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Fotografia 2010 Através da ferramenta Google Street View, cada participante visitou a cidade do outro e elegeu um lugar que desejasse conhecer. O residente foi até o local indicado

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apresenta

CORPO COLETIVOExposição Coletiva

COLLECTIVE BODYCollective Exhibition

09 de setembro a 09 de outubro de 2011 Centro Cultural da UFMG Belo Horizonte – Brasil

www.eba.ufmg.br/collectivebody

ARTISTAS PARTICIPANTES DA EXPOSIÇÃO

Ana Carvalho, Anna Martins, Ankita Asthana, Beytan Erkmen, Ben Corless, Camila Fernandes, Cassandra Henau, Claire Dearnley, Clare Charnley, Claudio Vitor Vaz, Charlotte Wormley-Healing, Chloe Plumb, Coral Moran, David Summerill, Dominic Clark, Elisa Grasso, Emily Matthews, Estrella Herrera, Fernando Ancil, Filipe Chaves, Flávia Peluzzo, Gabriela Sá, Grigoris Digkas, Hellen Hulbert, Henrique Teixeira, Ishaan Dixit, Joana Cifre Cerdà, Kai-ho-Lau, Kanika Sharma, Leandro Aragão, Lorena Galery, Luíç Caixote, Lucas Delfino, Lucas Sander, Lucy Sloss, Luísa Horta, Lygia Santos, Marcelo Adão, Maria Kapajeva, Mariana Garcia, Mariana Borges, Marilene Ribeiro, Maurício Rezende, Miriam Chiara, Natasha Smith, Niccolò Fano, Patrícia Azevedo, Paula Santos, Ravikiran Rangaswamy, Ruth Whetton, Soumyadip Ghosh, Tales Sabará, Thales Amorim, Tushar Joshi, Vanrochris Vieira.

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Corpo Coletivo é um projeto de pesquisa em arte, educação e novas mídias idealizado por Patrícia Azevedo (UFMG|BR) e Clare Charnley (LMU|UK). Concebido como uma atividade co-laborativa, dá forma visual a uma série de experiências en-volvendo estudantes de arte, design e comunicação de cinco universidades em três continentes. Desde 2008, participa-ram do projeto: Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (Belo Horizonte, Brasil), Leeds Metro-politan University - LMU (Leeds, UK), University for the Creati-ve Arts - UCA (Farnham, UK), University of Lincoln - UL (Lincoln, UK) e The National Institute of Design - NID (Ahmedabad, Índia).

The Collective Body is a research on art, education and new media designed by Patrícia Azevedo (UFMG | BR) and Clare Charnley (LMU | UK). Conceived as a collaborative ac-tivity, it raises visual form from a series of experiments involving students of fine arts, design and communica-tion at five universities in three continents. Since 2008, the UFMG Fine Arts School - UFMG (Belo Horizonte, Brazil), The Leeds Metropolitan University - LMU (Leeds, UK), the Univer-sity for the Creative Arts - UCA (Farnham, UK), the Univer-sity of Lincoln - UL (Lincoln, UK) and The National Institute of Design - NID (Ahmedabad, India) have led such project.

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What is possible (2008) Patrícia Azevedo e Clare Charnley

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The Collective Body program works as a game. Experiences are constructed from dialogues with the other. The motivation is a wish for joining a shared experience of creating and articulating ideas and actions around a theme that forms a conceptual field to be explored by all participants. Each year, approximately 40 participants elaborate visual art projects in a partnership with people they hadn’t known till that. These participants then communi-cate in English and face the real life contingencies rather than the controlled and predictable practices of the institutionalized educational systems.

In each university involved in the program, processes run with total au-tonomy. Differences among institutions apart, the artists and teach-ers’ wish for participating of such a collective body is freely shared with the coordinators without any obligation or direct reward in academic terms. A tutor coordinates this program at each institution, meeting the artists weekly to exchange ideas and experiences about each project.

The game runs over five weeks. As it starts, a profile containing a portfolio and a proposal based on the theme suggested by the tutors (Belonging in 2008, 2009 and Here and Now in 2010) is posted by every participant on the program website. Soon dialogues take place and affinities emerge. So pairs or groups are formed and ideas are elaborated either from initial profile proposals or from new collective ideas. For three weeks, these partners work using Face-book, Email, Messenger, Skype, Blog and so on. During the last week, projects are finalized and eventually posted on the program website www.eba.ufmg.br/collectivebody. The game ends with a videoconference where, for the first and single time, all participants are together, going under a fun tower of Babel.

THE GAME

O programa Corpo Coletivo funciona como um jogo. Ganha o que se expe-rimenta e se constrói nesse diálogo com o outro. O móbile é o desejo de participar de uma experiência de criação compartilhada, articulando idéias e ações em torno de um mote que recorta um campo conceitual a ser ex-plorado por todos, Pertencimento (2008 e 2009) e Aqui Agora (2010). Em cada edição, aproximadamente 40 participantes desenvolvem projetos em parceria com pessoas que até então não conheciam, comunicando--se em inglês e enfrentando as contingências da vida real e não a dinâmi-ca controlada e previsível das práticas educacionais institucionalizadas.

Em cada uma das universidades, os processos são deliberados em total auto-nomia. Consideradas as diferenças, compartilhamos a livre e espontânea von-tade dos artistas e seus professores de fazer parte deste corpo coletivo, sem que qualquer obrigatoriedade ou recompensa pese sobre as livres escolhas.

O jogo transcorre ao longo de cinco semanas. No início, os perfis dos par-ticipantes, com portfólio e proposta de aproximação ao tema, são dispo-nibilizados no site do programa. Começam as conversas e, por afinidades eletivas, ocorre a composição de pares ou grupos, que desenvolvem uma das propostas preliminares, misturam-nas ou investem em idéias novas. Durante três semanas, constituem uma rotina de trabalho com seus par-ceiros usando Facebook, e-mail, MSN, Skype, blogs e etc. Ao final, os traba-lhos são publicados no site www.eba.ufmg.br/collectivebody. Cada edição do programa termina com um videoconferência onde, pela primeira e única vez, todos os participantes se encontram numa divertida Torre de Babel.

