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XXIII Congresso Regional do PSD/Açores

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Índice PREÂMBULO .......................................................................................................................................... 6

PRINCÍPIOS FUNDADORES DO PPD AÇORES: ........................................................................................................... 6

PSD/AÇORES - UM PARTIDO DOS AÇORIANOS, PELOS AÇORIANOS E PARA OS AÇORIANOS ..................... 8

ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS – PROMOVER O CRESCIMENTO ECONÓMICO E A COMPETITIVIDADE 14

SAÚDE - NA SAÚDE, MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR .............................................................. 18

A EDUCAÇÃO COMO VEÍCULO DE DESENVOLVIMENTO ......................................................................... 23 O COMPLEMENTO DO ENSINO PROFISSIONAL ........................................................................................................ 26 A UNIVERSIDADE DOS AÇORES ........................................................................................................................... 28

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL .......................................................................................................... 31

MAR E PESCAS – HÁ TANTO POR DESCOBRIR, PARA FAZER CRESCER OS AÇORES ................................... 34

JUVENTUDE ......................................................................................................................................... 37 EMPREGO JOVEM ............................................................................................................................................. 38

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E COM VALOR ......................................................................................... 40 INFRAESTRUTURAS RURAIS PÚBLICAS .................................................................................................................. 42 PRODUÇÃO AGRÍCOLA ...................................................................................................................................... 42

REFORMA AUTONÓMICA ..................................................................................................................... 44

RUMO À VITÓRIA ................................................................................................................................. 46

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“Para este grande trabalho é que se querem os grandes homens. Sahirão esses

heroes das academias litterarias? das arcadias? das sinecuras opulentas? dos

corrilhos do elogiomutuo? Sahirão as aguias das capoeiras? Saltarão as idêas

salvadoras do choque das maledicencias e dos doestos? Nascerão as

dedicações do casamento das vaidades? Darão a grande novidade os ledores

de Horacio? Inventarão as novas formulas os que decoram as phrases

rabugentas dos livros bolorentos que chamam classicos? E os Socrates e os

Epictetos descerão para as suas missões das cadeiras almofadadas, das

rendosas conezias litterarias, das prebendas, das explorações?

Fóra d'essa atmosphera corrupta, e, quando não corrupta, pelo menos

esterilisadora, é mais provavel encontrarem-se as condições que precisam

para viver e crescer os homens uteis e necessarios às transformações do

espirito humano.

Anthero do Quental; excerto da carta Bom-senso e bom-gosto – 2 de novembro de 1865

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Preâmbulo

Princípios Fundadores do PPD Açores:

✓ Um “Partido Açoriano para todo o Arquipélago”, dotado de programa próprio,

articulado em termos autónomos com o Partido a nível nacional;

✓ Um “Partido para o Progresso”, que coloca toda a economia ao serviço do homem,

respeitando a iniciativa individual e a propriedade privada;

✓ Um “Partido para a Democracia”, pelo fortalecimento do regime autonómico e pela

estruturação do arquipélago como Região Autónoma.

A 16 de maio de 1974, na freguesia da Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, João Bosco

Mota Amaral e um conjunto de cerca de cem pessoas reuniram-se e aprovaram os princípios

fundadores do PPD Açores.

Hoje, mais do que nunca, faz todo o sentido olhar para a nossa matriz social

democrata e trazê-la para os nossos dias.

A índole regionalista dos primeiros anos do Partido, que culminou na Autonomia, não

pode e não deve ser descurada à luz do regime político que vigora atualmente na Região.

Tal como em 1974, a diversidade das ilhas e a suas particularidades constituem hoje um

desafio permanente a ser ultrapassado, respeitando as tradições de cada localidade e

sempre com o objetivo de, em conjunto, construir uma sociedade livre e progressista.

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É com a social-democracia que pretendemos vencer o atraso económico e social

contínuo com que se debate a Região e corrigir as permanentes situações de injustiça social.

É com a social-democracia que pretendemos restaurar a confiança dos açorianos nas

instituições políticas e eliminar os abusos que prejudicam os interesses de uma sociedade

que se quer justa e equitativa.

Colocar a economia ao serviço do homem, defendendo a liberdade individual e a

propriedade privada como instrumentos de realização pessoal dos cidadãos e do

desenvolvimento cultural dos açorianos, sem negligenciar os desafios que nos são colocados

pelos movimentos políticos atuais, promovidos pelos vencedores e vencidos da

globalização, são desafios que temos de ter em conta.

O caminho proposto passa por ouvir os açorianos, de Santa Maria ao Corvo, e da

Região às comunidades emigrantes espalhadas pelo mundo.

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PSD/Açores - Um Partido dos Açorianos, pelos Açorianos e

para os Açorianos

Após todos estes anos como oposição, não podemos deixar de assinalar a atuação

firme e decisiva dos milhares de militantes do PSD/Açores na contínua afirmação de um

ideário de Autonomia e da social-democracia. O compromisso do Partido com a

consolidação da unidade açoriana e com o esbatimento progressivo das barreiras impostas

pela dispersão geográfica das nove ilhas do arquipélago, são motivos que nos movem a

fazer mais e melhor.

Sem os seus militantes o Partido ficaria reduzido ao vazio. Mas sem os açorianos ao

seu lado, na persecução de um objetivo comum, o Partido não tem sentido de existir.

A consolidação da Autonomia e o reforço da Democracia só fazem sentido se o

PSD/Açores caminhar lado a lado com os Açorianos, em busca da unidade regional e do

progresso político, económico e social da Região.

A Autonomia desenvolve-se através da unidade de todos os açorianos e no progresso

económico e social da Região. As dificuldades que surgem permanentemente, no ainda

curto percurso da Autonomia, só podem ser ultrapassadas através de uma firme condução

política.

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O reforço da Democracia Autonómica tem que passar pela consolidação das

conquistas alcançadas, através do contínuo aperfeiçoamento das instituições de governo

próprio, pelo empenhamento e participação de todos nos desafios impostos pela

Constituição.

A Autonomia Açoriana não pode ficar dependente de doutrinas circunstanciais, sejam elas

de índole nacional ou regional. Neste aspeto, as responsabilidades do PSD/Açores como

Partido fundador da Autonomia obrigam-nos a um esforço redobrado e permanente.

O diálogo entre as diversas estruturas do Partido e os açorianos na sua globalidade

deverão ser alvo de simplificação e desburocratização, tornando-se mais informais e mais

esclarecedores.

