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 · Bioimpedância e calorimetria – Importância na avaliação nutricional ... de saúde, exames clínicos laboratoriais, hábitos alimentares de forma

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Índice Bioimpedância e calorimetria – Importância na avaliação nutricional ............................... 2

Bioimpedância ............................................................................................................................. 7

Calorimetria e avaliação nutricional ....................................................................................... 21

Calorimetria indireta ................................................................................................................. 23

Como funciona o exame de calorimetria indireta? .............................................................. 28

Qual equipamento é utilizado? ............................................................................................... 29

Quais cuidados devem ser tomados antes do teste? ......................................................... 30

Há algum parâmetro que indique se a calorimetria foi satisfatória ou insuficiente? ...... 31

O exame de calorimetria indireta é capaz de apontar o ritmo de meu metabolismo? .. 32

A calorimetria indireta precisa ser refeita periodicamente? ............................................... 33

Como a calorimetria indireta pode auxiliar no controle de peso? ..................................... 34

Existem fatores que influenciam no gasto energético? ...................................................... 35

Quais os benefícios da bioimpedância e da calorimetria indireta no controle de peso?

..................................................................................................................................................... 41

Dra. Debora Tarasautchi Orel ................................................................................................ 45

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Bioimpedância e calorimetria – Importância na

avaliação nutricional

A alimentação saudável é um dos pilares mais importantes para a saúde

e bem-estar biopsicossocial - aliada à pratica de exercícios físicos regulares,

exames de saúde periódicos, sono adequado, controle de estresse, relações

sociais saudáveis, bem-estar emocional e espiritual.

A nutrição adequada também auxilia muito da obtenção e manutenção

de resultados estéticos, ou seja, um corpo bonito e saudável.

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Esses aspectos são essenciais para todos - pessoas abaixo do peso,

excesso de peso e obesidade, atletas para melhoria de rendimento ou para

quem tem peso adequado e busca melhorias da composição corporal. O

conhecimento amplo sobre sua alimentação e avaliação do estado nutricional é

o primeiro passo na busca dos resultados esperados.

Todas as pessoas deveriam fazer uma avaliação nutricional completa

para entender melhor sobre sua saúde, metabolismo (gasto calórico),

composição corporal e sua dieta.

A avaliação nutricional é feita exclusivamente pelo profissional

Nutricionista. Esta envolve, num primeiro momento, avaliação sobre histórico

de saúde, exames clínicos laboratoriais, hábitos alimentares de forma

abrangente e individualizada (recordatório alimentar, água, intestino, frequência

de consumo alimentar, compulsão alimentar, mastigação, aspectos sociais da

alimentação, bebida alcoólica, entre outros) e, em segundo momento,

avaliação do estado nutricional.

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Esse segundo passo da avaliação nutricional representa as medidas

antropométricas - peso, altura, circunferências - e também indicadores mais

específicos e de extrema importância- percentual de gordura, massa magra,

hidratação e taxa metabólica basal.

Ao longo do tempo, a tecnologia evoluiu muito e os exames de avaliação

nutricional estão cada vez melhores e precisos. Essa exatidão dos dados

confere grande vantagem para uma avaliação nutricional bem completa e

resultados em curto, médio e longos prazos.

Como exemplos, são informações fundamentais na perda e

manutenção de peso ou para acompanhamento na evolução de um praticante

de exercícios físicos ou atletas competitivos.

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São muitas informações que precisam ser levadas em conta quando

falamos em avaliação do estado nutricional. Porém, quais os métodos mais

eficazes de realizá-la?

Um exame simples e eficaz chama-se exame de bioimpedância. É

completo, rápido, pouco invasivo, relativamente barato e bastante preciso.

Traz informações detalhadas de como é a distribuição do seu peso corporal -

quantidade de água, massa muscular e gordura no organismo.

Outro exame que potencializa a avaliação do estado nutricional e vem

sendo cada vez mais utilizado na prática clínica é a calorimetria indireta, que

mede o número de calorias que você gasta efetivamente por dia! Essa

ferramenta revoluciona os resultados nutricionais para todos os públicos.

