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Marcel Lopes Fotografia e memória: uma análise historiografica da fotografia 2018

À D eu s , p r imeir amen t e, p or c ada dia e op or t u ... · Apresentação E s t e e-b ook in au gu r a u ma n ova t éc n ic a de es c r it a n a min h a l on ga, p orém,

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Marcel Lopes

   Fotografia e memória:uma análise

historiografica dafotografia

2018

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AgradecimentosÀ Deus, primeiramente, por cada dia e oportunidadepara aprender novas experiências. À minha família,pelas oportunidades para desenvolver minhascapacidades profissionais.

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ApresentaçãoEste e-book inaugura uma nova técnica de escrita naminha longa, porém, tímida trajetória como escritor.Tenho 31 anos, moro em Curitiba. Há 20 anos soupoeta, dediquei minhas duas primeiras obras à essebelo estilo literário. Formado bacharel em Históriaem 2014 na Universidade Tuiuti do Paraná,atualmente complemento esta formação com o cursode licenciatura na mesma área e instituição.Esta obra envolverá as temáticas de fotografia ememória em uma interdisciplinaridade queconstantemente praticamos com a ação de gravaraquela imagem para recordarmos. A obra começará explanando o contexto da fotografiana História. Em seguida, as concepções técnicas daárea de fotografia. Mais adiante, a essência do livro, arelação entre fotografia e memória sendo ambasanalisadas enquanto instrumento importante para ahistoriografia; por fim, farei algumas consideraçõesimportantes afim de responder a importância destainterdisciplinaridade nos nossos dias.

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Sumário1.A fotografia na História............................42. O que é fotografia....................................102.1 As técnicas fotográficas.........................202.2. Tipos de lente........................................303. Memória e fotografia................................353.1. Fotos como fontes..................................404. Considerações finais.................................50

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1. Fotografia e HistóriaA história da fotografia é bem recente, a primeiraconhecida é de 1826, atribuída a Joseph N. Niépce, foitirada utilizando uma placa de estanho. Sob aperspectiva historiográfica, a fotografia surgiu,principalmente, para suprir a carência da memória.Além disso, era necessário uma aproximação com arealidade, uma vez que, a arte co-irmã, a pintura, trazmuito uma perspectiva subjetiva. A fotografia representa um avanço significativo datecnologia e importante auxílio à memória, não sópela fidedigna representação da realidade, mas porconstituir um alicerce para o homem. A sensaçãodeixada pela perda da pessoa querida, parente ou não,deixa um vazio que, nem sempre, é preenchido. Afotografia, nesse sentido, representa uma "memóriavisual". Algumas pessoas têm mais facilidade delembrar quando visualizam o que precisa serrecordado, dessa maneira, sentem a reaproximação,suprindo a saudade. Lembrar é uma ação que, naperspectiva psicológica, é um remédio essencial paraprevinir a depressão. 

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A interdisciplinaridade surgiu como característica dahistoriografia no contexto entre guerras, entre asegunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Lideradopelo historiador Lucien Febvre, um dos fundadores domovimento A Escola dos Annales, junto com outrohistoriador, Marc Bloch em 1929, o movimentoconstitui uma ruptura, ou seja, uma nova perspectivado fazer História. Em contraposição à correntepositivista, bastante notável, sobretudo no século XIX,os Annales, de antemão, descentralizou a perspectivacronológica, inserindo um olhar contextualizado dofato histórico. Nesse sentido, a data do acontecimentodeixa de ser o referencial demarcador de suaimportância na História. Insere-se um olharhistoriográfico que estuda as causas, a realidade quepermeava à época do fato. Além disso, os Annalesmarcam o contexto de reconstrução da Europa,bastante devastada na segunda Grande Guerra.A fotografia é parte da interdisciplinaridade, uma dasprincipais características dessa segunda fase dosAnnales. Como dito, constitui a memória visual, eassim como a pintura, constitui a área da Iconografia,o estudo das imagens.

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O estudo iconográfico marca a interdisciplinaridadeentre História e Arquitetura. A imagem, à primeiravista, é o "congelamento" temporal do momentohistórico. No entanto, dentro daquele instanteregistrado, extrai-se a realidade afim de compreendere problematizar a imagem no contexto histórico.Como fonte histórica primária, isto é, representaçãofidedigna da realidade, uma vez que foi registrada noato do momento histórico, a fotografia é ainda maisutilizada para analisar determinado objeto. Seu amplo mercado, torna a fotografia um avançosignificativo para a interpretação das análiseshistóricas, enriquecendo a historiografia. Seja pararegistrar um momento pessoal em família, seja paraviagem, a imagem fidedigna torna ainda maisinesquecível o momento, não só pela irreversibilidadetemporal, mas por singularizar o olhar histórico efotográfico.Assim como a História, a fotografia tambémrepresenta o movimento, portanto, sempreconstituirá um registro da história do homem,enquanto indivíduo e sociedade.

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A forma como a imagem fotográfica se insere nacultura humana singulariza o instante registrado. Acultura é uma das principais heranças que associedades deixam como prova de sua existência, afimde que, posteriormente, análises históricas possamcompreender sua realidade. É um registro visual,assim como a escrita, tem como objetivo eternizardeterminado acontecimento. Embora as primeirastécnicas fotográficas fossem bastante nocivas aohomem, a evolução das mesmas, representou aassimilação social da fotografia enquanto parteintegrante de sua cultura.A ampliação de seu mercado reforça a importânciadada ao fato do recordar-se, bastante memorável namáxima "recordar é viver". Ou seja, o ciclo temporalconstante, difundido na divisão manhã/tarde/noite,torna limitado o instante propício ao registro. O turismo é outra área que dialoga bastante com ahistória e tem a fotografia como principal meio paratornar determinada interação cultural algo essencialpara recordar-se. 