O PSD/Açores deverá ser permanentemente um garante de pluralidade e união, que respeite

aqueles que, nos diversos órgãos do Partido e instituições açorianas, detêm a

responsabilidade de guiar os destinos da Região.

A necessidade de renovar e fortalecer o PSD/Açores deverá ser um ponto de

convergência de todos os social-democratas na Região. Esta convergência deve ter em conta

os militantes de primeira hora e aqueles que, desde a fundação, têm militado ativamente

nos ideais do Partido, sem descurar os mais jovens que continuam a ingressar no nosso

Partido.

O passado do PSD/Açores não hipoteca o seu futuro.

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E o futuro do Partido não poderá por em causa o seu passado histórico.

Tem de prevalecer uma visão de futuro, olhando em frente e de cabeça erguida, libertando

o Partido de amarras do passado.

O Partido não se deve fixar em olhar o passado descurando o presente e, essencialmente, o

futuro. Os desafios com que nos deparamos não devem ser resolvidos com ajustes do

passado.

O PSD/Açores não pode continuar em análises exaustivas em busca de justificações

das suas derrotas eleitorais, dos seus erros e falhanços. Deve sim entusiasmar-se em busca

de soluções e, de forma positiva, apontar construtivamente respostas para os problemas

sociais e económicos da Região. O Partido deve mobilizar-se no sentido de servir os

Açorianos.

E, para isso, tem de ter como objetivo vencer todas as eleições.

O trunfo do PSD/Açores deverá passar pelo rigor na fundamentação das suas

propostas programáticas e a isso deverá somar a qualidade dos candidatos apresentados.

As nossas propostas deverão passar por uma nova liderança, por uma nova equipa e

por um novo programa político para a Região.

Devemos propor-nos a concretizar as reformas necessárias que melhorem as condições de

vida de cada açoriano e apostar nas suas capacidades de concretização.

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Devemos ser convictos e coerentes com as nossas propostas, valores e princípios,

em busca de uma solução alternativa ao atual Governo Regional.

Precisamos de ser claros nas nossas propostas e atitudes, dignificando a obra feita e não

denegrindo os nossos adversários, reforçando a nossa coesão, competência, seriedade e

credibilidade junto do eleitorado.

O PSD/Açores deverá reforçar e privilegiar o contacto direto com os açorianos,

inteirando-se dos seus anseios e preocupações. Para isso, é urgente reforçar a

implementação do Partido em todas as ilhas e concelhos e isso deve ser encarado como um

desafio permanente.

Uma oposição crítica impõe que estejamos atentos e vigilantes aos erros e omissões do

Governo e deve obrigar-nos a ter respostas prontas e eficazes.

Devemos focar-nos em conquistar o poder governativo com os açorianos e pelos

açorianos. Não devemos ficar à espera de herdá-lo.

O PSD/Açores é um Partido de bases onde o reconhecimento do mérito e a capacidade de

afirmação pessoal deverão estar sempre presentes na sua ação, valorizando os melhores

quadros e reconhecendo o contributo individual na condução de um destino comum.

Devemos assumir a nossa génese reformista ao nível geracional, cultural, político,

económico e social.

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Os sucessivos atos eleitorais têm-nos colocado na oposição. É nosso dever apresentar

aos açorianos um projeto de alternativa à governação atual. Uma alternativa que permita

aos açorianos uma opção distinta da atual, que confunde o Governo Regional com o Partido

que o suporta e que tem asfixiado a sociedade civil.

Devemos, juntos, preparar uma sociedade que valorize as pessoas, que promova a iniciativa

privada e que não confunda os apoios concedidos com favores de retorno partidário.

Para que isso aconteça temos que primeiro nos organizar internamente propondo:

• Relevar o papel da mulher dentro do Partido, de forma a incentivar a igualdade de

género. A participação da mulher não deve ser vista, apenas de uma forma numérica,

mas sim pela qualidade da sua participação cívica e política;

• Criar o Gabinete de Apoio ao Militante, com serviços jurídicos e de apoio para a

atividade dos militantes, em particular para os autarcas eleitos nas listas do

PSD/Açores;

• Tornar o Partido numa verdadeira escola de formação política, mantendo a

Universidade de Verão da JSD Açores e criando a Academia do Poder Local, para

formar militantes a desempenhar melhor as funções autárquicas;

• Valorizar o papel dos TSD de forma a estar na linha da frente da defesa laboral;

• Desmaterializar o processo de novos militantes, recorrendo às novas tecnologias para

agilizar o seu processo de adesão;

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• Dinamizar o Partido localmente, valorizando o papel das estruturas locais e

acompanhando, presencialmente, a atividade de todas as concelhias na Região;

• Rever os estatutos do Partido, de forma a aproximar os Açorianos do PSD/Açores.

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Economia e Finanças Públicas – Promover o crescimento

económico e a competitividade

Sem empresas competitivas, atuando num mercado com custos de contexto mais

reduzidos, com um enquadramento fiscal mais favorável e com uma estrutura da

administração regional menos burocrática, capaz de responder às necessidades das

empresas de forma célere, com políticas públicas consistentes e duradouras, dificilmente os

Açores sairão da situação em que se encontram.

O desenvolvimento económico sustentável dos Açores só se concretizará a partir de

um tecido empresarial competitivo e saudável, ainda com preocupações sociais,

designadamente com a adequada valorização dos seus recursos humanos e políticas de

remunerações que acompanhem o aumento da produtividade.