O JOGOPatrícia Azevedo

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Since we begun the Colective Body exhibition arrangement, our whish has been that the public, once in the gallery, has a similar sensa-tion the artists had gone through before: experiencing exchanges in visual arts happening in a dynamic and global environment of end-less possibilities with many unknown people at the same time, but fac-ing the uncomfortable feeling laid on the unpredictability inside the oth-er as well as on the inability of dominate entirely all the process steps.

So we worked absorbed in these plurality and flows happening inside such a distinct unity and certainly we couldn’t help including in the exhibition pro-posal our own sensations, since we had had the same experience as artists in 2008, when we were invited to participate of the Collective Body Project.

Our motivation was something like a “collective wish-challenge”: turning the results of such intense and rich experience on Inter-net into a touchable body of work mounted in a real, concrete gallery.

Thus, once more, the collaborative work took place. During all the steps of this “whish-challenge” a powerful net had connected us again. One more time each individual was transforming him/herself in order to generate a novel whole thing. The gallery was filled by a rhizome so. Inside such a gallery, every artpiece breathes and feeds from the next one. Besides, each artpiece invites the viewer to join the game – linking, absorbing the stranger’s intima-cy, daylife, habits, imagination; extending his/her perception by this stran-ger’s senses, traveling into an Alterity prospection, inevitably, into the self.

Then, the Collective Body exhibition goes on: a unique beating-moving-body, full of vibration, flow… Alive. Spreading and not allowing us to fully control it. Again.

Marilene Ribeiro e Miriam Chiaracuradoras

Desde que iniciamos o processo de organizacão da exposição Corpo Coletivo, desejávamos que o público tivesse a oportunidade de experimentar na galeria a sensação de um fazer artístico baseado em trocas acontecendo num am-biente dinâmico, global, de infinitas possibilidades, envolvendo muitas pesso-as desconhecidas simultaneamente, porém com o desconforto do imprevisí-vel no outro, a insegurança de não se dominar todas as etapas inteiramente.

Trabalhamos, então, absortas nessa pluralidade e nesses fluxos dentro de uma unidade maior, levando para tal proposta também nossas sensa-ções individuais, uma vez que também havíamos nos envolvido nesssa ex-periência como artistas participantes do projeto Corpo Coletivo em 2008.

Sentíamos motivadas por algo como um “desejo-desafio coleti-vo”: materializar os resultados dessa intensa e rica experiência, transpondo processos e resultados a príncipio elaborados no am-biente virtual para o espaço de uma galeria concreta, palpável.

Então, mais uma vez, o trabalho colaborativo aconteceu. Durante todas as etapas de execução desse “desejo-desafio”, uma potente rede conectou--nos uns aos outros novamente. Cada indivíduo foi mais uma vez se trans-formando em prol da criação de um todo. E assim, a galeria foi ocupada por um rizoma. Dentro dessa galeria, cada obra respira e se alimenta da próxima, convida o visitante a participar do jogo – ligar-se, infiltrar-se também na inti-midade, no cotidiano, nos hábitos e na imaginação de um outro até então des-conhecido; expandir sua percepção através do sentido do outro, numa pros-pecção na alteridade; inevitavelmente, numa imersão no seu próprio “eu”.

E a exposição Corpo Coletivo no Centro Cultural da UFMG segue assim: um corpo-movimento únitário pulsante, fluido, vibrante, vivo, dissemi-nando-se sem permitir que o controlemos totalmente. Mais uma vez.

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FOTO 4th dimension

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diga-me quem sou

Lorena Galery (UFMG) Luíç Caixote (UFMG) Lucy Sloss (UCA)

Fotografia, som, texto

2010

Jogo de trocas no qual cada participante inspira a produção dos outros, criando uma narrativa que agora se abre à interação do público.

A game of exchanges in which each par-ticipant inspires the other’s production, creating a narrative that now opens itself to the audience interaction.

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belonging to dice Lucas Sander (UFMG) Ben Corless (UL)

Vídeo

2008

O cotidiano de um homem que sofre de transtorno dissociativo de identidade é representado por dois atores.

Um complexo conjunto de regras limita e define as possibilidades de criação e as decisões técnicas. São estabelecidos desde ângulo de câmera, foco e enquadramento, passando pelo estado de humor do personagem, até quais trechos da história serão vistas ou não pelo espectador. O encaixe das peças desse quebra-cabeças é determinado por lances de dados.

Filme-dispositivo construído em dois países e inacabado também por decisão do acaso.

The daily routine of a man that suffers from dissociative identity disorder is performed by two actors.

A complex set of rules limits and defines the possibilities of creation and the technical decisions. It establishes since camera angle, focus and framing, through the character’s mood, to which parts of the story will be seen or not by the spectator. The pieces of this puzzle fall in place by determination of dice rolls.

Film-apparatus constructed in two countries and unfinished also by decision of hazard.

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auto retrato investigação

Two people who haven’t met before exchange texts in their mobiles for guiding them to specific places and times in order to photograph themselves under these unexpected situations.

Luísa Horta (UFMG) Coral Moran (UL)

Impressão fotográfica

2009

Mensagens trocadas no celular entre duas pessoas desconhecidas comandam locais e momentos para realização de auto-retratos confrontados com situações inesperadas.

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carta convite

Fernando Ancil (UFMG)

Texto e fotografia (em processo)

2011

Uma carta convite é enviada a destinatários desconhe-cidos. Ofereço uma fotografia 3x4 como tema para a produção de um texto que será enviado ao rementente como troca.

An invitation letter is sent to unknown people. I offered them an ID photo and in exchange they send me back a text based on that image.

