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ÂMbIto dA CoMunICAção SoCIAl

CoMISSão InteRnACIonAl de CoMunICAção

NA CULTURA DA COMUNICAÇÃOUm mapa para orientar-nos

5

Instituto Filhas de Maria Auxiliadora - Roma

o

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Roma, Instituto FMA 2012

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ÍNDICE

Introdução ....................................................................... 5

1. No CruzamENto Da muDaNça. os CENárIos Da CoNtEmporaNEIDaDE ............. 9

1.1 Na cultura da comunicação............................................... 9A mutação ..................................................................... 13o paradigma da rede..................................................... 15

1.2 O desafio antropológico .................................................... 18Habitantes digitais ........................................................ 20uma rede para aprender................................................ 22oportunidades e riscos.................................................. 23

2. INtErpElaçõEs à Nossa IDENtIDaDECarIsmátICa ......................................................... 28

2.1 A nossa identidade, as nossas relações ............................ 282.2 A formação......................................................................... 292.3 O estilo de vida comunitária ............................................. 302.4 A nossa missão educativo-evangelizadora ........................ 31

3. um mapa para orIENtar-Nos. rumo a um plaNo DE ComuNICação ................... 34

3.1 Onde nos situamos ............................................................ 353.2 Objetivos ............................................................................ 383.3 Público............................................................................... 383.4 Estratégias ......................................................................... 393.5 Metodologias ..................................................................... 413.6 Avaliação ........................................................................... 41

CoNClusão ......................................................................... 43

BIBlIografIa..................................................................... 45

glossárIo........................................................................... 48

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Introdução

este quinto número da coleção O Gong é fruto da re-flexão da Comissão Internacional da Comunicação1, for-mada por FMA, leigas e leigos especialistas no campo daComunicação social e prevista na Programação do Conse-lho geral (3.4 d). Foi instituída para iniciar um processo, alongo prazo, com a finalidade do estudo, pesquisa, propostade orientações e de caminhos concretos em torno à culturada comunicação, na ótica educativa, em diálogo com os vá-rios Âmbitos.

o texto se propõe a promover um processo de reflexão,de aprofundamento e de opções concretas para a elaboraçãode respostas competentes e responsáveis no campo educa-tivo, para dar força e vigor ao empenho de anunciar oevangelho, em um mundo caracterizado pela rapidez dasmudanças, da digitalização da informação, da pluralidadede pertenças e de plataformas de produção das mensagensculturais.

É expressão de uma busca e diálogo, durante os encon-tros Interâmbitos em nível continental, com as coordena-doras de comunicação social de todas as inspetorias, quecontribuiram com a reflexão e propostas a serem traduzidasem práticas e ações nas Comunidades educativas.

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1 A Comissão é composta por: Ir. Giuseppina teruggi, Ir. Julia Ar-ciniegas, Ir. Anna Rita Cristaino, Ir. lucy Roces (Âmbito CS), Ir. leon-

A finalidade deste Gong 5 é tecer uma grandeconversação sobre a cultura da comunicação na óticaeducativa em todo o Instituto e tomar consciência daincidência que os cenários contemporâneos têm so-bre nossa identidade e sobre a missão educativa.

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A história do Instituto nos ensina que a comunicação éuma dimensão típica do carisma salesiano.

em dom bosco e Madre Mazzarello, descobrimos umaforte e acentuada necessidade de comunicação e uma rarahabilidade de instaurar relações autênticas.

Ao longo de nossa história, as mudanças epocais pedi-ram uma contínua reflexão para buscar modalidades comu-nicativas mais adaptadas aos tempos e para adequar asrespostas às reais exigências dos jovens.

os últimos documentos do Instituto testemunham aevolução do conceito de comunicação que atingiu uma con-cepção mais ampla e transversal (cf Projeto Formativo, li-nhas orientadoras para a Missão educativa das FMA,Cooperação para o desenvolvimento). na linha do Âmbitopara a Comunicação social (cf Coleção O Gong), a comu-nicação não é percebida somente do ponto de vista instru-mental, mas há uma ênfase no estilo de relações e conexõesque favorecem a ação educativa, no complexo cruzamentoda comunicação-educação-evangelização.

também a Igreja assistiu à uma evolução no modo deconceber a comunicação, sobretudo em relação à emersãodos meios da Comunicação social. de uma visão instru-mental das mídias, o discurso se centraliza sobre a pessoaque comunica, sobre a dimensão comunicativa de toda avida eclesial, sobre a evangelização enquanto comunicação,sobre a cultura na qual vivemos, marcada pelas mídias, so-bre a capacidade comunicativa dos agentes pastorais, sobreestilos de comunicação ad intra e ad extra da Igreja2. os

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tine Sonyi Ithweva (AFC), Ir. Alice Albertine nhamposse (MoZ), Ir.tonny Aldana (CbC), Ir. Maria Helena Moreira (bbH), Ir. debbie Pon-saram (FIl), Ir. Maria Antonia Chinello (RMA), Ir. Marie Kučerová(Cel), Ir. Anna Mariani (IRo), Ir. Ausilia de Siena (IMR), profª. RobertaGisotti, prof. Massimiliano Padula.

2 Cf. SAntoS emil, Comunicazione em MIdAlI M. - tonellIR. (organização), dizionario di Pastorale Giovanile leumann-to, ldC1992, 204-215

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documentos eclesiais evidenciam, portanto, um percursosignificativo, sobretudo, no século XX. não são conclu-sões, mas pontos de partida para ulteriores caminhos nodiálogo entre Igreja e mundo contemporâneo3.

Constatamos que estamos imersos na cultura da comu-nicação, com paradigmas novos, cenários mutantes, novasformas de linguagens, modos diferentes de narrar e nosquestionamos: quais implicações formativas para as FMAna Comunidade educativa?

não se tem a pretensão de oferecer respostas aos gran-des porquês dos fenômenos contemporâneos. dar razões,refletir e estudar juntos nos permitiu partir de perguntasamplas, de dar voz aos questionamentos em relação ao ho-rizonte juvenil, que brotam da nossa paixão educativa.

1. Quais são os aspectos emergentes da cultura da co-municação?

2. Quais interpelações à nossa identidade de Educado-ras salesianas e à nossa realidade educativa?

3. Que percursos estamos realizando e que outros po-deriam ser previstos para poder ser presença ativana cultura da comunicação?

3. Quais processos de Educomunicação estamos levan-do adiante e que são viáveis?

o texto é articulado em diversas partes.

na primeira parte, no cruzamento da mudança. os ce-nários da contemporaneidade, mais extensa, são tomadasem consideração as linhas de tendência fundamentais daCultura da comunicação, hoje, com o seu desafio antropo-lógico.

na segunda parte, são relatadas algumas interpelaçõesque tocam de perto a nossa identidade, as relações, a for-mação, o estilo de vida comunitário e a missão. Cada nú-

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3 Cf. Carta apostólica de João Paulo II, o Rápido desenvolvimento(24 de janeiro de 2005).

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cleo é integrado por perguntas que procovam e que ajudama compreender e avaliar a realidade e o contexto no qual sevive e atua.

A terceira parte oferece algumas indicações para definirum Plano de comunicação como processo de elaboração,que se insere em outros processos e que se coloca comoponto de intersecção entre as finalidades específicas dos di-versos Âmbitos.

A nossa intenção é chegar a cada Filha de Maria Auxi-liadora enquanto educadora salesiana. Será importante amediação das Coordenadoras ou Referentes da Comunica-ção social para que esta proposta possa ser assumida e con-cretizada em cada Comunidade educativa.

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1. No CruzamENto Da muDaNça. os CENárIos Da CoNtEmporaNEIDaDE

Para descrever a sociedade contemporânea utilizam-senumerosas definições e metáforas: sociedade da informaçãoe da comunicação, sociedade pós-moderna, sociedade dorisco, sociedade líquida.

Hoje se decide como será o mundo em 2050 e se pre-para o que será em 2100. o futuro está diante de nós e, dealgum modo, não só o preparamos, mas o habitamos. Hojeos mercados parecem ter, nas mãos, o destino do planeta,apropriando-se da História e das histórias.

Será possível inverter o caminho ou o destino é a pre-potente imposição do poder financeiro? Segundo JacquesAttali, um economista argelino-francês, será possível ofe-recer às gerações futuras um mundo mais protegido se apotencialidade dos mercados e das tecnologias forem con-jugadas e reinventadas com a gratuidade, a liberdade, a res-ponsabilidade pessoal e social de inaugurar novos modosde viver e de criar juntos.

Para nós, educadoras e educadores, imersos na culturada comunicação, é uma tarefa educativa que nos estimulaa trabalhar para a formação de homens e de mulheres doamanhã (e do hoje), numa ótica de inclusão e transforma-ção social.

lancemos um olhar sobre o nosso mundo. A intençãoé fornecer chaves para interpretar o presente e ofereceroportunidade de confronto e de reflexão, sem deixar de in-terrogar-nos sobre a pessoa e sobre os jovens.

1.1 na cultura da comunicação

A “cultura da comunicação” é um dado de fato. É umarealidade que percebemos sempre com maior consciênciaquando dialogamos com as crianças da escola materna e

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com os jovens dos centros juvenis, com os pais e colabo-radores leigos e leigas, com os quais compartilhamos a mis-são educativa dia a dia. o que se entende com este termo?

Colhemos esta expressão na sua globalidade: não comoum simples conjunto de tecnologias fruto da cultura demassa e da cultura digital, mas como a coexistência destascom a realidade da comunicação interpessoal.

A vida é marcada pela comunicação. É a experiênciaque fazemos todos os dias: “Comunicação é falar com al-guém, é televisão, é assumir e trocar informações, é o nossocorte de cabelo, é literatura: o elenco é infinito” 4 .

“Comunicação” é um “termo guarda-chuva”, uma sópalavra com muitos significados e práticas sociais: espaçoe ocasião de encontro interpessoal, que se realiza totalmen-te no diálogo; informação, troca de experiências, partilhade conhecimentos e saberes; cultura para o modo de ser ede se apresentar, como também para a tradição culturaltransmitida e proferida; a mídia em todas as suas antigas enovas formas, do jornal ao cinema, da televisão à multime-dialidade, da Internet aos seus ambientes de socialização.um tema agregador, portanto, uma categoria que interpretaa complexidade do nosso tempo, uma ideia que configurauma sociedade – a da comunicação – onde tudo se resolvena troca de informações, resultado de um sistema de rela-ções.

A ampla presença, a inovação tecnológica, a difusão en-trecruzada dos produtos midiáticos, a diversidade de opor-tunidade de canais e de programas para a distribuição, oconsumo e a fruição conotam a cultura de hoje. dizer “cul-tura da comunicação” significa referir-se a um modo de secomportar, de estar no mundo, um ambiente de vida, umcontexto existencial.

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4 John FISKe, Introduction to Communication Studies, Routledge,london-new York 1990, p. 1. [Communication is one of those humanactivities that everyone recognizes but few can define satisfactorily.Communication is talking to one another, it is television, it is spreadinginformation, it is our hair style, it is literary criticism: the list is endless.]

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A convergência ao digitalChegou-se a isto, através de um processo que se chama

“convergência ao digital”. As novas tecnologias não subs-tituiram os apreciados, antigos meios de massa: jornal, ci-nema, rádio e televisão. elas os integraram, contaminaram,potenciaram. de fato, quanto cinema é distribuído na Redee visto pelo You Tube? Quanta música é ouvida e baixadade modo legal ou não? Quantas são as web rádio e web tvque se tornaram parte integrante da vida dos mais jovens,mas também de muitos adultos que, junto às telas de tra-balho dos próprios personal computer, abrem janelas paraos social network ou batem papo no MSN? Quanta infor-mação passa através da atualização ininterrupta do cotidia-no on line ou pela partilha no Twitter e blog?

