+ Analise-balancos_2011-Arnoldo Schmidt-SC

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  • Professor Msc

    Arnoldo Schmidt Neto

    Joinville - SC

    2011

  • Anlise de Balanos Apostila 2 2/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    2

    Anlise e Avaliao das

    Demonstraes Financeiras

    TPICOS TERMOS-CHAVE

    2.1 Universo para anlise Usurios internos Usurios Externos

    2.2 Principais Demonstraes Financeiras

    Balano Patrimonial

    DRE

    DFC

    DMPL

    2.3 Tcnicas de anlise

    Anlise Vertical e Horizontal

    Indicadores

    2.4 Padronizao e reclassificao das demonstraes financeiras

    Critrios de reclassificao

    Critrios de Padronizao

    BP e DRE funcional

    2.5 Principais indicadores financeiros

    Liquidez

    Endividamento/ Estrutura de Capitais

    2.6 Anlise detalhada de retorno de investimento

    Rentabilidade

    Margem/ Lucratividade

    Sistema de Anlise Du Pont

    2.7 Ciclos e indicadores de atividade PMRE PMRV

    PMPC

    CO CF

    2.8 Quadro clnico de indicadores Indices-Padro Tendncia

    2.9 Modelo de Avaliao de Empresas

    Decis

    NGE

    Pontos fortes e fracos

  • Anlise de Balanos Apostila 2 3/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Sumrio

    2.1 UNIVERSO DA ANLISE ENFOQUES E OBJETIVOS ........................... 5

    2.1.1 USURIOS E AGENTES INTERNOS ....................................................................................... 5

    2.1.2 USURIOS E AGENTES EXTERNOS ...................................................................................... 5

    Acionistas e investidores. Transferncia de Controle Acionrio, Incorporao, Fuso ou Ciso. ...... 5

    Credores ............................................................................................................................................... 6

    Fornecedores x Clientes ........................................................................................................................ 6

    Concorrentes ........................................................................................................................................ 6

    rgos Governamentais ....................................................................................................................... 6

    Empregados, Sindicatos e Comunidade ............................................................................................... 6

    2.2 PRINCIPAIS DEMONSTRAES FINANCEIRAS ..................................... 7

    2.2.1 Relatrio da Diretoria .................................................................................................................. 7

    2.2.2 Demonstraes financeiras .......................................................................................................... 7

    Lei 11638 - Balanos mais transparentes ............................................................................................. 9

    2.3 TCNICAS DE ANLISE .......................................................................... 10

    2.3.1 Indicadores (ou ndices ou quocientes) Econmico-Financeiros ............................................... 10

    2.3.2 Anlise Vertical .......................................................................................................................... 10

    2.3.3 Anlise Horizontal ..................................................................................................................... 11

    2.3.4 Anlise da Taxa de Retorno sobre Investimento ....................................................................... 11

    2.4 PADRONIZAO E RECLASSIFICAO DAS DEMONSTRAES ..... 12

    2.4.1 Outros casos de reclassificao: ................................................................................................. 12

    2.4.2 Exerccios de fixao .................................................................................................................. 15

    2.5 PRINCIPAIS INDICADORES FINANCEIROS ........................................... 17

    2.5.1 NDICES DE LIQUIDEZ (ou SOLVNCIA) ........................................................................... 17

    Exerccios de Fixao - Liquidez ........................................................................................................ 20

    2.5.2 NDICES DE ENDIVIDAMENTO (Estrutura de Capital) ...................................................... 24

    Anlise: Quantidade x Qualidade da Dvida ...................................................................................... 27

    Exerccios de Fixao Estrutura de capital/ endividamento ........................................................... 29

  • Anlise de Balanos Apostila 2 4/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    2.6 ANLISE DE RETORNO DE INVESTIMENTOS MODELO CONTBIL 36

    2.6.1 NDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................. 36

    Reflexo sobre rentabilidade: ............................................................................................................. 39

    2.6.2 SISTEMA DE ANLISE DUPONT .......................................................................................... 40

    Exerccios de Fixao Sistema DuPont ............................................................................................ 42

    2.6.3 ESTUDO DETALHADO DA TAXA DE RETORNO............................................................... 44

    Anlise do Quadro de Anlise Margem x Giro .................................................................................. 51

    Exerccios de Fixao Sistema DU PONT: ...................................................................................... 54

    2.6.4 NDICES DE AVALIAO DE AES ................................................................................. 56

    2.7 CICLOS E INDICADORES DE ATIVIDADE .............................................. 58

    2.7.1 INDICADORES DE PRAZOS MDIOS. ESTUDO DO CURTO PRAZO ............................. 58

    2.7.2 CICLOS DA EMPRESA ........................................................................................................... 59

    Exerccios de fixao ciclo de atividades ......................................................................................... 61

    2.8 QUADRO CLNICO DE INDICADORES ECONMICO-FINANCEIROS ... 65

    2.8.1 QUADRO CLNICO DE INDICADORES ECONMICO-FINANCEIROS .......................... 65

    2.8.2 Interpretao dos Indices-Padro.............................................................................................. 67

    2.8.3 Dicas para fazer o relatrio de anlise econmico-financeira ................................................... 67

    2.8.4 Estudo de Caso Prtico .............................................................................................................. 69

    2.9 MODELO DE AVALIAO DE EMPRESAS ............................................ 70

    2.9.1. PASSOS DO MTODO DE AVALIAO ............................................................................. 70

    2.9.2 USO DE PLANILHAS DE AVALIAO ................................................................................ 73

    2.9.3 CONCLUSES SOBRE A EMPRESA ..................................................................................... 74

    2.9.4 EXERCICIOS MODELO DE AVALIAO DE EMPRESAS ............................................... 76

    REFERNCIAS ................................................................................................ 81

  • Anlise de Balanos Apostila 2 5/81

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    2.1 Universo da Anlise Enfoques e Objetivos

    A anlise das demonstraes financeiras sempre estar associada a um

    processo decisrio, logo o seu objetivo extrair informaes das

    demonstraes financeiras para a tomada de decises.

    Cada usurio abordar a empresa com determinado objetivo, e este

    determinar a profundidade e o enfoque da anlise. So destacados neste

    captulo os aspectos que mais interessam mais especificamente a cada tipo de usurio (interno e externo).

    Atualmente o conceito de usurio das demonstraes financeiras tem uma

    amplitude importncia maior por meio da teoria de Shareholders e

    Stakeholders.

    2.1.1 USURIOS E AGENTES INTERNOS

    Os usurios internos da anlise das demonstraes financeiras so os os

    dirigentes e administradores da empresa. Com as informaes fornecidas

    por meio da anlise os usurios internos podem tomar medidas que

    melhorem o desempenho econmico-financeira. Outro aspecto importante

    utilizado pelos administradores a construo de metas e objetivos

    baseados nos indicadores projetados.

    Alm dos dados mais abrangentes constantes das demonstraes

    publicadas, os administradores da empresa dispem de grande volume de

    informaes detalhadas que lhes so continuamente transmitidas por meio

    do sistema interno de informaes gerenciais. A anlise de todos esses

    dados suporta o planejamento e o controle gerencial. Os administradores

    desejam conhecer a posio patrimonial e identificar fatores que afetaram a sua evoluo. Avaliam os efeitos de decises anteriores confrontando os

    resultados reais com as metas fixadas. Comparam o desempenho da

    empresa com o de seus concorrentes diretos. Detectam os pontos fortes a

    serem explorados e os pontos fracos a serem corrigidos. Inferem as

    potencialidades e as limitaes da empresa face aos planos de atividades

    futuras e, adicionalmente, devem tambm estar atentos aos enfoques e

    objetivos dos agentes externos.

    2.1.2 USURIOS E AGENTES EXTERNOS

    Os usurios e agentes externos utilizam-se amplamente da anlise das

    demonstraes financeiras para tomar decises de investimentos,

    financiamentos, concesso de crdito e cobrar ou solicitar obrigaes para

    as empresas.

    Acionistas e investidores. Transferncia de Controle Acionrio, Incorporao, Fuso

    ou Ciso.

    Os acionistas e investidores preocupam-se com o retorno do seu

    investimento, determinado pela valorizao das aes nas bolsas e pelos

    dividendos periodicamente distribudos. Diferentes tipos de acionistas

    2.1 Universo da Anlise - Enfoques e Objetivos

    Teoria dos Shareholders (proprietrios de aes das empresas) Teoria dos Stakeholders (proprietrios de interesses nas empresas).

  • Anlise de Balanos Apostila 2 6/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    (investidores institucionais, especuladores etc.) decidem-se continuamente

    pela compra e venda de aes a partir de estudos preparados por analistas

    do mercado de capitais. Esses estudos associam a anlise das

    demonstraes financeiras avaliao do comportamento das cotaes.

    Credores

    As instituies financeiras, debenturistas, factoring, instituies de fomento preocupam-se com a capacidade de solvncia da empresa,

    avaliando o risco suportado no horizonte de tempo em que ocorrero os

    vencimentos de suas obrigaes.

    As instituies financeiras ao concederem emprstimos e financiamentos

    de risco fazem anlises detalhadas de demonstraes financeiras para

    verificarem a capacidade de pagamento das empresas credoras.

    Fornecedores x Clientes

    Os fornecedores preocupam-se com o sucesso de seus grandes clientes. A

    anlise das demonstraes financeiras desses clientes, associada s

    perspectivas de seu ramo de negcios, fornecer subsdios para a

    programao da produo e vendas e tambm para a implementao de

    seus prprios planos de expanso.

    As empresas preocupam-se com a garantia de regularidade nos

    suprimentos de matrias-primas, e isto justifica o acompanhamento da

    situao econmico-financeira de seus principais fornecedores.

    Concorrentes

    As empresas devem acompanhar tudo o que ocorre com seus concorrentes

    diretos, que correspondem queles que tm formas de atuao

    semelhantes. A anlise das demonstraes financeiras dos principais

    concorrentes permitir empresa extrair valiosas concluses por meio da

    comparao de diversos dados, como: volume de faturamento, margens de

    rentabilidade das vendas, prazos concedidos aos clientes e obtidos dos

    fornecedores, giro dos estoques, retorno sobre o investimento total e sobre

    o Patrimnio Lquido, novos investimentos em ativos fixos, grau de

    endividamentos etc. Tudo isso permite identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes e as causas determinantes de seus sucessos e fracassos,

    permitindo empresa copiar as medidas bem sucedidas e a evitar a

    repetio dos mesmos erros.

    rgos Governamentais

    As demonstraes financeiras facilitam a fiscalizao fazendria das

    empresas, o controle de preos e o julgamento das suas qualificaes

    financeiras em licitao pblica.

