os misterios rosacruzes

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    OS MISTRIOS ROSACRUZESMax HeindelSUMRIO

    CAPTULO I ............................................................. 2A Ordem dos Rosacruzes e a Fraternidade Rosacruz...................... 2Nossa Mensagem e Nossa Misso ....................................... 2

    A Fraternidade Rosacruz ............................................. 5CAPTULO II ............................................................ 7O Problema da Vida e a sua Soluo.................................... 7O problema da Vida .................................................. 7Trs Teorias da Vida ................................................ 9SOMOS ETERNOS ...................................................... 11

    CAPTULO III .......................................................... 17Os Mundos Visveis e Invisveis...................................... 17A Regio Qumica ................................................... 17A Regio Etrica ................................................... 19

    O Mundo do Desejo.................................................... 25O Mundo do Pensamento................................................ 32A Regio do Pensamento Concreto .................................... 32A Regio do Pensamento Abstrato .................................... 35CREDO OU CRISTO .................................................... 40

    CAPTULO IV ........................................................... 42A Constituio do Homem.............................................. 42

    Corpo Vital - Corpo de Desejos - Mente ............................. 42O Corpo Vital .................................................... 43O Corpo de Desejo ................................................ 45A Mente .......................................................... 46

    CAPTULO V ............................................................ 48Vida e Morte......................................................... 48

    Auxiliares Invisveis e Mdiuns .................................... 48A Morte ............................................................ 50O Panorama da Vida Passada ......................................... 54O Purgatrio ....................................................... 55O Primeiro Cu ..................................................... 61O Segundo Cu ...................................................... 62O Terceiro Cu ..................................................... 63Nascimento e Vida da Criana ....................................... 65O Mistrio da Luz, da Cor e da Conscincia ......................... 65A Educao das Crianas ............................................ 67

    MONTE ECCLESIA ........................................................ 70Descrio da Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz................... 70Nossas Lies so Sermes .......................................... 72No Levantamos Horscopos .......................................... 72Curso Sobre Misticismo Cristo ..................................... 72Como se Candidatar ................................................. 72Custo dos Cursos ................................................... 72

    Apndice............................................................. 73

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    CAPTULO I

    A Ordem dos Rosacruzes e a Fraternidade Rosacruz

    Nossa Mensagem e Nossa Misso

    Mente S - Corao Nobre - Corpo Sadio

    Antes de iniciarmos uma explicao dos Ensinamentos Rosacruzes, ser bom

    dizermos algumas palavras acerca deles e do lugar que ocupam na Evoluoda Humanidade.

    Por razes que sero dadas posteriormente, estes Ensinamentos advogam umponto de vista dualstico: sustentam que o homem um Esprito, contendoem potencial todos os poderes de Deus, como a semente contm a planta, eque esses poderes desenvolvem-se lentamente numa srie de existncias,dentro de corpos terrestres que melhoram gradualmente; tambm, que esteprocesso de desenvolvimento tem sido levado a efeito sob a direo deexaltados Seres que ainda orientam nossos passos, embora essa orientaov diminuindo proporo que gradualmente adquirimos intelecto evontade. Estes exaltados Seres, embora invisveis aos nossos olhosfsicos, constituem, no obstante, poderosos fatores em todos os assuntos

    da vida, dando aos diferentes grupos da humanidade lies que promovemeficientemente o desenvolvimento dos seus poderes espirituais. De fato, aTerra pode ser comparada a uma grande Escola de Treinamento, na qualexistem alunos de diferentes idades e capacidades, como ocorre emqualquer das nossas escolas. Existem os selvagens, vivendo e cultuandosob as condies mais primitivas, vendo a um Deus em um pau ou em umapedra. Depois, seguindo o progresso, que o homem realiza para a frente epara cima na escala da civilizao, vamos encontrar uma concepo cadavez mais elevada da Divindade, at que florescesse aqui no nosso MundoOcidental a formosa religio crist, que nos proporciona atualmente ainspirao espiritual e o incentivo para progredir.

    Essas variedades de religies foram dadas a cada grupo da humanidadepelos exaltados Seres que a Religio Crist conhece com o nome de Anjos

    do Destino, cuja maravilhosa previso habilita-os a verem o rumo de algoto instvel como a mente humana, estando assim capacitados a determinaros passos necessrios para guiar o nosso desenvolvimento, de acordo comas linhas em harmonia com o mais elevado bem universal.

    Estudando a histria das antigas naes, verificaremos que, h cerca de600 anos antes de Cristo, uma grande onda espiritual teve sua origem nascostas orientais do oceano Pacfico, onde a grande Religio de Confcioacelerou o progresso da nao chinesa e, em seguida, tambm a Religio deBuddha comeou a conquistar seus milhes de adeptos na ndia, e aindamais a oeste tivemos a sublime filosofia de Pitgoras. Cada sistema eraapropriado s necessidades particulares do povo a que se destinava.Depois comeou o perodo dos Cticos, na Grcia, e, mais tarde, avanandopara o Oeste, a mesma onda espiritual manifestou-se na Religio Crist,na "Idade das Trevas", quando o dogma de uma Igreja dominante imps suacrena a toda a Europa Ocidental.

    lei do universo que uma onda de despertar espiritual seja sempreseguida por um perodo de decrescente materialismo, e cada uma dessasfases necessria para que o Esprito receba igual desenvolvimento,tanto no intelecto como no corao, sem ir demasiado longe em nenhuma dasduas direes. Os Grandes Seres mencionados anteriormente, que cuidam donosso progresso, tomam precaues para preservar a Humanidade desse

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    perigo e, quando previram a onda de materialismo, que comeou no sculoXVI com o nascimento da nossa Cincia moderna, tomaram medidas paraproteger o Ocidente, como antigamente salvaguardaram o Oriente dosCticos, que se viram contidos pelas Escolas de Mistrios.

    No sculo XIV, apareceu na Europa Central um grande mestre espiritualcujo nome simblico era

    Christian Rosenkreuz

    Ou

    Cristo Rosacruz,

    que fundou a misteriosa Ordem da Rosacruz, a respeito da qual tantashipteses se tm levantado, sem que algo relevante tenha chegado aoconhecimento do mundo em geral, pois ela a Escola de Mistrios doOcidente e se abre unicamente para aqueles que alcanaram o estgio dedesenvolvimento espiritual necessrio para ser iniciados nos seussegredos, relativos a Cincia da Vida e do Ser.

    Se alcanarmos um desenvolvimento tal que nos permita deixar nosso corpofsico e sair para um vo anmico pelo espao interplanetrio, veremos

    que o derradeiro tomo do corpo fsico tem forma esfrica, como a nossaTerra, isto , apresenta-se como um globo. Se tomarmos certo nmero deglobos do mesmo tamanho e os agruparmos ao redor de um deles, veremos queso necessrios exatamente doze para ocultar o dcimo terceiro. Portanto,doze visveis e um oculto so nmeros que revelam uma relao csmica e,como todas as Ordens de Mistrios so baseadas em linhas csmicas, todasse compem de doze membros reunidos em tomo de um dcimo terceiro, que o Cabea invisvel.

    H sete cores no espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul,ndigo e violeta. Mas entre o violeta e o vermelho existem ainda outrascinco cores invisveis aos olhos fsicos, que se revelam visoespiritual. Em toda Ordem de Mistrios existem igualmente sete Irmosque, em certas ocasies, aparecem ao mundo a fim de realizar o trabalhonecessrio para o avano da comunidade a quem esto servindo, mas cincoIrmos nunca so vistos fora do Templo. Estes trabalham com e ensinamaqueles que passaram por certos estgios de desenvolvimento espiritual eso, portanto, capazes de visitarem o Templo, por no ser convenientepara todos visit-lo.

    Que o leitor no imagine agora que essa Iniciao faz do aluno umRosacruz, do mesmo modo que a admisso de um estudante a uma Universidadeno far dele um professor universitrio. Nem mesmo ainda depois depassados os Nove Graus desta ou de qualquer outra Escola de Mistriostorna-se ele um Rosacruz. Os Rosacruzes so Hierofantes dos MistriosMenores e, alm deles, h ainda escolas onde so ensinados os MistriosMaiores. Aqueles que j passaram pelos Mistrios Menores e se tornaram

    discpulos dos Mistrios Maiores so chamados Adeptos, mas, nem elesalcanaram ainda a posio elevada dos doze Irmos da Ordem Rosacruz oudos Hierofantes de qualquer Escola de Mistrios Menores, assim como noobtiveram a posio e o conhecimento dos professores das EscolasSuperiores, os alunos que nela acabam de ser graduados.

    Um trabalho posterior versar sobre a Iniciao, mas podemos dizer, desdej, que a porta de uma genuna Escola de Mistrios no se abre com umachave de ouro, mas unicamente como uma recompensa aos servios meritriosfeitos Humanidade, e todo aquele que se anuncia a si mesmo como sendo

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    um Rosacruz, ou que cobra qualquer preo pelos seus ensinamentos,demonstra, por qualquer desses atos, que um charlato. O verdadeirodiscpulo de qualquer Escola de Mistrios ser demasiado modesto paraanunciar esse fato. Desdenhar todos os ttulos e honrarias dos homens eno ter interesse em riquezas, a no ser nas riquezas de amor que lheforem dadas por aqueles a quem tiver o privilgio de ajudar e de ensinar.

    Nos sculos transcorridos desde que foi formada a Ordem Rosacruz, seusmembros tm trabalhado secreta e silenciosamente, esforando-se para

    modelar o pensamento da Europa Ocidental, mediante as obras de Paracelso,Boehme, Bacon, Shakespeare, Fludd e outros. Todos os dias, meia-noite,quando as atividades fsicas do dia esto no seu refluxo inferior e osimpulsos espirituais em seu fluxo superior, eles enviam do seu Templovibraes que inspiram e impulsionam as almas a neutralizar omaterialismo e a impelir o desenvolvimento dos poderes anmicos. s suasatividades devemos todos ns a espiritualizao gradual da nossa cincia,antes to materialista.

    Com o incio do sculo XX, deu-se um novo passo a frente. Ficouestabelecido que algo deveria ser feito para tornar cientfica aReligio, assim como para espiritualizar a Cincia, com o propsito de,no final, ambas se harmonizarem, j que hoje em dia o corao e ointelecto esto divorciados. O corao sente instintivamente as verdadesdo ensino religioso tais como os maravilhosos mistrios da ImaculadaConcepo (o Nascimento Mstico), da Crucificao (a Morte Mstica), doSangue Purificador, da Expiao dos Pecados e de outras doutrinas daIgreja, que o intelecto se recusa a acreditar, porque so incapazes dedemonstrao e aparentemente em conflito com a lei natural. O processomaterial pode ser estimulado quando o Intelecto predomina, mas os anseiosdo corao ficam sem satisfao e, assim, o crescimento da alma ficarretardado at que o corao tambm seja satisfeito.