Para tal é necessário:

• A administração regional não pode concorrer com as empresas privadas de forma

desequilibrada, atuando em mercados em que estas tenham possibilidades de

sucesso. Precisamos de mais sociedade e melhor governo;

• Iniciar hábitos permanentes de transparência, rigor e responsabilidade;

• Reformar a Administração Pública, modernizando-a. Este é um passo fundamental

para transformar a sociedade açoriana. A modernização, o rejuvenescimento e a

formação na Administração Pública serão tarefas prioritárias;

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• Para um grande projeto modernizador é necessária a liderança de um governo

reformista, empenhado na reforma do setor público. A qualidade da organização e

da gestão da administração pública é determinante para a qualidade e eficiência de

todo o sistema económico e social;

• A administração pública deve ser comedida nos gastos e centrada na prestação de

serviços aos cidadãos, de acordo com elevados níveis de qualidade, mas também

com a riqueza produzida, constituindo sempre um fator de eficácia, produtividade e

melhoria da competitividade da economia regional. Por isso, é fundamental: Pagar o

que se deve, não gastar mais do que se tem e estabelecer prioridades. A partir daí, e

também de imediato para as empresas que conseguiram sobreviver de forma sã, algo

que a maioria socialista se viu incapacitada de conseguir, a palavra de ordem deve

ser “criação de emprego sustentável”;

• É necessária, claramente, uma viragem, uma mudança de paradigma e o início de um

novo modelo de desenvolvimento económico. É imprescindível reorientar a

abordagem que tem sido feita da economia regional. As empresas têm de ser o motor

de criação de riqueza e emprego nos Açores;

• Os fundos comunitários e o investimento privado são essenciais ao emprego. Não há

crescimento económico, nem criação de emprego. sem investimento. O aumento do

investimento só ocorrerá se houver um ambiente económico propício e confiança por

parte dos agentes privados;

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• Só um governo que confia nos cidadãos pode atrair o investimento necessário para

a transformação económica que os Açores precisam. O nosso projeto tem como

objetivo essencial dar o protagonismo à sociedade para se libertar e desenvolver o

seu potencial.

• A criação de emprego será a chave para que os cidadãos se sintam donos do seu

próprio futuro e para que a sociedade seja mais justa, porque oferece mais

oportunidades. E temos que dar oportunidades de regresso aos Açores aos cerca de

5.000 açorianos que emigraram nos últimos 10 anos;

• Queremos apoiar a iniciativa, a inovação e o talento, reconhecendo o esforço e o

trabalho bem feito;

• Queremos desenvolver uma política económica que permita às empresas açorianas

competir na economia global do conhecimento;

• Os resultados do turismo devem ser revistos e avaliados anualmente, de forma a se

adaptar o modelo de obrigações de serviço público às novas exigências, melhorando

e generalizando os seus benefícios em todas as nove ilhas do arquipélago;

• Rever o modelo de transporte aéreo inter-ilhas de forma a beneficiar os açorianos

com um serviço público de qualidade e eficaz;

• Melhorar o serviço de transporte de produtos frescos a preços competitivos e com

frequência adequada;

• Avaliar o modelo de transporte marítimo de passageiros de forma a aumentar a sua

eficácia e beneficiar a economia local;

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• Na produção agrícola e nos mercados está a componente transformadora que

determina o valor da produção agrícola, os preços dos produtos agrícolas e a seleção

dos mercados e o posicionamento nos diversos segmentos. A indústria de lacticínios

dos Açores atingiu, na generalidade, um nível de modernização tecnológica

apreciável e investimentos avultados. Nas mais diversas produções pecuárias e

agrícolas, a componente industrial e transformadora deve ser implementada de

forma inovadora e criativa;

• A investigação e desenvolvimento de novos produtos e o marketing orientado para

mercados de excelência exige os mais avultados níveis de investimento e de apoio

público. Esta é a única forma de assegurar o aumento e a redistribuição do

rendimento até aos agricultores.

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Saúde - Na Saúde, mais vale prevenir do que remediar

A Saudaçor, que se prevê extinta dentro de pouco tempo, apenas serviu para cobrir

o subfinanciamento das instituições do Serviço Regional de Saúde, tendo recorrido a

empréstimos bancários, escondidos da dívida pública enquanto foi possível face às regras

do perímetro orçamental. O Serviço Regional de Saúde (SRS) ficou refém dos erros

cometidos no passado e atualmente vive dos avales concedidos e da boa vontade e

principalmente do brio pessoal dos profissionais de saúde.

A sociedade civil, os partidos políticos da oposição e os profissionais de saúde em

particular, têm, ano após ano, alertado para o descalabro do setor, recebendo como resposta

a demagogia e a propaganda. Serve de pouco um hospital, um centro de saúde ou um posto

de saúde com traços arquitetónicos excecionais, mas com salas de diagnóstico vazias de

profissionais de saúde e equipamento. Antes de tudo, é preciso assumir que o SRS precisa

de ser alvo de uma intervenção estrutural e financeira. A assunção do problema deverá ser

o primeiro passo a cumprir.

Para isso, defendemos:

• Criar um plano de intervenção no SRS que defina prioridades. Não podemos tratar

problemas diferentes com soluções semelhantes. As dificuldades sentidas localmente

divergem de ilha para ilha e de concelho para concelho. O plano de intervenção

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deverá incidir sobre esta realidade local e procurando resolver as questões mais

urgentes;

• Distinguir as despesas com o paciente e as despesas sem o paciente. As despesas

com o paciente melhoram significativamente as qualidades do sistema de saúde,

ocorrendo o inverso nas despesas sem o paciente. A prioridade deverá ser dar

prioridade aos investimentos em pessoal hospitalar e em equipamento médico nos

hospitais;

• Descentralizar o SRS. Uma maior descentralização permitirá reduzir

consideravelmente os custos relacionados com a saúde, em especial nos custos

administrativos. Os custos administrativos não podem continuar a representar uma

substancial parte da despesa. Ao economizar nesta parcela, poder-se-ia investir

naquilo que mais interessa no SRS;

• Criar Unidades de Saúde Familiares. Estas unidades constituídas por uma equipa

única de atendimento a determinada família, geralmente compostas por médico

(medicina geral e familiar), enfermeiro (enfermeiro especialista em saúde familiar) e

administrativo;

• Criar um Plano Regional de Saúde com programas que tenham em conta a

prevalência das principais patologias na Região e em que se possam definir

estratégias de prevenção relativamente aos seus fatores de risco, com objetivos

quantificados, definidos cronologicamente, sendo que cada programa terá um

coordenador clínico responsável pela sua gestão;

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• Os serviços convencionados deverão ser alvo de uma revisão que possibilite o seu

alargamento e reforço em todas as ilhas. Neste momento, os serviços públicos,

isolados, não estão a ser capazes de dar uma resposta rápida e adequada aos anseios

dos açorianos. Um alargamento dos serviços convencionados só pode ser visto como

mais uma ferramenta no combate ao flagelo que são as listas de espera para

consultas e exames de diagnóstico, permitindo que todos tenham acesso aos serviços

de saúde necessários sem olhar às condições financeiras de cada um;

• Assegurar aos doentes cujo Tempo Máximo de Resposta Garantido seja ultrapassado,

que os mesmos recebam um Cheque Consulta ou um Cheque Cirurgia

correspondendo ao custo da consulta ou cirurgia, de modo a que o doente,

livremente, possa escolher onde quer ser consultado ou operado no sector privado;

• É necessário eliminar progressivamente a componente burocrática do trabalho de

médicos e enfermeiros. Existe uma série de funções que podem ser desempenhadas

por administrativos e/ou por melhorias dos sistemas informáticos regionais, de modo

a que o tempo de trabalho clínico seja direcionado para o que realmente importa.