    Empregados, Sindicatos e Comunidade

    Os funcionrios da empresa esto preocupados com a sua estabilidade no

    emprego, com aumentos salariais e com futuras promoes. As

    demonstraes financeiras revelaro se a empresa tem condies de

    atender a essas expectativas. Isto tambm vale para aqueles que esto

    candidatando-se a ingressar na empresa. Os sindicatos de trabalhadores utilizam as demonstraes financeiras das empresas para negociar novos

    benefcios, aumentos salariais etc. A comunidade onde a empresa mantm

    suas dependncias preocupa-se com o sucesso dos seus negcios, uma vez

    que este provoca crescimento no nmero de empregos diretos e indiretos,

    maior arrecadao de impostos e taxas, expanso dos programas sociais

    custeados pela prpria empresa etc. Os bons resultados obtidos pela

    empresa geram progresso e melhor padro de vida para todos.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 7/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    2.2 Principais Demonstraes Financeiras

    As demonstraes financeiras serviro de apoio para determinar o valor da

    negociao, embora este dependa de muitos outros fatores, principalmente

    do potencial de gerao de lucros da empresa.

    As principais publicaes que auxiliam a anlise so:

    2.2.1 Relatrio da Diretoria

    Presta informaes gerais aos acionistas ou terceiros sobre a situao da

    empresa (serve para levar ao usurio informaes no contbeis).

    2.2.2 Demonstraes financeiras

    As demonstraes financeiras fornecem aos seus usurios inmeros dados

    e informaes que so relevantes para anlise e avaliao da situao

    econmico-financeiras das empresas. A lei 6404 de 1976 em seu artigo

    176 exige a publicao das seguintes demonstraes:

    Balano Patrimonial

    Demonstrativo do Resultado do Exerccio

    Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados

    Demonstrao das Origens e Aplicaes dos Recursos

    Para as empresas de capital aberto a Comisso de Valores Mobilirios -

    CVM substituiu a Demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados pela Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido. As empresas que

    negociam aes em Bolsa de Valores so obrigadas a semestralmente

    elaborarem e publicarem suas demonstraes contbeis e trimestralmente

    divulgam informaes resumidas (ITR) que so disponibilizadas aos

    investidores e acionistas do mercado de capitais.

    As empresas de capital aberto brasileiras que tambm negociam suas

    aes na Bolsa de Valores de Nova Iorque ou que esto listadas na

    Governana Corporativa da BOVESPA disponibilizam outras

    demonstraes igualmente importantes:

    Demonstrao de Fluxo de Caixa (Direto e Indireto)

    Demonstrao de Valor Adicionado

    Alm das demonstraes as empresas de capital aberto devem acrescentar

    relatrios e demais informaes complementares:

    Notas Explicativas Informaes que complementam as demonstraes financeiras (podem ser expressas na forma

    descritiva ou em quadros analticos). Tratam das prticas

    contbeis utilizadas pela empresa, como por exemplo, os

    critrios de avaliao dos itens patrimoniais etc.

    Parecer dos Auditores Independentes obrigatrio para as companhias abertas. um relatrio no quais os auditores

    2.2

    Principais Demonstraes financeiras

    No site da Bovespa (http://www.bovespa.com.br/Principal.asp) so disponibilizadas todas as demonstraes financeiras das empresas listadas e que negociam aes.

    Governana Corporativa refere-se a forma de gesto da empresa de modo que todos os interessados, credores e investidores recebam a ateno devida. Visa fortalecer a interao entre acionistas, gestores e conselheiros. So trs os nveis de governana corporativa: . Companhias Nvel 1 . Companhias Nvel 2

    . Novo Mercado

  • Anlise de Balanos Apostila 2 8/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    emitem uma opinio sobre as demonstraes financeiras

    analisadas.

    Relatrio da Administrao Neste relatrio os administradores prestam contam da gesto aos acionistas e investidores, devendo

    fornecer uma anlise prospectiva. A qualidade do relatrio de

    administrao varia de empresa para empresa. Geralmente as

    empresas listadas na governana corporativa da BOVESPA

    informam no relatrio da administrao o histrico da empresa,

    suas principais estratgias de crescimento, seus planos futuros,

    suas polticas de relacionamento com stakeholders, informaes

    sobre o estgio de desenvolvimento de novos produtos, perspectivas futuras quanto aos negcios e aes de

    responsabilidade social empresarial, com a divulgao do

    Balano Social e Demonstrao de Valor Adicionado.

    Relatrio da Administrao

    Apresenta e comenta a empresa, seus resultados, as expectativas futuras da direo e outros dados

    relevantes.

    Balano Patrimonial

    Demonstra a situao do patrimnio da empresa no trmino do exerccio. A publicao do BP sempre referente a dois exerccios (mais atual e anterior). A BOVESPA publica sempre os trs ltimos balanos

    Demonstrao do Resultado do Exerccio

    Demonstra o resultado econmico de cada exerccio, com receitas, custos, despesas e lucro/

    prejuzo.

    Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos

    Demonstra as variaes do CCL

    DMPL ou DLPAc

    Demonstra as mutaes no Patrimnio lquido e na distribuio de lucros

    DFC

    Demonstra os ingressos e desembolsos de caixa no perodo

    DVA

    Demonstra o resultado econmico em termos de distribuio de riquezas e de valor adicionado

  • Anlise de Balanos Apostila 2 9/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Lei 11638 - Balanos mais transparentes

    Nova lei contbil obriga as empresas limitadas a apurar

    demonstraes financeiras mais detalhadas, como fazem as S/A

    MILTON GAMEZ

    O segredo a alma do negcio. Mesmo assim, as empresas

    precisam abrir seus nmeros se quiserem atrair investidores, captar

    emprstimos e participar de concorrncias. No capitalismo moderno, no h

    espao para balanos pouco transparentes. O Brasil, depois de seis anos de

    discusso no Congresso Nacional sobre a necessidade de mudar os padres

    contbeis tupiniquins, deu um passo importante nessa direo no final de 2007. A Lei 11.638, promulgada em dezembro, introduziu mudanas

    relevantes na forma de apurar e registrar as informaes financeiras das

    companhias de grande porte. Desde j, as empresas e os grupos com ativos

    totais acima de R$ 240 milhes ou receita bruta superior a R$ 300 milhes

    tero de se adaptar s novas regras, sejam elas sociedades por aes (S/A)

    de capital aberto ou fechado ou companhias limitadas.

    E o que muda, na prtica? De um modo geral, os balanos sero

    elaborados conforme os padres contbeis internacionais, em especial o

    europeu IFRS. A lupa dos contadores e auditores ir ampliar ainda mais os

    detalhes das informaes das companhias. Ser obrigatrio, por exemplo,

    divulgar os fluxos de caixa. A demonstrao dos fluxos de caixa torna mais claro de onde vm e para onde vo os recursos, explica Pedro Farah, scio da empresa de auditoria e consultoria Ernst & Young. Outra

    novidade a Demonstrao de Valor Adicionado, um retrato da riqueza

    gerada e da sua utilizao para cada participante do ciclo de negcios, como o governo, os acionistas, os funcionrios e os fornecedores. Todos tero de

    contratar um auditor independente, com registro na Comisso de Valores

    Mobilirios (CVM). A nova lei traz mais transparncia para as demonstraes financeiras, diz Adriana Dias, professora da Trevisan Escola de Negcios.

    Como os balanos no Brasil tinham caractersticas prprias, muitas vezes os analistas internacionais enfrentavam

    dificuldades para avaliar as companhias brasileiras. As que buscavam recursos no exterior tinham de apurar outro balano,

    adequado ao pas em questo. Os custos, portanto, eram dobrados. Agora, a traduo das cifras locais ser imediata. Com a convergncia ao padro contbil internacional, as empresas tero condies de acessar o capital Externo a custos menores, avalia Antonio Carlos Santana, superintendente de Normas Contbeis da CVM. Na segunda-feira 14, a CVM deu o primeiro passo

    na regulamentao da nova lei. Em comunicado ao mercado, elencou as principais mudanas, que devero ter normas

    especficas divulgadas ao longo do ano.

    Como nada no Brasil acontece sem uma boa polmica, a mudana das regras no Congresso deixou pano para manga

    na discusso sobre a necessidade de as empresas limitadas divulgarem seus balanos. Como ficou, elas so obrigadas a apurar e a escriturar as demonstraes financeiras como as S/A, mas no precisam publicar os resultados, entende Valdir Renato Cascodai, coordenador da Comisso Nacional de Normas Tcnicas do Ibracon, entidade que rene as empresas de auditoria. A

    menos, claro, que participem de concorrncias pblicas ou entrem com pedido de registro na CVM. Montadoras de automveis e

    redes de varejo internacionais, por exemplo, ainda podem esconder seus nmeros dos concorrentes locais.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 10/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    2.3 Tcnicas de anlise

    A anlise de balanos costuma ser desenvolvida mediante a aplicao de

    tcnicas simples e bem difundida, tais como Indicadores, anlise vertical,

    anlise horizontal, anlise da taxas de retorno de investimentos entre

    outros.

    2.3.1 Indicadores (ou ndices ou quocientes) Econmico-Financeiros

    Representam o resultado obtido da diviso de duas grandezas.

    Exemplo de Liquidez Corrente:

    Ativo Circulante = $396.420 Passivo Circulante = $198.210

    ndice = Ativo Circulante = $396.420 = 2,0

    Passivo Circulante $198.210

    2.3.2 Anlise Vertical

    Aplicada sobre o Balano Patrimonial, a Demonstrao do Resultado do Exerccio e a Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos

    (DOAR). No Balano Patrimonial, a anlise vertical fornece indicadores

    que facilitam a avaliao da estrutura do ativo e das fontes de

    financiamento. Esses indicadores correspondem s participaes

    percentuais dos saldos das contas e dos grupos patrimoniais sobre o total

    do Ativo ou do Passivo (100%). Para obter indicadores mais sensveis

    sobre os saldos das contas, costuma-se calcular sua porcentagem sobre o

    valor do grupo a que pertencem.

