SBHE...Cláudia Engler Cury Mauricéia Ananias Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais, 1984 e 1991, respectivamente pela Universidade Estadual de Campinas (1984). Licenci

Coleção Documentos da Educação Brasileira

Sociedade Brasileira de História da Educação

A INSTRUÇÃO PÚBLICA NA PARAHYBA DO NORTE DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS DE

PRESIDENTES DA PROVÍNCIA (1837-1889)

Cristiano Ferronato (Organizador do volume)

Cláudia Engler CuryMauricéia Ananias

Antonio Carlos Ferreira Pinheiro(Organizadores da série)

Cláudia Engler Cury

Mauricéia Ananias

Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais, 1984 e 1991, respectivamente pela Universidade Estadual de Campinas (1984). Licenciatura em História (1996), Mestrado em Educação e doutorado e m E d u c a ç ã o t a m b é m p e l a Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é membro da Comissão de Editoração da Revista SAECULUM. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em História da UFPB no biênio 2005-2007. É P r o f e s s o r a A s s o c i a d a I I d o Departamento de História e membro efetivo dos Programas de Pós-G ra d u a çã o e m H i stó r i a e e m Educação ambos da Universidade Federal da Paraíba. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de História da Educação no biênio 2013-2015 (Tesoureira). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em História da Educação no Nordeste Oitocentista (GHENO)/CNPq.Endereço eletrônico:[email protected]

Atualmente é professora Adjunta do Centro de Educação e membro do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba. Possui graduação em Licenciatura Plena em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCC - (1994), mestrado (2000) e doutorado (2005) em H i s t ó r i a d a E d u c a ç ã o p e l a Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.). Compõe a Comissão Editorial da Revista HISTEDBR On-line UNICAMP/SP. Integra os Grupos de pesquisa: História da Educação no Nordeste Oitocentista- GHENO e Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba- HISTEDBR/PB, ambos radicados na Universidade Federal da Paraíba e registrados no Diretório de Grupos do CNPq.Endereço eletrônico: [email protected]


A INSTRUÇÃO PÚBLICA NA PARAHYBA DO NORTE DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS DE PRESIDENTES DA

PROVÍNCIA (1837-1889)


Comissão Editorial: José Gonçalves Gondra (Universidade Estadual do Rio de Janeiro)

Carlos Eduardo Vieira (Universidade Federal do Paraná)

Regina Helena Silva Simões (Universidade Federal do Espírito Santo)

Claudia Engler Cury (Universidade Federal da Paraíba)

Capa: Omar Schneider

Imagem da capa: Cidade da Paraíba - João Pessoa (1626).

Fonte: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro.

Programação visual e de interface: Omar Schneider

Editoração Eletrônica: Wagner dos Santos

Contatos: [email protected]

Todos os direitos reservados aos organizadores.

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

I59

A Instrução pública na Parahyba do Norte discursos, falas e relatórios de presidentes da província (1837-1889) [recurso eletrônico] / Cristiano Ferronato (org.). - 1. ed. - Dados eletrônicos. - Vitória, ES : SBHE/Edunit/Virtual Livros, 2015.

527 p. - (Coleção Documentos da Educação Brasileira; Cláudia Engler Cury, Maruricéia Ananias, Antonio Carlos Ferreira Pinheiro; 12)

Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-67757-06-3 Modo de acesso: e

1. Documentos públicos – Paraíba - Fontes de informação – 1837-1889. 2. Paraíba – Educação - Discursos, ensaios, conferências - 1837-1889. I. Ferronato, Cristiano, 1975- . II. Série.

CDU: 37(813.3)


Cláudia Engler Cury Mauricéia Ananias

Antonio Carlos Ferreira Pinheiro (Organizadores da série)

A INSTRUÇÃO PÚBLICA NA PARAHYBA DO NORTE DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS DE PRESIDENTES DA

PROVÍNCIA (1837-1889)

Cristiano Ferronato

(Organizador do volume)

Paraíba 2015


Diretoria da SBHE: Biênio 2013-2015

Presidente José Gonçalves Gondra (UERJ) Vice-Presidente Carlos Eduardo Vieira (UFPR) Secretária Regina Helena Silva Simões (UFES) Tesoureiro Claudia Engler Cury (UFPB)

Regionais Regional Norte José Silvério Bahia Horta (UFAM) Clarice Nascimento de Melo (UFPA) Regional Centro-Oeste Eurize Caldas Pessanha (UFMS) Wolney Honório Filho (UFG) Regional Nordeste César Augusto Castro (UFMA) Zuleide Fernandes Queiroz (URCA) Regional Sudeste Carlos Henrique de Carvalho (UFU) Bruno Bontempi Júnior (USP) Regional Sul Beatriz Terezinha Daudt Fischer (UNISINOS) Gladys Mary Ghizoni Teive (UDESC)

Endereço: Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pós-Graduação em Educação Secretaria da Sociedade Brasileira de História da Educação Av. Fernando Ferrari, 514 Goiabeiras 29060-970, Vitória, Brasil http://www.sbhe.org.br


SUMÁRIO

Apresentação da coleção ................................................................................................... 09

Palavras iniciais aos leitores .............................................................................................. 11

Agradecimentos ................................................................................................................. 13

DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS: 1837-1889

A instrução nos discursos, falas e relatórios de presidentes da Província da Parahyba do Norte ............................................................................................................................. Cristiano de Jesus Ferronato

15

DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS: 1837-1889 ................................................................. 23

DISCURSO... 15 de Janeiro de 1837 .................................................................................. 24

FALLA...24 de Junho de 1838 ............................................................................................. 25

FALLA... 16 de Janeiro de 1839 .......................................................................................... 28

FALLA... 1º de Outubro de 1840 ........................................................................................ 30

FALLA...7 de Maio de 1841 ................................................................................................ 31

RELATÓRIO... 15 de Novembro de 1842 ........................................................................... 31

DISCURSO... 4 de Agosto de 1843 ..................................................................................... 34

RELATÓRIO... 3 de Maio de 1844 ...................................................................................... 38


RELATÓRIO... 6 de Maio de 1846 ..................................................................................... 50


RELATÓRIO... 10 de Agosto de 1848 ................................................................................. 56

RELATÓRIO... 1º de Agosto de 1849 .................................................................................. 62

EXPOSIÇÃO... 23 de Janeiro de 1850 ................................................................................. 66

EXPOSIÇÃO... 16 de Março de 1850 .................................................................................. 67

EXPOSIÇÃO... 30 de Setembro de 1850 ............................................................................. 67

RELATÓRIO... 24 de Fevereiro de 1850 ............................................................................. 68

RELATÓRIO... 2 de Agosto de 1850 ................................................................................... 69


EXPOSIÇÃO... 8 de Maio de 1851 ...................................................................................... 70



RELATÓRIO... 29 de Abril de 1853 ..................................................................................... 83


EXPOSIÇÃO... 7 de Outubro de 1853 ................................................................................. 95

RELATÓRIO... 13 de Dezembro de 1853 ............................................................................ 96


EXPOSIÇÃO... 7 de Junho de 1854 ..................................................................................... 107

RELATÓRIO... 2 de Outubro de 1855 ................................................................................. 108

EXPOSIÇÃO... 16 de Abril de 1855 ..................................................................................... 112

EXPOSIÇÃO... 5 de Agosto de 1856 ................................................................................... 125

RELATÓRIO... 1º de Agosto de 1857 ................................................................................. 133

EXPOSIÇÃO... 9 de Abril de 1857 ....................................................................................... 147

RELATÓRIO... 20 de Setembro de 1858 ............................................................................ 148

RELATÓRIO ... 4 de Junho de 1859 ................................................................................... 154


RELATÓRIO... 15 de Junho de 1860 ................................................................................... 169

RELATÓRIO... 17 de Março de 1861 .................................................................................. 173

EXPOSIÇÃO... 18 de Maio de 1861 .................................................................................... 190

RELATÓRIO... 1º de Agosto de 1861................................................................................. 191

RELATÓRIO... 31 de Maio de 1862 .................................................................................... 201

RELATÓRIO... 1º de Outubro de 1863 ............................................................................... 216

RELATÓRIO... 20 de Fevereiro de 1864 ............................................................................. 221

RELATÓRIO... 1º de Outubro de 1864 ............................................................................... 223

EXPOSIÇÃO... 2 de Julho de 1865 ...................................................................................... 241



RELATÓRIO... 5 de Novembro de 1866 ........................................................................... 300



EXPOSIÇÃO... 1º de Novembro de 1867 ........................................................................... 320

RELATÓRIO... 29 de Julho de 1868 .................................................................................... 322


RELATÓRIO... 1º de Novembro de 1868 ............................................................................ 322

EXPOSIÇÃO... 9 de Abril de 1869 ....................................................................................... 336


RELATÓRIO... 2 de outubro de 1869 ................................................................................. 341

RELATÓRIO... 1º de Fevereiro de 1870 ............................................................................. 359

RELATÓRIO... 17 de Fevereiro de 1870 ............................................................................ 359

