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PROCESSO PENAL I Profª. Grasielle Borges PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL I- Constitucionais Explícitos: * Concernentes ao Individuo - Presunção de Inocência – Aquele que acusa tem o ônus da prova (obrigação de provar) Art. 5º, LVII. OBS.: A regra é que todos são inocentes até sentença penal condenatória transitada em julgado. O ônus da prova cabe à acusação e não a defesa. Este princípio integra-se ao principio do “In Dubio Pro réu”, ou seja, na dúvida o juiz deve absorver. - Ampla Defesa – Está relacionado ao indivíduo. (Art. 5º, LV). Está dirigida aos acusados em geral. Gera direitos exclusivos do réu, por exemplo, a revisão criminal, e a possibilidade do juiz destituir o advogado, elegendo outro. - Plenitude de Defesa – Está direcionada ao tribunal do Júri onde a parte será julgada por seus pares e esta decisão não é fundamentada. O réu neste caso fica numa situação de desvantagem. Nesse julgamento vigora a oralidade e se o juiz verificar que a defesa está sendo prejudicada, ele pode dissolver o conselho de sentença, redesignar uma nova sessão e declarar o réu indefeso. (Art. 5º, XXXVIII, “a”). OBS.: A plenitude de defesa dever ser completa, perfeita. * Concernente à Relação Processual

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PROCESSO PENAL IProfª. Grasielle Borges

PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENALI- Constitucionais Explícitos:

* Concernentes ao Individuo

- Presunção de Inocência – Aquele que acusa tem o ônus da prova (obrigação

de provar) Art. 5º, LVII.

OBS.: A regra é que todos são inocentes até sentença penal condenatória

transitada em julgado. O ônus da prova cabe à acusação e não a defesa. Este

princípio integra-se ao principio do “In Dubio Pro réu”, ou seja, na dúvida o juiz

deve absorver.

- Ampla Defesa – Está relacionado ao indivíduo. (Art. 5º, LV). Está dirigida aos

acusados em geral. Gera direitos exclusivos do réu, por exemplo, a revisão

criminal, e a possibilidade do juiz destituir o advogado, elegendo outro.

- Plenitude de Defesa – Está direcionada ao tribunal do Júri onde a parte será

julgada por seus pares e esta decisão não é fundamentada. O réu neste caso

fica numa situação de desvantagem. Nesse julgamento vigora a oralidade e se

o juiz verificar que a defesa está sendo prejudicada, ele pode dissolver o

conselho de sentença, redesignar uma nova sessão e declarar o réu indefeso.

(Art. 5º, XXXVIII, “a”).

OBS.: A plenitude de defesa dever ser completa, perfeita.

* Concernente à Relação Processual

- Contraditório – (Art. LV,CF) – Toda a alegação fática ou a apresentação de

provas merece ser rebatida e contestada. Este princípio esta relacionado tanto

para a acusação, quanto para a defesa.

OBS.: Os princípios do Contraditório e Ampla Defesa estão juntos, porém,

precisa do contraditório para se defender, ou seja, alegar a defesa em alguma

acusação.

* Concernentes à Atuação do Estado

- Juiz Natural – (Art. XXXVII, CF) – Quem vai julgar é quem tem competência

para julgar, e quem dá essa competência é a lei.

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- Publicidade – (Art. 5º LX, XXXIII e Art. 93, IX) – Todos os atos processuais

são públicos. Qualquer pessoa interessada no processo pode consultar o teor

do processo em regra geral.

- Vedação das Provas Ilícitas – (Art. 157, CPP) – se a prova for única em

defesa do réu, dentro de uma proporcionalidade será aceita somente para a

defesa do réu. Este é um princípio constitucional, onde será inadmissível a

aceitação de provas contrárias ao ordenamento jurídico. Existem duas teorias que fundamentam a vedação das provas ilícitas:1. Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada ou Efeito à Distância ou Prova Ilícita por Derivação – Para esta teoria, a árvore envenenada não pode dar

bons frutos. Ex. Escuta telefônica ilegalmente realizada. Esta teoria é aceita

nos EUA. No Brasil não é aceita, salvo, em casos excepcionais onde a prova é

para favorecer o réu.