A convergência é a possibilidade de acessar qualquerconteúdo em qualquer parte (anywhere), em todo o mo-mento (anytime), através de qualquer dispositivo. A difusãodeste fenômeno é muito elevada de modo que é “óbvio”que ela exista e seja intrínseca à “evolução tecnológica”.

os meios massivos são utilizados entre o impresso e odigital; portáteis nos Ipad e Smart Phone, através de cone-xões velozes e ininterruptas, always on, disponíveis com oBluetooth e wi fi. não só. o processo de convergência aodigital incluem todos os aspectos culturais de hoje e de on-tem. um exemplo? A coleta, a conservação e a distribuiçãoda memória individual e social está disponível também online.

os confins entre conteúdo e meios que o veiculam, di-luem-se sempre mais: Mcluhan, em 1964, afirmava que “omeio é a mensagem” e que o mundo era uma “aldeia glo-bal” 5.

A cultura da comunicação diz respeito também à orga-nização da comunicação: os dispositivos são portáteis equase invisíveis, fáceis de usar, disponíveis para todos,sempre e em toda a parte.

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5 Marshall McluHAn, Gli strumenti del comunicare, Milano, IlSaggiatore 1967.

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A telefonia móvel é expressão de uma verdadeira e pró-pria mudança cultural: a necessidade de estar sempre maisconectados – próprio das tecnologias sem fio – é indicadorda exigência de comunicar que há em toda a pessoa; a mi-niaturização dos aparelhos tecnológicos, sempre mais inte-ligentes e pequenos, responde à necessidade de umacomunicação pessoal e sempre à mão. Verifica-se, então,uma passagem no modelo de comunicação: de “um a um”dos meios massivos ao “um a muitos” e ao “muitos a mui-tos” das novas tecnologias. As novas mídias (new media)são também chamadas “my media” (minhas mídias) porquetraduzem uma comunicação do tipo “um a um sempre dis-ponível” e “todos sempre acessíveis”.

neste horizonte, é necessário, por parte da pessoa, dosgrupos, das organizações uma contínua adaptação à velo-cidade e ao alcance das inovações, seja dos dispositivos,seja, sobretudo, de como são usados. É um percurso obri-gatório para enfrentar a fragmentação ideológica e de valorque conformam os gostos e os estilos de vida dos contextossociais e culturais.

A cultura, na qual estamos imersos, nos confirma quea comunicação é um bem fundamental, um direito mas tam-bém um dever, ao qual não se renuncia. A “nova” culturarequer uma formação empenhativa, que sustente uma gran-de mudança de mentalidade: educar-nos responsavelmentepara ser conscientes da potencialidade e dos riscos das mí-dias.

João Paulo II, na Instrução “Partir de Cristo” (2002),falava sobre a necessidade de promover dentro dos ambien-tes educativos um “renovado empenho cultural” para man-ter o ritmo com uma realidade em contínua evolução, paramodular o nosso pensar e agir com as linguagens e estilosde comunicação, para dar visibilidade à mensagem evan-gélica, para conferir qualidade à comunicação com as anti-gas e novas mídias, para fazer amadurecer personalidadescríticas e criativas, capazes de descobrir, ler e interpretar as“sementes do Verbo”, dentro da cultura contemporânea.

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A cultura da comunicação não é privada de ambiguida-des. É um cenário variegado, que nos diferentes contextossociais, com evidências e expressões, de influência e de di-fusão diversas, configura-se em torno a duas realidades: amutação e o paradigma da rede.

a mutação

João Paulo II evidenciou o “rápido desenvolvimento”da sociedade atual. A velocidade da inovação e a comple-xidade na qual hoje vivemos, podem gerar desorientação,atordoamento, incerteza.

A mudança é um dado permanente. A pessoa, enquantoser social, sempre intervém, transforma, adapta-se, plasmao contexto em que se encontra.

dissemos que, de um ponto de vista tecnológico, nãose age por substituição, mas pela integração das antigas enovas mídias. o resultado é a configuração de um sistemaintegrado de comunicação, a ampliação e o reforço da ofer-ta e a oportunidade de canais e de mensagens que criam edifundem cultura. neste novo contexto, modificam-se osconceitos de espaço e de tempo, cujos confins se tornamcada vez mais diluíveis até desaparecerem.

Cross-medialidadeÉ a possibilidade de, através das novas tecnologias, os

conteúdos de uma comunicação serem distribuídos em di-versas plataformas tecnológicas, que utilizam formatos di-ferentes: nos programas de entretenimento, na publicidade,na produção de vídeo e áudio, na construção de websites.

Interessante é a interdependência e as relações que seestabelecem (e se organizam) entre as várias mídias: a te-levisão, o celular, a Internet. A abordagem cross-mediali-dade requer, de fato, ter à disposição um conjunto semprecrescente e atualizado de recursos digitais para serem uti-lizados sobre a base de uma projetação inteligente da tota-lidade do processo comunicativo.

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Por exemplo, uma história pode ser introduzida em umfilme, ser desenvolvida numa série televisiva, ser difundidaem revistas específicas, seja impressa ou on line, ser distri-buída como gadget nas bancas. o acesso a cada um destesprodutos é autônomo, mas cada produto é um “ponto” doprocesso, que executa alguns requisitos bem definidos parase atingir o objetivo. diversas mídias, neste modo, alavan-cam experiências diversificadas, que motivam o consumoe atraem os usuários.

Exclusão digital (digital divide)o termo indica a desigualdade na possibilidade ao aces-

so e ao uso das novas tecnologias da informação e da co-municação, seja entre os países industrializados e os paísesem via de desenvolvimento (Ir. Julia) seja, dentro dos mes-mos países industrializados, seja entre os diversos segmen-tos da população.

trata-se de um tema complexo uma vez que toca diver-sas esferas da vida social, cultural, econômica e política. Ascausas da exclusão digital são múltiplas, agravadas hoje poruma mudança acelerada que amplia sempre mais a distânciaentre quem possui e quem não possui, quem acessa e quemnão acessa, quem se enriquece e que se empobrece.

Há uma desproporção que promove numerosas exclu-sões que envolvem muitas áreas do planeta: pobreza, faltade energia elétrica, baixos níveis de instrução, situações dedegradação econômica e social. uma prospectiva que sedeve considerar, em relação à exclusão digital, é também adisparidade de acesso às oportunidades que a “rede” ofere-ce: informação, saber, conhecimento, sociabilidade, rela-ções, entretenimento. o mundo parece ser parcial, divididoem info-ricos e info-pobres. A exclusão do conhecimento(know ledge divide) é, portanto, mais profunda e é urgentepreenchê-la, criando oportunidades (escolas, formação dosdo centes, instrumentos para a didática) para o acesso a todoconhecimento e saber, mas também acesso à memória e sa-bedoria dos povos e das culturas, presentes também narede.

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o paradigma da rede

da internet se diz que é a “Rede das redes” e é, sem dú-vida, uma das metáforas com as quais se pode ler o presen-te6, em relação à velocidade, imediaticidade, interco necti -vidade, abertura e circularidade que caracterizam a socie-dade.

o advento da World Wide Web (ou WWW ou Web), de-finido como “1.0”, essencialmente informativo na articula-ção e navegação, e agora a “web 2.0”, com sua potência decondivisão e de relação, é o “valor agregado” que permitiuenvolvimento, protagonismo, participação, interatividade.o Word Wide Web será, dentro em breve, “web 3.0”, ou websemântica, que pretende garantir uma pesquisa “inteligente”,muito mais sobre o sentido e não só sobre o significado dostermos que procuramos nos instrumentos de busca.

A difusão da Internet, apesar de disparidades substan-ciais e estruturais, diz respeito à toda comunidade humanade todos os continentes; a fruição e o consumo dos recursosda web envolvem, com práticas diferentes, homens e mu-lheres de qualquer idade.

A Rede não é entendida só como “uma” tecnologia amais à disposição para ser utilizada, mas sobretudo, comoum lugar antropológico a ser habitado7: é de fato o modode existir, o background, o canal permanente de conexão,a prática e o processo, as modalidades e os instrumentospara expressar e confirmar o direito-dever de cada pessoade comunicar e crescer nas relações.

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6 Internet e World Wide Web, na linguagem cotidiana, são palavrasusadas indistintamente, para referir-se tanto à tecnologia da rede comoàs suas aplicações. os dois termos não são intercambiáveis. Internet é atecnologia que conecta entre si os computadores em rede, enquanto aWeb (WWW) é o hipertexto que permite a navegação e a pesquisa, me-diante um browser, dos conteúdos armazenados em servidores do mundointeiro. A Web, portanto, é baseada na Internet, mas precisa desta infra-estrutura para crescer e se desenvolver.

7 Cf Chiara GIACCARdI (a cura di), Abitanti della rete. Giovani, re-

lazioni e affetti nell’epoca digitale, Milano, Vita & Pensiero 2010.

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o conceito de “sociedade em rede” (networked society)8

explicita que a interação tem o primado sobre os conteúdosque as pessoas compartilham. Hoje se atribui mais impor-tância ao estar conectado do que o compartilhar pensamen-tos, opiniões, reflexões. Alguns traços que definem melhora “sociedade em rede” são:

– A lógica da rede é a trama complexa que conecta en-tre si não só os sistemas, mas as pessoas e as relaçõesque se entrelaçam reciprocamente;

– A flexibilidade da rede coloca em evidência a mudan-ça, a transformação e a fluidez do tecido social quediz respeito não só às organizações e às instituições,mas também à vida das pessoas para as quais hoje nãohá mais pontos de referência definitivos: aquilo queparece assimilado hoje, amanhã já é colocado em dis-cussão;

– A convergência das tecnologias digitais desenha umsistema integrado de canais de comunicação e de pro-dutos da cultura midiática.

o paradigma da rede modifica também o conceito deorganização, onde flexibilidade e circularidade parecemsubstituir a ordem e a hierarquia: passa-se da verticalidadeà horizontalidade; focalizam-se mais os percursos ativadosque sua tarefa; privilegia-se o trabalho de equipe e se tendea medir o nível de qualidade e de satisfação do usuário fi-nal; favorecem-se processos de formação e requalificaçãoda pessoa.

o paradigma da rede se caracteriza por:– A continuidade da experiência entre o estar “dentro”

e “fora” da rede, entre “on line” e “off line”, que su-pera a contraposição real/virtual. o limite entre den-tro/fora é sutil, mas é importante que seja clarificado,

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8 Cf Manuel CAStellS, La nascita della società in rete, Milano,egea 2002 [tit. or. The Rise of the Network Society, oxford, blackwellPublishers ltd, 2000].

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sobretudo, em referência à vida dos jovens: o que é“público” e o que é “privado”.

– Dispositivos cada vez mais simples no uso, que colo-cam o usuário no centro do processo comunicativo(user generated content) e que se torna produtor decomunicação e não só consumidor. ele tem a liberda-de de navegar, intervir, participar, publicar, comuni-car, copiar, colar, cortar os conteúdos como quiser.

– A acessibilidade e a usabilidade dos conteúdos. Aweb 2.0 é quase como um jogo onde os jovens publi-cam fotos, textos, filmes, áudio que vêm etiquetados(“taggati”) para que possam ser utilizados facilmenteseja por outros usuários, seja, sobretudo, pelos meca-nismos de busca. A web é, então, espaço privilegiadode agregação e de narração de “histórias entrecruza-das” onde as pessoas se sentem ao centro (spett-atto-ri) e não só consumidores mais ou menos atuantes.

– Formas colaborativas e cooperativas de escritura ede compartilhamento, onde todos os sujeitos partici-pam do processo de elaboração dos conteúdos comogestores e transformadores do saber. um exemplo éa Wikipedia, a enciclopédia on line e os ambientes deescritura digital.