EXPOSIÇÃO... 24 de Outubro de 1870 ............................................................................... 364

RELATÓRIO... 7 de Dezembro de 1870 .............................................................................. 365

FALLA... 16 de Outubro de 1871 ........................................................................................ 366


FALLA... 7 de Junho de 1872 .............................................................................................. 387


OFFICIO... 25 de Junho de 1872 ......................................................................................... 393

FALLA... 6 de Setembro de 1873 ....................................................................................... 394


RELATÓRIO ... 9 de Outubro de 1875 ................................................................................ 417


RELATÓRIO... 9 de Janeiro de 1877 ................................................................................... 428


RELATÓRIO... 1º de Março de 1878 .................................................................................. 434

RELATÓRIO ... 1º de Janeiro de 1879 ................................................................................ 435


EXPOSIÇÃO... 10 de Junho de 1880 ................................................................................... 441



RELATÓRIO... 3 de Setembro de 1880 .............................................................................. 454

RELATÓRIO... 21 de Setembro de 1881 ............................................................................. 456


RELATÓRIO... 4 de Outubro de 1882 ................................................................................. 469

FALLA... 4 de Outubro de 1883 .......................................................................................... 473


RELATÓRIO... 1º de Agosto de 1884 ................................................................................. 483

OFFICIO... 31 de Agosto de 1884 ...................................................................................... 484


FALLA... 1º de Agosto de 1886 .......................................................................................... 492

FALLA...3 de Agosto de 1887 ............................................................................................. 506

RELATÓRIO...9 de Agosto de 1888 ................................................................................... 520

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................

527


23

DISCURSOS, FALAS E RELATÓRIOS: 1837-1889


24

DISCURSO... 15 de Janeiro de 1837

DISCURSO com que o Prezidente da Província da Paraíba do Norte, fez na abertura da Sessão

Ordinária da Assembléia Provincial no mez de Janeiro de 1837.

[...]

Passarei a falar-vos da Instrucção elementar da Província, sobre que já tendes

aprezentado medidas legislativas, que todavia não são sufficientes para animar este

importantíssimo ramo, cujo atrazo ainda muito carece de vosso esclarecido zelo. Fôrça he

dizer-vos, que as escolas de Primeiras Lettras, que se achão providas excepto a de meninos do

Districto de São Jozé do Rio do Peixe, e de Santa Luzia, no Termo da Villa de Patos, e as de

meninas das Villas de São João, e de Pombal, apezar da recompensa por vós concedida aos

professores, marchão com hum pé, tudo é irregular: o mesmo direi das duas aulas de Ensino

Mútuo desta cidade, que ____com o méthodo individual, estão longe de aprezentar as

vantagens dezejadas; dependentes, como se achão os respectivos Professores, já do abito, e

educação dos alumnos, já da regularidade do mecanismo, e já em fim da unidade do systema

das escolas normaes. Também estão providas todas as cadeiras de Latim , e de Francez

creadas em differentes villas da Província. Finalmente acha-se montado o Lycêo desta cidade,

creado por Lei de 24 de Março do anno findo sob n. 11, faltando apenas o lugar de Substituto

de Philosophia e Geometria; cujo concurso terá lugar em devido tempo. Aqui, vos deixo os

estatutos, que, por intermédio meu, vos affereço a Congregação, que os organizou em virtude

do Artigo 4.º da mesma Lei: recebei-os, e tomai-os na consideração, que eles vos merecerem.

Nada vos direi, Senhores, a respeito do número de Alumnos, que frequentão as

differentes aulas da Província, nem me foi possível obter as necessárias informações, nem eu

poderia nada dizer-vos, que fosse estranho ao vosso conhecimento, tendente a falta de gosto,

que ainda gira entre nós para a instrucção da juventude. Mas; senhores, se vós não são

occultos estes precedentes, também não duvidaes, que só o progresso da civilização póde

despertar no coração dos pais de família o interesse de darem a seus filhos huã educação

iluminada, e desenvolver néstes o dezejo de aperfeiçoarem o seu entendimento: entretanto

que os vossos esforços nésta parte só mais tarde serão apreciados, e só mais tarde recebereis

o merecido tributo de gratidão. Por tanto desacorçoeis: daí todas as escolas Estatutos

uniformes que reprimão o desleixo dos Professores, e o pouco zelo no ensino da mocidade:

marcai com individuação, e clareza os cazoz, em que o Governo os pode demitir; estabelecei

prêmios aos que aprezentarem anualmente hum certo número de discípulos em estado de

serem examinados; finalmente sujeitai-os a fiscalização activa, e escrupulosa de hum Agente

do Governo. Désta forma promovereis a instrucção elementar da Província, aprezentando

medidas efficazes, indispensáveis, e adequadas as nossas circunstancias

[...]

Já que tractamos da instrução Publica, e da Religião cumpre lembrar-vos a criação de

dous novos Estabelecimentos, não menos caridosos, que uteis. O primeiro he huã espécie de

Lazareto [...]O segundo Estabelecimento, do que mais alto vos fallei, he o de Educados Pobres,

e órfãos, que se appliquem aos Officios mecânicos, à imitação dáqueles, de que tanto

proveito tem tirado a Provincia de Pernambuco. Não gastarei tempo em mostrar-vos as


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vantagens, que podem rezultar déste Estabelecimento; ellas vós não são desconhecidas:

lemitar-me-hei em dizer-vos tam somente, que a Provincia não fará com que elle huã despeza

improductiva; por quanto os mesmos Educandos endemnisarão, á principio com o trabalho

proporcionado á suas forças, e pelo tempo adiante, quando aperçoados, com huã parte do

salário, que vencerem, Entre tanto o Estabelecimento póde ser montado no mesmo Trem da

Provincia para maior economia; e com 20 a 30 Educandos destinados a aprenderem os Officios

de maior uso, e precizão.

Finalmente basta attender á falta de operários para as obras publicas de que passo a

dar-vos conta

Sobre Impostos e arrecadação

[...]

Não foi a despesa de que tratei acima a única que o governo julgou conveniente

authorizar. Reflectindo que o despendio com a Capellania (a) dos prezos da cidade e ordinária

(b) do Convento de Santo Antonioda mesma, se tem constantemente satisfeito, em [...] Leis

que posto antigas, ainda se achão em vigor; attendendo a justiça e conveniencia mesma de

hum e outro, rezolveo, que ellas se effectuassem, authorizado pelo Artigo 22 da Lei de 23 de

março já citada: bem como, que fosse paga a Professora de primeiras letras da Cidade, do

aluguel da caza, em que dá aula, desde 15 de junho de 1835 até 30 de julio do mesmo anno

ultimamente findo; attentas as razões, com que baseará a sua pretensão, e com as quaes o

Governo se conformou a vista da Rezolução, todavia, a respeito, por o extincto Conselho

Prezidencial.Rezolvendo pela affirmativa, quanto as despezas, de que vendo de fallar-vos, o

Governo julgou deliberar pela negativa acerca da gratificação do Porteiro do Lycêo désta

Cidade, ao qual mandou pagar tam somente o Ordenado, que lhe estabelecia a Lei Provincial

de 4 de Março do anno próximo [...], por lhe faltar o exercício de Bibliotecário a que entendeu

só competir a gratificação, marcada no § 1.º do Artigo 4.º da Lei de 29 de Março. A vós,

Senhores, toca fixar a verdadeira intelligencia de huã, e outra Lei, a fim de que nem fique

lezado o Empregado, e nem prejudicada a Fazenda Pública.

[...]

Cidade da Paraíba do Norte, 15 de Janeiro de 1837.

Basílio Quaresma Torreão

FALLA...24 de Junho de 1838

FALLA com que excelentíssimo, Presidente da Província da Parahyba do Norte, o Doutor

Joaquim Teixeira Peixoto d´ Albuquerque installou a 1.ª Sessão da 2.ª Legislatura

dÁssembléia Legislativa Provincial no dia 24 de Junho de 1838.

Drs. Deputados à Assembléia Legislativa Provincial

[...]


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INSTRUCÇÃO PUBLICA

Sendo inegável, Snrs, que da maior somma dos conhecimentos é que resulta o

melhoramento, perfeição da moral, base fundamental de toda a civilização, e felicidade de

hum Paiz; é também innegável que a Instrucção Pública é justamente aquele ponto para o qual

os Legisladores devem convergir todas as suas Vistas. Seria para desejar que hum Systema

Nacional de educação regulasse todo o Império; mas em sua falta é conveniente que o maior

grão de instrucção. E moralidade sirva de thermometro para a escolha das empregados, não se

devendo só regular por essas formalidades de habilitações, que nem sempre comprovão

conducta moral.