    Com o propsito de proporcionar ao mundo um ensino harmonioso quesatisfaa mente e ao corao, foi necessrio descobrir um Mensageiro einstru-lo. Era necessrio que ele reunisse determinadas qualidadesextraordinrias; o primeiro escolhido fracassou ao no passar por certa

    prova, depois de ter passado vrios anos sendo preparado para essetrabalho.

    uma verdade indiscutvel que h um tempo para semear, como h outropara colher, e que tambm h determinadas ocasies para todos ostrabalhos da vida e, em concordncia com esta Lei da Periodicidade, cadaimpulso para a elevao espiritual deve ser empreendido no momentoapropriado, para que seja bem-sucedido. A primeira e a sexta dcada decada sculo so especialmente propcias para o comeo da divulgao denovos ensinamentos espirituais. Por esta razo, os Rosacruzes ficarammuito preocupados com aquela falha porque restavam somente cinco anospara terminar a primeira dcada do sculo XX.

    A segunda escolha de um mensageiro recaiu sobre o autor deste trabalho,

    embora naquela poca ele no soubesse disso e, planejando ascircunstncias ao seu redor, facilitaram-lhe o comeo de um perodo depreparao para o trabalho que eles desejavam que o autor executasse.Trsanos depois, por ocasio de sua viagem Alemanha, e tambm porcircunstncias preparadas pela Irmandade invisvel, e quando se achava nolimite do desespero, ao perceber que a luz, que era o objetivo da suaprocura, no passava de um facho de lanterna mgica, os Irmos da OrdemRosacruz puseram-no a prova, para ver se ele poderia ser um fielmensageiro para transmitir ao mundo os Ensinamentos que desejavamconfiar-lhe. Quando o autor superou a prova, deram-lhe a monumental

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    soluo para os problemas da existncia que foi publicada, pela primeiravez, no Conceito Rosacruz do Cosmos em novembro de 1909, pouco mais de umano antes de expirar-se a primeira dcada do sculo XX. Este livro marcouuma nova era na chamada literatura "oculta" e as muitas edies, queforam publicadas desde aquele tempo, assim como as milhares de cartas quechegam ao autor, so testemunhas eloqentes do fato de que as pessoasesto encontrando nestes ensinamentos uma satisfao que durante longotempo haviam buscado em vo.

    Os Rosacruzes ensinam que todas as grandes religies tm sido dadas aospovos que as professam por Inteligncias Divinas, que determinaram cadasistema de adorao de forma adaptada as necessidades da Raa ou Nao.Um povo primitivo no pode corresponder a uma religio sublime e elevada,e.vice-versa. Aquilo que pode favorecer uma raa, poderia prejudicaroutra e, seguindo o mesmo princpio, idealizou-se um sistema dedesenvolvimento anmico adaptado especialmente ao Povo do Ocidente que,por temperamento e constituio racial, j no poderia acompanhar adisciplina de uma Escola Oriental, organizada para os Hindus maisatrasados.

    A Fraternidade Rosacruz

    Com o propsito de propagar ao Mundo Ocidental os EnsinamentosRosacruzes, fundou-se a Fraternidade Rosacruz no ano de 1909. Ela o

    arauto da Era Aquariana, quando o Sol, por precesso, passar pelaconstelao de Aqurio, o que far com que se manifestem todos os poderesespirituais e intelectuais latentes do homem, simbolizados por essesigno. Da mesma forma que o calor do fogo aquece todos os objetos dentrode sua esfera de irradiao, assim tambm o Raio de Aqurio elevara asvibraes da Terra a uma freqncia que somos incapazes de compreenderagora, embora j tenhamos demonstraes eloqentes dos trabalhosmateriais desta fora, nas invenes que tem revolucionado o modo de vidada gerao atual. Ficamos maravilhados com os Raios X, por meio dos quaisse v atravs do corpo humano, mas cada um de ns tem um sentido latenteque, quando estiver desenvolvido, permitir ao homem ver atravs dequalquer corpo e a qualquer distncia. Maravilhamo-nos com asconversaes telefnicas que atravessam o continente americano, mas todos

    temos uma capacidade latente de falar e de ouvir, muito mais aguda;surpreendemo-nos com as proezas de naves sob as guas, ou de avies sobreas nuvens, mas tambm todos ns somos capazes de passar pelas profundezasdas guas, ou de cruzar os ares e, ainda mais, poderemos atravessar asrochas mais slidas e o fogo crepitante, quando soubermos o modo de faz-lo, e at o relmpago lento, comparado com a velocidade que poderemospercorrer. Isto parece hoje um conto de fadas, como pareceram as novelasde Julio Verne para a gerao anterior, mas a Idade Aquariana sertestemunha da realizao de todos esses sonhos e de muito mais, sonhosdos quais atualmente nem podemos fazer idia. Essas faculdades seroento naturais em grande nmero de pessoas que as vem desenvolvendogradualmente, do mesmo modo que, outrora, aprendemos a caminhar, a falar,a ouvir, a ver.

    Nisto existe, porm, um grande perigo, pois, como bvio, qualquerpessoa dotada de semelhantes faculdades poder us-las para prejudicartodo o mundo, a menos que esteja dotada por um esprito de abnegao e dealtrusmo, a toda prova. Assim, pois, a religio necessria atualmente,como nunca o foi antes, para cultivar o Amor e o sentimento fraternalentre os homens, para que, desse modo, possam preparar-se para o uso dosgrandes dons que lhes esto reservados, para empreg-los bem esabiamente. Essa necessidade de religio sentida especialmente porcerta classe de pessoas, nas quais o ter est menos aderido aos tomos

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    CAPTULO II

    O Problema da Vida e a sua Soluo

    O problema da Vida

    Entre todas as vicissitudes da vida, embora a experincia humana variemuito de indivduo para indivduo, h um acontecimento que e inevitvelpara todos: a Morte! No importa qual seja a nossa posio social; se a

    vida que vivemos foi louvvel ou no; se nossa passagem entre os homensficou marcada por grandes feitos; se vivemos uma vida saudvel ou deenfermidades; se fomos famosos e rodeados de amigos ou obscuros esolitrios, chegar um momento em que estaremos ss, diante do portal daMorte, e seremos forados a dar um salto no escuro.

    O pensamento sobre esse salto e o que possa existir alm, fora todacriatura a pensar. Nos anos de juventude e sade, quando o barco da nossavida navega nos mares da prosperidade, quando tudo nos parece belo ebrilhante, podemos por de lado tal pensamento; mas certamente chegar umdia na vida de toda pessoa sensata em que o problema da Vida e da Morteimpor-se- sua conscincia, recusando-se a ser posto de lado. Nem serde grande proveito aceitar uma soluo preconcebida, forjada por qualquerum, sem reflexo e na base da f cega, porque esse um problema

    fundamental que cada pessoa deve resolver por si mesma, para ficarsatisfeita.

    No limite oriental do Deserto do Saara est a mundialmente conhecidaEsfinge, com sua face impenetrvel voltada para o Leste, sempre saudandoo Sol, quando seus primeiros raios anunciam um novo dia. Diz a mitologiagrega que era habito desse monstro formular um enigma a todo viajante,devorando aqueles que no sabiam responder acertadamente. Mas quandodipo resolveu o enigma, a Esfinge destruiu-se a si mesma.

    O enigma que a Esfinge propunha aos homens era o da Vida e o da Morte,uma questo que tinha tanta importncia naquele tempo quanto hoje, e parao qual cada um deve encontrar uma resposta ou ser devorado na mandbulada morte. Mas, uma vez que a pessoa tenha encontrado a soluo para o

    problema, tomar-se- evidente que, na realidade, a Morte no existe eaquilo que se parece com ela no passa da mudana de um estado deexistncia para outro. Portanto, ao homem que encontra a verdadeirasoluo para o enigma da vida, a Esfinge da morte deixa de existir e elepode elevar sua voz num grito triunfante: "Oh Morte, onde est o teuaguilho? Oh tumulo, onde est a tua vitria?".

    Vrias teorias tem sido formuladas para se resolver esse problema davida. Essas teorias podem ser divididas em duas classes fundamentais: ateoria monstica, que sustenta que todos os fatos da vida podem serexplicados, tomando-se como base este mundo visvel no qual vivemos, e ateoria dualista, que explica uma parte destes fatos por fenmenos da vidaocorridos em mundos que esto fora do alcance da nossa viso fsica.

    No seu famoso quadro "A Escola de Atenas", Rafael apresentou de uma formamuito hbil as atitudes dessas duas escolas de pensamento. Vemos nessemaravilhoso quadro um trio Grego, semelhante aqueles em que os filsofosoutrora costumavam congregar-se. Sobre os diversos degraus que conduzemao interior do edifcio, v-se um grande nmero de homens mergulhados emprofunda conversao, mas, no centro, no cimo dos degraus, permanecemduas figuras que se supe serem Plato e Aristteles, um apontando paracima, o outro para a terra, encarando-se mudos, mas com profunda econcentrada determinao, cada um pretendendo convencer o outro de que

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    sua opinio a verdadeira, porque ambos esto convictos em seu corao.Um deles sustenta que feito do barro da terra, que veio do p, ao qualvoltar; o outro advoga firmemente a idia de que h algo superior quesempre existiu e continuar existindo, no importa o que possa acontecerao corpo em que se vive agora.

    A questo de saber quem est certo ainda se acha sem soluo para agrande maioria da humanidade. Milhes de toneladas de papel e muita tintaforam gastas em tentativas inteis de chegar-se resoluo da questo

    com argumentos, mas permanecer a interrogao para todos que nosolucionaram o enigma por si mesmos, porque esta uma questofundamental, faz parte da experincia da vida de cada ser humano resolv-la e, portanto, ningum pode nos dar a soluo final para a nossasatisfao. Aqueles que realmente solucionaram esse problema, tudo o quepodem fazer mostrar aos outros o caminho que os levou a encontrar asoluo e, desse modo, conduzir o investigador para que tambm possapelos prprios esforos chegar a uma concluso.

    Esta a finalidade deste pequeno livro. No se pretende oferecer umasoluo para o problema da vida, para que ela seja aceita cegamente, pelaconfiana na capacidade de investigao do autor. Os ensinamentos aquiexpostos foram oferecidos por meio da Grande Escola Ocidental deMistrios Ordem Rosacruz, e so o resultado dos testemunhos de grandenmero de videntes exercitados, e que foram comunicados ao autor esuplementados por sua investigao pessoal dos planos atravessados peloEsprito na sua jornada cclica, desde o mundo invisvel at este planode existncia e o seu retomo.