– novas expressões de democracia e cidadania que co-locam em relação, ambientes, pertenças, instituições.É o caso de alguns movimentos sociais que recente-mente emergiram nos países do ocidente e do oriente.trata-se de movimentos nascidos entre pessoas co-muns – por isso são chamados “de baixo” – que ati-vam processos de ida e retorno de ideias, dos con -teúdos, de propostas e de protestos “da rua à rede” evice-versa. nos social network denuncia-se, compar-tilha-se, convoca-se e se fixam lugares, datas e horasde encontro para manifestações, para levantar a voz,fazer interlocuções. Após os eventos, as páginas deFacebook, Twitter, You Tube trazem comentários, fo-tos e vídeos. É um modo de “dar voz”, oferecer a pró-

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pria contribuição, sensibilizar a massa em torno a ins-tâncias sociais, políticas, religiosas, seja em nível lo-cal como planetário.

1.2 o desafio antropológico

A mudança não é só tecnológica, cultural, social, eco-nômica. É sobretudo antropológica e põe em questão as di-mensões da pessoa: a identidade, a relação, a expressão.

Mark Prensky definiu os jovens, nascidos entre os anosnoventa e dois mil, “nativos digitais” (digital natives): ex-postos, desde o nascimento, a uma cultura visiva e da ima-gem, aprenderam a conviver com múltiplas telas (tele -visão, computador, play station, celular...). ele escreve:“hoje os nossos estudantes não são somente diferentes da-queles do passado, nem mudaram simplesmente o seu jar-gão, os trajes, os adornos do corpo ou estilos de vida, comoaconteceu com as gerações precedentes. um grande pro-cesso de descontinuidade ocorreu. um processo que pode-mos definir “singularidade” que transforma radicalmenteas coisas de modo tal que torna impossível olhar o passado.esta chamada “singularidade” é a chegada e a rápida difu-são da tecnologia digital ao longo dos últimos decênios doséculo vinte” 9.

de acordo com algumas pesquisas, o cérebro das novasgerações sofre uma alteração de ligações neurais, que mo-difica e transforma as tradicionais lacunas geracionais emalgo de novo: um abismo que os cientistas chamam braingap10. nas crianças, expostas a uma interação precoce coma televisão e com o computador, as conexões cerebrais sedesenvolvem diferentemente de quem executa uma ativi-dade de leitura e escrita ou uma atividade física. Particu-

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9 Mark PRenSKY, Digital Natives, Digital Immigrants in The Ho-

rizon. bradford: MC university Press, 2001, 9-5.10 Cf Gary SMAll - Gigi VoRGAn, iBrain: Surviving in the

Technological Alteration of the Modern Mind. new York, Harper Col-lins 2008.

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larmente, hoje se dá o contato de duas gerações que, porsuas diferentes experiências cognitivas, têm estruturas ce-rebrais diferentes e, portanto, dialogam com dificuldade.Segundo Prensky, o tecido social parece romper-se em doisgrandes grupos culturais: os “nativos digitais” (digital na-tives) e os “imigrantes digitais” (digital immigrantes) osadultos, que mesmo sem saber, foram lançados nesse am-biente e são obrigados a viver no mundo das tecnologiasdigitais.

os jovens passam de um pensamento lógico-racional aum pensamento intuitivo: aprender para eles não significasimplesmente receber informações, mas sobretudo experi-mentar, provar, transformar, reconfigurar, julgar, comparti-lhar; afinam-se a sensibilidade e os processos cognitivos;partem da imagem; são habituados a compartilhar experiên-cias, a confrontarem-se de forma direta, a se aconselharem,a dialogar simultaneamente. Suas jornadas transcorrem en-tre um teclado e outro, empenhados numa atividade ditamultiteclado, isto é, a capacidade de gerenciar e levaradiante muitas atividades ao mesmo tempo, utilizando mui-tos canais de comunicação: contemporaneamente se estuda,frequenta chats, escuta-se rádio, baixam-se músicas, atua-lizam perfis nos Facebooks e Twitter, assiste-se à televisãoon line, gerenciam sms e toques nos celulares.

A mudança antropológica envolve também a necessi-dade de relação, porque a pessoa é e permanece um ser dacomunicação e da partilha: as amizades on line se multipli-cam e os laços em rede criam ambientes nos quais se “estãojuntos”, mas, ao mesmo tempo, as relações parecem enfra-quecer-se, fazer-se sempre mais distantes das tradicionaisrelações sólidas de antes, como aquelas familiares. Comuma metáfora, podemos dizer que se lateraliza sempremais, ampliando-se em nível horizontal, em detrimento daprofundidade e da intensidade das relações e da qualidadeda comunicação.

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Habitantes digitais

Colocar-se junto aos jovens, acompanhá-los e educá-los requer hoje um notável esforço de conhecimento e decompreensão de suas linguagens, de suas formas de expres-são. uma ótica para compreender as novas gerações é a dasmudanças comunicativas que se instauram entre elas e comoutros. elas se movem e transitam entre diversas culturase geografias da rede, entram em contato com outras línguase outras culturas, estruturando verdadeiros e próprios am-bientes digitais e planetários.

enquanto socializam e experimentam vastos dinamis-mos relacionais, elas se testam na construção da própriaidentidade, que se concretiza num modo de considerar a re-lação consigo mesmos, com os outros, com a realidade,com o transcendente: são pluri-colocadas em espaços etempos múltiplos, sempre mais “extroflexos”, constante-mente orientados para uma realidade fora de si mesmos.

nas novas formas de expressão de si onde há espaçopara a imagem, a moda, os gêneros musicais, a arte está in-trínseca nas entrelinhas dos comentários dos social net-work, uma busca de sentido, de pertença, de diálogo, derelação. transitando entre uma dimensão local e global,movendo-se entre mundos reais e virtuais, que frequente-mente se fundem, adolescentes e jovens conferem novossignificados ao que é real e ao que é virtual, vivido e co-municado, construído e apreendido. Mario Morcellini afir-ma que: “o brilho das tecnologias comunicativas parecefornecer o contexto, o vocabulário e a expressão a uma net-worked generation que encontra, nos meios de comunica-ção, um dos mais importantes territórios de reconhecimentodas identidades e de atribuição de sentido à realidade” 11.

A entrada nos ambientes dos social network da Rede,as chamadas comunidades on line, é extremamente livre,

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11 Cf Simona tIRoCCHI - Romana AndÒ - Marzia AntenoRe,Giovani a parole. Dalla generazione media alla networked generation,Milano, Guerini & Associati 2002.

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assegurada por um simples click: aqui se podem cultivarpertenças múltiplas e experimentar identidades diferentes.o ser digital é a oportunidade de “atuar” a própria identi-dade e as próprias relações dentro dos ambientes sempremutantes da rede, favorecidos por uma conexão permanen-te e por plataformas que permitem personalizar e animarconteúdos, indicar as preferências, os costumes e as atitu-des pessoais. o risco é a pluralidade das identidades, jus-tamente pela contínua evolução, experimentação e adap -tações aos diferentes ambientes virtuais, onde se pode ve-rificar uma “con-fusão” entre dimensão pública e privada.

o nomadismo é uma condição dos “habitantes digitais”que “atravessam” espaços construídos e reconhecidos porgostos e interesses, amizade e tempo livre. Com o avançarda idade, verifica-se uma migração das comunidades maisprocuradas e públicas, abertas e sem controle, para os es-paços onde a comunicação se faz mais restrita, privada eamigável. A dimensão de “transição” própria da comunica-ção em rede é índice da precariedade cultural e da mudançasocial, que torna a pessoa uma espécie de “viajante nas es-tradas intermediárias” e se constrange a escolhas temporá-rias para a consecução de equilíbrios sempre mais frágeis.

A Rede, de fato, pode ou se arrisca ser uma superfíciecontínua, sem delimitações entre o dentro e o fora, que res-titui uma imagem do mundo e da pessoa olhada, mas tam-bém tocada, que frequentemente se fecha num círculoautorreferencial no qual não se vê outra coisa a não ser a simesmos.

É importante que a necessidade de comunicação e derelação, que a rede amplia e torna possível em nível hori-zontal, se rompa e dê espaço a uma fresta, se abra à trans-cendência, àquele “algo mais” que esta por si só nãoconsegue dar. esta é a contribuição humanizante que a voze a presença dos católicos no “continente digital”, como de-fine bento XVI na sua Mensagem para a Jornada Mundialdas Comunicações sociais de 2009, pode oferecer às “nu-merosas pessoas da rede” e a este tempo. Somente assimpode-se garantir não só a conexão, mas a comunhão.

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uma rede para aprender

As novas tecnologias digitais, com o desenvolvimentoda rede, podem melhorar significativamente a experiênciade aprendizagem das pessoas que a usam para a própria for-mação.

Recentes teorias da aprendizagem colocam em evidên-cia a importância fundamental assumida pelo contexto so-cial no processo de aprendizagem. Segundo o Construti -vismo sociocultural, o sujeito que aprende “constrói” a pró-pria competência, enriquecendo-a e reestruturando-a atra-vés da relação com o conhecimento e com os pontos devista de outros indivíduos; a aprendizagem individual, por-tanto, é o produto de um processo de grupo: tudo o que éaprendido é filtrado por um processo de interpretação con-dicionada pelo contexto, pela própria bagagem cultural epela vivência pessoal.

neste contexto, a difusão e a evolução das tecnologiasda informação e da comunicação abrem, no mundo da di-dática, novos cenários e novas possibilidades de desenvol-vimento, automatizando, recriando ou simulando – atravésdo suporte de novas mídias e a utilização da rede – algunsprocessos típicos da didática tradicional e conectando os in-divíduos com um número infinito de informações e com umconjunto amplo de indivíduos com os quais é possível inte-ragir e colaborar. o uso das novas mídias, no processo deformação, baseada na aprendizagem colaborativa, ou seja,sobre “o mútuo empenho dos participantes num esforçocoordenado para resolver um problema ou construir plata-formas de conhecimento e de troca”, traz várias importantesimplicações tais quais: a ênfase sobre “o aprender fazendo”,o envolvimento do estudante, numa busca colaborativa doconhecimento e a mudança do papel do ins- trutor, seja eleprofessor ou educador, que de detentor da autoridade e co-nhecimento torna-se um guia e um facilitador.

no momento atual, portanto, a rede representa umaoportunidade e um desafio para a aprendizagem: quem sou-ber acolher esse desafio conseguirá propor-se não só com

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conteúdos novos e adequados aos tempos, mas tambémcom modalidades sempre mais eficazes, correspondentesàs novas exigências formativas e às modalidades de comu-nicação da “geração digital”.

A tecnologia didática, por suas características peculia-res, pode facilitar as aprendizagens porque fala a mesmalinguagem do jovem e porque oferece a possibilidade deusar linguagens diversas, códigos diversos, falando a todasas oito inteligências das quais nossa inteligência é compos-ta (Gardner, inteligências múltiplas) 12 .

oportunidades e riscos

A relação entre jovens e comunicação em rede abre-sea novos e impensáveis recursos para a educação.

o advento da rede redefine o espaço do pacto educati-vo: mudam-se não só as modalidades do “fazer educação”,mas muda-se também o “perfil” do jovem que vive a aven-tura de tornar-se homem e mulher.

A educação, ensinou-nos dom bosco, é “coisa do co-ração” e deve partir daquilo que agrada aos jovens, mesmose hoje isso requeira fadiga e esforço de alfabetização paraconhecer e inserir-se no mundo deles, combater o sentidode perda, o medo de não acompanhar os tempos.

Aos nossos jovens, “crescidos com a internet”, a redeforneceu várias oportunidades:

– Protagonismo num espaço “real” de experiência di-versamente articulado e unificado pelas práticas e pe-las relações.