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street view Journey

Mariana Borges (UFMG) Ishaan Dixit (NID) David Summerill (UCA)

Fotografia

2010

Através da ferramenta Google Street View, cada participante visitou a cidade do outro e elegeu um lugar que desejasse conhecer. O residente foi até o local indicado e produziu fotografias que revelaram aspectos bem distintos da imagem gerada pelo Google.

Through Google Street View tool, each participant visited the partner’s city and chose one place that wanted to know. The resident went to the location, and produced photographs revealed very different aspects of the image generated by Google.

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aqui ou lá Já tanto faz

Filipe Chaves (UFMG) Soumyadip Ghosh (NID)

Fotografia

2010

Flagrantes da sociedade de consumo em diálogo com citações do livro “A Socieda-de do Espetáculo”, de Guy Debord.

Flagrants of the society of consume in dialogue with quotes from the book “A Sociedade do Espetáculo”, by Guy Debord.

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Miriam Chiara (UFMG) Lucas Delfino (UFMG) Joana Cifre-Cerdà (UL)

Intervenção urbana - etiquetas adesivas sobre suportes variados

Registros fotográficos da ação - 36 foto-grafias color, 15x21cm

2008 - em processo

Projeto-Ação convida as pessoas a fazer circular, massiva e clandestina-mente, etiquetas adesivas com artigos da Declaração dos Direitos Humanos em diferentes objetos e situações do cotidiano, compartilhando, caso queiram, os registros de sua ação no blog www.direitosdeclarados.blogspot.com . Nesse sítio, também se encontra a matriz das etiquetas disponível para download, para que qualquer pessoa, a qualquer mo-mento, possa levar em frente essa ação.

Action-Project invites people to under-ground and massively circulate sticker labels depicting articles of the Human Rights Declarations in different objects and everyday situations, sharing, if they wish, their records on the blog www.direitosdeclarados.blogspot.com . On this site is also stored the array of available sticker labels for download, so anyone, anytime, could carry on this action.

Human rigHts ProJect

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body of ligHt

Anna Martins (UFMG) Emily Matthews (UCA)

Fotografia sobre papel vegetal

2010

Vivendo em continentes diferentes, exploramos, nesse projeto, a distância física que nos separa e também outros fatores que nos unem: a dança, o sorriso, a luz e a fotografia. Assim, nos tornamos um só corpo num mesmo espaço e tempo.

By living in different continents, in this project we explore the physical distance that separates us along with others factors that bring us together: dancing, smile, light and photography. Thus, we can become one body in the same space and time.

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eletrodoméstico(se você Passar as minHas

rouPas, eu lavo seus Pratos)

Leandro Aragão em colaboração com Fernando Ancil e Marcelo Adão (UFMG) Joana Cifre Cerda (UL)

Vídeo-instalação

2008/2011

Uma troca de tarefas domésticas, deslocadas do ambiente usual e privado da casa, para o espaço público da cidade.

Joana lavou pratos em uma rua fria de Lincoln, Leandro e colaboradores passaram roupas na praça 7 em Belo Horizonte.

Un exchange of unexpected domestic chores, displaced from the usual and pri-vate environment, the home, to the city’s public spaces.

Joana washed dishes on a cold street in Lincoln, Leandro and colleagues ironed clothes on the Seven Square in Belo Horizonte.

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4tH dimension

A game with the concept of space-time though the adoption of an intersubjective time between the three artists that goes beyond the real one. From a pre-arranged time, which wasn’t equal to any time zone, a change on the temporal perspec-tive is suggested. The experience of living a whole day by this altered time enables simultaneity to cross boundaries and the concept of rela-tivity to grow further: three different times and spaces coming together, thus, as single fictional space-time, a 4th dimension.

Claire Dearnley (LMU) Gabriela Sá (UFMG) Kanika Sharma (NID)

Fotografia

2010 ∞

Um jogo com a noção de espaço-tempo através da adoção de um tempo intersubjetivo entre as três artistas, para além de um tempo real. A partir de um mesmo horário pré-combinado, diferente de qualquer fuso-horário, uma mudança na perspectiva temporal é sugerida. A vivência de um dia completo, seguindo este tempo intersubjetivo, possibilita que a simultanei-dade atravesse barreiras e o conceito de relatividade se torne extremo: três tempos e espaços diferentes convergem, então, em um único espaço-tempo ficcio-nal, uma 4ª dimensão.

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casa, inclinação do temPo

Ana Carvalho (UFMG) Maria Kapajeva (UCA)

2009

Texto e fotografia

A casa como abrigo do tempo, do corpo, das intensi-dades e do silêncio.

The house as a refuge of time, body, intensity and silence.

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eletrostatic room

Leandro Aragão (Brasil) Marcelo Adão (Brasil)

Video-instalação

2011

Espaço concebido para a exibição de vídeos da mostra Corpo Coletivo.

Space conceived for video exhibiting within the Collective Body show.

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Elisa Grasso (LMU)

Vanrochris Vieira (UFMG)

vídeo

2010

Investigação sobre a intimidade e o afeto nas relações contemporâneas. Explora diferenças culturais e clichês em diver-tidas entrevistas com pares de pessoas em dois países: amigos, namorados, professor e aluno, etc.

Inquiry on intimacy and affection in contemporary relationships. It explores cultural differences and clichés in fun interviews with pairs of people in two countries: friends, lovers, teachers and students, etc.

abraços, beiJos e outras coisas mais

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Mauricio Rezende (UFMG)

Helen Hulbert (LU)

vídeo

2008

Dois artistas que não se conheciam apresentam um ao outro um percurso que faz parte de seus cotidianos. Esse caminho é povoado por objetos reco-mendados pelo outro artista. O imagi-nário de um sendo materializado pelos cuidados do outro. No buraco existente entre as projeções de um e a realização do outro inicia-se um diálogo cristalizado no video.