Orientar os serviços de saúde primários à prevenção, com consultas de rotina e de

acompanhamento do estado de saúde realizadas pelos especialistas em Medicina

Geral e Familiar, e potenciar todas as horas disponíveis à prestação direta de

cuidados, consulta ou cirúrgica, no caso dos serviços de saúde secundários e

terciários;

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• Fomentar acordos de cooperação com as faculdades de medicina (em especial na

Universidade dos Açores), de modo a aumentar o número de médicos em formação,

com a finalidade de que estes possam, mais tarde, realizar o complemento da sua

formação nos Açores e, assim, poder reforçar o número de médios especialistas na

Região.

• Realizar de uma vez por todas o acordo com o Governo Nacional para permitir o

atendimento dos doentes Açorianos no Serviço Nacional de Saúde, quando não

exista opção nos Açores;

• Rever a forma como os membros dos conselhos de administração dos três hospitais

EPE regionais são nomeados. A sua nomeação deve ser feita pela Assembleia

Legislativa Regional, e não apenas pela tutela. Deverá ser obrigatório que todos os

presidentes dos conselhos de administração tenham formação adequada e exigível

para o setor;

• Instalar um único sistema informático em todos os centros de saúde e hospitais

regionais e permitir a disponibilização de informação clínica (através de plataforma

informática apropriada para o efeito) entre os sectores público e privado. Uma das

maiores dificuldades que existe de articulação entre o nível primário e secundário é

a partilha de informação entre os serviços e os profissionais;

• Criar uma comissão em cada Unidade de Saúde de Ilha que tenha como

responsabilidade unir os cuidados de saúde primários, secundários e terciários,

potenciando um melhor e complementar serviço aos utentes;

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• Reforço dos poderes da Coordenação da Rede Regional de Cuidados Continuados.

Tem de ser possível que, no decorrer de uma inspeção, se possa multar a entidade

pelas falhas detetadas nas instalações. Sem este poder, qualquer inspeção realizada

é, muitas vezes, inconsequente. Retirar apoios públicos às instituições que não

cumpram com padrões mínimos qualidade a definir. A Coordenação da Rede

Regional de Cuidados Continuados deve ter o poder de suspender, ou remover por

completo, apoios públicos a determinada instituição, no caso de violação grosseira e

reiterada de padrões mínimos de qualidade.

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A Educação como veículo de desenvolvimento

A realidade dos números comprova uma triste situação que se arrasta teimosamente

no tempo. São problemas estruturais com décadas, pois continua-se a ver a Educação como

um número e não como um caminho a percorrer.

Se pretendemos um desenvolvimento sustentável para a Região, a Educação deve ser

o motor e a maior aposta dos decisores políticos.

A nossa Autonomia deve ser capaz de alterar o atual estado da Educação na nossa

Região e ter em conta que é o grande fator de desenvolvimento da Região e de combate à

pobreza.

A Educação é o pilar de qualquer sociedade. É um processo contínuo, de formação e

de desenvolvimento, a que todos devem ter acesso, sem qualquer restrição.

Defendemos a descentralização das competências de contratação do pessoal docente

e não docente. Só assim é que as escolas terão a capacidade de fazer uma gestão mais

eficiente e rigorosa dos recursos humanos existentes, estabilizando e adaptando o corpo

docente no contexto do seu projeto educativo.

Os problemas do abandono escolar são verdadeiramente preocupantes. Atualmente a

taxa de abandono escolar precoce na região é de 28%, mais do dobro da média nacional,

que se situa nos 13%.

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O apoio da ação social escolar nos Açores corresponde a cerca de 65% dos alunos

matriculados nas nossas escolas, um número revelador das condições económicas dos

agregados familiares açorianos. É necessária e urgente uma intervenção social séria.

Nessa medida, torna-se necessário envolver assistentes sociais nas escolas de forma a

identificar as lacunas sociais da comunidade estudantil e intervir junto da comunidade e dos

parceiros sociais.

A desburocratização do sistema educativo é também importante para facilitar o

trabalho dos professores. É importante que os docentes estejam focados na essência da sua

profissão, que é ensinar. Por isso, defendemos que a carga burocrática deve ser transferida

para os serviços administrativos das escolas.

É também necessária uma componente mais prática do ensino, envolvendo órgãos

políticos locais e as instituições da sociedade civil, de forma a aproximar o contexto escolar

da realidade local e fomentar a cooperação entre as escolas as organizações locais. Desta

forma, estará a ser formada uma geração mais consciente do interesse coletivo e mais

sensibilizada para a sociedade e a realidade social que a rodeia.

A política educativa na Região anda ao sabor da mudança dos governantes e não ao

sabor de objetivos, baseando-se no corte de fitas em inaugurações e não no adquirir de

conhecimentos. Foram gastos milhões em escolas e os resultados são o que são. Gabamo-

nos das nossas instalações e coramos de vergonha com os resultados dos alunos. Podemos

ter as melhores escolas, mas não podemos ter os piores resultados.

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Ano após ano, o investimento na Educação tem vindo a decrescer e sido

direcionado para o investimento no betão. As políticas deixam de se centrar no aluno e

passam a centrar-se nos resultados eleitorais;

Não podemos continuar a ter turmas de 25 a 30 alunos. Não podemos poupar nos

vencimentos dos professores, aumentando o número de alunos por turma e investir em

toneladas de betão. É de todo impossível para um docente otimizar recursos quando a

sua atenção tem de ser repartida por 25 a 30 alunos, sendo urgente a sua redução em

todos os graus de ensino. Não só permitiria a maximização do tempo de aula como um

aumento do tempo despendido pelo docente à atividade letiva, com maior proximidade

a cada aluno.