    No obstante, advertese o estudante de que o autor pode ter entendido demodo errado alguns dos ensinamentos e de que, apesar do maior cuidado queteve, pode ter tomado algum ngulo errneo daquilo que acredita ter vistono mundo invisvel, no qual as possibilidades de se equivocar somltiplas. Aqui, no mundo que nos cerca, as formas so fixas, no mudamfacilmente; mas no mundo ao nosso redor, perceptvel somente visoespiritual, podemos dizer que no existe realmente a forma e que tudo alie vida. Para ser mais exato, as formas so to mutveis que as

    metamorfoses descritas nos contos de fadas ocorrem ali com uma freqnciaimpressionante e, por esta razo, temos as surpreendentes revelaes demdiuns e clarividentes inexperientes que, embora honestos, so enganadospela iluso da forma, que efmera, por serem incapazes de ver a vida,que constitui a base permanente da forma.

    preciso que aprendamos a ver nesse mundo. A criana de poucos mesesainda no consegue avaliar bem o espao e pretende apanhar objetos queesto fora do seu alcance, at que aprenda a calcular as distncias. Umapessoa cega que readquire a capacidade da viso por uma operao, noprincpio estar inclinada a fechar os olhos quando for de um lugar paraoutro, e dir que, para ela, e mais fcil caminhar pelo tato do que pelaviso, devido ao fato de que ainda no aprendeu a usar sua novafaculdade. Do mesmo modo, a pessoa cuja viso espiritual se tenha

    manifestado recentemente, precisa de treinamento e, neste caso, ainstruo ainda mais necessria do que criana e ao cego jmencionados. Negar a algum essa instruo seria o mesmo que colocar umacriana recm-nascida num berrio onde as paredes fossem recobertas porespelhos de diferentes curvaturas, cncavos e convexos, que retorcessem edesfigurassem sua prpria imagem e a dos que a assistem. Se uma crianacrescesse em tal ambiente e no lhe fosse possvel ver a forma real dascoisas, a sua e a dos companheiros, naturalmente acreditaria que asformas reais seriam aquelas deformadas que se habituou a ver, quando, na

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    realidade, os espelhos seriam os causadores dessa iluso. Se a criana eas pessoas envolvidas numa experincia desta ndole fossem um diaretiradas desse lugar ilusrio, no seriam capazes de reconhecer asformas naturais at que fossem devidamente treinadas para isso. Aquelesque desenvolveram a viso espiritual esto expostos a sofrer taisiluses, at que sejam instrudos para ajustar-se distoro e ver avida, que permanente e estvel, desprezando a forma, que evanescentee instvel. O perigo de ver as coisas fora de foco permanece sempre e to sutil que o autor sente o dever imperativo de advertir aos leitores

    para que tomem todas as suas citaes referentes aos mundos invisveiscom a maior cautela, pois ele no tem a menor inteno de enganarningum. Sente-se, antes, inclinado a aumentar do que a diminuir suasprprias limitaes, e aconselharia o estudante no aceitar nada do queo autor escreveu sem primeiro raciocinar por si mesmo. Desse modo, se elese enganar, ter-se- enganado sozinho, no podendo censurar o autor porisso.

    Trs Teorias da Vida

    Apenas trs teorias dignas de considerao so apresentadas como soluesao enigma da existncia e, com o propsito de que o leitor possa fazer aimportante escolha entre elas, passamos a apresenta-las resumidamente,dando alguns dos argumentos que nos levam a defender a doutrina doRenascimento como o mtodo que favorece o desenvolvimento da alma e aaquisio final da perfeio, oferecendo a melhor soluo ao problema davida.

    1) A Teoria materialista ensina que toda a vida e apenas uma curtajornada do bero ao tumulo, que no h no Cosmos inteligncia superior do homem, que sua mente e produto de certas correlaes da matria, eque, portanto, a existncia termina com a morte e a dissoluo do corpo.

    Houve dias em que os argumentos dos filsofos materialistas pareciamconvincentes, mas, medida que a cincia avana, descobre-se mais e maisevidncias de que h um lado espiritual no Universo. Que a vida e aconscincia possam existir sem que disso nos seja dado evidncia algumafoi plenamente comprovado nos casos de pessoas que se encontravam em

    transe profundo, consideradas como mortas durante vrios dias e quedespertaram repentinamente, contando tudo o que se passou em torno do seucorpo durante o transe. Cientistas eminentes, tais como Sir Oliver Lodge,Camille Flammarion, Lombroso, e outros homens de inteligncia brilhante ecapacidade cientifica, declararam inequivocamente, como resultado de suasinvestigaes, que a inteligncia que chamamos homem sobrevive morte docorpo e continua vivendo em torno de ns, independentemente de a vermosou no, como a luz e a cor existem em torno de uma pessoa cega,independentemente do fato de essa pessoa percebe-las ou no. Essescientistas chegaram a essa concluso depois de muitos anos de cuidadosainvestigao. Eles descobriram que os chamados mortos podem, e o fazem emdeterminadas circunstncias, comunicar-se conosco, de tal forma quequalquer engano a este respeito inadmissvel. Sustentamos que taltestemunho muito mais valioso do que o argumento do materialismo,

    porque baseado sobre anos de investigao cuidadosa e porque est emharmonia com Leis to bem conhecidas como a Lei da Conservao da Matriae a Lei da Conservao da Energia. A mente uma forma de energia e estimune a destruio, contrariamente ao que afirma o materialista.Portanto, podemos por de lado a Teoria materialista, por considera-laimprpria devido ao fato de ela no se harmonizar com as Leis da Naturezae com fatos bem estabelecidos.

    2) A Teoria Teolgica proclama que, justamente antes de cada nascimento, criada por Deus uma alma e esta entra no mundo, onde vive por um tempo

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    Dessa forma, todos os atos, bons ou maus, so registrados pela ao darespirao, que , portanto, a base da alma; mas, enquanto os registrosda respirao dos bons atos se amalgamam com o esprito, e nele vivempara sempre como alma imortal, o registro respiratrio dos maus atos sedesintegra e essa a alma que peca e morre.

    Ao mesmo tempo que a Bblia afuma que a imortalidade da alma estcondicionada as boas obras, nenhuma distino faz com respeito aoesprito. A afirmao clara e conclusiva quando se diz que: "Ao partir-

    se o cordo prateado... ento o p voltara a terra, de onde veio, e oesprito voltara a Deus, que o deu."

    A Bblia ensina que o corpo feito de p, ao qual voltara, e que umaparte gerada pela respirao perecvel, mas que o esprito sobrevive morte do corpo e persiste para sempre. Portanto, uma "alma perdida", naacepo comum do termo, no ensinamento bblico, porque o esprito nofoi criado e eterno como o prprio Deus e, por isso, a Teoria Teolgicaortodoxa no pode ser verdadeira.

    3) A Teoria do Renascimento, ensina que cada esprito e uma parteintegrante de Deus, que contm em si todas as potencialidades divinas -assim como a bolota contm o carvalho - e que, por meio de muitasexistncias em corpos terrestres, de contextura gradualmente mais

    perfeita, seus poderes latentes vo sendo desenvolvidos lentamente e setornam utilizveis como energia dinmica; e que ningum pode perder-se,mas sim que todos, por fim, alcanaro a perfeio e a reunio com Deus,levando cada um consigo a experincia acumulada, como fruto de suaperegrinao atravs da matria.

    Ou, ento, como podemos dizer em forma potica:

    SOMOS ETERNOS

    Numa nuvem tormentosa sibilando; na asa de Zfiro,

    O coro do esprito canta os hinos sacros do mundo, alegremente

    Escuta! Ouve suas vozes: "Pelas portas da morte ns passamos,

    a Morte no existe; alegrai-vos a vida continua eternamente".

    Somos, sempre fomos e sempre o seremos

    Somos uma parte da Eternidade,

    Mais velha que a Criao, a parte de Um Grande Todo,

    Cada Alma Individual, na sua imortalidade.

    No tear farfalhante do Tempo, nossa roupagem formamos, A rede doPensamento urdidos eternamente;

    O que modelada na Terra, no cu que planejamos

    E ao nascer, nossa raa e nossa ptria, j as trazemos na mente.

    Brilhamos em uma jia e sobre a onda danamos

    Cintilamos em pleno fogo, a tumba desafiamos

    atravs de formas vrias em tamanho, gnero e nome

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    A essncia individual a mesma, a que sempre carregamos.

    E quando alcanarmos o mais elevado grau,

    A gradao do crescer com nossas mentes relembraremos

    Para que, elo por elo, possamos junt-los todos

    E passo a passo tragar o caminho que percorremos.

    Com o tempo saberemos, o que realmente foi feito

    O que eleva e enobrece, o certo e a verdade

    Sem malicia com ningum, sempre agindo com bondade,

    Em e atravs de ns, a Deus ser feita a Vontade.

    Aventuramo-nos a dizer que h somente um pecado: a ignorncia; e s umasalvao: o conhecimento aplicado. Ainda o mais sbio dentre ns sabemuito pouco de tudo quanto se pode aprender, e ningum alcanou aperfeio, nem esta pode ser conseguida numa s e curta vida. Masobservamos que tudo na Natureza tende a se desenvolver lenta e

    persistentemente, procurando alcanar estados cada vez mais elevados; aesse processo chamamos de Evoluo.

    Uma das principais caractersticas da evoluo esta no fato de que ela semanifesta em perodos alternados de atividade e repouso. O ativo vero,no qual todas as coisas sobre a Terra se multiplicam e procriam, seguido pelo descanso e a inatividade do inverno. As atividades do diaalternam-se com a quietude da noite. O fluxo dos oceanos seguido pelorefluxo das mars. Assim, como todas as coisas se movem em ciclos, no razovel supor-se que a vida, que se manifesta sobre a Terra durante unspoucos anos, se acabe, quando a Morte chega, mas que to seguramente comoo Sol reaparece pela manh, depois de ter-se ocultado ao chegar a noite,tambm a vida que terminou com a morte de um corpo h de manifestar-seoutra vez num novo veiculo e num ambiente diferente.

    Nossa Terra pode ser comparada a uma Escola a qual voltamos, vida apsvida, para aprender novas lies, da mesma forma que nossos filhos vo escola, dia aps dia, para aumentar seus conhecimentos. A criana dormedurante a noite que medeia entre dois dias de escola, e o esprito tambmtem seu descanso da vida ativa entre a morte e um novo nascimento. H,tambm, diferentes classes nesta escola do mundo, que correspondem aosdiferentes graus, desde o jardim de infncia at a Universidade. Nasclasses inferiores encontramos Espritos que s freqentaram a Escola daVida poucas vezes; estes so os atuais selvagens, mas com o tempo, far-se-o mais sbios e melhores do que nos somos agora, e ns mesmosprogrediremos em vidas futuras a alturas espirituais que atualmente nempodemos conceber. Se formos aplicados na aprendizagem das lies da vida,progrediremos muito mais depressa nessa escola da vida do que sefolgarmos e desperdiarmos nosso tempo. Isso obedece aos mesmosprincpios que governam nossas instituies de ensino.

    Ns no estamos aqui pelo capricho de Deus. Ele no colocou uns numjardim e outros num deserto, nem tampouco deu a alguns corpos saudveis,de modo a poderem viver livres de dores e enfermidades, enquanto outrosforam colocados em pobres circunstncias que nunca se vem livres da dor.Mas o que somos devemos nossa diligncia ou negligncia, e o queseremos no futuro depender do que queiramos ser, e no do capricho de um

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    Deus ou de um destino inexorvel. No importa quais sejam ascircunstncias; est em ns mesmos o poder de domin-las, ou seremosdominados por elas, de acordo com a nossa vontade.

