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1 _______________________________________________________________________ Curso de Pedagogia Artigo Original A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA ALUNOS COM DISGRAFIA THE IMPORTANCE OF PSYCHOMOTOR STUDENT WITH DYSGRAPHIA Franciédina de Almeida Lopes Barbosa 1 , Thayse Raynne Confessor da Silva Pereira 2 , Patrícia Mattão 3 _______________________________________________________________________ Resumo Este artigo tem como objetivo principal entender de que forma e porque a psicomotricidade é importante para crianças com disgrafia; para nortear o desenvolvimento do trabalho, descrevem-se os seguintes objetivos: Entender o processo histórico da escrita; explicar o surgimento da psicomotricidade; conceituar o que é a disgrafia, com o objetivo de compreender a relação da psicomotricidade com a aquisição da escrita, optou-se por uma metodologia de pesquisa bibliográfica, exploratória e qualitativa, que visa esclarecer de que forma a psicomotricidade contribui para desenvolvimento da escrita. Ao estudar esse assunto podemos perceber que a psicomotricidade envolve o indivíduo através do movimento que ele expressa, sabendo que este movimento está carregado de sentimentos, sensações e emoções, durante toda a vida da pessoa. Para a psicomotricidade o desenvolvimento só se concretiza deforma efetiva, se o corpo e a mente trabalharem juntos de forma harmônica. Portanto, compreende-se o valor da influência dos aspectos psicomotores permitindo que a criança se organize corporalmente para melhor desenvolvimento da leitura e da escrita, pois, foi feito um esboço bibliográfico das teorias sobre o assunto, selecionando os dados que tinham estrita relevância para a investigação. No entanto, para obter êxito na sua aplicabilidade, faz-se necessário ser discutido por vários autores, levando-se em consideração às fases do desenvolvimento da criança e a sua colaboração para o desenvolvimento intelectual das mesmas. Observa-se também que o papel do professor é muito importante para que se possibilite uma aprendizagem significativa, mediante vivências bem planejadas utilizando recursos da psicomotricidade como ferramenta facilitadora deste processo. Palavras-chave: Psicomotricidade; Escrita; Disgrafia. Abstract This article aims to understand how and why the psychomotor is important for children with dysgraphia; to guide the development of the work, the following objectives are described: Understand the history of the writing process; explain the emergence of psychomotor; conceptualize what is the dysgraphia, in order to understand the relationship of psychomotor with the acquisition of writing, we chose a methodology of bibliographical research, exploratory and qualitative, which aims to clarify how the psychomotor contributes to the development of writing. By studying this matter we can see that the psychomotor involves the individual through the movement he expressed, knowing that this movement is full of feelings, sensations and emotions throughout a person's life. For psychomotor development is realized only effectively if the body and the mind work together in harmony. Therefore, we understand the value of the influence of psychomotor aspects allowing the child to bodily organize for better development of reading and writing because it was made a bibliographic outline of theories on the subject, selecting the data that had strict relevance to research. However, to succeed in its applicability, for it is necessary to be discussed several authors, taking into account the child development stages and their collaboration for the intellectual development of the same. It is also noted that the teacher's role is very important for it enables a significant learning experiences through well planned using psychomotor resources as tool facilitating this process. Keywords: Psychomotor; writing; Dysgraphia. 1 Graduanda do Curso de Pedagogia. 2 Graduanda do Curso de Pedagogia. 3 Professora especialista do curso de Pedagogia do Icesp / Promove.

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Curso de Pedagogia Artigo Original

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA ALUNOS COM DISGRAFIA

THE IMPORTANCE OF PSYCHOMOTOR STUDENT WITH DYSGRAPHIA

Franciédina de Almeida Lopes Barbosa1, Thayse Raynne Confessor da Silva Pereira

2, Patrícia Mattão

3

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Resumo

Este artigo tem como objetivo principal entender de que forma e porque a psicomotricidade é importante para crianças com disgrafia; para nortear o desenvolvimento do trabalho, descrevem-se os seguintes objetivos: Entender o processo histórico da escrita; explicar o surgimento da psicomotricidade; conceituar o que é a disgrafia, com o objetivo de compreender a relação da psicomotricidade com a aquisição da escrita, optou-se por uma metodologia de pesquisa bibliográfica, exploratória e qualitativa, que visa esclarecer de que forma a psicomotricidade contribui para desenvolvimento da escrita. Ao estudar esse assunto podemos perceber que a psicomotricidade envolve o indivíduo através do movimento que ele expressa, sabendo que este movimento está carregado de sentimentos, sensações e emoções, durante toda a vida da pessoa. Para a psicomotricidade o desenvolvimento só se concretiza deforma efetiva, se o corpo e a mente trabalharem juntos de forma harmônica. Portanto, compreende-se o valor da influência dos aspectos psicomotores permitindo que a criança se organize corporalmente para melhor desenvolvimento da leitura e da escrita, pois, foi feito um esboço bibliográfico das teorias sobre o assunto, selecionando os dados que tinham estrita relevância para a investigação. No entanto, para obter êxito na sua aplicabilidade, faz-se necessário ser discutido por vários autores, levando-se em consideração às fases do desenvolvimento da criança e a sua colaboração para o desenvolvimento intelectual das mesmas. Observa-se também que o papel do professor é muito importante para que se possibilite uma aprendizagem significativa, mediante vivências bem planejadas utilizando recursos da psicomotricidade como ferramenta facilitadora deste processo. Palavras-chave: Psicomotricidade; Escrita; Disgrafia.

Abstract

This article aims to understand how and why the psychomotor is important for children with dysgraphia; to guide the development of the work, the following objectives are described: Understand the history of the writing process; explain the emergence of psychomotor; conceptualize what is the dysgraphia, in order to understand the relationship of psychomotor with the acquisition of writing, we chose a methodology of bibliographical research, exploratory and qualitative, which aims to clarify how the psychomotor contributes to the development of writing. By studying this matter we can see that the psychomotor involves the individual through the movement he expressed, knowing that this movement is full of feelings, sensations and emotions throughout a person's life. For psychomotor development is realized only effectively if the body and the mind work together in harmony. Therefore, we understand the value of the influence of psychomotor aspects allowing the child to bodily organize for better development of reading and writing because it was made a bibliographic outline of theories on the subject, selecting the data that had strict relevance to research. However, to succeed in its applicability, for it is necessary to be discussed several authors, taking into account the child development stages and their collaboration for the intellectual development of the same. It is also noted that the teacher's role is very important for it enables a significant learning experiences through well planned using psychomotor resources as tool facilitating this process.

Keywords: Psychomotor; writing; Dysgraphia.

1Graduanda do Curso de Pedagogia.

2Graduanda do Curso de Pedagogia.

3Professora especialista do curso de Pedagogia do Icesp / Promove.

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Introdução

Muito tem se discutido sobre a importância das experiências significativas na fase de aprendizagem da escrita na criança, mas os fatores que de fato efetivam essa importância ainda não estão totalmente compreendidos e fazem com que as práticas pedagógicas nas salas de aulas ocorram de forma questionável. Alguns desses fatores são a incompreensão da natureza da criança e suas formas de aprender e o não uso de recursos metodológicos que facilitam a aprendizagem.

O presente artigo que tem como tema: A importância da psicomotricidade para crianças com disgrafia, consiste em entender qual a importância dessa ciência e como ela auxilia no desenvolvimento da escrita para crianças com disgrafia.

Nesse sentido, podemos analisar que a educação psicomotora irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio dele, localizando-se no tempo e no espaço.

É por meio da psicomotricidade, que a criança chega ao domínio de todos os seus comandos motores, sendo o sensório-motor e perceptivo-motor, num contexto de relação entre o social e o afetivo, obtendo assim como consequência, sentimentos de segurança e de confiança em si mesma.

Percebe-se que hoje as crianças têm inúmeras dificuldades no processo de aprendizagem da escrita, nesse sentido é necessário que o professor tenha um olhar abrangente para observar essas dificuldades e perceber que a criança na sua complexidade, para tanto se faz necessário compreender os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil.

Observa-se que há dificuldade de aprendizagem do aluno relacionado à escrita, esta dificuldade denomina-se disgrafia que interfere na realização de tarefas básicas no ato de escrever ligada a um problema perceptivo-motor, conhecida também como letra feia. Levando-se em consideração sobre a disgrafia, nota-se um grande problema de ensino-aprendizagem, pois percebe-se a presença de uma parcela de indivíduos que apresentam disgrafia, apesar de não ser algo muito evidente, onde no geral crianças tendem a apresentar escritas diferentes, mas quando saber que trata-se de um transtorno na escrita.

