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Colégio Anglo Cassiano Ricardo 2ª série E.M. Grupo 06 Projeto Interdisciplinar Educação Cidadã Para Transformar o Mundo AS CHARGES CONSTRUINDO A CIDADANIA

Web view16 páginas, Londrina, III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 03 a 06 de maio, 2011. BEATRIZ, A., CAVALCANTE, I., PRISCILLA, L., MARTINS, M. Charge. Disponível em >

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Colégio Anglo Cassiano Ricardo

2ª série E.M.

Grupo 06

Projeto Interdisciplinar

Educação Cidadã Para Transformar o Mundo

AS CHARGES CONSTRUINDO A CIDADANIA

São José dos Campos

2015

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Professor Orientador: Anderson Roberto Silva

NOME RM FUNÇÃO

Fernanda Miyuki Kawai 8985002 Redatora

Gabriel Takashi Okuma 9019002 Expositor

Gabriel Veneziani Zulietti 9113802 Blogger

Hélio Armenara Namorato 9063802 Redator

Juliana Rodrigues Gesuatto Faria 9088302 Líder

Isabela Ribeiro Matias Pereira 8987702 Apresentadora oral

Isabelle Sahade Rodrigues 9739002 Expositora

Mariana Bueno de Oliveira Souza 9047602 Apresentadora oral

Ravi Souza Tronchini 9078602 Expositor

Rodrigo Rodrigues Gesuatto Faria 9089102 Secretário

Sabrina Santos Macedo 9128602 Expositora

Sophia de Rosa Carvalho 9129402 Redatora

Tamires França Visoto 9269002 Apresentadora oral

Tayne Eduarda Miranda de Oliveira 9262202 Expositora

Thalita Takayama 9133202 Expositora

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Primeiramente, à nossa família, a qual sempre nos apoia e incentiva em nossos desafios. E ao Professor Orientador, Anderson Roberto, pelo espírito de liderança e encorajamento.

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AGRADECIMENTOSAgradecemos a contribuição financeira de nossos patrocinadores: PHO

Reformas, Mídia e Comunicação Visual, Gemini Iluminação, Fujita Arquitetura

& Decoração e Marcenaria Cavalcante. À nossa Instituição de Ensino, Anglo

Cassiano Ricardo, por nos propor a realização do Projeto Interdisciplinar como

forma de conhecimento e, por fim, a todos que contribuíram de alguma forma.

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“Somente o homem com consciência crítica é capaz de entender o mundo que o rodeia e atuar sobre ele para transformá-lo.”

Paulo Freire

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RESUMOAs charges são ilustrações gráficas que utilizam do humor a fim de criticarem acontecimentos atuais. Surgiram no início do século XIX na Europa por jornalistas que se opunham ao governo e ansiavam por mudanças. Em sua estrutura formal, a charge apresenta somente uma cena, utilizando-se muitas vezes do recurso de caricatura. Por meio deste trabalho buscamos conceituar a charge, definindo-a como instrumento crítico e demonstrar sua atuação formadora de opiniões ao apresentar a história de um país, além de evidenciar seu papel no exercício da cidadania. Para isso fizemos uso de artigos científicos, jornais e buscas em páginas da internet. As charges estimulam a formação de uma consciência crítica nos seus leitores, por colocá-los à frente de acontecimentos da sua realidade e inseri-los em um contexto ao qual antes não faziam parte. Isso permite que possam refletir sobre o assunto tratado e possibilitam-nos discutir sobre o conhecimento adquirido com outras pessoas, incentivando o exercício da cidadania. Além disso, certos tipos de charge podem ser instrumentos de defesa de determinadas ideias, evidenciando o direito de liberdade de expressão. No entanto, é necessário ressaltar que o conhecimento prévio do tema é essencial para a sua devida interpretação, sendo esse um aspecto limitante dela. Portanto, concluímos que as charges têm papel fundamental para a formação do indivíduo, principalmente como cidadão atuante, e podem influenciá-lo em suas ideologias. Além disso, permitem a busca pelo conhecimento, pois se coloca em contato com novos assuntos e diferentes abordagens, e também a realização de seus deveres e a exigência por seus direitos, já que houve a formação de uma consciência crítica.