Two artists previously unknown to each other present a route that is part of their daily lives. The path is populated by ob-jects recommended by the other artist. The images of one being materialized by the care of the other. In the gap between the projections of one and the realization of the other begins a dialogue percieved in the video.

no seu caminHo

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Chloe Plumb (LMU) Claudio Vitor Vaz (UFMG) Tushar Joshi (NID)

vídeo

2008

É um projeto multimídia que procura des-cobrir e mostrar os pontos de vista de cidadãos comuns provenientes de três diferentes países. O que eles pensam, sentem e acreditam sobre eles mesmos e sobre os “Outros” nos ajudam a pen-sar como estamos conectados (ou des-conectados) com a imagem que temos do mundo, e a imagem que o mundo tem de nós, brasileiros, indianos e ingleses. Entrevistas aleatórias com os cidadãos mostram o “‘Aqui e Agora” e retratam as representações e ideias que temos sobre o que pensam e o que pensamos dos povos de outras partes do mundo. As entrevistas são curtas e os partici-pantes são convidados a exprimir o que eles pensam sobre os nossos países em diferentes cenários de suas cidades, por exemplo, seu local de trabalho, um fas-tfood ou num meio de transporte. Este projeto destaca também as semelhanças e as diferenças entre nossos países e enfatiza o local e o global. Este projecto elimina quaisquer barreiras sociais, pois trabalhamos como entrevistadores, munidos do vídeo e do áudio para nos aproximar, como indivíduos, e para unir nossos países em um corpo comum de trabalho.

This is a multimedia project that seeks to discover and show the views of ordinary citizens from three different countries. What they think, feel and believe about themselves and about the “Other” help us think about how we are connected (or disconnected) with the image we have of the world, and the image the world has of us, Brazilians, Indians and English . Random interviews with citizens show “’Here and Now” and portray the representations and ideas about what we think and what we think of people from other parts of the world. The interviews are short and the participants are invited to express what they think about our countries in different scenarios of their cities, for example, your workplace, a fast food or means of trans-port. This project also highlights the similar-ities and differences between our countries and emphasizes the local and global. This project eliminates any social barriers, we work as interviewers in possession of video and audio to bring us together as individuals and to unite our country in a common body of work.

estereótiPos

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dezessete Por dia

Tales Sabará (UFMG) Kai-ho-Lau (UL)

2008

Tudo parece tão diferente quando está assim. O cheiro se mistura, a identidade é perdida, mas ainda representa parte da nossa rotina.

Isto é o que somos: o consumo da sema-na, meros dezessete reais por dia.

Everything looks so different when pre-sented like that. The smell has mixed, the identity has been lost, but they still repre-sent a small part of our daily routine.

This is what we are: the weekly waste rate, just seventeen reais a day.

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cHarlotte and lorena

Lorena Galery (UFMG) Charlotte Florence Wormley-Healing (UCA)

18 postais charlotteandlorena.tumblr.com

2010

Através de um diálogo puramente imagé-tico, duas pessoas tentam se conhecer e, nesta exposição,abrir espaço para outras falas.

Through a dialogue made only with im-ages, two people try to get to know each other and now, in this exhibition, make room for other lines.

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Janela de Possibilidades

Camila Fernandes (UFMG) Luíç Caixote (UFMG)

Fotografia, recorte em papel

2010

Uma cidadezinha recortada em papel é montada para habitar uma pare-de de tijolos vazados. Mesmo o lugar sendo pequeno e apertado, ela não está isolada do resto da grande cidade. Pelo contrário, as duas estreitam suas relações, se aproximam, se misturam, se tocam e se confundem na linha do horizonte.

A small paper-cut city is assembled onto a crevice in a brick wall. Even though the spot is small and tight, it is not isolated from the big city. On the contrary, both amalgamate their relationship to each other, com-ing closer, mixing one into another, mutually touching and blurring their boundaries in the line of horizon.

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KaleidoscoPe routes

Henrique A.Teixeira (UFMG) Natasha Smith (UL)

Fotografia experimental

2009

henritex.com/kaleidoscoperoutes

Através de próteses de visão, constru-ídas colaborativamente a partir de um projeto compartilhado, uma investigação fotográfica ocorre perscrutando as vias de acesso de nosso imaginário urbano. A busca imagética fragmentada pelo dispo-sitivo caleidoscópico entre a objetiva e o assunto se torna uma metáfora sobre as relações de pertencimento na cidade.

Through colaboratively built vision prosthetics out of shared project, a pho-tographic inquiry comes to pass, inves-tigating the access paths of our urban imaging. The imagery quest fragmented by the kaleidoscopic device set between the lens and the subject becomes a metaphor of belonging in the city.

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s/ título

Miriam Chiara (UFMG) Estrella Herrera (UBA Argentina - UFMG)

Técnica mista

2011

Diálogo/narrativa entre fotografias inspi-rado em jogos infantis - cadáver exquisi-to, telefone sem fio, escada de jacó, etc - onde a associação livre remonta leituras inesperadas .

Dialogue/narrative inspired by photo-graphs of children’s games – exquisite corpse, no phone wire, Jacob’s ladder, etc. - where the free association goes back to unexpected readings.

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PeriscóPio

Paula Santos Silva (UFMG) Ruth Whetton (UL)

Texto e fotografia

2008

Durante um mês nos transformamos numa espécie de periscópio virtual: uma extensão para o olhar do outro em nos-sas cidades. Enviamos mensagens com coordenadas inusitadas de como percor-rer o espaço urbano e recebemos fotos geradas a partir daquelas instruções.

Esse dispositivo nos permitiu construir uma cartografia improvável de nossas cidades a partir dos desejos do outro e de nosso olhar sobre a realidade com a qual nos deparamos.

During a month, we had transformed ourselves in some kind of a virtual peri-scope: an extension to the vision of the other in our cities. We sent messages with unusual and strange coordinates indicating how to walk through the urban space and received photos that were made after those instructions.

This device led us to construct a differ-ent mapping of our cities: a map made from the other’s desires and from our look upon the reality we had come across.

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to build a Homage

Fotografias: Flávia Peluzzo (UFMG)Proposta: Beytan Erkmen (UL)

Fotografia digital

2009

Quais são seus artistas favoritos? Quais fotografias te inspiram?

