. Cadenazzoé um novo elo da corrente dos focosgnósticos, dedicados a dar novamente àhumanidade a liberdade interior.

NÚCLEO DE CHIAVARI, NA RIVIERA

DI LEVANTE, ITÁLIA

Mais de 100 convidados estavampresentes no Sábado 8 de abril de2000, às 17h00, quando a Direção Es-piritual Internacional inaugurou odécimo núcleo italiano. Este se encon-tra na Via Conturdi, em Chiavari, so-bre a costa da Ligúria, próxima a Gê-nova. Todos os alunos italianos se em-penharam para que este momento pu-desse existir.

TRANSFORMAÇÃO TOTAL DE LA

NUOVA ARCA, ITÁLIA

Houve uma grande festa em 4 e 5 denovembro, em Dovadola, na Itália.

Planta das constru-ções em Haarlem.Em branco, osacréscimos; emcinza escuro, asconstruções exis-tentes, com oTemplo à esquerda.Embaixo: reporta-gem no “jornal deHaarlem” sobre a demolição dosvelhos edifícios daZakstraat.

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1 Primeiro local em Sverobaíkalsk, Rússia. 2 Panorama completamente modificado doconjunto templário em Dovadola, Itália. 3 Grupo de Jovens Alunos trabalhando noCentro de Conferências polonês, de Wielun. 4 O novo conjunto templário inaugura-do em Jarinu, em fevereiro de 2000. 5 Todos os alunos presentes à colocação da pedrafundamental em Iaundê, Camarões. 6 Inauguração do imóvel adquirido perto do núcleode Bakersfield, Califórnia. 7 Em Utrecht, concerto sobre o tema “O Canto da Alma”.

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8 Jovens Alemães do grupo D, em visita a Edshult, Suécia. 9 A cozinha durante a inau-guração do Centro de Conferências de Gand, Bélgica. 10 Mais de 180 jovens alunos de15 países, durante a semana de trabalho na Polônia. 11 Um bloco de mármore de 13toneladas transformado em uma maravilhosa fonte, Jarinu, Brasil.12 Entre o Templo e os alojamentos, centenas de alunos contemplam o primeiro toquedo sino de Jarinu.

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Após dez meses de obras, foram ter-minadas a construção e a reforma dedois novos templos, de uma sala desilêncio e de uma pequena sala de reu-niões. Trezentos e vinte convidados daAlemanha, Países Baixos e Suíça assis-tiram à inauguração.

O novo conjunto templário ocupadois terraços na grande construção,de onde se percebe uma nova vistaparticularmente bonita. Além disso,o Centro de Conferências, em ativi-dade há cinco anos, foi pintado e pro-vido de isolamento. Enquanto isso,uma casa ao lado foi comprada, deforma que pais e filhos podem disporagora de um espaço próprio duranteas Conferências de Renovação. Umimenso projeto que foi e é sustentadopor 550 alunos do campo de trabalhoitaliano.

SEMANA DE TRABALHO NO CENTRO

DE WIELUN, POLÔNIA

Quando cerca de 200 Jovens Alu-nos da Polônia, Hungria, Croácia, Es-lovênia, Itália, América do Norte,Brasil, Suíça, Alemanha e Países Bai-xos partiram do futuro Centro deConferências de Wielun, eles deixa-ram vestígios inesquecíveis:• seis prédios pintados de branco;• o terreno livre de tapumes, postes,

mato, raízes, placas de concreto,grades e entulho;

• a grade com mais de um quilôme-tro de comprimento, desenferruja-da e repintada de branco.

O conjunto destas construções, deonde surgiu o primeiro Centro deConferências da Polônia, pertenciaao exército Polonês. No prédio 1 seencontra agora uma sala de jantar,

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Planta do Centrode Conferênciasde Wielun,Polônia.Embaixo:uma das casas da entrada reformada.

totalmente nova, para 50 pessoas, elocais espaçosos para o staff. O pré-dio 2 compreende a recepção, doisescritórios, uma sala para o computa-dor, uma sala de reuniões e alojamen-to para o intendente. No prédio 3existem dormitórios para 40 pessoas,embora existam 48 no prédio 4, paraas crianças e seus pais. O prédio 5abriga um templo para 115 pessoas(podendo chegar até 160 pessoas).Ainda há uma grande sala de jantar euma pequena, a cozinha e alojamen-tos para 90 pessoas no primeiroandar.

O plano de trabalho caiu em boasmãos no grupo de Jovens Alunos. Osparticipantes desta semana de trabalhovoltaram cheios de lembranças agra-dáveis, esperando já, ardentemente, apróxima semana, que deverá ser em2001.

O programa compreendia 5 horasde trabalho por dia, três serviços e umserviço de canto, acompanhado de tra-duções. Os hinos foram cantados si-multaneamente em três línguas e comêxito! Apesar da programação muitointensa, ainda houve tempo para reu-niões dedicadas a debates, uma noitede festa, uma passeio de um dia emCracóvia, uma visita às famosas ruínasde sal de Wielicza e à piscina deWielun. Pela primeira vez a cozinhafuncionou sem parar.

Os alunos poloneses retomaramesta fórmula de trabalho. Para cadaum dos três núcleos, é reservado umfim-de-semana por mês. Os alunoschegam na 6ª feira à noite. No sába-do e domingo têm lugar os debates,os cantos e momentos de lazer. Oobjetivo é que o Centro deConferências de Wielun seja consa-grado ao seu trabalho no dia 21 abrilde 2001.

ABERTURA DO PRIMEIRO NÚCLEO

DO CHILE

Há muitos anos que o pequenogrupo de alunos de Santiago procura-va intensamente um local para instalarum templo. No dia 7 de outubro de2000, às 10h00 da manhã, estava sendoinaugurado o primeiro núcleo na regi-ão mais ao sul da América. O núcleode Santiago do Chile fica num antigobairro, próximo a um grande parque.É fácil de chegar por estrada e portransportes coletivos. O prédio ofere-ce, entre outras, uma sala para os ser-viços templários, as reuniões de alu-nos e as conferências públicas.