    Sir Edwin Arnold exprime esta idia de modo magnfico em seu livro A Luzda sia:

    "Os Livros dizem bem, meus Irmos a vida de cada homem

    de sua anterior existncia vemos bem o resultado;

    Trazem dores e misrias os erros que praticaram,

    trazem bnos infinitas, os acertos do passado.

    Cada um tem sua dignidade, como os mais altivos a tem

    ao redor, acima e abaixo, com poderes ao dispor,

    sobre toda a humanidade e sobre tudo o que vive

    cada um livremente age causando alegria ou dor.

    Quem labutou, um escravo, como prncipe poder voltar

    por virtudes alcanadas e por nobre merecer,

    quem governou, um rei, em farrapos poder vagar

    por todas as coisas que fez e as que deixou de fazer."

    Ou ento, como disse: Ella Wheeler Wilcox

    "Um barco sai para Leste e para o Oeste um outro sai

    com o mesmo vento que sopra, numa nica direo.

    E a posio certa das velas e no o sopro do vento

    que determina, por certo, o caminho em que eles vo.

    Os caminhos do destino so como os ventos do mar

    conforme ns navegamos ao longo e atravs da vida.

    a ao da alma que a meta nos vai levar

    e no a calmaria ou o constante lutar."

    Quando queremos que algum se encarregue de uma determinada misso,

    escolhemos uma pessoa que nos parea particularmente capacita da paracumpri-la e, assim, havemos de supor que um Ser Divino usaria pelo menoso mesmo bom-senso, e no escolheria qualquer um para levar esta mensagemse no estivesse capacitado para isso. Assim, pois, quando lemos naBblia que Sanso foi escolhido para destruir os Filisteus, e queJeremias foi predestinado a ser profeta, muito lgico supor-se queestavam particularmente aptos para levar a cabo sua misso. Joo, oBatista, tambm nasceu para ser o arauto do Salvador que estava parachegar e para pregar o Reino de Deus, que deve ocupar o lugar do reinadodos homens.

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    Se essas pessoas no tivessem recebido uma preparao prvia, co mopoderiam ter-se desenvolvido para cumprir suas vrias misses e, se foramtreinadas, de que modo o foram, se no em vidas anteriores?

    Os judeus acreditavam na Doutrina do Renascimento ou, do contrrio, noperguntariam a Joo, o Batista, se ele era Elias, como est no primeiroCapitulo do Evangelho de so Joo. Os Apstolos de Cristo tambmsustentavam essa crena, como podemos ver pelo incidente relatado noCap.16 de so Mateus, onde Cristo pergunta-lhes: "Que dizem os homens que

    Eu, o Filho do Homem, sou?" E os apstolos responderam: "Alguns dizem queTu s Joo Batista, outros que es Elias, e outros que es Jeremias, ou umdos profetas". Nesta ocasio, Cristo assentiu tacitamente com o ensino doRenascimento, porque no corrigiu seus discpulos, como seria seu dever,em sua qualidade de Mestre, se verificasse que seus discpulos tinham umaidia errnea.

    Mas a Nicodemos Ele disse inequivocamente: "A no ser que um homem nasaoutra vez, no poder ver o reino de Deus", e no Cap.11 de So Mateus, noversculo 14, disse Cristo, referindo-se a Joo, o Batista: "Este Elias". No Cap.17 de So Mateus, no versculo 12, Ele disse: "Elias jveio, e eles no o conheceram, mas fizeram com ele o que quiseram..."."ento os discpulos compreenderam que Ele lhes falava de Joo, oBatista."

    Assim, pois, ns sustentamos que a Doutrina do Renascimento oferece parao problema da vida a nica soluo que est em harmonia com as Leis daNatureza, que responde aos requisitos ticos da questo, e nos permiteamar a Deus sem anular nossa razo, diante das desigualdades da vida edas circunstncias diversas que do comodidade e bem-estar, sade eriqueza a poucos, enquanto tudo isso negado a tantos outros.

    A teoria da hereditariedade, lanada pelos materialistas, aplica-sesomente forma pois, da mesma maneira que um carpinteiro usa material dedeterminada pilha de madeira para construir uma casa na qual h de viver,tambm o esprito toma de seus pais a substncia com a qual h deconstruir sua casa. O carpinteiro no poderia construir uma casa

    resistente e durvel usando madeira imprpria; e da mesma maneira, oesprito s pode construir um corpo semelhante ao daqueles de quem tirouo material. Mas a teoria da hereditariedade no se aplica ao plano moral,pois fato notrio que nas galerias dos criminosos da Amrica e daEuropa no h um caso em que estejam juntos pai e filho. Assim, embora osfilhos dos criminosos tenham herdado tendncias para o crime, podemmanter-se fora das malhas da Lei. A hereditariedade tambm no vitoriosa no plano intelectual, porque podem ser citados muitos casos emque um gnio e um idiota saem da mesma origem. O grande Cuvier, cujocrebro era aproximadamente da mesma capacidade do de Daniel Webster ecujo intelecto foi igualmente grande, teve cinco filhos que morreram deparalisia geral. O irmo de Alexandre, o Grande, foi um idiota; em suma,nos sustentamos que deve ser encontrada outra soluo que possaesclarecer esses fatos da vida.

    A Lei do Renascimento, junto com sua companheira, a Lei da Causa,explicam tais fatos satisfatoriamente. Depois de morrermos, aps umavida, tornamos a voltar mais tarde a Terra, sob circunstnciasdeterminadas pelo modo pelo qual vivemos antes. O jogador atrado paraos cassinos e para os hipdromos, para associar-se a outros de igualgosto; o msico atrado para as salas de concertos e conservatrios,para Espritos que lhe so afins, e o Ego que volta traz consigo osgostos e averses que o obrigam a procurar seus pais entre aqueles daclasse a que ele pertence. Mas algum pode nos apontar agora casos em que

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    capaz de chegar ao conhecimento direto daquilo que aqui estamosensinando.

    O intervalo mdio entre duas vidas terrestres de cerca de mil anos.Isto determinado pelo movimento do Sol, chamado pelos astrnomos deprecesso dos equincios, movimento pelo qual o Sol se move atravs decada um dos Signos do Zodaco cerca de 2.100 anos aproximadamente.Durante esse tempo, as condies sobre a Terra tero mudado de talmaneira que o Esprito encontrar aqui experincias inteiramente novas e

    por isso voltar.

    Os Grandes Guias da Evoluo sempre conseguem o mximo benefcio atravsdas condies que Eles planejam e, como as experincias nas mesmascondies sociais so muito diferentes para o homem e para a mulher, oEsprito Humano renasce duas vezes durante os 2.100 anos medidos pelaprecesso dos equincios acima mencionada, nascendo uma vez como homem eoutra como mulher. Esta a regra, mas ela est sujeita s modificaesque sejam necessrias a fim de facilitar a ceifar aquilo que o Espritosemeou, como requer a Lei da Causa, que atua em conjunto com a Lei doRenascimento. Desse modo, um esprito pode ser levado a renascer muitotempo antes que haja expirado os mil anos, a fim de cumprir certa misso,ou pode ser retido nos mundos invisveis at depois do tempo em quedeveria renascer, se essa lei fosse uma lei cega. Mas as Leis da Naturezano so cegas. So Grandes Inteligncias que sempre subordinam asconsideraes de menor importncia aos fins superiores, e sob suabenfica orientao estamos progredindo constantemente, vida aps vida,nas condies exatamente adaptadas a cada indivduo, at que, com otempo, alcancemos uma evoluo mais elevada e nos convertamos em Super-homens.

    Oliver Wendel Holmes expressou to magistralmente esta aspirao e suarealizao nestas linhas:

    "Oh! Minh'alma, constri para ti manses mais majestosas,

    enquanto as estaes passam ligeiramente!

    Abandona o teu invlucro finalmente;

    Deixa cada novo templo, mais nobre que o anterior

    com cpula celeste, com domo bem maior,

    e que te libertes, decidida,

    largando tua concha superada nos agitados mares desta vida."

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    das ambies que os levam a novas conquistas, mas percebemos que h umalimitao no fato de todas as descobertas do passado terem sido feitasmediante a criao de maravilhosos instrumentos empregados da maneiramais engenhosa para resolver os problemas aparentemente insolveis eenigmticos. O poder da cincia est principalmente nos seusinstrumentos, pois o cientista pode fumar: "Combinemos uma quantidade decristais colocados de certo modo, dentro de um tubo, e dirijamos essetubo para um determinado ponto do espao, onde agora nada se v a olhonu. Veremos, ento, um belssimo astro chamado Urano". Se forem

    observadas todas as suas instrues, qualquer pessoa ser capaz,rapidamente e sem preparo algum, de provar por si mesma a verdade daafirmao do cientista. Mas, desde que os instrumentos da cincia so atorre da sua fora, marcam tambm o limite do seu campo de investigao,porque impossvel pr-se em contacto com o Mundo Espiritual atravs deinstrumentos fsicos, de modo que a investigao dos ocultistas comeaonde o cientista Fsico encontra o seu limite, e segue adiante por meiosespirituais.

    As investigaes dos ocultistas so to cuidadosas e to dignas deconfiana quanto s investigaes feitas pelo cientista materialista,embora no sejam to facilmente demonstrveis ao pblico em geral. Ospoderes espirituais encontram-se adormecidos dentro de cada ser humano e,quando espertam, compensam a falta do microscpio ou do telescpio, poispermitem ao seu possuidor investigar instantaneamente as coisasexistentes alm do vu da matria. Mas essas faculdades s se desenvolvempela aplicao paciente e pela continuidade da prtica que se prolongapor muitos anos, e so muito poucos os que tm f para comear apercorrer o caminho do conhecimento, ou a persistncia necessria paraprosseguir no caminho das provaes. Por esta razo, as afirmaes dosocultistas no tm crdito.

    Entenderemos facilmente que uma longa provao deva preceder essarealizao, porque uma pessoa possuidora de viso espiritual capaz depenetrar atravs das paredes de uma casa to facilmente como nscaminhamos atravs do ar; pode ler vontade os pensamentos maisreservados dos que lhe esto prximos e, se uma pessoa dotada de

    semelhante poder no fosse levada pelos motivos mais puros edesinteressados, seria um flagelo para a humanidade. Por esta razo, estepoder est protegido, do mesmo modo que tiraramos uma bomba de dinamitedo alcance de um anarquista, ou de uma pessoa ignorante, mesmo que fossebem intencionada. Pela mesma razo, tiraramos os fsforos e um barril deplvora do alcance de ma criana.

    A bomba de dinamite na mo de um engenheiro experiente pode ser usadapara abrir estradas, para o desenvolvimento do comrcio, e um agricultorinteligente pode usar a plvora com boa finalidade para limpar o campo develhos troncos de arvores. Mas, nas mos de um criminoso mal-intencionado, ou de uma criana ignorante, um explosivo pode destruirmuitas propriedades e muitas vidas. A fora a mesma, mas est sendousada diferentemente, de acordo com a inteno ou a habilidade de quem ausa, podendo produzir resultados de natureza oposta. Assim tambmacontece com os poderes espirituais. H um segredo neles, como num cofrede banco, que mantm a todos afastados at merecerem o privilgio depossu-lo, e tenha chegado o tempo do seu emprego.