Diante dessas questões, o projeto To Build a Homage consistiu em uma troca de referências.

Foram produzidas releituras homenageando artistas como Richard Avedon, Horst P. Horst, David Hockney e Annie Leibovitze, cujas obras em algum momento de nossas vidas influenciaram e todavia inspiram nosso olhar sob a fotografia.

Who is your favourite artists? Which photographs inspire you?

Facing these questions, the project To Build an Homage consisted in an exchange of references.

New interpretations where produced paying homage to artists as David Hockney, Annie Leibovitz, Richard Ave-don and Horst P. Horst, whose works at some moment of our lives have influenced and still inspire our look on photography.

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Marilene Ribeiro (UFMG, Brazil) & Dominic Clark (LU, UK)

Livro-objeto contendo 50 fotografias, 30 x 40 cm

2008

Os dois fotógrafos convidaram 10 moradores de Belo Horizonte (Brasil) e de de Lincoln (Reino Unido), respectivamente, para escolherem objetos ou locais dentro de suas próprias casas que se parecessem com a imagem a cada um deles entregue pelos fotógrafos (uma fotografia de uma paisagem natural tropical). Tal processo de reconhecimento permitiu que os participantes revisitassem suas memórias, já que os símbolos da natureza tropical e a intimidade dessas pessoas se tornaram uma representação única.

Quando retornaram às casas de seus 10 convidados, tais lugares/objetos especiais foram fotografa-dos pelos dois artistas. Cada fotografia do trabalho Natural Landscapes representa uma metamorfose de “opostos” na imaginação de alguém: um retrato do invisível. Na verdade, um retrato do processo semiótico capaz de remodelar histórias pessoais urbanas em paisagens naturais.

natural landscaPes

The two photographers invited each one 10 citizens of Lincoln (UK) and Belo Horizonte city (Brazil) for choosing either a place or an object inside their own houses which resembles, somehow, the image they’d just received (a picture displaying a wild tropical landscape gave to them by both artists). Rec-ognizing a tropical ecosystem in such intimate places allowed the participants to get inside their own memories, since parts of their intimacy and tropical landscapes became one single piece.

Once back to the 10 guests’, the two artists photographed those special places/objects. Each photo-graph presented in this work is a metamorphosis of the “opposites” in someone else’s imagination: a photograph of the invisible. Actually, a photograph of Semiotics which can turn personal urban histories into Natural Landscapes.

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Públicos esPaços Privados

Grigoris Digkas (UCA) Vanrochris Vieira (UFMG)

2010

O projeto equaciona ideias de vulnerabilidade, intimidade e uso da Internet nas sociedades contemporâneas. Os parceios realizam, via Skype, imagens dos espaços privados do outro, refletindo, assim, sobre as semelhanças e diferenças culturais.

The project equates ideas of vulnerability, intimacy and Internet usage on contemporary societies. The partners make, through Skype, images of the each other’s private spaces reflecting, thus, cultural similarities and differences.

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you tell me

Ana Carvalho (UFMG) Maria Kapajeva (UCA)

web, texto e fotografia (www.anaandmaria.wordpress.com)

2011, in progress

Duas mulheres que nunca se encontraram decidem trocar correspondências.

Two women living thousands of kilometres apart. One is from Brazil and other is from UK. They have never met in real life, but somehow they have things to say to each other. So they started writing.

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26th September, 7:30pm, UFMG Cultural Center

Guests

ANDRÉ BRASIL Communication & Film researcher. PhD (UFRJ) and professor of the UFMG Communication School (FAFICH).

BRÍGIDA CAMPBELL Artist. Professor of the UFMG Fine Arts School. Member of Poro (since 2002) as well as of the Gramma Research Group.

EDUARDO DE JESUS Professor of the PUC Minas Communication & Arts Postgraduate Pro-gramme.

Leader

ANNA KARINA BARTOLOMEU Photography researcher. Professor of the UFMG Fine Arts School. PhD in Communication (FAFICH-UFMG)

26 de setembro, às 19h30, Auditório do Centro Cultural da UFMG

Debatedores

ANDRÉ BRASILPesquisador de comunicação e cinema, é doutor pela UFRJ e professor do Departamento de Comunicação da UFMG.

BRÍGIDA CAMPBELLArtista plástica e professora do curso de Artes Visuais da EBA - UFMG. Faz parte do Poro, dupla de artistas com a qual desenvolve trabalhos coletivos desde 2002 e do Grupo de pesquisa Gramma.

EDUARDO DE JESUSProfessor do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas.

Mediadora

ANNA KARINA BARTOLOMEUPesquisadora da fotografia e professora da Escola de Belas Artes da UFMG. É doutora em Comunicação pela FAFICH-UFMG.

talK

mesa-redonda

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“It’s exciting. You want to check your emails five million times a day in case you’re missing anything. It’s like waiting for a photograph that’s being developed.”

To me, a sort of bold uncertainty seems to be an essential part of the Col-lective Body project. You base your sense of the stranger you are work-ing with on a few images, some scraps of text and lots of guesses. Overarching these is an emotional mix of goodwill and hope. Students reported that they were anxious not to let their collaborators down, feel-ing a greater sense of commitment to partners than to course deadlines.

The Collective Body project doesn’t pretend that collaboration is easy. We know that, in such a short time, not everyone will find a partner, ne-gotiate successfully with a stranger they can’t see, and make a piece of work that genuinely relates their different inputs. We talked about this in our weekly meetings. Everyone talked about their experiences as they unfolded, advising and supporting. One time, unfortunately on my sug-gestion, a student went carefully through her long message to Brazil or India (I forget which) simplifying sentence structures and eradicat-ing nuance to make it clear for someone who did not speak English as a first language. When the reply came back in perfect English she im-agined her simplified writing had come across as horribly childish!

“É empolgante. Você quer checar seus emails cinco milhões de vezes por dia para não perder nada. É como esperar uma fotografia que está sendo revelada.”