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Deixar registros culturais ocorre, basicamente, deduas maneiras: materiais e imateriais. O primeiro dizrespeito às esculturas, artesanatos, livros, escritosem pedras, pinturas, entre outros, àquilo que pode serapaupado. O outro são manifestações culturais, quesão resultado da assimilação social, seja pela força,seja hereditariamente. Pela força, por exemplo, aintrodução do catolicismo romano no continenteamericano, provindo da assimilação cultural europeiasobre o "Novo Mundo". Embora haja teorias queembasem tal feito como acidental, uma vez que, aintenção era chegar às Índias sem ter de enfrentar osárabes que dominavam as rotas conhecidas à época, avinda dos europeus constituiu um dos principaischoques culturais da história. Além disso, a viagem aoNovo Mundo, marca uma nova concepção de mundo,até ali, pensava-se que a Terra era plana e que haviaabismos nos extremos, impossibilitando acircunferência das viagens.Tal assimilação cultural trouxe objetos desconhecidosà realidade nativa, como os espelhos, em troca daassimilação cultural. Como herança negativa, vieramas doenças europeias.

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Formas hereditárias de assimilação cultural, emboramais raras, resultam de um processo já aculturado àfavor  da  cultura dominante. Foi basicamenteconsequência da outra forma de colonização que temna fotografia uma herança dessa europeização docontinente. Ensinar os nativos novas práticas culturais, tinhacomo objetivo "limpar" o sangue por meio da"purificação" da alma. Não é o objetivo aqui, nemmesmo da própria ciência, trabalhar com a hipótesede "e se não tivesse havido dominação europeia, comoteria sido", a dominação é uma necessidade base parauma consolidação cultural.A foto, hoje, possui uma ampla gama de atuação que,posteriormente, trabalharei com ênfase, mas que, édevido à sobreposição cultural, que podemosdesfrutar dessa bela tecnologia.

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2. O que é fotografia?Fotografia é a técnica que transforma a incidência deluz sobre determinado objeto/ambiente em imagens.Nascida no fim da primeira metade do século XIX, veiopara complementar as falhas da memória e registrarimportantes acontecimentos para a posteridade.Sendo assim, se difundiu como uma das principaistécnicas de registro dos momentos. Fundamentadaem princípios químicos, a fotografia passou poralgumas transformações nos primeiros cem anos desua aplicação. Dentre estas, a substituição depelículas de vidro por rolo de papel fotográficoaplicada pela fabricante Kodak, constitui onascimento da fotografia moderna. Até o final dosanos 90, cerca de cinquenta anos depois dessaimplantação, esta técnica era bem popular. Suasucessora, a máquina digital, implantada no início dosanos 2000, dispensou o rolo fotográfico, digitalizou aimagem adaptando-a para edição no computador. 

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A resolução das imagens também foi um aspecto queapresenta uma evolução tecnológica tão significativacomo a da própria fotografia. Característica essencialda constante evolução tecnológica, a importância damelhoria na resolução de imagens aproxima aindamais a fotografia de retrato fidedigno da realidade.A influência da Modernidade liquida, conceito criadopelo teórico russo Bronislau Bazko, é cada vez maisintensa, nos trazendo a sensação de que os dias estãomais curtos. O excesso rotineiro nos torna "escravos"de nossas próprias ambições. Nunca se tem tempopara fazer tudo que é planejado para o dia. Os padrões sociais estabelecidos hoje em diaimplicam em um homem moldado para atingir aperfeição, especialmente no quesito organização, prérequisito para o sucesso profissional. Hoje, preza-semais o momento do que o histórico profissional,empresas estão requerendo funcionários quemostrem serviço na hora. 

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A fotografia dialoga muito com o entretenimento.Pessoas buscam utilizá-la para registrar momentosem família, uma vez que, encontram-se, basicamente,para as festas de final de ano e para os aniversários.Reflexo mais expressivo de que a sociedade delimita aimportância do ato de se recordar para os momentosde lazer. Seria isso em razão do fato de que sua rotinanão seria esquecida ou que não tenha importânciahistórica, exceto pelo fato de garantir o própriosustento? Seja como for, é outra consequência da intensa rotinasocial de nossos dias. No Brasil, costuma-se dizer queo trabalho é para que as contas estejam pagas. Adiversificação das formas de trabalho, inclusive comnovos métodos em ascensão, tal como o home office,é uma tentativa de recuperar a prioridade primária,primeiro a família, a micro sociedade na qualnascemos, depois o trabalho. Embora não hajagarantia dos mesmos direitos assegurados aotrabalho tradicional, desde a reforma trabalhista dosanos 30 implantada durante o primeiro governo deGetúlio Vargas, o home office tende a se consolidar.

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A noção de tempo é a principal responsável pelaintensificação da rotina de nossa sociedade. A vidapassa rápido demais para que as relações sociaissejam deixadas de lado. A fotografia tem o papel socialde preservar a importância de se manter contato ebuscar novos afim de preservar a necessidade básicade nossa espécie, a troca de experiências.Embora sempre estiveram presentes nas relaçõesprofissionais, as relações sociais são bem limitadas esujeitas às"fronteiras hierárquicas" das funçõesprofissionais dentro da empresa. Fotos das rotinas daempresa costumam manter a mesma dinâmica daspessoais, ou seja, apenas nos momentos de lazer.Excessão feita aos profissionais da área queproporcionam estes serviços, mas com objetivo deentreter as pessoas. Em síntese, a importância dolazer vai tanto do aspecto pessoal e profissional comodo aspecto físico e psicológico. É o hábito responsávelpela popularização das técnicas fotográficas e que,em virtude da redução do número médio de filhos porfamília nas últimas décadas, perdeu um pouco aimportância.