    Como j dissemos, o ter matria fsica, sensvel s mesmas leis quegovernam as outras substncias fsicas neste plano de existncia. Porisso s se requer uma pequena extenso da viso fsica para ver-se o ter(que dividido em quatro graus de densidade); o halo azulado que se v

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    As formas de uma pintura so ilusrias, ainda que expressem vida devido cor que vem de uma regio na qual nada inerte e sem vida. Por estarazo, a pintura apreciada por muitos.

    A msica intangvel e efmera, mas provm do Mundo do Esprito e,embora seja to fugaz, reconhecida pelo Esprito como uma linguagem daalma, vinda diretamente do mundo celestial, como um eco do nosso lar doqual agora estamos exilados, tocando, portanto, uma corda sensvel emnosso ser, no importando se compreendemos ou no motivo real disso.

    Vemos, pois, que h vrios graus de viso espiritual, cada um adaptado aoreino suprafsico que se abre a nossa percepo: viso etrica, viso dacor e viso tonal.

    O investigador ocultista verifica que o ter de quatro classes ou dedensidade, a saber: o ter qumico, o ter da Vida, o ter de Luz e oter Refletor.

    O ter qumico o meio de expresso das formas que promovem aassimilao, o crescimento, a manuteno da forma.

    O ter da Vida o campo de manifestao das foras que atuam napropagao, ou seja, na construo de novas formas.

    O ter de Luz transmite o poder motor do Sol ao longo dos vrios nervosdos corpos vivos e torna possvel o movimento.

    O ter Refletor recebe impresso das imagens de tudo o que existe; vive ese move. Ele tambm grava todos os acontecimentos, de modo semelhante aofilme de uma cmara cinematogrfica. Neste registro, os mdiuns epsicmetras podem ler o passado, baseados no mesmo princpio em que, sobcondies adequadas, os filmes so reproduzidos uma ou mais vezes.

    Temos falado do ter como um meio ou caminho de foras, uma que no temsentido concreto para as mentes comuns, porque a fora invisvel. Mas,para um investigador ocultista, as foras no so apenas nomes, tais comovapor, eletricidade, etc. Ele as percebe como seres inteligentes, de

    diferentes graus, sejam sub ou supra-humanos. O que chamamos de "Leis daNatureza" so grandes inteligncias que guiam seres mais elementares, deacordo com certas regras destinadas a ampliar tua evoluo.

    Na Idade Mdia, quando ainda havia muitas pessoas dotadas de umareminiscncia de clarividncia negativa, falava-se em Gnomos, Duendes eFadas, que vagavam pelas montanhas e pelos bosques. Esses seres so osEspritos da terra. Tambm se falava das Ondinas ou Espritos da gua quehabitavam os rios e os arroios; das Silfos, que pairavam sobre a nvoados vales e pntanos, como Espritos do ar. Mas pouco se falava dasSalamandras, pois estas so Espritos do fogo, no sendo portantodescobertas ou acessveis to facilmente maioria das pessoas.

    As antigas lendas tradicionais so agora consideradas como supersties;mas, no obstante, uma pessoa dotada de viso etrica pode perceber ospequenos gnomos construindo a verde clorofila nas folhas das plantas edando s flores as mltiplas e delicadas tonalidades de cores quedeleitam ao nosso olhar.

    Os cientistas tentaram, vez por outra, dar-nos uma explicao adequada dofenmeno do vento e da tormenta, mas falharam notavelmente, nem oconseguiro enquanto procurarem uma soluo mecnica para aquilo querealmente uma manifestao da Vida. Se fossem capazes de ver as hostes

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    de Silfos voando de um lado para outro, eles saberiam quem e quais soos elementos responsveis pela inconstncia do vento; se pudessemobservar uma tempestade martima por meio da viso etrica, perceberiamque a frase ''luta dos elementos" no uma frase vazia, porque o mar verdadeiramente um campo de batalha de Silfos e Ondinas, e o ulular datempestade o grito de guerra dos espritos do ar.

    Tambm as Salamandras se encontram por toda a parte e no h fogo quepossa ser aceso sem o seu auxlio, porm so mais ativas ocultamente, no

    interior da Terra, onde so responsveis pelas exploses e erupesvulcnicas.

    As classes de seres que acabamos de mencionar ainda so subumanas; mas,dentro de algum tempo, alcanaro um estgio de evoluo correspondenteao humano, embora sob circunstncias diferentes das que agora servem parao nosso desenvolvimento. Contudo, presentemente, as maravilhosasinteligncias que chamamos de Leis da Natureza dirigem os exrcitos dasentidades menos desenvolvidas.

    Para chegar melhor compreenso do que so esses diferentes seres e suarelao conosco, damos o seguinte exemplo: Suponhamos que um mecnicoesteja construindo uma mquina e que a seu lado um co o observe. O cov o homem em seu trabalho e o modo como usa suas diversas ferramentas

    para dar forma aos materiais e tambm como a mquina lentamente vaitomando forma com o uso de metais rudes como o ferro, o ao, o lato eoutros. O co um ser de uma evoluo inferior e no compreende ainteno do mecnico; no obstante, v tanto o trabalhador como o seutrabalho, e o resultado que se apresenta como uma mquina.

    Suponhamos agora que o co s fosse capaz de ver os materiais quelentamente vo mudando de forma, se juntam e se convertem numa mquina,mas que no pudesse perceber o trabalhador nem a atividade que eledesenvolve. Neste caso, o co estaria em relao ao mecnico na mesmasituao que ns estamos em relao as Grandes Inteligncias que chamamosLeis da Natureza e seus auxiliares, os espritos da natureza, porquevemos as manifestaes do seu trabalho como Fora que move a matria de

    diferentes maneiras, mas sempre sob condies imutveis.

    No ter tambm podemos observar os Anjos, cujo corpo mais denso feitodesse material, assim como o nosso corpo fsico formado de gases,lquidos e slidos. Esses Seres esto um passo alm do estado humano,assim como ns estamos um grau mais avanados em relao evoluoanimal. Todavia, nunca fomos animais semelhantes aos da fauna atual;contudo, num estgio anterior no desenvolvimento do nosso planeta,tivemos uma constituio semelhante do animal. Nessa ocasio, os Anjoseram humanos, mas nunca possuram um corpo denso como o nosso, nem nuncaatuaram em nenhuma matria mais densa do que o ter. Algum dia, nofuturo, a Terra voltar a ser etrica. Ento o homem ser semelhante aosAnjos. Por isso a Bblia nos diz que o homem foi feito um pouco inferioraos Anjos (Epstola de So Paulo aos Hebreus, Cap. 2, vers. 7). Como o

    ter a avenida das foras vital e criadora, e como os Anjos so peritosconstrutores do ter, podemos facilmente compreender que esto altamentecapacitados para serem os sentinelas das foras propagadoras no vegetal,no animal e no homem. Na Bblia ns os encontramos encarregados dessatarefa: Dois Anjos foram a Abrao e lhe anunciaram o nascimento de Isaac,prometendo um filho ao homem obediente a Deus. Mais tarde, esses mesmosAnjos destruram Sodoma por causa do abuso da fora criadora. Foramtambm Anjos que anunciaram aos pais de Samuel e de Sanso o nascimentodaqueles gigantes do crebro e dos msculos. A Isabel apareceu o Anjo(no Arcanjo) Gabriel e anunciou-lhe o nascimento de Joo, e depois

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    apareceu tambm a Maria com a mensagem de que ela havia sido eleitapara conceber Jesus.

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    (que no deve ser confundido com Miguel, embaixador do Sol na Terra) chamado de Prncipe dos filhos de Israel. Outro Arcanjo diz a Daniel (noCap. X) que Ele tenciona lutar contra o Prncipe da Prsia por meio dosGregos.

    H diversos graus de inteligncia entre os seres humanos; alguns socapazes de ocupar posies elevadas, inteiramente fora do alcance deoutros. Assim tambm acontece com os seres superiores. Nem todos osArcanjos esto preparados para governar uma nao ou reger os destinos de

    uma raa, povo ou tribo; alguns h que de forma alguma esto aptos parapoder governar os seres humanos mas, como os animais tambm tem umanatureza de desejos, esses Arcanjos de graus inferiores governam osanimais como Espritos-Grupos e, dessa maneira, se desenvolvem adquirindocapacidade superior.

    O trabalho dos Espritos da Raa pode ser facilmente observado no povoque governam. Quanto mais baixo na escala da evoluo est um povo, tantomais mostra ele as suas caractersticas raciais. Isto devido ao doEsprito da Raa. Um Esprito nacional o responsvel pela ctis morenacomum aos italianos, enquanto outro, por exemplo, responsvel por todosos escandinavos serem louros. Nos tipos mais avanados da humanidade, ha mais ampla divergncia do tipo comum, devido individualizao do Ego,que, deste modo, exprime na forma e nas feies suas idiossincrasiasparticulares. Entre os tipos mais inferiores da humanidade, tais como osMongis, os negros nativos da frica e os ilhus dos mares do sul, asemelhana dos indivduos de cada tribo quase impossibilita aosocidentais civilizados distingui-los entre si. Entre os animais, onde oesprito separado no est individualizado, nem tem conscincia prpria,a semelhana no apenas fsica mas tambm se estende aos gostos ecaractersticas. Podemos escrever a biografia de um homem, porque asexperincias de cada um difere da dos outros e seus atos so distintos,mas no podemos escrever a biografia de um animal, pois todos os membrosda mesma espcie agem do mesmo modo nas mesmas circunstncias.Se, por umlado, quisermos conhecer os feitos de Eduardo VII, de nada nos servirestudar a vida do prncipe consorte, seu pai, ou de Jorge V, seu filho,desde que ambos sero inteiramente diferentes de Eduardo.Com o propsito

    de saber que espcie de homem ele foi, teremos necessidade de estudar suavida individual. Se, por outro lado, queremos conhecer as caractersticasdos castores, podemos observar qualquer um de sua espcie e, quandotivermos estudado os seus hbitos, conheceremos os hbitos de toda aespcie dos castores. O que chamamos de "instinto" , na realidade adireo dos "Espritos-Grupos" que governam os membros separados de cadaespcie animal, telepaticamente, por assim dizer.

    Os antigos Egpcios tinham conhecimento destes Espritos-Grupos dosanimais e desenhavam muitos deles toscamente, sobre os muros dos templose das tumbas. Tais figuras, com corpo humano e cabea de animal, vivemrealmente no Mundo o Desejo. Pode-se falar com eles e verificar que somais inteligentes que o nvel mdio dos seres humanos.

    Esta afirmao faz surgir outra peculiaridade das condies do Mundo doDesejo a respeito da linguagem. Aqui, no nosso mundo, a linguagem humana to variada que h paises em que as pessoas que vivem a apenas algunsquilmetros de distncia falam um dialeto to diferente que s com grandedificuldade se entendem entre si, e cada nao tem seu idioma prprio quedifere totalmente da lngua dos demais.