O CANTO DA ALMA, HOLANDA

O concerto-conferência de 8 deoutubro de 2000, na sala Marnix doCentro das Artes de Utrecht, obteveum grande sucesso. Ali vieram cercade 130 pessoas. Embora o aconteci-mento tivesse sido amplamente anun-

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ciado, os visitantes mais interessadosforam avisados boca a boca. As duasconferências: «Estética e aspiração nosentido gnóstico» e «Influência psico-lógica da música – símbolo da realida-de», foram acompanhadas por trechosde música de Monteverdi, Bach, Liszt,Schumann, Enesco e outros. A pri-meira conferência versou sobre as in-fluências da estética e da aspiração,muitas vezes ligadas com a experiênciada música. A pura aspiração que a mú-sica desperta muitas vezes pode levaro pesquisador à verdade divina. A se-gunda conferência versou sobre a lirade sete cordas de Apolo e de Orfeu,que fazia vibrar no homem o princí-pio divino.

CENTRO DE CONFERÊNCIAS DE

GAND, BÉLGICA

«Quando uma pequena parcela dealegria vem morar no coração huma-no, esta pequena parcela quer sercompartilhada. De graça.» Foi comestas palavras que o Sr. F. Steenhout,

da Direção belga, acolheu os 130 con-vidados de seu país e do estrangeiro,que vieram no sábado, dia 21 de outu-bro, a Gand, para a inauguração ofi-cial do primeiro Centro de Conferên-cias da Bélgica. Depois de terem de ir,por tanto tempo, às Conferências deRenovação em Renova, em Noverosae em Mozet, nas Ardennes, os alunosbelgas têm agora seu próprio Centrode Conferências, no seu antigo localde Lindenlei. Dois prédios – que vira-ram propriedade após vinte anos dealuguel – formam, depois de um pro-fundo remanejamento, um único con-junto, podendo receber 50 alunos.«Caros amigos», continuava Sr.Steenhout, «todo trabalho, em qual-quer plano que seja, executado paraeste Centro ou em relação com esteCentro, e também todo trabalho queainda falta fazer – e não é pouco –

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O Canto daAlma, concertoem Utrecht.Embaixo: convitepara a inaugura-ção do Centrode Conferênciasde Gand.

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serve a um único objetivo e servirá aum único objetivo. Ele procede de umsó profundo desejo do coração do ser, ofruto da mesma árvore: a árvore daVida. E só nesta profundidade, nestecoração, que nós nos reunimos».

Durante a inauguração oficial, elefez notar que Gand havia sido o cen-tro de uma antiga e rica cultura. «Alenda do Graal deixou, nesta parte daEuropa, vestígios eminentes. Há milanos atrás ela já influenciava a Cortedos Condes de Flandres em Gand, en-tão capital dos Países-Baixos. Aqui, noséculo XIII, a história do Graal foitranscrita pelo poeta Jacob Van Maer-lant, tradição que os trovadores trans-mitiram cantando nas cortes de Flan-dres, da França e da Alemanha.

Aqui em Flandres, conhecemos bemo «Parzifal» de Wolfram von Eschen-bach, e muitos manuscritos góticos querelatam ricamente a história do ReiArthur e dos Cavaleiros da TávolaRedonda, a de Merlim e a crônica deRobert de Boron, sobre José de Ari-matéia. Foi aqui que encontramos oprimeiro significado místico da Graal– o caminho de Cristo.»

O Centro de Conferências de Gandcompreende, entre outras, duas salasde silêncio e oito dormitórios. O jar-dim, onde todos poderão sentar-se eonde haverá uma bela fonte, está empreparação.

COLOCAÇÃO DA PEDRA

FUNDAMENTAL EM IAUNDÊ,CAMARÕES

Em Iaundê, sobre as ladeiras doMonte Fébé, vai ser construído umCentro de Conferências, cuja pedrafundamental foi colocada em 19 de

novembro de 2000. A inscrição sobreela é a seguinte:

“Lectorium Rosicrucianum – A NovaAlvorada.O processo de regeneração se apóia naPedra Angular.Esta Pedra Angular é a Força Ori-ginal, a realidade essencial do Reinodos Céus, o verdadeiro Pão Celestial.

Acolhimento primoroso aosconvidados, dopaís e do estran-geiro, emLindelei.Embaixo: visitaaos novos locaisem Gand.

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É o Amor Divino, que procura o queestá perdido.”

(Catharose de Petri – Jan van Rijckenborgh)Iaundê, 19 de novembro de 2000.

«O Monte Febê, o local de constru-ção do templo e dos prédios do novoCentro de Conferências, tem um signi-ficado particularmente simbólico.Com efeito, a cada Serviço Templárioe para cada Conferência de Renova-ção, nós devemos subir a Montanhapara ir diante da Luz, para encontrara Força da Gnosis.

A Montanha, na antiga Sabedoria,é sempre o símbolo da Força, da Ma-jestade e do Amor de Deus que englo-ba tudo. É por isso que este Temploserá para vós o Templo da Renovação,o Renova do Monte Febê. Podereisviver, aqui, em conjunto, vossasConferências de Renovação, da mes-ma forma que nos grandes focos gnós-ticos da Europa», declarou o Sr. A. H.van den Brul, durante sua alocução,no momento da colocação da pedracomemorativa sobre a parede do tem-plo.