N´esta Capital ha hum Lycêo, composto das aulas de Latim, Francez, Rhetórica,

Geometria, Philosophia racional, e Moral; o numero dos allumnos que as frequentão, montão

a 120, segundo o Mapa que voz será appresentado. Mas, ou por que seja hum novo

estabelecimento, e seja da condição das cousas novas encontrar embaraços, e tropeços, na sua

carreira, ou por que lhe falta algumas disposições Legislativas, considero que este

estabelecimento inda não nos offerece todas as vantagês. Duas são as Substituições únicas

que existem para todas as Aulas; e me parece pouco possível que, no caso de faltarem dois, ou

mais Lentes das Cadeiras para as quaes ha hum Substituto, o que bem póde accontecer, e

defacto accontece, o Substituto competente possa preenxer todas estas faltas; julgo pois

conveniente a criação de mais hum substituto, que possa, no caso apontado, sanar o mal, de

que é para recear; lembro-vos também, Snrs. a divisão da Cadeira de Rhetórica, por

igualmente não achar crível, que no curto espaço de hum anno, inclusive o tempo das férias,

humProfessor só possa ensinar Rhetórica, Poética, Geografia, História, e Chronologia. A criação

pois de h~ua Cadeira, composta d`estas 5 ultimas materias, parece de utilidade, e os indivíduos

que se dedicarem às Aulas do Lycêo aprenderão, neste cazo, com mais ordem, methodo, e

regularidade. Seria igualmente interessante que a Assembléia se lembrasse de cria h~ua Aula

de Comércio, em qual se ensinasse a escripturação por partidas dobradas, reducção de pesos,

e medidas, Câmbios, Seguros, avarias & A criação desta cadeira acarretaria com sigo não

poucos benefícios, por que devendo esta Província, pela sua localidade, e excelente Porto, ser

bastante Comercial, lucraria não pouco, que se applicassem aos estudos mercantis, quando

não a todos, pelo menos aos mais necessários, aqueles a que essa vida se quisessem dedicar. O

verdadeiro Negociante é h~u hom~e instruído; pelo menos no que é relativo ao seo emprego,

e occupação: elle deve conhecer a Legislação a que está sujeito, pelo gênero de vida que

adoptou, as penas em que incorre, pela infração de qualquer Contracto; o modo prático

porque deve proceder à escripturação dos seos Livros, e tudo depende de h~u estudo bem

coordinado. Esta aula se acha em todos os Paizes civilisados, e entre nós já tem logar em

algumas Províncias do Império; a sua criação é certamente hum preceito da Lei Geral de 4 de

Outubro de 1831, art. 96, que manda – que nenh~u individuo possa ser admettido aos logares

de Fazenda, sem que apresente exame de quase todas essas matérias.

Senhores, não se limitão aqui as minhas vistas. A simpatia que consagro a esta Província,

a gratidão que lhe devo tributar pelo bom acolhimento que sempre nèlla encontrei, os

desejos, que me sobrão, de concorrer com meos esforços para o seo augmento, riqueza, e

instrucção, me fizerão conceber h~u outro projecto, e ainda que as nossas Rendas Públicas não

sejam suficientes para a sua perfeita execução, com tudo eu me a venturo a lembrar-vo-lo,


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persuadido que de vossa perspicácia, sabedoria, e sentimentos verdadeiramente Patrióticos

dependerá unicamente o bom êxito de todo o plano. He este a criação de h~u Collegio, ou

Seminário, ou Academia de Bellas Letras, onde, recebendo-se pencionistas, e addmitindo-se a

estudar certos números dáqueles indivíduos talentosos, que pelas suas circunstancias não o

podem fazer independentemente de socorros alheios, se encine todas as matérias mais

necessárias a vida social; em fim os estudos preparatórios, devendo obter o grão de Bacharel

em Letras, sendo indispensável néste caso, que para animardes a instrucção estabeleçais

como Lei, que os indivíduos assim graduados, serão, com preferência, e exclusão de outros

quaesquer, admittidos aos Empregos Públicos. Para este estabelecimento não me parece

haver muita difficuldade, por que unindo-se a elle as Aulas actuaes do Lycêo, com a criação de

outras que julgardes convenientes, resta a penas a difficuldade de se achar h~ua Casa que

proporcione os cômodos necessários, e que decreteis huma quota para a sustentação do

Numerários, e Empregados da Casa. Entre tanto o Vosso patriotismo aplainará estas

difficuldades, e esta obra de certo vos eternisará, dando nome, egloria a esta Província. Aqui

parece lugar próprio de lembrar-vos, que nenhum effeito tem produsido a vossa Lei que

mandou criar h~ua Biblioteca Pública, por que estabelecendo os princípios, não

proporcionastes os meio para obter o fim. He preciso que ocorraes com algum providencia

para esta obra útil, e athe necessária, attenta a falta de Livros que há nésta Cidade, e para

ajuda désta despesa não me parece muito fora de propósito, que os Estudantes paguem h~ua

taxa, ainda que módica, no principio de cada anno á titulo de matricula. O Director do Lycêo

representou-me a falta de Livros, e mandou-me a relação dos que precisava para o dos

Alumnos, cuja relação vos será apresentada; para providenciardes a respeito. Quanto ao lugar

onde a Biblioteca deve ser estabelecida, eu vos lembro o Coro do Collégio, onde se achava a

Secretaria do Governo; com pouca despesa, e trabalho ficará esse lugar sufficiente para este

fim.

Quanto as cadeiras de 1.a as Letras da Província de h~u, e outro sexo, devo informar-vos,

que achando-se 7 vagas, e a concurso inda não apparecérão oppositores a ellas, mas o

Governo espera, que os Parahibanos verdadeiramente amantes das Letras, a ellas se opporão,

embreve tempo ficarão todas providas. Existem na Província 45 Aulas de 1.as Letras; 36 de

Meninos, e 9 de Meninas. O Professor desta Cidade Alta, tendo alguns annos de serviço, e

achando-se em estado que inteiramente o impossibilita para o Magistério, em conseqüência

de moléstias nos olhos, foi apposentado, pelo meo antecessor, com 246$ rs proporcionados ao

tempo do Serviço: persuado-me que approvareis esta justa reforma, afim de prover –se a

Cadeira, como incumbe a Lei. Resta agora pedir-vos que determineis hum compêndio por onde

os meninos devão principiar a aprender, visto haver toda a repugnância em se admittir o já

destinado—Palavras de hum Crente---

[...]

Palácio do Governo da Parahiba do Norte, 24 de Junho de 1838

Joaquim Teixeira Peixoto de Albuquerque


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FALLA... 16 de Janeiro de 1839

FALLA com que o Exm. Presidente da Província da Parahyba do Norte, o Dr. João José de

Moura Magalhaens, abrio a segunda sessão da 2.ª legislatura da Assembléa Legislativa da

mesma Província em o dia 16 de Janeiro de 1839. Pernambuco, Tip. de M.F. de Faria, 1839.

Senhores Deputados à Assembléia Legislativa Imperial

[...]


A educação publica, que tem por objecto formar o coração e o espírito da mocidade,

inspirando-le hábitos, que lhe dão o gosto da virtude, e ensinando-lhe a pratica dos seus

deveres, deve merecer a seria atenção do Legislador. Das informaçõens, que tenho colhido,

posso asseverar, que a instrucção elementar é ainda bastante defeituoza, o que é devido não

só há irregularidade do methodo de ensino, mas á falta de hábeis Professores para todas as

escolas. Cumpre que uma Lei prescreva um sistema de ensino uniforme para todas as aulas, e

mais completo, e perfeito do que aquelle, que se acha determinado nas Leis Provinciaes de 19

de maio de 1835, e 6 de Maio de 1837. Sendo inegável, que é assaz trabalhoza a occupação de

instruir a mocidade, não é possível que sejam chamados ao Magistério, homens hábeis com o

pequeno estipêndio, que ora percebem. Augmentar, portanto seus honorários, marcar-lhes

gratificações em razão de aproveitamento dos alumnos, fixar o numero de annos para a

jubilação e ao mesmo tempo sujeital-os a uma rigoroza fiscalização, e determinar mesmo os

cazos, em que elles possão ser demittidos, são, á meu ver, meios seguros de se obterem bons

Mestres; a certeza do castigo, e o attractivo das recompensas os excitarão a cumprir fielmente

seus deveres. Não julgo porém completo o plano de educação da mocidade, em quanto

aquelles que se destinão ao Magistério não forem habilitados núma Escola Normal, e para

esse fim seria conveniente, que alguns moços de reconhecida capacidade fossem estudar, á

custa das Rendas Provinciaes, na escola normal da Capital da Província do Rio de Janeiro, e

depois de terem adquirido a preciza instrucção se empregarem no Magistério da Província.

Existem na Província 45 Aulas de Primeiras Lettras; 36 de Meninos, e 9 de Meninas. A

excepção das duas aulas da Capital, todas as mais seguem o ensino individual e simultâneo.