    A anlise vertical da Demonstrao do Resultado do Exerccio possibilita

    avaliar a participao de cada elemento na formao do lucro ou prejuzo

    do perodo. A base dos clculos das porcentagens corresponde ao valor da

    Receita Operacional Lquida (100%). A DOAR tambm comporta uma anlise vertical, tomando-se como base 100 o valor total das fontes ou

    origens do Capital Circulante Lquido (CCL). A partir das porcentagens

    pode-se avaliar a composio dessas fontes e a participao das diversas

    destinaes ou aplicaes do CCL.

    O clculo do percentual que cada elemento ocupa em relao ao conjunto

    feito por meio de regra de trs, em que o valor-base igualado a 100,

    sendo os demais calculados em relao a ele.

    Exemplo: Para calcular a porcentagem de participao que a conta

    Despesas Administrativas, de R$257.310, ocupa na Demonstrao do

    Resultado do Exerccio que tem uma Receita Operacional Lquida de

    R$1.372.500, faremos:

    1.372.500 = 100%

    257.310 = x.

    Logo: x = 257.310 x 100 / 1.372.500 = 18% de despesas administrativas em relao s receitas

    2.3 Tcnicas de Anlise de Demonstraes financeiras

  • Anlise de Balanos Apostila 2 11/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de participao das

    Despesas Administrativas em relao ao volume de Receita Lquida das

    Vendas.

    2.3.3 Anlise Horizontal

    realizada a partir de um conjunto de Balanos e demonstraes de

    resultados consecutivos. Para cada elemento desses demonstrativos so calculados nmeros-ndices, cuja base corresponde ao valor mais antigo

    da srie. Deste modo, pode-se avaliar a evoluo de cada elemento

    patrimonial e de resultado no longo de diversos perodos sucessivos.

    Exemplo de anlise horizontal:

    ndice = Contas a Receber = Ano 1 Ano 2 Ano 3 Contas a Pagar 1,50 1,46 1,39

    Exemplo de como calcular os nmeros-ndices:

    Suponhamos que a Demonstrao do Resultado do Exerccio de uma

    determinada empresa apresente os seguintes valores da Receita

    Operacional Lquida:

    Exerccio de X1 = 2.500.000

    Exerccio de X2 = 7.322.200

    Exerccio de X3 = 9.547.111

    Escolhendo o exerccio de X1 como base, faremos:

    R$ 2.500.000 = 100%

    R$ 9.547.111 = X3. Logo: X3 = 9.547.111 x 100/2.500.000 = 382%

    Para fins de Anlise Horizontal, podemos elaborar uma tabela com base

    nos dados apurados:

    CONTAS X1 X2 X3

    Receita Operacional Lquida 100% 292% 382%

    De posse da tabela devidamente elaborada, basta analisar a evoluo ou a

    retrao de cada conta em relao ao exerccio escolhido como base. A anlise pode ser

    realizada inicialmente comparando-se os ndices obtidos em cada ano sempre em

    relao ao ano base. Pode ser feita especificamente em cada item e depois em conjunto,

    possibilitando verificar a influncia de cada item um sobre o outro.

    2.3.4 Anlise da Taxa de Retorno sobre Investimento

    Uma empresa constituda com fins econmicos tem, como maior objetivo, a

    finalidade de lucro. A empresa s ter razo de continuidade se der lucro, ou seja,

    retorno do investimento dos scios (ou acionistas). Os administradores sero bem

    sucedidos se tornarem a empresa rentvel. A gerncia considerada eficiente quando a

    administrao do Ativo da empresa gerar lucro. Esse ngulo da anlise to importante

    que tratado como uma tcnica especial para avaliao dos negcios.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 12/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    2.4 Padronizao e reclassificao das demonstraes

    Significa uma nova classificao, um novo reagrupamento de algumas contas

    nas Demonstraes financeiras, principalmente no Balano Patrimonial e na

    Demonstrao do Resultado do Exerccio para melhorar a eficincia da anlise. Se uma

    empresa, por exemplo, dispe vender um imvel que at o momento estava classificado

    no Permanente, classificando essa conta no Ativo Circulante, o analista ter que

    reclassific-lo, at porque no fcil vender o imvel e receber no mesmo ano. Neste

    caso, o ideal seria classificar o citado imvel como Realizvel a Longo Prazo.

    Outro caso o de Receita Financeira que legalmente Despesa Operacional

    (excesso das Despesas Financeiras sobre as Receitas Financeiras), mas na realidade o

    ideal seria a classificao no grupo No-Operacional. Se quisermos apurar a real taxa de

    rentabilidade obtida pela atividade operacional, as Despesas Financeiras como as

    Receitas Financeiras devem ser reclassificadas no grupo No-Operacional.

    2.4.1 Outros casos de reclassificao:

    Duplicatas Descontadas (Classificada subtrativamente em Duplicatas a Receber

    no Ativo Circulante): devero ser reclassificadas no Passivo Circulante, pois, pelas

    peculiaridades da operao, ainda h o risco de a empresa reembolsar o dinheiro obtido

    se seu cliente no liquidar a dvida no banco. Mas, porque reclassificar duplicatas

    descontadas? Tomemos como exemplo duas empresas. A Empresa X opera com

    Duplicatas Descontadas e a Empresa Y com Emprstimos Bancrios (com depsito de

    duplicatas como garantia). Vamos admitir que ambas tenham um Ativo Circulante de

    $2.000 e um Passivo Circulante de $1.000. Deste modo, para cada $1,00 de obrigaes

    h $2,00 de valores de Ativo Circulante para pagamento dessas obrigaes. Ambas as

    empresas decidem recorrer ao mercado financeiro para um reforo de Caixa na ordem

    de $200, sendo que a primeira desconta duplicatas e a Segunda obtm um emprstimo

    bancrio. Sem considerar as despesas financeiras, o Circulante de cada uma seria, antes

    da reclassificao, representado da seguinte forma:

    2.4 Padronizao e reclassificao das Demonstraes

    Empresa X (opera com duplicatas descontadas)

    Ativo Circulante $2.000

    + entrada de $200

    (-) Dupl. Desc. $(200)

    Total $2.000

    Passivo Circulante $1.000

    nada alterou ____

    Total $1.000

    Relao ser de $ 2,00 para $ 1,00 (nada alterou)

    2.000 1.000 = 2,00

  • Anlise de Balanos Apostila 2 13/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Relao ser de $ 1,83 para $ 1,00 (mesma capacidade de pagamento que a

    empresa X, pois ambas possuem o mesmo valor de endividamento R$ 1.200,00)

    2.200 1.200 = 1,83

    Despesa do Exerccio Seguinte -- ((Classificadas no Ativo Circulante): esses

    ativos representam pagamentos antecipados, cujos benefcios ou prestao de servio

    empresa se faro durante o exerccio seguinte. Essa despesa no se transformar em

    dinheiro, e sim, reduzir o lucro no exerccio seguinte. Exemplos: prmios de seguros a

    apropriar, aluguis pagos antecipadamente, assinaturas e anuidades apropriar, etc..

    Antes de reclassificar a despesa deve-se avaliar a relevncia do valor envolvido. No

    exemplo abaixo a Despesa do Exerccio Seguinte relevante (10% do Ativo

    Circulante), neste caso o valor deve ser excludo do Ativo e lanado com o sinal trocado

    (negativo) no Patrimnio Lquido.

    Relao ser de $ 1,83 para $ 1,00 (reduziu capacidade de pagamento)

    2.200 1.200 = 1,83

    Empresa X (opera com duplicatas descontadas - reclassificada)

    Ativo Circulante $2.000

    + entrada de $200

    Total $2.200

    Passivo Circulante $1.000

    (+) Dupl. Desc. $200

    Total $1.200

    Relao ser de $ 1,83 para $ 1,00 (alterou)

    2.200 1.200 = 1,83

    Ativo Circulante $2.000

    + entrada de $200

    Total $2.200

    Passivo Circulante $1.000

    Emp. Banc. $200

    Total $1.200

    Empresa Y (opera com emprstimos bancrios com depsito de duplicatas como garantia)

    Ativo Circulante $2.000

    + entrada de $200

    Total $2.200

    Passivo Circulante $1.000

    Emp. Banc. $200

    Total $1.200

    Empresa Y (opera com emprstimos bancrios com depsito de duplicatas como garantia)

  • Anlise de Balanos Apostila 2 14/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Se no reclassificarmos a Despesa do Exerccio Seguinte, a relao AC/PC seria

    de 1,33 (20.000/15.000). A relao Capital Prprio/Capital de Terceiros seria de: 1,00

    (15.000/15.000). Com a reclassificao a situao modifica-se consideravelmente: a

    relao AC/PC passa de 1,33 para 1,20 (18.000/15.000). A relao CP/CT passa de 1,00

    para 0,87 (13.000/15.000).

    Resultados de Exerccios Futuros o montante constante nesse grupo lucro, ainda que estimado, resultante de receita recebida, se houver absoluta certeza de que

    aquela receita no ser devolvida. Esses valores que no sero em hiptese nenhuma

    devolvidos pela empresa, como o caso do Aluguel Recebido Antecipadamente com

    clusula, no contrato de locao, de no-reembolso, um lucro lquido e certo que ser incorporado ao Patrimnio Lquido no ano seguinte. Dessa forma, para efeito de

    anlise, podemos incorpor-lo por ocasio da anlise, dada sua peculiaridade de Capital

    Prprio.

    Os valores recebidos por antecipao (adiantamentos) para futura entrega de

    produtos ou servios, classificados, inadequadamente, no grupo de Resultados de

    Exerccios Futuros (pois h devoluo no caso de no cumprimento das condies

    contratuais), devero ser reclassificados:

    no Passivo Circulante, desde que as obrigaes venam at o fim do exerccio seguinte; ou

    no Exigvel a Longo Prazo, desde que as obrigaes venam aps o exerccio seguinte.

    Dessa forma, o grupo REF ser eliminado para efeito de anlise, sendo

    reclassificado no Patrimnio Lquido ou Passivo Exigvel, conforme o risco de

    devoluo da parcela recebida antecipadamente.

    Alm dos ajustes acima, as contas do Ativo e Passivo Circulante so

    classificadas em dois grupos: Financeiro e Cclico ou Operacional.

    Ativo Circulante Financeiro engloba as contas que representam dinheiro e aplicaes financeiras.

    Passivo Circulante Financeiro engloba as contas representativas de dvidas a curto prazo que no fazem parte das atividades dirias da

    empresa. Normalmente esto sujeitas a juros (emprstimos bancrios,

    duplicatas descontadas, imposto de renda a recolher, etc.).