Dentro dessa perspectiva pergunta-se: Como a psicomotricidade pode auxiliar na aprendizagem para crianças com disgrafia? A psicomotricidade surge como algo inovador, é evidente que o professor precisa ser mais dedicado, já que a ênfase maior da psicomotricidade é o movimento, o intelecto, áreas importante para o desenvolvimento, expressivo e sensório-motor da criança.

É evidente que o processo de aprendizagem é complexo e que a criança vai construindo e levantando hipóteses acerca da escrita. Nesse sentido é importante que a criança passe por experiências que promovam a exploração do espaço, de forma que ela possa aos poucos desenvolver a noção do corpo como referencia no espaço, percebendo assim de forma mais qualitativa o movimento.

Justifica-se a temática buscando a educação psicomotora como fonte de aprendizagem que permite a criança sentir-se bem com sua realidade corporal, possibilitando a livre expressão de seus sentimentos e pensamentos, além de estimular e reeducar os movimentos da criança. Pais e professores devem incentivar as crianças a criarem momentos de brincadeiras, e atividades lúdicas, utilizando jogos pedagógicos, onde as crianças possam soltar a imaginação e trabalhar o corpo na construção da aprendizagem, visto que a psicomotricidade, com estimulação dos movimentos da criança tem como objetivo motivar a capacidade sensitiva através de sensações e relações entre o corpo e o exterior, estimular a capacidade perceptiva e expressar suas emoções. Portanto dessa forma é perceptível a importância dessa ciência no auxilio a criança com disgrafia.

A psicomotricidade está presente em todas as atividades que desenvolvem a motricidade das crianças, estabelecendo o conhecimento que o indivíduo traz com o seu próprio corpo, além disso, constitui-se um fator indispensável para o desenvolvimento global e uniforme, ou seja, é uma base fundamental para o processo de aprendizagem das crianças.

No decorrer do processo da aprendizagem da criança a escola tem o papel fundamental no desenvolvimento psicomotor do indivíduo, buscando sempre de forma clara e objetiva que o educando deve fazer para melhorar e aperfeiçoar os métodos que facilite a formação dos conceitos e organização do esquema corporal, pois a criança tem a base indispensável em seu desenvolvimento. Daí a intenção com expressividade em que o movimento transforma-se em comportamento significante, no entanto, é necessário que toda criança passe por etapas em seu desenvolvimento.

O objetivo geral consiste em analisar como a psicomotricidade contribui para o desenvolvimento da escrita, para crianças com disgrafia.

Para nortear o desenvolvimento do trabalho, descrevem-se os seguintes objetivos específicos: Entender o processo histórico da escrita; explicar o surgimento da psicomotricidade; conceituar o que é a disgrafia; promover a formação continuada de professores em conteúdos que privilegiem o movimento

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humano buscando uma ação educativa interdisciplinar.

Com o objetivo de compreender a relação da psicomotricidade com a aquisição e escrita, optamos por uma metodologia de pesquisa bibliográfica, exploratória e qualitativa, que visa esclarecer de que forma a psicomotricidade contribui para desenvolvimento da escrita. Referencial Teórico 1. Conhecendo a escrita

A escrita é um processo simbólico que possibilitou ao homem expandir suas mensagens para muito além do seu próprio tempo e espaço, criando mensagens que manteriam-se inalteradas por séculos e que poderiam ser proferidas a quilômetros de distância.

Para Le Boulch (1987) a escrita é antes de qualquer coisa, um aprendizado motor, portanto o domínio da língua escrita é derivado de um conjunto de condições dentre as quais se destacam o domínio da linguagem, sua pronúncia e sintaxe familiarização global com o código gráfico e condições psicomotoras. Portanto, a linguagem é anterior ao grafismo, e o aprendizado da leitura e escrita apoia-se numa linguagem expressiva, que desde o nascimento dos indivíduos é primordialmente através do corpo, ou seja, todas as questões relacionadas à expressão pessoal devem ser estimuladas e trabalhadas mesmo antes do surgimento da leitura e da escrita e até mesmo da fala. Assim a psicomotricidade torna-se uma ferramenta eficaz nesse processo.

O desenvolvimento da escrita está ligada à leitura, uma vez que essas duas atividades fazem parte do processo de comunicação. Tendo esse caráter social, diferentes funções são desempenhadas pela escrita como, informar, opinar, divertir, entre outras que fazem parte da vida de uma pessoa como também de uma sociedade letrada, não podendo então ser tratada como uma atividade restrita, apenas a escola.

Esse caráter de funcionalidade da escrita inspira uma mudança de força na prática educativa, a ênfase deve recair no processo e não no produto, ou seja, na produção de um texto, é fundamental saber para quê e para quem a mensagem deverá ser expressa.

No entanto o ato de escrever é um processo de construir e reconstruir de sentido em relação ao que se vê, ao que se ouve, sente e pensa. Logo, para que existam aspectos funcionais ligados à alfabetização é necessária à atuação de sistemas psicomotores, pois a escrita é essencialmente um modo de expressão e comunicação.

1.1. O Surgimento da Escrita

A escrita surgiu por volta 3.100 a.C, e teve como seu berço a Suméria

4, e é considerado um

marco de passagem da pré-história para a história.

Com o passar do tempo a escrita foi mudando e as pessoas sentiam-se necessidade de escrever fatos mais complexos; contudo atualmente as sociedades civilizadas possuem uma escrita. O mundo moderno necessita constantemente da escrita para registrar ocorrências simples do seu dia a dia.

Para Barbosa (1994), a escrita surge a partir do momento, que o homem aprende a comunicar-se usando pensamentos e sentimentos por meio de gestos e expressões e fala.

Nesse sentido é importante ressaltar que a pintura antecede a escrita, mas não com impulso estético

5, pois à medida que os desenhos passam

a transmitir, ou a comunicar fatos e ideias, os traços artísticos deixam de ser os mais relevantes. No entanto, o desenho passa a ser utilizado como suporte para localizar uma pessoa ou objeto, sem preocupação com detalhes, é uma etapa especificamente descritiva, em que a função dos registros é descrever.

Vários são os fatores que explicam o nascimento da escrita: a necessidade de contabilizar os produtos comercializados; os impostos arrecadados; o levantamento da estrutura das obras que exigia a criação de um sistema de sinais numéricos para a realização de cálculos geométricos.

Com a escrita o ser humano criou uma forma de registrar suas ideias e de se comunicar. A linguagem escrita é especial porque permite que a vida que levamos hoje seja conhecida por gerações que virão depois de nós.

A comunicação é essencial e está presente na vida do ser humano, estamos a todo tempo procurando alguma forma de nos comunicar e nos relacionar.

Portanto, a escrita é um dos principais meios de comunicação de nossos dias. Através dela podemos relatar experiências, registrar o que vivemos e aprendemos, por meios de códigos e gráficos podemos assim transpor conhecimentos adquiridos de uma geração para outra.

Ler e escrever para a criança é de suma importância, fazer com que a mesma se sinta parte do mundo em que vive tem um significado e um sentido todo especial. Pois, assim como os adultos, a criança também sente a necessidade de registrar suas vivências e ações, dessa forma suas experiências ganharam maior sentido. 1.2. Os estágios do desenvolvimento humano e a escrita

4Suméria- antiga civilização da região da Mesopotâmia / atual

Iraque. 5Estético- relativo à estética, ao estudo e conceituação do

belo, o que indica bom gosto; atraente.

4

O ser humano tem necessidade de movimentar-se e é a partir desta ação após o nascimento passa a tomar consciência do seu corpo, suas possibilidades, limitações, interage e conhece o mundo que o cerca, e deseja esclarecer os questionamentos provocados por esses processos comunicativos.

Piaget (1978) identifica que de uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas quatro fases na mesma sequência, porém o início e o término de cada uma delas podem sofrer variações em função das características biológicas (genéticas), ou culturais (ambientais) como os estímulos oferecidos pelos pais, pela escola e pelos espaços que frequenta.

No período sensório – motor abrange a criança de 0 a 2 anos de vida, nesta fase, as crianças passam por processo grande de interação e de desenvolvimento biológico, psicológico, afetivo e cultural. Esse processo envolve, ao mesmo tempo, aspectos cognitivos, emocionais e afetivos, que serão de grande importância para a construção de identidade de cada ser humano.

No recém-nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos

6. Assim sendo, o universo que

circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como chocalhos ou móbiles suspensos, a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).

Portanto, o progresso da criança vai aperfeiçoando tais movimentos, reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo a construir como seres independentes, capazes de estabelecer diversas relações com as pessoas e de interagir de maneira autônoma.

