16

Livreto Schmidt Acieg

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição "Hors Commerce". Homenagem a AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT, no Cinquentenário de sua morte e 50 Anos de "SONETOS", o derradeiro livro do poeta.

Citation preview

  • HOMENAGEMA

    AUGUSTO

    FREDERICO

    SCHMIDT

    ADALBERTO DE QUEIROZ

    (ORG.)

    ACIEG UBE-GO

    CAMINHOS

    GOINIA ~ MMXV

  • EDIO EXCLUSIVA FORA DE COMERCIALIZAO

    PROIBIDA A REPRODUO INTEGRAL OU PARCIAL.

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

    FUNDAO YEDDA & AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT.

    www.fundacaoschmidt. org. br

    *

    POEMAS DE

    AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT

    SELECIONADOS E

    APRESENTADOS POR

    ADALBERTO DE QUEIROZ

    *

    AGRADECIMENTOS:

    Helenir Queiroz - Presidente da Acieg

    Edival Loureno - Presidente da UBE-GO

    Maria Abadia - Poetisa

    Gilberto Mendona Teles - Poeta

    Mrio Zeidler Filho - Editor

    Fabrizio Marchetti - Diretor da PucTv

    Equipe de Imprensa e Servios ao Associado - Acieg

    Grupo Multidata

    *

    IMPRESSO NO BRASIL PELA GRFICA DA

    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOIS

    *

    REVISO:

    Cludio Fernandes Ribeiro

    *

    PRODUO EDITORIAL:

    EDITORA & LIVRARIA CAMINHOS

    Caixa Postal 08 ~ CEP 74001 -970

    Goinia ~ Gois

    www. livrariacaminhos. com. br

  • HOMENAGEM A

    AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT

    NO ANO DO CINQENTERIO DE SUA MORTE

    E DO LANAMENTO DE SEU LIVRO

    SONETOS

    PELA

    ASSOCIAO COMERCIAL, INDUSTRIAL

    E DE SERVIOS DE GOIS

    (ACIEG)

    E

    UNIO BRASILEIRA DE ESCRITORES

    ~ SEO GOIS ~

    (UBE-GO)

    SELEO E

    APRESENTAO:

    ADALBERTO DE QUEIROZ

    CAMINHOS

    GOINIA~MMXV

  • AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT (1906-1965)

    BREVE CRONOLOGIA

    1906 - Nasce no Rio de Janeiro, filho de Anita e Gustavo Schmidt.

    1914- Muda-se com a famlia para Lausanne, Sua, retornan-

    do em 1916 aps a morte do pai.

    1920 - Comea aos 14 anos sua vida profissional, como auxiliar

    de caixeiro na Casa Costa Pereira Armarinhos e Tecidos Finos.

    1928 - Publica Canto do Brasileiro, seu primeiro livro de poemas.

    1930 - Adquire a Livraria Catlica , logo transformada em Livra-

    ria Schmidt Editora . Publica Pssaro Cego.

    1933/34 - Publica, pela Schmidt, livros de Rachel de Queiroz,

    Graciliano Ramos, Gilberto Freyre e Lcio Cardoso. Casa-se

    com Yedda Ovalle Lemos, sobrinha do poeta Jayme Ovalle.

    1940/50 - Publica Estrela Solitria , Mar Desconhecido, O Galo

    Branco (Memrias), Fonte Invisvel eMensagem aos poetas novos.

    1951/64 - Conhece Juscelino Kubitschek, de quem se torna amigo

    e colaborador. Representa o Brasil na ONU. Funda e conselheiro

    de empresas como Orquima, Disco, Linho S. Borja e Comaco.

    1965 - Falece no Rio de Janeiro, pouco antes do lanamento de Sonetos,

    seu ltimo livro de poemas.

  • apresentao

    50 anos esta noite

    AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT, empresrio, jornalista,

    diplomata e articulador poltico, deve ser lembrado

    antes e sobretudo como Poeta. Membro da trade de

    grandes poetas catlicos do Brasil, com Jorge de Lima e

    Murilo Mendes, foi tambm editor de algumas das

    obras mais importantes da cultura brasileira, como

    Casa Grande & Senzala , de Gilberto Freyre, e Caets,

    estria literria de Graciliano Ramos.

    Aps meio sculo de sua ausncia, a ACIEG abre suas

    portas ao entusiasmado comerciante que comeou aos

    14 anos de idade e foi um homem de sucesso e de

    Amor pela Cultura e pelo Brasil Grande.