    Ativo Circulante Cclico compreende as aplicaes de recursos em contas que estejam relacionadas com atividades de compra,

    transformao e venda. Est relacionado com o ciclo operacional da

    Ativo Circulante $20.000

    Caixa $2.000

    Dupl. Receber $5.000

    Estoque $11.000

    Desp. Exerc. Seguinte $2.000

    Ativo Permanente

    Imobilizado $10.000

    Total do Ativo $30.000

    Passivo Circulante $15.000

    Diversos a Pagar $15.000

    Patrimnio Lquido $15.000

    Capital $10.000

    Lucros Acumulados $5.000

    Total $30.000

  • Anlise de Balanos Apostila 2 15/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    empresa (clientes/ duplicatas a receber, estoques, adiantamento a

    fornecedores etc.).

    Passivo Circulante Cclico compreende as contas que identificam os financiadores normais da empresa, constituindo fontes espontneas de

    recursos (fornecedores, salrios e encargos a pagar, impostos sobre

    vendas a recolher etc.)

    2.4.2 Exerccios de fixao

    BALANO PATRIMONIAL - Cia Alfa

    ATIVO PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO

    Circulante Disponvel Estoques Dupl. a Receber 600 (-)Prov. Dev. Duv. (20) (-)Ttulos Desc. (180) Imveis Venda Aplic. Financeiras Total Circulante Realizvel a Longo Prazo Capital a Integralizar Permanente Investimentos Imobilizado 5.600 (-)Depreciao (2.000) Diferido Desp. Pr-Oper. 2.200 (-)Amortizao (1.200) Total Permanente

    400 200

    400 300

    2.000

    3.300

    1.000

    2.400

    3.600

    1.000

    7.000

    Circulante Emprest. Bancrio Fornecedores Outros Prov. p/IR Prov. p/ Dividendos Total Circulante Exigvel a Longo Prazo Financiamentos Resultado Ex. Futuros Adiantamento Clientes Ad. Aluguel 120 (-) Custo (20) Total Exerccios Futuros Patrimnio Lquido Capital Reserva Capital Lucros Acumulados Total Patrimnio Lquido

    2.000

    200 200

    1.200 400

    4.000

    300

    100

    100

    200

    4.000 400

    2.400

    6.800

    TOTAL 11.300 TOTAL 11.300

    1. Faa a reclassificao e padronizao do Balano Patrimonial da Cia Alfa e

    verifiquem: a LC, CCL, capital de terceiros, capital prprio, investimentos de curto

    prazo e investimentos de longo prazo. A estrutura dos grupos e sub-grupos deve

    obrigatoriamente obedecer a lei 11941/09.

    2. Assinale a alternativa incorreta:

    A receita financeira uma despesa operacional, porm, para fins de anlise,

    devemos reclassific-la no grupo No-Operacional.

    a. As duplicatas descontadas devem ser reclassificadas no grupo do Ativo Circulante.

    b. Reclassificar significa fazer um novo agrupamento de contas no Balano Patrimonial e na Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    c. S reclassificaremos as despesas do exerccio seguinte caso sejam relevantes.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 16/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    4. Quando analisamos o grupo Resultado de Exerccios Futuros, e verificamos

    que os valores l registrados referem-se adiantamentos para futura entrega de bens ou

    servios, at o fim do exerccio seguinte, estando prevista a devoluo do valor recebido

    no caso de no cumprimento das condies contratuais, devemos reclassificar tais

    valores como:

    a. Ativo Circulante, uma vez que recebemos o valor antecipado.

    b. Passivo Circulante, visto que esse valor pode ser devolvido a curto prazo.

    c. Ativo Realizvel a Longo Prazo, pois esse valor dever ser recebido ao longo do tempo.

    d. Resultado de Exerccio Futuro no pode ser reclassificado.

    5. Quando a empresa coloca um imvel venda, devemos:

    a. Reclassific-lo no Ativo Circulante.

    b. Mant-lo em Investimentos at a sua venda.

    c. Reclassific-lo no Realizvel a Longo Prazo.

    d. Mant-lo em Imobilizado at a sua venda.

    6. A Cia Alfa possui, registrado em seu Realizvel a Longo Prazo, a conta

    Capital a Integralizar. Para fins de anlise, devemos reclassific-la no:

    a. Ativo Circulante.

    b. Patrimnio Lquido.

    c. No devemos reclassific-la.

    d. Passivo Circulante.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 17/81

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    2.5 Principais indicadores financeiros

    2.5.1 NDICES DE LIQUIDEZ (ou SOLVNCIA)

    So utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, constitui

    uma apreciao sobre a capacidade de a empresa saldar seus compromissos com

    terceiros (Passivo Exigvel). Esses ndices so avaliados pelo critrio de quanto maior,

    melhor, e no medem a efetiva capacidade da empresa liquidar seus compromissos nos vencimentos, mas apenas evidenciam o grau de solvncia em caso de encerramento das

    atividades.

    Um alto ndice de liquidez no representa, necessariamente, boa sade financeira. O

    cumprimento das obrigaes nas datas previstas depende de uma adequada

    administrao dos prazos de recebimento e de pagamento. Uma empresa que possui

    altos ndices de liquidez, mas mantm mercadorias estocadas por perodos elevados,

    recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantm duplicatas incobrveis nas Contas a

    Receber poder ter problemas de liquidez , ou seja, poder ter dificuldades para honrar

    seus compromissos nos vencimentos. importante avaliar a qualidade dos ativos.

    Liquidez Corrente (LC) o mais conhecido e utilizado dentre todos os ndices financeiros. Mostra a capacidade de pagamento (solvncia) da empresa a curto prazo,

    por meio da seguinte frmula:

    Ativo Circulante

    Passivo Circulante

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    580.000 = 1,70 para 1,00 650.000 = 2,32 para 1,00

    340.000 280.000

    Em 2008, existiam para cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto prazo (PC), $1,70 de

    bens e direitos realizveis a curto prazo (AC).

    Em 2009, existiam para cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto prazo (PC), $2,32 de

    bens e direitos realizveis a curto prazo (AC). Apesar do crescimento do ndice de

    Liquidez Corrente, ressalta-se que uma queda nesse ndice nem sempre significa perda

    da capacidade de pagamento, Tal fato pode ter sido ocasionado por uma Administrao

    Financeira mais rigorosa diante, por exemplo, da inflao, do crescimento da empresa,

    etc.

    Alguns aspectos relativos LC devem ser considerados:

    2.5 Principais indicadores financeiros

  • Anlise de Balanos Apostila 2 18/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    ndice de LC no revela a qualidade dos itens no AC (os estoques esto superavaliados, so obsoletos, os ttulos a receber so realmente

    recebveis?)

    ndice de LC no revela a sincronizao entre recebimentos e pagamentos, ou seja, por meio dele no identificamos se os recebimentos

    ocorrero em tempo para pagar as dvidas vincendas.

    ndice de LC pode evidenciar uma situao pessimista uma vez que o Estoque est avaliado a custos histricos, sendo o seu valor de mercado

    acima do evidenciado no AC, e o Estoque ser realizado a valores de

    mercado e no de custo.

    Capital Circulante Lquido

    A anlise do Capital Circulante Lquido no feita em termos relativos

    (quociente), mas, por diferena, positiva ou negativa, entre o valor global do Ativo

    Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC).

    Se o Ativo Circulante for maior do que o Passivo Circulante, tem-se Capital

    Circulante Lquido.

    CCL = AC > PC

    Caso contrrio, se o Passivo Circulante apresentar-se com valor superior ao do

    Ativo Circulante, o Capital Circulante Lquido ser negativo.

    CCL = AC < PC

    Exemplo de aplicao do CCL

    Aumento Capital Circulante Lquido, confrontados os anos 1 e 2 = $ 2.000

    Aumento relativo do CCL no ano 2 confrontando com o perodo anterior = 22,2%

    Aumento do Ativo Circulante = $ 17.500

    Aumento do Passivo Circulante - em valor monetrio = $ 15.500

    Outro aspecto que merece ser ressaltado o conceito de Capital Circulante

    Prprio (CCP) que a denominao dada ao excesso do Patrimnio Lquido sobre o

    Ativo Permanente. Esse conceito, tambm ser abordado quando da anlise dos ndices

    de Endividamento (IPL) e do estudo da composio do CCL. O CCP pode ser apurado

    pela frmula:

    Sigla Componentes Ano 1 Ano 2

    AC Ativo circulante 29.500 47.000

    PC Passivo circulante 20.500 36.000

    CCL Capital circulante lquido 9.000 11.000

    CCP = PL - AP

  • Anlise de Balanos Apostila 2 19/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Dados da Cia Exemplo:

    20x1 20x2 Ativo Permanente 765.698 1.714.879

    Patrimnio Lquido 1.070.861 1.407.125 IPL 765.698 = 71% 1.714.879 = 121%

    1.070.861 1.407.125

    CCP 305.163 = 29% -307.754 = -21%

    Liquidez Seca (LS) subtraindo-se do Ativo Circulante os estoques e as despesas pagas antecipadamente, sobram os valores de maior liquidez, como as duplicatas e outras

    contas a receber a curto prazo, as aplicaes financeiras e as prprias disponibilidades.

    Ao relacionar tais valores com o Passivo Circulante tem-se uma medida mais rigorosa

    da capacidade de solvncia que a Liquidez Seca. Esse ndice oferece a vantagem de

    desconsiderar os estoques que necessitam ser vendidos para se transformarem em

    Contas a Receber ou Caixa. obtida pela frmula:

    Ativo Circulante - Estoques

    Passivo Circulante

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    580.000 390.000 = 0,56 650.000 420.000 = 0,82 340.000 280.000

    Em 2008, para cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto prazo (PC) a empresa

    dispe de $0,56 de Ativo Circulante, exceto os Estoques, indicando que se a empresa

    parasse de vender, conseguiria pagar somente metade de suas dvidas. J em 2009, para

    cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto prazo (PC) a empresa dispe de $0,82 de

    Ativo Circulante, exceto os Estoques, evidenciando uma melhora significativa do ano

    de 98 para o ano de 99.

    Se a LS = 1, pode-se dizer que a empresa no depende da venda de seus estoques

    para saldar os seus compromissos de CP; quanto mais abaixo da unidade, maior ser a

    dependncia de vendas para honrar suas dvidas. Alguns autores sugerem excluir, alm

    dos estoques, todas as contas que no representam entrada efetiva de recursos na

    empresa (Despesas Antecipadas, Impostos a Compensar, Adiantamentos a

    Funcionrios, etc.). Qualquer que seja a frmula importante que o analista tenha

    conhecimento dos valores envolvidos e da relao expressa pelo ndice.