Para mim, um tipo de incerteza destemida parece ser uma parte essencial do projeto Corpo Coletivo. Você baseia sua impressão sobre o desconhecido com quem está trabalhando apenas em algumas imagens, alguns pedaços de tex-tos e muitas adivinhações. Englobando isso, está uma mistura emocional de boa vontade e esperança. Estudantes contaram que ficavam ansiosos para não decepcionar seus colaboradores e sentiam um maior comprometimento em relação aos seus parceiros do que em relação aos prazos da faculdade.

O projeto Corpo Coletivo não finge que a colaboração é algo fácil. Nós sabemos que, em tão pouco tempo, nem todo mundo vai encontrar um parceiro, fazer negociações bem-sucedidas com um desconhecido que eles não podem ver e ainda produzir um trabalho que genuinamente relacione suas diferentes opiniões. Nós conversávamos sobre isso em nossas reuniões semanais. Todos falavam de suas experiências à medida em que eram desenvolvidas, davam conselhos e suporte uns aos outros. Uma vez, infelizmente por sugestão minha, uma estudante vasculhou cuidadosamente suas longas mensagens para o Brasil ou Índia (não me lembro qual) simplificando estruturas de sentenças gramaticais e erradicando gradações para tornar mais fácil a compreensão para alguém que não falasse o inglês como primeira língua. Quando a resposta veio redigida perfeitamente em inglês, ela imaginou que sua escrita simplificada poderia ter soado terrivelmente infantil.

Outra vez, um estudante disse ter recebido uma resposta agressiva de um parceiro em potencial. Os outros ficaram preocupados e pediram para ver a

CINCO MILHÕES DE VEZES POR DIA:A VISÃO DE LEEDS

Clare CharnleyLeeds University

FIVE MILLION TIMES A DAY; THE VIEW FROM LEEDS

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Another time a student said they had received an aggressive email from a potential partner. The others were concerned and asked to look at the message. Their response to it was ‘are you sure the tone is aggressive?’ Then someone explained that they had corresponded with the sender who always used translation software. Suddenly the message wasn’t aggres-sive at all. Several such shifts of understanding took place during our dis-cussions. Everyone learned from what everyone else was going through.

Even more importantly everyone caught everyone else’s excitement. Even those who didn’t manage to complete collaborations stayed with the project throughout.

At the end, after the video conference (despite technical difficulties so thrilling to see you all for the first time) it was the students who proposed having an exhibition. There was a strong sense of ‘this is brilliant – everyone should see it’. I felt so too which is why I presented the project at the Palatine conference Digital Reflections this summer and why I can’t wait for the next Collective Body.

mensagem. A resposta deles foi “Você tem certeza que o tom é agressivo?”. Então, alguém explicou que havia se correspondido com quem escreveu aquela mensagem, e a pessoa sempre fazia uso de um programa de tradu-ção. De repente, a mensagem não parecia nem um pouco agressiva. Várias mudanças de entendimento como esta apareceram durante nossas dis-cussões. Todos aprendiam com o que todos os outros estavam passando.

Mas, ainda mais importante, todos se animavam com a animação dos ou-tros. Até mesmo aqueles que não conseguiram completar as colaborações ficaram no projeto até o fim.

No final, depois da video-conferência (que, apesar das dificuldades, foi mui-to emocionante por vermos todos pela primeira vez) foram os estudantes que propuseram fazer uma exposição em Leeds. Havia um forte senso de “isto é brilhante – todos deveriam ver”. Eu também me sentia assim, tanto que apresentei o projeto na conferência de Palatine (Rede de Artes Performáticas, Aprendizado e Inovação do Ensino) sobre Reflexões Digitais neste verão, e mal posso esperar pela próxima edição do Corpo Coletivo.

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ESPAÇOS DA DIFERENÇA, ESPAÇOS DE PROXIMIDADEAnna Karina Castanheira Bartolomeu

Escola de Belas Artes, UFMG

Em cada obra desenvolvida dentro do projeto Corpo Coletivo, as aberturas para o que vem do outro são cultivadas. Os processos de troca e de negociação atravessam as semanas do ano em que alunos de arte, design e comunicação de universidades do Brasil, da Inglaterra e da Índia realizam um projeto em parceria uns com os outros, à distância. Funcionando como jogos, as propostas de trabalhos das duplas ou trios configuram um espaço intersubjetivo, um campo de ação onde se relacionam territórios, temporalidades, culturas, linguagens, experiências pessoais.

O formato colaborativo do programa alinha-se com uma forma de trabalho que tem se disseminado nos últimos anos, impulsionada pela teia cada vez mais densa das redes de comunicação e seus múltiplos dispositivos. Com efeito, temos visto acontecer no campo da arte uma variedade de projetos cujos modos de fazer envolvem processos de colaboração: a parceria entre artistas cujas afinidades convergem para uma produção conjunta; as experiências de criação colaborativa entre artistas e não-artistas ou artistas e público; os coletivos que se multiplicam e potencializam sua ação/criação ao incorporar o uso da internet.

Corpo Coletivo oferece aos participantes, justamente, a possibilidade de experimentar uma metodologia de produção presente nas inúmeras práticas contemporâneas que desafiam o modelo do artista que trabalha sozinho, modelo este que ainda orienta fortemente o ensino da arte. Segundo Suzi Gablik (1992), os modos de fazer colaborativos rompem com o mito do criador individualista e autônomo que formou a identidade do artista, particularmente nos tempos modernos. “O indivíduo livre e auto-suficiente foi por muito tempo o ideal de nossa cultura. Independente e auto-motivada, a consciência altamente individualizada procura impor

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encenar o esforço necessariamente empreendido quando se trabalha junto.