2. Teoria da Proporcionalidade ou Razoabilidade ou Interesse Predominante – É utilizada na Alemanha. Para esta teoria deve-se ponderar a

prova obtida por meios ilícitos e analisar no caso concreto à sua necessidade.

Ex. Num seqüestro: quando ocorre a violação do sigilo de comunicação para

encontrar o cativeiro. É uma tese que poderia ser aceita no Brasil, caso este

fosse o único meio de absolver o réu, para evitar o erro judiciário. Alguns

autores argumentam que poderia ser alegada a inexigibilidade de conduta

diversa ou a legítima defesa. Ex. A tortura no âmbito policial.

OBS.: Para o professor Nucci, a ilicitude é o gênero, que é aquilo contrário ao

ordenamento jurídico. Ilegal é o que fere o direito material ou processual.

Ilegítimo o que fere os princípios gerais do direito, os bons costumes e a moral.

Para o prof. Alexandre de Moraes (Constitucionalista) a ilegalidade é o gênero,

onde o que é ilícito fere o direito material e ilegítimo o direito processual. O STF

já se manifestou se direcionando para considerar a ilicitude como gênero,

conforme Nucci.

- Economia processual – (Art. 5º, LXVII) “Razoável Duração do Processo” -

- Regentes do Tribunal do Júri –

- Plenitude de Defesa – A defesa é assegurada, plena.

- Sigilo das Votações – Não pode saber como foi e em quem votou.

- Soberania dos Veredictos – O julgamento é soberano, o que o júri decidir

está decidido.

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- Competência para Julgamento dos Crimes Dolosos Contra a Vida – Só

quem pode julgar os crimes contra a vida é o tribunal do júri.

II- Constitucional Geral (Penal e Proc. Penal):

- Devido Processo Legal –

III- Constitucionais Processuais Implícitos:

1. Concernentes ao Individuo –

1.1. Prevalência do Interesse do Réu -

1.2. Ninguém Está Obrigado a Produzir Provas Contra Si Mesmo (Art. 5º,

LV, LVII, LXIII, CF) – Se fundamenta no princípio da presunção de inocência.

Ninguém é obrigado a produzir algo que venha a ser utilizado contra si mesmo.

2. Concernentes à Relação Processual

2.1. Iniciativa das Partes (Art. 129, I e Art. 5º, LIX, CF) – A ação em regra é

pública incondicionada a representação.

2.2. Duplo Grau de Jurisdição (Art. 101, CF) – Todo aquele que se sentir

prejudicado em alguma decisão, deve recorrer para uma instancia superior.

3. Concernentes à Atuação do Estado

3.1. Juiz Imparcial – A jurisdição deve ser inerte e o juiz imparcial. Para que

você seja julgado por algum crime, já deverá existir uma estrutura pronta para

poder julgar.

3.2. Promotor Imparcial e Natural – O promotor tem a competência dada

anteriormente e deve ser imparcial no seu desempenho.

3.3. Obrigatoriedade da Ação Penal Pública / Indisponibilidade – O titular

da ação penal não pode dispor da ação.

3.4. Oficialidade –

3.5. Intranscedência – a responsabilidade pelo crime não passa para outra

pessoa. Não passará da pessoa do condenado.

3.6. Vedação da Dupla Punição e Duplo Processo pelo Mesmo Fato –

“Non bis in idem” – não pode ser processada mais de uma vez pelo mesmo

fato.

3.7. Duração Razoável da Prisão Cautelar – é uma prisão provisória.

3.8. Princípio da Oficialidade –

3.9. Devido Processo Legal – Reflete o processo penal constitucional. Tem

direito a ampla defesa, ao contraditório e todos os direitos e garantias

fundamentais.