    Liquidez Geral (LG) mede a proporo dos bens e direitos a serem realizados a curto e longo prazos em relao s dvidas totais, indicando uma folga na capacidade

    de solvncia global.

    Ativo Circulante + Ativo Realizvel a Longo Prazo

    Passivo Circulante + Passivo Exigvel a Longo Prazo

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    580.000 + 50.000 = 1,43 para 1 650.000 + 40.000 = 1,60 para 1

    340.000 + 100.000 280.000 + 150.000

  • Anlise de Balanos Apostila 2 20/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Em 2008, para cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto e longo prazo, existem

    $1,43 de bens e direitos a curto e longo prazo. Para 2009, observa-se um acrscimo na

    LG para $1,60.

    Exemplo de reduo na LG:

    LG = 8.600 + 1400 = 1,25 (bom ndice)

    7.000+1.000

    Se a empresa adquirir um novo financiamento de $4.000 para investimento

    imobilirio:

    AC 8.600 PC 7.000

    ARLP 1.400 ELP 1.000+4.000 = 5.000

    AP 4.000

    Nova LG = 8.600 + 1.400 = 0,83

    7.000 + 5.000

    Por causa do financiamento houve uma reduo de 1,25 para 0,83.

    Liquidez Instantnea ou Imediata (LI) expressa o quociente entre as disponibilidades e o Passivo Circulante. calculado pela seguinte frmula:

    Disponibilidades: (Caixa + Bancos + Aplicaes de Curtssimo Prazo

    Passivo Circulante

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    40.000 = 0,11 para 1 10.000 = 0,04 para 1

    40.000 280.000

    Em 2008, para cada $1,00 de obrigaes exigveis a curto e longo prazo, existem

    $ 0,11 de disponibilidades. Para 2009, observa-se uma reduo de $0,07, passando a LI

    para $0,04.

    Para efeito de anlise, um ndice sem muito realce, pois relacionamos o

    disponvel com valores que vencero em datas mais variadas possvel, embora a curto

    prazo. Assim, temos contas que vencero daqui a cinco a dez dias, como tambm temos

    contas que vencero daqui a 360 dias, e que no se relacionam com a disponibilidade

    imediata.

    Apesar de a empresa manter certos limites de segurana, este ndice, se muito

    alto, evidenciaria excesso de recursos ociosos no caixa ou em bancos ou em aplicaes

    de liquidez imediata, que perdem o poder aquisitivo com a inflao, ou ento baixo

    volume de dvidas a curto prazo. Nem sempre redues sucessivas nesse ndice

    representam situaes constrangedoras; podem significar uma poltica mais rgida de

    disponvel e, at mesmo, uma reduo do limite de segurana. Sucessivas redues na

    LI, com constantes e crescentes atrasos no pagamento a fornecedores (detectados

    mediante informaes comerciais obtidas na praa), constituem indicadores relevantes

    de dificuldade financeira.

    Exerccios de Fixao - Liquidez

    1. Uma empresa tem Ativo Circulante de $1.800.000 e Passivo Circulante de

    $700.000. Se fizer uma aquisio extra de mercadorias, a prazo, na importncia de

  • Anlise de Balanos Apostila 2 21/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    $400.000, seu ndice de Liquidez Corrente ser de:

    a. 3,1

    b. 1,6

    c. 4,6

    d. 2,00

    2. Com base nos dados abaixo, preencha as lacunas com os respectivos valores:

    Balano Patrimonial

    Ativo Circulante .......

    Caixa e Bancos 100

    Duplicatas a Receber 500

    Estoques ......

    Ativo No Circulante .......

    Total do Ativo .......

    Passivo Circulante .......

    Exigvel a Longo Prazo .......

    Patrimnio Lquido 1.000

    Total do Passivo .......

    ndices

    Liquidez Geral 0,80

    Liquidez Seca 0,60

    Liquidez Corrente 1,00

    Liquidez Imediata 0,10

    3. Com base nos indicadores abaixo, apresentados em exerccios consecutivos,

    marquem a tendncia mais provvel para determinada empresa comercial:

    Ativo Circulante Passivo Circulante = 1,80 2,10 2,60

    Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante = 1,40 0,80 0,40

    a. a empresa vem utilizando grande volume de recursos de terceiros a curto prazo, provocando reduo de seus ndices de rentabilidade.

    b. h indcios de fortalecimento da estrutura financeira a curto prazo, em funo da reduzida dependncia de realizao de seus estoques para a liquidao dos

    compromissos a curto prazo.

    c. parece estar ocorrendo uma tendncia para superinvestimento em estoques ou modificao na poltica de vendas da empresa.

    d. a empresa vem aumentando seu endividamento a curto prazo, em funo de maiores aplicaes de carter permanente.

    4. Capital Circulante Lquido a

    a. diferena entre o Ativo Circulante e o Patrimnio Lquido. b. diferena entre o Ativo Permanente e o Patrimnio Lquido.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 22/81

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    c. diferena entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. d. soma do Ativo Circulante e o Ativo Permanente.

    5. Com base nos dados abaixo, preencha as lacunas com os respectivos valores:

    Balano Patrimonial

    Ativo Circulante ..........

    Caixa e Bancos 300

    Duplicatas a Receber .......

    Estoques .......

    Ativo No Circulante .......

    Total do Ativo .......

    Passivo Circulante .......

    Exigvel a Longo Prazo .......

    Patrimnio Lquido 3.000

    Total do Passivo .......

    ndices

    Liquidez Geral 0,80

    Liquidez Seca 0,60

    Liquidez Corrente 1,00

    Liquidez Imediata 0,10

    6. Correlacione os indicadores abaixo, apresentados por determinada empresa

    comercial, em trs instantes consecutivos, marcando a tendncia mais provvel:

    Ativo Circulante Passivo Circulante = 1,70 2,10 2,30

    Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante = 1,30 0,80 0,55

    a. a empresa vem utilizando, de maneira acentuada, recursos de terceiros a curto prazo.

    b. parece estar aumentando o grau de endividamento da empresa, em funo do elevado crescimento de suas dvidas a curto prazo.

    c. a empresa vem obtendo excelentes resultados econmicos em vista de maiores investimentos em imobilizaes tcnicas.

    d. h indcios de elevao dos nveis de investimentos em estoques.

    7. Com base nos dados abaixo, preencha as lacunas com os respectivos valores:

    Balano Patrimonial

    Ativo Circulante ......

    Caixa e Bancos 75

    Duplicatas a Receber ......

    Estoques ......

    Ativo No Circulante 1.200

    Total do Ativo .......

    Passivo Circulante .......

    Exigvel a Longo Prazo .......

    Patrimnio Lquido 1.500

    Total do Passivo .......

    ndices

  • Anlise de Balanos Apostila 2 23/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Imobilizao do Patrimnio Lquido 80%

    Liquidez Seca 1,00

    Liquidez Corrente 2,00

    Liquidez Imediata 0,15

    8. Com base nos ndices seguintes, preencha os espaos em branco (pontilhados)

    da Cia Divertida.

    Ativo Passivo

    Circulante

    Caixa e Bancos

    Duplicatas a Receber

    Estoques

    Total Circulante

    No Circulante

    Investimentos

    Imobilizado

    Diferido

    Total do Permanente

    .....................

    .....................

    ....................

    .....................

    20.000

    40.000

    ...............

    ................

    Circulante

    Diversos a Pagar

    Exigvel a Longo Prazo

    Financiamento

    Patrimnio Lquido

    Capital

    Reservas

    Total do PL

    ........................

    ......................

    100.000

    .....................

    .....................

    Total 200.000 Total ....................

    a) A Liquidez Corrente igual a 1,6. b) 40 % do Ativo so financiados com Capital de Terceiros. c) A Liquidez Geral igual a 1,40. d) A Liquidez Imediata igual a 0,2857 (arredondar). e) A Liquidez Seca igual a 1,0.

    9. Com base na figura acima, assinale a resposta correta:

    a. O Capital Circulante Lquido formado exclusivamente por Capital Circulante de Terceiros.

    b. O Capital Circulante Prprio de $7.500 c. O Capital Circulante Lquido pode ser representado pela expresso Capital

    Circulante Lquido = Exigvel a Longo Prazo Capital Circulante Prprio. d. O Capital Circulante Lquido formado por Capital Circulante Prprio ($2.000) e

    por Capital Circulante de terceiros ($10.000).

    10. Capital Circulante Prprio :

    a. o excesso do Ativo Permanente sobre o Patrimnio Lquido.

    Ativo

    No Circulante

    13.000.000

    Ativo

    Circulante

    27.200.000

    Patrimnio

    Lquido

    15.000.000

    Exigvel a

    Longo Prazo

    10.000.000

    Passivo

    Circulante

    15.200.000

    Capital

    Circulante

    Lquido

    12.000.000

    Recursos

    no Correntes

    25.000.000

  • Anlise de Balanos Apostila 2 24/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    b. a diferena entre o Passivo Exigvel e o Ativo Circulante. c. o excesso do Patrimnio Lquido sobre o Ativo Permanente. d. o Ativo Circulante menos o Ativo Permanente.

    11. A Empresa Binacional S.A apresentava em seu Balano Patrimonial projetado, antes

    do final do ano, os seguintes valores no Circulante:

    Ativo Circulante = $ 1.200.000

    Passivo Circulante = $ 1.000.000

    ndice de LC = 1.200.000/1.000.000 = 1,20

    Todavia, o seu Presidente no est contente com o ndice de 1,20. Ele determinou ao seu

    Contador que o ndice dever ser igual a 2,00.

    a. impossvel modificar esta situao, considerando-se que estamos prximos ao final do ano.

    b. A nica alternativa o Contador fajutar o balano patrimonial.

    c. A soluo seria pagar $ 800.000 da dvida a curto prazo da empresa.

    d. No possvel porque o Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante.

    12. A anlise dos ndices financeiros tem por finalidade promover uma avaliao

    relativa da situao econmico-financeira das empresas. Um dos grupos de ndices diz

    respeito liquidez da empresa e os respectivos ndices de liquidez avaliam: (Provo

    MEC 1997).

    a. A capacidade de a empresa satisfazer suas obrigaes de curto prazo.

    b. A rapidez com que vrias contas so convertidas em vendas ou caixa.

    c. A consistncia de Patrimnio Lquido da empresa.

    d. O montante de dinheiro de terceiros que a empresa utiliza na tentativa de gerar lucro.

    e. Os diversos tipos de retornos da empresa em relao s suas vendas, a seus ativos ou a seu Patrimnio Lquido.