Já no período pré-operatório a criança está com 2 a 7 anos, para Piaget (1978), o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é justamente pelo o aparecimento desses objetos e de fatos ausentes da função simbólica ou semiótica

7, ou seja, é a emergência

da linguagem. É nessa fase que começam as brincadeiras

de faz conta em que a criança finge ser isto ou aquilo. É a chamada fase do jogo simbólico, com o qual ela procura satisfazer os seus próprios desejos, tudo como ela quiser, buscando no prazer de descobrir o mundo e de se descobrir. A criança reviverá situações de alegria ou de tristeza e as recriará de modo a superar seus conflitos. Exemplo: O de faz de conta, a mãe brigará porque o filhinho não foi dormir cedo, a caixa será o carro que o pai não deixa dirigir, etc.

6Inato- que é inerente ou está presente desde o nascimento.

7Semiótica- ciência dos modos de produção de funcionamento

e de recepção dos diferentes sistemas de sinais de comunicação entre indivíduos ou coletividades.

É, neste estágio, que a criança apresenta capacidade de atuar de forma lógica e coerente.

Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica.

Neste período das operações concretas de 7 a 12 anos, a criança passa por uma realidade mais estruturada pela razão do que pela assimilação egocêntrica tanto intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes.

A qualidade das operações lógicas implica a capacidade de descentralização da criança, tanto no plano cognitivo como no afetivo. Outro aspecto importante neste estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor, por exemplo, a criança operatória dirá que a quantidade de fichas é a mesma, independente de estarem juntas ou separadas.

O agrupamento para Piaget (1978) supõe uma organização lógica entre elementos com os outros elementos, observando-se ainda, que essas relações são irreversíveis. Pois a capacidade de organizar séries e classes pressupõe o agrupamento de soma de classes lógicas, o que indica uma operação mental e não apenas comportamental.

Já nesse período das operações formais a criança de 12 anos em diante, passa a situar o real num conjunto de transformações possíveis, pois, já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica formal.

Portanto, o pensamento operatório formal permite combinar entre si objetos e fatores, ideias ou proposições e raciocinar sobre a realidade, considerando não apenas aspectos limitados e concretos, mas sim todas as combinações possíveis. É necessário que o sujeito torna-se capaz de pensar no que é impossível ou possível, no que é passado, no futuro ou hipoteticamente possa compreender e relacionar de modo lógico as noções abstratas, tanto na democracia, na arte, na justiça e entre outras coisas, tornando isso no amplo e infindável quadro de conhecimento para a sua vida.

No pensamento operatório abstrato é flexível, capaz de construir sistemas teóricos, buscando as verdades mais gerais e possíveis, pois, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a

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sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta.

Para Piaget (1978) o conhecimento é gerado através da interação do sujeito com o meio, a partir de estruturas existentes no sujeito. Assim sendo a aquisição de conhecimentos depende não somente das estruturas cognitivas do sujeito, mas de sua relação com os objetos.

No entanto segundo Le Bouch (1987) “A escrita é antes de mais nada, um aprendizado motor” e a aquisição desta prática exige um trabalho psicomotor que vise proporcionar a criança a motricidade rítmica, espontânea e coordenada que consequentemente contribuirá para que a ela passe por cada estágio de desenvolvimento e tenha desenvolvido com excelência a linguagem escrita.

Nessa mesma vertente, Ferreiro (2009) faz aproximações da teoria de Piaget (1978) cuja perspectiva cognitiva tem o foco na ação educativa que está no sujeito cognoscente

8, à sua

concepção de aquisição da leitura e da escrita, pontuando à ideia de que tanto o sucesso quanto o fracasso escolar está associada ao estágio de compreensão da natureza simbólica da escrita em que se encontre a criança alfabetizada.

Para Ferreiro (2009), a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem um raciocínio individual, tanto na escola como fora dela. A criança no processo de ensino aprendizagem passa por etapas com avanços e recuos, até dominar o código linguístico. O tempo para o aluno ultrapassar cada uma dessas etapas e bem variado. É de suma importância que duas consequências sejam respeitadas em sala de aula, respeitar a evolução de cada criança e compreender que o desempenho mais lento não significa que a mesma seja menos inteligente, pois a aprendizagem não é iniciada pela escola, mas pela própria mente das crianças, elas chegam a seu primeiro dia de aula com conhecimento prévio.

O processo de conhecimento da criança deve ser gradativo dependendo de sua compreensão e de uma re-acomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. Nesse sentido e por utilizar esse sistema e não o que ouvem as crianças interpretam o ensino que recebem. Os supostos erros dos alunos evidenciam como ele releu o conteúdo aprendido.

As descobertas de Piaget (1978) como de Ferreiro (2009) levam a conclusão de que o aprendizado da criança tem um papel fundamental, pois, o mesmo constrói seu próprio conhecimento formando então a palavra construtivismo. Apesar das diversas críticas, a perspectiva construtivista trouxe inúmeras contribuições, pois, alterou-se a visão, até então

8Sujeito Cognoscente- tem autonomia no processo de

construção de seu conhecimento.

do processo da construção da representação da língua escrita pela criança, que deixa de ser considerada como dependente de estímulos externos para atuar ativamente nos processos da escrita.

A perspectiva da linha construtiva na qual se insere Ferreiro (2009) altera-se a visão, predominante até então, da criança que não atua no processo de aquisição da língua escrita para uma concepção de que ela é vista como exercendo papel ativo nesse processo.

O construtivismo possibilitou mostrar uma postura de transformação em relação ao ensino da escrita, na qual a criança por viver em mundo letrado tem um conhecimento prévio de leitura, pois, a mesma tem contato com a língua desde nascimento, noçõesestas preliminares, que no processo de aquisição de língua escrita, contrapõe-se ao ensino tradicional de antes, que buscava métodos de como ensinar, desconsideravam o conhecimento e a experiência de mundo que as crianças possuem. A língua escrita deve ser entendida como um sistema de representação da linguagem, visão que se opõe aquela em que a língua escrita é considerada como codificação e decodificação da linguagem. Ou seja, contrário ao conceito de alfabetização entendido como aprendizagem de duas técnicas diferentes (codificar e decodificar a língua escrita).

Segundo Ferreiro (2009) a escrita passa por algumas etapas nas quais a criança repete, no decorrer da história da escrita. É necessário ressaltar que tal revolução não só ocorre da mesma forma que envolva a criança, pois cada uma delas tem um ritmo diferente em se desenvolver. A autora classifica o processo da evolução da escrita em quatro níveis:

No nível pré-silábico a criança começa diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos e reconhece o papel das letras na escrita. A criança não tem consciência de que a ordem das letras é importante e nem a correspondência entre o pensamento e a palavra escrita. Geralmente tem ideia de que a leitura e a escrita só são possíveis com muitas letras, geralmente mais de três ou quatro. Ou seja, no eixo qualitativo a criança varia o repertório e a posição da grafia para obter escritas diferentes e no quantitativo ela estabelece quantidades diferentes de grafias para representar diferentes palavras.

Uma característica marcante da escrita, desse nível é a correspondência da quantidade de sinais gráficos ao tamanho do objeto a ser representado e não, aos sons da fala.

No entanto a partir desse nível silábico a criança descobre que pode escrever com lógica, que o sistema da escrita é uma representação da fala, conta os “pedaços sonoros”, isto é, as sílabas. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatórias, usando apenas consoantes, ora

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apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.

No nível silábico alfabético a criança torna a descobrir que o esquema de uma sílaba não é a menor unidade entre várias palavras, pois, essa letra sozinha não serve para caracterizar uma silaba. Ou seja, cada sílaba que a criança vai acrescentando mais letras vai surgindo aleatoriamente, e é nesse momento que a escrita de algumas palavras como de seu próprio nome ou de familiares vai clareando novas possibilidades de suma importância para que a criança avance em seu processo de aquisição da língua e da escrita.

Na fase do nível alfabético torna a criança a entender que a sílaba não pode ser considerada uma unidade e que pode ser separada em unidades menores, a identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as dificuldades ortográficas da escrita.

Entende-se que a escrita da criança não é resultado de uma cópia, de um modelo externo, mas é um processo que constrói a partir da já existente.

Ferreiro (2009) define que as crianças reinventam a escrita, pois inicialmente, precisam entender seu processo de construção e suas normas de produção. Portanto, segundo ela as modificações na escrita da criança não seguem uma homogeneidade e revelam os efeitos de um funcionamento que é de ordem linguística.