ACABAMENTOS DO NÚCLEO DE

ROTERDÃ EM ALGUMAS SEMANAS

Em agosto de 1999 foi fechado onúcleo de Roterdã para reformas. Oedifício da Avenida Concórdia, com to-das as suas escadas e corredores estrei-tos, não estava mais de acordo com asnormas modernas. Alguns alunos de-moliram todo o interior, de forma quesobraram apenas o chão e as paredesestruturais. A escada que dava acesso ao1º andar foi substituída por um eleva-dor especial para a obra. A reconstru-ção agora seria passada a um empreitei-ro e foi começada em janeiro de 2000,com a ajuda de certo número de alunosque, na qualidade de subempreiteiros,se ocuparam da eletricidade, do gás, daágua, dos acabamentos em gesso, dapintura exterior, da pavimentação, dosbanheiros, do mobiliário e da ilumina-ção. O apartamento no último andar foicompletamente renovado. Os numero-sos compartimentos e corredores es-treitos do antigo núcleo foram transfor-mados em grandes espaços bem defini-dos, aconchegantes e luminosos. E ain-da, grande vantagem: o templo se loca-liza num oásis de calma.

Sobre esta cons-trução está sendoconstruído oGrande Templo deIaundê.Quadro menor:colocação daplaca comemora-tiva na parede doTemplo.

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Um boletim informativo mantinhatodos os alunos de Roterdã a par detudo, o que otimizava o engajamentopara realizar este imenso projeto.

UM NÚCLEO NO CENTRO DA CIDADE

DE MONTREAL, CANADÁ

Em 8 de dezembro de 2000, às 18h,o núcleo de Montreal foi oficialmen-te inaugurado, após dois anos de cons-trução, reconstrução e reformas. Estásituado no centro da cidade, numbairro dinâmico e de fácil acesso. Osalunos de língua francesa do Canadáocupam, nestes belos locais, um lugarimportante no Campo de trabalho da

América do Norte. Eles estão a 100km do Centro de Conferências deSutton, no Quebec, na fronteira entreCanadá e EUA. O prédio tem umaárea no térreo, de mais de 400 m2: es-paço suficiente para receber 130 pes-soas. No primeiro andar fica um mag-nífico templo. Em seguida se encontrauma grande sala de reuniões. Atrás dovestíbulo foi construída uma resplan-decente entrada com um escritório.No subsolo encontra-se o vestiário e abiblioteca.

Na véspera da inauguração, houveum «dia de portas abertas», entre14h30 e 22h00, quando foram recebi-dos cerca de cinqüenta vizinhos, ami-gos e interessados das redondezas,que visitaram o local e manifestaramclaramente sua apreciação.

AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE

CONFERÊNCIAS SCHLOSZ NEUSTEIN,ÁUSTRIA

Em 1994/95 o antigo hangar queocupava o terreno foi desmontado pa-ra dar lugar a uma grande sala de jan-tar e a uma cozinha. Sobre estas deve-

Convite para a inauguração donúcleo de Montreal,Canadá.No alto: pintura dafachada do núcleode Roterdã.

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ria haver dormitórios – necessários,pois Schlosz Neustein serve de Centrode Conferências para os alunos daantiga Iugoslávia, cujo número estácada vez maior.

O refeitório e a cozinha foram ter-minados, há algum tempo, e podemacolher 250 pessoas. Os dormitórioscolocados em uso no outono sãocompostos, cada um, por 4 camas,com chuveiro ou lavatório, e podemreceber 50 alunos. Ainda há bastanteespaço para um segundo e terceiroandares, o que perfará uma capacida-de de alojamentos total para 100 pes-soas. Ao mesmo tempo está sendoprevista a ampliação e reconstruçãodo templo.

THE GRANARY EM LITTLE DUNHAM,NORFOLK, INGLATERRA

No início de 2000, na Grã-Bretanhafoi comprada uma casa em Guilford,para servir de Centro de Conferên-cias. Restrições da parte das autorida-des locais tornaram este projeto irrea-lizável. Foi necessário procurar mais.Foi em 4 de outubro de 2000 queachamos um terreno grande, com trêsprédios, em Little Dunham, que está a20 minutos de Norwich e a duas horase meia de Londres. Este conjunto, TheGranary, é bem acessível do continen-te pela balsa, de Hoek van Holland emHarwich.

The Granary compreende entãotrês prédios, dos quais um deles erauma granja, que data de cerca de1780, transformada em hotel. O con-junto se encontra em meio à nature-za, abrigado e fazendo limite com umcampo de golfe. No prédio principalhá uma sala de jantar e um salão. Otemplo provisório se encontra nomaior dos prédios anexos e pode aco-lher aproximadamente 70 pessoas.Este espaço deve ser equipado rapi-damente, para que serviços possamali ocorrer em curto tempo. Espe-ramos que os trabalhos já estejamavançados em setembro ou outubrode 2001, para ali organizarmos Con-ferências de Renovação. O projeto deum grande templo separado já estáem preparação.

Norfolk é, há muito tempo, umaregião onde muito se militou por no-vos conceitos e desenvolvimentos reli-giosos. Foi lá que no século XIV os«Lollards», discípulos de Wycliff, pre-gavam e aspiravam à sobriedade e àautenticidade do Ensinamento. Elesfizeram muitos adeptos.

Planta de um dos prédios deThe Granary,

Inglaterra.

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O NÚCLEO DE PRAGA: DA LAGARTA

À BORBOLETA

O núcleo de Praga, na Tchecos-lováquia, sofreu verdadeira metamor-fose. O triste prédio cinza, do velhobairro de Nuslich, perto de Vysehrad,resplandece agora com um agradávelamarelo claro. No pátio interno, aentrada está pavimentada com pedrasnaturais e rodeada por flores. Umanova escada foi construída e a luzpenetra bem na sala de jantar. Os anti-gos ambientes, sombrios e pequenos,oferecem agora espaço, calma, e, so-bretudo, uma impressão de hospitali-dade. Os vinte alunos da Tchecos-lováquia vem para esse núcleo quatrovezes por ano, para uma Conferênciade Renovação.