Palavras-chave: Charge, Cidadania, Conhecimento, Interpretação, Crítica.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 08

1.1Justificativa............................................................................................ 08

1.2 Fundamentação Teórica...................................................................... 08

1.3 Situação Problema............................................................................... 09

1.4 Hipóteses............................................................................................. 09

1.5 Objetivos.............................................................................................. 09

2. METODOLOGIA........................................................................................ 11

3. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DISCUSSÃO......................................... 11

3.1 Origem das charges.............................................................................

3.2 Diferenças entre Charges, Cartuns e Tirinhas.....................................

3.3 Charges na Cidadania.........................................................................

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13

15

4. CONCLUSÃO............................................................................................ 18

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 19

ANEXO A....................................................................................................... 20

ANEXO B....................................................................................................... 21

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Justificativa

Investigando o mote 2015 ‘'Educação Cidadã para Transformar o

Mundo‘', compreendemos que deveríamos procurar um assunto de grande

influência na atualidade, formador de opinião e estimulante ao exercício da

cidadania. Desta forma, o tema As Charges Construindo a Cidadania foi

escolhido para fazer parte deste projeto, pois, vemos que a ilustração de um

fato impactante é um grande instrumento de opinião que permite ao seu autor

preenchê-la de significados, ideologias e valores, influenciando a crítica cidadã.

1.2. Fundamentação Teórica

As charges são ilustrações gráficas que surgiram na Europa no início do

século XIX e fazem referências a fatos atuais que causaram impacto na

sociedade. Elas podem incorporar ao conhecimento de mundo do leitor novas

perspectivas sobre assuntos diversos, permitindo a ele fazer parte desse

universo, já que, ao se deparar com uma charge, é necessário uma bagagem

cultural e intelectual do leitor, junto com entendimento do contexto

apresentado, como afirma Arrigoni (2011, p. 2063): “Sua ocorrência opera em

cima de fatos reais e o conhecimento prévio do tema abordado na charge, por

parte do leitor, é fator essencial para compreendê-la”.

No processo de formação da charge, é essencial que o artista possua

cunho crítico que será transmitido a seu leitor, podendo aquele utilizar-se de

determinada ideologia ou não. Segundo Arrigoni (2011, p. 2072):

Da habilidade do artista em dosar as informações verbais e imagéticas depende a qualidade de sua obra. Se ele for muito econômico, se ocultar demais as pistas, produzirá um texto hermético, praticamente inacessível ou que leve o leitor a um

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exercício de adivinhação. Por outro lado, o excesso de informações sugere uma subvalorização da capacidade do leitor.

Para chegarmos ao mote principal do trabalho: Educação Cidadã para

Transformar o Mundo, necessitamos embasar nossa pesquisa bibliográfica na

história das charges e nas diferenças entre as categorias que as ilustrações

gráficas podem assumir, além do seu papel na cidadania. Por isso, elaboramos

os seguintes capítulos: 1. Origem das Charges; 2. Diferenças entre Charges,

Cartuns e Tirinhas; 3. Charges na Cidadania.

1.3. Situação Problema

Visto que as charges são ferramentas de representação da realidade e

somente serão interpretadas corretamente caso o leitor tenha certo

conhecimento prévio sobre o assunto, nos deparamos com a seguinte questão:

as charges podem construir uma consciência cidadã nos leitores?

1.4. Hipóteses

Após pesquisas bibliográficas, elaboramos a hipótese de que a

interpretação da charge depende do grau de informação do indivíduo, ou seja,

que o conhecimento prévio do contexto e de elementos da realidade retratados

é essencial para a sua devida compreensão e que a charge pode e deve servir

como estímulo para a consciência cidadã, possibilitando ao leitor a formação

de um pensamento crítico sobre os diversos fatos e situações que o cercam e

um exercício mais pleno de sua cidadania.

1.5. Objetivos

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Por meio deste trabalho, pretendemos conceituar e definir a charge

como crítica social e política, demonstrar sua função como instrumento para a

formação de opinião, apresentar a história social e política do Brasil e de outros

países através destas ilustrações, evidenciar o papel das charges como

estímulo para o exercício da cidadania e a importância do conhecimento prévio

para a sua devida interpretação.

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2. METODOLOGIA

O grupo realizou várias pesquisas individuais que foram relatadas na forma de

fichamentos. Tais buscas foram realizadas a partir de trabalhos científicos

relacionados e jornais eletrônicos. Como o tema abrange um grande leque de

assuntos e aplicações, cada integrante do grupo ficou independente para criar

sua pesquisa apenas com a exigência de estar relacionado ao tema.

Realizamos também uma boa parte da leitura de nosso assunto abordado em

jornais e revistas onde estão principalmente as charges, assim, podemos

entender melhor sobre o tema, compreendendo seu meio de divulgação, a

reação de quem as interpreta e seu papel na influência da construção da

cidadania.