    2.5.2 NDICES DE ENDIVIDAMENTO (Estrutura de Capital)

    por meio desses ndices que analisamos o nvel de endividamento da empresa.

    Esses ndices so avaliados pelo critrio de quanto maior, mais cautela. O Ativo

    (aplicao de recursos) financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e

    Passivo Exigvel a Longo Prazo) e por Capitais Prprios (Patrimnio Lquido), portanto,

    Capitais de Terceiros e Capitais Prprios so fontes (origens) de recursos. So os

    ndices de endividamento que informam se a empresa utiliza mais recursos de terceiros

    ou recursos dos proprietrios, e se os recursos de terceiros tm seu vencimento em

    maior parte a Curto Prazo (Passivo Circulante) ou a Longo Prazo (Passivo Exigvel a

    Longo Prazo).

    Na anlise do endividamento, h necessidade de detectar as caractersticas do

    seguinte indicador:

    empresas que recorrem a dvidas como um complemento dos Capitais Prprios para realizar aplicaes produtivas em seu Ativo (ampliao,

    expanso, modernizao, etc.). Esse endividamento sadio, mesmo sendo

  • Anlise de Balanos Apostila 2 25/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    um tanto elevado, pois as aplicaes produtivas devero gerar recursos para

    saldar o compromisso assumido; e

    empresas que recorrem a dvidas para pagar outras dvidas que esto vencendo. Por no gerarem recursos para saldar seus compromissos, elas

    recorrem a emprstimos sucessivos. Permanecendo esse crculo vicioso, a

    empresas ser sria candidata insolvncia; conseqentemente, falncia.

    A anlise da composio do endividamento tambm bastante significativa:

    endividamento a Curto Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Circulante;

    endividamento a Longo Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente.

    A proporo favorvel seria de maior participao de dvidas a Longo Prazo,

    propiciando empresa tempo maior para gerar recursos que saldaro os compromissos.

    Expanso e modernizao devem ser financiadas com recursos a Longo Prazo e no

    pelo Passivo Circulante, pois os recursos a serem gerados pela expanso e

    modernizao viro a longo prazo.

    Se a composio do endividamento apresentar significativa concentrao no

    Passivo Circulante (Curto Prazo), a empresa poder ter reais dificuldades num momento

    de reverso de mercado (o que no aconteceria se as dvidas estivessem concentradas no

    Longo Prazo). Na crise, ela ter poucas alternativas: vender seus estoques na base de

    uma "liquidao forada" (a qualquer preo), assumir novas dvidas a Curto Prazo que,

    certamente, tero juros altos, o que aumentar as despesas financeiras.

    Se a concentrao fosse a Longo Prazo, a empresa, num momento de revs, teria

    mais tempo para replanejar sua situao, sem necessidade de desfazer-se dos Estoques a

    qualquer preo.

    a. Endividamento Geral ou Endividamento Total - expressa a proporo de

    recursos de terceiros financiando o Ativo e, complementarmente, a frao do Ativo que

    est sendo financiada pelos recursos prprios.

    Capital de Terceiros = Exigvel Total = PC + ELP

    Capital de Terceiros + Capital Prprio Exigvel Total + PL PC + ELP + PL

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    440.000 = 0,56 56% 430.000 = 0,52 52% 790.000 830.000

    56% dos Recursos Totais originam-se de Capitais de Terceiros idem 52%

    56% do Ativo financiado com Capital de Terceiros idem 52%

    Em 2009, dos recursos investidos no Ativo 52% provm de terceiros e o restante

    (48%) so prprios. H predominncia de capitais de terceiros na empresa. A empresa

    deve a curto/longo prazo 52% do seu Ativo. De 2008 para 2009, houve um pequeno

    decrscimo no endividamento.

    b. Relaes entre as Fontes de Recursos ou Grau de Endividamento ou

    Participao de Capitais de Terceiros - revela qual a proporo existente entre

  • Anlise de Balanos Apostila 2 26/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    Capitais de Terceiros e Capitais Prprios, isto , quanto a empresa utiliza de Capitais de

    Terceiros (Passivo Exigvel) para cada real de Capital Prprio (Patrimnio Lquido).

    Capital de Terceiros = Exigvel Total = PC + PELP

    Patrimnio Lquido Patrimnio Lquido Patrimnio Lquido

    Se multiplicarmos o quociente obtido por 100, obteremos a resposta em

    porcentagem, ou seja, quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros para cada R$

    100 do Patrimnio Lquido.

    ndice igual a 100% ento capital de terceiros igual ao capital prprio.

    ndice maior que 100% ento existe a predominncia de capitais de terceiros.

    ndice menor que 100% ento o capital prprio supera as obrigaes com terceiros.

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    440.000 = 1,26 126% 430.000 = 1,08 1,08% 350.000 400.000

    Interpretao: H predominncia de Capital de Terceiros na empresa. Em 2008,

    para cada $ 100 de Capital Prprio (PL), a empresa possua $ 126 de Capitais de

    Terceiros. De 2008 para 2009, houve um decrscimo na Participao de Capitais de

    Terceiros.

    Quanto menor for esse ndice, mais capitalizada e, conseqentemente, tranqila

    a situao da empresa. A anlise desse ndice por vrios exerccios evidencia a poltica

    de obteno de recursos da empresa: est mantendo uma maior dependncia de Capital

    de Terceiros ou est utilizando predominantemente Capital Prprio?

    c. Garantia do Capital Prprio ao Capital de Terceiros esse ndice o contrrio do Grau de Endividamento que CT/ PL. Indica a garantia ao Capital de

    Terceiros oferecido pelo capital Prprio.

    Capital Prprio = PL = PL

    Capital de Terceiros Exigvel Total PC + ELP

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    350.000 = 0,80 para 1 400.000 = 0,93 para 1

    440.000 430.000

    Interpretao: Para cada $ 1,00 de Capital de Terceiros h $ 0,80 de Capital

    Prprio como Garantia (2008). A garantia ao Capital de Terceiros oferecido pelo

    Capital Prprio aumentou para $ 0,93 em 2009.

    d. Composio de Endividamento ou das Exigibilidades (Qualidade da dvida)

    - compara o montante das dvidas no curto prazo com o endividamento total. Admite-se

    que quanto mais curto o vencimento das parcelas exigveis, maior ser o risco oferecido

    pela empresa. Empresas com o endividamento concentrado no longo prazo,

    principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem uma situao mais

    tranqila no curto prazo.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 27/81

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    PC = PC = PC

    Capital de Terceiros Exigvel Total PC + ELP

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    340.000 = 0,77 77% 280.000 = 0,65 65% 440.000 430.000

    Interpretao:77% dos Capitais de Terceiros vencero a Curto Prazo em 2008

    idem 65% em 2009.

    A empresa opera mais com dvidas a Curto Prazo. Essa situao desfavorvel,

    prejudicando sua Liquidez Corrente (Situao Financeira). Todavia, houve boa melhora

    de um ano para o outro.

    Ao multiplicarmos este ndice por 100, tambm podemos interpret-lo como

    quanto a empresa ter de pagar a curto prazo para $ 100 do total das obrigaes

    existentes. De qualquer forma a interpretao deste ndice dever ser direcionada a

    verificar a necessidade da empresa ter ou no de gerar recursos a curto prazo para saldar

    os seus compromissos. Quanto menor for este ndice, maiores sero os prazos que a

    empresa ter para saldar seus compromissos; em conseqncia, melhor ser sua situao

    financeira atual.

    Anlise: Quantidade x Qualidade da Dvida

    Faremos uma comparao da Empresa Prosperidade com a Cia. Conservadora:

    Prosperidade Conservadora

    Ativo Passivo Ativo Passivo

    Circulante 4.200 Circulante 3.100 Circulante 4.200 Circulante 4.000

    ELP 2.900 Permanente 5.800 PL 6.000

    Permanente 5.800 PL 4.000

    Total 10.000 Total 10.000 Total 10.000 Total 10.000

    A Prosperidade tem um endividamento (60% = 6.000/10.000) alto para os

    padres brasileiros; todavia, est no limite dos padres internacionais. Ainda que o

    endividamento seja alto (quantidade), podemos dizer que um bom perfil de

    endividamento (qualidade), pois praticamente a metade de longo prazo(menos oneroso

    e mais tempo para pagar).

    Por outro lado, a Conservadora tem um endividamento baixo (40% =

    4.000/10.000), porm de qualidade ruim, pois ele todo vai vencer rapidamente e,

    havendo financiamentos de instituies financeiras, seria mais oneroso.

    A situao financeira da Prosperidade mais folgada que a da Conservadora no

    Curto Prazo. Para o Longo Prazo, a Prosperidade ter tempo de gerar mais Circulante a

    fim de honrar seus compromissos que demoraro para vencer.

    e. Imobilizao do Patrimnio Lquido (IPL): exprime o quanto do Ativo

    permanente da empresa financiado pelo Patrimnio Lquido, evidenciando, dessa

    forma, a maior ou menor dependncia de aporte de recursos financeiros para a

    manuteno de seus negcios.

    Ativo Permanente (Investimentos+Imobilizado+Intangvel)

    Patrimnio Lquido

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    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    160.000 = 0,46 46% 140.000 = 0,35 35% 350.000 400.000

    Indica que, em 2008, a empresa imobilizou 46% de seu Patrimnio Lquido.

    Sobraram, portanto, em 2008, 54% de recursos prprios para a aplicao no Ativo

    Circulante (Capital Circulante Prprio), no caso de inexistncia de Ativo Realizvel a

    Longo Prazo na empresa. A empresa possui dependncia de aporte de capitais de

    terceiros para a movimentao de seus negcios. De 2008 para 2009, houve um

    decrscimo no grau de Imobilizao do Patrimnio Lquido.

    Outro aspecto evidenciado por este ndice a existncia ou no da dependncia

    de capitais de terceiros para financiar o Ativo Circulante. Se todo Patrimnio Lquido

    for utilizado para financiar o Ativo permanente, no existindo Capital Circulante

    Prprio, significar que todo o Ativo Circulante mais o realizvel a Longo Prazo foram

    financiados somente com recursos de terceiros. Em princpio este fato no indica

    situao favorvel. Sempre que este quociente for inferior a um ou menor que 100%,

    indicar que a entidade no imobilizou todo o seu Patrimnio Lquido, existindo, ento,

    o Capital Circulante Prprio. Quanto maior for a parcela do Patrimnio Lquido

    aplicada no Ativo Permanente menor ser a participao dos Capitais Prprios para

    financiar o Ativo Circulante e maior ser a dependncia da entidade em relao ao

    Capital de Terceiros.