OS JARDINS DE RENOVA, ABERTOS

PARA UMA FESTA CAMPESTRE, AFIM DE ARRECADAR FUNDOS PARA

CONSTRUÇÃO

«A BELEZA ESTÁ NO OLHO

DAQUELE QUE VÊ»

Durante dois dias, em setembro,Renova foi transformada em domínioinglês. Reinou, incontestavelmente,uma atmosfera de «garden party» oude festa campestre. Em todos os luga-res, sobre o gramado e os terraços,viam-se tendas cor de berinjela. Gran-des ou pequenas, isoladas ou agrupa-das, elas ofereciam toda sorte de dis-trações. As centenas de convidadosforam sensíveis à atmosfera calorosa,convenientemente criada por dezenasde obreiros responsáveis pela festa.No segundo dia, os visitantes se diver-tiram visivelmente, apesar da chuva –

sendo que muitos deles eram apenasinteressados, trazidos pelos alunos.Havia música e números de prestidigi-tação. Quem quisesse, podia comprarpanquecas, magníficos pratos prontose excelentes sorvetes. Havia um palha-ço e um teatro de marionetes muitoapreciados por pequenos e grandes,uma venda de obras de arte e de jóiasfabricadas por alunos, e uma loteria.Em outro lugar, alguém narrava umconto árabe, acompanhado de canto ede música, e um belo concerto encer-rou o dia. O ponto culminante foi,sem dúvida, uma cena cômica do«Conto de Uma Noite de Verão», deShakespeare, representado pelo grupode Jovens Alunos.

Na entrada, todos os visitantesrecebiam um guarda-chuva e umabanqueta dobrável. Apesar de todos

Programa dafesta campestrenos jardins deRenova, Holanda.

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os gastos, o produto destes dois diasnão foi de se desprezar, mas, o maisimportante foi o saldo positivo desimpatia e aprovação recolhidas.Renova oferece um ambiente perfeitopara uma manifestação como esta.

PRIMEIRO LOCAL NO LAGO BAICAL,C.E.I. DA RÚSSIA

Em Severobaïkalsk, a 4.000 km aleste de Moscou (aproximadamente 5horas de vôo), um grupo de 8 alunoscomprou uma casa de veraneio por 50dólares, primeiro local de propriedadedos alunos, onde poderiam fazer ser-viços e reuniões. Antes do inverno oaquecimento será instalado, para queeste local possa servir o ano todo.

Foi em 1993 que uma primeira con-ferência teve lugar em Moscou, duran-te um congresso internacional sobre otema: 500 anos de Gnosis na Rússia.Esta primeira manifestação se fezacompanhar de uma exposição orga-nizada pela Rozekruis Pers em S.Petersburgo, onde uma conferênciareuniu aproximadamente 60 interessa-dos. O número de alunos e de pesqui-sadores cresceu rapidamente e no mo-mento chega aproximadamente a 200.

Houve Conferências de Renovaçãoem Moscou e em S. Petersburgo, ereuniões organizadas em Perm noUral, Kotlas, Veliki Lyki e Severni-Baïkalsk. Neste imenso território (queficou fechado tanto tempo para o res-to do mundo), está surgindo um inte-resse crescente pelo ensinamentotransfigurístico.

FINALIZAÇÃO DO CONJUNTO

TEMPLÁRIO NO CENTRO DE

CONFERÊNCIAS LE PHÉNIX, FRANÇA

Em 3 de novembro de 2000, houvea inauguração oficial do quarto e doquinto templos no Centro de Con-ferências Le Phénix. Assim se comple-ta a construção desse conjunto tem-plário do campo de trabalho do norteda França. Ao redor e dentro desteconjunto se encontra um jardim comuma bela fonte.

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O novo conjuntotemplário de LePhénix, França.

1 Entrada doCentro deConferências deChristianopolis,Birnbach.

2 Fachada do Centro deConferências deGand.

3 O núcleo dePraga.

4 O núcleo de Roterdã,reformado.

5 O novo conjun-to de prédiosem Haarlem.

6 Os confortáveisdormitóriossobre o granderefeitório deSchlosz Neustein,Áustria.

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Alma – Há diferentes tipos de almacada um pertencendo a um certo aspec-to do ser humano: a consciência, o sen-timento, a inteligência. Estas «almas»são mortais e se desagregam na mortebiológica. Por isso os rosacruzes sófalam da Alma imortal que forma o elode ligação entre o Espírito divino e apersonalidade humana. Na maioria doshumanos esta «Alma imortal» ésomente um princípio latente que épreciso despertar e desenvolver.

Aquário – Nome do período quecoincide com a posição do sol que,atravessando os signos do zodíaco emsentido oposto, se ergue no signo deAquário. Esse período deve durar cer-ca de 2160 anos, que é a duodécimaparte de um ano estelar. A era deAquário é «o tempo da colheita»,quando todos os limites serão trans-postos e quando o homem receberá aoportunidade de desenvolver possibi-lidades novas.

Centelha-do-Espírito – É o princí-pio central do microcosmo, onde estáinscrito o plano completo de Deus en-quanto núcleo. A centelha de Espíritoé considerada como um átomo nocoração humano; ele representa o últi-mo vestígio do Homem espiritual ori-ginal. A purificação e o restabeleci-mento do microcosmo revivificam es-se átomo até o ponto em que ele acabese manifestando como princípio cen-tral do Homem original.

Corpo astral – Esse corpo sutilenvolve e penetra o corpo material e ocorpo etérico. Ele faz parte do corpoastral da humanidade, assim comouma gota de água faz parte do oceano.O corpo astral é, portanto, sensível atudo o que ocorre no corpo astral dahumanidade toda, o qual o mantémem grande medida sob seu domínio,pois o homem não pode exercer

nenhum controle sobre ele. Podemosser facilmente manipulados por essecorpo astral.

Cristo interior – O homem verda-deiro, imortal, que provém de Deus eé «perfeito como o Pai é perfeito». Odespertar deste Filho único, Cristo noser humano, é a razão da vida na terra.Esse despertar do ser humano a umanova vida é, portanto, o único esforçoe aspiração de toda Rosacruz gnósticaautêntica.