    Nas Regies inferiores do Mundo do Desejo h a mesma diversidade delnguas que na Terra, e os chamados "mortos" de uma nao estoimpossibilitados de conversar com pessoas que viveram em outro pas. Da

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    algarismos nem no da msica. O mesmo se passa com a linguagem universalprpria das regies elevadas do Mundo do Desejo e dos planos ainda maissutis da Natureza: inteligvel para todos, sendo um modo exato deexpresso.

    Voltando nossa descrio das entidades comumente encontradas nasregies inferiores do Mundo do Desejo, podemos assinalar que outrossistemas religiosos, alm do dos Egpcios j citado, falaram de vriasclasses de seres naturais nesses planos. A Religio de Zoroastro, por

    exemplo, menciona sete Amshaspands e os Izzards como tendo domnio sobredeterminados dias do ms e sobre determinados meses do ano. A ReligioCrist fala dos sete Espritos diante do Trono, que so os mesmos seresque os persas chamavam de Amshaspands. Cada um deles rege dois meses doano, exceo feita do stimo: Miguel, o mais elevado e Lder dos demais,porque o embaixador do Sol na Terra; outros so, respectiva-mente,embaixadores dos planetas. A Religio Catlica, com sua abundanteinformao oculta, d a maior considerao a esses "Anjos Estelares" eest muito bem informada acerca a sua influncia sobre os assuntos daTerra.

    Os Amshaspands, porm, no habitam as regies inferiores do Mundo doDesejo, mas influenciam os Izzards. De acordo com uma antiga lenda persa,esses ltimos esto divididos em dois grupos: um de vinte e oito classese outro de trs classes. Cada uma dessas classes em domnio sobre todasas outras em determinado dia do ms. Elas regulam as condiesatmosfricas nesse dia e trabalham com os animais e com o homem emparticular. Pelo menos as vinte e oito classes fazem isso; o outro grupode trs classes nada tem a fazer com os animais, porque os animais tmsomente vinte e oito pares de nervos na espinha dorsal, enquanto os sereshumanos tm trinta e um. Como conseqncia, os animais esto sintonizadoscom o ms lunar de vinte e oito dias, ao passo que os homens estocorrelacionados com o ms solar de trinta ou de trinta e um dias. Osantigos persas foram astrnomos, mas no filsofos; eles no tinham meiosde conhecer a diferena entre a constituio nervosa do homem e a doanimal, mas viam de modo clarividente esses seres suprafsicos; elesobservavam e registravam o trabalho deles sobre o animal e sobre o homem,

    e nossas investigaes anatmicas podem assinalar a razo dessa divisoem classes dos Izzards conservada naquele antigo sistema de filosofia.

    Devemos ainda mencionar outra classe de seres: aqueles que entraram noMundo do Desejo pelas portas da morte e agora esto ocultos nossa visofsica. Esses que chamamos "mortos" esto, efetivamente, muito mais vivosdo que qualquer um de ns, que estamos presos a um corpo denso, sujeitosa todas as suas limitaes, sendo forados a arrastar lentamente conoscoeste peso, velocidade de poucos quilmetros por hora. Temos de gastarto grande quantidade de energia para movimentar este veiculo que noscansamos fcil e rapidamente, mesmo no melhor estado de sade efreqentemente somas obrigados guardar o leito, algumas vezes duranteanos, por indisposies deste pesado instrumento mortal. Mas quando esseveiculo abandonado e o Esprito libertado pode novamente atuar em seucorpo espiritual, a enfermidade uma condio desconhecida e asdistncias so suprimidas pelo menos na prtica. Embora o nosso Salvadortenha comparado o Esprito libertado com "o vento que sopra onde lheapraz" esta semelhana d uma descrio muito pobre daquilo que realmentese passa nos vos da alma. O tempo no existe nas regies superiores doMundo do Desejo, como explicaremos a seguir, pois, embora o autor nuncapudesse medir o tempo para si mesmo, mediu-o para outros em certasocasies, quando se achava em seu corpo Fsico e eles se lanavam aoespao levando uma determinada mensagem. A entrega de uma mensagem da

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    O ouvido sensvel do msico percebe um certo tom musical em cadacidade, tom que difere de cidade para cidade. Ele tambm ouve uma novamelodia em cada arroio, e para ele o rudo dos ventos na copa das rvoresdos diferentes bosques tm um tom diferente. No Mundo do Desejo podemosconstatar a existncia de formas semelhantes s das coisas terrestres,alm de constatar, tambm, que aparentemente os sons procedem das formas.Mas na Regio do Pensamento Concreto diferente, enquanto aqui cadaforma ocupa e obscurece um certo lugar no espao, no Mundo do PensamentoConcreto a forma no existe. Onde deveria estar a forma observa-se um

    espao vazio e transparente. Desse vazio vem um som, a "nota-chave" quecria e mantm a forma da qual parece que vem; assim como ao centro quaseinvisvel de uma chama de gs a origem da luz que percebemos.

    O som gerado num vcuo no pode ser percebido no Mundo Fsico, mas aharmonia que procede da cavidade vazia de um arqutipo celestial a "Vozdo Silncio", e esta se faz audvel quando todos os sons terrestrescessaram. Elias no a ouvia enquanto a tormenta rugia, nem podia perceb-la durante a turbulncia do terremoto, nem enquanto se manifestava orudo do fogo crepitante; mas quando os sons destrutivos e dissonantesdeste mundo se fundiram no silncio, ento "a pequena voz silenciosa"enviava suas ordens para salvar a vida de Elias (Reis, Cap. XIX).

    Essa "nota-chave" uma manifestao direta do Eu Superior que a usa paradirigir a personalidade que ele mesmo criou. Porm, infelizmente, partede sua vida se infundiu no lado material do seu ser, o qual, deste modo,obteve uma certa vontade prpria; por isso, com freqncia, os dois ladosda nossa natureza esto em guerra.

    Por fim, chega o tempo em que o Esprito fica demasiado fatigado parapoder continuar lutando contra a carne recalcitrante, quando cessa "a Vozdo Silncio". Ento, no importa quanto alimento terrestre proporcionamos nossa forma, nada surtir efeito uma vez que este som harmonioso, esta"palavra do cu", no pode repercutir mais no vazio do arqutipocelestial, porque o "Homem no vive unicamente de po", mas da PALAVRA, ea ltima vibrao sonora essa "nota-chave" ser o dobre de Finados docorpo fsico.

    Neste mundo, somos compelidos a estudar e a investigar cada coisa antesde podermos conhecer algo a seu respeito e, embora as facilidades paraadquirir conhecimentos sejam muito maiores no Mundo do Desejo, aindaassim, temos de fazer certo nmero de investigaes para adquirirconhecimento. No Mundo do Pensamento, ocorre exatamente o contrrio.Quando desejamos conhecer ali algo sobre um fato ou objeto, dirigimosnossa ateno para esse Mundo e o prprio fato ou objeto nos fala e simesmo. O som que ele emite nos d imediatamente a mais lcida compreensode cada fase de sua natureza. Alcanamos a compreenso de toda a histriado seu desenvolvimento, como se estivssemos vivendo as mesmasexperincias pelas quais passou o objeto que estamos investigando.

    Se no fosse por ma grande dificuldade, o conhecimento obtido seria

    verdadeiramente valioso; mas toda esta informao, estas imagens de vidafluem sobre ns num s instante, com uma velocidade espantosa, num abrire fechar de olhos, de maneira que no tem princpio nem fim, porque, comoj dissemos, no Mundo do Pensamento tudo um grande AGORA, e o tempo noexiste.

    Por isso, quando, no Mundo Fsico, desejamos utilizar a informao quenos foi proporcionada pelos arqutipos, devemos dividir o assunto edisp-lo em ordem cronolgica, com comeo e fim, a fim de que se torneinteligvel para os seres que vivem em um reino onde o tempo um fator

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    primordial. Esta readaptao ordenada uma tarefa muito difcil, desdeque todas as nossas palavras so formadas em relao com as trsdimenses do espao e com a evanescente unidade do tempo, o momentofugaz; e da resulta que muitas das informaes perdem o seu valor.

    Entre os habitantes dessa Regio do Pensamento Concreto podemos notarespecialmente duas classes. A uma delas So Paulo chamou de Poderes dasTrevas e o investigador mstico do Mundo Ocidental conhece-as sob o nomede Senhores da Mente. Esses poderes foram humanos numa poca em que a

    Terra se encontrava num estado de trevas, dessas que os mundos emformao atravessam antes de se tornarem luminosos e alcanarem o estgiode nebulosa gnea. Nessa poca, estvamos na fase mineral da nossaevoluo, isto : o Esprito Humano, que agora despertou, estavaincrustado no globo de matria mental que ento era a Terra.Nesse tempoos atuais Espritos Humanos estavam to profundamente adormecidos comoest a vida que agora anima os nossos minerais, e como estamostrabalhando com os minerais qumicos que formam a Terra, modelando-os emcasas, estradas de ferro, vapores, caldeiras etc., assim tambm aquelesSeres, que gora so os Senhores da Mente, trabalharam conosco, quandoramos semelhantes aos minerais. Desde ento, eles avanaram trs graus,passando pelos estados semelhantes aos dos Anjos e dos Arcanjos antes dealcanarem sua atual posio e antes de se terem convertido emInteligncias Criadoras. Eles so especialistas na manipulao da matriamental, tal como ns somos construtores das atuais substncias minerais,e por isso nos deram a ajuda necessria para adquirirmos uma mente, amais elevada aquisio do ser humano at hoje.

    De acordo com a explicao anterior, parece haver contradio quando SoPaulo fala deles como de seres maus e nos exorta a oferecer-lhesresistncia. Apesar disso, a dificuldade para compreender essa afirmaodesaparece quando consideramos que o bem e o mal no so mais do quequalidades relativas. Uma ilustrao nos far isto evidente: Suponhamosque um tcnico na construo de rgos construa um rgo maravilhoso, uminstrumento magistral. Como esse tcnico seguiu sua vocao devidamente, elogiado pelo bem que fez. Mas se ele no ficasse satisfeito ao chegara este ponto e se recusasse a entregar o instrumento nas mos de um

    msico experiente e, em vez disso, entrasse numa sala e concertos paratoc-lo ele mesmo, ento esse tcnico estaria fora do seu lugar e seriacensurado por ter tocado mal. Do mesmo modo, os Senhores da Menteprestaram o maior servio possvel humanidade quando nos ajudaram aadquirir a mente, Porm deles nos vem muitas influncias atravs depensamentos sutis e devemos resistir, de acordo com a admoestao de SoPaulo.