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Mesmo assim, ainda continua sendo essencial pelasingularidade dos momentos. Pessoas ao longo dotempo, por variadas razões, perdem contato, seguemsuas vidas. O registro fotográfico é incumbido depreservar a existência de uma relação importantepara os envolvidos, renovando a memória, estimulandosorrisos, orgulho, mas, principalmente, saudade. Énatural a reação de se descartar aquilo que nosprejudica. Assim, aquilo que levamos conosco é o quenos faz bem. Por isso, de alguma forma, a fotografia,assim como as cartas, recuperam esses momentos. A interdisciplinaridade transcorrida até aqui,demonstra a importância social da fotografiaenquanto instrumento para se preservar as relaçõessociais. A tecnologia fotográfica, sobretudo desde osurgimento das máquinas digitais, tornou maisacessível o contato com as fotografias. Guardá-las nocomputador ou em dispositivos digitais quaisquer,protege a imagem da degradação natural das antigasfotos resultantes dos rolos fotográficos.

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A popularização da fotografia é cada vez mais evidenteem nossa sociedade. No próximo capítulo abordarei astécnicas fotográficas, isto é, os conceitos técnicosinseridos no processo de registro das fotos que, aliás,é apenas o resultado. Como resultado de umasociedade que preza os resultados, a tecnologia nãopreza o processo de produção, exceto pela suacontinuidade. Mas isso tudo está relacionado àaceitação do mercado consumidor. As tecnologiastambém são práticas passageiras, a inovação é aprática de ordem para que esteja sempre à serviço do"ganho de tempo" e geração de alto capital. Mas, tudodepende da máxima "produção suprindo à demanda",ou seja, que se tenha estoque dos produtos disponíveispara o consumo. O mercado absorveu a fotografia como produto paraconsumo, tendo mercados ávidos por seu serviço. Nãomais se trata apenas de se preservar costumes ecultura, relações públicas ou pessoais, mas desatisfazer o homem. Como agente da história,perpassa por ele a necessidade de inovar astecnologias.

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Do ponto de vista turístico, a fotografia é um dos maisimportantes produtos que, aliado à singularidade dospontos turísticos e suas respectivas diversidadesculturais, elevam a importância do guardar pararecordar.Não se limita às relações sociais a importância dafotografia. Registros de paisagens que têm suassingularidades geográficas e geológicas, tambémcontribuem para a importância da fotografia nouniverso turístico. A eternização de cada momentoimpulsiona cada vez mais sua prática, independentede haver repetição contínua de destino de viagem. Adiversidade cultural de cada região chama paradiversas visitas, embora nem sempre suascaracterísticas demandem novas experiências. Anovidade é um dos maiores estímulos para o homemconhecer e aprofundar conhecimentos acerca dedeterminada região. Cada foto é única, assim como omomento. 

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A interação cultural, o conhecimento do novo, ointercâmbio e aprendizagem de novos aspectosculturais também relevam a importância dafotografia.O homem é, por natureza, fascinado por descobrir.Embora a razão inicial de tal prática tenha sido paraexpansão e adaptação geográfico-culturais,atualmente, em razão da Globalização, há constanteaumento da necessidade de se aprender uma novalíngua. A expansão deixou de ser política, para serprofissional e individualizada. O indivíduo é oresponsável pela diversificação do padrão de qualidadede vida. Estudar que, durante boa parte do séculopassado, não foi prioridade em razão daresponsabilidade em garantir o sustento pessoal e dafamília, com o avanço da tecnologia, adaptou aeducação de modo a não interferir na rotinaprofessional do estudante. Mesmo que, atualmente,reduziu-se drasticamente os trabalhos pesados,intensificou-se a prioridade pelos resultados.

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A fotografia é uma tecnologia advinda da Revoluçãoindustrial, ocorrida na Inglaterra, durante a segundametade do século XVIII, em virtude da necessidade desuprir à expansão do mercado.Também é uma maneira de expressão artística. Oolhar fotográfico é o que torna cada fotografia única ea perda do momento, não está em questão.Ao longo da História o homem sempre foi fascinadopor conhecer novas culturas. Embora tenha sido pormotivos políticos, esse "choque" provocado peloencontro entre elas, constitui o início do que,atualmente, se conhece como dominação cultural. Doponto de vista sócio-cultural, esse efeito causou aGlobalização, em razão da vitória norte-americana nasegunda Grande Guerra.A fotografia está sempre para auxiliar o historiador nainterpretação e elaboração de teorias maiscondizentes com a mensagem abstraída do contatocom a fonte. Por isso, uma espécie de revoluçãotecnológica se fez imergir afim de romper compadrões sócio políticos, culturais e econômicos.

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A tecnologia não pode ser vista como sucessora dohomem enquanto mão de obra dominante. Ela foipensada afim de servir ao homem, diversificando aslinhas de produção, volume, mercado atingido e lucrovindo das negociações concluídas.Máquinas não possuem limitações técnicas eobedecer fielmente a uma ordem de produção préestabelecidas. Cargos com funções repetitivas como, por exemplo, ofixador de parafusos ou demais peças em uma loja depeças, já é ocupada por robôs programados parasuprir às demandas de mercado.Aumenta-se, de maneira escancarada, os índices dedesemprego social, atingindo quase sempre, a classebaixa.A própria fotografia é reflexo dessa automaçãotecnológica, substituindo quase que na totalidade, apintura enquanto forma de retratar a realidade.

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2.1 As técnicas fotográficasAs técnicas fotográficas foram aperfeiçoadas ao longodo tempo, sobretudo, com o advento da tecnologia. Emum contexto histórico tão "líquido" como o corrente,as inovações são regidas pelas necessidades domercado.Mas, em que medida o avanço das técnicaspopularizou a fotografia como recurso essencial paraguardar momentos? De fato, não se pode negar quehouve profunda transformação na maneira como ohomem preserva suas lembranças. Antes, a escritaera a metodologia escolhida, uma vez que, guardavadetalhes de um companheiro essencial: o diário.Quantas crianças não confidenciaram suas angústiasao pequeno mas fiel guardador de segredos? Mas, àmedida em que as tecnologias foram aperfeiçoadas e,os produtos foram ficando acessíveis à população, aimagem fidelizada das relações pessoais, passaram aocupar o "posto preterido".Nesse sentido, as relações sociais de sangue, sefortaleceram, especialmente, nos finais de semana ounos feriados e épocas de férias. 