Segundo as experiências relatadas por Ferreiro (2009), é possível identificar que muito antes da criança iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura escrita, ela constrói hipóteses sobre esse objeto de conhecimento, resultado do mundo letrado que acerca. Ou seja, quanto mais ela tiver contato com o mundo da leitura e escrita, mais capacidades terá para as estruturas e finalidades da representação da escrita.

Ferreiro (2009) não criou um método de alfabetização, e sim procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita nas crianças. É possível observar que muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura e escrita e que as crianças constroem suposição sobre esse objeto de conhecimento, quanto mais elas tiverem contanto com a escrita, mais capacitadas estarão para entender a estrutura e finalidades da representação escrita.

Nos dias atuais independentemente de classe social, a linguagem tem grande influência na vida das pessoas. As crianças vão tentando entender a linguagem verbal e não verbal que compõe o seu mundo. Nesse campo de socialização com a cultura letrada percebe-se que ler não é apenas decodificar, mas participar do caráter funcional da escrita.

Nesse viés perceber-se que a escrita é um objeto de conhecimento e que a criança tem o direito de tentar descobrir este conhecimento, assim a mesma terá oportunidade de interagir com vários textos, formular hipóteses, testar, reformular, enfim, construir o seu próprio conhecimento, sabendo que a sua individualidade está sendo respeitada.

Ferreiro (2009) se contrapõe aos métodos tradicionais da aquisição da leitura e da escrita quando o ensino-aprendizagem acontece por meio de cópias e treinos, o que impossibilita a criança de aproximar-se do sistema da escrita de um modo mais significativo, autora privilegia a relação das crianças com a escrita, enfatizando que a criança deve construir uma relação entre oralidade e escrita, para assim poder identificar como se faz a representação da escrita.

Observa-se que os autores citados acima, contribuíram para o desenvolvimento da criança na escrita, onde é importante o professor contemplar as fases do desenvolvimento das crianças, respeitando os níveis de aprendizagens de cada uma, e utilizando a psicomotricidade, como meio de aprimorar escrita da criança.

2. Psicomotricidade: processo histórico

Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia

9, começa a

constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios

10 da atividade gestual, da

atividade prática. Portanto, o "esquema anátomo-clínico"

11que determinava para cada sintoma sua

correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o

termo Psicomotricidade, no ano de 1870. As

primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (SBP

12, 2003).

“O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o psiquismo, que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa’’. (Fonseca p.16 2004). MOTRIZ se refere ao movimento, já PSICO determina a atividade psíquica em duas fases, o

9 Neurofisiologia- fisiologia do sistema nervoso.

10Distúrbios- algo que atrapalha; mau funcionamento de

órgãos, função orgânica entre outras. 11

Anátomo-clínico- que tem objeto verificar a existência de um estado mórbido pelo exame anatômico. 12

SBP- Sociedade Brasileira de Psicomotricidade.

7

sócio-afetiva e cognitiva. No entanto, o que se quer dizer é na ação da criança que se desenvolve toda a sua afetividade, desejos, além de todas as suas possibilidades de comunicação.

A psicomotricidade como ação educativa, tem como meta atingir a organização psicomotora da noção do corpo, a expressão dos movimentos, esse marco é fundamental ao processo de aprendizagem, pois busca conhecer o corpo nas suas múltiplas relações.

Para Galvão (1995) a psicomotricidade é a ciência que tem como base fundamental de estudo o homem, por meio do seu corpo em movimento, ou seja, a psicomotricidade quanto mais cedo abordada no ambiente escolar, mais os alunos poderão conhecer-se melhor, desenvolvendo a consciência e a inteligência apropriada aos seres humanos.

A psicomotricidade possibilita ao homem sentir-se bem com a realidade corporal, promovendo-lhe a livre expressão de seus pensamentos, conceitos, ideológicos. No entanto mesmo que a psicomotricidade assuma grande importância para resolver alguns problema sem sala de aula. Ela necessariamente não é única solução para as dificuldades de aprendizagem, mas sim um meio de auxiliar e ajudar a criança a superar os obstáculos e prevenir possíveis inadaptações. Assim essa procura aumenta o potencial motor dando-lhe recursos para que o aluno obtenha progresso no ambiente escolar.

Torna-se evidente que, para compreender o desenvolvimento da escrita, não se pode invocar apenas a espontaneidade e a criatividade do sujeito, claro que a espontaneidade e a criatividade existem, mas não se desenvolvem uma direção aleatória. Nossa tarefa é precisamente procurar explicar esta direcionalidade. Ferreiro (2009).

Sendo assim, instituições de ensino precisam buscar oportunizar, as crianças, condições de desenvolverem capacidades básicas, utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas como: aumentar seu potencial motor, intelectual, além de tentar sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos.

2.1. A psicomotricidade: ação educativa

A psicomotricidade, em sua ação educativa, tem como ênfase atingir a organização psicomotora da noção do corpo como marco espaço temporal do “eu” (entendido como unidade psicossomática

13). Esse marco é

extremamente importante ao processo de aprendizagem, pois busca conhecer o corpo nas suas múltiplas relações: conceitual, perceptiva e simbólica, que constituem um esquema representacional e uma vivência indispensável á

13

Psicossomática- que resulta na influência da parte psíquica na parte física do organismo.

integração, á elaboração e á expressão de qualquer ato ou gesto intencional.

A educação intencional com a estimulação psicomotora significa oferecer a possibilidade de explorar-se a todo o entorno da criança, utilizando ela mesmo o próprio corpo, como instrumento exploratório da realidade em que ela está inserida comunicando-se com o mundo, tendo experiências e resgatando o antes com o agora experimentando, apropriando-se do concreto e o englobando as suas práticas.

Ensinar a criança a utilizar o próprio corpo como ferramenta a ser explorada e a se desenvolver é de fato muito importante para a aquisição de novas competências escolares, mas sempre respeitando e enfatizando aos alunos de que todos inclusive os próprios possuem limites. Para que a criança desenvolva a aprendizagem é necessário que o professor seja o mediador dos conhecimentos, possibilitando que a criança construa seu caminho e encontre-se nele, ter clareza e objetivos nas suas atividades e nas regras estabelecidas, respeitando cada faixa etária, favorecendo o avanço da aprendizagem cognitiva. Um dos principais objetivos da psicomotricidade é estimular o desenvolvimento psicomotor das crianças, por meio de jogos, brincadeiras e atividades que as crianças vivenciem com grande prazer, favorecendo a ligação do real e o imaginário.

Segundo Almeida (2006), existem várias atividades que poderão contribuir no desenvolvimento da criança entre elas estão: a coordenação motora ampla que é a organização geral do ritmo, do desenvolvimento e das percepções pode aperfeiçoar os movimentos dos membros inferiores e superiores, podendo desenvolver algumas atividades como: fazer imagens do corpo com pincel, jogar bexiga para alto.

Entretanto,coordenação motora fina, é a coordenação dos trabalhos mais finos, que podem ser executados com a ajuda das mãos e dos dedos, garantindo um bom traçado da letra. No qual o professor poderá desenvolver: recorte de tiras de papel com dedo, desenhos e pinturas com tinta ou giz de cera. Para aprimoramento da lateralidade é preciso que a criança tenha a capacidade de apropriar um olhar em todas as direções com ideia de espaço e mínima coordenação, e aos poucos vão descobrindo que seu próprio corpo pode realizar mais de um movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Nesse processo, corridas com materiais a serem equilibrados tanto com a mão direita, quando com a esquerda, exemplo brincadeiras de basquete tiro ao alvo e outras. O desenvolvimento da percepção espacial é onde o espaço é muito mais do que paredes, portas, janelas, ruas, casas, entradas e saídas é saber ter direções para onde ir. Por isso o espaço

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é um grande desafio na infância e na vida adulta, pois precisa de pleno domínio de direção.

É fundamental que o desenvolvimento da percepção corporal envolva a adaptação do desenvolvimento do corpo e as percepções dos mesmos fazem-se diferentemente em cada um, embora sejamos muito semelhantes, cada corpo irá desenvolver-se uma ou várias características que lhe serão particulares. O prazer, a dor, a sensação e a percepção sempre irão acontecer com todos, no entanto, a intensidade de cada um destes aspectos irá depender de questões orgânicas sociais e muitas vezes emocionais pelas quais todos nos constituímos. Algumas brincadeiras que ajudam o desenvolvimento da percepção corporal, dobraduras, modelagem, mímica, dança.

O corpo é a referência que o ser humano possui para conhecer e interagir com o mundo, sendo assim servirá de base para o desenvolvimento cognitivo, necessário para a aprendizagem da criança.