Estou bem longe de persuadir-me, que o methodo Lancasterianoesteja nésta Cidade

perfeitamente desenvolvido. Faltão cartas apropriadas, compêndios escolhidos, cazas dúmas

construcção particular,á fim de que tão bello sistema tenha o seu perfeito andamento, e

instruídos os meninos por um methodo mais fácil, e mais natural, dentro em pouco tempo

possão aplicar-se á estudos maiores, ou ás diversas occupações da vida. Achão-se vagas as

Cadeiras de primeiras Letras de Meninos da Villa do Conde, Piancó, Pombal, Povoação de

SantÁnna do Congo, e de Meninas da Villa Real de S. João; e para ellas ainda não apparecerão

opositores. O Governo mandou publicar novos editaes, e espera, que brevemente essas

Cadeiras sejão preenchidas. Convem, senhores, que delibereis sobre a jubilação, concedida ao

Professor Publico de primeiras Letras da Cidade Alta, a fim de que tenha lugar o provimento da

Cadeira, e não padeça e ensino publico. Com razão apparece alguma repugnância em aceitar-

se para compendio das Escolas o Opúsculo intitulado – Palavras de um Crente, - Nem pelo seu


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estilo, nem pelas suas doutrinas elle pode convir á capacidade dos Alumnos. Devendo os

meninos ser instruídos nos seus deveres, e nos primeiros elementos da Moral, e da religião,

muito importa, que a sua pequena comprehensão seja fortificada pelo socorro de modelos

bem escolhidos, tanto por um estilo fácil, como por sua composição clara, e correcta, que,

contendo em si idéias precisas, e exactas, sirvão de dispertar a actividade, e sagacidade do

espírito. Julgo conveniente, que para as escolas dèsta Província adopte a Tabela das

Doutrinas, que por aviso da Secretaria dÉstado dos Negócios do Império de 16 dÁgosto de

1833 foi mandada observar pelos Professores das Escolas de primeiras Letras da Capital do

Império, e Província do Rio de Janeiro. O Licêo desta capital é composto das Aulas de Latim,

Francez, Rhetorica, Geometria, e Philozophia Racional e Moral este estabelecimento, como

uma instituição nova, não pode ainda produzir os desejados fins, e mesmo o plano de estudos

deve ser mais extenso, e mais apropriado ás nossas necessidades, e circunstancias. Convem

ensinar doutrinas filosóficas mais extensas, e mais novas, do que a Lógica, e a Outologia das

velhas Escolas. O estudo da Geografia, e Historia, pela sua importância, e para que seja

aprendido com methodo, e regularidade, deve formar uma Cadeira separada da Rethorica.

Reputo igualmente necessária uma cadeira de Dezenho. Na opinião de bons escriptores elle

faz parte da Instrucção Primária, do qual se não póde prescindir em todo plano de educação

bem regulada. Há mesmo quem o considere como um complemento da inteligência humana.

Sendo o nosso paiz essencialmente agrícola, e dúma reconhecida fertilidade, uma das couzas

nocivas a lavoura é sem duvida a falta de instrucção. Eu vos lembro, Senhores, uma Cadeira

dÁgricultura, que preste úteis conhecimentos aos nossos lavradores para se poderem

aproveitar das immensas riquezas, que encerra em nosso solo abundante, fecundar terrenos

incultos, colher as producções, que elles dão espontaneamente, e que estão perdidas, e

naturalizar aquellas, que ainda não são conhecidas. A par da Agricultura deverá merecer

vossos desvellos o estudo da Economia Política, cuja sciencia, tendo por fim conduzir os

homens a felicidade pela producção, multiplicação, e bom uso das riquezas, concorre e

ficazmente para o bem da Pátria, e da Humanidade. Eu não ignoro o estado das Rendas

Provinciaes; mas cumpre fazer todos os esforços para o estabelecimento de escolas, em que se

ensinem artes, e sciencias tão necessárias á perfeição da sociedade. Desejo em fim, que,

dando-se uma nova organização ao Liceu, seja este revestido de toda a dignidade, e

consideração, e venha a ser um verdadeiro foco de luzes, e deposito de princípios Nacionaes. A

Biblioteca, que pela Lei de 24 de Março de 1836 se mandou crear na Capital, ainda não teve

principio. É necessário que habiliteis o Governo com meios indispensáveis para a compra dos

primeiros livros, que sirvão de começo à esse estabelecimento: entre tanto não está fora de

propósito lembrar, que as Câmaras Municipaes da Província devem ser authorizadas a receber

donativos para tão útil Instituição, á exemplo dos que por Lei se acha determinado para a

Província do Maranhão. Além das Aulas de primeiras Letras, e as que se achão reunidas no

Lyceu, existem mais 6 cadeiras de Latim nas Villas Nova de Souza, Pombal, Brejo dÁrea,

Campina Grande, Mamanguape, e Pilar. Ainda não vierão os mapas do numero de Alumnos,

que frequentão estas Escolas, e do seu adiantamento, pra se poder ajuizar da sua utilidade, e

estado em que ellas se achão.

[...]

Palacio do Governo da Parahiba do Norte 16 de janeiro de 1839.

João Jozé de Moura Magalhaens.


30

FALLA... 1º de Outubro de 1840

FALLA com que o Exm. Presidente da Provincia da Parahiba do Norte, Francisco Xavier

Monteiro da Franca, installou a segunda sessão da terceira legislatura da Assembléa

Provincial, no dia 1.º de Outubro de 1840. Pernambuco, Typ. Imparcial de L.I.R. Roma, 1841.

Digníssimos Senhores Deputados Provinciaes

[...]

Há outros dois objectivos, que não me he licito passar em silêncio pela sua gravidade

fundamental no interesse de todos. São elles a Instrucção publica, e a Agricultura. Estes dois

importantíssimos elementos, hum para crear outro para sustentar a Sociedade, devem estar

sempre de baixo das nossas vistas legislativas, e administrativas.

Ninguém ignora, que a moralidade he huma base principal da Sociedade no systema

representativo, onde homens são levados ao cumprimento dos seus deveres, antes pela

convicção da utilidade, do que pelo temor das penas. Mas he hum perfeito desvaneio esperar,

que se chegue a este grau de moralidade sem proporcionar ao povo os meios de alcança-lo. O

primeiro, e indispensável meio he a Instrucção publica, que a nossa constituição tem

garantido, e em que todos de commum accordo nos esmeramos. Depois de tantas escolas,

creadas destacadamente em tantos pontos da Província sem a inspecção exacta, que sobre

ellas devia haver, he visível, que não temos ainda colhido, nem poderemos jamais colher os

bons resultados, que erão esperados dos sacrifícios pecuniários, que se

estão fazendo. Cumpre, que vossa sabedoria descubra meios, e applique medidas mais

profícuas a conseguir esses tão desejados fins de uma instrucção mais proveitosa, e mais

consolidada na boa moral. He isto em quanto a instrucção primária.

Porem se lançarmos a vista á Instrucção secundária, salta aos olhos desde logo dar toda

a preferência a aqueles estudos, e sciencias, que tiverem huma ligação mais estreita, e mais

poderosa influencia sobre a agricultura, por que os conhecimentos, que tendem a facilita-la,

dando a esperar mais vantajosos productos, devem ser primeiro adoptados, e postos em

practica. A vossa sabedoria, e penetração achará os meios de se espalharem esses utilíssimos

conhecimentos, se não tantos, quantos se considerão precisos, ao menos os que as nossas

circunstancias permittirem.

He a agricultura por hora o manancial, de que podemos esperar infallivel riqueza; e

nesta certeza posso affirmar-vos, que os poderes do Estado, assim Geraes, como Provinciaes

estão decididos a cooperar, quanto couber nas atribuições de cada hum a fim de que tenha a

nossa agricultura o mais rápido desenvolvimento; se por tanto principiarmos logo a

providenciar a favor d´agricultura, arredando-lhe os obstáculos, aliviando- a de gravames, que

por ventura a sobrecarreguem, socorrendo-a na falta de meios, que tanto sofre, e padece,

temos direito a esperar muito breve, que ella nos retribuirá cem por hum de lucro, pelo

beneficio, que oportunamente se lhe prestar. Tenho razoens, e experiencia para opinar, que

nesta Província, que ainda agora se acha na idade agrícola das Nações, muito mais proveitoso

será o estabelecimeno de hum naturalista deligente, e hábil para ensinar a melhor direcção

nos trabalhos, e as operaçõens de melhor lucro, do que o estabelecimento de Engenheiros,


31

que serám, quando muito, precisos na idade mais provecta, e florescente para edifícios

sumptuosos.

[...]

Esta Installada a Assembléia Provincial. Graças á Providencia, que tanto nos ajudou.

Parahiba 1 de Outubro de 1840

Francisco Xavier Monteiro da Franca

FALLA...7 de Maio de 1841

FALLA com que o Exm. Presidente da Província da Parahiba do Norte, o Doutor Pedro

Rodrigues Fernandes Chaves, abrio a segunda sessão da terceira Legislatura da Assembléa

Provincial no anno de 1841. Pernambuco, Typ. Imparcial de L.I.R. Roma, 1841.

Senhores Membros d´ Assembléia Legislativa Provincial

[...]

Mais satisfatório he o estado moral da Província: 46 Cadeiras de primeiras Lettras, 6 de

Francez, e Latim, e um Lycêo, derramão a instrucção por toda a extenção do seu território.