No âmbito do Corpo Coletivo, o desafio é ampliado pela entrada no jogo de aproximadamente quarenta participantes a cada edição 4. Os temas de cada ano – “Pertencimento” (2008 e 2009) e “Aqui, agora” (2010) – definem um recorte conceitual. Uma série de diálogos visuais emerge então ao longo das cinco ou seis semanas do projeto, desde o momento em que os participantes disponibilizam seu perfil e imagens de seus trabalhos para serem visualizados pelos outros, junto com uma primeira proposta a ser possivelmente desenvolvida. A partir dessas informações, as aproximações vão acontecendo e os grupos começam a criar seus jogos, a definir quais serão os termos das trocas entre eles, quais serão suas regras.

Jogo aberto: as regras, os desvios e as ramificações

Eletrodoméstico (Se você passar as minhas roupas, eu lavo seus pratos), de Leandro Aragão5 e Joana Cifre-Cerdá, traz no título a proposição que serve como ponto de partida para a ação. Conforme o combinado, a troca das tarefas domésticas deveria se converter em intervenções em espaços públicos realizadas simultaneamente: Leandro e seus colaboradores foram para a Praça Sete preparados para passar roupas e Joana enfrentou o frio de Lincoln para lavar a louça. Os registros realizados em fotos e vídeo mostram o alheamento dos passantes tanto quanto o seu estranhamento ao se deparar com tais gestos característicos dos ambientes da casa transportados para a rua, operando então uma certa perturbação na dinâmica estabelecida daqueles espaços. Em Auto retrato investigação (Luísa Horta e Coral Moran), a dupla deve realizar auto-retratos em determinado momento e lugar seguindo as instruções enviadas uma à outra por mensagens de celular. Entretanto, ao realizar esses auto-retratos, produzidos a pedido de alguém desconhecido, elas procuram sonegar o seu rosto, realizando pequenas performances que frustram a exibição das identidades.

Como se percebe, a noção de jogo guia as propostas de trabalho, mas certamente que não se trata de um jogo fechado. Das aberturas inerentes às práticas artísticas e das próprias condições dadas pelo projeto, surgem imprevistos e surpresas que vão sendo incorporados e produzindo desvios ao longo do processo. Um grau de incerteza e risco acompanha a todos: não se sabe muito bem como vai ser e nem onde se vai chegar. E as falhas, sim, acontecem, revelando as impossibilidades que perturbam o desejo de colaboração. Na produção do vídeo Belonging

suas próprias imagens sobre o mundo. Os artistas se veem como agentes livres perseguindo seus próprios fins”, escreve Gablik. Posicionando-se de uma forma mais crítica em relação ao que se convencionou chamar, entre outras denominações, de “arte colaborativa”, “arte socialmente engajada” ou ainda “arte relacional”1, Claire Bishop observa que, embora variem enormemente em relação a suas configurações, resultados e objetivos, esses projetos estão ligados pela “crença no poder criativo das ações coletivas e do compartilhamento de ideias” (Bishop, 2006)2.

Esta aposta anima o projeto Corpo Coletivo desde sua concepção. O programa tem conexão direta com o trabalho desenvolvido em paralelo por suas idealizadoras, Patrícia Azevedo e Clare Charnley, duas artistas ligadas a universidades em seus países, Brasil e Inglaterra respectivamente. Desde 2008, elas têm se dedicado a uma produção conjunta que coloca especialmente em jogo relações entre culturas e sistemas de linguagem distintos – o que sempre envolve relações de poder. Muitos de seus trabalhos exploram a maneira como as palavras, as imagens ou as coisas passam de uma cultura para outra, de um território para o outro, de um sujeito a outro, ativando e desestabilizando noções de pertencimento e de alteridade. As ambiguidades, as lacunas, os mal entendidos produzidos nesses processos constituem, para as artistas, um espaço que pode funcionar como lugar de criação e de geração de questionamentos sutis. Em Red questions, bus square (2009), projeto realizado em Brumandinho (MG), perguntas colecionadas pela dupla nas conversas com os moradores são gravadas e disponibilizadas para serem ouvidas em pequenos dispositivos vermelhos colados no coreto próximo ao ponto de ônibus. Retiradas de seu contexto original, apresentadas sem muitas pistas que não as formas de dizer, elas se abrem aos sentidos construídos pelos ouvintes que circulam em torno do coreto, instigados. No vídeo Cave (2009), vemos brilhar, na tela escura, luzes vermelhas intermitentes que acendem à medida em que são ativados os dispositivos de som. As vozes de moradores e visitantes de uma região rural de Northumberland, no extremo norte da Inglaterra, se sucedem e se sobrepõem, e descrevem o que essas pessoas veem à sua frente no momento da gravação. A obra convida a imaginar essas paisagens, oferecendo como pano de fundo visual apenas a escuridão. Já o trabalho What is possible (2008) dispõe em imagem os corpos das artistas, que se esforçam para fazer coincidir visualmente suas cabeças, tendo como limite o intervalo de tempo programado para o disparo da câmera fotográfica, gerando assim estranhas e inesperadas configurações. What is possible pode ser entendido “como uma metáfora para pensar o mesmo pensamento” 3

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desconhecidos uns dos outros. Estereótipos (2010), série de vídeos produzidos por Cláudio Vaz, Chloe Plumb e Tushar Joshi, explora justamente as ideias preconcebidas presentes no imaginário de todos nós sobre um país estrangeiro. O trio vai às ruas do Brasil, da Índia e da Inglaterra e realiza entrevistas com pessoas comuns indagando sobre o que elas sabem sobre um dos outros países – que não conhecem –, e sobre o que elas imaginam que as pessoas de lá pensam sobre o seu país. Enquanto alguns se mostram mais articulados e bem informados, outros alinhavam informações fragmentadas e impressões vagas, com alguma dose dos inevitáveis estereótipos, de maneira que as respostas dizem mais sobre eles mesmos e sobre as formas como criam para si a imagem do outro. Os vídeos evidenciam especialmente o quanto a conformação de uma percepção sobre o outro tem como principal referência a comparação com seu próprio país e com sua própria experiência. No projeto Natural Landscapes, de Marilene Ribeiro e Dominic Clark (2008), dez fotografias diferentes de paisagens tropicais foram distribuídas para dez convidados de cada um dos artistas. A essas pessoas foi pedido que buscassem locais ou objetos dentro de suas casas que eles associassem à imagem típica dos ecossistemas tropicais recebida. Posteriormente, tais lugares ou objetos foram registrados pelos fotógrafos. O trabalho revela a curiosa passagem de uma imagem mental, informada por vivências, pela memória e pela imaginação, para um espaço a princípio bem distante daquele mostrado nas fotos, aproximando as representações das paisagens naturais das formas que habitam os ambientes domésticos urbanos de maneira bem inusitada.