Le Boulch (1984), afirma que a educação psicomotora, leva a criança a conhecer o seu corpo, a lateralidade, além de auxiliar a criança a situar-se no espaço e adquirir a coordenação de seus movimentos, por isso, é de suma importância que seja praticada desde educação infantil, pois, condiciona todos os aprendizados nesta fase.

No entanto para que ocorra um desenvolvimento global e harmonioso da criança, o professor deverá estar habilitado para trabalhar a psicomotricidade para que possa permitir a sensibilização, a percepção do próprio corpo, o toque, brincadeiras realizadas em sala de aula, tais atividades além de muito importante ajudam a minimizar algumas dificuldades quanto ao seu aprendizado.

A psicomotricidade além de ciência que tem como foco a utilização do movimento é uma técnica que visa facilitar a abordagem global da criança, enfocando a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade. Entretanto, como terapia, a psicomotricidade, tenta estabelecer uma linha de ação que envolve estudos e investigação que permita compreender melhor a problemática do indivíduo através dos procedimentos de diagnose e do processo re-educativo.

A diversidade das condições sociais em cada nível escolar e o respeito à individualidade das crianças em cada etapa do processo de ensino e aprendizagem estão sujeitos ao ritmo e as peculiaridades das relações sociais de cada grupo escolar, portanto, se sua lateralidade não está bem definida, a criança terá problemas de ordem espacial, não percebe a diferença entre lado esquerdo ou direito, não é capaz de seguir uma direção gráfica, muitos fracassos em matemática, por exemplo, se devem justamente pela má organização espacial ou temporal.

Para realizar cálculos, a criança precisa de utilizar pontos de referência, possuir noção de fileira, combinar formas para fazer construções geométricas. As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir noções como espaço, lateralidade e boa orientação com relação ao seu corpo, as coisas objetos, pessoas e sinais ao seu redor.

A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, tamanho, distância, à medida que a criança brinca com formas, caixa ou panelas, quando enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros, ela amplia suas ideias quantidade e progride na medida do conhecimento lógico-matemático.

Quando a criança começa aperfeiçoar seus movimentos, dando, sobretudo, utilidade as mãos, com as quais passa a realizar uma grande quantidade de tarefas, a cada passo a complexidade é maior. A aquisição dessas habilidades motoras, o exercício e o treinamento são essenciais para a aprendizagem escolar, daí em diante, duas necessidades precisam ser satisfeitas: a autonomia e a integração.

A autonomia do corpo conquistada por meio da educação psicomotora utilizando a expressão corporal, que tem como base o brincar, que é uma expressão natural da criança, é uma forma de aprender e de demonstrar sentimentos e emoções, visto que a brincadeira é indispensável para assegurar o equilíbrio relacional da personalidade da criança, além de sua interação com outras crianças.

2.2. Estrutura Psicomotora

A criança ao nascer assimila informações que são adquiridas e absorvidas do meio em que vive. Essas informações e transformações são os esquemas motores. É a partir daí que seus costumes, seus comportamentos vão sendo gradativamente construídos. Cada criança ao seu modo constrói sua inteligência de acordo com sua maneira de aprender e adaptar-se a realidade, por meio do seu corpo, registra, interioriza e exterioriza, expressando-se através dos seus movimentos.

A psicomotricidade é estrutura caracterizada por habilidades que faz uso do movimento para atingir outras aquisições, como por exemplo, a inteligência. Os movimentos mantêm relações diretas com a inteligência, e essa relação faz com que o indivíduo cresça mais seguro e equilibrado.

Ao nascer o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, outras precisam de condições para seu funcionamento e desenvolvimento, e uma dessas estruturas é o sistema nervoso, a criança desenvolve-se gradativamente em função de sua maturação neurológica.

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A função do desenvolvimento psicomotor não se resume ao funcionamento de sistemas neurológicos justapostos. O indivíduo nasce com condições anátomo fisiológicos de seus reflexos, para que estes se tornem atos é necessário que haja estímulos diversos oriundos do exterior.

O termo desenvolvimento motor está ligado à interação existente entre o pensamento consciente e inconsciente e os movimentos realizados pelos músculos com a ajuda do sistema nervoso.

Compreende-se que o desenvolvimento motor é um processo de mudança no comportamento motor, que está relacionado tanto na postura quanto ao movimento da criança. Todavia o desenvolvimento motor apresenta características importantes e fundamentais como: as possibilidades de nosso corpo agir e expressar-se de forma adequada, a partir da interação de componentes externos, que é o próprio movimento, e através de elementos internos, que são todos os processos neurológicos que realizamos para agir.

Para (Gallahue, 2005, p. 54) “O desenvolvimento motor apresenta fases, estágios”. Ou seja, o processo de desenvolvimento motor revela-se por alterações no comportamento motor, no entanto é importante observar as diferenças de desenvolvimento no comportamento motor provocadas por fatores próprios do indivíduo. Sendo assim, o processo de desenvolvimento motor pode ser estudado a partir de fases e estágios.

A primeira fase é entendida como a motora reflexa, os primeiros movimentos de uma criança são reflexos, esses que servem como equipamentos de teste neuromotor

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mecanismos estabilizadores, que serão utilizados mais tarde com controle consciente pelo indivíduo.

A segunda fase é dos movimentos rudimentares, que são caracterizados pela maturação e sequência de aparecimento altamente prescindível.

Já a terceira fase é a dos movimentos fundamentais que acontecem na primeira infância e constituem a fase anterior do período neonatal. Esse período do desenvolvimento motor representa uma fase na qual as crianças realizam atividades que envolvam a exploração e a experimentação das capacidades motoras de seu corpo.

Essa fase é importante para descobrir como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro isolados e posteriormente, esses movimentos podem ser orientados de modo combinado.

A última fase do desenvolvimento motor é caracterizada por movimentos especializados e

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Neuromotor- que produz ou transmite movimento.

fundamentais. Nesse estágio o movimento é muito importante torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas atividades motoras, complexas e presentes no dia a dia, na recreação e nos objetivos esportivos. 2.3. O papel da psicomotricidade na escola

Para ocorrer aprendizagem significativa é

necessário que o professor desenvolva um trabalho psicomotor estimulando o movimento. Assim a educação psicomotora, entendida como uma ferramenta de ensino que instrumentaliza o movimento humano como meio pedagógico para favorecer o desenvolvimento da criança.

No entanto, essa técnica pretende transformar o corpo em um instrumento de ação que permitirá a interação com os outros.

A psicomotricidade auxilia na aprendizagem e capacita o aluno para uma melhor assimilação das atividades escolares. A educação psicomotora abrange algumas metas, sendo elas: a aquisição do domínio corporal, definindo a lateralidade, a orientação espacial, desenvolvimento da coordenação motora, desenvolvimento sócio afetivo, a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados a partir do momento que a criança passa a ter contato com o mundo ao seu redor. A criança ao interagir com o meio físico e social, passa a desenvolver-se de forma mais eficaz. Isto quer dizer que a partir do movimento que a criança começa a se envolver com o meio social são desencadeados processos internos de desenvolvimento que permitirão um novo patamar de aprendizagem.

Destacar-se a educação psicomotora com a ajuda dos pais e do meio escolar, tem como objetivo não de ensinar a criança comportamentos motores, mas sim de auxiliar, mediante os jogos e atividades que envolvam habilidades motoras, exercer sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças. No ambiente escolar, a prioridade constitui a atividade motora lúdica, que é de fonte de prazer, onde as crianças interagem umas com as outras, permitindo a elas prosseguir na organização de sua “imagem corporal” servindo de ponto de partida na sua organização em relação ao desenvolvimento de suas atitudes de análise perceptiva.

Segundo Fonseca (2004) a educação psicomotora também pode ser vista como preventiva de acordo com as condições dadas a criança para que ela a passa desenvolver-se melhor em seu ambiente, além de funcionar como ação re-educativa, quando auxilia no tratamento de indivíduos que apresentam problemas de retardo motor dos mais sérios aos mais leves.

É de suma importância que a noção espacial seja desenvolvida em sala de aula através da compreensão, pela criança de noções

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de situações (dentro, fora, longe, perto), de tamanho (grosso, fino, pequeno, médio, grande) de posição (em pé, deitado, sentado, agachado) de movimento (levantar, abaixar, puxar) e de superfícies de volumes.

No processo de aquisição tanto da leitura quanto da escrita, é de extrema importância que a criança passe por experiências que auxiliem a aplicação dessa noção básica, de forma que ela possa desenvolver a noção do seu próprio corpo como referência no espaço, percebendo de forma proveitosa todo o ambiente que está ao seu redor.