Há que rever a complementaridade curricular. É incompreensível que disciplinas

semelhantes sejam tratadas como disciplinas diferentes e sem ligação de conteúdos. Os

currículos escolares por disciplina devem ser revistos de forma a poderem ser

complementares na sua globalidade, exponenciando a relação de conteúdos e o espírito

crítico. Esta revisão em nada altera as diretrizes nacionais, mas sim a sua melhoria.

A presença na escola deve ser compreendida de forma inclusiva e de crescimento

enquanto cidadão e não como uma obrigação, permitindo reduzir as elevadas taxas nos

Açores de abandono escolar. Atividades extracurriculares como as artes e o desporto

devem ser ministradas em cada estabelecimento de ensino, levando à criação de

verdadeiros intercâmbios artísticos e desportivos entre as escolas e as nove ilhas

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açorianas. A potenciação destes dois campos enriqueceria cada um dos alunos e

professores envolvidos, potenciando cada escola como espaço de crescimento individual

e coletivo, onde cada um dos intervenientes se incluísse, fazendo da escola um espaço

também seu. Estas duas áreas não podem continuadamente a ser vistas como áreas

menores do ensino na Região, mas sim como áreas inclusivas de transmissão de

experiências e de promoção como instrumento preventivo de combate ao absentismo e

sedentarismo, toxicodependências, promoção da qualidade de vida e da cultura

Açoriana.

A Educação deve ser vista como um investimento e uma prioridade na Região. Uma

melhor Educação leva a melhores cidadãos e a uma melhor sociedade, mais crítica e mais

independente;

Sendo vista como um investimento, todos os gastos com a Educação devem ser

dedutíveis em sede de IRS dos agregados familiares.

O complemento do ensino profissional

Se uma melhor Educação nos pode trazer ganhos futuros, um ensino profissional

pode-nos complementar com uma melhor funcionalidade e praticabilidade na sociedade. O

ensino profissional não pode ser visto como o parente pobre do ensino. Deve ser sim o

complemento que falta ao ensino regular.

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O ensino profissional tem sido negligenciado na sua função primordial. Hoje

desconhecemos o impacto do ensino profissional na Região em termos laborais e

económicos. Desconhecemos por completo o impacto económico e social de décadas de

ensino profissional na Região.

Hoje não existem escolas diferenciadas para públicos diferenciados, continuando de

costas voltadas para a sociedade e para o mundo empresarial. As necessidades formativas

continuam a ser desconhecidas ou deficitárias na Região. As entidades empregadoras

desconhecem as realidades das entidades formadoras e vice-versa, continuando a sua

desvalorização a todos os níveis.

• As entidades empregadoras devem estar diretamente ligadas ao processo formativo

e não apenas na formação em contexto de trabalho;

• Cada entidade acolhedora deverá investir os seus conhecimentos junto das entidades

formadoras e as entidades formadoras deverão ir ao encontro das necessidades

formativas do setor empresarial, não só em termos de cursos técnico-profissionais,

mas também na formação e valorização de ativos. A conjugação de esforços deverá

ser regra e não exceção;

• O ensino profissional deve ser visto, à semelhança do ensino regular, como uma

aposta e não com uma questão numérica. Utilizar a formação profissional para

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camuflar estatísticas aumenta a descredibilização do próprio ensino profissional e dos

profissionais que daí possam emergir;

• A introdução da Educação e Formação Vocacional Dual deve ser uma aposta na

formação profissional, permitindo dar o passo em frente necessário que tarda em ser

dado, mesmo que isso signifique rever todo o processo formativo na Região, onde a

nossa Autonomia política e administrativa assume um papel preponderante. Os locais

de aprendizagem, alternando entre a escola e as empresas, e os processos

pedagógicos combinando teoria e prática, implicarão que os conteúdos

programáticos estejam orientados para uma categoria específica de ocupações,

conduzindo a uma qualificação profissional relevante;

• O ensino vocacional Dual deve referir a integração da teoria e da prática,

pensamento-ação, a aprendizagem sistemática baseada em casos reais, podendo ser

implementado utilizando várias combinações de locais onde decorre a formação

prática, alternado entre a escola e a empresa;

• Direcionar os fundos comunitários para a formação profissional de forma a financiar

a formação de ativos e de acordo com as realidades locais;

• Apoiar as escolas profissionais na formação de ativos para as empresas locais.

A Universidade dos Açores

Falar em Educação nos Açores é também falar da Universidade dos Açores.

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Sendo a tripolaridade uma exigência da nossa condição arquipelágica, esta deve ser

reconhecida pelos decisores políticos como algo a defender e a ser valorizado.

A ciência e a investigação são pilares a ter em conta para a inclusão da Universidade

dos Açores num mundo cada vez mais global.

Aquando da adesão de Portugal à CEE, uma lufada de ar fresco foi dada à ciência.

Foram disponibilizados fundos europeus dedicados à investigação e ao melhoramento das

instalações de investigação. Com estes muitos centros de investigação foram criados e

equipados. Existe financiamento para compra de material, mas não existe para a sua

manutenção. Existe financiamento para o melhoramento de espaços, mas não existe para

contratar pessoal. É precisamente este último ponto que é o mais preocupante e o mais

negligenciado por parte do poder político.

• Os Açores têm recursos naturais, uma posição geoestratégica e locais de estudo

únicos no mundo que podem e merecem ser valorizados;

• A Universidade dos Açores foi criada para ser o expoente máximo do espírito crítico

da sociedade açoriana, um instrumento para a valorização e preenchimento da falta

de quadros superiores na Região;

• O financiamento da Universidade dos Açores deve ser revisto e assumido como uma

marca açoriana de desenvolvimento regional;

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• As áreas do turismo e transportes, agricultura, a exploração dos oceanos e dos seus

vastos recursos e a valorização dos estudos geológicos e vulcanológicos devem ser

o fundamento base da investigação nos Açores. Devem ser financiados recorrendo

aos mecanismos existentes de forma planeada e sustentada, mas sempre com uma

visão aberta, global e de futuro, potenciando a Universidade dos Açores como uma

verdadeira universidade de referência e um dos maiores motivos de orgulho que

possamos ter.

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Sustentabilidade ambiental

A deterioração do ambiente e o aquecimento global passaram a ser admitidos por

todos. O debate deixou de se centrar na preservação do meio ambiente e passou a focar-se

nas estratégias para minimizar o impacto da atividade humana. A questão fundamental

prende-se com os custos e os benefícios de uma política ambiental. A nível político, os riscos

passam sempre pela dualidade ambiente/economia e o receio de uma prejudicar a outra e

vice-versa. Será sempre preferível suportar agora um custo e usufruir dos benefícios

inerentes mais tarde. A nível ambiental, os prazos não podem e não devem ser guiados pelos

calendários eleitorais.

Se é importante agir rapidamente, temos também de refletir sobre os modos de ação

e sobre a forma de intervenção governamental. Será sempre preciso reduzir a produção nos

setores poluentes e encorajar a inovação verde. Nesse sentido, nos Açores, ainda há muito

a fazer.

É urgente potenciar o estado e as características naturais do arquipélago como

imagem de marca dos Açores.

A nossa identidade e forma de viver estão intensamente ligadas à nossa paisagem e

clima. Como tal, devemos reforçar a sua importância na nossa comunidade insular.

Devemos proteger a nossa paisagem e melhorar a nossa qualidade de vida com base

no aprofundamento dessa nossa ligação ao meio que nos rodeia. Em segundo plano vem o

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proveito que podemos tirar das nossas belezas naturais, do seu potencial enquanto atração

para quem nos visita. Efetivamente, um lugar só é bom para se visitar quando é bom para

se viver.

Nos Açores é necessário:

• Reforçar a capacidade técnica e científica existente na Região para auxiliar na

fundamentação e apoiar a decisão em termos de gestão integrada dos recursos

naturais e atividades socioeconómicas. Produz-se (sempre se produziu) muito

conhecimento de qualidade na Região. A maioria dos decisores age sem recorrer a

especialistas nas mais variadas áreas e, neste caso em particular, a área da

sustentabilidade ambiental não é exceção;

• Promover uma melhoria na articulação e interação entre as entidades com

competências nos diferentes domínios ambientais (sectores da investigação,

empresas, ONGA’s e departamentos governamentais), expandindo e reforçando

iniciativas associadas à implementação de novas Cartas Europeias do Turismo

Sustentável;

• Reformular o funcionamento dos centros ambientais da Região, dotando-os de meios

para a prestação de serviços diferenciados que lhes permitam obter sustentabilidade

financeira;

• Melhorar os sistemas de recolha seletiva, em articulação com as infraestruturas de

tratamento, e aumentar a cobertura média na Região de ecocentros e ecopontos,

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sem deixar de apoiar a recolha seletiva de todas as frações, incluindo a dos resíduos

orgânicos;

• Otimizar a utilização e gestão da água disponível e potencial face aos diferentes usos.

Há que reformular a rede de abastecimento, de modo a que o armazenamento seja

uma realidade, que não coloque em causa o abastecimento da rede pública,

incentivando a recuperação e reintrodução de estruturas tradicionais de captação e

utilização de águas pluviais para determinados fins específicos, permitindo

alternativas e soluções a problemas futuros de escassez e diminuição de

disponibilidades de água;

• Apoiar a Administração Local na procura de soluções conducentes ao aumento da

percentagem de população com ligação domiciliária à rede de drenagem e

tratamento de águas residuais;

• Melhorar a promoção da multifuncionalidade da “Estratégia Florestal Regional” que,

no caso da floresta de proteção, necessita de uma maior adequação das políticas ao

nível das suas valências ambientais, sociais e económicas;

• Aumentar a cobertura da rede de monitorização da qualidade do ar nos Açores;

• É urgente reforçar a capacidade elétrica com origem em fontes renováveis nas nove

ilhas açorianas. Os custos económicos e financeiros iniciais seriam diluídos ao longo

dos anos seguintes com a redução da importação de combustíveis fosseis. Neste

ponto, devemos deixar as palavras e passar aos atos.

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Mar e Pescas – Há tanto por descobrir, para fazer crescer os

Açores

Não há dúvidas que o imenso mar que nos rodeia constitui um grande ativo para o

desenvolvimento dos Açores, capaz de gerar riqueza e criar emprego.

A Região, pela sua localização geoestratégica, pela sua extensa Zona Económica

Exclusiva, pela sua experiência e tradição marítima, pelo seu conhecimento científico e

também pelos direitos que estão consagrados na lei, pode e, sobretudo, deve ter um papel

relevante e insubstituível na gestão e na utilização sustentável dos mares que a rodeiam.

Porém, não basta reconhecer a importância do mar em discursos proclamatórios

como faz a atual governação nos Açores. É preciso definir uma política coerente que

consubstancie essa aposta.

A aposta no mar nos Açores tem de estar alicerçada numa política marítima bem

definida, bem estruturada e bem conhecida por todos os agentes económicos ligados ao

mar.

A nossa política marítima deve identificar e estabelecer uma estratégia para

desenvolver os diversos componentes da Economia do Mar, que no caso do mar dos Açores

e numa perspetiva holística inclui, entre outros domínios: ambiente, ordenamento do

território, biodiversidade, transportes, energia, turismo, náutica de recreio, desporto,

mineração, pescas, aquacultura, biotecnologias, tecnologias marinhas, construção e

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reparação naval, fiscalização e segurança no mar, infraestruturas portuárias e serviços

marítimos, ensino e formação.

Esta aposta na economia do mar deve ser alicerçada no conhecimento científico que

temos e que deve ser colocado ao serviço da economia. Mas também no conhecimento

científico que é preciso continuar a desenvolver para que continuemos a ter neste domínio

uma investigação científica de qualidade e reconhecida a nível internacional.

Para que esta aposta no mar seja bem-sucedida é preciso atender ainda a outros

pilares, nomeadamente o investimento privado, a formação e a educação.

A formação e a qualificação de recursos humanos para as atuais e para as novas

profissões do mar são outros desafios. Os Açores podem, neste domínio, transformar-se

numa referência internacional. Esta perspetiva poderá abrir um conjunto de oportunidades

de emprego, sobretudo para os nossos jovens, cuja taxa de desemprego atinge números

verdadeiramente dramáticos.

Finalmente, não podemos esquecer nem menosprezar a necessária reeducação e

sensibilização de toda a população para que acredite nas potencialidades do mar.

Vivemos muitas décadas de costas voltadas para o mar. Torna-se, por isso, necessário

fazer um investimento educativo, especialmente junto dos nossos jovens, nas nossas escolas

e, em primeiro lugar, junto dos que têm de fazer opções formativas que vão condicionar o

seu futuro.