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São duas formas muito importantes e complementares na hora de

avaliar o estado nutricional. Para que você entenda melhor, separamos em

dois tópicos a explicação sobre bioimpedância e sobre calorimetria.

Lembre-se que essas duas formas de avaliar são indicadas a você e

são realmente eficazes. Primeiramente falaremos sobre o exame de

bioimpedância e, posteriormente, sobre a calorimetria indireta.

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Bioimpedância

As pesquisas científicas comprovam: a avaliação da Composição

Corporal por Bioimpedância é fundamental no acompanhamento dos

programas de emagrecimento, condicionamento físico, prevenção e tratamento

de cardiopatias e demais doenças.

O exame de bioimpedância é considerado um dos mais completos para

designar informações nutricionais detalhadas de seu corpo, vários aspetos são

estudados e informados. Alguns dos dados que podem ser informados com o

exame de bioimpedância são: distinção do peso da massa magra total de seu

corpo, a gordura corporal e percentual de hidratação.

O uso de adipômetro (muitas vezes feito em academias) também é um

método para avaliar o percentual de gordura, porém menos específico, mais

invasivo e pouco sensível em pessoas com sobrepeso e obesidade. Portanto, a

biompedância é o método de escolha mais adequado para resultados precisos

principalmente para esse público.

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Para a avaliação desse exame são necessários dados pouco complexos

do indivíduo - indicadores clínicos e antropométricos. Esses indicadores são:

peso, altura, idade e sexo.

Para utilizar dados precisos no exame, é necessária uma balança

profissional confiável, para aferir peso e altura. O peso tem uma oscilação

considerável de acordo com o horário do dia e balança utilizada.

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Como o exame funciona?

O exame da bioimpedância é um método muito inovador e feito com

tecnologia de ponta para a obtenção de resultados cada vez melhores e mais

corretos. Esse método é sem dor, livre de radiação e não invasivo como muitos

exames que vemos por aí. Além disso, é muito rápido: dura apenas 2 minutos a

um custo acessível!

Importante ressaltar que utilizamos em nossa clínica o aparelho

BIODYNAMICS MODELO 310e, que é a mais avançada tecnologia em

Avaliação da Composição Corporal por Bioimpedância.

É um equipamento seguro e aprovado pelo AMB (Associação Médica

Brasileira), Ministério da Saúde/ANVISA e FDA. Aparelho testado e aprovado

nos Estados Unidos, Europa e Brasil.

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São estimados compartimentos do corpo pela medida da passagem de

uma corrente elétrica de baixa intensidade por todo o corpo, utilizando quatro

eletrodos específicos para esse fim. O efeito dessa passagem de corrente

elétrica e o efeito causado nas células do corpo é conhecido como a

bioimpedância ou Biolectrical Impedance Analysis.

A corrente elétrica que é passada pelo corpo é de baixa amplitude e de

alta frequência. Isso é algo que permite mensurar a resistência e a reatância. A

partir desses valores que são mais conhecidos por R (resistência) e reatância

(Xc) que é calculada a bioimpedância (Z).

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Quais as informações serão obtidas a partir do exame de bioimpedância?

A partir desse cálculo, são estimadas:

1) Água corporal total (TBW - Total Body Water) Litros e %

Possuímos mais água no corpo do que você pode imaginar: aproximadamente

75% do nosso peso são compostos por água, que é importantíssima para

nossa sobrevivência. Problemas como falta de hidratação ou excesso podem

ser detectadas no exame. Exemplos como retenção de líquidos ou

desidratação são bastante comuns e podem ser corrigidos.

Na correria do dia a dia, muitas vezes não bebemos tanta água quanto

necessário, nem comemos alimentos ricos em água. A desidratação também

pode ser causada por falta de reposição de líquidos durante exercícios físicos.

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2) Água na Massa Magra (%)

O compartimento mais rico em água é a massa magra. O índice ideal é

de 69 a 75% de água na massa magra. Resultados acima ou abaixo desses

podem indicar problemas de hidratação.