Outro fator de extrema importância para o processo de aprendizagem da criança é a evolução do grafismo e a coordenação viso-manual, que constitui um aspecto importante e particular da coordenação global e que não se pode dissociá-lo de outros aspectos, visto que há uma estreita relação entre o campo visual e a motricidade.

É importante destacar que durante o processo de aprendizagem, a partir do momento que as crianças começam a distinguir as diferentes formas de letras e a integrar os símbolos ela obterá êxito na etapa de organização visual, entendendo a integração significativa de materiais simbólicos com outros dados sensórios. Contudo se o professor não se preocupa em realizar atividades bem planejadas, possivelmente seus alunos podem apresentar dificuldades que futuramente poderão interferir na aprendizagem da criança, inclusive na aquisição da escrita dos grafemas.

A consolidação do fator psicomotor permitirá que a criança organize-se para desenvolver a escrita, dando possibilidades de organizar objetos no espaço, fazendo combinações e adquirindo noções de distância e direção. No entanto para que se desenvolva a noção espacial, é necessário que as brincadeiras envolvam o corpo de forma que ora permaneça parado, ora em deslocamento, a fim de estabelecer uma ligação entre o mundo externo e o espaço de seu corpo.

É imprescindível destacar o quanto o processo de aprendizagem é complexo e que durante esse período a criança vai levantando hipóteses acerca da escrita. Neste contexto é fundamental o auxilio da psicomotricidade para que os alfabetizandos passem por todo esse processo de uma forma mais tranquila visto que existe um grande número de crianças com dificuldade tanto de leitura quanto de escrita.

Por esse motivo, o papel do professor é fundamental, visto que o mesmo é o mediador do processo de ensino e aprendizagem fazendo intervenções diante de qualquer dificuldade encontrada por seus alunos. Portanto, faz-se necessário respeitar o nível de desenvolvimento da criança dentro do processo de alfabetização, proporcionando condições propícias a uma

educação que considere os anseios e interesses dos alunos.

É fundamental que instituições de ensino busquem oportunizar as crianças com condições para que elas desenvolvam capacidades básicas, para aumentar seu potencial motor, utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas, como as intelectuais, como também sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos.

Tratando-se de educação psicomotora é de grande relevância destacar que nesse aspecto o professor precisa conhecer sobre o desenvolvimento infantil e as funções psicomotoras, para posteriormente organizar o seu plano de aula.

O professor precisa ter clareza e saber qual o caminho a seguir, quais as necessidades de seus alunos de acordo com as etapas do desenvolvimento e o que ele deseja alcançar com a realidade de determinadas atividades, ou melhor, se sua proposta de trabalho realmente está de acordo com as necessidades da turma, por que de nada adianta conhecer a brincadeira ou determinado jogo psicomotor, se não souber aplicá-lo com significados no processo de ensino-aprendizagem.

Seguindo esse viés é importante destacamos que por meio do vínculo afetivo ou relacional podemos entender a relação da criança com o ambiente físico e com outras crianças. Portanto a maneira como o educador penetra no universo infantil assume aqui um aspecto essencial. Sendo assim é de grande relevância que o professor demonstra carinho e aceitação integral pelo aluno para que este possa sentir e confiança em si mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-se.

A criança irá se sentir bem na medida em que se desenvolver integralmente através de suas próprias experiências, e isso ocorrerá de maneira mais fácil se suas necessidades afetivas estiverem satisfeitas, sem bloqueios e sem desequilíbrios tônico-emocionais. Nesse sentido é fundamental afirmar o cuidado especial que deve-se tomar com as crianças nos seus primeiros anos de escolaridade.

3.Disgrafia

Etimologicamente disgrafia deriva dos conceitos “dis” (desvio + “grafia” escrita, ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou a grafia”. (Torres & Fernandez, 2001, p 127); prende-se com a “codificação escrita (...), com problemas de execução grafia e de escrita das palavras”. (Cruz, 2009, p. 180).

A disgrafia é a dificuldade que a criança tem de realizar movimentos motores necessários á escrita relacionando-se a dificuldades motoras e espaciais.

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Uma criança com disgrafia no processo de aprendizagem da escrita apresenta naturalmente dificuldades no traçado das letras, portanto, durante esse período é necessário uma atenção especial do professor, fornecendo orientações necessárias para que os alunos realizem adequadamente a escrita, evitando deste modo, a permanência de traçados incorretos que consequentemente poderão evoluir.

Para Garcia (1988), antes de escrever qualquer coisa faz-se necessário compreender o quevai ser escrito, nesse caso, as ideas vão fazer-se presentes em um texto, uma busca de informações contidas na memória, compreendendo os acontecimentos da vida, e as informações armazenadas.

É possível que uma criança leia bem e não apresente a mesma capacidade na escrita tendo dificuldade de organizar ideias para montar um texto ou mesmo para cometer erros ortográficos, como também pode ocorrer o contrário. O estudo da disgrafia é muito complexo, pois, existem inúmeras fatores que podem levar a uma escrita alterada.

A escrita é a mais complexa forma de expressão da linguagem, para sua aquisição são necessários alguns requisitos, entre eles destaca-se a boa integridade da memória, da coordenação motoraem geral. A aprendizagem da linguagem escrita exige que a criança seja capaz de memorizar e ordenar em sequencia determinada ideia, deve estar capaz e apta a planejar e esquematizar a colocação de palavras em um espaço demarcado, a selecionar e usar formas aceitáveis para as letras. Estas habilidades geralmente só estarão em grau de maturidade satisfatória, por volta dos seis anos de idade, fase ideal para se iniciar o processo de aquisição da linguagem escrita.

Entre as causas da disgrafia, acredita-se que estão os distúrbios da psicomotricidade em geral, perceptiva-motricidade em particular, no entanto a disgrafia, assim como outros distúrbios de aprendizagem; não é considerada uma doença. Trata-se apenas de uma dificuldade que pode ser contornada muitas vezes com atividades que podem ajudar no combate como é o caso da psicomotricidade.

A disgrafia também chamada de letra feia isso, porque acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra, geralmente ao tentar recordar este grafismo a criança escreve de forma muito lenta o que acaba unindo inadequadamente as letras tornando sua escrita ilegível, essa dificuldade não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.

Torres & Fernandes (2001) agrupam em três tipos as causas da disgrafia: maturativas caracteriais e pedagógicas. As primeiras estas estão relacionadas com dificuldades de lateralidade e de efeito psicomotor (motricidade, equilíbrio). Estas crianças têm dificuldades do

ponto de vista motor, geralmente possuem idade motora inferior à idade cronológica e apresentam dificuldades na escrita, bem como perturbações de organização perceptivo-motora, orientação espacial e interiorização do esquema corporal. As causas caracteriais estão ligadas a fatores de personalidade que podem consequentemente determinar os aspectos do grafismo (estável/instável, lento) rápido, e também a fatores psicoafetivos, pois, o sujeito reflete na escrita o seu estado emocional. As causas pedagógicas podem estar relacionadas, com a instrução de ensino rígido e inflexível, com mudança constante e inadequada de letra de imprensa para manuscrita.

Cinel (2003) apresenta-nos cinco grupos de causas promotoras da disgrafia.

Para melhor entende os distúrbios na motricidade ampla e finos relacionados com falta de coordenação entre o que a criança se propõe a fazer (intenção) e o que realiza (perturbações no domínio do corpo); distúrbios na coordenação viso motores, associados à dificuldade de acompanhamento visual do movimento dos membros superiores ou inferiores; a deficiência na organização tempo espacial, direita e esquerda, frente e atrás, lado, antes e depois; problemas na lateralidade e direcionalidade (dominância manual); erros pedagógicos relacionados com falhas no processo de ensino, estratégias inadequadamente escolhidas pelos docentes ou mesmo desconhecimento deste problema.

É preciso criar mecanismos que ampliem essas habilidades procurando ao mesmo tempo, desenvolver outras que ainda precisam ser trabalhadas. A disgrafia pode afetar no desempenho da matemática, onde a criança terá dificuldade na escrita dos números ou em seu alinhamento no papel, na compreensão de conceitos de espaço, distância e tempo.

Em casos de disgrafia mais graves, a criança tem dificuldade até para segurar o lápis de forma correta, posicionar o papel de forma inadequada, má postura na cadeira, dificuldade para escrever algumas letras, em alguns casos as crianças são capazes de fazer desenhos simples, mas não sabem como fazer cópias, quando conseguem reproduzir uma palavra de maneira legível, é comum que ocorra distorções nas sequências dos movimentos enquanto escrevem. Só por meio de observação sistemática de como a criança desempenha essas atividades, é que obterá um diagnóstico confiável.