Falta porem úm Centro, que dê direcção e movimento a todas as estas Escóllas. He mister

creal-o, dando lhe direito de inspecção, a escolha de Livros, dos méthodos, e dos meios de

ensino e de disciplina. Quanto fizerdes n´este sentido, e bem assim terdes Mestres instruídos,

zelosos, e dedicados, acreditai, que há hum beneficio real para o Paiz.

[...]

Cidade da Paraiba do Norte, 7 de Maio de 1841- Assignado.-

Pedro Rodrigues Fernandes Chaves

RELATÓRIO... 15 de Novembro de 1842

RELATORIO que á Assembléa Legislativa da Parahiba do Norte apresentou na sessão

ordínaria de 1842 o excellentissimo Presidente da mesma Província, Pedro Rodrigues

Fernandes Chaves. Pernambuco, Typ. de M.F. de Faria, 1842.

Senhores Membros d´ Assembléia Legislativa Provincial

[...]


32


Achão-se providas duas Cadeiras de Latim, vinte de primeiras Letras e duas de Meninas,

sendo aquellas frequentadas por 601 meninos, e estas por 55 meninas como mostra o Mappa

N.º 4 organizado sobre os Professores e Professoras, remettidos todos os trimestres á

Presidência.

Há vagas cinco Cadeiras de 1.as Letras, e estão providas interinamente as de Piancó,

Cabaceiras, Bananeiras, e Pilar, por não haverem á ellas pretendentes, ou terem sido

reprovados os que se apresentarão a concurso.

De conformidade com o artigo 16 da Lei de 8 de Novembro do anno passado aposentei

os professores de Pillar, Campina, e Pombal, e o Professor do Tambaú, e demitti todos os mais

das Cadeiras supprimidas, que não requererão licença dentro do prazo marcado.

Autorisado pela mesma lei reformei o Lyceu. Diminuição das materias melhor escolha

dos compêndios, augmento do tempo do ensino distribuído de maneira a não fatigar a

attenção e a inacção tão nociva ao desenvolvimento intelectual e moral dos alumnos, prêmios

para excitar a emulação, e uma disciplina mais severa, taes são as principaes bases sobre que

organizei os novos Estatutos, e os resultados tem por ora sahido á medida dos meos desejos.

A assiduidade dos Professores, o adiantamento dos alumnos e o bom comportamento de

todos são motivos para convencer-me de que a reforma não foi sem fructo. Conviria fazer-se

mais uma sala no Lyceu, conforme representa o Director, a quem aproveito esta accasião de

elogiar pelo interesse que tem mostrado pelos progressos d´aquelle Estabelecimento. Esta

obra he orçada em 6000$ rs. traria a utilidade de que as aulas acabassem a horas mais

cômodas do que actualmente.

O Regulamento das Escolas preciza também ser revisto. Há nelle disposições que não

estão em harmonia com o sistema do ensino moderno. Nomeei uma comissão para esta

revizão, e os trabalhos que ella preparou serão trasidos ao vosso conhecimento.

[...]

Palácio do Governo da Parahiba do Norte, 15 de Novembro 1842

Pedro Rodrigues Fernandes Chaves

N. 4.

MAPPA dos Professores de Latim e 1.as Lettras da Provincia da PARAHIBA, com declaração do

numero de seos Alumnos no anno de 1842.

NA

TUR

EZ

A D

AS

AU

LAS.

Lugares aonde existem. Nomes dos Professores. Nº

d’A

lum

no

s

.

LATIM

Villa do Brejo d’Arêa.................. Villa do Pombal.........................

Joaquim José Henriques da Silva................................. Amaro Gomes dos Santos...........................................

8 16


33

Continuação da Tabela anterior. P

RIM

EIR

AS

LETR

AS.

Cidade Alta................................. Cidade Baixa............................... Rua dos Quarteis........................ Lucena........................................ Cruz do Espirito Santo................ Villa do Conde............................ Villa d’Alhandra.......................... Villa de Mamangoape................ S. Miguel..................................... Villa do Pilar............................... Ingá............................................. Villa do Brejo d’Arêa.................. Serra do Coité............................. Villa de Campina......................... Alagôa Nova............................... Villa da Independencia............... Serra da Raiz............................... Villa de Bananeiras..................... Villa de Cabaceiras..................... Villa de S. João............................ Villa de Pombal.......................... Villa de Pattos............................ Villa de Piancó............................ Villa do Catolé do Rocha............ Villa de Souza.............................

Antonio da Costa Rego Moura.................................. Joaquim da Silva Guimarães Ferreira........................ Antonio de Holanda Cavalcante................................ Antonio Elias Pessôa Senior...................................... Romualdo Primo Cavalcante..................................... Manoel Jeronimo do Sacramento............................. Vaga d’esde 2 de Julho d’esse anno.......................... Francisco Polqueiro Gonçalves d’Andrade................ Antonio Luiz de Mello............................................... Prudente Gabriel da Veiga Pessôa, interino............. Vaga d’esde a sua criação......................................... Vaga d’esde 30 de Março d’este anno...................... João Ribeiro Campos................................................. Antonio Jozé Gomes Barboza................................... José Soares Alves d’Almeida..................................... Joaquim Jozé da Costa Mattos.................................. Padre Manoel de Carvalho e Silva............................. Antonio Pedro da Costa, interino.............................. Marcelino Gomes 0d’Almeida, interino.................... Vaga d’esde 4 de Fevereiro de 1840......................... Felippe Bizerra Monte-Negro, interino..................... Francisco Herculano de Medeiros............................. Manoel do Monte Furtado, interino......................... Vaga d’esde sua criação............................................ Manoel de Torres Bandeira.......................................

105 19 55 31 34 18 21 37 20 35

13 11 20 12 31 15

12

20 12 23

33

SOMMA........................................................................................................................................ 601

Secretaria do Governo da Parahiba, 15 de Novembro 1842.

O Secretario interino

Jozé Antonio Baptista

N. 5.

MAPPA dos Professores do Licéo d’esta Cidade, e do numero de Alumnos que frequentão o

mesmo Licéo em o anno de 1842.

EMP

REG

OS

NOMES.

AULAS ALUMNO

S

N

d’e

llas.

MATERIAS que n’ellas se ensinão. N

º

d’e

lles.

SOM

M

AÕ

.

DIRECTOR. Antonio da Trindade Antunes Meira

PR

OFE

SSO

RES

.

João Gomes d’Almeida....................... Severianno Antonio da Gama e Mello Vaga.................................................... Manoel Porfirio Aranha...................... Padre João Antonio Moura................. Manrique Victor de Lima....................

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Latim e Portuguez....................... Latim........................................... Francez........................................ Rhetorica, Poetica e Geografia.... Philosophia Racional e Moral...... Arithmetica e Geometria............

22 2 3 9 3 8

47


34

Continuação da Tabela anterior.

Substitutos{ Porteiro. Continuo.

José Lourenço Meira. Claudiano Joaquim Bizêrra Cavalcante. Gervazio Victor da Natividade. Jozé Clementino Pessôa d’Albuquerque.

Secretaria do Governo da Parahiba 15 de Novembro 1842.

O Secretario interino — José Antonio Baptista.

DISCURSO... 4 de Agosto de 1843

DISCURSO recitado pelo excellentissimo senhor Ricardo José Gomes Jardim, Presidente da

Provincia da Parahyba do Norte, na abertura da Assembléa Legislativa Provincial no dia 4 de

Agosto de 1843. Pernambuco, Typ. de M.F. de F., 1843.

Senhores Deputados á Assembléia Legislativa Provincial

[...]


Em virtude das Leis de 8 de Novembro do anno passado, e 27 de janeiro último, que

supprimirão diversas cadeiras de Latim, e de primeiras Letras tanto de meninos como de

meninas, ficarão existindo em toda a Província, além das cadeiras do Lyceo estabelecido na

capital, duas aulas de Latim, huma no Brejo, outra em Pombal, e 26 de primeiras Letras, sendo

duas para meninas e 24 para meninos, as quaes achão-se todas providas, a saber: as de Latim

e 19 de primeiras Letras com Professores nomeados vitaliciamente antes da referida lei de 8

de Novembro, e 5 com Professores nomeados interinamente em conformidade da mesma Lei.

Vós julgastes conveniente despensar os Mestres pela Lei do orçamento corrente, da obrigação

que tinhão pela lei anterior de appresentar trimestralmente ao Governo os, mappas de seus

alumnos, e não estou por isso habilitado para informar-vos do número dos discípulos, que

frequentão actualmente todas estas aulas. Em Dezembro de 1842 este número não excedia

muito a 600. Presentemente as duas aulas de meninas são freqüentadas por 43 discípulas, 32

no Varadouro, e 11 na Cidade Alta, sendo notável esta differença na freqüência das 2 aulas,

que não sei a que attribuir; tanto mais que ella verifica-se na ordem inversa relativamente as

Aulas de meninos nos mesmos Bairros, contando-se 19 no Varadouro, e 124, na Cidade Alta.