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3. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DISCUSSÃO

3.1. Origem das charges

A charge como conhecemos atualmente é fruto de um processo do

desenvolvimento da liberdade de expressão e crítica, principalmente ao

governo. Séculos atrás, não era um hábito comum dos governantes prestarem

a devida atenção em assuntos criticados pelo povo. Os políticos até então,

não ouviam as reclamações da população relacionadas às suas ações, assim,

não governavam conforme o agrado da mesma.

A forma atual de governo que vivemos, originou-se a partir de um longo

processo de mudanças do pensamento e interpretação de temas vistos pela

sociedade como polêmicos ou de grande destaque. O jornalismo foi

responsável por grande parte dessa mudança e as charges ilustram as

notícias políticas, mas de um ponto de vista mais satírico e humorado, de

maneira que não apenas as apresente, mas também as critique.

‘'A crítica e o desejo de denunciar, de revolver e analisar as ordens

instituídas são marcadas por um humorismo de carácter subversivo.’'

(QUADROS, et. al., 2002, p. 6).

Dessa maneira, no início do século XIX, surgiram as primeiras ilustrações

denominadas de charges na Europa, por pessoas que se opunham ao

governo ou críticos políticos que queriam se expressar de forma jamais

apresentada, inusitada. Essas pessoas foram reprimidas pelo governo

(principalmente impérios), no entanto, obtiveram grande popularidade, fato

que acarretou em sua existência até os tempos de hoje.

De origem francesa, o termo charge significa carga, no jornalismo se

refere a uma carga contra um adversário, remetendo à característica principal

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da charge: o exagero. A primeira charge do Brasil surgiu entre os anos de

1837 e 1838, poucos anos após a independência do país. A arte,  intitulada A

Campanha e o Sujo, circulou pelas ruas do Rio de Janeiro sem assinatura do

autor, o pintor e poeta Manuel de Araújo Porto-Alegre. Tratava-se, na época,

de uma sátira ao assunto tratado pelo jornalista Justiciano José da Rocha.

Esse denunciava as propinas recebidas por um funcionário do governo ligado

ao Correio Oficial.

3.2. Diferenças entre Charges, Cartuns e Tirinhas

Apesar das charges, os cartuns e as tirinhas terem o mesmo objetivo, o

qual é denunciar situações atuais ou que causaram impacto na sociedade por

meio do humor, possuem sutis características que os diferenciam.

As charges geralmente apresentam um único desenho, satirizando um

plano específico atual ou ainda em evidência, por meio do uso de elementos

pertencentes ao contexto em que o leitor se encontra, por esse motivo é

chamada de temporal. Recebem esse termo porque estão situadas sobre certo

assunto específico, o qual ocorreu e teve importância em um determinado

período.

Com relação à interpretação, é necessário ter certo conhecimento prévio

do que se fala, visto que a charge está atrelada a um contexto.

O gênero chargístico, pode ter uma diversidade de tema abordado, como a charge política, a charge religiosa, a charge denúncia, a charge esportiva, enfim dentre todas essas temáticas é importante que o leitor tenha conhecimento do contexto ao qual se refere a charge. (SANTOS, et al.,2012, p.16).

A charge possui uma categoria chamada de charges políticas, as quais

utilizam como plano de fundo as questões políticas, com função de difundir

ideologias de poder coercitivo para que, desse modo, o leitor assuma uma

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posição diante de determinada situação. “Logo, a charge possui uma carga de

agressividade em sua essência, que desperta uma consciência crítica no

leitor.” (ARRIGONI, 2011, p. 2070).

Nas charges é possível utilizar a técnica do metamorfismo, que consiste

na associação de traços animais a pessoas, comuns à caricatura. A caricatura,

outro instrumento usado na charge, valoriza a distorção das características

anatômicas com a intenção de exagerar traços que podem ser certos hábitos,

caráter ou gestos que permitem a identificação de uma figura pública.

Os cartuns são compostos de vários desenhos, ou seja, cenas que

transmitem críticas por meio de onomatopeias (imitação escrita de sons e

ruídos), legendas e balões, entre outros itens utilizados em quadrinhos.

Diferentemente das charges, satirizam situações cotidianas, não relacionadas

com o tempo ou espaço, logo são atemporais e universais, por não se ligaram

a um contexto específico, utilizando figuras desconhecidas ou comuns.

As tirinhas são sequências de um a oito cenas publicadas regularmente

nos meios de comunicação como jornais, revistas e nas mídias cibernéticas.

São formadas de um texto verbal, algumas vezes ambíguo, o qual completa

uma figura que o acompanha.

Independente de tais distinções, as charges, cartuns e tirinhas

despertam a consciência crítica em quem as lê, já que estes gêneros textuais

utilizam-se de recursos coercitivos e humorísticos para causar a reflexão e,

posteriormente, uma posição com relação ao leitor.