As crianças disgráficas não apresentam problemas visuais nem qualquer comprometimento intelectual ou neurológico, mas não conseguem idealizar no plano motor o que observou no plano visual.

Para ajudar um aluno com disgrafia, assim como qualquer distúrbio, o professor deve, primeiramente, estabelecer uma relação de

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harmonia com a criança e fazê-la compreender o quanto ela é importante.

Outro aspecto fundamental é saber sentir quando e qual a ajuda deve proporcionar a cada momento, não deixando de elogiar a criança pelos seus esforços, mesmo que o resultado não seja o esperado, adequando procedimentos que visem estimular a criança, afinal o processo de aprendizagem da escrita é lento e longo e a criança na maioria das vezes é a primeira a achar a sua letra horrível. No entanto deve evitar forçá-la a modificar abruptamente a sua caligrafia.

Nesse sentido, é importante contemplar-se os aspectos psicomotores que determinam a capacidade gráfica do indivíduo. Para o desenvolvimento psicomotor é importante trabalhar aspectos relacionadas com postura, controle corporal, percepção, lateralidade e coordenação visomotora.

Portanto, tratando-se da educação psicomotora é importante ressaltar que o professor precisa conhecer sobre o desenvolvimento infantil e as funções psicomotoras, para assim organizar o seu plano de aula. Ou seja, o professor tem que está atento para poder ajudar seus alunos que tem dificuldade na escrita, se fizer um bom trabalho constante que envolva três ações importantes: a observação; o contato com os pais e suas atitudes frente ao distúrbio detectado.

A observação permite o levantamento do problema, é importante que o professor fique atento aos aspectos da linguagem, mas também às características físicas, tanto ao comportamento quanto as atitudes da criança. As observações precisam estar focadas na emissão dos fonemas, o grau de expressão do aluno, o vocabulário, o desenvolvimento motor, a capacidade de atenção e a maneira como a criança se relacionam socialmente.

O contato com os pais é essencial, pois, permite que o professor possa coletar dados sobre o modo de vida da criança, como ela desenvolve o seu vocabulário, junto à família, se a disciplina é rígida a ponto não de permitir que a criançadesenvolva a livre expressão de sua linguagem, se existem outras pessoas com problema de fala ou escrita na família, pois, esse contato pode revelar fatores de origem da deficiência, e ao mesmo tempo oferece ao professor a oportunidade de orientar os pais a respeito do caso.

As atitudes do professor são muito importantes, pois, podem minimizar o problema ou agravá-lo, seu papel é fundamental na integração do aluno, porque a criança com problema da fala e da escrita é mais suscetível a conflitos emocionais.

4-A Psicomotricidade e a Disgrafia

A psicomotricidade quando integrada a atividade escolar pode ser uma forte aliada para crianças com distúrbios de grafia, contribui para o desenvolvimento integral da criança, pois estimula o desenvolvimento das capacidades de pensamento e de criatividade (aspecto intelectual), do controle muscular, de equilíbrio e dos sentidos em geral (aspecto psicomotor), do ponto de vista afetivo, o jogo é uma atividade de treinamento que permite a criança expressar-se livremente. Em atividades que envolvam jogos, a criança desenvolve além da inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade, aspectos importantes para a progressão psiquismo, moral, intelectual e motora da criança.

Segundo Lapierre e Le Boulch (OLIVEIRA, 1997) a psicomotricidade deve ser uma base de formação para toda criança, pois além de oferecer maior assimilação de aprendizagens escolares, o desenvolvimento psicomotor promove ao aluno um bom desenvolvimento escolar. A psicomotricidade como visto é uma forma de trabalho pedagógico que privilegia o movimento no estabelecimento de novas aquisições complexos, enfocando o desenvolvimento psicomotor da criança. Pode-se perceber que o desenvolvimento psicomotor da criança e as dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligados. No entanto, a disgrafia é uma alteração da escrita normalmente ligada a problemas perceptivos-motores, portanto, um bom trabalho pedagógico que leve em considerações a importância da psicomotricidade como uma aliada para desconstrução da disgrafia pode diminuir a incidência de problemas de aprendizagem pela disgrafia. As crianças que apresentam dificuldades em organizar sua escrita numa folha de papel apresentam distúrbio de orientação espacial. Sua escrita é caracterizada pela apresentação desordenada do texto, com margens mal feitas ou inexistentes, os espaços entre linhas irregulares e escrita ascendente. Le Boulch (1998) enfatiza a psicomotricidade que é um importante elemento educativo indispensável para o desenvolvimento da percepção, além de estimular os processos mentais, principalmente quando a escola procura trabalhar de forma interdisciplinar com a leitura, a escrita e a matemática.

O trabalho realizado com o auxílio da psicomotricidade pode detectar a disgrafia, em tempo hábil, sendo capaz de possibilitar a capacidade de aprendizagem que é prejudicada por este problema. Para desenvolver um trabalho educacional com disgráficos é necessário primeiramente, observar cuidadosamente o que a criança consegue fazer, como é seu processo de aprendizagem e onde estão suas maiores

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dificuldades, algumas dessas dificuldades podem ser extremamente simples, como segurar inadequadamente o lápis, posicionar o papel de forma incorreta, ou até ter uma má posição na carteira, nesse caso é necessário que o professor se conscientize que a psicomotricidade é um instrumento de extrema importância para a aprendizagem da leitura e da escrita, por meio de exercícios adequados para as crianças aprenderem, usando seu próprio corpo para descobrir e ter novas experiências no meio em que vivem, e a partir daí, começar a construção do seu desenvolvimento. 4 - Análise dos Dados

Nesta seção, será descrita a metodologia

adotada nessa pesquisa.

4.1- Percursos Metodológicos

O presente artigo está dividido em quatro títulos e pretende explicitar os procedimentos metodológicos que serviram de base para compreender como a psicomotricidade pode contribuir para o desenvolvimento da escrita para crianças com disgrafia.

Trata-se de uma pesquisa exploratória, que tem como objetivo levar o pesquisador familiarizar-se com objeto de estudo. No nosso artigo buscamos esclarecer como se dá a contribuição da psicomotricidade para crianças com dificuldade na escrita.

O meio utilizado foi à pesquisa bibliográfica que é um estudo sistematizado sobre a importância da psicomotricidade no contexto escolar.

Quanto á abordagem do problema é uma pesquisa qualitativa, que dá ênfase na compreensão da ação psicomotora, como auxílio para o desenvolvimento da escrita.

A pesquisa bibliográfica está, embasada nas ideias teóricas de pesquisadores e educadores como: I) Le Boulch (1998), que relata a importância da educação psicomotora como elemento importante na aprendizagem; II) Piaget (1978), identifica os períodos de desenvolvimento da criança que ocorrem sempre na mesma ordem de acordo com os estímulos que recebe o indivíduo; III) Ferreiro (2009), aborda os níveis de aprendizagem da escrita; III) Galvão (1995), ressalta o surgimento da psicomotricidade; IV) Almeida (2006), aborda a importância das atividades psicomotoras no desenvolvimento da escrita; V) Garcia (1988), relata a importância da escrita, VI) Cinel (2003), aborda as causas da disgrafia; VII) Oliveira (2002), ressalta a importância de oferecer recursos que estimulem o processo educativo da criança e consequentemente o desenvolvimento da escrita por meio de atividades psicomotoras.

Os eixos centrais das concepções analisadas priorizam pela utilização das

atividades psicomotoras como auxílio no desenvolvimento da escrita.

Coleta de Dados:

Este artigo foi desenvolvido por meio da

pesquisa bibliográfica a campo, exploratória e qualitativa, objetivando averiguar como a psicomotricidade pode auxiliar no processo de aprendizagem para crianças com disgrafia.

O questionário foi aplicado na escola pública, para cinco professores com seisperguntas cada. Todos os professores são do sexo feminino, com a faixa etária entre 23 e 39 anos, com maturidade na área em que atuam,

Foi questionado aos professores como a psicomotricidade pode ajudar no processo da escrita?

Professor A: Porque trabalhando com materiais pedagógicos diferentes, podemos utilizar várias maneiras de enriquecer as aulas e chamar atenção dos alunos na sala de aula. ProfessorB: O trabalho com a psicomotricidade na Educação Infantil é de suma importância, pois é por meio dela que a criança desenvolverá noções com lateralidade, espaço, coordenação motora fina e grossa entre outras. Professor C: Ajuda na coordenação motora fina, auxilia no processo de melhoramento da criatividade e dos movimentos em geral. Professor D: A psicomotricidade ajuda no desenvolvimento de ensino e aprendizagem de maneira lúdica. Professor E: Quanto mais, for treinado a psicomotricidade, mais fácil será o processo de desenvolvimento da escrita, por conta dos movimentos feito na hora de escrever.