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Esta aproximação entre os parentes de sangue se deuem razão das reformas trabalhistas do governo deGetúlio Vargas, nos anos 1930.Sem dúvida alguma, foi em virtude da abertura domercado brasileiro aos produtos americanos,sobretudo, após a segunda grande guerra, que astécnicas fotográficas foram aperfeiçoadas,primeiramente a partir da evolução das câmerasfotográficas. Mas, foi com a introdução das máquinas digitais quetais técnicas sofreram as mais diversastransformações.Entre as técnicas mais modernas, cuja finalidade é aaproximação cada vez mais precisa com a realidade,está o "efeito Bokeh". Este consiste no desfoque emforma de disco a partir das luzes de fundo. Muitoutilizado hoje em dia, é uma forma de tornar as fotosainda mais profissionais.

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Outra é a "Hora Dourada", que consiste em aproveitara melhor incidência de luz, no nascer ou pôr do sol,para tirar a foto, uma vez que a imagem ganha umaspecto "dourado". Esta, basicamente, é uma formamais natural de aproveitar as belezas naturais de umdia ensolarado. A natureza sempre foi um dos cenários prediletos dohomem para marcar sua presença no local.Independente de outras finalidades, o turismo quasesempre está presente entre as principais motivaçõespara conhecer um novo local. Está aí, um conceitoque é mal usado pelo senso comum. Conhecer umlocal, não se limita a uma visita, independente dotempo. Trata-se de uma inserção cultural, pois,conhecer é vivenciar a cultura local, respeitando-a,apreciando e aproveitando ao máximo para, de fato,trazer de volta heranças culturais daquela visita.A primeira técnica fotográfica conhecida, no entanto,surgiu em 1839, conhecida como daguerreótipo,inventada pelo pintor e inventor francês LouisJacques Daguerre. 

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Trata-se de um processo que abrange a projeção daimagem utilizando uma chapa de cobre coberta comuma camada de prata polida. As zonas claras sãoconstituídas por amálgama de mercúrio e prata e aszonas escuras são prata polida refletindo umaimagem escura. A imagem é obtida a partir de seureflexo na zona escura, fundamentando-se nasensibilidade da luz.Para seus contemporâneos do século XIX, odaguerreotipo foi considerado um importante passopara a evolução do processo fotográfico. Representa aaproximação mais realista da imagem sem precisar dainterpretação de um artista. Ou seja, é arepresentação da realidade desvinculada totalmente,em relação às interpretações de um artista, a únicamaneira de fazer um "retrato" até o surgimento dafotografia.Dessa maneira, constitui uma ruptura com o mundoartístico, uma vez que mecaniza a representação darealidade a tornando mais verídica, mais uma evoluçãoda ciência.

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Apesar de sua contribuição bastante significativa, ocomplexo processo para sua reprodução, tornou odaguerreotipo algo ultrapassado, caindo em desusonos anos de 1860, substituído pelas chapas de vidro.O calotipo, ou seja, o processo de reprodução da cópianegativa da imagem, não teve a mesma popularidadedo primogênito. No entanto, sua aceitação ao longodos anos foi mais aceita, prevalecendo como técnicade reprodução da imagem nos processossubsequentes.No entanto, a imagem não correspondia à realidade,uma vez que sua reprodução negativa apresentavafalhas. A técnica ideal para reprodução dos negativos são aschapas de vidro. Esta técnica foi introduzida a partirdos anos 1848, utilizando clara de ovo e cloridrato desódio como elementos químicos ativos parareprodução da imagem.

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Três anos depois, surge outra técnica fotográfica,inventada pelo inglês Frederich Scott Archer. Ao invésde albumina, Archer utilizou colódio como princípioativo formador da inagem. Mesmo assim, este ativoquímico sozinho, é impermeável, impossibilitando aformação da imagem. Para corrigir esse problema,Archer optou por utilizar humidio enquanto os porosestivessem abertos, permeáveis. Quando divulgou suautilização, Archer não patenteou a marca, mesmotendo ampla aceitação entre os fotógrafos à época.Mesmo assim, sua aplicação estava limitada aosestúdios. Mas não era devido ao uso do humidio, em si.O transporte da imensa quantia de equipamentos quecompunham o processo de reprodução fotográfica, erabastante complexo, inviabilizando sua utilizaçãoexterna.

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A evolução das técnicas fotográficas reproduzem-seconforme a evolução da Revolução industrial que,nessa época, por volta de 1880, popularizou o uso docarvão como material para reprodução da imagemfotográfica. Aliás, foi a partir daí que se popularizou aprodução industrial da técnica.Surgiu então, a reprodução no papel filmico dastécnicas fotográficas. Sua propulsão industrial,consolidou, nos últimos vinte anos do século XIX,como técnica principal para o ramo da fotografia. Suareprodução abrange uma ampla variedade demateriais. Entre os mais populares, o papel brilhante,e bastante, de coloração azul,  utilizado nos álbunsfotográficos, inclusive no início do século XIX, foibastante utilizado.As películas de vidro, no entanto, são pesadas efrágeis, comprometendo sua utilização. Por volta de1885, surgiu o rolo de papel fotográfico, utilizando,entre outros materiais, a celulose, no início do séculoXX, como matéria prima.

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A comercialização dos papéis fotográficos feitos apartir da celulose, se estendeu desde a proclamaçãoda república, 1889 até o início do segundo governo dopresidente gaúcho, Getúlio Vargas, em 1950. As especificações técnicas dos rolos produzidos nesseperíodo envolvem desde 35 mm, 120, 220, 620, entreoutros, variando o tamanho das chapas conforme otipo técnico do filme.Essa ampliação técnica dos rolos filmico implicaramno aumento da demanda do processo de distribuição. Nesse mercado, a Kodac se consolidou como principalfabricante de rolos filmicos. Outro mercado abrangidopelos rolos, foi o cinema, surgido no mesmo período,cuja abordagem comporá outro estudo.Além dos rolos, as próprias câmeras fotográficasacompanharam o processo de evolução durante o finalda Revolução industrial.