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12 Howard Gardner no seu livro “A teoria das inteligências” desco-briu a existência de oito diferentes tipos de inteligências: verbal/linguís-tica, lógica/matemática, musical, interpessoal, intrapessoal, visual/ espa-cial, corporal/cinestésica, naturalista. As novas tecnologias estão em per-feita sintonia com estas inteligências múltiplas: permitem, de fato, geren-ciar o material de estudo de acordo com pontos de vista diferentes. Por-tanto, as novas tecnologias digitais são instrumentos eficazes a fim defortalecer as eventuais carências relativas a uma das oito inteligênciasmúltiplas.

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– Individualidade relacional: a pessoa não é absoluti-zada, nem absorvida pelo grupo, mas constrói rela-cionalmente a própria identidade, através de umagestão em consonância com as próprias faixas etárias,na relação com os outros.

– Interatividade, porque Internet não é só um reserva-tório de informações, mas também ambiente de rela-ções; não é só tecnologia para o conhecimento, masé rede de comunicação.

– Responsabilidade e reciprocidade porque a rede sus-tenta a capacidade de abertura ao outro. o ser em co-nexão, “plugado”, superando os vínculos do espaço edo tempo, torna-se uma condição para reforçar a be-leza do encontro, prolongar o maravilhamento e o fas-cínio da relação interpessoal.

– Personalização da educação e da aprendizagem parauma valorização da relação pessoal. o conceito de in-teligência coletiva afirma que, na rede, há “uma inte-ligência distribuída em toda a parte, continuamentevalorizada, coordenada em tempo real, que leva auma mobilização efetiva das competências”13. nãouma soma de inteligências, mas um “novo” conheci-mento. A rede habilita ao confronto e ao diálogo comuma multiplicidade de abordagens, inventando estra-tégias de pesquisa e compartilhamento; desenvolven-do novas e diversas habilidades expressivas, acei-tando a pluralidade das ideias e das soluções dos pro-blemas.

– Redefinição das competências e das relações na edu-cação: abrem-se vias para a reprojetação do fazer edo ser, do “construir” juntos. urge formar-se e impor-se continuamente questionamentos sobre a realidadecotidiana, resolver os problemas não de modo defini-

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13 Pierre lÉVY, L’intelligenza collettiva. Per un’antropologia del

cyberspazio. Milano, Feltrinelli 2002, 34 (título original) L’intelligence

collective. Pour une antropologie du cyberspace, Paris, Éditions la dé-couverte 1994).

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tivo, mas sempre prontos a recolocar-se em novos es-paços de comunicação.

– Capacidade de estar-com, de compartilhar, de acom-panhar-se reciprocamente seja nos momentos de tran-sição, seja na cotidianidade. É no espaço interativo darede que existe a comunicação, onde acontece o dare receber real da vida social. estudos confirmam queas relações mediadas são marcadas, entre outros, peladimensão do dom e da gratuidade.

– Capacidade de falar de si com confiança, construin-do, a partir da base, um espaço no qual a dimensãopessoal é colocada em comum. A rede parece ter dadocidadania à palavra escrita. os social network, emparticular os blogs, se distinguem pelas narrações, re-flexões, comentários. uma oportunidade para ler e es-crever “entrelinhas” a história e as histórias, para nãoviver só no presente, no “aqui e agora” infinito, mashabilitar-se para a narração, para abrir-se à alteridadee à reciprocidade.

A dimensão aberta da rede fascina e envolve. A veloci-dade das conexões, a possibilidade ininterrupta de intera-ção, a multiplicidade das relações são prospectivas nodaispara dar início a processos de educação à comunicação au-têntica em conjunto, nós e os jovens.

não podemos deixar de levar em consideração algunsaspectos que levantam questionamentos, mesmo porque nãosão ainda de todo claras as dinâmicas e os desenvolvimentosque levará a comunicação mediada pelo computador:

– Formas de banalização para evitar o conflito ou a ho-mologação, onde não se exprimam posições dissonan-tes em respeito a do grupo; o não querer “emergir-se”como pessoa inibe a responsabildiade pessoal e o tes-temunho.

– Expressão da intimidade que passa através de mode-los “alheios” ao grupo, ou se exprimem prevalente-mente de forma indireta e mediada.

– A prevalência de uma palavra puramente fática, isto

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é, de manutenção do contato, que empobrece a trocae torna possível o encontro, para além do “ser-com”.

– Amizade que se constrói sobre a similaridade e a afi-nidade, deixando de fora tudo aquilo que é “outro”pela idade, autoridade, diversidade de histórias e pon-tos de vida. A rede não deveria tornar-se um “covil”onde se encontra refúgio, mas sobretudo a “casa” on-de a abertura ao outro é pedagogia para o encontro ea comunicação.

– Frágil ligação entre a dimensão pública e privada dacomunicação dentro e fora da Rede: a vida é um es-correr infinito de elos e de conexões onde frequente-mente não há espaço para o silêncio, a reflexão, opensamento crítico, para a elaboração de dores e ale-grias.

– Habilitar-se ao “uso” dos dispositivos tecnológicosaos próprios escopos, independentemente das impli-cações éticas e funcionais dos equipamentos queusam.

nos últimos anos, fundamentada em pesquisas cientí-ficas e em fatos, é sempre mais evidente e alarmante a con-vicção de que a Internet é uma nova forma de dependência.Sem dúvida, a velocidade, a imediaticidade, a economia, oanonimato típicos da comunicação on line podem instaurar,em personalidades psíquica e socialmente frágeis processosdesviantes: passa-se de “navegadores” a “náufragos” na re-de. Conhecer os riscos e os perigos que ocorrem na rede eque geram dependência, permite a adoção de abordagenscríticas e responsáveis, que reconheçam a internet como umpotencial a ser compreendido, interpretado, desfrutado cor-retamente.

Internet Addiction Disorder (IAD) é o nome que iden-tifica a síndrome da dependência da Internet, tão real quan-to o alcoolismo. Como outras patologias de dependência,provoca problemas sociais, desejo incontrolável, sintomasde abstinência, isolamento, dificuldades econômicas e detrabalho. Para evitar que a rede se transforme em uma ar-

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madilha, deve-se olhar a totalidade da vida dos jovens. Aeducação deveria convergir para as potencialidades indivi-duais, humanas, espirituais e culturais, para acompanhá-losno crescimento como pessoas. Aos adultos compete a aná-lise da mudança social, científica e tecnológica, uma for-mação permanente que vá além das salas de aula, dosmuros da família.

A pessoa nasce, cresce e vive em um contexto sempremais “em rede”: o desafio é fornecer coordenadas para queaprenda a navegar na complexidade e na interconexão,amadureça uma mentalidade crítica, reflexiva, capaz de es-colher, de denunciar e de defender valores de uma culturaa serviço da vida, que se habilite na acolhida de si mesmo,no encontro positivo com os outros (gêneros, povos, cultu-ras) e com deus.

estamos num “tempo de transição” a ser vivido semperder o entusiasmo, mas recolhendo em plena consciênciaos desafios em ato para transmitir a todos, que em nós con-fiam, a coragem e a alegria inerentes à aventura em curso.urgem educadores (e comunicadores) que testemunhem oarrebatamento e a determinação interior para afrontar o maraberto da transformação; que sejam, por primeiro, homense mulheres de aventura; exploradores humildes e perseve-rantes que saibam fixar o olhar sobre uma terra firme queestá sempre adiante; que não possuam todas as respostas,mas conheçam algum segredo prático e concreto para viversem tanto medo, e para continuar a confiar no caminho que,de noite, nos oferece somente a estrela polar.

Compreender o que é cultura da comunicação, aprofun-dar e clarificar alguns dos seus fenômenos mais globais, osseus recursos e os seus desafios, provocam questionamen-tos sobre a nossa identidade carismática.

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2. INtErpElaçõEs à Nossa IDENtIDaDE CarIsmátICa

nós, FMA, nos sentimos particularmente interpeladaspela cultura da comunicação que nos convida a revisitar osdesafios da contemporaneidade. Sentimos a urgência deprovocar essa renovação, mas não conseguimos facilmenteconcretizá-lo em ações coerentes. lutamos ainda para as-sumir uma nova mentalidade que perceba a comunicaçãocomo “o ambiente” no qual vivemos e agimos.

A situação de rápidas mudanças a que assistimos inter-pela: a nossa identidade, as nossas relações, a formação, oestilo de vida comunitária e a nossa missão educativo-evan-gelizadora.

2.1 A nossa identidade, as nossas relações

A nova estrutura da comunicação interpela o nosso sermulher consagrada hoje e o modo de viver os conselhosevangélicos. Conscientes do valor do chamado e da valida-de da presença carismática salesiana, sentimos a necessi-dade de fazer escolhas corajosas para viver em “fidelidadecriativa” a identidade vocacional, experimentar um tipo deanimação e gestão mais participativa, tornar mais flexíveisas nossas estruturas.

na sociedade de hoje, definida por Zygmunt bauman“líquida”, somos chamadas a “desaprender para aprender”.

Perguntemo-nos:

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2.2 A formação

Assumir a formação, como itinerário de vida, nos ajudaa responder melhor aos desafios da contemporaneidade.

As nossas comunidades são chamadas a ser ambientesde aprendizagem contínua, onde se compartilha a experiên-cia de vida. É necessário encontrar tempo de reflexão e departilha para compreender, na lógica da rede, as mudançasepocais, para reavivar o estilo de vida comunitário e criarambientes mais propositivos e humanizantes. É fundamen-tal promover uma sábia animação que saiba descobrir e po-tenciar os recursos presentes em cada pessoa e pôr ascondições para que “todos tenham voz”.

A formação permanente é o espaço para conscientizar-se da necessidade de construir novas competências e habi-litar-nos para sermos “mulheres de comunicação”, capazesde utilizar canais e linguagens diversas, de provocar apro-ximação e empatia, de se pôr em atitude de escuta e decompreensão, de criar ecossistemas educomunicativos.

A elaboração de itinerários para a formação inicial de-verá considerar que, as jovens em formação são já “nativasdigitais” e, portanto, será necessário construir pro- cessosadequados e coerentes com as mudanças em ato.

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Somos conscientes de que, na cultura atual, está sur-gindo um novo modelo de vida consagrada? Quenovas prioridades e modelos organizativos emer-gem?

os desafios da cultura da comunicação nos estimu-lam a assumir novos estilos comunicativos?

Quais são as situações nas quais experimentamosuma animação/gestão mais participativa?

o Sistema preventivo, vivido na sua dimensão co-municativa, muda o nosso modo de relacionar comas irmãs, os nossos colaboradores e colaboradoras,os e as jovens, o entorno, a realidade hodierna?

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É importante que cada FMA sinta a necessidade de umaséria formação que lhe permita sintonizar-se com a culturada comunicação, superando a superficialidade, dependên-cias negativas e perplexidades. É também importante queas nossas competências comunicativas se desenvolvam, ca-so contrário, não teremos nada mais a dizer porque nos fal-tarão categorias do “como dizer”.

Perguntemo-nos:

2.3 o estilo de vida comunitária

na sociedade em rede, onde se está permanentementeinterconexos, sentimos a exigência de reencontrar o gostopelo diálogo e pela condivisão gratuita de si e de redesco-brir o espírito de família, tipicamente salesiano. Com umolhar de fé, nos colocamos frente às mudanças com otimis-mo e projetualidade. É importante habilitar-se a uma atitudede busca e de discernimento contínuo para viver e realizara missão com significatividade e eficácia. Movemo-nosdentro de uma rede e vivemos a interdependência dos even-tos que requerem intervenções globais para, juntos, sereminterpretados e afrontados.

É necessário, portanto, um estilo de animação que tornecada um e cada uma protagonista do clima comunitário,

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As nossas comunidades são lugar de formação per-manente? de que modo?

Como FMA, sentimos a urgência de uma formaçãodentro da cultura da comunicação?