A aprendizagem da criança está

diretamente ligada ao desenvolvimento psicomotor, portanto é importante criar condições que facilite a inter-relação entre a criança e a aprendizagem, através do seu corpo em movimento se dirigindo ao ser em sua totalidade: em seus aspectos motores, emocionais, intelectuais e expressivos.

Le Boulch (1987) “menosprezar a influência de um bom desenvolvimento psicomotor, seria limitar a importância da educação pelo corpo e recair numa atitude intelectualista”.

Nessa perspectiva, se uma escola pretende formar um indivíduo, prepará-lo para a vida, sabendo que a aquisição da escrita é um fator

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importante para que se obtenha sucesso na sociedade atual, deve-se atentar para a utilização dos melhores recursos, levando em consideração as teorias do desenvolvimento e a aprendizagem infantil.

Foi indagado, aos professores se em seu plano de aula contempla atividades que envolvam a psicomotricidade?

Professor A: Ainda não, por falta de materiais, mas tento sempre ver maneiras de trabalhar em sala de aula fazendo algo para enriquecer e chamar a atenção dos alunos naquilo que está no plano de aula. Professor B: O planejamento coletivo feito na escola sempre ressalta a importância da psicomotricidade está presente em todos os conteúdos trabalhados, pois na educação infantil principalmente as crianças, aprendem por meio do movimento, do manusear e do lúdico. Professor C: Geralmente nas aulas de recreação dirigidas contemplo e dou prioridade para as atividades que trabalhem a lateralidade e os movimentos. Professor D: Sim. Atividades de rotina de movimentos corporais. Professor E: Não. (5º ano).

É através do corpo que a criança descobre o mundo ao seu redor, a partir da experimentação das sensações e situações, expressando e percebendo as coisas que a cercam. Nesse sentido é importante que o professor contemple em seu plano de aula atividades como cortar, e recortar revistas ou livros, fazer bolinhas, brincadeiras que identifique direita e esquerda, pois essas atividades são pontos de referência que servirão de base para o desenvolvimento cognitivo, para a aquisição de conceitos referentes ao espaço, e ao tempo, assim como o domínio de sua postura e harmonização de seus gestos.

De acordo com Pilleti (2001) a sistematização e a organização das atividades que serão desenvolvidos durante um dia letivo são muito importantes e precisam ser bem planejadas, pois funciona como intercâmbio de ensino aprendizagem onde o professor e os alunos interagem.

Partindo do princípio de que o professor deve ensinar os conteúdos e também formar o aluno para que ele se torne atuante na sociedade, o professor deve organizar seu plano de aula de forma que contemple atividades que são extremamente importantes para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

Foi perguntando aos professores qual a maior dificuldade em se desenvolver atividades psicomotoras em sala de aula?

Professor A: Pouco material para trabalhar. Professor B: Não é um trabalho impossível requer na maioria das vezes uma pequena adaptação do ambiente e de algumas atividades. Professor C: A questão do espaço. Limite também. Professor D: O espaço físico. Professor E: Sem resposta.

A prática psicomotora deve ser entendida como um processo de ajuda que acompanha a criança em seu próprio percurso maturativo, que vai desde a expressividade motora e do movimento até o acesso a capacidade de descentração. Esse processo permite que uma análise cognitiva das qualidades dos objetos, dos parâmetros espaciais e temporais, realizando associações, comparações e agrupamentos, organizando os objetos segundo diferentes critérios e categorias.

Portanto é importante não esquecer que os exercícios psicomotores não devem ser trabalhados de forma mecânicos ou repetitivos, pois, devem associar as estruturas cognitivas, devem tornar-se algo prazeroso, satisfatório e estimulante para a aprendizagem assim a criança terá mais habilidade para manusear um lápis, uma borracha, organizar cadernos, dominar movimentos e os gestos, tornando a aprendizagem algo tranquilo. Sendo assim, os educadores devem buscar sempre algo novo que possa ser trabalhado com as dificuldades dos alunos, por isso Oliveira (2002) afirma que é imprescindível favorecer a estimulação do potencial motor e intelectual do aluno, por meios de estratégias que visem à recuperação dos conteúdos escolares, mas para que isso ocorra é preciso oferecer recursos que enriqueçam o processo educativo.

É evidente que não é um trabalho realizado da noite para o dia, é um trabalho lento que exige esforços de ambas às partes, dos alunos e professores, desenvolvendo um trabalho conjunto, criando condições e estratégias para promover uma aprendizagem significativa proporcionando assim habilidades motoras, cognitivas e afetivas, respeitando as diferenças e os limites de cada criança, auxiliando aquelas que apresentam maiores dificuldades, ou seja, oferecendo um suporte para que a criança aprenda a ler e a escrever. Considerações Finais:

Esse artigo objetivou abordar a importância

da psicomotricidade para crianças com dificuldade na escrita.

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Dentre as leituras desenvolvidas entendemos que é imprescindível fixar bases motoras da escrita antes da criança aprender a dominar seu lápis. Porém as habilidades motoras e perceptuais deixam de ter sentido se não trabalhadas de forma contextualizada. No entanto, estimular aspectos motores, afetivos e cognitivos é de extrema importância quando vinculados ao contexto da realidade sociocultural dos alunos.

A psicomotricade quando integrada com a aprendizagem traz resultados positivos, pois por meio de atividades de movimentos que a criança terá a oportunidade de desenvolver cognitivamente, pois, com um simples traçado de uma letra no chão, quando a criança passa por cima, quando trabalhamos com recortar e rasgar papel, fazer bolinhas, irá possibilitar a criança a movimentar seus punhos, que muitas vezes não se locomovem adequadamente, o que possibilitará a escrita da criança quando entrar na fase de alfabetização. O corpo é o veículo para ação, tanto para o conhecimento como também para socialização.

As experiências corporais modificam o intelecto, a afetividade e as ações motoras dos indivíduos. Toda a educação psicomotora deve ser bem planejada e realizada levando-se em conta as necessidades reais do indivíduo. Sem dúvida uma criança que não conhece a si mesmo e suas capacidades não conseguirá relacionar-se consigo mesma e com os outros, vivendo em um mundo isolado, assim é o papel da escola estimular o movimento por meio de jogos, brincadeiras, atividades lúdicas, proporcionando assim uma vivência corporal ampla e capaz de desenvolver capacidades física, afetivas e motoras.

A psicomotricidade então é trabalhada para que, por meio da realização de atividades que envolvam o movimento, a criança consiga atingir outros desenvolvimentos como é o caso da cognição, percepção. Contudo, algumas crianças ao longo do seu desenvolvimento podem apresentar algum problema de aprendizagem, com várias causas como ocorre no caso da presença da disgrafia.

A disgrafia refere-se à dificuldade na grafia, ou seja, dificuldade psicomotora. Essa dificuldade pode ser auxiliada com interferência das bases psicomotoras, por meio de um trabalho que utilize a realização de movimentos, as deficiências na escrita ocorrentes em casos de indivíduos acometidos de disgrafia podem diminuir e até mesmo corrigir-se por completo.

A psicomotricidade, quando integrada a atividades escolares bem planejadas, auxilia na aprendizagem, além de beneficiar a criança no controle de sua motricidade, no seu auto conhecimento, oferece oportunidade de desenvolvimento do ensino e aprendizagem.

Através desse trabalho, verificou-se que a psicomotricidade pode contribuir para o desenvolvimento integral da criança, oferecendo oportunidades para que sejam alunos autônomos, críticos, questionadores, porém é necessário que o professor se conscientize que essa ciência é um instrumento de extrema importância.

Sendo assim, compreende-se, que o papel do professor em sala de aula é o de propiciar aos alunos o desenvolvimento da relação entre pensamento e ação prática, envolvendo as diversas áreas do conhecimento, as diferentes manifestações culturais, a partir de atividades que desperte o interesse, a fim de que o processo de humanização do ser humano aconteça de maneira significativa e contextualizada para as crianças.

Os professores devem estar buscando capacitação continuada para um aperfeiçoamento de sua prática diária consequentemente os resultados serão grandiosos. Para a educação psicomotora em sala de aula não é necessariamente um espaço físico grande, mas de atividades que possibilitem às crianças a oportunidade de criar, expressar-se por meio das brincadeiras, conhecer a si mesmo e as diferentes funções que o seu próprio corpo realiza, conhecer o outro e as dimensões espaciais.

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em: 16 de março de 2015 ás 17h15min.