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3.10. Legalidade Estrita da Prisão –

Observações sobre o princípio das provas ilícitas –

I) Constitucional Geral (Penal e Proc. penal )

Devido Processo Legal

II) Constitucionais Processuais Implícitas

1) Concernentes ao Indivíduo

1.1 Prevalência do Interesse do Réu

1.2 Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesma: Art 5;LVII,

LV, LXIII, CF 88.

2. Concernentes a Relação Processual

2.1 Iniciativa das Partes: Art. 101, CF \ Art. 105 ss

2.2 Duplo Grau de Jurisdição – Já tem.

3 Concernentes a atuação do Estado

3.1 Juiz Imparcial – Tb.

3.2 Promotor Natural e Imparcial – Tb

3.3 Obrigatoriedade da Ação Penal Pública – Indisponibilidade: Art. 76 da Lei

9.099\95.

3.4 Oficialidade

3.5 Intransigência: A responsabilidade do crime não transcende para outra

pessoa.

3.6 Vedação da Dupla Punição

3.7 Duração razoável da prisão cautelar

Princípios meramente processuais ( explícitos ou implícitos) :

1) Concernentes á relação processual:

1.1- Busca da verdade real ou material: O juiz deve buscar o que

chegar mais próximo da verdade, a verdade é relativa, o juiz deve conseguir o

máximo, tem que extrair tudo que as partes venham dizer, fazer diligencia fora

mesmo do recinto do juízo, para poder capturar as provas.

OBS: É um principio próprio do processo penal, dispõe que o juiz deve buscar

a realidade dos fatos,não se conformando apenas, com que é apresentado

nos autos (verdade formal) . Como exemplo existe o Art 156 CPP, que permite

ao juiz determinar diligencia de oficio para dirimir duvidas sobre pontos

relevantes.Outros exemplos: Vide Art. 209, 234, 147 CPP.

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1.2- Oralidade (conectado à concentração, imediatidade e identidade física do juiz): O principio da oralidade dispõe que os atos

processuais podem ocorrer de forma oral. A oralidade deve prevalecer sobre a

escrita, buscando-se fortalecer concentração dos atos processuais em

audiência única, deve existir imediatidade, ou seja, o magistrado deve ter

contato direto com a prova, formando mais facilmente sua convicção.É por

último, deve existir a identidade física do juiz( que diz quê o juiz que lhe colher

a prova deve ser o mesmo para julgar a causa. Exemplos: Art. 399 parágrafo

2º; 400 parágrafo 1º, 411 parágrafo 2º do CPP.

1.3- Indivisibilidade da Ação Penal Privada: Art. 48 CPP.

1.4- Comunhão da prova: Esse princípio que dizer que a prova

produzida pelas partes, seja acusação, seja defesa não serão colocadas no

processo sendo de titularidade das partes, as provas juntadas são do processo

e o juiz deve analisar em conjunto e de forma contextualizada com objetivo de

buscar a verdade dos fatos. Neste princípio não existe um titular da prova e sim

um proponente.

2) Concernentes à atuação do Estado2.1- Impulso Oficial: Esse princípio também e chamado de impulso processual

e quer dizer que uma vez iniciada a ação o juiz terá que ir até o fim do

processo. Embora a jurisdição seja inerte, uma vez instaurado o processo, ele

terá continuidade até o exaurimento da função jurisdicional.

2.2- Persuasão Racional: O juiz deve julgar com base na sua convicção, vai

julgar com que o que foi levado até o processo e vai ter convicção para julgar.

Art 93 inciso XI CF, Art 155 caput CP, Art 381 inciso III CPP. Os artigos dizem

porque ele está condenado cada caso.

2.3- Colegialidade ou Colegiado: Caso aconteça a insatisfação de alguma

das partes, vai existir um órgão colegiado que vai analisar a decisão do juiz.