As jovens em formação nasceram na nova culturacomunicativa. Como levamos isso em conta? Comoas tornamos protagonistas do próprio processo for-mativo? Que estilos comunicativos assumimos?

Conhecemos as expectativas dos/das jovens em re-lação à vida religiosa? Como concretizamos as nos-sas propostas formativas?

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educando-se a uma gestão responsável do tempo. o tempoé veloz e fluido; corremos o risco, às vezes, de correr atrásdele, sem uma adequada reflexão das múltiplas possibili-dades que são oferecidas ou tantas outras coisas que nospressionam. também o mundo das mídias pressiona e nosenvolve e nós não estamos imunes. o desafio é ainda o daformação, não só no sentido de educar-nos à comunicação,mas, sobretudo, de formar-nos à responsabilidade no usodo tempo, em nossa vida, para não reduzir o espaço das re-lações, do encontro comunitário, da oração, do discerni-mento e da reflexão, do aprofundamento e do trabalho.

tudo isto coloca as bases para realizar, de modo sigi-nificativo, o nosso “viver e trabalhar juntas”.

Perguntemo-nos:

2.4 A nossa missão educativo-evangelizadora

A cultura da comunicação é um novo areópago da mis-são. A mudança e a complexidade orientam cada FMA ru-mo a novas fronteiras missionárias. estamos em um novocontinente a ser explorado e, como as primeiras missioná-rias, ao afrontá-lo e atravessá-lo, podemos identificar opor-tunidades inéditas para encontrar os jovens e as jovens e

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As nossas comunidades interagem com o ambientecircundante para pôr em circulação informações,ideias e valores? de que modo?

Quais são os nossos estilos de vida? o que comuni-camos?

Sentimo-nos responsáveis pela organização dotempo comunitário e pessoal? Como o gerencia-mos?

Quais estratégias colocamos em ação para superara mentalidade fragmentária e setorial?

Acreditamos e agimos em sinergia com os gruposda Família Salesiana e outras Instituições?

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assumir, junto com eles, a missão educativa. É nossa tarefaser mediação para oferecer instrumentos de interpretaçãoe ressignificação, no equilíbrio entre o entusiasmo fácil eos rígidos fechamentos. Como FMA sentimos, portanto, aurgência de tornar-nos sempre mais conscientes de estar“imersas” na cultura comunicativa, de apaixonar-se pelacomum missão educativa, escolhendo e “estando” com osjovens.

É necessário repensar a ação pastoral, tendo presente odesafio antropológico, se não se quiser colocar em risco aprópria educação das crianças, dos adolescentes e dos jo-vens. tantos educadores e educadoras vivem “a tentaçãode renunciar, de não compreender nem mesmo qual seja oseu papel ou a missão a eles/a elas confiada” (bento XVI,Carta do Santo Padre bento XVI à diocese e à cidade deRoma sobre a urgente tarefa da educação, 2008). Fala-se,de fato, de “emergência educativa”. o carisma salesianonos oferece uma clara consciência da urgência de educarno novo contexto cultural. Isso requer uma releitura, naprospectiva comunicativa, da ação educativo-evangeliza-dora e um repensamento dos lugares da animação pastoral.Ambientes educativos são também os “social media”, ha-bitados de modo particular pelos jovens, espaços vitais quemodificam e influenciam os hábitos e os modelos de rela-ção.

Somos chamadas a redescobrir a nossa responsabilida-de em relação aos jovens, a habitarmos os lugares que elesfrequentam, a sintonizarmos com suas linguagens, a estardisponíveis à mudança e ser mais competentes na missãodo acompanhamento.

Assumir uma atitude de escuta profunda é já em si co-municação; é, sobretudo, harmonizar, na vivência cotidiana,a proposta do anúncio de Jesus Cristo como o grande domque podemos oferecer às novas gerações.

Perguntemo-nos:

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Concebemos a comunicação como um campo demissão?

Quais medos nos impedem de entrar ativamente nacultura da comunicação?

Que contribuições estamos dando à educação/evan-gelização para sermos significativas no contexto noqual vivemos?

Conhecemos as culturas juvenis, suas linguagens eseus estilos de vida? Quais práticas educativas co-locamos em ação?

A evangelização é reformulada de modo a dar ên-fase à prospectiva comunicativa?

Como os vários Âmbitos de animação se deixam in-terpelar pela cultura da comunicação? Como se re-colocam dentro dessa cultura?

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3. um mapa para orIENtar-Nos. rumo a um plaNo DE ComuNICação

uma vez focalizados os aspectos emergentes da culturada comunicação e as interpelações para a missão educativa,julgamos importante oferecer algumas indicações para umPlano de comunicação entendido como processo que se in-sere em outros já iniciados, em todo o Instituto, e que secoloca como elo entre as exigências específicas dos diver-sos Âmbitos.

A nossa ótica é a da coordenação para a comunhão, quese procede através de processos coordenados e convergen-tes a serviço da missão de uma inspetoria ou de uma co-munidade.

entendemos por Plano de comunicação um instrumen-to de planejamento, programação e gestão onde se conver-gem as instâncias comunicativas e educativas que podemajudar as comunidades educativas a realizar a missão nasdiversas realidades inspetoriais e locais.

Para se conceber um Plano de comunicação, em váriosníveis, são necessários alguns passos precisos. É importantedelinear como se situa o Instituto neste tempo histórico emque estamos vivendo.

um instrumento útil para este objetivo é a chamadaanálise sWot14, que permite articular concretamentequais são os pontos fortes, os pontos fracos, as oportunida-des e as ameaças de uma instituição.

das situações emergem os objetivos, explicitação dosprocessos a serem ativados para promover processos capa-zes de incrementar a consciência de estar imersos na cultura

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14 o instrumento é atribuído a Albert Humphrey, que orientou umprojeto de pesquisa junto à Stanford university em 1960 e 1970.

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da comunicação e de estar, proativamente, criando redes decompartilhamento de experiências em ação.

São indicadas algumas Estratégias, aspectos cruciaisdos quais não se podem prescindir para que o processo quequeremos dar início seja assumido e levado adiante nas di-versas realidades.

delineiam-se então as Escolhas metodológicas que po-dem ser concretizadas nos diversos contextos para favore-cer a atuação das estratégias.

A avaliação, enfim, permite verificar em que medidasão atingidos os objetivos, em vista da continuidade do pro-cesso.

A nossa intencionalidade é a de ajudar a compreenderque a elaboração deste instrumento, com a contribuição es-pecífica de cada âmbito, torne-se lugar de sinergia para umaanimação coordenada e convergente.

3.1 onde nos situamos

Para uma análise mais pontual do contexto no qual nossituamos, propomos a análise SWot, um instrumento uti-lizado no planejamento estratégico para avaliar os pontosfortes (Strenghts) e os pontos fracos (Weaknesses), as opor-tunidades (opportunities) e as ameaças (threats) de qual-quer projeto, plano, programa, algo que se queira elaborar,melhorar, desenvolver, avaliar.

A análise SWot permite refletir, de modo sistêmico,em relação ao objetivo estratégico que se pretende afrontar,tendo simultaneamente sob controle tanto o ambiente ex-terno quanto a organização, os fatores que podem facilitare aqueles que podem comprometer a consecução dos obje-tivos. ela permite estabelecer as prioridades a serem assu-midas para tornar eficaz a ação comunicativa e educativa,dentro de uma hierarquia de escolhas e intervenções.

A análise da situação para individuar as oportunidadesa serem potenciadas e as ameaças a serem controladas, ne-

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cessita da coleta de dados informativos que tenham umacorrelação direta ou indireta com o objetivo. A coleta dosdados permite uma implementação estratégica das ações decomunicação, melhorando a qualidade e a eficácia.

na análise SWot, entende-se por pontos fortes todasas capacidades e potencialidades internas de uma institui-ção (inspetoria, escolas, oratórios...) necessárias para a con-secução do objetivo.

Por exemplo: Sistema preventivo como espiritualidadee método; espírito de família como estilo de gestão dacomunidade; coordenação para a comunhão; interna-cionalidade e interculturalidade do Instituto; corres-ponsabilidade com os leigos; trabalho em rede; cons -ciência da necessidade de formar-se no campo da co-municação.

os pontos fracos são constituídos pelas carências in-ternas da instituição e que são obstáculos à consecução doobjetivo.

Por exemplo: dificuldade para uma mudança de men-talidade; dificuldade em adequar as nossas propostaseducativas à velocidade das mutações culturais; dis-tância entre teoria e práxis; rigidez das estruturas;mentalidade setorial; dificuldade de encontrar espaçose tempos de reflexão para uma leitura crível das mu-danças socioculturais; dificuldade de “estar” com osjovens.

As oportunidades são todas as condições externas (doentorno e da própria cultura) necessárias à Instituição paraa consecução do objetivo.

Por exemplo: comunicação como novo areópago; tec-nologias da comunicação que reduzem a distância e ostempos de interação; relação com grupos da FamíliaSalesiana, organismos eclesiais, civis, religiosos.

As ameaças, enfim, são as condições externas (do en-

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torno e da própria cultura) prejudiciais à consecução do ob-jetivo.

Por exemplo: situações políticas, sociais, econômicasprecárias, de ditadura, de desrespeito aos direitos hu-manos; relativismo, hedonismo, individualismo; fragi-lidade e crise da família; novas formas de pobreza, deexclusão, de dependência das novas tecnologias; perdado sentido do bem comum e da responsabilidade social;discrepância entre os valores veiculados pela mídia eos propostos pelos nossos ambientes educativos.

os quatro aspectos da análise SWot prestam-se a umaleitura entrecruzada onde os pontos fortes internos aju-dam a afrontar as ameaças externas e as oportunidadesdo contexto podem ajudar as fraquezas internas da ins-tituição.

o esquema que se segue ilustra o que foi dito.

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pontos fortes:capacidade e potencia-

lidade da instituição ne-cessárias à consecuçãodo objetivo.

oportunidadescondições externas quesão necessárias à insti-tuição na consecuçãodo objetivo.

pontos fracoscarências da instituiçãoque são prejudiciais àconsecução do objeti-vo.

ameaçascondições externas quesão prejudiciais à con-secução do objetivo.

AnÁLISE SWot

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3.2 objetivos

o objetivo, para ser pertinente e verificável, deve res-ponder a alguns critérios. É necessário que seja concreto,simples, mensurável, atingível, realmente à altura da orga-nização e dos recursos, realístico, organizado em etapas.

Julgamos inevitáveis alguns objetivos gerais necessá-rios para viver como educadoras e educadores salesianosno contexto contemporâneo:

– Favorecer processos convergentes para uma consciên-cia crescente de se estar imersos na cultura da comu-nicação.

– Fazer emergir as implicações formativas que se refe-rem à Cultura da comunicação.

– Promover processos de educação-comunicação-evan-gelização sempre mais eficazes.

– Favorecer uma mudança de mentalidade que leve arenovar as práticas educativas e o papel do/a educa-dor/a, em sintonia com as mudanças da nova cultura.

– Promover processos de educomunicação para serproativos na nova cultura.

– Criar rede entre as diversas realidades, compartilharas experiências em ação e dar visibilidade às “boaspráticas”.

3.3 Público

em um Plano de comunicação, é importante ter clara adiversidade dos destinatários. na individuação dos destina-tários, é necessária uma subdivisão por grupos homogêneose significativos, de modo que as ações sejam mais focadase eficazes.

em relação, por exemplo, a toda a Comunidade educa-tiva, podem-se individuar dois subgrupos do tipo:

– Filhas de Maria Auxiliadora, subdivididas por idade,competência, papéis.

– Jovens, subdivididos por níveis educativos: idade, di-ferentes caminhos de fé, diferenças culturais e sociais.

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– Colaboradores e Colaboradoras, subdivididos porcompetências, papéis, idade, diferentes caminhos defé, diferenças culturais e sociais.