As aulas de Primeiras Letras da Cruz do Espírito Santo, de Alhandra, e do Brejo são apenas

freqüentadas a primeira por 20 meninos, a segunda por 27, e a ultima por 9. As duas Escolas

de Primeiras Letras da Capital forão estabelecidas pelo methodo de ensino mutuo em virtude

de artigo 4 da Lei de 15 de Outubro de 1827, e ainda são consideradas desta classe; mas com

quanto não tenha tido occasião de visital-as pessoalmente, creio segundo informações, que o

systema de Lencaster acha-se ahi bem modificado, de mistura com o antigo methodo

individual. O ensino mutuo nunca existio rigorosamente no Brasil, por que a mesma Escola


35

Normal que estabeleceu-se na Corte, em 1823, consta não tê-lo praticado em toda perfeição.

Na Corte, e em quase todas as Províncias, tem-se procurado remediar a falta de inspeção

efficaz sobre as aulas de Primeiras Letras, e reconhecido a vantagem que haveria em sujeital-

as a huma inspecção central que reduzisse todas a um systema uniforme. Pela minha parte,

entendo que esta centralização he por ora impossível attenta a dificuldade das

communicações, e que a Lei do 1 de Outubro de 1828 encarregou desta inspecção a

corporação competente, e que aliás exerce-a perfeitamente em todos os paízes bem

constituídos; huma vez effectiva esta inspecção nas Escolas de cada Município, o que depende

da boa organisação e zelo administrativo das Câmaras, nada seria mais fácil do que estabelecer

hum único systema de ensino para todas as Escolas da Provincia. Estou persuadido que o

artigo 70 da citada Lei não exclue da inspecção das Câmaras as Escolas particulares, mas tem-

se o contrario entendido; e muito convém não só que estas sejão sujeitas a mesmo inspecção

das Escolas públicas, como que nenhuma possa abrir-se sem previa licença e exame,

competentes, da moralidade e capacidade do Mestre. Dos Professores desempregados, em

conseqüência da suppressão das Cadeiras, e que não forão demitidos ou aposentados no

decurso do anno passado, tres requererão e obtiverão aposentadoria no presente anno, em

conformidade com o art. 16 da Lei de 8 de Novembro, restando somente fora de exercício

huma Professora e três Profesores de Primeiras Letras provisionados. Devo declarar-vos que,

em attenção as justas reclamações do Reverendo Guardião de Santo Antonio, e a má

accomodação em que a Aula da Cidade Alta se achava na sala do seu refeitório, mandei

desocupar a dita sala achando-se provisoriamente a Escola na própria casa do Professor onde

não pode continuar por causa do considerável número de discípulos e do grande espaço que

exigem os acessórios do ensino mutuo. Tenho pois mandado alugar huma casa apropriada a

este mister e espero, que contempleis no orçamento a precisa quantia para o aluguel. Sei que

foi o estado financeiro da Província que motivou a supressão das Cadeiras de primeiras Letras

para meninas creadas nas principaes villas da Província pela Resolução de 20 de Junho de

1834, sobre proposta do extincto Conselho Geral, mas julgo dever lembrar-vos a necessidade

de ir pouco a pouco restabelendo aquellas aulas, segundo a força dos cofres, pois que os

incovenientes de falta de instrucção gratuita para o sexo feminino são muito mais graves do

que para o sexo masculino, que acha menos estorvos em approveitar-se dos Mestres

particulares; accrescendo a isto que em quanto as Mãis de família não poderem começar por si

mesmo a educação elementar de seus filhos desde os primeiros annos, não devemos esperar

progresso na educação, a qual, depois da tenra idade, mal pode ser supprida pela instrucção

secundária ou superior, e pela pratica do mundo. O Lycêo tem continuado a reger-se pelos

novos Estatutos, com algumas modificações, que o Exm. Vice-Presidente da Província resolveu

fazer na parte disciplinar e econômica das suas disposições autorisado pela Lei N. 9 de 23 de

Janeiro deste anno. O digno Director deste Estabelecimento, sempre desvelado pela sua

perfeição e progressos, já me tem representado a necessidade de mais algumas reformas e

explicações aos Estatutos de 1842, mas aguardo para deliberar, não só as mais observações

que a experiência poderá suggerir até o fim do anno lectivo como principalmente a vossa

approvação na parte fundamental ficando somente ao Governo e a Congregação dos

Professores o direito de aperfeiçoar e emendar com o tempo, tudo que for puramente

disciplinar e econômico. O mesmo Director fez dom gratuito a beneficio das despesas miúdas

do Lycêo, da décima parte do seu ordenado presente ou futuro, e entendeu a Presidência que


36

deveria aceitar esta generosa offerta. Do mappa N. 2 vereis o pessoal do Lycêo, e o numero de

alumnos que frequentão as diversas Aulas. Há presentemente mais 21 alumnos do que o anno

passado, em que só frequentavão 47. Em virtude do Artigo 9.º da Lei do Orçamento deste

anno deu o Governo Provisão de aposentadoria a dous Professores do Lycêo, por accasião da

Reforma.

Obras Públicas

O Exm. Vice-Presidente, sobre representação do Diretor do Lyceu, mandou principiar a

construção de duas novas salas, que faltavão para servirem de Aulas, ficando livre a sala

reservada para os actos, esta obre foi concluída em principio de junho, importando em

5874830, pagos pela quota das Eventuaes.

Parahyba do Norte 4 de Agosto de 1843

[...]

Parahyba do Norte 4 de Agosto de 1843

Ricardo José Gomes Jardim

TABELLA N.º 3.

DEMONSTRAÇÃO da Despeza com a instrucção Primaria

OBJECTOS DE DESPEZA. Importancia

.

LEGISLAÇÃO.

Com o Ordenado e gratificação do Professor da

Cidade Alta.............................................................

Idem da Cidade Baixa.............................................

Idem da Villa do Conde..........................................

Idem da Villa d’Alhandra........................................

Idem da Villa de S. Miguel......................................

Idem da Villa de Mamanguape..............................

Idem da Povoação do Espirito Santo.....................

Idem da Praia de Lucena........................................

Idem da Serra da Raiz.............................................

Idem da Villa do Pillar............................................

Idem da Povoação do Ingá.....................................

Idem da Villa de Bananeiras...................................

Idem da Villa da Independencia.............................

Idem da Villa do Brejo d’Arêa................................

Idem da Alagoa Nova.............................................

Idem do Coité.........................................................

Idem da Villa de S. João..........................................

Idem da Villa de Campina.......................................

Idem da Villa de Patos............................................

450$000

450$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

Lei Geral de 15 de Outubro de

1827, Decreto de 20 de Junho de

1834, e Lei Provincial de 19 de

Abril de 1837.


1827, Decreto de 11 de Novembro

de 1831 e Leis Provinciaes de 19

de Maio de 1835, e 18 de Abril de

1837.


37


Idem da Villa de Cabaceiras...................................

Idem da Villa de Piancó.........................................

Idem da Villa de Pombal........................................

Idem da Villa de Souza...........................................

Idem da Villa de Catolé da Rocha..........................

A professora de meninas da Cidade Alta...............

Idem da Cidade Baixa............................................

Com o aluguel da Casa para Aula de meninas da

Cidade Baixa..........................................................

Somma...................................................................

350$000

350$000

350$000

350$000

350$000

460$000

460$000

150$000

9:670$000

TABELLA N.º 4.

DEMONSTRAÇÃO de despeza com a instrucção secundaria.

OBJECTOS DE DESPEZA. Importancia. LEGISLAÇÃO.

Com o ordenado do Professor de latim da Villa

de Pombal.............................................................

Idem da Villa do Brejo d’Arêa...............................

Com o Ordenado do Director do Lycêo.................

Idem do Lente da 1ª Cadeira.................................

» » ». da 2ª » ...................................

» » ». da 3ª » ...................................

» » ». da 4ª » ...................................

» » ». da 5ª » ..................................

» » ». da 6ª » ..................................

Idem de dous Substitutos.....................................

Idem do Porteiro...................................................

Idem do Continuo.................................................

Compra de generos para o expediente.................

SOMMA...............................

400$000

400$000

800$000

720$000

720$000

720$000

720$000

720$000

720$000

800$000

400$000

400$000

40$000

7:560$000

Lei Provincial n. 3 de 19 de {Maio

de 1835, e art. 12 da Lei de 28 de

novembro de 1841.

Lei Provincial n. 12 de 27 de

Janeiro de 1843, e {tabella

annexa ao Regulamento de 21

de fevereiro de 1842.

N.º 2

MAPPA dos Empregados do Lyceo desta cidade, e do numero de Alumnos que frequentão as

diversas Aulas do mesmo Lyceo no anno de 1843.

EMPREGOS. NOMES.

AULAS Alumnos.

Nº

de

llas.

Materias que nellas se ensinão.

Nº

de

lles.

SOM

MÃ

O.