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Em relação às máquinas fotográficas, a Kodac teve aprimazia na produção e popularização de um modelode máquina, a Kodac número 1, muito simples deutilizar, contribuindo para sua popularização.A partir daí, todo aquele processo complicado parareprodução da fotografia, envolvendo combinaçõesquímicas, e a ampla gama de materiais utilizados, caiuem desuso. A Kodac já incluia, junto com sua máquina, um rolofilmico com 100 posições. Além disso, o processo parasua revelação, é bem mais simples, fazendo surgiruma nova modalidade: o retrato. Até o final do séculoXX, esta técnica fotográfica permitiu o acesso de umaampla variedade de pessoas, de distintas classessociais.Outras marcas surgiram ao longo dos anos, masnenhuma delas, tem a importância da Kodac. 

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O retrato inaugura a fotografia em família sem anecessidade de contratar um serviço especializadopara tal. A modalidade "selfie", o auto-retrato, embora nãofosse tão popular como na atual era digital, tambémsurgiu a partir da popularização da fotografia,enquanto processo completo, isto é, a reprodução erevelação da imagem e promoção das memórias pessoais e familiares. Nesse sentido, a historiografia absorveu a foto, ouseja, o material físico da imagem que abrange umcontexto histórico específico de espaço-tempo comomaterial de estudo, enriquecendo, sobretudo, areprodução de biografias de personagensprotagonistas da história, como os inventores demateriais, hoje, essenciais para nosso dia a dia, umavez que sua aceitação e uso, são fundamentais para odesenvolvimento da própria economia familiar, social,regional e nacional, por exemplo.

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2.2 Tipos de lenteAs lentes são essenciais para a reprodução daimagem nas máquinas fotográficas. Embora afotografia seja popular, a maioria da populaçãodesconhece a importância de conhecer os tipos delente e suas especificações técnicas para melhoraproveitamento e qualidade da imagem.Esse desconhecimento popular, se deve em razão daprioridade em se ter a imagem física, independente desua qualidade não corresponder, na maioria das vezes,na maximização da qualidade, proporcionada pelaadequada utilização da lente Cada lente é adaptada a determinadas condições deambiente, tal como, por exemplo, com mais ou menosincidência de luz, lentes para utilização exclusiva emestúdios, entre outros.Mesmo assim, a utilização de máquinas semi-profissionais só se popularizou a partir da criação dasmáquinas digitais.

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Na fotografia, a maioria dos equipamentos sãotrocados, ao longo da vida profissional e pessoal,conforme as necessidades, exceção feita às lentes. Aliás, elas são a parte mais importante doequipamento fotográfico. A escolha da ideal variaconforme o tipo de foto que se deseja obter. Por isso,intrinsecamente, os fotógrafos amadores eprofissionais, precisam ter um pouco de noçãotécnica, mesmo que básica, para atingir os melhoresresultados.As lentes podem ser fixas ou não, possuírem zoom ounão. A variação de foco que se pode obter a partir douso do zoom, é o "elemento chave", por exemplo,quando se deseja obter uma fotografia de paisagem.Possibilita, entre outros detalhes, capturar aspectosdiferenciais dentro de um ambiente "pouco" dinâmico.Além disso, o recurso ainda se tornou um diferencial,especialmente, para os profissionais da fotografia.

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Nas câmeras fotográficas atuais, não se utiliza mais otradicional rolo de filme fotográfico, no lugar, utiliza-se o sensor digital, cuja posição e função permaneceas mesmas do recurso anterior.As câmeras fotográficas digitais que sepopularizaram, são as compactas. Seu uso prático eutilização acessível a todos, tornou a fotografia aindamais popular, seja para diversão, seja para profissão.A definição "pixels" que caracteriza a qualificação daimagem, não significa na melhor definição da imagem.Isso se deve ao pequeno tamanho dos sensores decapturação. Além das compactas, têm as máquinas compactasavançadas. ou prosumers, que são bem parecidas,mas um pouco melhoradas. Seus sensores decapturação são um pouco maiores, melhorando aqualidade da imagem e a definição  também émelhorada, LCD flexível.Em relação às câmeras "Super Zoom", tem umajogada de marketing sobre a qual é preciso dizer.

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Algumas lojas revendedoras citam, erroneamente,estas máquinas na categoria "semi profissional".Porém, passa longe disso. Suas especificaçõestécnicas são mais limitadas em relação àsprofissionais. No entanto, trata-se de uma tática paraagregar comercial ao produto.Seu público alvo envolve àqueles que gostam de tirarfotos com boa qualidade, permite mexer nasespecificações técnicas, porém não pretendem seguircarreira como fotógrafo. Para os que desejam seprofissionalizar, recomenda-se economizar um poucomais para adquirir uma máquina que, de fato, seenquadra na categoria semi-profissional, uma vez que,entregam, de fato, fotografias com melhor qualidadetécnica.Entre as qualidades das câmeras Super Zoom estão:sensor de captura melhor; lente maior e consequentemelhora na qualidade da imagem; ajustes maisprecisos em relação às máquinas compactas;disponibilidade para utilização do modo manual;possibilidade de ajustes técnicos.

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Há outras opções de máquinas como a miroless, assemi-profissional e a profissional cuja melhora nasespecificações técnicas limitam seu mercadoconsumidor à profissionais habilitados para tal.Para efeitos deste estudo, não me alongarei nosdetalhes técnicos dessas máquinas, afim de não sairdo principal objetivo do livro, a fotografia naperspectiva historiográfica.Ao longo da revolução tecnológica pela qual aindapassamos no século XXI, esta melhora dos recursostecnológicos para a ampliação do mercado eapreciação da imagem enquanto objeto para memória,fica cada vez mais evidente.Trata-se do processo "líquido" da Modernidade, umavez que impera o conceito de "noção de tempo" sobreo tempo cronológico, em si.No capítulo seguinte, abordarei o olhar histórico dafotografia enquanto fonte, objeto da memória afim decompreender a importância da fotografia para aconstrução da própria perspectiva histórica de nossasociedade.