Como exemplo de charge podemos citar a de Angeli que faz relação

com a música “Águas de Março” – Tom Jobim e as enchentes em março de

2015. O cartum de Randy Glasbergen ironiza a rede social Twitter em que seus

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usuários “seguem” outras contas e as doenças psíquicas de perseguição. A

tirinha apresenta a personagem Mafalda ironizando o modo de vida de uma

parte da população, já que se trabalha para “poder viver”, mas, levando ao

extremo, vive-se em função do trabalho.

3.3. Charges na Cidadania

Sendo a charge um meio de fazer crítica, expor a opinião do artista e/ou

causar reflexão, era de se esperar que afetasse o modo como os indivíduos

exercem sua cidadania. Mas, antes disso, é necessário pensar sobre a questão

da interpretação. Como já dito anteriormente, um pré-requisito da charge é o

conhecimento sobre o assunto tratado. Saber identificar os personagens ou

situações inseridos dentro dela, de acordo com o contexto e mesmo com a

nossa própria realidade, é essencial para que se tenha uma compreensão

correta de suas intenções.

A interpretação deste gênero requer do leitor uma preparação, ou seja, esse leitor necessita de conhecimentos linguísticos para entender a escolha e a intenção do autor diante das marcas presentes dentro da charge.(SANTOS, et al., 2012, p.16)

Não se faz necessário mencionar o quanto as charges são importantes,

já que aparecem tanto nos meios de comunicação, principalmente jornais

(online e impressos) e revistas, quanto em coletâneas de provas de vestibular.

Aliás, o que muitas delas exigem é justamente essa devida interpretação das

imagens, buscando despertar assim o caráter crítico dos estudantes. Além

disso, acontecimentos recentes, como o ocorrido na França no jornal Charlie

Hebdo, mostram-nos mais explicitamente o poder das charges, e como elas

podem influenciar no pensamento tanto crítico quanto reflexivo das muitas

pessoas espalhadas pelo mundo.

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Sabendo que a educação é a base para formar a consciência de cidadão

das novas gerações, vale ressaltar o seu papel nisso tudo. É ela que permitirá

a formação da bagagem de conhecimento requisitada na leitura de uma

charge. Também será um estímulo para o real objetivo de todas as categorias

antes mencionadas (charge, tirinhas e cartum): provocar e saber subverter todo

o humor utilizado em agressividade para poder contestar a realidade, tornando

as pessoas mais cidadãs, lutando por seus direitos, questionando e exigindo

tudo aquilo que lhes deve ser garantido. Fazer com que as pessoas deixem

para trás a ideia do conformismo que tanto traz conforto para grande parte da

sociedade, fazendo-as transgredir tudo o que se considera já “normal” e

consolidado. Saber desmascarar e descobrir tudo aquilo que a mídia e as

próprias pessoas escondem, revelando o que muitas vezes torna a população

alienada.

Vale ressaltar também que, após inseridas na educação, as imagens em

geral contribuíram para que os textos se tornassem mais críticos, além de não

servirem apenas como seus complementos, mas sim, e muitas vezes,

apresentando conteúdo próprio e autossuficiente.

Também cabe a algumas charges, chamadas políticas, defender e

propagar ideologias. Nelas, o ilustrador possui a liberdade de transmitir uma

mensagem e estimular que o leitor formule a sua própria opinião, podendo

tanto concordar com suas ideias quanto discordar, mas sempre estimulando a

sua formação e gerando uma linha de pensamento antes não existente.

Esses tipos de charges também podem ter como função atacar ou

defender pontos de vista, mostrando-nos que o chargista sempre possui a

liberdade de expressão quanto a suas visões de mundo, desde que esteja de

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acordo com o respeito exigido pela vida em comunidade.

Caso esse respeito não seja devidamente estabelecido, podemos

perceber o efeito negativo das charges, de detrimento da imagem de um

indivíduo ou de certo grupo de pessoas, ultrapassando, assim, a liberdade

designada a cada cidadão pelo conjunto de leis existentes.

Já outras charges, mesmo não sendo políticas, podem fazer com que o

leitor busque informações sobre aquele determinado fato ao qual faz

referência, ampliando, assim, o seu conhecimento de mundo, e instigando-o a

procurar um assunto que poderia passar despercebido. Sem mencionar que o

leitor passará a estar inserido em um determinado contexto, contribuindo para

que possa exercer melhor a sua cidadania com esta bagagem e com

discussões entre pessoas na mesma situação.