– leigos e leigas, membros da Família salesiana, pais,voluntários...

3.4 Estratégias

A escolha das estratégias consiste na tradução em atodo objetivo e indica as direções que devem ser seguidas narealização concreta do Plano de comunicação.

uma estratégia de comunicação é um complexo de de-cisões harmônicas que indicam sob quais fatores se deveintervir em referência aos objetivos individuados, para seter maior capacidade comunicativa e conseguir os resulta-dos esperados.

em base aos objetivos propostos, julgamos prioritáriasas seguintes estratégias:

– aprender ao longo da vida (Life-long learning)

A mudança contínua requer capacidade de “aprender adesaprender” para colocar-se numa ótica de flexibilida-de e de busca frente aos desafios e às exigências atuais.Isso supõe entrar numa ótica de formação como proces-so permanente, que dura toda a vida, para colocar-se,de modo adequado, dentro das mudanças de cenário dacultura que evolui sempre. Requer-se uma atenção es-pecial às primeiras etapas da formação, às suas exigên-cias comunicativas, aos seus estilos culturais, às suasmanifestações religiosas, à nova visibilidade do carismasalesiano.

– mentalidade de rede

É uma modalidade de pensar, propor, trabalhar e agirprópria da complexidade hodierna, que requer múltiplasrespostas que levem em conta os olhares e diferentesinterpretações, pontos de vista, às vezes, divergentes.

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É a capacidade de colocar-se em conexão com diversosinterlocutores, promovendo um diálogo e um compar-tilhamento em larga escala.É uma disposição interior que leva ao constante discer-nimento e confronto para ser capaz de ler as mudançasculturais e interpretá-las, na ótica da fé, abrindo-se aoutras competências e profissionalidades, para umamissão em sintonia com o hoje. Constitui a atuaçãoconcreta da coordenação para a comunhão.

– Educação para habitar na rede

A formação é chamada a interceptar as novas tecnolo-gias. Isto significa aceitar a necessidade de uma mudan-ça cultural, isto é, pôr-se numa linha em que a formaçãose reprojeta em relação à mídia, entendida como recur-so integral para a intervenção formativa. Implica repen-sar o significado do ensino-aprendizagem, com umaespecial atenção às exigências formativas do sujeito eà personalização do processo formativo.A intervenção pedagógica possui as características dacolaboração e da cooperação, na qual se integram osrecursos e a responsabilidade dos formadores e das for-madoras. trata-se de uma pedagogia que valoriza a re-flexão, a busca e a criatividade, que encanta o “fazer”,que promove a autonomia e a autoestima.

– Ecossistemas comunicativos

um dos desafios hoje é transformar cada ambiente emum ecossistema comunicativo que considere experiên-cias culturais heterogêneas e as novas tecnologias dainformação e da comunicação. na visão salesiana, en-tendemos que o ecossistema comunicativo é o ambienteeducativo, o clima de família, o trabalho em equipe. Ca-da obra nossa pode considerar-se um ecossistema noqual a Comunidade educativa, todos os ambientes edu-cativos são elementos constitutivos essenciais e alimen-tam o clima que facilita o processo educativo. o

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oratório, a escola, os centros de acolhida estão inseri-dos, ademais, em um ambiente educativo mais amplo.nele, há um conjunto de relações que se complemen-tam mutuamente, envolvendo todos em uma grande for-ça comunicativa capaz de influenciar as instituições, oseducadores, os jovens, tanto nos conteúdos quanto nasmetodologias educativas (cf Instituto FMA, educomu-nicação. Pequenos passos na nova cultura, Coleção OGong 4, 2008, 40-41).

3.5 Metodologias

A metodologia que torna operativas as estratégias, nas-ce do próprio contexto e se radica no tempo e no espaçoonde se realizam as ações. Cada realidade local identificaráos passos metodológicos mais eficazes. levando-se emconta a cultura da comunicação, sugere-se priorizar algunsprocessos que favoreçam:

– Clima de participação, pertença, criatividade.– uma proximidade construtiva das novidades emergentes

(tecnológicas, culturais, comunicativas, sociais...)– Promoção de uma visão sistêmica para afrontar a frag-

mentação, a parcialidade e uma visão a curto prazo.– Gestão da mudança para conciliar o que vale a pena res-

guardar e o que é necessário transformar, que focalize no-vas realidades, projetos e propostas a serem concretizadaspara dar lugar ao novo.

3.6 Avaliação

A avaliação do Plano de comunicação é importante paraverificar a observância entre o planejamento e a atuaçãoprevista no mesmo Plano. ela leva à consciência da efetivaconsecução dos objetivos propostos; da real eficácia, efi-ciência e factibilidade dos processos comunicativos identi-ficados; da capacidade de envolvimento.

São dois os aspectos a serem avaliados. o primeiro levaem consideração o Plano de comunicação enquanto tal: a

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sua correta elaboração; sua concreta viabilidade nas váriasfases em que é articulado; a sua efetiva função de instru-mento de inovação; a sua capacidade de promover envol-vimento, conexões e motivação. o segundo verifica aatuação concreta do Plano, em especial, no que diz respeitoà eficácia da comunicação interna e externa.

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CoNClusão

Iniciamos este quinto número da coleção O Gong, afir-mando a nossa intenção de “tecer uma grande conversaçãosobre a cultura da comunicação na ótica educativa em todoo Instituto e criar consciência da incidência que os cenárioscontemporâneos têm sobre nossa identidade e sobre a mis-são educativa”. Ao término dessa reflexão, expressamos odesejo de que nossa conversação não se conclua com estaúltima página, mas possa tornar-se argumento para ulterio-res aprofundamentos, confrontos, uma busca que possa pro-longar-se em nossas comunidades, na comunidade edu -cativa.

deliberadamente colocamos como subtítulo “um Mapapara orientar-nos”. Acreditamos que a reflexão sobre umtema hoje tão crucial e irrenunciável, requeira, sobretudo,uma contribuição que venha do tecido concreto da vida: dasinspetorias, das comunidades, das pessoas que poderão en-riquecer as análises feitas, confrontando-as e enriquecen-do-as com a realidade viva dos próprios contextos. Somosconscientes, de fato, que a temática sobre a qual conversa-mos evolui de modo extremamente veloz e que a culturada comunicação é um paradigma em contínua mudança. Is-to nos impulsiona a buscar métodos de aproximação que,oportunamente, possam orientar-nos na missão educativacom os jovens, que são os primeiros a absorver as novida-des e que, mais do que nós, vivem imersos no mundo dasmídias.

o caminho eclesial apresentado por bento XVI nos en-coraja a buscar os caminhos da “verdade, anúncio e auten-ticidade de vida na era digital” (Mensagem da 45ª JMCS)e nos aponta o estilo: “Silêncio e palavra: caminhos deevangelização”; para educar-nos à comunicação requeraprender a escutar, a contemplar, além do falar, e isto é par-

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ticularmente importante para os agentes de evangelização”(Mensagem da 46ª JMCS, 2012). o Papa ainda nos lembraque “hoje a profunda transformação, em ato, no campo dascomunicações, dirige o fluxo das grandes mudanças cultu-rais e socias. As novas tecnologias não estão só apenas mu-dando o modo de comunicar, mas a comunicação em simesma [...] e está nascendo um novo modo de aprender apensar, com inéditas oportunidades de estabelecer relaçõese construir comunhão” (Mensagem da 45ª JMCS).

e isto nos interessa profundamente, educadoras e edu-cadores das novas gerações.

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GLOSSÁRIO

Aldeia GlobalA expressão é um oxímoro (figura retórica que sustentadois conceitos opostos). Foi usada pela primeira vez, em1964, por Marshall McLuhan, um estudioso da comunica-ção de massa, de origem canadense. Os dois termos se con-tradizem reciprocamente: a “aldeia” é a forma elementarde habitação humana, enquanto o adjetivo “global” refere-se ao planeta todo. O significado da aproximação é obvia-mente simbólico. Essa aproximação serve ao mediólogocanadense para exprimir uma situação inédita, de difícil re-presentabilidade: o que no passado tinha dimensões e dis-tâncias imensas, graças à inovação das comunicações éagora ao alcance da mão, também em tempo real. Na cul-tura, gerada pelo advento das mídias eletrônicas, se anulamas distâncias físicas e culturais; os estilos de vida, as tradi-ções, as línguas, as etnias passam a ser mais homogênease internacionais.

Cibercultura«O conjunto das correntes literárias, musicais, artísticas epolíticas que se refere ao ciberespaço como realidade sociale modelo de existência produziu uma nova sensibilidadecultural que se reconhece como cultura ciber».

Ciberespaço«O termo se refere a um novo espaço de comunicação,identificável com a CMC (vd.) e os seus subcontextos (ocorreio eletrônico, as conferências computadorizadas, osambientes multiusuários) e às modalidades originais decriação, de navegação no conhecimento e de relação socialque este torna possível».

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Computação em nuvensCom este termo, indica-se um conjunto de dispositivos eaplicativos que permite, através de um serviço oferecidopelo provedor, memorizar, arquivar, acessar e elaborarqualquer tipo de documento e de dados, utilizando-se os re-cursos distribuídos e presentes na Rede. Em vez de serem instalados nos computadores, os softwaresão instalados na nuvem (cloud) e os dados, que até hojeeram salvos no pc, serão distribuidos em vários servidores,podendo ser acessados de qualquer navegador.Deste modo, não existe a necessidade de portas USB, discorígido e arquivos digitais. Pode-se comprar músicas, alugarfilmes, folhear livros eletrônicos, elaborar textos, navegarna internet, enviar e receber correio eletrônico como equando quiser, em qualquer lugar em que se esteja, pagan-do-se pelo que se usa.

Convergência digital«É uma das conseqüências mais significativas do adventoda era digital e, portanto, da transformação de todo conteú-do e comunicação em bit. Os bits são iguais, independen-temente do conteúdo. Traduzidos na comum linguagemdigital, âmbitos tradicionalmente distintos como a informá-tica, a telefonia, a televisão e as telecomunicações em geralpodem convergir em um único meio produtivo e de trans-missão, criando um modelo econômico de fato unitário. En-tretanto, trazendo consigo também problemas culturais,tecnológicos e legais. O primeiro exemplo concreto de con-vergência conhecido por todos é a Internet, que associouimagens, textos, sons, vídeo em um único meio de trans-missão e em um só terminal de recepção: o computador.Outro instrumento que está adquirindo para si um sempremaior número de funções típicas do PC é o telefone celular,testemunha da convergência mais difundida que a própriaInternet. Deste modo, é possível que dispositivos dotadosde um pequeno display tenham acesso às infraestruturas daRede de modo integrado, complementar e alternativo aossistemas wired ou centrados sobre o desktop».

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Cracker (Hacker)«H. é quem, movido por uma grande curiosidade por umargumento, em geral de natureza técnica, utiliza todas asestradas para aprofundá-lo, sem deter-se diante de nada,nem mesmo de proibições explícitas. Em geral trata-se deum programador obstinado para o qual a máquina não deveter segredos e da qual não é possível aceitar um “não”. Doisprincípios fundamentais da ética hacheer são: a liberdadede informação e a necessidade de que esta seja acessível atodos, como instrumento de liberdade (information wantsto be free); e o valor positivo da investigação, na tentativade desmascarar os segredos da tecnologia. C. é quem “que-bra” (to crack em inglês) a segurança de um sistema infor-mático, conseguindo estabelecer uma interferência para finsilegais. O termo foi designado em 1985 pelos próprios hac-kers para distinguir-se de quem fazia uso indevido da pró-pria habilidade informática».