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3. Memória e fotografia O surgimento da fotografia enquanto instrumentopara consolidar memórias visuais, trouxe uma noçãode poder, na prática, impossível de se consolidar, ocongelamento temporal. Embora impossível, esta éuma das grandes ambições resultantes do adventotecnológico, cada vez mais evidente.A era Moderna trouxe, na perspectiva fotográfica,uma característica irregular, uma vez que sintetizou,desde o registro dos primeiros fotógrafos,características descontínuas da realidade moderna.A eternização do momento histórico, deu à fotografia,uma posição de ruptura. No entanto, memória e fotografia unem-se enquantocaminho do "reviver o passado". Uma vez que eternizamaterialmente dado instante histórico, a fotografiapossibilita uma característica intrínseca ao estudohistoriografico, o olhar contemporâneo ao fato, basepara compreensão do contexto histórico.

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Do ponto de vista historiografico, a imagemrepresenta maior fidelidade em relação às fontesescritas. A memória visual é melhor estimulada coma aceitação de que àquilo que é visto, estácomprovado, enquanto não for questionado. Mesmoassim, não há "verdade histórica" na perspectiva doolhar do outro. A fotografia ainda contém o olhar dequem foi agente histórico do momento registrado.Nesse sentido, memória e fotografia unem-seenquanto caminho para a "revivência passada".O congelamento temporal de determinadoacontecimento, implica na sensação de dominação daessência temporal, e uma antítese à teoria daModernidade liquida, de Zyigmund Bauman.Mesmo assim, na prática, não é possível parar e,muito menos, reverter o percurso natural do tempo.Assim, a fotografia torna-se essencial na medida emque, além de constituir uma fonte primária,contemporânea ao fato, representar uma perspectivarealista, guarda em sua essência, a história da própria"tipologia química" utilizada à época.

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O diálogo entre diferentes áreas do conhecimento é,atualmente, um importante alicerce científico,advindo da segunda fase do movimento da Escola dosAnnales, por volta de 1940.Representa uma ideologia em movimento, assimcomo a própria História é caracterizada.A digitalização da foto não a descaracteriza comofonte. Pelo contrário, trata-se de uma medida visandoconservar a sua essência retardando o processonatural de decomposição da matéria.Tal processo, é um dos responsáveis pelodesaparecimento dos registros que poderiamenriquecer nosso conhecimento sobre o passado.Além disso, o mau usufruto do homem, como:Manipulação inadequada, técnicas impróprias deconservação, ausência de gestão documental,sobretudo, dão conta da outra causa de taldesaparecimento.A fotografia é um dos meios mais prejudicados.Quando se trata de um documento pessoal, há ainda anecessidade de se adquirir uma autorização porescrito de um membro da família.

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Aspectos sócio-culturais têm ampla gama deregistros fotográficos. Independente da maneira comoestá registrado o acontecimento, de alguma forma,tem importância histórica. Por isso, a problemáticada pesquisa embasada na fotografia não correspondeà possibilidade de ser relevante a temática de estudo,mas qual. É mais do que necessário que o historiador sejacurioso, pesquise, pois a História é constantemente(re)escrita de modo a ter sempre algo novo a noscontar. É preciso, nesse sentido, haver um diálogocom a fonte. É preciso não ter a intenção de esgotá-la.Do ponto de vista da pesquisa, é o não esgotamento dafonte que difere o historiador do detetive, por exemplo.Assim, há constante renovação da História, mas nãorepetição. O historiador é o curioso nato, aberto àsnovidades que, do ponto de vista cultural, muitasvezes, confrontam-se com suas próprias crenças.É preciso ter a neutralidade, nesse sentido. Imergir notempo histórico afim de analisar comocontemporâneo à ele.

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A prática de um "choque" de realidades, gera oanacronismo. A neutralidade vem nesse sentido. Nãointerferir no acontecimento, mas buscarcompreendê-lo.A fotografia, enquanto registro congelado do momentohistórico, revela muito mais do que está explícito naimagem. Como um quebra-cabeça subjetivo àimagem, trata-se de uma realidade à procura derespostas que correspondam ao seu contexto.Por isso, é uma das fontes mais ricasepistemologicamente. Um exemplo mais claro daimportância da imagem como elemento histórico,está relacionado à relembrar a trajetória do avô dequem se ouve muito falar, ou de qualquer parente quetenha marcado a família. Montam-se álbuns defamília, de modo a reaproximar os parentes queridos,e, de maneira subjetiva, proporcionar o encontro degerações que não se encontraram no curso da vida.

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3.1 Fotos como fontesComo mencionado ao longo do início do presentecapítulo, as fotos estimulam a memória visual.Nesses sentido, apresentam a realidadecontextualizada em determinado período. Estimulampesquisas que abrangem os mais diversos segmentosfactuais. Assim, a credibilidade daquilo que pode ser visto,alimenta a busca subjetiva pela "verdade histórica". Atransfiguração, isto é, a compreensão de determinadarealidade a partir da inserção do olhar contemporâneoao fato, evita aproximações grosseiras distorcidas acerca do mesmo.As fotos são utilizadas para complementar umaanálise historiografia de modo a enriquecê-la,cientificamente.Por assim dizer, elas representam o "paradoxo" doregistro particular de uma paisagem, mas que fazparte de um contexto histórico, objeto de estudo dohistoriador.