3) Massa livre de gordura ou massa magra (FFM - Fat Free Mass) Massa

Magra em % e Kg

É o total de água, massa muscular e massa óssea, ou seja, todo o peso que

resta além da gordura. Para quem busca aumento de massa muscular é de

extrema importância o conhecimento desse dado. Em programas de

emagrecimento, o monitoramento do peso em massa magra é fundamental,

pois o ideal é manter ao máximo a massa muscular e reduzir

predominantemente a gordura corporal.

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4) Massa de gordura do corpo (BF - Body Fat). Gordura em % e Kg

É essencial saber a quantidade de gordura total do corpo e o quanto isso

representa em percentual do peso total, principalmente para as pessoas que

desejam emagrecer efetivamente.

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5) Estimativa da Taxa Metabólica Basal (TMB) em kcal

Equivale ao cálculo as calorias que são gastas diariamente durante o

repouso absoluto.

É a quantidade mínima de calorias que seu corpo precisa para funcionar

de forma correta e com saúde. Essa taxa pode variar bastante e para o cálculo

são utilizados dados de peso, altura, sexo e percentual de massa magra.

Porém, vale ressaltar que somente o exame de calorimetria indireta

mede precisamente esse dado e a biompedâcia utiliza somente uma fórmula

para o cálculo.

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6) Valores ideais de: Gordura %, Peso Total, Massa Gorda, Massa Magra,

Taxa Metabólica Basal, Peso a perder/ganhar

Ao final do exame, são estabelecidas metas individuais para cada um

desses itens, o que facilita no alcance dos objetivos.

Com qual profissional é feito o exame da bioimpedância?

Esse exame pode ser realizado em academias com profissionais de

educação física, com médico e nutricionistas. Como há uma facilidade de

transporte, é muito fácil e simples de fazer esse exame. O mais recomendado é

fazer com o seu nutricionista, que poderá fornecer uma explicação detalhada

sobre esse exame.

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Para quem é indicado o exame da bioimpedância e porque ele é importante?

Conforme mencionado anteriormente, pessoas que estão sendo

acompanhadas por nutricionista, em programa de reeducação alimentar,

programa de atividades físicas e para pessoas que querem perder, ganhar ou

mesmo manter peso, esse exame é importante e necessário para um suporte

melhor e acompanhamento dos progressos do estado nutricional

detalhadamente.

Como exemplos, estudos comprovam que, no caso de obesos mórbidos

(obesidade grau III), o cálculo comum do IMC (peso dividido pela altura ao

quadrado) não é totalmente eficaz, sendo necessário o exame de

bioimpedância para resultados satisfatórios e precisos.

Outro exemplo são os atletas com IMC elevado devido ao elevado peso

de massa magra, o que também pode ser avaliado nesse exame.

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Resultados mais precisos são necessários para avaliação da melhoria

da composição corporal e podem ser concedidas com o exame da

bioimpedância. Isso é uma forma de impulsionar você a continuar mudando

seus hábitos e atingir objetivos estéticos e de saúde.

Portanto, fica claro que um dos benefícios da realização desse exame é

avaliar e monitorar a composição corporal dos pacientes e serve como um

grande estímulo para estabelecer metas de melhorias!

Porque não utilizar balanças de bioimpedância convencionais?

Quando se realiza o exame de bioimpedância profissional, são utilizados

eletrodos em quatro pontos do corpo, para que seja possível a estimativa da

impedância em todo organismo. As balanças de bioimpedância que vêm sendo

comercializadas não são profissionais e, portanto, não oferecem o suporte

necessário. Em geral, elas não possuem alças de apoio para medição de

corrente elétrica nas mãos, mas apenas nos pés, o que torna a avaliação muito

menos precisa.

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Qual o preparo correto para realizar o procedimento?