Desigualdade digital«Hoje, no mundo, entre seis milhões de pessoas, somenteum milhão navega na Rede. A chamada aldeia global deMcLuhan não é tão global assim, visto que grande parte dapopulação é excluída da sociedade da informação na Inter-net. Por digital divide entende-se a desigualdade entrequem tem acesso às novas tecnologias presentes no mundo,e quem não tem por causa do ganho insuficiente ou ausên-cia de infraestrutura: a impossibilidade de aproximar-se datecnologia fecha qualquer possibilidade de desenvolvimen-to econômico, social, cultural dos países mais pobres. Oproblema da digital divide existe também nos Países maisdesenvolvidos. As Nações Unidas se mobilizaram na inten-ção de alcançar um objetivo fundamental: permitir que oacesso às tecnologias da informação e da comunicação tor-ne-se um serviço à disposição de toda a humanidade. Sãonecessárias políticas de inclusão digital, quem quer que sejae em todo o mundo, deve gozar de iguais benefícios decor-rentes da sociedade da informação global».

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Digital & AnalógicoDigital: tipo de processamento de informação feito pelocomputador, baseado no sistema binário de sinais: o dígito1, que significa sinal de “ligado” e o dígito 0, que significaausência de corrente ou “desligado”. (Rabaça, Carlos Al-berto & Barbosa, Gustavo Guimarães. Dicionário de Co-municação. Editora Campos, R.Janeiro, 2002).Análogico: Diz-se de transmissão de sinal elétrico que va-ria de forma contínua. (Dicionário Aurélio da Língua Por-tuguesa, Ed. Positivo, Curitiba, 2010).

E-learning«O e-learnig constitui hoje, provavelmente, um dos setoresde maior expansão no mercado da formação. O que tornaparticularmente interessante este setor é a possibilidade queas tecnologias de c., baseadas na rede telemática, consen-tem de emancipar o processo de ensino/aprendizagem dosvínculos de partilha do espaço e do tempo. A c. formativatradicional encontra na sala o seu lugar privilegiado e naoralidade o seu veículo natural. O modelo didático que seconstrói sobre este tipo de situação deveria ter vantagensindiscutíveis, como a relação que nele se pode estabelecerentre professor e aluno e a possibilidade de feedback ime-diato. O limite deste tipo de situação didática se dá pelo fa-to de que para aprender é necessário encontrar-se nomesmo lugar em que o professor está, exatamente, no mo-mento em que está falando. O e-learnig permite uma dis-sociação do espaço e do tempo: um curso de formaçãopermite ao aluno acessar informações sem deslocar-se decasa e, especialmente, no momento mais adequado às suasexigências; fundamenta-se sobre sistemas web based, sis-temas de didática live da videoconferência ao chat, aos fó-runs, técnicas de comunicação que favorecem a relaçãoentre professor e estudante mesmo sem exigir a sua presen-ça no mesmo espaço e tempo. É o tema da comunicaçãosíncrona e assíncrona. O resultado é uma verdadeira e pró-pria revolução do modo de ensinar e de aprender: a tendên-cia é abandonar o modelo de transmissão das informações

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em vantagem do tutoring (docente como acompanhante) edo scaffholding (docente como formador de instrumentose conceitos básicos); caminha-se sempre mais em direçãoa formas de aprendizagem baseadas na descoberta, na cons-trução ativa do conhecimento, na colaboração. Também oe-learnig requer adequados sistemas de avaliação da apren-dizagem».

Hipertexto«Texto organizado de um modo não linear, sem início oufim. É uma estrutura constituída de nós (núcleos de con-teúdo) conectados entre si por um link, que permite passarde um a outro escolhendo entre os diversos percursos pos-síveis. O conceito foi desenvolvido por Theodor Holm Nel-son, autor do termo “hipertexto”, em 1965, que trabalhoua idéia do projeto Xanadu, um gigantesco banco de dadosda cultura mundial, no qual cada texto podia ser acessadoatravés de determinadas palavras-chave ou hyperlink. Era,para todos os efeitos, uma antecipação do que seria depoisrealizado através da World Wide Web, na qual cada docu-mento é interligado a outros através de palavras evidencia-das (ou links) ou imagens. O conceito de hipertexto, narealidade, não necessita da Rede para se concretizar: qual-quer texto hospedado num suporte eletrônico (floppy disk,hard disk, CD-ROM, DVD e outros suportes de memória)e acessível em pontos diversos poder ser considerado umhipertexto».

Inteligência coletiva«Conceito elaborado pelo estudioso francês Pierre Lévy noseu livro de título homônimo, publicado na França, em1994 e traduzido em italiano em 1996 (Lévy, 1994). Teoriasugestiva que entende criar – para usar as palavras do pró-prio autor – uma “antropologia do ciberespaço” e que en-contra essência no advento das redes de computadores e emparticular na Internet. A inteligência coletiva, segundo Lé-vy, é distribuída em qualquer lugar, também nos lugares ja-mais pensados. “Ninguém sabe tudo, cada um sabe alguma

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coisa, a totalidade do saber reside na humanidade. Nãoexiste nenhuma reserva de conhecimento transcendente, eo saber não é nada de diferente daquilo que as pessoas sa-bem. A luz do espírito brilha também lá onde se quer fazeracreditar que não exista inteligência” (p. 34). Fundamentalé o papel das tecnologias digitais da informação, que con-sentem a “coordenação em tempo real das inteligências”dentro de um cenário virtual de conhecimentos em contínuatransformação. Inteligências que serão depois mobilizadasdentro de um único projeto comum, no qual a cada pessoaseja atribuído um papel significativo. Não há nada de fixo,mas não reina o caos, porque tudo se valoriza e se coordenaem tempo real graças à interação imediata entre os diversoscomponentes de uma mesma comunidade. A avaliação deLévy é extrema e utópica em relação ao impacto das redessobre o conhecimento, com incidência também no planoético e político, não desprovida de certo dogmatismo quetem atraído algumas críticas. Uma posição mais tênue é ade Derrick de Kerckhove que, ao contrário, fala de inteli-gência conectiva».

Inteligência conectiva«Termo introduzido por Derrick de Kerckhove, diretor doMcLuhan Program of Culture and Technology de Toronto,numa velada polêmica com o francês Pierre Lévy e a suainteligência coletiva. Depois de muito ter falado e escritosobre coletivos de vários gêneros como protagonistas dacultura da Rede, Kerckhove pede para substituir em todosaqueles casos o termo por “conectivo”. E o faz em um livrointitulado, precisamente, A Inteligência Conectiva (1997).Na prática, a inteligência conectiva ganha vida quando aRede trabalha como um sistema biológico unitário. “Aquihá o que fazer – escreve Kerckhove – com um sistemaenormemente inteligente, mas em grande parte descentra-lizado e que parece organizar-se sozinho, sem que muitagente saiba ou deva saber o que está sucedendo” (p. 178-179). O crescimento das redes de telecomunicações seriasemelhante, segundo o estudioso, ao desenvolvimento do

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nosso sistema nervoso. O aumento exponencial das cone-xões a Internet poderia ser comparado à atividade de umcérebro em pleno processo de aprendizagem, na fase demáxima expansão das suas capacidades. Através do uso daRede, mais mentes conectadas, que trabalham por um mes-mo objetivo, podem fazer emergir uma forma de inteligên-cia que é superior à soma dos cérebros individualmente. “Aassim chamada comunidade virtual é alguma coisa a maisdo que um vasto número de pessoas envolvidas mais oumenos diretamente, mais ou menos constantemente, emuma atividade comum. É também uma presença em temporeal, imediata e contingente, como uma mente em serviço.As comunicações on-line criaram uma nova categoria demente – uma mente conectiva, à qual se ‘prende’ ou da qualse ‘desprende’, sem incidir sobre a integridade da estrutura”(p. 186). Trata-se de uma teoria sob alguns aspectos com-plementar em relação àquela de Pierre Lévy, muito ligadatambém à experiência concreta do próprio Kerckhove, queorganiza workshop de inteligência conectiva para fins aca-dêmicos e de formação gerencial».

Internet Addiction Disorder IAD (Internet Addiction Disorder) é o nome que identificaa síndrome de dependência da Internet. A Canadian Medi-cal Association sustenta que a IAD é real tanto quanto o al-coolismo: provoca, como as outras patologias da depen-dência, problemas sociais, desejo incontrolável, sintomasde abstinência, isolamento social, problemas conjugais e dedesempenho, dificuldades econômicas e de trabalho. Foramavaliadas pessoas entre 15 e 40 anos, e os sintomas de mal-estar revelaram dificuldades de relacionamento, um fortesentido de apego ao computador, negação quanto ao totalde horas passadas on-line, casos de obesidade, depressão eansiedade, dores na coluna e o progressivo distanciamentode qualquer hobby, exceto o de estar conectado. A gravida-de do mal-estar aumenta pelo fato de que tais patologias in-fluenciam e podem ter fortes repercussões sobre a vidafamiliar. A IAD apresenta, nestes casos, os traços da fuga,

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do isolamento, do distanciamento da realidade: as pessoasse fecham na Internet para não enfrentar os problemas daexistência cotidiana.

Internet telephony (Voip) É a telefonia via Internet. «Define-se assim o uso da Redepara a transmissão de comunicações telefônicas. É neces-sário (além disto, naturalmente, o modem e a conexão à In-ternet) um computador com placa de áudio e microfone eum software específico – no comércio já existem vários –para experimentar o prazer de falar com o Sul da África ouAustrália ao preço de uma chamada urbana (aquela feitaatravés do próprio provedor). Em alguns casos, como como programa Net2Phone, é possível ligar diretamente a umtelefone e não a outro computador. A tecnologia é tambémchamada VOIP, ou seja, Voice Over IP aludindo à técnicade transmissão da voz através do protocolo Internet(TCP/IP)».

Linux«Sistema operacional idealizado pelo jovem programadorfinlandês Linus Torvalds, que trabalha no projeto desde1990 com a ajuda de uma ampla comunidade de programa-dores da Internet. Trata-se de uma versão simplificada deUnix que roda praticamente em todos os tipos de PC e emoutras plataformas hardware, e está disponível em formafreeware na Rede. Linux obteve um enorme sucesso e é uti-lizado também para gerenciar servidores de Internet».

Máquina & SistemaMáquina (hardware): complexo físico das instalações deum sistema informático. Conjunto dos elementos mecâni-cos, elétricos, eletrônicos e magnéticos que constituem amáquina do computador.Sistema (software): Conjunto dos procedimentos, regras emétodos de programação e exploração de computadores eequipamentos de um sistema informático. Sequência de ins-truções codificadas que, quando acessadas devidamente, fa-

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zem com que o computador execute determinadas funções.Parte não-tangível da máquina. Diz-se também programade computador ou conjunto de programas. (Rabaça, CarlosAlberto & Barbosa, Gustavo Guimarães. Dicionário deComunicação. Editora Campos, R.Janeiro, 2002).

My media«Termo introduzido por Nicholas Negroponte em oposiçãoa mass media. O my media é uma mídia altamente perso-nalizada, na qual o usuário compõe sua programação e de-cide o que deseja ver, ler ou escutar, solicitando-o aocomputador ou à TV, graças a instrumentos interativos e asoftwares apropriados que buscam as informações deseja-das».

MicrobloggingÉ uma forma de publicação constante de pequenos conteú-dos em Rede, sob a forma de mensagens de texto (normal-mente até 140 caracteres), imagens, vídeo, áudio MP3, etc,mas também de linha de tempo, citações, anotações. Estesconteúdos são publicados em um serviço de Rede Social,visíveis a todos ou somente às pessoas da própria comuni-dade. O fenômeno do microblogging nasce de um conceito redu-tivo de blog (microblog) e se evoluiu pela exigência de secomunicar com simplicidade, utilizando a rede, indo de en-contro à necessidade essencial de “compartilhar” sentimen-tos, informações, recursos, e tudo o que se deseja, comoutros usuários, de modo coletivo, em nome daquilo que aWeb define como “social”, para sintetizar a própria expe-riência de comunicação compartilhada online.O fundador deste modo de comunicação é o Twitter, a pri-meira plataforma nascida na Web que utiliza esta modali-dade. O Twitter conta com milhões de usuários. Aplataforma é utilizada por políticos, escritores, artistas, jor-nalistas.