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Classificam-se como fontes primárias, ou seja, quemregistrou presenciou o momento. Isso representa umaanálise do agente histórico, não uma interpretaçãoposterior ao mesmo. As fotos constituem memóriaspreservadas à medida em que, na perspectiva pessoal,reaproxima as pessoas separadas pelo tempo. Nasocial, preserva para gerações futuras uma realidadeque, embora alheia a uma época passada, ajuda acompreender a realidade de quem analisa a fonte.Por isso, faz-se necessário um amplo diálogo quandose analisa a fotografia, pois, assim como estimula ahistoriografia, também o faz com a produçãocinematográfica e documentária, outros exemplos defontes fundamentais para a historiografiacontemporânea.A fotografia é a fonte primogênita no que diz respeito àfidedignidade factual. Seu processo histórico, jáanalisado nesse livro, representa o avanço tecnológicorumo à mecanização de procedimentos à serviço dohomem.

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A interpretação iconográfica da mesma, abrangeaspectos que, complementam as análises daarquitetura, enquanto processo de aculturação social.A imagem, no entanto, assim como outras fontes,também apresenta problemas de "fidelidade", a partirdo avanço da pirataria.Esta, tem como principal característica, o benefício à"atravessadores" que se aproveitam do valor históricodos objetos para forjar uma imagem que, com opassar do tempo, estreitou as margens que a diferemda original.Com o avanço da tecnologia e, consequentepopularização da internet, tal prática tomouproporções mundiais.É necessário que se combata tais práticas, masaplicação de punições somente, tem se mostradoineficiente. A criminalidade cresce, no mínimo, namesma proporção ao avanço tecnológico.

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À medida em que o tempo passa, maior é o valor dafotografia para a História. Na perspectiva econômica,quanto mais antiga é a foto, maior seu valor não sóeconômico, mas cultural.Analises históricas permitem o (re) descobrimento denossa trajetória enquanto sociedade, à medida em quenos fornece hipóteses que justificam, afim de quecompreendamos, o porquê de os fatos terem taiscaracterísticas.O movimento de seu "termômetro" científico,corrobora a importância da preservação e, portanto,estímulo à essa prática.A fotografia é jovem, ainda tem muito a revelar. E,diante de sua popularização mundial, tal diálogo não ésó possível, como provável.O "olhar para trás", fundamental para que secompreenda a razão para a importância de se estudaro passado, apoia-se, cada vez mais, na utilização deimagens.

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Enquanto práticas que laceiam antigas relações,mesmo que não ocorridas em vida, as fotosapresentam o dinamismo temporal da sociedade, umavez que, apresenta as diferenças de realidadeparalelamente à necessidade do homem moderno.A Modernidade liquida de Baumann, é a teoria queexplana esta prática social. Para ele, a sociedademoderna despreza a perda de tempo e as dificuldadesno processamento professional. Além de Baumann, o filme "Tempos Modernos" doinício do século passado, interpretado pelo humoristainglês Charles Chaplin, apresenta dessa visão dentroda indústria, a divisão do trabalho.Todas as formas de trabalho decorrentes a partir daí,seguem esse princípio, a programação para oexercício de uma função específica. Enquanto necessidade Moderna, representou umgrande avanço econômico. Mesmo assim, hoje em dia,tem dado cada vez mais lugar ao empreendimento,inclusive o digital.

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As fotos são provenientes, do ponto de vista turístico,da necessidade de se registrar os novos lugares.Assim, a necessidade de promover o intercâmbiopessoal para conhecer novas culturas. Por isso, amáquina fotográfica se popularizou tanto com opassar dos anos, tendo em vista que, houve aumentodas pessoas que viajavam ao redor do mundo.Dentro do saudável ato de viajar, no entanto, há umimportante processo que envolve a possibilidade de serealizar: economia. Diferentemente dos conceitoseconômicos que assistimos pela televisão nos jornais,a cota avaliada para transações turísticas é um poucodiferente, ligeiramente mais elevada.Nesse sentido, é preciso estar atento, se planejar,afim de que as lembranças da viagem não deixem deser dignas de foto.O processo de eternização do momento é tãosignificativo para a raça humana que, através de umsimples retrato, é possível tratar doencas, comodepressão, ou tentativas de suicídio. Uma vez que secombina a imagem do ente querido com a doçura daspalavras, tudo pode ser superado.

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A fotografia, por assim dizer, aliada com o discurso,estabelecem um diálogo enriquecedor para ajudarpessoas a superarem a dor do inevitável.Por isso, nada mais é tão digno de fotografia do que osmomentos com as pessoas que mais nos fazem bem.O fim não é um mal necessário, mas algo de tamanhaimportância a ponto de superar qualquer ambição doego humano, inferiorizando-o, sem, no entanto, daralguma expectativa para algo melhor.Pessoas se vão, momentos também, assim como asoportunidades, mas atos ficam, fotos ficam e reaçõesficam. Assim como a foto é o registro congelado domomento, a memória é o registro do momento emmovimento, uma vez que grava o contexto de comoaquilo aconteceu. Está completa àquela.As fotografias são as preciosas fontes que odesconhecido, o farejador intruso, necessita paradiagnosticar e compreender a história e ajudar aconstruir o momento que justificou o fato.

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As fotografias também são utilizadas para divulgaçãoe, nesse sentido, também retratam o contextoeconômico, tal como traz uma ideia de consumo dedeterminada época e sociedade.Basicamente, a fotografia é indissolúvel à História,uma vez que é produto de suas transformações.Foi pensada e é aplicada afim de servir a seus desejos,conscientizar, também, dependendo do momentohistórico que se deseja registrar, iconográficamente.As fotografias retratam a transformação de umasociedade. Caminha junto com o avanço tecnológicopara responder ao anseio de sua criação, representara realidade, da forma mais genuína.Assim como a História, a fotografia também, emboraiconográficamente não hesite em confirmar, nãobusca a verdade. Cada fotógrafo tem uma perspectivade realidade, cada olhar fotográfico é único. Não háfotografia ideal, assim como, não há verdade histórica.