Dialética – Trata-se da natureza domundo onde vive a humanidade, cujascaracterísticas são: espaço, tempo, as-pectos contrários como a luz e as tre-vas, o bem e o mal, a vida e a morte...Esses elementos são ligados e engen-dram-se mutuamente. A NaturezaDialética Santa é o mundo não decaí-do de antes da queda.

Domínio astral – ou o astral: a esfe-ra sutil da Terra que governa a huma-nidade e grava todas suas experiências.Resulta disso que esta esfera está pro-fundamente maculada e degenerada.Ela condiciona, entre outros, o san-gue, o sistema nervoso automático,mantém todas as formas em bom esta-do e influencia a consciência e a men-talidade.

Duas ordens de natureza – Para osrosacruzes a existência de duas natu-rezas é um fato concreto e a base deseu ensinamento. A natureza divinaimortal é o mundo onde não há nemdoença nem sofrimento nem morte.Por sua vez, a natureza mortal perten-ce a um campo de vida submetido à al-ternância dos opostos, cujo resultadoé a doença, o sofrimento e a morte.

Escola Espiritual – A EscolaEspiritual Internacional da RosacruzÁurea, o Lectorium Rosicrucianum, éa Escola dos Mistérios aberta a todosos que querem seguir o Caminho de

O que os Rosacruzes

entendem por ...

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Cristão Rosacruz. Esta escola está es-tabelecida hoje em cerca de quarentapaíses.

Esfera material – O domínio ondeos elementos fogo, terra, ar e água semanifestam.

Esfera refletora – Esta esfera é acontraparte etérica da esfera matériavisível. Encontramos aí os pretensos«inferno», «purgatório» e «céu». Noéter da esfera refletora os pensamen-tos, sentimentos e atos da humanidadesão gravados e refletidos de voltacomo num espelho: daí a razão de seunome. Após a morte do corpo físico,os corpos sutis se dissolvem na esferarefletora, em preparação para umavida seguinte.

Espírito – Os rosacruzes fazem cla-ramente a diferença entre o espíritohumano e o Espírito divino. O espíri-to humano é o princípio central daconsciência ligada à natureza mortal.O Espírito divino é o pólo positivo damônada.

Microcosmo – «minutus mundus»ou pequeno mundo. Sistema vitalcomplexo em forma de esfera quecompreende, do interior para o exte-rior: o corpo físico, o corpo etérico, ocorpo astral, o corpo mental, (estesquatro corpos formam a personalida-de), o campo de manifestação ou cam-po de respiração, o ser aural e o sétu-plo campo magnético espiritual da lí-pica no limite exterior. O microcosmodo homem de hoje está mutilado e de-generado.

Mônada – O núcleo espiritual indi-visível do microcosmo. A mônada temdois pólos: um se encontra no cora-ção, é o átomo original; o outro estáno ser aural. No processo da transfi-guração estes dois pólos devem se unirpara formar uma tri-unidade: Espí-rito, Alma e Corpo.

Natureza original – Trata-se do do-mínio de onde a humanidade caiu namatéria depois do que chamamos «aqueda». Os humanos conservam nocoração de seu ser a lembrança desseReino da imortalidade, o que os impe-le a procurar o caminho que os faráretornar a Ele.

Ordem de socorro – O campo devida onde a humanidade decaída deveviver experiências para encontrar o ca-minho de retorno para o Campo devida original.

Ser aural – Em volta da personali-dade se encontra o campo de manifes-tação, ou campo de respiração, encer-rado pelo sétuplo ser aural, dotado desua própria estrutura e de sua própriarealidade. É uma esfera de pontosmagnéticos comparáveis a um firma-mento. As estrelas deste céu consti-tuem os remanescentes de todas as vi-das que se sucederam no microcosmo.Elas atraem forças do exterior e astransmitem à personalidade, e acimade tudo ao cérebro. O ser aural é efe-tivamente nosso «eu superior»: um serluminoso, irradiante, que se mantémpela sua interação com a personalida-de. Para o transfigurista, é o grandeadversário do processo fundamentalde renovação.

Transfiguração – É o processo peloqual todo o sistema microcósmico éregenerado de modo que ele possa semanifestar num plano espiritual supe-rior.

Vida imortal – Vida em que é possí-vel crescer e se desenvolver e que nãoé limitada pela morte.

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O termo eão vem do grego e signi-fica antes de tudo «tempo, eterni-dade, estabilidade, permanência,século e era». Mas significa tam-bém o espírito do tempo, o princí-pio coletivo que arrasta a humani-dade toda. Os eões ultrapassam oshumanos em poder, força e dura-ção de vida, apesar de serem os se-res humanos que os mantêm.

mundo e seus habitantes estãopresos no movimento ondulatório deuma periodicidade determinada. Cer-tas civilizações duraram milhares deanos, outras não alcançaram um sécu-lo. Esses movimentos obedecem adeterminados princípios dados comoexemplo a raças, povos e a toda ahumanidade. Esses princípios são cha-mados de eões. Portanto, as diversastraduções da palavra grega dão lugar aaceitações muito divergentes. Concei-tos como «tempo», «eternidade» e«imutabilidade» se opõem. Os eõesque transcendem o tempo e significameternidade não são da mesma naturezaque os que estão em relação com umtempo bem determinado.

Portanto, o conceito de «eão» podese referir tanto à natureza divina origi-nal como à natureza dialética. Os anti-gos gnósticos falavam de «eão», porexemplo, quando se referiam às hie-rarquias celestes ou aos princípioszodiacais do mundo imortal. Mas elestambém empregavam a mesma palavrapara designar certos princípios domundo mortal. No Evangelho da Pis-

tis Sophia, vemos como a alma decaídanos doze eões do zodíaco dialético de-ve atingir o décimo terceiro eão, o no-vo campo de vida da humanidade li-bertada. Esses doze eões formam, comos sete arcontes ou reitores, o mundoque se afastou do plano divino. Elessão habitados pela consciência lucife-riana, a consciência que coloca o eu nocentro, e representam os doze aspec-tos desta consciência. Não é o homemque cria esses eões; são os princípiosdiretores de um certo período que in-fluenciam e precedem o homem. Cadacivilização tem seus próprios eões.

OS CAMPOS DE ENERGIA COLETIVA

Mas eis um terceiro significadomuito importante utilizado pelos anti-gos gnósticos e pelo ensinamento es-piritual da Rosacruz Áurea. Os eõespodem ser considerados como cam-pos de energia coletiva, campos mag-néticos formados e mantidos por umgrupo de pessoas. Quando uma reli-gião estabelece um dogma, esta ima-gem dogmática imposta é venerada emantida pelos fiéis durante séculos.As preces, os cultos, os pensamentos,os sentimentos e as maneiras de viver,tudo isso cria um campo magnéticorelacionado com essa imagem e oscrentes: esse campo os alimenta mastambém pede para ser alimentado poreles. Ora, tais campos magnéticos po-dem se tornar incrivelmente podero-sos. E os fiéis, fortificados por essaimensa energia, são impulsionados aatos «na força da fé».

A Ensinamento universal nos ensi-

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As Forças que dominam a

Humanidade

O

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na que tais campos criados pelos ho-mens desenvolvem uma consciênciaintrínseca. Os eões se tornam autôno-mos. Eles dirigem sua própria vida eexigem de seus criadores que os ali-mentem. Eles são suficientemente in-teligentes para inspirar e estimularseus criadores. Por exemplo: explo-rando seu desejo de segurança, fazemcom que eles estabeleçam dogmas; ouentão, por meio destes dogmas, eles osimpelem a exercer sua vontade depoder.

É certo que o pretenso «eu supe-rior» também pode ser consideradocomo um eão. Ele não é uma formasublime de uma ordem superior, massim o produto das inúmeras existên-cias que se sucederam no microcos-mo. O eu superior quer viver, assimcomo o eu inferior. Ambos se fazemconcessões e se mantêm mutuamente.Às vezes este processo vai tão longeque certas pessoas podem acabar se

fundindo com seu eão sem poder selibertar dele. Estão acorrentadas à suacriação, física, etérica, astral e mental-mente.

IMPOSSIBILIDADE DE UMA REAL

LIBERTAÇÃO

Quando tais pessoas morrem, épossível para elas – de acordo com seueão – resistir por muito tempo ao pro-cesso de volatilização e repelir pormuito tempo uma nova encarnação.Durante quanto tempo? Depende donúmero de adeptos fiéis que, no mun-do material, vão alimentar seus corpossutis. Todos os seres que assim estãoacorrentados a seu eão – em geral porpráticas ocultistas intencionais – for-mam uma hierarquia com um alvobem definido: manter-se onde estão!

Graças a práticas como estas, eles

Um redemoinhoatrai tudo o queestá a seu alcance.(foto pentagrama)

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permanecem ligados à terra. E todos osseus adeptos com eles. Para eles nãopoderia haver a menor libertação inte-rior porque eles continuam a se ali-mentar mutuamente das forças da na-tureza mortal. No entanto, em dadomomento, uma onda cósmica magistralproveniente do universo chega inexo-ravelmente para dissolver tudo o quetenta se manter de forma inadequada,tudo o que não satisfaz às exigências deum novo desenvolvimento. Em outraspalavras: todos os eões criados pelohomem serão então destruídos.

É evidente que o que faz o homematual criar eões é a necessidade deabertura e de comunicação. A mídia seaproveita amplamente desse fenôme-no. Ela aumenta essa necessidade eprende os humanos agradecidos à «ja-nela aberta para o mundo». Mas a in-teração entre o «eão da comunicação»e seus adeptos cria uma potencialconsciência geral de uma inquietantemediocridade. Os que dessa forma sefartam, e alimentam tão generosamen-te seu eão, dificilmente escapam doque poderíamos chamar «a linguagemvazia». O número de palavras dispo-níveis diminui, seu conteúdo se atenuae muitos conceitos se transformam emseu contrário. A confusão cresce.

LIBERTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

COLETIVA

A pessoa que assim se acomoda, enão tem outra coisa no fundo de simesma, não tem nenhum motivo paraprotestar. Mas aquela que se sentearrastada nesse nivelamento tenta

resistir, lutar. No entanto, pouco im-porta ao eão que as pessoas lutem ouse resignem. Nos dois casos, ele conti-nua sendo o mestre. Se fosse possívelnos livrarmos totalmente de uma par-te da consciência coletiva – nos liber-tarmos interiormente e não por indi-ferença ou apatia – então veríamos co-mo o eão sustenta os humanos e osmantém com mão de ferro.

Graças às palavras e às imagens, amídia propaga milhões de pensamen-tos e sentimentos suscetíveis de in-fluenciar todos os que são receptivos aessas palavras e a essas imagens. Porisso que, enquanto assistis à TV, ledesvosso jornal, saboreais um filme oudevorais um livro, pensai que os edi-tores, as estações de rádio e de televi-são, os astros do cinema e da televisão,mesmo com as melhores intenções,são manipulados a fim de vos manipu-lar. Eles não são livres em suas deci-sões. Por um lado, eles têm interessesprofissionais e têm de satisfazer às ex-pectativas e às necessidades de seupúblico. Por outro lado, sua consciên-cia é dirigida pelo eão ao qual estão li-gados. E podeis responder a esse eão,ou não!

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Sentado sobre o rochedo

Sentei-me sobre o rochedo.E o incêndio do mundo ribombavacomo o trovão, me penetrava, me envolvia.Volvi para outro lado os meus sentidos e busquei o segredo de minha noite interior.

Meu desejo perfurou um poço, ecavei profundo, cada vez mais profundo ...

O olho nada via. O ouvido nada ouvia.

Somente o vazio, infinito, translúcido.Somente o silêncio, plácido, imenso.

De repente, a Voz:«Desperta!Sai do abismo do esquecimento!Lembra-te do caminho!