Todos os fatores que interferem na hidratação do organismo, e, portanto, na

passagem da corrente elétrica devem ser observados:

1. Não realizar exercícios físicos nem saunas no dia do exame;

2. Interromper consumo de bebidas alcoólicas 48 horas antes do exame;

3. Evitar o consumo de bebidas com cafeína na composição e doces de 48 a

24 horas antes de realizar o procedimento;

4. Realizar preferencialmente jejum de 3 a 4 horas antes do exame,

principalmente de refeições mais pesadas (almoço e jantar);

5. Urinar pelo menos 30 minutos antes de realizar o procedimento

6. Retirar objetos de metal de seu corpo como anéis, joias, pulseiras, relógio,

principalmente do lado direito do corpo, local onde são colocados os eletrodos;

7. Manter repouso de 5 a 10 minutos antes de realizar o procedimento;

8. Não consumir medicamentos diuréticos sete dias que antecedem o teste;

9. As mulheres não devem estar no período pré-menstrual;

10. Consumir pelo menos 2 litros de água no dia anterior ao procedimento.

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Na hora do exame

Durante a realização do procedimento, o paciente deve estar deitado em

posição de supino, em uma superfície que não seja condutora de eletricidade.

Remover, se possível, todos os objetivos metálicos (relógios, brincos, pulseiras,

correntes, anéis, piercings, etc.), principalmente do lado onde os eletrodos

serão colocados.

Os eletrodos devem ser colocados sempre do mesmo lado da pessoa, por

exemplo, entre o braço direito a perna direita da pessoa.

O braço e a perna onde estiverem colocados os eletrodos devem guardar uma

distância de 15 cm do tronco durante a medida da bioimpedância.

É importante ainda que o paciente esteja em repouso durante o teste, para que

as medidas da resistência e da reatância se estabilizem rapidamente.

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O exame de bioimpedância tem alguma contraindicação?

Embora seja um procedimento relativamente simples, algumas pessoas não

podem realizar este exame. São elas:

Pessoas com marca-passo ou outros equipamentos eletrônicos que deem

suporte à vida;

Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez;

Pessoas com placas metálicas no braço direito e na perna esquerda e vice

versa (braço esquerdo e perna direita).

Neste caso, os dados obtidos com a bioimpedância podem ser incorretos

levando, por exemplo, a uma supervalorização da massa magra, enquanto a

gordura é subestimada.

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Para evitar que estes erros de leitura aconteçam, os eletrodos devem ser

posicionados em locais onde não existam estas placas.

Calorimetria e avaliação nutricional

O restante desse artigo trará mais informações sobre esse assunto. Como o

próprio nome já diz, a calorimetria está relacionada ao termo "calor", mais

especificamente troca de calor.

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O que é calorimetria?

Em termodinâmica, a calorimetria é um ramo da física que estuda as trocas

de energia entre os corpos ou em sistemas na forma de calor. Calor significa

transferência de energia térmica de um sistema para o outro.

Mais especificamente a calorimetria indireta é um método novo e prático de

mensura a produção do organismo humano pela transferência de calor do

corpo para o meio externo, ou seja, o meio ambiente. Todo o oxigênio

consumido é usado para oxidar substratos energéticos.

O gás carbônico produzido é eliminado assim com a respiração e dessa

forma é possível calcular e avaliar a quantidade total de energia produzida.

Pela calorimetria avalia-se ainda a taxa de utilização dos substratos a partir do

consumo de oxigênio e da produção do gás carbônico.

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Calorimetria indireta

Além da bioimpedância, a leitura das calorias consumidas por cada processo

do organismo é importante para desenvolver, por exemplo, um programa de

controle de peso adequado.

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Breve histórico

A calorimetria foi introduzida ainda neste século e a calorimetria indireta

teve um papel muito importante na investigação do metabolismo dos seres

vivos. Analisando a área clínica, ela foi implantada na década de 5º para

avaliar o estado funcional da glândula tireoide com determinação do

metabolismo basal.

Ocorreram diversos avanços tecnológicos que possibilitaram o progresso da

calorimetria e eles permitiram o desenvolvimento também dos aparelhos micro

processados compactados de calorimetria indireta na década de 80.

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Qual a finalidade do exame de calorimetria indireta?