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MultitarefaSistema Operacional capaz de lidar com mais de um apli-cativo em execução no mesmo intervalo de tempo. (Raba-ça, Carlos Alberto & Barbosa, Gustavo Guimarães.Dicionário de Comunicação. Editora Campos, R.Janeiro,2002).

Media Player PortátilÉ um dispositivo eletrônico, de dimensões sempre mais re-duzidas e portáteis, em grau de memorizar e reproduzircontéudos multimediais digitais como áudio, imagens, ví-deo, documentos etc. os dados são, em geral, memorizadosem um disco rígido, microdrive, ou memória flash.Pertence a esta categoria, por exemplo, o I Pod, o leitormultimídia pessoal (da Apple) de música, que possibilitaouvir o áudio (geralmente MP3) através de fones de ouvi-do, ou mesmo conectando-se a um aparelho estéreo. Ipod,porém, não é só música: graças a uma capacidade de me-mória sempre mais ampla, pode tornar-se um dispositivode gravação e transporte de dados, ou transformar-se emuma catálogo de endereços, uma agenda, em um pequenogravador de voz (voice recorder).

Nativos Digitais & Imigrantes digitaisOs dois termos foram utilizados, pela primeira vez, pelo so-ciólogo Mark Prensky. Para este autor, os jovens, nascidosentre o fim dos anos noventa e dois mil são “nativos digi-tais”, porque cresceram com as novas tecnologias digitais.Expostos desde o nascimento a uma cultura visual e daimagem, aprenderam a conviver com múltiplas telas (tele-visão, computador, play station, celulat, Internet).Ao contrário, os “imigrantes digitais” são os adultos que,nascidos e crescidos no tempo precedente ao advento dastecnologias digitais, são lançados no mundo digital e obri-gados a adotar as tecnologias e dispositivos que a nova cul-tura lhes impõe.

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Neonomadismo«Condição paradoxal do homem contemporâneo, proprie-tário de meios para comunicar e trabalhar em todos os lu-gares e, portanto, potencialmente desvinculado dascoordenadas espaço-temporais bem definidas. O adventodas novas tecnologias favorece como destino certo a imo-bilidade total. O homem da sociedade digital – é esta, porexemplo, a tese de Paul Virilio – seria um tipo de paralíticotecnológico grudado à sua cadeira, destinado a gozar de to-das as experiências de modo substitutivo, graças a telas, ca-pacetes e instrumentos interativos que o tornariam umturista virtual, em grau de transferir-se a qualquer lugar semprecisar se deslocar. De outra parte, porém, a difusão dostelefones celulares, sempre mais semelhantes a verdadeirose próprios computadores, dos palm top e em geral das tec-nologias wireless (sem fio) evidencia a tendência rumo aonomadismo, ou a possibilidade de fruir qualquer benefício,mas também a invasão das tecnologias da comunicação.Trata-se na realidade de dois aspectos da mesma evolução:de um lado a materialização do corpo, reduzido a ícone vir-tual transferível com um clique do mouse, pronto para co-municar, portanto para estar presente (virtualmente) emqualquer lugar, e de outra parte, a realização concreta destapossibilidade, a mobilidade real do corpo que se mantémsempre conectado a uma rede de telecomunicações».

Netiquetas«Fusão de duas palavras: network e etiquetas; é o neolo-gismo para “etiquetas da Internet”. Também na Rede exis-tem ações que revelam pouco ou quase nenhum respeitopelos outros e por isso devem ser evitadas. Por exemplo, éuma expressão de boa educação responder prontamente aose-mails; usar a máxima cortesia e gentileza; não “saturar”a Rede multiplicando inutilmente as mensagens que estãoem circulação, uma vez que a velocidade com a qual asmensagens são trocadas é um bem comum; não apenas li-mitar-se a buscar informações na Rede, mas também for-necê-las».

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New media (novas mídias)«O conjunto dos novos meios de comunicação constituídospela Internet, TV digital, suportes multimídia, telefonia ce-lular e telemática, resultado de avanços tecnológicos cujasbases comuns foram colocadas no fim dos anos 70. Três li-nhas evolutivas, em particular, favoreceram a discussão so-bre os new media: o desenvolvimento dos computadores eda microeletrônica, os processos nas tecnologias para a trans-formação do sinal analógico em digital, e – no setor das in-fraestruturas de telecomunicação – a invenção das fibrasóticas e o uso dos satélites para conexão wireless». Os com-putadores não são apenas concebidos como meros instru-mentos de cálculo ou transformação de informações codifi-cadas, mas também como instrumentos de suporte à comu-nicação. «Um dos aspectos fundamentais que une os newmedia é a sua predisposição à interatividade, o instaurar-sede um relacionamento completamente novo com o usuário,chamado a participar da produção do conteúdo, segundo for-mas e modalidades diversas de acordo com o meio».

Open Source É um software de código aberto, «literalmente traduzívelcomo fonte aberta, em contraposição à definição logica-mente antiética de fonte fechada, e se refere à modalidadecom a qual os programas predispostos por aparelhos ele-trônicos de diversas naturezas são colocados à disposiçãodos usuários. Enquanto que a licença do software proprie-tário, ou a fonte fechada, limita de vários modos as capa-cidades de uso ou de copiar o programa, a licença OSSconfere, na realidade, ao usuário uma série de capacidadesextremamente amplas».

Paradigma«Na acepção epistemológica, p. é o conjunto coerente deteorias e métodos que caracterizam uma fase do desenvol-vimento de uma determinada ciência. Em Linguística, in-dica o conjunto sistemático das unidades da língua,consideradas fora do contexto».

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Portal«É uma website que funciona como “entrada temática” oucomo “plataforma” para a exploração da Internet. Funcionacomo verdadeiro condutor do usuário, justamente porqueoferece um conjunto de informações, de instrumentos e deserviços capazes de “ordenar o universo” complexo e caó-tico da Rede, privilegiando temáticas específicas. O quemelhor caracteriza um p. é justamente a sua orientação àsatisfação do cliente em potencial e a consequente adoçãode tecnologias em grau de fornecer serviços personalizados.Em geral, um p. oferece espaços web e e-mail gratuitos,consultas a banco de dados específicos, informativos per-sonalizados (semelhante a um boletim de imprensa), chat,comunidades virtuais, sites de busca, links organizados porcategorias temáticas».

Shareware«Software distribuído livremente pela Internet que, se uti-lizado, requer o pagamento de uma quantia (em geral em-butida) para o seu criador. Trata-se de programas protegidospor copyright, bem diferente do que acontece com o soft-ware freeware».

SmartphoneUm smartphone é um dispositivo portátil que une funçõesde gestão de dados pessoais e de telefone celular. A carac-terística mais interessante dos smartphone (por exemplo,iPhone, Blackberry etc) é a possibilidade de instalar outrosaplicativos que acrescentam novas funcionalidades. Estesprogramas podem ser desenvolvidos pelo fabricante doaparelho, pelo usuário ou por terceiros. Hoje existem smartphones com conexões GSM/GPRS/EDGE/UMTS/HSDPA. Os smartphones podem utilizar astecnologias Bluetooth e Wi-FI para a comunicação com ou-tros dispositivos.

Tablet computer (es. ipad) É um computador, caracterizado por dimensões compactas,

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que utiliza como único sistema de entrada uma tela contro-lada por uma caneta ou através de toques, ao invés de umteclado e um mouse. É dotado de todas as conectividadese de todas as funcionalidades que se espera de um compu-tador pessoal e pode ser utilizado nas mais diversas situa-ções e lugares, diferentemente de um computador portátilnormal.

User-generated content User-Generated Content (UGS) representa a atividade (e opapel) que os usuários da rede têm no processo de produçãodos conteúdos, sejam esses didáticos, científicos, históricos,artísticos, ambientais, culturais, de negócios, de comunica-ção e outros.Em particular o fenômeno da UGC é uma filosofia atravésda qual a produção de conteúdos, desenvolvida por espe-cialistas (sociedade editorial, redação, universidade etc) éamparada e, por vezes, substituída pela produção de con-teúdos dos usuários que é mais incisiva e tempestiva do queo processo de produção tradicional. A UGC se serve de ambientes aplicativos capazes de favo-recer este tipo de conteúdos, sobretudo através de serviçosonline que não necessitam de competências técnicas espe-cíficas. Esta transformação representou uma verdadeira re-volução no âmbito de diversos segmentos do mercado,primeiramente da mídia que vive em contínuo reposiciona-mento, em relação às informações vindas de milhares deusuários da Rede que produzem, comentam e aprofundamnotícias, fatos, fenômenos de qualquer natureza. O fenômeno, neste sentido, é visto como uma expressão da“democratização” da Rede, no sentido de que cada um tor-na-se produtor e não apenas consumidor; torna-se ator enão mais usuário da comunicação multimedial.Para compreender a UGC totalmente, é importante colocá-la dentro do conceito da Web 2.0; ou seja, a segunda gera-ção da web que transformou o modo de conceber a Internet,passando de um grande provedor de website e portal, ondeinformações e conhecimentos são produzidos por poucas

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fontes, financeira e profissionalmente capazes, a um mo-delo de contribuição por parte de qualquer pessoa, atravésde sistemas capazes de compartilhar avaliações, pontos devista, conteúdos.

Usabilidade «Refere-se a um conjunto de características, graças àsquais, um produto satisfaz as exigências implícitas e explí-citas das pessoas que o utilizam (os usuários finais) e deser facilmente compreendido e usado. A u. não se refere so-mente aos produtos software; pode ser estendida a todos osinstrumentos com os quais o homem interage: desde osutensílios de trabalho aos objetos de uso cotidiano (comoo celular, o forno microondas, o estéreo), à mesa de con-trole dos processos. Comumente se faz referência à u. tam-bém com o termo user friendly, para indicar justamente ascaracterísticas de facilidade de uso que consentem a usuá-rios não expertos interagir eficazmente com o produto».

Video game console Video Game1.Tipo de jogo, em forma de vídeo interativo, cujas ima-gens e situações podem ser manipuladas pelo usuário, atra-vés de alavancas de comando, mouse ou teclado. 2. Console, destinado ao controle de jogos eletrônicos do-mésticos, capaz de gerar e movimentar imagens na tela deum televisor comum. 3.Cartucho ou qualquer outro dispo-sitivo de memória contendo um jogo desse tipo. 4.Progra-ma ou arquivo que oferece esse tipo de entretenimento pormeio de um computador. Diz-te também telejogo e telega-me. (Rabaça, Carlos Alberto & Barbosa, Gustavo Guima-rães. Dicionário de Comunicação. Editora Campos, R.Janeiro, 2002).

Web semantico Com este termo, cunhado pelo seu ideador, Tim Berners-Lee, entende-se a transformação da World Wide Web emum ambiente onde os documentos publicados são associa-dos a informações e dados que especificam o contexto se-

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mântico em um formato adequado às interrogações e às in-terpretações (ex. através de sites de busca) e, em geral, àelaboração automática. Com a interpretação do conteúdodos documentos que a Web semântica defende, as pesquisasserão muito mais evoluídas que as atuais, baseadas no do-cumento de palavras-chave e outras operações especializa-das.

Web radio & web tvWeb-rádio: Transmissão e recepção de sinais de emissorasde radiofusão via internet.Web-TV: Transmissão e recepção de sinais de TV via In-ternet. (Rabaça, Carlos Alberto & Barbosa, Gustavo Gui-marães. Dicionário de Comunicação. Editora Campos, R.Janeiro, 2002).

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