Tu, vivo raio da grande Luz,nota cristalinada grande Sinfonia,outrora partiste.Volta!

De Mim te afastaste,perdeste o caminho do Espírito,abandonaste o jardim da harmonia,e mergulhaste nas profundezas.

E procuraste o lugaronde as forças da natureza,cegas, se combatem.

Assim entraste no incêndiodas esferas inferiores do Universoonde se mesclam Luz e Trevas. Então, procurasteo que separao inferior do superior,o interior do exterior.

Então bebeste da taçados desejos e da dor,da angústia e do medo,da grandeza e da decadência,da morte e do nascimento.E afundaste no erro.

Tu Me esqueceste.A Mim, teu Pai-Mãe!

Lembra-te de que as TrevasEstão mescladas com a Luz!Faze a distinçãoE sai do abismo!

Agarra-te à Minha Palavra. Sê um vivo raio da Minha Luz,uma nota límpida da Minha Sinfonia.

Procura o coração do Universo,o jardim da harmonia,o reino da Luz, cujo chamado vem do teu coração.»

Assim me disse a Palavra, quando sentei-me sobre o rochedo,e o incêndio do mundoribombava como o trovão.

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toque gnóstico das sete cavidadesdo coração é freqüentemente designa-do simbolicamente por «iluminaçãodas sete chamas do coração.» No cére-bro e no plexo solar também existemcentros de força comparáveis a umcandelabro de sete braços. O fogo quearde nesses três candelabros é de natu-reza puramente terrestre no homemterrestre: quer dizer que ele está intei-ramente em concordância com a per-sonalidade constituída de elementos

terrestres e mantida pelo campo astralda Terra.

Assim queimam no coração, na ca-beça e no plexo solar três fogos sétu-plos ligados à esfera astral terrestre. Ocoração ocupa o centro desse tríplicesistema. As influências da cabeça e doplexo solar penetram pelo coração.Esse centro do microcosmo pode sercomparado a um reator atômico. Osfogos dos três candelabros se agrupamno coração espiritual e nele formam

O Candelabro no Coração

O

O toque do coração pela Gnosis é sétuplo. O Inteiro sistema sétuplo do microcosmo é atravessado

por esse raio flamejante que expulsa tudo o que se opõe à Luz e estabelece o microcosmo em toda a sua glória.

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um campo magnético designado às ve-zes como «estado psíquico» ou «esta-do de alma».

O estado de alma possui um fortepoder irradiante que se transmite aosangue, ao fluido nervoso e ao fogoserpentino na medula espinal, sede daconsciência. Portanto, essa força cir-cula pelo corpo inteiro, em relaçãocom as correntes de força dos veículossutis. Todas essas influências, forças ecorrentes definem os seres. Emalguns, essas radiações são «boas»; emoutros, «más». Porém, «boas» ou«más», elas provêm do estado da almaterrestre. Portanto, ambas são agita-ções e atividades que acontecem nointerior do microcosmo decaído. Obem e o mal são dois aspectos do«pecado» e nenhum deles provém doCriador. Aqui, a palavra «pecado»designa a ignorância da Sabedoria, daVontade e da Ação divinas.

Algumas vezes o coração é egoísta emal intencionado; outras vezes eletransborda de amor e de felicidade.Essas duas disposições não têm emDeus a sua causa: são aspectos opostosentre os quais a vida dialética sedesenrola.

Aquele que deseja viver da Gnosisdeve renunciar a essa realidade divi-dida e retornar à unidade na Gnosis.É claro, sem dúvida, que aqui não setrata de conversão fulminante, massim de uma reviravolta e de umretorno progressivo. O toque sétu-plo do coração libera a força quepossibilita a realização desse retor-no. Sem essa força nada pode serfeito no caminho da libertação espi-ritual. Por esse motivo, os rosacru-zes do século XVII, assim como osde hoje, dizem: «Jesus é tudo paramim», a força que liberta a alma étudo para mim.

A ORIENTAÇÃO TERRESTRE

DEVERÁ MUDAR

O coração e o estado de alma são degrande importância para o buscadorda libertação, pois a radiação do cora-ção orientado para esta terra deverácomeçar por mudar antes que o siste-ma vital possa se restabelecer. Essamudança é operada pelo deslocamen-to sistemático das prioridades da vida,por um comportamento totalmentediferente e novo – pois educação ecultura não são critérios utilizáveispara este caminho. É preciso que ocoração se abra e seja admitido noprocesso de purificação.

Os rosacruzes falam de «novaalma». O que diferencia a nova almada alma? A nova alma é a voz do prin-cípio central do coração, a voz da cen-telha divina. Falando de outra forma:é a voz da alma purificada. É essa vozque acusa o estado de vida dialéticoenquanto essa vida não estiver em har-monia com a verdadeira meta espiri-tual que lhe é destinada: o seu retornopara Deus.

Quando a nova alma fala, o habi-tante do microcosmo não se sente àvontade. Ele é tocado e pressionado asair da situação. Ele procura o meio deapagar o fogo flamejante, de abafaressa voz do coração, mesmo ele saben-do que ela tem razão, pois ela lherepete que existe uma outra vida, queé preciso que ele a procure e que aviva!

Se a voz não fala – ou não fala mais– então é estabelecido um equilíbrioprovisório com a natureza. Muitasvezes a pessoa que se encontra nesseequilíbrio cita as maravilhas da vidagnóstica em termos devotos, mas elanão toma nenhuma parte nisso! Ela

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afugenta a luz, repele a nostalgia doseu coração e sufoca a alma, pois pre-fere o eu (que ela crê conhecer) à ver-dadeira alma (que ela ainda nãoconhece).