Director Padre Antonio da Trindade Antunes Meira 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Latim e Portuguez............................. Latim................................................. Francez............................................. Rhetorica, Poetica, e Geographia..... Philosophia racional e moral............ Arithmetica e Geometria..................

20 14 8 4

12 8

66

Pro

fess

ore

s. João Gomes d’Almeida....................................

Severiano Antonio da Gama............................ Leonardo Antunes da Trindade Meira............. Manoel Porfirio Aranha................................... Padre João do Rego Moura............................. Manrique Victor de Lima.................................


38


Substitutos{ Porteiro Continuo

José Lourenço Meira. Claudiano Joaquim Bizerra Cavalcanti. Gervazio Victor da Natividade. José Clementino Pessôa de Albuquerque.

Secretaria do Governo da Parahyba 3 de Agosto de 1843.

O Secretario Interino

José Antonio Baptista.

TABELLA N. 12 Demonstração da Despeza com os Aposentados

OBJECTOS DA DESPEZA Importancia Legislação

Com a Congrua do Vigário da extincta freguezia de Monte-Mor....................................................... Idem o ordenado do Capellão da Ermida dos presos..................................................................... » do 2. Official da Secretaria do Governo.............. » O ordenado do professor da Villa de Souza...................................................................... » da professora de primeiras lettras da Villa do Pillar....................................................................... » de Campina........................................................ » da Povoação do Callabouço............................... » da Povoação de Santa Rita................................. » de Tambaú.......................................................... » de Francez do Lyceo........................................... » de Latim dito..................................................... » » do Pillar................................................ » do Official Maior da Secretaria do .Governo................................................................ .Com o soldo do Guarda invalido do Corpo Policial.................................................................... SOMMA..............................................................

300$000 80$000 572$000 75$008 61$340 77$505 128$627 88$470 106$746 200$876 220$950 102$124 445$174 96$000

2:555$636

Lei Provincial de 23 de Janeiro de 1839 Dita de 26 de Abril de 1837 Dita de 16 de Dez de 1842 Lei Provincial N. 8 de 8 de Novembro de 1841 art. 11. Lei de 26 de Nov. de 1840, art. 10. Idem de 16 de Outubr. de 1841

RELATÓRIO... 3 de Maio de 1844

RELATÓRIO que á Assembléa Legislativa da Parahyba do Norte apresentou na sessão

ordinária de 1844 o excellentissimo Presidente da mesma Província, Agostinho da Silva

Neves. Pernambuco, Typ. de M.F. de Faria, 1844.

Senhores membros da Assembléia Legislativa Provincial

[...]


39


Nas 24 cadeiras de primeiras letras para meninos que tem esta Província, dá-se o

ensino a 601 meninos; nas duas de primeiras letras para meninas desta cidade, á 45 meninas,

e nas duas de latim do Brejo d´Area e do Pombal, á 44 alumnos, como melhor vereis do mappa

que vos será presente.

Não pude ainda saber quantos forão os que aproveitarão, porque as Câmaras que

exercem inspecção sobre os professores, não são as mais habilitadas, pela sua má organisação,

para exercerem a vigilância precisa sobre as escolas, nem tão pouco para informarem o

Governo sobre as precisões, e estado do ensino.

Foi feito o arrendamento de huma casa para escola da cidade alta por 7$000 réis

mensaes, por haver meu antecessor mandado entregar o salão do convento de Santo Antonio,

onde ella estava, ao Guardião do mesmo; e por se não ter sem duvida podido realisar a

compra de huma casa, com a quantia de 600$00 réis que consignastes para este fim no §3 do

artigo 2.º da Lei do Orçamento deste anno.

O Professor respectivo representa que a casa não pode conter mais de 100 discípulos,

e que não se póde ensinar com approveitamento a hum numero superior a este.

A escola da cidade alta, entretanto, tem contado até o numero de 149 meninos, e eu

vos deixo a liberdade de resolver, se convém a creação de huma segunda cadeira.

Forão providas definitivamente as cadeiras do Ingá e da Alhandra.

O Lycêo desta cidade he o único estabelecimento de instrucção secundária na

Província. Estão preenchidas todas as suas cadeiras, e o numero de seus alumnos chega a 72;

sendo o do anno de 1842, de 47. e do anno 1843, de 66 alumnos.

Este estabelecimento marcha com regularidade, e eu pretendo com mais vagar

examinar os methodos, e compêndios pelos quaes ensina, e os estatutos que o regem, para

lhes fazer aquellas reformas, que mais azadas forem, para a prosperidade do estabelecimento,

e utilidade que deve prestar á Província.

[...]

Palácio do Governo da Paraíba do Norte 3 de Maio de 1844

Agostinho da Silva Neves

Nº 5.

MAPPA dos Professores de Latim e Primeiras Letras da Provincia da Parahyba, com declaração

do numero de seus alumnos no anno de 1845.

NA

TUR

EZ

A d

as

AU

LAS

LUGARES AONDE EXISTEM NOMES DOS PROFESSORES Nº

d’A

lum

no

s

LATIM Villa do Brejo d’Arêa...................... Villa de Pombal..............................

Joaquim José Henriques da Silva........................... Amaro Gomes dos Santos.....................................

30 14


40

Continuação da Tabela anterior. P

rim

eira

s Le

tras

de

men

ino

s.

Cidade alta.................................... Cidade baixa.................................. Lucena........................................... Cruz do Espirito Santo................... Villa do Conde............................... Villa da Alhandra........................... Villa de Mamangoape................... S. Miguel........................................ Villa do Pilar.................................. Ingá................................................ Villa do Brejo d’Arêa...................... Povoação do Coité........................ Villa de Campina............................ Povoação da Alagoa Nova............. Villa da Independencia.................. Povoação da Serra da Raiz............ Villa de Bananeiras........................ Villa de Cabaceiras........................ Villa de São João............................ Villa do Pombal............................. Villa de Pattos............................... Villa de Piancó............................... Villa do Catolé do Roxa................. Villa de Souza................................

Antonio da Costa Rego Moura.............................. Joaquim da Silva Guimarães Ferreira.................... Antonio Elias Pessoa.............................................. Romualdo Primo Cavalcante................................. Manoel Jeronimo do Sacramento......................... Antonio Apolinario de Souza, interino.................. Francisco Pulquerio Gonçalves d’Andrade............ Antonio Luiz de Mello............................................ Cyro Diocleciano Ribeiro Pessoa, interino............. João de Almeida da Costa, interino....................... Cezario Corrêa Lima, interino................................ João Ribeiro Campos............................................. Antonio José Gomes Barboza................................ José Soares d’Almeidad......................................... Joaquim José da Costa Mattos.............................. Padre Manoel de Carvalho Silva............................ Antonio Pedro da Costa, interino.......................... Bernardino José Limeira........................................ Felix José Pereira, interino..................................... Felippe Bizerra Montenegro, interino................... Francisco Herculano de Medeiros......................... Manoel do Monte Furtado, interino..................... José Torquato de Sá Cavalcante, interino............. Manoel de Torres Bandeira...................................

124 19 41 20 27 19 39 26 16 14 9

22 21 31 15 50 16

34 16 11

31

1ªs Letras

de menina

s.

Cidade alta.................................... Cidade baixa..................................

Maria da Conceição Cabral.................................... Maria das Neves Manuela de Mello......................

11 34

SOMMA............................................................................................................................................. 710

Secretaria do Governo da Parahyba 2 de Maio de 1844. No impedimento do Secretario

José Antonio Baptista, Official maior.

N. 6.

MAPPA dos Empregados do Lyceo desta cidade, e do numero de Alumnos que frequentão o

mesmo Lyceo no presente anno.

EMPREGOS. NOMES.

AULAS

Nº

de

llas.

Materias que nellas se ensinão.

Nº

de

lles.

SOM

MÃ

O.

Director Antonio da Trindade Antunes Meira................

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Latim e Portuguez......................... Latim............................................. Francez.......................................... Rhetorica, Poetica e...................... Geographia................................... Philosophia Racional e Moral....... Arithmetica e................................

27 13 6 6

15 5

72

Pro

fess

ore

s.

João Gomes d’Almeida..................................... Severiano Antonio da Gama............................. Padre Leonardo Antunes da Trindade Meira Manoel Porfirio Aranha.................................... Padre João do Rego.......................................... Moura...............................................................


41


Manrique Victor de Lima................................. Geometria...................................

Substitutos{ José Lourenço Meira........................................ Claudiano Joaquim Bizerra Cavalcanti............

Secretaria do Governo da Parahyba 2 de Maio de 1844. — No impedimento do Secretario. José Antonio Baptista, Official maior.

Porteiro Gervazio Victor da Natividade.........................

Continuo

José Clementino Pessôa de Albuquerque....................................................

N. 9.

QUADRO do orçamento da Despeza Provincial para o anno financeiro de 1845.

N. d

as

Tab

ella

s

OBJECTOS DE DESPEZA

Importancia

TOTAL

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Assembléia Provincial............................... Secretaria da Presidencia......................... Instrução Primaria.................................... Instrução Secundária................................ Camaras Municipaes................................ Saúde Publica........................................... Culto Publico............................................ Administração de Rendas Provinciaes..... Força Policial............................................ Soccorros de Beneficencia....................... Aposentados............................................ Eventuaes.................................................