A calorimetria indireta é um exame usado para medir a taxa de

metabolismo basal que é a quantidade mínima de calorias de que seu

organismo precisa para funcionar.

O metabolismo energético é a forma como o corpo gasta energia. A taxa

de metabolismo de repouso ou mais conhecida como taxa metabólica de

repouso ou metabolismo de repouso representa em torno de 70% do gasto de

energia total e se refere também as calorias gastas pelo corpo para

manutenção.

Manutenção essas de funções básicas do corpo como os batimentos

cardíacos, respiração, controle da temperatura do corpo entre outros. O

restante do gasto de energia prove das calorias gastas na digestão de dos

alimentos e com a atividade física diária. O percentual é variável em até 10%.

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O organismo consome uma quantidade fixa de oxigênio a cada caloria

oxidada. O aparelho calcula com precisão quantas calorias o corpo está

queimando naquele momento. E é calculado pela diferença entre a quantidade

de oxigênio no ar inspirado e expirado do aparelho.

Qual é a base teórica da calorimetria indireta?

A calorimetria indireta mede a produção de energia a partir das trocas

gasosas do organismo como já foi falado. A denominação indireta indica que a

produção de energia, diferente da calorimetria direta é calculada a partir dos

equivalentes calóricos do oxigênio consumido e do gás carbônico produzido.

Todo oxigênio consumido é usado para oxidar os substratos energéticos

e que todo gás carbônico produzido é eliminado pela respiração de cada

indivíduo é possível assim calcular a quantidade total de energia que foi

produzida.

Essa produção de energia que citamos dignifica a conversão da energia

química armazenada nos nutrientes em energia química armazenada no ATP

mais a energia dissipada como calor durante os processos de oxidação.

A calorimetria indireta é o principal método para identificar a natureza e a

quantidade de substratos energéticos que estão sendo metabolizados pelo

nosso organismo. Como ela é uma teoria, é baseada em alguns pressupostos:

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Depois de avaliar as taxas de produção de gás carbônico, consumo de

oxigênio e a excreção do nitrogênio urinário em um determinado espaço de

tempo, é possível então calcular a taxa de desaparecimento dos substratos

metabólicos a partir dos seus respectivos pools e então definir a participação

porcentual de cada substrato na produção de energia.

Ele mensura o consumo de oxigênio calculando a diferença entre o

oxigênio que foi inspirado e o expirado.

A relação entre o gás carbônico produzido e oxigênio consumido pode

ser empregada para conhecer também o tipo de substrato que está sendo

oxidado pelo indivíduo em estudo.

O quociente respiratório não proteico representa a participação das

proteínas. Essa diferenciação é realizada determinando a taxa de excreção

diária do nitrogênio e na urina.

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Como funciona o exame de calorimetria indireta?

O exame de calorimetria indireta é realizado em consultório médico, leva

aproximadamente vinte minutos (até o resultado final) e é completamente

indolor.

Antes de iniciar o procedimento, o paciente coloca um clipe nasal, para evitar

que o ar expirado saia pela narina.

Em seguida, ele deve respirar por um bocal que leva o ar diretamente ao

aparelho, onde a quantidade de oxigênio eliminada é medida.

O processo dura de 10 a 15 minutos. Os dados obtidos são inseridos em um

programa de computador, que faz os cálculos e traz o resultado da taxa

metabólica dos pacientes em kcal/dia.

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Qual equipamento é utilizado?

O aparelho utilizado neste teste calcula justamente quantas calorias são

queimadas durante o processo de inspiração e expiração. Os dados fornecidos

são extremamente precisos. É oferecido ao paciente o analisador metabólico

MetaCheck modelo 7100 da Korr Medical Technologics.

Como os resultados são analisados?

Para aferir os resultados, o profissional que realiza o exame compara a leitura

obtida com a taxa metabólica esperada para uma pessoa de mesmo sexo,

idade e peso.

Durante sua realização, o teste de calorimetria indireta fornece os seguintes

parâmetros: taxa metabólica basal, consumo de oxigênio, fração expirada de

oxigênio, frequência respiratória, volume corrente e ventilação.