    Como a poesia no tem uma fita mtrica para medir

    a grandeza de quem a tem como ddiva, resta-nos

    sondar o corao e a alma dos poetas, sua expresso em

    versos - brancos ou clssicos - para que uma luz se

    acenda em nossos prprios coraes de Leitores. Por

    isso, aproveitem nesta Noite Cultural a Poesia de

    Schmidt, que nos chega acompanhada do lanamento

    de A Beleza Foi Feita para Ser Roubada, livro de

    ensaios de Ortega y Gasset traduzidos pelo professor

    Ricardo Arajo, da Universidade de Braslia.

    Adalberto Queiroz

    Empresrio e poeta ,

    conselheiro do Grupo Multidata .

  • O GALO BRANCO

    "s, meu Galo Branco, uma sentinela,

    uma candeia no escuro, e a tua voz queima.

    Ests em guarda contra as falsificaes que se

    instalam e crescem em ns. De repente, cantas

    fora das horas de cantar; no escuro a tua voz

    protesta e treme indignada. Inutilmente te

    atramos para os domnios da poesia.

    Inutilmente buscamos nos cus a justificao

    da aurora. Procuramos explicar o teu canto,

    mas sentimos apenas que nos perturbaste,

    porque acusas a presena do mal -- com a

    pontualidade e o rigor da nossa conscincia.

    Quantos no suspendem a negao e no

    choram como Pedro ao ouvir o teu grito de

    guerra! Quantos no sentem o sabor

    desconhecido das lgrimas, quantos no

    tentam fugir do destino, Galo Branco, quando

    cantas, quanto a tua voz atravessa a noite

    como uma espada! "

    (Galo Branco , 1 948)

  • ESTRELA MORTA

    Morta aEstrela que umdia, solitria,

    Nasceu em cu sem termo.

    Morta a Estrela que floriu nosmeus olhos.

    Morta a Estrela que olhei na noite erma.

    Morta a Estrela que danou diante dos nossos olhos,

    AEstrela que descendo acendeu este amor

    Morta a Estrela que foi para omeu corao,

    Como a neve para os ninhos

    Como o pecado para os santos

    Como a ausncia deDeus para os condenados.

    Cicatriz domeu cu, EstrelaMorta!

    (Canto da Noite, 1 934)

  • VAZIO

    Apoesia fugiu domundo.

    O amor fugiu domundo

    Restam somente as casas,

    Os bondes, os automveis, as pessoas,

    Os fios telegrficos estendidos,

    No cu os anncios luminosos.

    A poesia fugiu domundo.

    O amor fugiu domundo

    Restam somente os homens,

    Pequeninos, apressados, egostas e inteis.

    Resta a vida que preciso viver.

    Resta a volpia que precisomatar.

    Resta a necessidade de poesia, que preciso contentar.

    (1 933)

  • DESTINO

    Onde esto as que sorriam

    E eram como rosasmal nascidas?

    Onde esto as que eram brancas e puras

    Como as guas que descem das altas pedras

    No fechado corao da alma?

    Onde esto as que eram belas,

    As que tinham nos olhos o brilho das estrelas?

    Onde esto as que cantavam e tinham sinos e flores

    Na voz da aurora?

    Onde esto as que danavam e eram leves

    Como flores que o vento estremece e desfolha?

    Onde esto as que traziam nos cntaros

    A gua viva das fontes?

    Onde esto as que enchiam o escuromundo

    De um sorriso de graa e de alegria?

    Onde esto as que traziam nos longos cabelos negros

    O pequeno corao vermelho de uma flor?

    Esto, meuDeus, escondidaslonge,

    Onde se encontram as razes das tuas grandes rvores.

    Esto escondidas longe, desfolhadas na mida noite.

    (1 940)

  • POEMA (ERA UM GRANDE PSSARO...)

    Era um grande pssaro. As asas estavam em cruz,

    [ abertas para os cus.

    A morte, sbita, o teria precipitado nas areias

    [ molhadas.

    Estaria de viagem, em demanda de outros cus

    [ mais frios!

    Era um grande pssaro, que a morte asperamente

    [ dominara.

    Era um grande e escuro pssaro, que o gelado e

    [ repentino vento sufocara.

    Chovia na hora em que o contemplei.