    Quando houver necessidade de utilizar recursos de terceiros para financiar o

    Ativo Permanente, como ocorre nas ocasies de ampliao da empresa, esses recursos

    devem ser captados para serem pagos a longo prazo, de modo que possam ser

    remunerados com os lucros obtidos com a prpria movimentao dessas imobilizaes.

    Remunerar Capitais de Terceiros investidos no Ativo Permanente com recursos gerados

    por outras fontes que no os lucros colocar a entidade em situao de insolvncia,

    obrigando-a a trabalhar mais rapidamente para gerar recursos a curto prazo. Por outro

    lado, mais fcil conseguir financiamento para obteno de recursos a fim de investir

    no Ativo Circulante. Geralmente esses recursos decorrem da atividade normal da

    empresa, como contas a pagar a fornecedores, a empregados, ao governo etc.

    f. Imobilizao dos Recursos No-Correntes: revela qual a proporo existente

    entre o Ativo No Circulante e os Recursos No-Correntes, isto , quanto a empresa

    investiu no Ativo Permanente para cada real de Patrimnio Lquido mais Exigvel a

    Longo Prazo.

    A interpretao deste ndice deve ser direcionada a verificar se o Capital

    Circulante Prprio Negativo (ocorre quando o Patrimnio Lquido inferior ao Ativo

    Permanente) foi compensado por emprstimos a longo prazo.

    Ativo No Circulante

    Patrimnio Lquido + Passivo Exigvel a Longo Prazo

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    160.000 = 0,36 36% 140.000 = 0,25 25% 350.000 + 100.000 400.000 + 150.000

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    Indica que, em 2008, a empresa imobilizou 36% de seu Patrimnio Lquido e do

    Passivo Exigvel a Longo Prazo. Nesse ano, para cada real de Patrimnio Lquido mais

    Exigvel a Longo prazo a empresa investiu no Ativo Permanente $ 0,36. De 2008 para

    2009 essa relao baixou para R$ 0,25 de Recursos No-Correntes aplicados

    imobilizados no Ativo Permanente.

    Em qualquer circunstncia, o ideal que o Patrimnio Lquido seja suficiente

    para financiar todo o Ativo Permanente e ainda uma parte do Ativo Circulante. Esta

    folga garante empresa liberdade para tomada de decises, sendo benfica para sua

    situao financeira. Quando o excesso de imobilizaes sobre o Patrimnio Lquido for

    financiado por obrigaes do Passivo Circulante, a empresa poder enfrentar srios

    problemas de solvncia. Por isso, esse quociente no deve ser superior a um ou a 100%,

    para que no haja obrigaes de curto prazo financiando o Ativo Permanente.

    Quando a anlise do ndice de Imobilizao do Patrimnio Lquido indicar a

    existncia de Capital Circulante Prprio Negativo, haver forte evidncia de que a

    situao financeira da empresa no boa. Entretanto, no se pode concluir que a

    empresa atravessa momentos de desequilbrio financeiro, pois a interpretao do

    Quociente de Imobilizao dos recursos No-Correntes poder revelar a existncia de

    um quadro mais ameno. Finalmente, mesmo quando a interpretao desses quocientes

    evidenciar tendncia de desequilbrio financeiro, para saber se a empresa encontra-se ou

    no em situao de insolvncia, ser preciso interpretar os Quocientes de Liquidez.

    g. Passivo Oneroso sobre Ativo (POSA) - este ndice mostra a participao das

    fontes onerosa de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa,

    revelando sua dependncia a instituies financeiras.

    Passivo Circulante Financeiro + Passivo Exigvel a Longo Prazo

    Ativo

    Empresa Bem Analisada Ltda.

    2008 2009

    100.000 = 0,13 13% 150.000 = 0,18 18% 790.000 830.000

    Os ndices calculados para o POSA indicam que houve um aumento nesses

    ndices de 2008 para 2009. Deve-se ponderar o custo financeiro incidente sobre o valor

    do financiamento a longo prazo, bem como sua finalidade. Deve-se observar que quanto

    maior for esse ndice, maior ser a despesa financeira incorrida, influenciando o

    resultado do exerccio.

    Exerccios de Fixao Estrutura de capital/ endividamento

    1. Assinale a alternativa INCORRETA:

    a. A situao econmica e financeira da entidade pode ser conhecida por meio da anlise dos ndices de Endividamento, Liquidez e Rentabilidade.

    b. Endividamento e Liquidez so situaes opostas. c. Quando o Patrimnio Lquido suficiente para cobrir os investimentos efetuados no

    Ativo Permanente com folga, pode-se concluir que todo o Capital Circulante

    Lquido financiado por Capitais de Terceiros.

    d. Podemos afirmar que a empresa encontra-se na mos de terceiros quando o Passivo Exigvel maior do que o Patrimnio Lquido.

    2. Mantidos constantes os totais das origens e aplicaes de recursos, quanto

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    maior for o ndice de Imobilizao do Patrimnio Lquido menor ser o ndice de

    a. Rentabilidade do Patrimnio Lquido.

    b. Liquidez Geral

    c. Composio do Endividamento

    d. Giro dos Estoques

    3. Com base nos indicadores abaixo, apresentado em exerccios consecutivos,

    assinale a alternativa correta (analise cada uma das opes):

    Ativo Permanente Patrimnio Lquido = 0,45 0,60 0,80

    a. H indicao de aumento no volume do Capital Circulante Prprio, com reflexos positivos para a situao financeira da empresa.

    b. Est ocorrendo acentuada reduo do Capital Circulante Prprio.

    c. H recursos de terceiros no financiamento do Ativo Permanente.

    d. H clara indicao de Capital Circulante Prprio Negativo.

    4. Para avaliarmos o desempenho financeiro da Cia Xingu, com base nas

    informaes abaixo, determine os indicadores de Liquidez Seca, Corrente, Geral,

    Endividamento Total, Garantia de Capital de Terceiros e Imobilizao dos Recursos

    No Correntes:

    ATIVO PASSIVO

    Ativo Circulante

    Disponibilidades

    Desp.Antecipadas e Estoques

    ARLP

    Ativo No Circulante

    Passivo Circulante

    Passivo No Circulante

    PL

    Ativo Total 100 Passivo Total 100

    a) o Ativo Total financiado por Recursos Prprios em 80%; b) as Despesas Antecipadas e os Estoques compunham 40% do Ativo Circulante; c) as Obrigaes a Longo Prazo participam com 30% do Passivo Exigvel; d) o Ativo Realizvel a Longo Prazo representa 10% do Ativo total; e) as Disponibilidades totalizam 60% do Ativo Circulante; e f) metade de todos os recursos aplicados no Ativo Total tinha sido destinada ao

    financiamento de bens e direitos do Ativo No Circulante.

    5. Assinale a tendncia mais provvel para uma empresa industrial, considerando os indicadores a seguir relacionados (analise cada uma das opes):

    Ativo Permanente Patrimnio Lquido = 0,7 0,9 1,1

    Passivo Circulante Ativo Total = 0,4 0,6 0,8

    a. a empresa vem aumentando seu capital circulante prprio.

    b. o aumento gradativo dos recursos prprios est garantindo o nvel de investimentos em bens e direitos do Ativo Permanente, porm no cobre as aplicaes no Ativo

    Circulante.

    c. a empresa deve estar perdendo sua autonomia financeira comprometendo o endividamento a curto prazo.

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    d. a empresa parece estar utilizando maior volume de recursos prprios no financiamento de seu capital de giro a curto prazo.

    6. A empresa FACE possua em seus registros contbeis as seguintes contas

    patrimoniais:

    Ativo Fontes de Recursos

    Caixa

    Duplicatas a Receber

    Estoques

    Imobilizado

    Fornecedores

    Patrimnio Lquido

    9.000

    Total 15.000 Total 15.000

    Preencha as lacunas com os respectivos valores aps considerar as seguintes

    informaes:

    1) Liquidez Seca: 0,60 2) Imobilizao do Patrimnio Lquido: 0,80 3) Liquidez Corrente: 1,30 4) Liquidez Imediata: 0,10 5) Garantia do Capital Prprio ao Capital de Terceiros: 1,5

    7. A Cia Industrial utilizou-se de recursos de curto prazo para financiar a compra

    de uma mquina, tendo em vista o aumento de sua produo e, conseqentemente,

    aumento das vendas. Analisando o endividamento, podemos dizer:

    a. A Cia Industrial agiu de maneira correta se utilizando de recursos de terceiros para financiar seu Ativo.

    b. A Cia no deveria ter adquirido a mquina, pois aumentou seu endividamento.

    c. A Cia Industrial uma sria candidata falncia, j que financiou Ativo Permanente com recursos de Curto Prazo.

    d. N.D.A.

    8. A CIA ABC mostra a seguinte estrutura de capital: (Exame de suficincia do CFC)

    Ativo Circulante $ 252.000

    Ativo No Circulante 348.000

    Total do Ativo 600.000

    Passivo Circulante 168.000

    Exigvel a Longo Prazo 72.000

    Total Passivo Exigvel 240.000

    Patrimnio Lquido 360.000

    Total do Passivo 600.000

    Receita Lquida 720.000

    (-) Custos ( 666.000)

    Lucro Lquido 54.000

    O endividamento da empresa se apresenta:

    a. R$ 0,67 excedente de resultado favorvel empresa. b. R$ 0,33 excedente de resultado favorvel empresa. c. R$ 0,67 para garantir R$ 1,00 de Passivo com Terceiros. d. R$ 0,33 para garantir R$ 1,00 de Passivo com Terceiros.