Embora não exista um padrão ideal para queima de oxigênio, pois esta taxa

varia de acordo com o peso, sexo e idade das pessoas, ao avaliar o resultado

obtido, os médicos aceitam como normal uma variação de até 10%, para mais

ou para menos, no percentual obtido.

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Quais cuidados devem ser tomados antes do

teste?

Mesmo sendo um exame simples, o teste de calorimetria indireta requer alguns

cuidados antes de sua realização.

São eles: evitar frequentar saunas 12 horas do teste, não consumir bebidas

alcoólicas e produtos à base de cafeína (café, chocolate, chás escuros,

bebidas energéticas, refrigerantes, etc.,) no dia do exame e se alimentar ou

ingerir líquidos de três a quatro horas antes do procedimento.

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Há algum parâmetro que indique se a

calorimetria foi satisfatória ou insuficiente?

Embora não exista um padrão único considerado normal, especialistas utilizam

como parâmetro de que todas as pessoas, independente de seu sexo ou idade,

devam ter um gasto calórico de 50% de carboidratos, 20% de proteínas e 30%

de gorduras.

No entanto, quando quem realiza o exame sofre de sobrepeso, os médicos

costumam identificar déficit em um desses três elementos.

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O exame de calorimetria indireta é capaz de

apontar o ritmo de meu metabolismo?

Sim. Com os dados aferidos durante o exame, o nutricionista é capaz de

descobrir se o metabolismo de um paciente tem ritmo normal, acelerado ou

lento.

Como metabolismo lento, os profissionais entendem por “organismo

preguiçoso”.

No caso de uma pessoa com “organismo preguiçoso”, a energia necessária

para realizar procedimentos simples, como controlar os batimentos cardíacos,

funcionamento dos rins ou até mesmo a atividade cerebral é maior.

Este ritmo é considerado prejudicial por médicos e nutricionistas pois obriga o

indivíduo a ingerir mais alimentos para obter a energia necessária para manter

seu organismo vivo e funcionando adequadamente.

Como consequência direta, a maior ingestão de alimentos tende a levar ao

sobrepeso e, em médio e longo prazo, pode originar doenças crônicas, como

hipertensão, diabetes e cardiopatias.

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A calorimetria indireta precisa ser refeita

periodicamente?

Sim. De acordo com especialistas, o exame deve ser refeito a cada seis

meses.

Este período é o ideal para aferir a eficácia de medidas como dietas, exercícios

e outros mecanismos que modifiquem o funcionamento de seu metabolismo

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Como a calorimetria indireta pode auxiliar no

controle de peso?

No caso das pessoas com metabolismo lento (ou seja, cuja taxa aferida ficou

abaixo do normal), o ganho de peso acontece pois a quantidade necessária

para o bom funcionamento do organismo é menor do que a ingerida

diariamente.

Para conseguir a perda de peso, os especialistas aliam dieta personalizada,

suplementos e mudanças no estilo de vida, aumentando o metabolismo e

promovendo a perda de peso saudável.

Já no caso de pessoas com metabolismo normal ou acelerado, o combate ao

excesso de peso é feito com o acompanhamento da quantidade de calorias

ingeridas, controle de apetite ou compulsão.

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Existem fatores que influenciam no gasto

energético?

Embora a calorimetria indireta aponte o ritmo do metabolismo, existem alguns

fatores que alteram o comportamento do gasto energético. São eles:

Tamanho corporal: pessoas maiores costumam ter taxas metabólicas maiores

que aquelas de menor estrutura. Portanto, pessoas altas e magras tem

metabolismo mais acelerado do que as baixas e gordas.

Composição corporal: a massa livre de gordura, ou MLG, um tecido

metabolicamente ativo no corpo, é o principal determinante do gasto basal,

contribuindo com 85% deste gasto. Ou seja, quanto maior a massa muscular,

maior o gasto calórico.

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Idade: a idade tem influência direta na velocidade de nosso metabolismo.