Esse princípio se interliga com o princípio do Duplo Grau de Jurisdição.

INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL* Espécies

1. Quanto ao Sujeito que Elabora

- Autêntica ou Legislativa – Por que é feita por quem elaborou a norma.

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- Doutrinária ou Científica – Há um estudo científico, feita por quem estuda leis,

doutrinas.

- Judicial – Feita por quem julga.

2. Quanto aos Meios Empregados

- Gramatical ou Literal – Reflete o que o texto fala. É uma interpretação muito

superficial.

- Lógica ou Teleológica – É a essência do que o texto quer dizer

3. Quanto ao Resultado

- Declarativa – Há uma correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade.

- Restritiva – Vai restringir o seu significado, pois, a lei pode ter dito mais do

que queria ou que deveria.

- Extensiva – Vai ampliar o seu significado, pois, a lei disse o que a lei disse

menos do que queria ou que deveria. Sempre favorece o processo do réu.

OBS.: A lei processual penal admite a interpretação extensiva. Art. 3º, CPP.

Ex. Art. 254, CPP.

Exceção: Tratando-se de dispositivos restritivos de liberdade pessoal (prisão

em flagrante), o texto deverá ser rigorosamente interpretado.

OBS.: No caso do Art. 254, CPP pode-se incluir o jurado, que apesar de ser

leigo, tem competência para julgar no procedimento do júri. Além do termo réu

pode-se ampliar o termo para indiciado, acusado.

- INTERPETAÇÃO ANALÓGICA – Ex. Art. 254, II, CPP. A norma após uma

enumeração casuística traz uma formulação genérica. A norma regula o caso

de modo expresso, embora genericamente.

FONTES DO DIREITO PENAL1. Material ou de Produção – aquela que cria o direito.

- União:

- Art. 22, CF/88.

- Art. 22, p.u. CF.

- Art. 24, X e 98, I, CF.

- Art. 24, I e § 1º e 2º, CF.

- Art. 125, CF.

- Art. 1º, CPP.

- Convenção Americana de Direitos Humanos (Regras do Direito Penal)

2. Formal – Aquela que revela o direito.

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- Imediata – Através da Lei (em regra ordinária)

- Mediata – Através dos Costumes e Princípios Gerais.

OBS.: A convenção americana de direitos humanos abordou três (3) regras

sobre processo penal:

1. O direito das partes de serem julgados por juiz imparcial.

2. A previsão do duplo grau de jurisdição.

3. A vedação do duplo processo pelo mesmo fato.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPOArt. 2º CPP.

- Princípio da aplicação IMEDIATA das normas processuais. Não tem efeito

retroativo, pois anularia os atos anteriores.

Regra: “Tempus Regit Actum”

Efeitos:

1. Os atos processuais realizados sob a regência da lei anterior

consideram-se válidos;

2. As normas processuais tem aplicação imediata, regulando o desenrolar

do processo.

OBS.: A lei processual material pode retroagir se beneficiar o agente. Art. 107,

CP.

OBS.: APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇOArt. 1º CPP – Princípio da Territorialidade (usar em conjunto os Arts. 5º e 7º,

CP).

Exceção: Art. 1º, I, CPP.

- Convenção de Viena (1961) – Dec. 56.435/65

* Imunidade de jurisdição aos Diplomatas (serão punidos no país de origem);

* Cônsul – Dec. 61.078/67

Imunidade Parlamentar – Art. 53, CF.

Art. 29, VIII, CF.

Jurisdição Política – Art. 52, CF.

Tratados Internacionais de Direitos Humanos: Art. 5º § 2º e 3º, CF/88.

- Direito Internacional: Teorias

1. Dualista – Existem dois tipos de direito. O direito Interno e o Internacional,

cada um com sua competência.

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2. Monista – Se o Brasil pode participar de pactos internacionais e eles são

todos juntos então só existe uma única norma. Adotada pelo Brasil.

Pesquisar e responder: Quais são as regras previstas na Constituição sobre as imunidades

parlamentares (material e formal)R. Antes Deputados e Senadores só podiam ser processados quando o

congresso autorizasse, facilitando o acobertamento de crimes cometidos por

parlamentares que se consideravam acima da lei. Agora os parlamentares

terão imunidade apenas para expressar suas opiniões e voto. No mais, ficam

sujeitos ao cumprimento da Lei como qualquer brasileiro, podendo ser

processados, inclusive, por crimes cometidos antes do mandato parlamentar.

A Constituição Federal prevê serem os Deputados e Senadores invioláveis por

suas opiniões, palavras e votos (art. 53, caput, CF), no que a doutrina

denomina imunidade material ou inviolabilidade parlamentar.

Imunidade formal é o instituto que garante ao parlamentar a impossibilidade

de ser ou permanecer preso ou ser processado sem autorização de sua Casa

Legislativa respectiva.

Como o presidente da república é julgado nos casos dos crimes comuns e no caso dos crimes de responsabilidade.

Nas infrações comuns, que são aquelas tipificadas no Código Penal e na

legislação penal extravagante, o Presidente da República, quando comete tais

crimes, será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Por

outro lado, nos crimes de responsabilidade política, o chefe maior do Poder

Executivo será julgado pelo Senado Federal. Em ambos os casos, goza, o

Presidente, de privilégios intrínsecos em razão do eminente cargo que ocupa,

não sendo julgado pelo juízo comum, mas sim, pelo chamado foro privilegiado.

Jus Navegandi / Grasielli Vieira de Carvalho / foro de prerrogativa de função.

SISTEMAS PROCESSUAISINQUISITIVO- Influência da Legislação Européia; Direito Canônico.

* Características:

- 3 Funções (Acusar, Defender e Julgar) nas mãos da mesma pessoa.

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- O processo é sigiloso

- Não há contraditório, nem ampla defesa, o acusado e objeto do processo e

não sujeito de direitos, não há garantias.

- A confissão é a rainha das provas.

ACUSATÓRIO (Maioria dos Doutrinadores)

- Separação de funções de acusar, defender e julgar (personagens distintos)

- Princípio de publicidade dos atos (Art. 93, LX, CF).

- Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

- O sistema de provas obtido é o do livre convencimento

- Imparcialidade do órgão julgador

MISTO – Inquisitivo-Garantista (NUCCI, DAMÁSIO)

- Reunião das características dos dois anteriores

- Fatores:

1. Instrução preliminar (secreto, sigilo) – não há contraditório ou ampla defesa;

2. Judicial – Acusação feita por órgão competente – MP; Julgamento pelo juiz.

Art. 155, 156, 481, 792 CPP - ver

INQUÉRITO POLICIAL (Art. 4º, 23, CPP)- Conceito: É um procedimento administrativo, realizado pela Polícia Judiciária

(Civil), com o objetivo de investigar a infração penal praticada e sua autoria.

OBS.: A autoridade máxima no inquérito é o delegado, porém, em

determinados casos podem outras pessoas podem investigar. Ex. CPI

(Comissão Parlamentar de Inquérito).

OBS.: O Inquérito Policial é presidido pelo Delegado de Polícia, que deve ser

bacharel em Direito. Ocorre que, o MP e o Poder Judiciário também

acompanham a investigação. O MP faz o controle externo da polícia.

OBS.: Está previsto no Art. 129, CF. as diversas atribuições do MP. Além de

ser o titular da Ação Penal, tem o poder de investigar e fazer diligências que

forem necessárias para e elucidação do fato criminoso. No âmbito dos

interesses difusos, apenas o MP pode promover o Inquérito Civil.

OBS.: Outras autoridades também possuem o poder de investigar, mas dentro

do âmbito de suas competências. Por exemplo: CPIs, sindicâncias e processos

administrativos, autoridades florestais, etc.

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OBS.: A Ação Penal está prevista nos Arts. 100 e seguintes do CP e nos Arts.

24 e seguintes do CPP. O titular da Ação Penal é o MP, que é chamado de

órgão acusatório. Ocorre que a ação penal pode ser incondicionada e

condicionada. Nesta última, ara que ocorra o ajuizamento da denúncia, o MP

precisará da representação do ofendido ou de seu representante, ou da

requisição do Ministro da Justiça. A ação penal também pode ser privada,

neste caso, a vítima deverá ingressar com a queixa-crime perante o juiz

criminal. Estas mesmas regras serão observadas no caso da instauração do

inquérito. Art. 5º CPP.

* Demais Objetivos: Colheita de provas (Art. 155; 156, I; 159 § 5º, CPP) /

Formação de uma convicção [MP]. (Art. 129, CF).

- Polícias – Art. 144, CF.

- Residência do Inquérito Policial

- Outras Autoridades

- Características do Inquérito Policial

- Sigilo – Por se tratar de pesquisa, busca, investigação não pode ser de

conhecimento do povo. VER SÚMULA vinculante n. 14;

- Inquisitivo – Pois não permite que o acusado ou indiciado utilize da ampla

defesa e do contraditório, pois e uma investigação e não uma acusação.

- Preliminar à Ação Penal – Vem antes da ação penal.

- Dispensável – Se não restar dúvidas pode-se dispensar o IP.

* Art. 21 CPC – Incomunicabilidade do indiciado. (Nucci diz que é

inconstitucional)

Início do Inquérito Policial – O inquérito será iniciado de diversas formas,

com base nas disposições previstas no Art. 5º, CP. Como também o Art. 19.

1. De Ofício

2. Por provocação do Ofendido

3. Delação de Terceiro - Um terceiro na história viu o crime, vai e informa ao

delegado.

4. Por Requisição da Autoridade Competente – Ex.: MP

5. Pelo Flagrante – Art. 302, CPP. Qualquer pessoa pode inclusive prender a

pessoa no flagrante.

* Ação Penal – é a Petição Inicial do processo penal, e o titular dessa ação é o

MP.

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- “Notitia Criminis” – é a peça inicial onde se pede a abertura do Inquérito

Policial. É mais utilizada na prática. É a ciência que a autoridade policial de um

fato criminoso que foi levado pra ele. Pode ser Direta (quando o próprio

Delegado descobre) ou Indireta (quando é feita pela vítima, MP ou Juiz).

- “Delatio Criminis” - É a comunicação verbal ou por escrito, prestada por

terceiro identificado (pessoa diversa do ofendido), também denominada delatio

criminis simples. É a denominação dada a comunicação feita por qualquer

pessoa do povo ao delegado, MP ou o Juiz sobre o crime.

OBS.: A Ação Penal está prevista nos Arts. 100 e seguintes do CP e nos Arts.

24 e seguintes do CPP. O titular da Ação Penal é o MP, que é chamado de

órgão acusatório. Ocorre que a ação penal pode ser incondicionada e

condicionada. Nesta última, ara que ocorra o ajuizamento da denúncia, o MP

precisará da representação do ofendido ou de seu representante, ou da

requisição do Ministro da Justiça. A ação penal também pode ser privada,

neste caso, a vítima deverá ingressar com a queixa-crime perante o juiz

criminal. Estas mesmas regras serão observadas no caso da instauração do

inquérito. Art. 5º CPP.

OBS.: A Ação Penal está prevista nos Arts. 100 e seguintes do CP e nos Arts.

24 e seguintes do CPP. O titular da Ação Penal é o MP, que é chamado de

órgão acusatório. Ocorre que a ação penal pode ser incondicionada e

condicionada. Nesta última, ara que ocorra o ajuizamento da denúncia, o MP

precisará da representação do ofendido ou de seu representante, ou da

requisição do Ministro da Justiça. A ação penal também pode ser privada,

neste caso, a vítima deverá ingressar com a queixa-crime perante o juiz

criminal. Estas mesmas regras serão observadas no caso da instauração do

inquérito. Art. 5º CPP.

- Providências da Autoridade Policial – Estão expressamente previstas nos

Arts. 6º, 7º, 9º e 13º no CPP.

a. Se dirigir ao local do crime;

b. Apreender os objetos relacionados com o crime;

c. Colheita de provas, inclusive testemunhal;

d. Ouvir o ofendido;

e. Ouvir o acusado ou indiciado;

f. Verificar o reconhecimento de pessoas, coisas e fazer acareações;

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g. Proceder exame de corpo de delito e outras perícias, se necessário;

h. Identificação do indiciado (digitais, fotos, civil) e anexar a folha de

antecedentes;

i. Verificar a vida pregressa do indiciado sobre todos os aspectos possíveis,

inclusive o seu comportamento;

j. Proceder à reconstituição do crime (Art. 7º, CPP);

l. O Delegado reunirá todas as peças do inquérito, onde todas as folhas

deverão ser por ele rubricadas (Art. 9º, CPP);

m. Caberá, ainda, ao Delegado promover todas as diligências necessárias para

que sejam prestados os esclarecimentos devidos ao MP e ao Judiciário, no

decorrer do processo (Art.13, CPP);

- Prazos – Estão previstos no Art. 10, CPP. Em dez dias se o indiciado estiver

preso e em 30 dias se estiver solto. Na legislação especial, por exemplo: Lei de

Drogas, existe outra previsão: 30 dias se estiver preso e 90 se estiver solto.

- Diligências – Art. 14, CPP. Tanto a parte prejudicada, quanto o indiciado

podem requerer diligências ao Delegado.

- MP – O MP pode devolver os autos do inquérito para que sejam feitas novas

diligências, indispensáveis ao oferecimento da denúncia.

- Arquivamento do Inquérito Policial – O Delegado não pode arquivar o

inquérito. Este poder é do Juiz. (Vide Art. 17, 18 e 28, CPP).

- Incomunicabilidade -

- Indiciado e Regras de Interrogatório -

AÇÃO PENAL - Conceito: É o instrumento pelo qual o Estado busca a imposição de uma

sanção penal para que o acusado que pratica uma infração penal (crime ou

contravenção)

Pública – Feita por denúncia. (Condicionada [A representação do

ofendido ou de representante legal ou por requisição do MJ] /

Incondicionada)

Privada – Feita através da queixa-crime. (Propriamente Dita – feita pelo

ofendido ou pelo seu representante legal / Personalíssima - é aquela

que só pode ser promovida exclusivamente pela vítima / Subsidiária da

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Pública – Quando o MP dorme, era pra ter denunciado e não

denunciou / Concorrente – Súm. 714 STF – É pública ou privada).

OBS.: O MP é o titular da Ação Penal.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A AÇÃO PENAL PÚBLICA Indisponibilidade – O titular da ação (MP) não pode escolher se vai

continuar ou não com o processo, não pode dispor da ação. Ele tem o

dever de ajuizar a ação. Uma vez ajuizada a denúncia não pode desistir,

tem que ir até o fim.

Obrigatoriedade – O MP é obrigado a agir, apresentando a denúncia.

OBS.: Existe uma hipótese legal onde o princípio da obrigatoriedade e

indisponibilidade são mitigados ou relativizados (Art. 89 da Lei 9.099/95). Este

dispositivo reza que o MP pode propor uma transação penal, onde haverá a

suspensão condicional do processo. Vale ressaltar que isto ocorrerá em crimes

de menor potencial ofensivo.

Oficialidade – Quer dizer que a denúncia é feita por um órgão oficial,

que é o MP. Art. 129, I, CF.

Indivisibilidade – Decorre do princípio da obrigatoriedade, onde o MP

não pode escolher dentre os indiciados, quem vai processar. Art. 29, CP.

Intranscedência – A ação penal não poderá passar da pessoa do autor

e partícipes.OBS.: Na ação penal pública incondicionada o titular da ação é o MP e

independe de qualquer condição para agir. A regra no direito penal brasileiro é

que a ação é pública incondicionada, ou seja, sempre que houver o silêncio no

dispositivo legal, quer dizer que ação é pública incondicionada.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A AÇÃO PENAL PRIVADA Disponibilidade – O ofendido pode dispor da ação penal privada,

podendo inclusive desistir pelo perdão ou pela perempção (sanção

processual), Art. 107, CP.

Indivisibilidade – Idem ação pública.

Intranscedência – Idem ação pública

Oportunidade – O ofendido ou seu representante legal tem o direito de

avaliar se é oportuno ou conveniente ajuizar a ação penal privada. Art.

32 e seguintes do CPC.

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OBS.: Existe um prazo decadencial, em regra, de 6 (seis) meses, do dia em

que o ofendido ou representante legal souber quem é o autor do fato para que

seja ajuizada a ação privada. Caso o representante legal não exerça esse

direito no referido prazo, se o ofendido for menor de idade, espera-se

completar 18 anos e o prazo de 6 (seis) meses será contado a partir desta

data.

OBS.: A contagem do prazo decadencial, embora seja o prazo processual, que

cuida do exercício do direito de ação, possui nítidos reflexos no direito penal,

uma vez que é capaz de gerar extinção da punibilidade (Art. 107, CP). Diante

disso conta-se com base no Art. 10, CP, incluindo o dia de inicio de excluindo o

final.

Ex. Fulano soube da autoria do crime de injúria contra a sua pessoa dia 10 de

março, tem ate 9 (nove) de setembro para ajuizar a queixa-crime.

OBS.: No caso da ação penal privada personalíssima, que é aquela que só

pode ser promovida exclusivamente pela vítima, atualmente só será exercida

em uma situação: No caso do Art. 236, CP. O prazo decadencial será contado,

6 (seis) meses a partir do transito em julgado da sentença que anula o

casamento. Ação Penal Condicionada: O MP continua sendo o titular da ação, pois

somente ele pode ajuizar a denúncia, mas nesse caso, ele precisará de

algumas condições (procedibilidade para agir).

1) De representação da vítima ou de seu representante legal.

2) De requisição do Ministro da Justiça, nos casos de crimes cometidos

contra a honra do Presidente da Republica. Art. 141, CP, Art. 24 CPP e Art. 25

CPP.

OBS.: A decadência ocorre quando o ofendido ou seu representante tem

conhecimento do autor do fato após 6 meses do ocorrido, ocorre a extinção da

punibilidade.

Condições da Ação Penal Genérica (Possibilidade Jurídica do Pedido / Legitimidade / Interesse /

Justa Causa?)

OBS.: Alguns doutrinadores do processo penal argumentam que a justa causa

seria uma 4ª causa de condição da ação, por estar prevista no Art. 395, III,

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CPC, onde seria o lastro probatório mínimo, que de suporte aos fatos narrados

pela acusação (Devem existir provas mínimas).

# Justa Causa – devem existir requisitos mínimos convincentes para que se

instaure a ação penal.

Específicas (Representação do Ofendido ou do Representante Legal /

Requisição do MJ / Art. 236, CPC – Transito em Julgado da sentença

que anula o casamento [Crime contra o casamento]).

Questionário:

1. Qual a diferença entre Denúncia e Queixa? Quais as características de

cada um: Recebimento, prazos, etc.;

2. Quando ocorre a renúncia e o Perdão?

3. Quando ocorre a extinção da Punibilidade?

4. Quais as características da Ação Civil Ex Delicto? Pesquise uma

jurisprudência.

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