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Esta aposta só terá futuro se os nossos jovens acreditarem e participarem nela.

• O nosso objetivo deve passar por proteger e desenvolver o rico património marítimo

dos Açores, garantindo uma exploração sustentável dos recursos marinhos;

• Garantir a sustentabilidade das espécies, envolvendo a comunidade piscatória com a

investigação científica, em particular com a Universidade dos Açores;

• Reestruturar a fota açoriana, de forma a que os pescadores possam ter condições

mais competitivas para o desempenho da sua profissão;

• Dignificar a profissão através de melhores rendimentos para os pescadores com a

garantia de contratos de trabalho, sem descurar a melhoria das suas qualificações e

aptidões;

• Reivindicar junto da República o aumento e melhoria da fiscalização dos nossos

mares;

• Apoiar os setores marítimos emergentes, como a aquacultura, as algas e microalgas,

de modo a reduzir a nossa dependência da captura de espécies ameaçadas.

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Juventude

O futuro dos Açores constrói-se com a Juventude de hoje.

O PSD/Açores tem que ter como preocupação constante a integração dos jovens

açorianos na construção de uma sociedade açoriana mais culta, mais crítica e capaz de dar

resposta aos desafios que os jovens enfrentam. Seja na escola, no mercado de trabalho, no

desporto ou no lazer.

O nosso Partido tem que ser ousado na apresentação de propostas que vão ao

encontro de uma maior participação nas diversas instituições que fortalecem a sociedade

açoriana. Sejam elas da sociedade civil ou das instituições públicas.

O PSD/Açores não pode ter medo de apostar nos jovens. De dar-lhes

responsabilidade. E exigir-lhes respostas.

Uma juventude passiva é um forte sinal de uma sociedade doente.

A JSD/Açores tem que ser um farol de esperança da juventude açoriana. De uma

juventude que quer ter mão no seu destino.

O Parlamento dos Açores tem que passar a representar também o sentir da juventude

açoriana.

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Emprego Jovem

Mais do que qualquer outro problema que atualmente atinge as gerações mais

jovens, o desemprego é, sem dúvida, um dos casos mais graves.

Os Açores, têm a mais alta taxa de desemprego jovem do país.

Cerca de 30% dos jovens açorianos não têm emprego.

É no crescimento e desenvolvimento da economia dos Açores que temos de

encontrar resposta para este sufoco por que passam os nossos jovens.

Não é continuando com as políticas levadas a cabo pelos governantes que governam

a nossa Região há vinte e dois anos que os jovens açorianos vão parar de emigrar.

Precisamos de acabar com esta atitude assistencialista, que tem trazido os resultados que

todos conhecemos.

Precisamos de uma economia que crie riqueza e, daí, emprego e que aposte:

• No empreendedorismo jovem;

• Na Promoção do empreendedorismo coletivo, de forma a promover projetos

dentro das empresas já estabelecidas. Desta forma estaremos a promover uma

almofada de segurança, profissional e financeira, dentro das próprias

empresas;

• Na fiscalização, de uma forma independente, dos programas de emprego

existentes e avaliar o seu impacto económico na Região;

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• Na reformulação dos Programas de Estágio. É urgente uma

revisão/reformulação dos programas de estágio no sentido de valorizar mais

os estagiários do que as empresas, pois o principal objetivo dos estágios é

proporcionar uma experiência profissional em real contexto de trabalho;

• Na integração dos jovens nos setores mais atrativos de cada uma das nossas

ilhas;

• No rejuvenescimento da Administração Pública Regional, nos seus diversos

patamares, de modo a dar oportunidade aos nossos jovens para poderem

aplicar os seus conhecimentos, adquiridos ao longo da sua formação;

• Na promoção de uma Região mais coesa e competitiva, valorizando o

potencial de cada uma das nossas ilhas.

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Agricultura sustentável e com valor

A Agricultura ultrapassou a sua responsabilidade enquanto produtora de bens

alimentares saudáveis e seguros, constituindo, cada vez mais, a atividade integradora do

território regional, com responsabilidades na valorização do turismo, do ambiente e na

preservação da marca identitária dos Açores.

Os agricultores e os demais operadores nessa cadeia económica, da produção ao

consumidor, devem, por isso, ser remunerados pelo mercado e pelos apoios públicos na

exata medida das suas responsabilidades transversais à economia e sociedade açoriana.

A dispersão territorial da Região em nove ilhas traduz-se num conjunto de

condicionantes estruturais e logísticas, mas releva o valor que distingue cada ilha como uma

microeconomia específica, mas também um produto de extremo valor.

Uma política agrícola regional, no quadro da política agrícola comum da União

Europeia, é seguramente essencial para assegurar objetivos quantificados, medidas credíveis

e consequentes e uma orientação a subscrever por todos os protagonistas em cada fileira

agrícola, na produção, na transformação e no acesso e valorização nos mercados da

produção agrícola regional.

Assim, defendemos:

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• Uma forte aposta na investigação, na inovação e na diferenciação, quer dos produtos

agrícolas, quer nos mercados que acrescentam valor, é uma inevitabilidade na

estratégia para o crescimento e consolidação da economia rural;

• A sustentabilidade das políticas para o desenvolvimento rural integrado decorre dos

investimentos públicos estruturais e não pode sujeitar-se exclusivamente ao recurso

a apoios conjunturais esporádicos, de curto prazo, de superação da quebra de

rendimento e ao sabor dos acontecimentos circunstanciais;

• A economia agrícola e o desenvolvimento rural integrado e sustentável exigem uma

visão estratégica de longo prazo, de otimização na utilização dos recursos financeiros,

quer da União Europeia, quer do orçamento regional;

• De forma especial, os jovens agricultores devem merecer uma atenção distinta na

participação nas políticas de desenvolvimento rural, com o objetivo da criação de

emprego jovem, quer no âmbito agrícola ou de diversificação das atividades em meio

rural;

• É urgente definir as políticas agro-sócio-económicas em cada ilha, relevando o papel

das organizações socioprofissionais na economia local e o respetivo apoio financeiro

público, através de contratos plurianuais que assegurem o seu funcionamento e

determinem os serviços de carácter público essenciais no apoio técnico-económico

aos agricultores.

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Infraestruturas Rurais Públicas

Os acessos às explorações agrícolas já não constituem infraestruturas exclusivas do

setor agroflorestal. São hoje, em todas as ilhas e concelhos dos Açores, equipamentos

essenciais à economia rural, servindo interesses do turismo e do ambiente.

• A proximidade à economia rural vai proporcionar, no futuro, outros tipos de

investimento pelos agricultores e silvicultores, de diversificação da atividade agrícola

e em atividades não agrícolas;

• Os caminhos agrícolas não podem ficar ao abandono. Essas vias imprescindíveis à

economia rural devem ser dotadas de abastecimento de água e eletrificação,

garantindo assim a qualidade e a competitividade que a economia rural pode

proporcionar.

Produção Agrícola

A produção de leite e lacticínios, que atingiu a qualidade e a dimensão reconhecidas,

exige, face aos desafios atuais, um novo objetivo de reestruturação das explorações e

políticas que contribuam para o seu redimensionamento e redução de custos de produção

e aumento da eficiência económica.

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A produção de bovinos de carne para acabamento e abate na Região deve garantir um

aumento do seu valor nos mercados e constituir a alternativa em espaços rurais onde a

produção de leite se torne incomportável.

A produção de ovinos e caprinos e outras raças com interesse agro comercial deve ser

implementada exclusivamente atendendo à sua viabilidade económica e de procura em

mercados diferenciados.

A horticultura, a fruticultura, a floricultura e a apicultura são essenciais ao

abastecimento do mercado local e regional, que aparenta uma alteração de comportamento

com o crescimento do turismo, mas apresentam potencial exportador face ao valor,

identidade e marca que necessitam de apoios específicos. A vinha e o vinho constituem uma

fileira interessante na valorização da produção agrícola, do turismo e da paisagem, sendo

um elemento de promoção de uma ilha, de um lugar e dos Açores.

A floresta é um elemento essencial no âmbito do ordenamento e gestão do território,

dos recursos naturais e da paisagem, e tem comprovado o seu valor comercial a longo prazo.

As alterações climáticas e a preservação de recursos hídricos colhem o contributo

determinante da floresta.

Por outro lado, torna-se ainda fundamental uma consciência crítica no setor, ao nível

da sustentabilidade ambiental e do impacto das medidas no meio ambiente. A diminuição

da pegada de carbono e a adoção de boas práticas, amigas do ambiente, são medidas a ter

em conta.

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Reforma Autonómica

Hoje, os Açores não são os mesmos que eram em 1976. Nem podem ser os mesmos

nos próximos 40 anos.

A busca de novos desafios e metas deverá nortear aqueles que se perfilam para liderar

o poder político regional na próxima legislatura.

O Governo dos Açores deve pretender ser mais do que uma solução governativa.

Deve ser capaz de criar condições para debater, estudar, quantificar, inovar e diversificar.

Temos de ser capazes, juntos, governo, partidos da oposição e sociedade civil de

potenciar e concretizar novas ideias e novos conceitos para a Região.

A realidade política açoriana é alicerçada na sua dispersão geográfica e dimensional

que condiciona o seu desenvolvimento e a sua coesão.

Pretendemos uma Região unificada e com objetivos comuns a todas as ilhas e a cada

um dos seus habitantes, por isso propomos:

• Defender a extinção do cargo de Representante da República;

• Defender a coesão territorial através de incentivos fiscais, para promover a fixação de

pessoas nas ilhas que são prejudicadas pela falta de serviços públicos;

• Precaver que as autarquias tenham previsibilidade no orçamento regional;

• Descentralizar nas autarquias competências do Governo Regional, acompanhado

com o respetivo enquadramento financeiro adequado;

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• Defender a representatividade da comunidade emigrante da diáspora nos órgãos

próprios da região;

• Fomentar a utilização de novas tecnologias para aproximar os eleitores dos eleitos;

• Rever a lei eleitoral de forma a permitir a inclusão de novos modelos de eleição direta,

desde a permissão da eleição de deputados em listas abertas, até à revisão dos

círculos eleitorais;

• Defender e promover a independência técnica dos organismos incumbidos de avaliar

o impacto das políticas públicas implementadas;

• Promover os símbolos autonómicos nas novas gerações.

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Rumo à Vitória

Transformar o PSD/Açores num partido forte e 100% eficaz para fazer oposição e

governar os Açores é a intenção deste projeto, que pretende escutar e valorizar a opinião

dos militantes de todas as ilhas.

O primeiro objetivo será conciliar e revitalizar as estruturas. O segundo será reforçar

a nossa autonomia interna perante o partido a nível nacional. E o terceiro passo será fazer

uma oposição forte à atual liderança do Governo Regional para sairmos vencedores.

Para isso, pretendemos utilizar os princípios fundadores do PSD/Açores para criar

uma oposição forte e devolver a mística da vitória ao partido: um partido açoriano para todo

o arquipélago; um partido para o progresso; e um partido para a democracia.

Mentalizar para vencer é o nosso desafio.

Por querermos melhorar a qualidade de vida na nossa Região, acreditamos que à

frente da liderança do PSD/Açores poderemos ser uma força positiva capaz de levar os

destinos do arquipélago a bom porto.

Seremos uma voz ativa no combate à pobreza e à exclusão social, reivindicaremos

melhores condições de saúde para os açorianos das nove ilhas, defenderemos uma

economia pujante e a iniciativa privada. Melhorar os resultados na Educação será uma

prioridade, reforçar a nossa Autonomia e aprofundá-la uma meta. Ambicionamos um melhor

serviço de transportes aéreos e marítimos e queremos impulsionar o turismo, bem como

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outros setores determinantes para a sociedade açoriana, desde a agricultura às pescas.

Conduzir a Região a uma maior empregabilidade e sustentabilidade será outro dos nossos

desafios.

Devolver os Açores aos Açorianos será o nosso grande objetivo.

Acreditamos que será possível espelhando a matriz social-democrata por todo o

arquipélago, pois fomos, seremos e continuaremos a ser o partido fundador da Autonomia

e que pretende aprofundá-la.

Queremos um partido dos açorianos, pelos açorianos e para os açorianos, no qual a

meritocracia, a exigência e o “Rumo à Vitória” devem ser os nossos pilares. Ter um

PSD/Açores forte é o propósito deste projeto que pretende incluir militantes de todo o

arquipélago e todas as estruturas, desde o PSD, JSD e TSD.

“Rumo à Vitória” é mais do que um lema, é uma determinação.

Viva ao PSD/Açores e à social-democracia.