É essencial destacar o papel das charges com relação a

intertextualidade, já que estimulam a busca por novos conhecimentos e a

leitura sobre outros assuntos, além de utilizar-se da argumentação e da

persuasão, habilidades fundamentais que possibilitam e facilitam o pensamento

crítico nos indivíduos, tornando-os aptos a exercerem sua cidadania.

Apesar disso, elas nem sempre são compreendidas, tornando-se

limitantes, já que exigem certo grau de informação do indivíduo, mesmo com a

possibilidade de serem utilizadas como grandes armas para o exercício da

cidadania.

Como exemplo de charge relacionada a cidadania, há um garoto de

baixa renda pedindo a uma senhora um “título de cidadão”. Implicitamente, é

uma crítica a grande desigualdade financeira presente no Brasil, a qual limita o

exercício da cidadania para aqueles que são inferiores economicamente.

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4. CONCLUSÃO

Baseando-nos nas pesquisas realizadas, verificamos uma crescente

utilização da charge como meio de incentivo à formação de uma consciência

crítica, permitindo o desenvolvimento de ideologias e valores expressos nas

ilustrações de fatos marcantes.

Deparando-se com as informações presentes na charge, o leitor busca

obter maior conhecimento sobre o assunto e, assim, elaborar uma opinião

quanto à questão discutida, inserindo-se no contexto criado, exercendo melhor

a sua cidadania, cumprindo seus deveres e exigindo seus direitos.

Apesar do benefício propiciado pelo conhecimento adquirido, este pode

ser um fator limitante para o entendimento adequado da charge, já que sem o

mesmo a interpretação pode ser vaga.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRIGONI, MARIANA DE MELLO. Debatendo os conceitos de Caricatura, Charge e Cartum. 16 páginas, Londrina, III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 03 a 06 de maio, 2011.

BEATRIZ, A., CAVALCANTE, I., PRISCILLA, L., MARTINS, M. Charge. Disponível em http://pt.slideshare.net/liviapriscilla/charge-11952364>. Acesso em 06 de jun. 2015.

BRANDIZZI, C., BRAGA, B., NATES, D., CARDOSO, L., CAVALCANTE, M. Tirinhas – Características Gerais. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/pibidletrasuea/tirinhas-aula-1-caractersticas-gerais?next_slideshow=2>. Acesso em: 20 de abr. 2015.

DURIGAN, REGINA HELENA, PEREIRA, ISABELA BARBOSA, SANTOS, ELLEN CRISTINA, SIMÕES, KAMILILA DE ANDRADE. A Leitura e a Charge no Processo de Formação de Leitores. 25 páginas, Uni - FACEF – Franca, REL Edição 05 número 01, 2012.

FONTANA, S. A Charge. Disponível em <http://oseculoxx.blogspot.com.br/2009/10/charge.html>. Acesso em 02 de abr. 2015.

GARCIA, M. A História das charges no Brasil. Disponível em <http://impressaodigital126.com.br/?p=10062>. Acesso em 28 de abr. 2015.

HISTÓRIA DA CHARGE, Disponível em <https://sites.google.com/site/desenhosehobbies/charge/historia-da-charge>. Acesso em 28 de abr. 2015

JUSTO, D. Gêneros Textuais – Notícia, HQ, Cartum. Disponível em <http://pt.slideshare.net/mddjusto/gneros-textuais-notcia-hq-cartum>. Acesso em: 20 de abr. 2015.

PAIVA, MARLÚCIA e SOUZA, MARIA LIDANCI GOMES DE. Linguagens alternativas na construção do Saber: Charges e imagens nos livros didáticos. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

SOUZA, S., SILVA, B. Gênero Textual: Tirinha – Características e Funcionalidade Social. GT7 Educação, Linguagens e Artes. 2008. 15 f.

VITORINO, M. O que você precisa saber sobre charges e tirinhas. Disponível em:<http://pt.slideshare.net/miqueiasvitorino/o-que-voc-precisa-saber-sobre-charges-e-tirinhas>. Acesso em: 20 de abr. 2015.

QUADROS, CYNTHIA BOOS e PILLA, ARMANDO. Na mira do chargista: a produção de sentidos em charges que criticam o presidente Lula. 2009. 20 f.

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ANEXO A

Charge de Cristovam Buarque: Não dê esmola. Dê cidadania.

Fonte: http://grupodefilosofiat33.blogspot.com.br/

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ANEXO B

Charge, Cartum e Tirinha

Fonte: fotografia.folha.uol.com.br/galerias/33122-charges-marco-de-2015#foto-497291 (charge); revistapiaui.estadao.com.br/edicao-53/cartuns/cartuns

(cartuns); buenosairesparatodos.wordpress.com/tag/mafalda/tirinha

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