    A outra classe de seres que devemos mencionar a que a Escola deOcultismo Ocidental chama de Foras Arquetpicas. Elas dirigem asenergias dos Arqutipos Criadores, originados nesse plano: Trata-se deuma classe de seres compostos de inteligncias de graus muito diferentese h um estgio na jornada cclica do Esprito Humano no qual essa grandelegio de seres tambm trabalha e do qual faz parte. Porque, como oEsprito Humano tambm est destinado a converter-se em uma grandeinteligncia Criadora, em algum tempo futuro e se no houvesse ambienteem que pudesse gradualmente aprender a criar, no lhe seria possveladiantar-se porque nada na natureza feito repentinamente. Uma sementede carvalho plantada no solo no se converte numa arvore majestosa danoite para o dia, pois requer muitos anos de lento e persistentecrescimento antes de alcanar a altura que tm esses gigantes dasflorestas. Um homem no se converte num Anjo pelo simples fato de morrere entrar num novo mundo, assim como um animal no se transforma num homem

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    uma verdade axiomtica que, "do nada, nada vem" e, freqentemente,entre os que gostam de zombar afirmam que a Bblia ensina a gerao "donada". Concordamos que as tradues para lnguas modernas espalharam essadoutrina errnea, mas mostramos no Conceito Rosacruz do Cosmos (Capitulo"Analise Oculta do Gnesis"), que o texto hebraico fala de uma essnciasempre existente como base de onde todas as formas, incluindo a Terra eos luminares celestes, oram criadas inicialmente, e So Joo nos d omesmo ensinamento.

    A palavra grega arche da sentena inicial do Evangelho de So Joo foitraduzida como o princpio e, embora tenha tambm esse significado,possui outras interpretaes igualmente vlidas, muito maissignificativas da idia que So Joo quis transmitir. Significa: umacondio elementar, uma origem principal, um princpio original, umamatria primordial.

    Houve um tempo em que a cincia insistiu em afirmar que os elementosimutveis, isto , que um tomo de ferro sempre foi um tomo de ferrodesde que a Terra se formou, e que permaneceria assim at o fim dostempos. Os alquimistas foram escarnecidos como sonhadores fantasistas ouloucos, mas desde que o Prof. J. J. Thompson descobriu o eltron, ateoria atmica da matria no sustentvel por mais tempo. Mais tarde, oprincpio da radioatividade justificou os alquimistas. A cincia e aBblia concordam que tudo o que existe foi formado da mesma substnciahomognea.

    Esta substncia homognea o princpio bsico que So Joo chamou arche,a matria primordial, e o dicionrio define a Arqueologia como: "Acincia da origem (arche) das coisas." Os Maons intitulam Deus: o"Grande Arquiteto", pois a palavra grega tekton significa construtor, eDeus o Supremo Construtor, ou seja (tekton da arche), a matriaprimordial virginal, que tambm a origem principal de todas as coisas.

    Quando se traduz corretamente a sentena inicial do Evangelho de SoJoo, nossa religio crist ensina que no princpio, a substnciavirginal envolveu o Divino Pensador: Deus.

    Essa foi a condio idntica que os gregos antigos deram o nome de Caos.Um pouco de reflexo tornar evidente que no agimos arbitrariamente aoassinalar as faltas que se cometeram na traduo do Evangelho, porque evidente que uma palavra no pode ser o princpio, posto que umpensamento h de preceder a palavra e um pensador deve emitir opensamento antes de poder express-lo como palavra. Quando se traduzcorretamente o ensinamento de So Joo, essa idia fica bem clara, pois otermo grego logos significa ambas as coisas, tanto o pensamento racionale lgico quanto a palavra que serve para express-lo.

    1) Na substncia primordial estava o pensamento, e o pensamento estavacom Deus. E Deus era o verbo.

    2) ESTE [O Verbo] estava tambm com Deus, no estado primordial.

    Depois o divino VERBO, o Fiat Criador, ressoa atravs do espao e segregaa substncia virginal homognea em formas separadas.

    3) Todas as coisas vieram existncia como conseqncia do fatorprimordial [o Verbo de Deus], e nada existe fora daquele fator.

    4) Nisto estava a Vida.

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    No alfabeto temos uns poucos sons elementares, por meio dos quais aspalavras podem ser formadas. So os elementos bsicos da expresso, assimcomo os tijolos, o ferro e o madeiramento so materiais elementares daarquitetura, ou como algumas notas so partes componentes da msica.

    Mas, um monte de tijolos, de ferro ou de madeira no formam uma casa,tampouco um acmulo confuso de notas msica, igualmente no podemoschamar de palavra uma disposio de letras do alfabeto feita ao acaso.Essas matrias-primas so necessidades principais na arquitetura, na

    msica, na literatura e na poesia, mas a forma do produto acabado e opropsito para o qual servir dependem da disposio desses materiaisprimordiais, que esto sujeitos ao projeto do construtor. Os materiais deconstruo tanto podem servir para uma priso como para um palcio; asnotas musicais podem ser dispostas para uma marcha militar ou para umamarcha fnebre; as palavras podem ser ditadas para inspirar paixes oupaz, tudo isso de acordo com a vontade do seu idealizador. Assim tambm omajestoso ritmo da Palavra de Deus elaborou a substncia primordial,arche, na multido de formas que compem o mundo dos fenmenos, de acordocom a Sua Vontade.

    O leitor alguma vez j considerou a maravilhosa fora da palavra humana?Vindo de ns nas doces expresses de amor pode nos levar desde oscaminhos da retido aos de uma vergonhosa ignomnia e arruinar nossa vidacom a dor e o remorso, ou pode nos impelir para os mais nobres esforos,para conquistar glria e honra agora ou mais tarde. De acordo com ainflexo da voz, uma palavra pode infundir o terror no corao maisbravo, ou embalar um menino tmido num sono sereno. As palavras de umagitador podem despertar as paixes de uma turba e impeli-la a um temvelderramamento de sangue, como o da Revoluo Francesa, na qual as ordensditatoriais de uma regncia popular mataram e desterraram vontade, ouos acordes de um "Lar, doce Lar" pode cimentar o crculo familiar eafastar a possibilidade de rompimento.

    As palavras justas so verdadeiras e, portanto, livres; elas nunca ficamretidas ou presas pelo tempo ou pelo espao; podem ir at os rinces maisafastados da Terra e, quando os lbios que as emitiram pela primeira vez

    tenham se desfeito no tmulo, outras vozes podem fazer ressurgir, cominfatigvel entusiasmo, sua mensagem de vida e de amor, como por exemploo mstico "Come unto me" (Vem a mim), que foi cantado em inmeras lnguase trouxe um oceano de blsamo aos coraes atribulados.

    Palavras de paz conseguiram evitar guerras desastrosas e nenhum talento mais desejvel do que habilidade de dizer sempre a palavra justa nomomento oportuno.

    Considerando, pois, a fora e a potncia imensa da palavra humana,poderemos talvez compreender, ainda que vagamente, a potente magnitude dapalavra de Deus, o Fiat Criador, quando, como uma poderosa foradinmica, ressoou inicialmente pelo espao e comeou a transformarmatria primordial em mundos, tal como a vibrao do arco do violino

    modela a areia em figuras geomtricas. Alm disso, a Palavra de Deuscontinua a ressoar, para sustentar os globos em marcha e impeli-los noseu caminho circular; a Palavra Criadora continua a produzir formas degradual e crescente eficincia como meio de expresso da vida e daconscincia. A enunciao harmoniosa das slabas consecutivas da DivinaPalavra Criadora marca estgios sucessivos na evoluo do mundo e dohomem. Uma vez emitida a ltima slaba, uma vez soada a palavra completa,teremos alcanado a perfeio como seres humanos. Ento no haver maistempo e, com a ltima vibrao da Palavra de Deus, os mundos dissolver-se-o em seus elementos originais. Nossa vida estar ento "oculta com

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    Cristo em Deus", at que a Noite Csmica, o Caos, tenha passado edespertaremos ento, para fazer "coisas maiores", num "novo cu e numanova terra".

    De acordo com a idia geral, o Caos e o Cosmos so antteses superlativasum do outro, sendo o Caos considerado como um estado passado de confusoe de desordem que, desde os tempos imemoriais, foi suplantado pela ordemcsmica que agora prevalece.

    Na realidade, o Caos a sementeira do Cosmos, a base de todo oprogresso, pois dali vm todas as IDIAS que depois se materializam emestradas de ferro, navios, telefones, etc.

    Falamos dos pensamentos como sendo "concebidos pela mente" mas, da mesmaforma como so necessrios um pai e uma me para a gerao de umacriana, tambm deve haver ambas, a idia e a mente, antes que possa serconcebido um pensamento. Assim como o smen germinado no rgo positivo emasculino projetado no tero negativo na concepo, assim tambm asidias so geradas por um Ego Humano positivo na substncia espiritual daRegio do Pensamento Abstrato.Esta idia projetada sobre a mentereceptora e ocorre uma concepo. Ento, assim como o ncleo doespermatozide toma do corpo materno o material necessrio para formar umcorpo apropriado sua expresso individual, assim cada idia se reveste

    de uma forma peculiar de matria mental e torna-se, ento, um pensamentoto visvel para a viso interna do homem como uma criana para seuspais.

    Deste modo, vemos que as idias so pensamentos embrionrios, ncleos desubstncia do esprito, procedentes da Regio do Pensamento Abstrato.Concebidas impropriamente por uma mente enferma, convertem-se emfantasias e desiluses; mas, quando so concebidas por uma mente s e setornam pensamentos racionais, servem de base a todo o progresso material,moral e mental. Quanto mais estreito for o nosso contacto com o Caos,tanto melhor ser o nosso Cosmos, porque nesse reino de realidadesabstratas a verdade no est obscurecida pela matria; ela evidente porsi mesma.

    Pilatos perguntou: "O que a Verdade?", mas no teve resposta. Somosincapazes de conhecer a verdade abstrata enquanto vivermos no mundo dosfenmenos, porque a natureza inerente da matria a iluso e adesiluso, e estamos constantemente fazendo concesses e correes,estejamos ou no conscientes deste fato. O Raio do Sol que nos chega deuma distncia de 150 milhes de quilmetros em linha reta refratado ouse encurva, mal toca a nossa atmosfera densa e, conforme o ngulo de suarefrao, parece que tem uma ou outra cor. Uma vara reta parece partidaquando mergulhada parcialmente na gua; assim, as verdades que so toevidentes nos Mundos Superiores esto do mesmo modo obscurecidas,refratadas ou torcidas, irreconhecveis sob as condies ilusrias destemundo material.

    "A Verdade vos far livres", disse Cristo e, medida que deixemos delado nossas aspiraes para aquisies materiais, procurando amontoartesouros no cu, quanto mais desejemos nos elevar, quanto mais "nosentreguemos em esprito", tanto mais rapidamente "conheceremos a Verdade"e nos libertaremos dos grilhes da carne que nos encadeiam a um ambientelimitado e alcanaremos uma esfera de maior utilidade.

    O estudo da Filosofia e da Cincia capacita o indivduo para a percepoda verdade e, medida que a Cincia progride, renuncia gradualmente aoseu materialismo anterior. No est longe o dia em que a Cincia far-se-

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    igualmente filhos de Deus e, de acordo com os diferentes caminhos,obteremos a devida reparao. Assim, pois, deixai-nos contemplar o CRISTOe esquecer os Credos.

    CREDO OU CRISTO

    No ama a Deus quem ao semelhante odeia;

    espezinhando-lhe a alma e o corao;

    aquele que algema, nubla ou tolda a mente,

    ameaando-a com o inferno, no entendeu a divina direo.