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    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    9. Os Balanos Patrimoniais da empresa X, nos finais dos anos 1 e 2, foram os

    seguintes:

    Ativo Passivo

    Itens Ano 1 Ano 2 Itens Ano 1 Ano 2

    Circulante

    No Circulante

    Realizvel a Longo Prazo

    Imobilizado

    Investimento

    400

    600

    500

    400

    100

    500

    1000

    900

    500

    100

    Circulante

    Exigvel a Longo Prazo

    Patrimnio Lquido

    Capital

    Reservas

    300

    100

    600

    400

    200

    500

    300

    700

    500

    200

    Totais 1.000 1.500 Totais 1.000 1.500

    A anlise do Balano Patrimonial da empresa X indica que:

    a. O grau de endividamento da empresa aumentou no ano 2. b. A proporo de participao das imobilizaes no Ativo Total decresceu no ano 2. c. O Capital Circulante Lquido aumentou no ano 2. d. A participao do Ativo Circulante no saldo das aplicaes totais cresceu no ano 2.

    10. O Capital Circulante Lquido (CCL) tpico de uma empresa representa 15

    dias de faturamento. Dessa forma, pode-se indicar que:

    a. O investimento que deve ser feito em CCL para um faturamento anual de $2 bilhes aproximadamente de $100 milhes.

    b. O Ativo Circulante deve ser o dobro do Passivo Circulante.

    c. Para um faturamento anual de $720 milhes, um projeto deve investir 30 milhes em CCL, alm das inverses fixas.

    d. O Ativo Circulante Total deve equivaler a 30 dias de faturamento.

    11. Analise o Balano Patrimonial abaixo e, a seguir, assinale a afirmao correta:

    Ativo Passivo

    1. Ativo Circulante

    1.1 Disponvel 1.2 Realizvel at 6 meses 1.3 Realizveis de 6 a 12 meses 2. Realizvel a Longo Prazo

    3. Outros

    Total

    600

    30

    300

    270

    200

    700

    1.500

    4. Passivo Circulante

    4.1 At 6 meses

    4.2 De 6 a 12 meses

    5. Exigvel a Longo Prazo

    6. Patrimnio Lquido

    Total

    500

    420

    80

    500

    500

    1.500

    a. O quociente de Liquidez Corrente (comum) era de 1,30. b. O quociente de Liquidez Geral era de 1,50. c. A Liquidez Instantnea podia ser expressa pela razo igual a 0,50. d. O curtssimo prazo (at 6 meses), o coeficiente de Liquidez era inferior unidade.

    12. Se desejarmos expressar a srie de valor do Ativo Total da empresa A (ver quadro),

    em termos de ndices evolutivos, com base 100 no ano 1, a nova srie seria:

    Anos ATIVO TOTAL ($1.000)

    Ano 1

    Ano 2

    Ano 3

    Ano 4

    2.500

    5.000

    8.000

    16.000

    a. Ano 1=100; ano 2=200; ano 3=320; ano 4=600.

  • Anlise de Balanos Apostila 2 33/81

    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    b. Ano 1=100; ano 2=250; ano 3=320; ano 4=600.

    c. Ano 1=100; ano 2=200; ano 3=320; ano 4=640.

    d. Ano 1=100; ano 2=300; ano 3=320; ano 4=640.

    13. O grau de endividamento de uma empresa:

    a. Explicita uma situao indesejvel para qualquer tipo de empresa. b. Indica que os ativos imobilizados no esto cobertos pelo Patrimnio Lquido da

    empresa.

    c. calculado pela relao entre o Ativo Circulante e o Patrimnio Lquido. d. Diminui, em geral, com o aumento da participao relativa do Patrimnio Lquido

    no Ativo Total.

    14. A empresa X apresentou os seguintes resultados:

    Itens Ano 1 Ano 2

    Receitas Operacionais Lquidas

    Custos dos produtos Vendidos

    Lucro Bruto

    Despesas Operacionais

    Lucro Operacional

    Lucro No Operacional

    Proviso para o Imposto de Renda

    Lucro Lquido do Exerccio

    250.000

    125.000

    125.000

    100.000

    25.000

    15.000

    15.000

    25.000

    500.000

    300.000

    200.000

    150.000

    50.000

    50.000

    30.000

    70.000

    Pode-se afirmar que:

    a. As despesas operacionais cresceram em maior proporo que o Custo dos Produtos Vendidos.

    b. A percentagem do Lucro Operacional no Lucro Lquido do Exerccio cresceu do ano 1 para o ano 2.

    c. O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto.

    d. A relao entre Custos dos produtos vendidos e receitas Operacionais Lquidas cresceu do ano 1 para o ano 2.

    15. Os dbitos escriturados no Razo da conta Duplicatas a Receber da empresa Comercial Rio Capibaribe S/A, no perodo base de 01/01/90 a 31/12/90,

    somaram $86.750.000.

    Informaes adicionais:

    - Saldo da conta Duplicatas a Receber no Balano de 31/12/89.............................$7.300

    - Total dos dbitos estornados no ano de 19x0, em funo de erros de

    escriturao.....$400

    - Crditos correspondentes a Descontos Financeiros concedidos, em 19x0, por

    recebimentos antecipados de Duplicatas vinculadas a revendas de

    mercadorias...............................$1.200

    Como todos os demais dbitos realizados no ano de 19x0 na questionada conta

    corresponderam a duplicatas emitidas contra Clientes, o montante de vendas a prazo

    naquele ano foi de:

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    Professor Arnoldo Schmidt Neto UNIVILLE Administrao de Empresas/ 2

    a. $79.050 b. $77.850 c. $79.450 d. $80.250 e. $79.850

    16. A empresa YYY est preparando uma projeo trimestral (jan., fev. e

    mar./19x7) relativa s vendas a serem realizadas no referido perodo. Tal empresa

    sempre realizou e vai continuar realizando suas vendas da seguinte maneira: 40%

    vista, 40% em 30 dias e 20% em 60 dias. As vendas projetadas pela empresa para o

    referido trimestre devero ser as seguintes: $40.000 em jan./19x7, $60.000 em fev./19x7

    e $80.000 em mar./19x7. Se o saldo da conta, Contas a Receber, no balano realizado

    no final de dez./19x6 foi de $20.000, qual dever ser o saldo final da citada conta no

    Balano projetado para o final de mar./19x7? (Provo MEC/1997)

    a. $40.000 b. $50.000 c. $60.000 d. $70.000 e. $80.000

    17. A Indstria Macap Ltda., inaugurada em maio de 2002, est desenvolvendo

    um oramento de caixa para julho, agosto e setembro de 2002. As vendas foram de

    R$100.000,00 em maio e de R$200.000,00 em junho. Esto previstas vendas de

    R$400.000,00, R$300.000,00 e R$ 200.000,00, respectivamente, para julho, agosto e

    setembro. Das vendas feitas pelo setor, 20% tm sido vista, 50% tm gerado

    duplicatas com prazo de um ms, e as 30% restantes, de dois meses. A previso de

    recebimento em julho de 2002, em reais, de (Provo MEC 2002).

    a. 900.000,00 b. 400.000,00 c. 300.000,00 d. 210.000,00 e. 80.000,00

    18. Considerando os dados abaixo:

    Caixa...............100 Obrigaes Sociais a Pagar...........300

    Estoques..........500 Clientes......................................1.200

    Fornecedores...700 Duplicatas Descontadas................300

    Calcule os ndices de Liquidez Imediata, Seca e Corrente, e indique a respectiva

    resposta correta, dentre as abaixo apresentadas:

    a. 0,10; 1,30 e 1,80

    b. 0,10; 1,00 e 1,50

    c. 1,00; 1,80 e 2,30

    d. 0,10; 1,50 e 2,00

    19. Quando o Grau de Endividamento Total for igual a 1, supondo-se a inexistncia do grupo de contas de Resultado de Exerccios Futuros, o Patrimnio Lquido :

    a. positivo.

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    b. nulo.

    c. negativo.

    d. do mesmo valor do Ativo Permanente.

    20.

    Ativo Passivo

    Circulante

    Disponibilidades

    Contas a Receber

    Estoques

    Despesas do Perodo Seguinte

    Permanente

    37.450

    10.600

    11.200

    13.200

    2.450

    31.400

    Circulante

    Fornecedores

    Emprstimos Bancrios

    Salrios e Encargos a Pagar

    Patrimnio Lquido

    26.000

    13.000

    5.600

    7.400

    42.850

    Total 68.850 Total 68.850

    Com base no Balano Patrimonial acima, assinale a resposta correta:

    a. caso essa empresa realizasse um aumento de Capital Social, em dinheiro, no valor de $10.000,00, sem considerar outras alteraes patrimoniais, o Grau de

    Endividamento sofreria reduo e o ndice de Liquidez Corrente aumentaria.

    b. ndice de Liquidez Geral de 2,65.

    c. ndice de Liquidez Corrente seria mantido em 1,44 caso essa empresa contrasse um emprstimo de curto prazo de $ 20.000,00 e mantivesse-o em disponibilidade.

    d. ndice de Imobilizao do Patrimnio Lquido de 136%.

    21. Uma empresa possui Imobilizado de $20.000 e Patrimnio Lquido de

    $15.000. Os acionistas esto pretendendo aumentar o capital com integralizao a ser

    efetuada em bens imveis, a fim de reduzir o atual quociente de imobilizao.

    Considerando X como o aumento de capital, qual o seu valor para que o quociente de

    imobilizao passe a ser de 110%?

    a. 15.000 b. 25.000 c. 35.000 d. 20.000

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    2.6 Anlise de Retorno de Investimentos modelo contbil

    2.6.1 NDICES DE RENTABILIDADE

    Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem utilidade informativa

    bastante reduzida. Afirmar que a empresa General Motors teve lucro, digamos de $ 5

    bilhes em 19X6, ou que a Empresa Descamisados Ltda., teve lucro de $ 200 mil, no

    mesmo perodo, pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a

    empresa General Motors uma empresa muita grande e outra, muito pequena, e s; no

    refletir, todavia, qual das duas deu o maior retorno.

    A combinao de itens do Ativo que gera Receita para a empresa. Na verdade,

    o Ativo significa investimentos realizados pela empresa a fim de obter Receita e, por

    conseguinte, Lucro. Assim, podemos obter a Taxa de Retorno sobre Investimentos. Isso

    representa o poder de ganho da empresa: quanto ela ganhou por real investido.

    Na situao anterior obtivemos um ndice que medir a eficincia da empresa

    em gerar resultados, podemos tambm, do ponto de vista do empresrio, observar que o

    retorno (lucro) est remunerando satisfatoriamente o capital investido no

    empreendimento. Uma vez que os recursos dos empresrios esto evidenciados no

    Patrimnio Lquido, calcularemos a Taxa de Retorno do Patrimnio Lquido, tambm

    conhecido como Return On Equity (ROE).

    ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NO CLCULO DA RENTABILIDADE

    Quando com