Quanto mais jovens, mais acelerado nosso metabolismo. Um bom exemplo

disto são bebês, crianças e adolescentes, que gastam mais energia.

Nestas fases da vida, nosso metabolismo costuma estar em ritmo muito

acelerado, por conta da fase de crescimento. Ao atingirmos a idade adulta,

esse ritmo diminui, decaindo consideravelmente quando chegamos à velhice.

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A relação inversa também é verdadeira: quanto mais velhos, mais lento se

torna nosso metabolismo. Ou seja, com a idade fica mais difícil eliminar

gordura e aumentar nossa massa magra.

Sexo: homens e mulheres apresentam taxas metabólicas diferentes, fruto

principalmente das diferenças de tamanho e composição corporal.

Em mulheres que possuem mais gordura em proporção ao músculo, a taxa

metabólica é 5 a 10% menor do que em homens com a mesma estatura e

mesmo peso.

Estado endócrino: o estado hormonal pode afetar diretamente a taxa

metabólica, em especial em pessoas portadoras de distúrbios hormonais, como

hiper ou hipotireoidismo. Aqui, o gasto energético é aumentado ou diminuído.

As mulheres também são afetadas por mudanças no estado hormonal,

sobretudo durante o ciclo menstrual e principalmente durante a gravidez.

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Estudos indicam que a taxa metabólica basal costuma aumentar 11 calorias

por semana durante a gestação. Por outro lado, em algumas mulheres grávidas

esse gasto pode ser menor do que mulheres não grávidas, exatamente como

mecanismo protetor a favor do ganho de maior peso durante a gestação.

Hábitos alimentares: alguns hábitos alimentares tem efeito direto sobre

possíveis variações das taxas metabólicas. Como exemplo, podemos citar a

ingestão de alimentos ricos em cafeína, consumo de álcool e o hábito do fumo.

O consumo de cafeína aumenta a taxa de metabolismo entre 7 a 11% em

homens e em 8 a 15% em mulheres. A nicotina responde pela elevação de 3 a

4% no sexo masculino e de 6% no sexo feminino e o álcool aumenta o

metabolismo feminino em 9%. Isso não quer dizer, de forma alguma, que

fumar, beber e consumir excesso de cafeína seria benéfico para saúde e

metabolismo, pois esse hábitos podem prejudicar ainda mais o gasto calórico e

até comprometer no equilíbrio de um peso saudável.

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Doenças: Doenças também influenciam este indicador. Quando estamos com

febre, por exemplo, a taxa metabólica em repouso aumenta 7% para cada grau

acima da elevação de temperatura.

Em alguns casos, quando a temperatura supera os 37 graus, este aumento

sobe para 13% por cada grau acima desta marca.

Influência ambiental: As variações de temperatura tem influência direta sobre

as variações das taxas de metabolismo.

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Quando estamos em ambientes onde a temperatura é muito alta, nosso

metabolismo tende a trabalhar mais rápido, para garantir a regulação da

temperatura, fruto de um funcionamento mais elevado das glândulas

sudoríparas.

Já em ambientes muito frios, o metabolismo tende a desacelerar, para proteger

o corpo dos efeitos do frio. No entanto, para aferição correta deste impacto é

preciso levar em consideração o isolamento fornecido pela gordura corporal e

pelas roupas vestidas.

Quando estamos aquecidos nosso metabolismo tende a funcionar

adequadamente, por exemplo.

Por outro lado, se estamos com vestimentas incapazes de nos proteger do frio,

nosso corpo tende a diminuir o metabolismo, guardando energias para

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processos vitais, como a respiração, os batimentos cardíacos ou o

funcionamento do cérebro.

Quais os benefícios da bioimpedância e da

calorimetria indireta no controle de peso?

Por se tratarem de exames não invasivos, de realização rápida, segura e que

fornecem dados extremamente precisos, estes procedimentos são de grande

valia no controle do excesso de peso e no combate a doenças crônicas.