    Todas as religies so abenoadas e mandadas por Deus;

    e Cristo, o Caminho, a Verdade, a Vida,

    foi enviado por Ele para aliviar o pesado fardo

    do triste, do pecador, dando-lhes a paz pedida.

    Eis que o Esprito Universal veio

    a todas as igrejas e no uma somente;

    No dia de Pentecostes, uma lngua de chama brilhante

    envolveu cada apstolo, num halo cintilante.

    Desde ento, como abutres famintos,

    por um nome vo, muitas vezes, vamos lutar,

    procurando com dogmas, ditos ou credos,

    uns aos outros s chamas enviar.

    Cristo ento dois? Foram Cephas, Paulo,

    para salvar o mundo, cruz pregados?

    Por que ento existem, aqui, tantas divises?

    Se pelo amor de Cristo todos somos abraados.

    Seu amor puro e doce no est limitado

    a credos que segregam e muros que levantamos.

    Seu amor envolve todos e abraa a espcie humana

    no importa como a ns ou a Ele O chamamos.

    Por que Ento no aceit-Lo na Sua doce palavra?

    Por que manter credos que trazem desunies?

    Uma s coisa importa e deve ser ouvida!

    Que o amor fraternal encha todos coraes.

    Mas h ainda uma coisa que o mundo precisa saber;

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    CAPTULO IV

    A Constituio do Homem

    Corpo Vital - Corpo de Desejos - Mente

    O ttulo deste captulo "A Constituio do Homem" poder surpreender oleitor que no tenha estudado previamente os Ensinamento dos Mistrios oupode imaginar que pretendemos fazer uma dissertao sobre anatomia, mas

    no esta a nossa inteno. Falamos da Terra sobre a qual vivemos comosendo composta de diferentes reinos invisveis, alm do mundo quepercebemos pelos nossos sentidos. Falamos igualmente do homem, dizendoque est correlacionado com essas divises da natureza e, raciocinando umpouco sobre o assunto, logo nos convenceremos de que, para poder atuarnos diferentes planos de existncia descritos, necessrio que o homemtenha um corpo composto de suas substncias, ou pelo menos tenhaespecializado, para seu prprio uso, algo de material de cada um daquelesmundos.

    Dissemos que matrias mais sutis, chamadas matria de desejo e matriamental, interpenetram a nossa atmosfera e a terra slida, do mesmo modoque o sangue se infiltra em todas as partes da nossa carne. Mas estaexplicao no suficiente para abranger todos os fatos da vida. Se isso

    fosse tudo, ento os minerais, que esto interpenetrados pelos Mundos doPensamento e do Desejo, teriam pensamentos e desejos como o homem. Esteno o caso, de modo que deve haver outro requisito, alm da simplesinterpenetrao, para aquisio das faculdades do pensamento e dasensao.

    Sabemos que para atuar neste mundo, para viver como um ser fsico entreos demais seres, devemos ter um corpo fsico de nossa propriedade,construdo com os constituintes qumicos deste mundo visvel.Quando operdemos com a morte, de nada nos serve estar o mundo cheio dos elementosqumicos necessrios para construir um corpo semelhante.J no podemosatra-los e, portanto, somos invisveis para os demais. Do mesmo modo, seno possussemos um corpo especial feito de ter, seramos incapazes decrescer e de propagar-nos. Este o caso do mineral. Se no tivssemos umcorpo de desejos individual, seramos incapazes de sentir desejos eemoes e, como conseqncia, no haveria incentivo para nos movermos deum lugar para outro. Ento seramos estacionrios, como as plantas e, seno possussemos uma mente, seramos incapazes de pensar, agindo porimpulsos e por instinto, como os animais.

    Algum, naturalmente, poder objetar quanto a este ltimo argumento,afirmando que s animais pensam. Tratando-se dos nossos animaisdomsticos, isto parcialmente correto, mas eles no pensam nemraciocinam da mesma maneira que o homem. Talvez compreendamos melhor adiferena se tomarmos um exemplo do campo da eletricidade.Quando umacorrente eltrica de alta voltagem passada atravs de uma bobina defios de cobre e um outro fio colocado no centro da bobina, esse fio

    carregar-se- com eletricidade de uma voltagem inferior; assim tambm oanimal, quando fica dentro da esfera do pensamento humano, desenvolve umaatividade mental de ordem inferior. So Paulo, em seus escritos, mencionatambm o corpo natural e o corpo espiritual, mas o homem, em si mesmo, um Esprito que habita nestes veculos. Mostraremos resumidamente aconstituio dos diversos veculos do homem, invisveis para a visofsica, mas to objetivos para a viso espiritual como o o corpo densopara a viso comum.

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    43O Corpo Vital

    Este nosso corpo composto de ter chamado de Corpo Vital nas Escolas deMistrios Ocidentais, pois, como dissemos anteriormente, o ter ocaminho de ingresso da fora vital do Sol e o campo das foras danatureza que promovem as atividades vitais de assimilao, crescimento epropagao.

    Este veculo uma exata contraparte do nosso corpo invisvel, molculapor molcula e rgo por rgo, com uma nica exceo, que veremos aseguir. Mas ligeiramente maior, estende-se cerca de 4 cm alm daperiferia do nosso veiculo denso.

    O bao a porta de entrada de foras que vitalizam o corpo. Nacontraparte etrica deste rgo, a energia solar se transmuta em fluidovital, de cor-de-rosa plido. Da se espalha por todo o sistema nervosoe, uma vez que tenha sido utilizado no corpo, irradia-se para fora, emcorrentes, parecendo espinhos que saem da pele de um porco-espinho.

    Os raios do Sol so transmitidos diretamente, ou refletidos mediante osplanetas e a Lua. Os raios que vm diretamente do Sol proporcionamiluminao espiritual; os raios recebidos por intermdio dos planetasproduzem inteligncia, moralidade e crescimento anmico; mas, os raios

    refletidos pela Lua produzem crescimento fsico, como se v no caso dasplantas que crescem diferentemente quando plantadas na fase crescente daLua ou na minguante. H tambm diferenas nas plantas semeadas quando aLua passa por signos estreis ou frteis do Zodaco.

    O raio solar absorvido pelo Esprito humano, que tem seu assento nocentro da fronte; o raio estelar absorvido pelo crebro e pela espinhadorsal e o raio lunar entra em nosso sistema atravs do bao.

    Todos os raios, tanto os do Sol como os da Lua e os das estrelas, so detrs cores e, na radiao lunar, que fornece nossa fora vital, o raioazul a vida do Pai, que produz a germinao; o raio amarelo a vida doFilho, que o princpio ativo da nutrio e do crescimento, e o raiovermelho a Vida do Esprito Santo, que estimula a ao, libertando a

    energia armazenada pela fora amarela. Este princpio especialmenteativo na gerao.

    Os diferentes reinos absorvem essa fora vital de maneira diversa, deacordo com sua constituio. Os animais tm somente 28 pares de nervosespinhais e esto harmonizados com o ms lunar de 28 dias, dependendo,portanto, de um Esprito-Grupo para a infuso dos raios estelaresnecessrios para produzir conscincia. Nenhum deles capaz de absorveros raios diretos do Sol.

    O homem se encontra num estgio de transio: tem 31 pares de nervosespinhais, que o relacionam com o ms solar, mas os nervos da chamadacauda eqina (literalmente rabo de cavalo), no fim da nossa espinhadorsal, esto ainda pouco desenvolvidos para que possam servir de

    passagem para o raio espiritual do Sol. medida que elevamos nossa foracriadora, mediante pensamentos espiritualizados, desenvolvemos essesnervos e despertamos as faculdades adormecidas do Esprito. Mas muitoperigoso tentar esse desenvolvimento a no ser sob a direo de um mestrecapacitado e advertimos seriamente o leitor para que no empregue nenhummtodo vendido ou publicado em livros, porque tais prticas geralmentelevam demncia. O mtodo seguro nunca se vende por dinheiro, nem trocado por algo terreno, seja grande ou pequeno, mas sempre dadogratuitamente, como uma recompensa ao mrito. "Pedi, e recebereis;

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    procurai, e achareis; batei, e abri-se-vos-", disse Cristo. Se nossavida uma orao para a iluminao, a procura no ser v e nossachamada no ficar sem resposta.

    Quando a energia solar tiver sido transmutada no bao, atravessa osistema nervoso do corpo, brilhando com um delicado tom rseo.Serve parao mesmo propsito que a eletricidade numa instalao telegrfica. Podemosestender cabos entre cidades, levantar estaes telegrficas e atinstalar receptores e transmissores. Podemos tambm pr operrios

    preparados diante dos teclados mas, enquanto o fluido eltrico nocircular pelos fios, as teclas do telgrafo no funcionaro.

    Assim acontece tambm com o corpo. O Esprito Humano o operador e, daestao central do crebro, os nervos se ramificam, indo por todo oorganismo a todos os msculos. Quando esse fluido vital atravessa osistema nervoso, o Ego pode enviar suas ordens aos msculos e impeli-losa se moverem; mas se o fluido vital, por qualquer razo, no afluir adeterminada parte do corpo, tal como um brao ou uma perna, o Espritoser incapaz de mover essa parte do corpo e ela ficar paralisada.

    Quando gozamos de boa sade especializamos a energia solar em to grandequantidade que no podemos empreg-la toda em nosso corpo e, nesse caso,ela se irradia pelos poros da pele em raios retos e serve a um propsito

    similar ao do ventilador para purificar o ar. Esse aparelho expulsa o arviciado de um quarto ou de um edifcio, mantendo sua atmosfera pura esuave. A fora vital excessiva que se irradia do nosso corpo leva consigoos gases venenosos, micrbios deletrios e matrias residuais, mantendodesse modo a sade do organismo em bom estado. Ele tambm evita que osexrcitos de germes causadores de doenas, que flutuam na atmosfera,penetrem no corpo, da mesma forma que o exaustor impede que uma moscaentre voando num edifcio. V-se, pois, que essa fora vital serve aosmais benficos propsitos, mesmo depois de ser utilizada em nosso corpo,quando volta ao seu estado livre.

    um espetculo curioso e surpreendente observar, pela primeira vez, quedas partes expostas do nosso corpo, como as mos e o rosto, comea a

    fluir uma corrente de pequeninas estrelas, cubos, pirmides e outrasfiguras geomtricas. O autor, mais de uma vez, esfregou os olhos quandocomeou a observar esse fenmeno, porque lhe parecia estar sofrendo dealucinaes. As formas vistas so tomos qumicos os quais cumpriram seupropsito dentro do corpo e so expelidos pelos poros.

    Depois das refeies, o fluido vital consumido pelo corpo em grandesquantidades, porque ele o meio pelo qual as foras da natureza integramo alimento em nosso corpo. Portanto, as irradiaes so mais dbeisdurante o perodo da digesto. Se a refeio foi abundante, a irradiao perceptivelmente diminuda e no limpa o nosso corpo to completamentecomo quando acabamos de digerir o alimento, nem to poderosa para