7:840$000 6:200$000 9:754$800 7:656$800 2:200$000 600$000 9:730$000 13:443$600 29:900$550 2:300$000 3:224$005 4:307$445

97:156$400

Somma 97:156$400

Secretaria do Governo da Parahyba 2 de Maio de 1844.

No impedimento do Secretario José Antonio Baptista,

Official maior.

TABELLA Nº 3. DEMONSTRAÇÃO DA DESPESA COM A INSTRUCÇÃO PRIMARIA.

OBJECTOS DE DESPEZA. Importancia LEGISLAÇÃO.

Com o Ordenado e gradificação do Professor da Cidade alta............................................................. Idem da Cidade Baixa............................................. Idem da Villa do Conde.......................................... Idem da Villa d’Alhandra........................................ Idem da Villa de S. Miguel...................................... Idem da Villa de Mamanguape.............................. Idem da Povoação do Espirito Santo...................... Idem idem da Praia de Lucena............................... Idem idem da Serra da Raiz.................................... Idem idem do Ingá.................................................

450$000 450$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000

Lei Geral de 15 de Outubro de 1837, Decreto de 20 de Junho de 1834, e Lei Provincial de 19 de Abril de 1837.


42


Idem da Villa do Pillar............................................ Idem idem de Bananeiras...................................... Idem idem da Independencia................................ Idem idem do Brejo de Areia................................. Idem idem d’Alagôa Nova..................................... Idem idem da Serra do Coité................................. Idem da Villa de S. João......................................... Idem idem de Campina.......................................... Idem idem de Pattos............................................. Idem » de Cabaceiras....................................... Idem » de Piancó.............................................. Idem » de Pombal............................................ Idem » de Souza............................................... Idem » de Catolé da Rocha.............................. A professora de meninas da Cidade alta............... Idem da Cidade baixa............................................ Com o aluguel da Casa para Aula de meninas da Cidade baixa.......................................................... Somma............................................................

350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 350$000 460$000 460$000 234$000 9:754$000


1837, Decreto de 11 de Novembro

de 1831 e Leis Provinciaes de 19 de

Maio de 1835 e 18 de Abril de

1837.

TABELLA Nº 4. DEMONSTRAÇÃO DA DESPEZA COM A INSTRUCÇÃO SECUNDARIA.

OBJECTOS DE DESPEZA. Importancia.

LEGISLAÇÃO

Com o ordenado do Professor de latim da Villa do Pombal........................................................... Idem da Villa do Brejo d’Arêa.............................. Com o Ordenado do Director do Lycêo............... Idem do Lente da 1ª Cadeira............................... » » ». da 2ª » ................................. » » ». da 3ª » ................................. » » ». da 4ª » ................................. » » ». da 5ª » ................................. » » ». da 6ª » ................................. Com o ordenado de dous substitutos................. Gratificação de hum dito pelo serviço de Secretario............................................................ Com o ordenado do Porteiro.............................. Idem do Continuo................................................ Compra de generos para o expediente...............

SOMMA.....................................

400$000 400$000

800$000 720$000 720$000 720$000 720$000 720$000 720$000 800$000

86$000

400$000 400$000 50$000

7:656$800

Lei Provincial n. 3 de 19 de Maio de 1835, e art. 12 da Lei de 28 de novembro de 1841.

Lei Provincial n. 12 de 27 de Janeiro de 1843, e tabella annexa ao Regulamento de 21 de fevereiro de 1842.

Secretaria do Governo da Parahyba 2 de Maio de 1844. impedimento do Secretario

José Antonio Baptista, Official maior.


43

TABELLA N. 11 Demonstração da Despeza com os Aposentados

OBJECTOS DA DESPEZA Importancia Legislação

Com a Congrua do Vigário da extincta freguezia de Monte-Mor............................................................... Ordenado do capellão da Ermida dos presos.......... Idem do 2. Official da Secretaria do Governo.......... A Professora de primeiras letras da Villa de Souza.. Idem da Villa do Pillar.............................................. Idem da Villa de Campina grande............................. Com o ordenado do Professor de Cabedello............ Idem de Santa Rita................................................... Idem de Tambaú..................................................... Idem de Francez do Lyceo........................................ Idem de Grammatica Portugueza idem.................... Idem de Latim idem................................................. Idem de Inglez Idem................................................. Idem de Latim e Francez do Pillar............................ Idem do Official Maior da Secretaria do Governo.... O soldo do Guarda invalido do Corpo Policial.......... Ordenado do Porteiro da Secretaria do Governo.... Meio soldo concedido a viúva do guarda de Policia que falleceo em serviço............................................

SOMMA...........................................

300$000 80$000

572$000 75$008 61$340 77$505

128$627 88$470

106$746 200$876 225$139 220$950 57$560

102$124 445$174 96$000

313$670

72$000 _______

3:224$005

Lei Provincial de 23 de Janeiro de 1843 Idem de 26 de Abril de 1837 Idem de 16 de Dezembro de 1842 Idem, idem, idem Idem, idem, idem Lei Provincial de 8 de Novembro de 1841 Lei Provinc de 26 de Nov. de 1840, art. 10. Lei Provinc. de 6 de Outubro de 1841 Idem N, 22 de 26 de Novembro de 1840 Idem de 27 de Janeiro de 1843

Secretaria do Governo da Parahyba 2 de Maio de 1844.

No impedimento do Secretario José Antonio Baptista

Official maior.

RELATÓRIO... 7 de Maio de 1845

RELATÓRIO apresentado á Assembléa Legislativa Provincial da Parahiba do Norte pelo

excellentissimo Presidente, o tenente coronel Frederico Carneiro de Campos, em Maio de

1845. Pernambuco, Typ. de Santos & Companhia, 1845.

Snrs. Deputados à Assembléia Legislativa Provincial

[...]


Lyceo

Trago-vos como informação do estado do Lyceo um relatório de seu Director, que vos

deixo sobre a meza, acompanhado de alguns mappas: tem elle judiciosas reflexões ao regimen

interno da Caza, e disposições novas sobre o ensino publico. Por elle consta acharem-se

matriculados 81 alumnos nas diferentes classes de estudos, que ali se ensinão, e bem assim


44

haverem feito exame em Novembro de 1844, e Fevereiro do corrente anno 46 dos ditos

alumnos: do respectivo mappa, que o acompanha, se conhece os gráos de approvação, que

elles tiverão. O Lycêo regula-se pelos estatutos feitos pelo Governo datados de 21 de Fevereiro

de 1842; e com quanto subsista a faculdade aos Presidentes desta Província para formal-os,

em quanto não forem definitivamente approvados por vós, não usei della, não só por estar

próxima vossa reunião, época em que achei mais habilitado para encetar a reforma deste

importante objecto, como por me parecer conveniente expor-vos anticipadamente meu

parecer a respeito. Rogo-vos que, se achardes justas, e proveitosas as reflexões, que vou

submetter á vossa consideração, continueis ao Governo a dita faculdade, ou façais vós

mesmos a reforma, e lhe deis o cunho de vossa sabedoria; o que é tanto mais conforme,

quanto a matéria não reclama somente regulamentos para a marcha ordinária, mas também

disposições orgânicas, e constitutivas.

Existem actualmente no Lyceo seis Cadeiras pela fórmula seguinte: 1.ª de Portuguez e

Latim, 2.ª de Latim em prosa e verso, 3.ª de Francez em prosa e verso, 4.ª de Rhetorica,

Poética e Geographia, 5.ª de Philosophia Racional e Moral, e 6.ª de Arithmetica e Geometria.

Eu entendo que se devem refundir em uma só Cadeira as duas primeiras de Latim e Portugues;

que se deve crear uma em que se ensino Geographia e Historia do Brasil; outra, como já

houve, em que se ensine Inglez; que tanto nesta, como na de Francez seja Professor apto para

ensinar também a fallar as línguas, pois hoje não se pode considerar completa a educação de

um jovem, que as não tenha praticado: é mais mister que o Professor da Cadeira de Geometria

ensine também Álgebra até equações do segundo gráo, e Trigonometria rectilinea: deste

accrescimo já esteve de posse esta Província pelo Decreto de 3 de Outubro de 1832. A summa

difficuldade de que se há de encontrar pessoas, que tenhão a requerida aptidão para o ensino

do Inglês e do Francez, exige distincção de Professores, e deve ser objecto de duas Cadeiras.

Por esta fórma terá o Lyceo sete Professores, e as seguintes aulas de Latim, Francez, Inglês,

Rhetorica e Poética, Geographia e Historia do Brasil, Philosophia Racional e Moral, Arithmetica

e Geometria e Trigonometria. Taes mudanças reclamão também o au

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SBHE...Cláudia Engler Cury Mauricéia Ananias Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais, 1984 e 1991, respectivamente pela Universidade Estadual de Campinas (1984). Licenci