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Dito isto, fica mais fácil salientar a comunhão seladapelas duas áreas. Dois produtos legítimos daintervenção humana, que não procuram a verdadeabsoluta, mas carregam-na em cada análise. Ofotógrafo, ao meu ver, é "como o curioso nato,maravilhado pelo ar de novidade que o cerca, levaconsigo cada pedaço de sua aventura". Ou seja, afimde nunca esquecer, o fotógrafo precisa ter a imagemem mãos do lugar por onde passa, afim de sempre tera sua "lembrança perfeita" de um primeiro encontro.O fotógrafo, talvez seja, "um ogro dacontemporaneidade, que abandonou o pântano daignorância e saiu pelo mundo". A novidade só tende abeneficiar, uma vez que, apresenta uma ruptura narotina e, consequentemente o "encanto pelo novo". Écomo se alguém nunca tivesse saído de casa em anos,o fizesse pela primeira vez, e percebesse que erapossível viver no mundo real.

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"Os olhos são a janela da alma", por isso, o olharfotográfico é revelador, inovando em cada perspectiva,ampliando nosso pacato conceito do que é belo.É possível transformar concepções já consolidadas,tais como as ocidentais, desde que se queira acabarcom a "enorme bolha" capitalista que nos cerca.Por isso, o hábito por conhecer novas culturas, deixoude ter aspecto político, mesmo que "civilizador", parater ideologia humana, levando-se em consideração o"lugar do outro".Processos de dominação, inclusive pelo qualpassamos, a globalização, têm característicasinflamatórias para o homem. A ideia de uma culturadominante, é a principal causa antiga desse processo.A fotografia é um processo civilizador e, assim como aprópria história, registra a passagem do homematravés do tempo.

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Considerações finaisRealizadas as considerações básicas à respeito dafotografia na perspectiva histórica, vimos a extensaimportância da mesma para o próprio homem.Vimos também que a fotografia é a continuação damemória, construindo uma perspectiva visual damesma, de modo a tornar possível retratar a realidadecom perfeição.Vimos, além disso, o desenvolvimento da fotografiaenquanto necessidade histórica, seus diversosprocessos, seu processo transmissor e suasferramentas, o lugar da fotografia, enquanto processo,dentro da História.Vimos a fotografia na perspectiva clínica, seja médicaou psicológica, de modo a (re)aproximar os homensseparados pelo tempo.Vimos, sobremaneira, o papel social do próprio fim davida, enquanto formador de uma perspectiva decontinuidade, mesmo que não na perspectiva física.

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A fotografia enquanto processo continuador dapintura, enquanto consolidador de percepçõesrealistas e não abstraídas de uma realidade interiorcomo naquela.Vimos a fotografia enquanto formadora de reflexão,uma vez que conscientiza que o papel social de umconflito armado não supre o sacrifício da própria vida.A fotografia e suas multifuncionalidades foi tratadanesta obra de maneira bem introdutória. Enquanto produto da intervenção humana é uma daspoucas que o acompanhará de modo a sempre deixarpara gerações posteriores una imagem do passado.A importância de ações como essa se deve, a priori, àsvariações das "equações" fatos/tempo etempo/atitudes, cujo resultado se resume à sincroniacronológica temporal "acelerada" pela mádistribuição de afazeres sociais, seja por questõespolítico-economicas, seja por culturais, ou ainda pelaambição do homem pelo acúmulo de produção elucrar sem precisar aacrificar-se tanto 

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Enquanto produto da Modernidade liquida, esteprocesso é resultado da afunilação da "noção detempo" com a passagem do tempo em si, resultandono acúmulo de processos e a "redução" do tempo parafazê-las.Há vários sacrifícios exigidos pelo progresso e,mesmo assim, não se garante totalidade em suaefetivação. A fotografia registra o momento, mas o suficientepara que a análise histórica contextualize o tamanhodo impacto causado por tais transformações.Não se trata de retroceder economicamente, abrindomão de conquistas importantes em seu própriotempo, mas de se adaptar ao enorme desnivelamentohierárquico presente no Brasil e nos paísessubdesenvolvidos e em países do primeiro mundo,mesmo que em bem menor número.Enquanto necessidade histórica Moderna, a fotografiaretrata o "mundo como ele é", nesse sentido, háfavorecimento para sua popularização, enquantoferramenta tecnológica. O aumento da demanda poresses serviços, o equilíbrio econômico entre os paísese o nivelamento das férias, por exemplo, contribuiu

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para o aumento de turistas e a necessidade de se tirarfotos da novidade.

A uniformidade linguística, por meio da instituição doinglês como língua estrangeira para ser ensinada nasescolas, é resultado do avanço Político-econômicorefletido seja nos indices, seja na realidade dos povosde língua inglesa. Este processo é conhecido comoGlobalização. Seu contexto histórico emana dodesfecho à favor dos aliados na Segunda GrandeGuerra. Foi em decorrência da intervenção política emilitar norte-americana, que foi possível "frear" osplanos nazistas para a conquista do mundo.A fotografia, nesse cenário, constitui um produto emexpansão, junto ao mercado desenvolvido. Memórias devem ser preservadas de modo à elucidaro avanço tecnológico dos povos ao redor do mundo.Devem, inclusive, ajudar a preencher as lacunasreferentes às definição de as coisas serem como são.Memória e fotografia unem-se enquanto caminhopara (re)constituir tempos passados que seencontram perdidos.

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Dessa maneira, precisam complementar uma a outra.A interdisciplinaridade entre História, memória efotografia é produto da concepção que centraliza ohomem como agente do tempo. Em outras palavras,as áreas comungam de especialidades feitas pelasações humanas.A fotografia, atualmente, percorre várias finalidades,desde profissionais, à lazer, passando por publicidadee propaganda, marketing, serve à justiça, recordarmomentos especiais.A evolução de sua técnica, assim como de suasmáquinas e demais recursos, demonstram o aumentode sua importância como instrumento para auxiliar amemória e divulgação da diversidade cultural.Portanto, o objetivo deste livro foi trazer à luz umanoção breve da fotografia na História e suaimportância enquanto parte da memória visual.