O OBSTÁCULO DO EU

Como modificar a situação? É pos-sível romper o círculo vicioso do ego-centrismo atacando-se o estado de al-ma comum, que deve ser rompido,modificado, purificado e sublimadopara que a alma se abra para a Luz. Apessoa que diz: «O que você quer, eusou assim mesmo, e daí?», constitui,ela mesma, o seu próprio obstáculo.Mas a pessoa que dirige seus pensa-mentos para os meios de curar suaalma, que deseja sair do pântano davida cotidiana, começa verdadeira-mente o processo de purificação. Seela realmente levar isso a sério, elacompreenderá que somente uma pro-funda reviravolta e a purificação detodo o sistema vital fazem nascer no-vas possibilidades. Pequenas modifi-cações e remendos no comportamentonada resolvem. É preciso que umcomportamento interior completa-mente diferente e regenerador deter-mine uma nova consciência. O mentalreflete sobre essa nova maneira de ver,transmite suas constatações ao cora-ção de maneira sétupla e ataca o esta-do de alma. Os novos impulsos irra-diam e circulam em todo o sistemamicrocósmico. Então, a alma é habita-da por uma mescla de influências anti-gas e novas. É claro que se trata de umprocesso que não funciona por simesmo, que não se desenvolve sem di-ficuldades, e principalmente que épreciso seguir conscientemente.

RECEPTIVIDADE DO PENSAMENTO

ÀS IMAGENS PURAS

O ser que atribui culpa ao estado deseu coração não pode ser retido senãopor ele mesmo – por exemplo: em ra-zão de uma atitude excessivamenteconciliadora. Ninguém – a não ser ele– pode exercer influência sobre esseprocesso. O sistema corporal compre-ende o corpo físico, o corpo etérico, ocorpo astral e o corpo mental, sendoque este último não está ainda com-pletamente desenvolvido. Na maiorparte do tempo, o pensamento é umconjunto inconsciente de impulsosprovenientes do corpo astral. Atémesmo um pensamento dialético su-blime é egocêntrico, portanto, egoísta.Por sua vez, o pensamento da novaalma não é guiado pelos desejos pes-soais, mas completamente focalizadono restabelecimento de sua ligaçãocom Deus. Portanto, para purificar oestado da alma, é preciso começar porpurificar o pensamento, o qual deveabrir-se para as imagens puras doEnsinamento Universal a fim de po-der modificar-se. Pois, geralmente, ointelecto de cultura ocidental bemtreinado é exclusivamente motivadopelo egoísmo, pela ganância do lucro epela glorificação do eu – três enormesobstáculos no caminho da Luz.

Mas o coração também deve se tor-nar silencioso diante de Deus. E quemnão experimenta que o coração é umobscuro e horrível campo de batalhaonde se defrontam os desejos contrá-rios? A injustiça gera a revolta. As lá-grimas de cólera sucedem às lágrimasde alegria. Não se faz outra coisa se-não oscilar sem fim entre dois extre-mos. Os pensamentos ficam caóticos;fazemos planos para contornar a si-

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tuação ou procuramos tirar proveitodela. Imagens mentais desfilam comonuvens no céu microcósmico e obscu-recem a luz do sol. Depois as nuvensse descarregam e imediatamente opensamento procura novos métodospara justificar o eu. Como apaziguaresse campo de batalha? Transformá-lo? Nós nos levantamos de manhãcom pensamentos, e nos deitamos ànoite com pensamentos. Mesmo du-rante a noite eles não nos deixam re-pousar. Como vamos nos livrar dessaluta, dessa agitação? Muitas vezes, asprimeiras tentativas são pouco recom-pensadas! Felizmente as experiênciasfazem nascer a sabedoria. Quem aprincípio se deixou arrastar e se esfor-çou em vão para reprimir a violênciasaberá dizer «não» depois de um certonúmero de experiências e não se dei-xará mais atrair para a luta: assim,aprendeu a permanecer silencioso di-ante de Deus.

ORIENTAÇÃO SOBRE A VIDA

SUPERIOR

A princípio, a voz da alma, a novaalma que se manifesta, é tão débil quemal a podemos ouvir. E é precisoaprender a reconhecê-la para com-preendê-la. Ao mesmo tempo, é preci-so fazer calar a voz do mundo, forte edura. É preciso voltar a atenção para avida superior, e isso também constituium processo. Quando pela primeiravez, ouvimos, prestamos atenção e re-cebemos o impulso divino, ainda pou-cas coisas, sem dúvida, se modificam.Mas quem persistir, logo ficará cons-ciente de que dentro de si mesmo estáse operando uma separação entre oque é antigo (a influência do mundo

mortal) e o que é novo (a influência dafonte imortal). Progressivamente, a al-ma se volta. A força aspirante das coi-sas antigas diminui e o chamado donovo torna-se cada vez mais clara-mente perceptível. É como um chama-do para retornar à sua verdadeira pá-tria. Antes, o pesquisador enveredavapor muitos desvios e vias tortuosas;agora que o caminho de retorno deli-nea-se claramente, isso não é mais ne-cessário!

RESTABELECIMENTO DO

MICROCOSMO

Assim, fica visível que o processode libertação interior começa ao mes-mo tempo que o primeiro toque nocoração. Quem não interfere nesseprocesso mas o estimula com todas assuas forças experimentará que essapurificação torna-se cura. O restabe-lecimento do campo de vida micro-cósmico, antes tão degradado, prosse-gue num ritmo acelerado. Os quatrocorpos são reestruturados e prepara-dos para receber e utilizar a Luz gnós-tica sem nenhum entrave. Os antigosfogos se apagam para dar lugar ao Fo-go eterno que flameja no candelabrode sete braços do ser que aspira à ú-nica Verdade. O que começou na«central nuclear» do coração, cresceaté se tornar uma força poderosa queenvolve inteiramente o microcosmo eo dirige para sua meta luminosa.

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«Assim, fica visível que o processo de

libertação interior começa ao mesmo tempo

que o primeiro toque no coração.

Quem não interfere nesse processo mas o estimula

com todas as suas forças experimentará que

essa purificação torna-se cura.»

(O Candelabro do coração, p.43)