No caso da bioimpedância, por exemplo, a realização do teste oferece aos

pacientes os seguintes benefícios:

Monitoramento do ganho ou perda da massa magra, monitoramento do ganho

ou perda da massa gordurosa, avaliação dos níveis de hidratação, avaliação

dos impactos da atividade física na composição corporal e avaliação da

eficiência de dietas ou do uso de medicamentos em dieta de controle de peso.

Já a realização da calorimetria indireta traz como vantagens a determinação

precisa da conduta da dieta, o aumento da velocidade do processo de

mudança da composição corporal e avaliação das mudanças do metabolismo.

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Por exemplo: algumas pessoas, por mais que se dediquem exaustivamente a

dietas restritivas, prática de exercícios físicos pesados e mantenham um rígido

controle de todas as calorias ingeridas, relatam dificuldades de perda de peso.

Esta dificuldade pode ser fruto, em algumas vezes, de um metabolismo muito

lento.

Por outro lado, embora em menor quantidade, existem casos daquelas

pessoas que relatam ter dificuldade em ganhar peso, reflexo de um

metabolismo muito acelerado.

Portanto, a realização dos exames de bioimpedância e de calorimetria indireta

são de extrema importância, ao mostrar não apenas o ritmo do metabolismo

como a concentração de massa magra e massa gordano corpo.

Ao determinar a relação entre massa magra, gordura corporal, e como o

organismo produz energia com a ajuda dos alimentos ingeridos, nutricionistas

podem desenvolver dietas personalizadas, receitar o uso de suplementos, se

necessário, ou até mesmo propor novos hábitos para que a pessoa alcance o

resultado desejado para seu corpo.

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Além disso, estas informações são importantes ainda para promover o controle,

com a ajuda da alimentação, de doenças crônicas como o diabetes.

Neste caso, os nutricionistas são capazes de desenvolver uma dieta

personalizada, inserindo a quantidade ideal de carboidratos que podem ser

consumidos diariamente, e como controlar a produção natural de insulina.

Estes testes ajudam ainda na prevenção de picos de hipertensão, por meio do

controle do metabolismo e da sugestão do consumo de alimentos que reduzem

os níveis da pressão arterial.

A bioimpedância e o teste de calorimetria são importantes ainda para descartar

a ocorrência de distúrbios hormonais como causa do ganho ou perda de peso

excessivo.

Além disso, estes testes podem ajudar os profissionais a aferir os resultados

obtidos por tratamentos importantes, como cirurgia bariátrica, e verificar como o

programa desenvolvido está influenciando na perda de peso.

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Dra. Debora Tarasautchi Orel

Nutricionista - CRN 26093

Pós-graduada (Latu Sensu)- Especializada em Nutrição nas Doenças Crônicas

Não Transmissíveis- Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein/ Conclusão:

Dez/2009.

Aprimoramento e Especialização em Nutrição em Saúde Pública – Depto.

Medicina Preventiva –UNIFESP 2009-2010.

Graduada em Nutrição – Faculdade Saúde Pública – USP / Conclusão:

Dez/2008.

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Referências bibliográficas

[1] Healthy percentage body fat ranges: an approach for developing guidelines

based on body mass index – D. Gallagher, S B Heymsfield, M Heo, S A Jebb,

P R Murgatroyd, and Y Sakamoto – Am J Clin Nutr 2000;72:694–701

[2] Fat-Free and Fat Mass Percentiles in 5225 Healthy Subjects Aged 15 to 98

Years – U G Kyle, L Genton, D O Slosman, and C Pichard – Nutrition Volume

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[3]Bioelectrical impedance analysis Part I: review of principles and methods – U

G Kylea, I Bosaeusb, A D De Lorenzoc et al – Clinical Nutrition (2004) 23,

1226–1243

[4] Utilização da Bioimpedância para Avaliação da Massa Corpórea – Projeto

Diretrizes – Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina –

Autoria: Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de Nutrição

Parenteral e Enteral

[5] Associação entre Ângulo de Fase, PRISM I e Gravidade da Sepse* – Z M A

Azevedo, D R Silva et al – Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 3,

Julho-Setembro, 2007