    Era alguma coisa de trgico,

    To escuro, e to misterioso, naquele ermo.

    Era alguma coisa de trgico. As asas, que os azuis

    [ queimaram,

    Pareciam uma cruz aberta no mido areal.

    O grande bico aberto guardava um grito perdido e

    [ terrvel.

    (Estrela Solitria , 1 940)

  • SONETO

    ILUSTRE E ALTIVA RAA LUSITANA,

    Criadora e tenaz, modesta e sbria,

    Sempre disposta ests a olhar de frente

    O destino, por mais amargo e duro!

    Raa oriunda de Luso, esse pastor

    Filho de Baco e rei da ltima Tule,

    Raa contida em terra to pequena,

    E que no incerto mar mundos colheste.

    A contemplar o Atlntico deserto,

    Vives sempre a rever, verdes caminhos,

    Por onde os teus vares se assinalaram.

    Povo de poetas e de marinheiros,

    Que nos legaste o nosso Deus eterno

    E a nobre e rude lngua em que falamos.

    (Sonetos, 1 965)

  • SONETO

    QUERO SENTIR O GRANDEMAR, VIOLENTO E PURO.

    Quero sentir o mar noturno e enorme.

    Quero sentir o silncio, o spero silncio domar!

    Quero sentir o mar! Quero viver omar!

    Quero receber emmim o grande e escuromar!

    No omar-caminho, mas omar-destino,

    Omar, fim de todas as coisas,

    Omar, tmulo fechado para o tempo.

    Quero omar! Omar primitivo e antigo,

    Omar virgem, despovoado de imagens e de lendas,

    Omar sem nufragos e sem histria.

    Quero omar, o mar purificado e eterno,

    Omar das horas iniciais, o mar primeiro,

    Espelho do Esprito de Deus, rude e terrvel!

    (Sonetos, 1 965)

  • ARS POETICA

    Enquanto procuravam conceituar a poesia

    E velavam sua face

    Com palavras perfeitas,

    Enquanto marcavam com sinais agudos

    As fronteiras do domnio potico,

    Enquanto a inteligncia perseguia o mistrio -

    Veio descendo a tarde

    E uma doura mortal

    Envolveu a rua e o mundo.

    No cu quase roxo,

    No cu incerto e delicado,

    Asas escuras fugiam

    Do noturno prximo

    E, subitamente, sinos

    Soluaram.

    (Fonte Invisvel, 1 949)

  • SONETO EM LOUVOR DE

    AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT

    Manuel Bandeira

    Nos teus poemas de cadncias bblicas

    Recolheste os sons das coisas mais efmeras:

    O vento que enternece as praias desertas,

    O desfolhar das rosas cansadas de viver.

    As vozes mais longnquas da infncia,

    Os risos emudecidos das amadas mortas:

    Matilde, Esmeralda, a misteriosa Luciana,

    E Josefina, complicado ser que mulher

    [e tambm o Brasil.

    A tudo que transitrio soubeste

    Dar, com a tua grave melancolia,

    A densidade do eterno.

    Mais de uma vez fizeste aos homens advertncias terrveis.

    Mas tua gloria maior ser aquele

    Que soube falar a Deus nos ritmos de suas palavras.

    (1 940)

    (FIM)

  • DESTE LIVRETO FORAM IMPRESSOS

    EM EDIO NICA E EXCLUSIVA

    DUZENTOS EXEMPLARES

    HORS COMMERCE

    NUMERADOS

    EM ARBICOS

    DE 001 A 150

    PARA CONVIDADOS DA ACIEG E DA UBE-GO

    EM ROMANOS

    DE I A L

    PARA EDITORES, ORGANIZADORES

    E HERDEIROS DO AUTOR.

    EXEMPLAR N ___________

    ESTA OBRA FOI COMPOSTA EM GRANJON PELA

    EDITORA E LIVRARIA CAMINHOS

    E IMPRESSA PELA GRFICA DA

    P.U.C. DE GOIS

    NO OUTONO

    DE 2015

  • 1 NOITE CULTURAL ACIEG

    -21-05-2015-

    HOMENAGEM A

    AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT

    E LANAMENTO DO LIVRO

    A BELEZA FOI FEITA PARA SER ROUBADA

    DE JOS ORTEGA Y GASSET

    COM O TRADUTOR

    PROF. RICARDO ARAJO

    (UNB)

    Realizao:

    UBE

    seo gois

    Apoio: