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III - VISÃO GERAL E INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DA ECONOMIA 8 ELEMENTOS GERAIS DA CIÊNCIA ECONÔMICA 8.1 Falhas de Mercado São situações que impedem o bem estar da sociedade, ou seja, as pessoas muitas vezes não conseguem ter acesso a todos os bens produzidos na sociedade. Assim os mercados não são eficientes porque não atendem a toda uma população. As principais causas das falhas de mercado são: a) Imperfeições na concorrência – quando um ou mais participantes influenciam os preços e fixando o nível que lhes sejam mais conveniente. Existem: Monopólios- uma única empresa, inexistência de produtos substitutos; Oligopólios – pequeno número de empresas, produtos padronizados ou diferenciados (possibilidade de existência de cartéis); concorrência monopolística- grande número de empresas mas os produtos são diferenciados. b) Efeitos externos (externalidades) – ocorrem quando não são incluídos nos preços de mercado de um bem econômico certos efeitos secundários da produção ou do consumo. Existem: Externalidades positivas: - Serviços de infra-estrutura que aumentam o valor de uma propriedade; - Promoção de educação alimentar que reduz as despesas com tratamento médico e de melhores hábitos na condução de automóveis, que reduzem o risco de acidente; - Educação; vacinação; um progresso científico. Externalidadesnegativas - 19

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III - VISÃO GERAL E INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DA ECONOMIA

8 ELEMENTOS GERAIS DA CIÊNCIA ECONÔMICA

8.1 Falhas de Mercado

São situações que impedem o bem estar da sociedade, ou seja, as pessoas muitas vezes não conseguem ter acesso a todos os bens produzidos na sociedade. Assim os mercados não são eficientes porque não atendem a toda uma população.

As principais causas das falhas de mercado são:a) Imperfeições na concorrência – quando um ou mais participantes influenciam

os preços e fixando o nível que lhes sejam mais conveniente. Existem: Monopólios- uma única empresa, inexistência de produtos substitutos; Oligopólios – pequeno número de empresas, produtos padronizados ou

diferenciados (possibilidade de existência de cartéis); concorrência monopolística- grande número de empresas mas os produtos são

diferenciados.

b) Efeitos externos (externalidades) – ocorrem quando não são incluídos nos preços de mercado de um bem econômico certos efeitos secundários da produção ou do consumo. Existem: Externalidades positivas:

- Serviços de infra-estrutura que aumentam o valor de uma propriedade;- Promoção de educação alimentar que reduz as despesas com tratamento

médico e de melhores hábitos na condução de automóveis, que reduzem o risco de acidente;

- Educação; vacinação; um progresso científico. Externalidadesnegativas

- •Produção de um bem que gera poluição atmosférica;- Consumo de detergente gera poluição das águas;- Uso de automóveis (gasolina ou diesel) resulta em trânsito

congestionado/poluição atmosférica/sonora;- Construção de infra-estrutura resulta em vista obstruída;- Aumento no prêmio de seguros devido ao consumo de álcool ou tabaco por

parte de outros.

c) Informação privilegiada (Informação assimétrica) – ocorre quando algumas pessoas sabem de coisas que outras não sabem, distorcendo as decisões econômicas e, algumas vezes, fazem com que as transações econômicas mutuamente benéficas deixem de acontecer. A CIA de seguros não sabe se é uma pessoa é um motorista cuidadoso ou não.

A não ser que já tenha ocasionado vários acidentes.

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8.2 Flutuações do Produto e do Emprego

O crescimento de uma economia se caracteriza pela existência de períodos de expansão alternados com períodos de recessão. Também conhecido como ciclo econômico, Flutuação do Produto (PIB) e do Emprego é a situação que ocorre nas economias de um ano para outro no que diz respeito à expansão da produção (produto) e do emprego. Nenhuma economia do mundo foi capaz de erradicas as flutuações econômicas

Portanto, na evolução temporal do PIB observa-se que a economia cresce com fases de forte expansão e notável crescimento do emprego, seguidas por fases de recessão (crise) e, esporadicamente, de depressão (trata-se de uma recessão maior, tanto em termos de duração quanto de intensidade) quando a produção nacional cai e a taxa de desemprego dispara.

Quando a economia se encontra na fase recessiva do ciclo econômico (costuma durar de seis meses a um ano), a arrecadação de impostos diminui pela queda da atividade e o gasto público aumenta, na medida em que cresce o amparo aos desempregados gerando uma tendência ao aparecimento de déficits públicos.

Durante as expansões o corre o oposto: diminuindo o desemprego e aumentando os níveis de renda e produção as transferências públicas caem e a receita tributária soube o que resulta na diminuição do déficit orçamentário (ou em aumento do superávit).

As causas da ocorrência desse fenômeno estão relacionadas com lucro x contratação de um novo trabalhador: As recessões não duram para sempre porque em um determinado momento os

lucros que a empresa vai ter ao contratar um novo trabalhador crescem. Portanto nas recessões há incentivos para aumentar o nível de emprego.

As expansões não duram para sempre porque em um determinado momento os lucros que a empresa vai ter ao contratar um novo trabalhador diminuem. Portanto nas expansões há incentivos para diminuir o nível de emprego

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PIB

Tempo

Pico

Ponto Mínimo

PIB

Tempo

Expansão

Recessão

Tendência

Figura 1 - Teoria do crescimento Figura 2 - Ciclo

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8.3 Crescimento no Longo Prazo

8.3.1 Causas

O crescimento econômico, ou seja, o aumento da produção de uma sociedade é a chave para a elevação do nível de vida no longo prazo. O crescimento econômico acontece devido ao aumento de:

População economicamente ativa;Estoque de capital (o aumento desse estoque depende dos investimentos);Avanços do conhecimento tecnológico.

Com o tempo a economia consegue produzir mais e, a maior parte da população de uma sociedade consegue ter um nível de vida mais alto. Na segunda metade do século XX, a produção das economias que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) cresceu em média 3% aa ano.

O crescimento efetivo no longo prazo é determinado pelo incremento dos recursos naturais, do capital e do trabalho e pela eficiência como se utilizam desses recursos. Essa eficiência depende, entre outras coisas, da tecnologia, de melhorias na organização do trabalho e da maior qualificação dos trabalhadores.

A produção de um país cresce porque a dotação e a qualidade dos fatores de produção aumentam e por que a tecnologia avança.

a) População Economicamente AtivaEssa fonte de crescimento econômico está relacionada com:

número de trabalhadores disponíveis;número de horas de trabalho; e,a qualificação da mão-de-obra.

b) Aumento da Dotação de CapitalEssa fonte de crescimento econômico está relacionada com:

capital produtivo (máquinas, equipamentos e instalações); e, Infra-estrutura (transportes, energia, água, saneamento, telecomunicações).

c) Avanço TecnológicoEssa fonte de crescimento econômico está relacionada com todos os conhecimentos de que o sistema produtivo de um país dispõe para produzir e depende da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I):

Atividades de pesquisa - criação de novos conhecimentos;Desenvolvimento - processo pelo qual os novos conhecimentos vão sendo

transformados e adaptados para serem aplicados à produção; e, Inovação - aplicação de novos conhecimentos, inventos, técnicas ou

procedimentos à produção.8.3.2 Medição do Crescimento Econômico

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O crescimento econômico é medido geralmente pela evolução do PIB a longo prazo, já que este mede a produção de um país e, portanto, seu nível de atividade econômica.

O aumento da população é um elemento importante na medição do crescimento. Quando se conhece a evolução do número de habitantes pode-se saber se a renda per capita está aumentando ou não. Por isso, quando se estuda o crescimento econômico utiliza-se o índice PIB por habitantes ou PIB per capita.

8.3.3 Uma Síntese do Crescimento de Longo prazo no Brasil

O Brasil vem experimentando uma grande transformação no ritmo de crescimento e na estrutura de sua população. O processo de transição demográfica, fruto da queda das taxas de mortalidade e natalidade, tem provocado uma rápida mudança na estrutura etária brasileira, com uma redução da proporção jovem da população, uma elevação imediata da população adulta e uma elevação significativa, no longo prazo, da população idosa. Esta nova realidade abre várias janelas de oportunidades para as políticas públicas e para a redução da pobreza. Mas ao mesmo tempo, apresenta um desafio para as políticas macroeconômicas do país.

Um resumo da situação brasileira: comportamento da população x PIB1. A redução da pobreza no Brasil requer, além de políticas de distribuição de

renda, políticas que favoreçam altas taxas de crescimento do PIB;

2. nos momentos de maior crescimento da produção, durante o século XX, a população não se constituiu em um obstáculo ao crescimento econômico, embora a sua estrutura etária fosse muito jovem e as taxas de dependência demográficas tenham ficado elevadas durante as oito primeiras décadas;

3. a economia brasileira perdeu dinamismo exatamente no período em que o ritmo de crescimento populacional começou a favorecer o crescimento econômico;

4. as condições demográficas nas primeiras décadas do século XXI serão propícias à aceleração do desenvolvimento econômico e social;

5. existe uma oportunidade demográfica que já está dada e precisa ser aproveitada e, para tanto, a política macroeconômica brasileira precisa mirar a “vocação ao crescimento”, revertendo o processo de perda de dinamismo no padrão de acumulação ocorrido nos últimos 25 anos.

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9 PRINCÍPIOS BÁSICOS

9.1 Princípios relativos à tomada de decisões individual

9.1.1 A Escassez

A lei da escassez significa que em toda sociedade os recursos produtivos são sempre limitados, e, portanto, não se pode produzir todos os produtos e serviços que as pessoas desejam ter. Uma família não pode dar a seus membros tudo que eles desejam ter. A sociedade não pode dar a cada pessoa o padrão de vida mais alto ao qual ela aspira.

9.1.2 O Custo de Oportunidade

Define-se como sendo aquilo que se abre mão para se obter uma outra coisa. Alguém ao tomar a decisão de freqüentar uma universidade este está deixando de fazer outras coisas nesse mesmo tempo. Está deixando de ser um jogador de futebol, por exemplo, e ganhar milhões de Reais. O custo de oportunidade nesse exemplo é muito alto.

9.1.3 A Análise marginal

Significa a comparação entre os benefícios marginais e os custos marginais que é feita em qualquer ação que um individuo ou uma firma pode tomar. Por exemplo: Suponha que o custo de uma passagem aérea de uma CIA para cada poltrona seja de R$ 500,00. Caso existam dez poltronas vazias, será que essa empresa poderia vender uma passagem por menos de R$ 500,00? A resposta é sim. Caso um cliente deseje pagar a passagem por R$ 300,00 é claro que a CIA pode aumentar seus lucros vendendo essa passagem pelos R$ 300,00 por que com os assentos vazios o custo de mais um passageiro é ínfimo. O custo maior para a CIA nesse caso será apenas de 1 copo de suco e 1 pacote de bolacha que o passageiro irá consumir.

Portanto a análise marginal se trata da diferença entre as margens dos custos e dos benefícios.

9.1.4 Os Incentivos

Como as pessoas e as empresas tomam decisões comparando custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos ou os benefícios se alteram, isto é as pessoas, respondem a incentivos. Quando o preço da carne de boi aumenta, as pessoais decidem comprar mais frango ou peixe. Ao mesmo tempo os produtores decidem contratar mais trabalhadores e produzir mais carne de boi porque o

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benefício de vender carne de boi é maior. Muitas políticas mudam os custos ou os benefícios com que as pessoas se deparam e, portanto, alteram comportamentos. Um posto sobre a gasolina incentiva as pessoas a terem carros menores, de consumo mais eficiente, a usar transporte público ou a morar mais próximo do trabalho.

9.2 Princípios relativos à interação entre pessoas

9.2.1 Os Ganhos do Comércio

Embora exista concorrência, o comércio entre dois países pode beneficiar ambos já que permite que cada país se especialize nas atividades em que ele seja mais apto. Seja na agricultura na indústria ou qualquer outra atividade. Um país comercializando com outros, suas populações podem comprar uma maior variedade de bens e serviços a um custo menor.

9.2.2 A Eficiência dos Mercados

Em uma economia de mercado as decisões são feitas por milhões de pessoas e empresas. A organização da atividade econômica é feita pelo mercado. As pessoas decidem em que empresas trabalhar e o que comprar com suas rendas e as empresas decidem quem contratar e o que produzir. As pessoas e as empresas interagem no mercado, no qual o preço e o interesse próprio orientam as decisões. Do ponto de vista econômico a economia de mercado é mais eficiente do que a economia socialista cuja decisão do que, como e para quem produzir é do Estado (Planejamento Central).

9.2.3 A Intervenção Governamental e as Falhas de Mercado

Embora o mercado esteja voltado para uma eficiência na alocação dos recursos produtivos, muitas vezes isso não ocorre. Falhas de mercado é a expressão usada para explicar a situação em que o mercado por si só não consegue alocar os recursos eficientemente. As falhas de mercado existem em razão das externalidades (ex: poluição das fábricas – se uma fábrica de produtos químicos não paga todo o custo da fumaça que emite, ela tenderá a emitir mais) e d poder de mercado que é a capacidade que uma única pessoa ou pequeno grupo tem para influenciar indevidamente os preços de mercado (ex: uma cidade onde todos precisam de água, mas só tem 1 poço: o dono do poço tem poder de mercado e vai praticar um monopólio sobre a venda da água).

Em função da existência dessas falhas de mercado, o governo intervém para regulamentar e melhorar os resultados.

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9.3 Princípios relativos ao funcionamento da economia como um todo

9.3.1 O Equilíbrio

Trata-se da interação que ocorre entre as famílias, empresas e mercados em qualquer economia e caracterizada por uma igualdade entre as trocas produtos e serviços com os fatores de produção. As famílias demandam produtos e serviços para consumir com sua renda e, ao mesmo tempo, oferecem fatores produtivos (terra, capital e trabalho). As empresas oferecem produtos e serviços e demandam os fatores de produção. Em contrapartida a esses fluxos de produtos e fatores há um fluxo de dinheiro.

Em um sistema de equilíbrio geral econômico, as famílias demandam produtos e serviços na intenção de maximizar sua satisfação e oferecem fatores produtivos, enquanto as empresas tentando maximizar seus lucros transformam os fatores produtivos comprados das famílias em produtos e serviços que serão postos a venda.

9.3.2 A Eficiência e Outros Objetivos da Sociedade

As diferenças de padrões de vida entre os países no mundo são enormes. Essa diferença se explica pela produtividade existente nos países, ou seja, a quantidade de produtos e serviços por unidade de tempo. Nos países onde os trabalhadores podem produzir grande quantidade de produtos e serviços por unidade de tempo, a maior parte das pessoas tem um alto padrão de vida; nos países onde os trabalhadores são menos produtivos, a maior parte das pessoas vivem com menos conforto. A taxa de crescimento da produtividade em um país determina a taxa de crescimento da renda média.

A produtividade é o resultado do uso eficiente dos recursos produtivos. Os recursos de uma economia são usados de forma eficiente quando usados de modo a explorar plenamente todas suas oportunidades, está reduzindo perdas e está produzindo ganhos comparativamente maiores. Um outro objetivo da sociedade é que o uso desses recursos também deve buscar a equidade que significa a justa distribuição da prosperidade econômica entre seus membros. Em outras palavras a eficiência se traduz como sendo o tamanho do bolo e a equidade a forma em que são distribuídas suas fatias.

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10 GRÁFICOS EM ECONOMIA

Muitos dos conceitos estudados, dos relacionamentos entre variáveis entre si e dos comportamentos dos produtores e consumidores podem ser expressos através de gráficos.

10.1 Utilidades dos Gráficos

a) Podem expressar visualmente idéias das teorias econômicas Que pareceriam menos claras se descritas através de equações ou palavras;

b) Podem oferecer uma forma de descobrir como as variáveis se relacionam de faro no mundo em uma análise de dados econômicos.

10.2 Tipos de Gráficos

a) Gráfico de PizzaExemplo: Distribuição da renda dos Estados Unidos por tipo de remuneração.

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b) Gráfico de BarraExemplo: Comparação do PIB per capita de alguns países do mundo.

c) Gráfico de Série TemporalExemplo: Evolução percentual do PIB baiano em valores correntes e constantes.

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d) Gráfico de duas variáveis: sistemas de coordenadas (gráfico de dispersão)

No Gráfico de dispersão pode haver correlação positiva (notas e tempo de estudo) ou correlação negativa (notas e freqüência a festas).

e) Curvas em um sistema de coordenadas

No caso de haver um aumento da renda a curva da demanda se desloca para direita.

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0

0,5

1,5

2,0

1,0

5 15 2010

(5, 2,0)

Notas

Tempo de estudo (horas)

2,5

3,0

4,5

3,5

4,0

5,0

25 35 4030 50 5545

Roberto

Bruna

D0

1,0

2,02,5

1,5

5 15 2010

Preços

3,03,5

5,0

4,04,5

25 35 4030 50 5545

0,5

Quantidade demandada

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11 MODELOS ECONÔMICOS

11.1 A Fronteira da Possibilidade de Produção e o Problema Econômico

Em função dos problemas econômicos, dos recursos escassos e das necessidades ilimitadas dos indivíduos, a economia, a sociedade tem que estabelecer uma alternativa de produção. Economia –ciência relacionada c/problemas de escolha.

11.1.1 Curva de Possibilidade de Produção/Transformação Produçã

a) Variações: pleno emprego – produção tem limite máximo (potencial) todos os fatores ou recursos estão sendo utilizados; subemprego – capacidade ociosa, existe fatores sem uso;

b) Inexiste produções acima e à direita da curva porque não existe fatores que proporcione aquela produção;

c) A curva tem movimentos proporcionais/não proporcionais em função do progresso técnico (melhoria da tecnologia).

Tabela 1Possibilidade de produção

Bens Qtd. máxima Possibilidades intermediárias Qtd. máximade carros (A) (B) (C) (D) (E) de pães (F)

Carros (milhares) 150 140 120 90 50 0Pães (milhões) 0 10 20 30 40 50

Figura 1Curva de possibilidade/transformação de produção

0 50 90 100 120 140 150

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50

A

Pães(milhões)

Carros (milhares)

40

30

20

10 B

C

D

E

F

Q

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11.1.2 Custo de oportunidade

É o custo sacrifício ou a perda do produto que não foi produzido quando a economia passa a produzir outras quantidades de um outro produto.

11.1.3 Lei dos custos (relativos) crescentes (Figura 2)

Existe, quando a fim de obter quantidades extras iguais de um produto, a sociedade tem que sacrificar quantidades sempre maiores do outro. Isto justifica o formato da curva: acréscimos na produção de Y decréscimos (custos oportunidade) cada vez maiores na produção de X.

Figura 2Custos crescentes

0 50 90 100 120 140 150

11.1.4 O Problema Econômico

Decisões econômicas – limitadas pela época/lugar onde é tomada;Condicionada por – disponibilidade dos fatores da produção e condições sociais, políticas, físicas, históricas e tecnológicas;

Existem três problemas básicos:a) o que e quanto produzir –quais bens e em que quantidade;b) como produzir – com que fatores e qual processo tecnológico;c) para quem produzir – quais as pessoas que serão atendidas.

- 30

50

ACarros (milhares)

40

30

20

10 B

C

D

E

F

Pães(milhões)

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11.2 As Vantagens Comparativas

a) Teoria das vantagens comparativas (clássica)Intensificação das trocas visando benefícios recíprocos

A. SmithSe um país possui vocações naturais ou adquiridas quanto à habilidades e recursos abundantes para produção de um determinado produto, a custos mais baixos que outros, ele deve se especializar nesta produção, trocando-o pelos produtos cujas suas vantagens absolutas são inferiores.- Conclusões da teoria:

. 2 nações têm relações comerciais qdo apresentam custos diferentes;

. cada nação exportará o produto cujo custo relativo for menor;

. o comércio internacional é vantajoso para ambas as nações.

Tabela 2– Exemplo de trocas vantajosas entre dois paísesProdutos EUA (produção) Brasil (produção)

Automóvel 6 8Café 3 2

Obs. a troca de automóvel p/café permite que ambos os países consumam os dois produtos pelo menor custo e que a especialização leve cada país à reduzir ainda mais o custo do produto que fabrica.

David Ricardo e J. Stuart Mill (desenvolveram mais esta teoria)Pode haver vantagem nas trocas internacionais mesmo quando se importam produtos que tenham custos internos inferiores. Depende apenas que em termos comparativos, as vantagens sejam relativamente diferentes ou seja, custos comparativos diferentes.

Primeiro ExemploTabela 3 – Exemplo das Vantagens Comparativas

Exp. Produtos Países/ProduçãoI BR EUA

Automóvel (mil/mês) 6 8Café (mil sacas/mês) 3 2 Total

Os 2 países produzindo os 2 produtos, 6 meses um, 6 meses outroII Automóvel 36 48 84

Café 18 12 30Brasil produzindo só café e EUA só automóveis Ganho

III Automóvel 0 96 96 12Café 36 0 36 6

Custos comparativosIV Do automóvel em relação ao café 1 aut=1/2 sc café 1 aut=1/4 sc café

Do café em relação ao automóvel 1 sc café=2 aut 1 sc café= 4 aut

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Segundo ExemploTabela 4– Produção de Milho e Soja

Produtos EUA BrasilMilho 6 4Soja 3 1

Tabela 5- Custos comparativos dos produtosProdutos EUA (produção) Brasil (produção)

Custo do milho/soja 1 sc milho=1/2 sc. soja 1 sc milho=1/4 sojaCusto do soja/milho 1 sc de soja=2 sc. milho 1 sc de soja=4 sc. milho

Conclusões da teoria:- custos de produção do milho é menor no Brasil e de soja é menor nos EUA;- vale a pena EUA trocar sua soja por milho brasileiro e o Brasil trocar seu

milho por soja americana – ambos os países ganham, pois produzem aqueles produtos que têm custos relativos menores e a produção mundial dos dois produtos aumenta.

Críticas à Teoria- não considera que o tempo altera os padrões de produção;- os mercados não são de concorrência perfeita;- economias de escala e economia externas reduzem custos.

11.3 Diagrama do Fluxo Circular da Renda

Figura 3Circuito econômico/Equilíbrio econômico

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MERCADO DOS

FATORES

MERCADODE BENS

(Custo de produção)EMPRESAS

(Folha de pagamento)

(Desejo, necessidades)FAMÍLIAS

(Propriedade fatores)

Receitas

Bens de consumo

Desp. de consumo

Bens econômicos

Trabalho

Desp de produçãoPoupança

Trabalho

Renda monetária(salários, div., aluguéis)

Poupança (K+terra)

Bens de produção

Consumo

Entesouramento

(Trocas)

(Trocas)

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11.4 A Economia Positiva e a Economia Normativa

A divisão é um recurso metodológico para facilitar compreensão, análise e operacionalização dos conteúdos da ciência econômica;Primeira e mais importante divisão: i) Economia Positiva;

ii) Economia Normativa.

A ECONOMIA POSITIVA (FIGURA 4)Trata a realidade como ela é. Ex: é impossível desenvolver a economia num período de alta inflação - a proposição pode ser confirmada ou refutada pela ciência.a) Economia descritiva – envolve a observação sistematizada do mundo real,

descrição/mensuração dos fatos econômicos;b) Teoria econômica - envolve princípios, teorias, leis e modelos

econômicos.

B ECONOMIA NORMATIVA (FIGURA 4)Propõe como a realidade deve ser. A economia deve desenvolver num período de alta inflação - a proposição não é passível de ser confirmada ou refutada pela ciência, já que depende de juízo de valor, pessoal e subjetivo.a) Política econômica – envolve escolhas, segundo juízo de valor, dos

objetivos a serem alcançados e dos instrumentos (meios) para alcançar as metas desejadas.

Figura 4

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ECONOMIA NORMATIVA

ECONOMIA POSITIVAECONOMIA DESCRITIVA

Obs. do mundo real, descrição e mensuração dos fatos econômicos

TEORIA ECONÔMICAPrincípios, leis, teorias e modelos

Teoria macroeconômicaContas nacionais, renda, poupança

POLÍTICA ECONÔMICACrescimento, estabilidade, eqüidade

Teoria microeconômica

Consumidor, preços empresa e mercados

As divisões da economia positiva alimentamo processo político de escolha da economia normativa

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C DEFINIÇÕES GERAIS DOS RAMOS DA ECONOMIA

a) Microeconomia - ramo da economia que estuda o comportamento dos consumidores (indivíduos ou famílias) e o funcionamento das empresas quanto aos aspectos de custos, produções, receitas e fatores de produções. Em termos específicos, envolve o estudo de:unidades individualizadas da economia: consumidor, empresa,

considerados isoladamente ou em agrupamentos homogêneos;comportamento do consumidor (busca da satisfação máxima) e da empresa

(busca do lucro máximo);estruturas e mecanismos de funcionamento dos mercados decorrentes das

conformações da oferta e procura;funções e imperfeições dos mercados na alocação dos recursos escassos e

na geração de produtos para satisfazer necessidades ilimitáveis;preços, custos, benefícios privados e o interesse maior do bem comum.

b) Macroeconomia – ramo da economia que estuda os agregados como a produção, o consumo e a renda da população como um todo. Em termos específicos, envolve o estudo de:comportamento e desempenho da economia em seu conjunto;mensuração do Produto Interno Bruto e apropriação da Renda Nacional;relações entre as macro-variáveis a exemplo do investimento e o nível de

emprego dos recursos; taxas de juros e de câmbio e suas influências sobre o desempenho da

economia como um todo; trocas internacionais vistas como um todo e balança de pagamentos;finanças públicas (tributos, dispêndios), inflação, desemprego;crescimento e desenvolvimento econômico e seus indicadores.

c) Política econômica – ramo da economia que se preocupa com a aplicação dos modelos micro e macroeconômicos visando uma melhor condução da ação econômica, ou seja, a ação econômica aplicada dos instrumentos de análise desenvolvidos pela Teoria Econômica. É dependente de posições filosóficas, político-ideológicas e de juízos de valor e integra o universo maior da política pública (defesa e segurança nacional, social, etc).Em termos específicos envolve 2 procedimentos básicos:determinação dos objetivos a serem alcançados (crescimento, estabilidade e

eqüidade), consistentes com fins políticos e sociais;escolha dos instrumentos (fiscais, monetários, cambiais e intervenções nos

mercados) que serão operacionalizados para o alcance dos objetivos determinados.

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