A troca de tarefas serviu, em muitos casos, como uma estratégia de investigação para efetivamente ir a campo e produzir comparações entre culturas e territórios, revelando diferenças ou aproximações, muitas vezes dentro do mesmo trabalho. Nos vídeos realizados por Vanrochris Vieira e Elisa Grasso (Abraços, beijos e outras coisas mais, 2010), com relatos sobre as manifestações de afeto em relações de amor e de amizade, no Brasil e na Inglaterra, a pesquisa assume um viés quase antropológico. As duplas entrevistadas em cada país – casais de namorados, amigos, irmãos, professor e aluno – descrevem e mostram a forma como expressam seu afeto pelo outro. Embora não seja o caso de produzir generalizações, pode-se observar o riso nervoso dos ingleses ao falar do assunto e seu constrangimento ao encenar alguns gestos em contraste com a maneira mais tranqüila com que os brasileiros demonstram o seu jeito de se beijar e se abraçar. No projeto Aqui ou lá já tanto faz (Filipe Chaves e Soumyadip Ghosh, 2010), citações do livro A sociedade do espetáculo,

to dice (2008), Lucas Sander e Ben Corless decidiram que as ações do personagem, bem como o comportamento da câmera, seriam definidos por lances de dados. Uma série de contratempos, incluindo um HD queimado, entre outros, impôs ao trabalho o caráter de inacabado e é assim que ele chega ao público. A dificuldade de comunicação, por sua vez, levou Tales Sabará a preferir apresentar na exposição apenas os seus resultados, uma investigação sobre o lixo produzido incessantemente no nosso cotidiano marcado pelo consumo (Dezessete por dia, 2008).

As ocorrências de mal-entendidos ou incompreensões, embora previsíveis, sempre surpreendem. Eventualmente, alguém pode não conseguir encontrar um par. Houve situações em que um dos participantes desistiu no meio do caminho. O que fazer? Flávia Peluzzo levou adiante, sozinha, a ideia do parceiro inglês de homenagear grandes fotógrafos e recriou brilhantemente imagens ícones desses artistas em To build a hommage (2009). Por outro lado, novos colaboradores puderam aparecer e se engajar de alguma maneira ao Corpo Coletivo, como foi o caso de Camila Fernandes, que veio se unir a Luíç Caixote para inventarem, juntos, um delicado diálogo entre a grande cidade e uma mini-cidade recortada em papel (Janela de possibilidades, 2010).

Já algumas parcerias se aprofundaram e prosperaram para além do tempo do projeto. Ao lado do trabalho desenvolvido no Corpo Coletivo de 2009, Ana Carvalho e Maria Kapajeva apresentaram na exposição You tell me (in progress), pequenos cadernos que trazem as conversas que continuaram a ter através de um blog, seguindo sempre uma estrutura de missiva e se abrindo, agora, à participação de convidadas, todas mulheres. Miriam Chiara e a argentina Estrella Herrera (intercambista na UFMG na época da primeira edição, em 2008) deram forma a um diálogo visual que, com a estrutura do brinquedo Escada de Jacó, assume diferentes possibilidades de associações, a cada vez que o objeto é manipulado (S/ Título, 2011). Outros, como Fernando Ancil, trouxeram para a galeria projetos pessoais posteriores que incorporam a prática colaborativa. Em Carta Convite (2011, in progress), Fernando oferece um típico 3x4 de um homem engravatado6 para que os interessados registrem suas impressões a partir da imagem neutra do retrato de identificação.

Espaços da diferença, espaços de proximidade

De forma geral, os trabalhos do projeto Corpo Coletivo lidam de alguma maneira com o fato de que estão em jogo diferentes sistemas culturais,

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Vanrochris Vieira e Grigoris Digkas fotografam a casa um do outro através do Skype: o dono da casa é dirigido pelo fotógrafo da vez, obedecendo as instruções de se dirigir a determinados cômodos com o seu notebook e permitindo os registros de sua intimidade. Nesta espécie de invasão de privacidade autorizada, eles pretendem encontrar evidências da sociedade de consumo em que todos vivemos: fotografam produtos, detalhes da vida doméstica, objetos pessoais e, por fim, realizam retratos do parceiro. Cada uma dessas categorias de imagens geram painéis que embaralham as dezenas de fotos captadas por ambos como se pertencessem a um mesmo espaço. O experimento acaba revelando o quanto nossos espaços privados estão colonizados por uma profusão de produtos tão parecidos, a despeito de pertencerem a países diversos. Já mencionada aqui, a colaboração entre Ana Carvalho e Maria Kapajeva gerou em 2009 o trabalho Casa, inclinação do tempo. As duas estabeleceram uma rotina de trocas de imagens e pequenos textos que investigam a casa como lugar de acontecimentos ordinários, com suas intensidades e temporalidades próprias. Sensações, gestos, pensamentos e cenas menores do cotidiano se sucedem num dialogo íntimo, enquanto as artistas vão se descobrindo em fina sintonia. Nesse caso, as diferenças culturais se diluem quase que por completo.

A ausência da preocupação em expor diretamente relações interculturais, bem como a busca por uma maneira de superar as barreiras decorrentes da língua, levaram Lorena Galery e Charlotte Wormley-Healing a propor um trabalho que põe em andamento um processo de descoberta pessoal – de si e do outro – adotando apenas fotografias como forma de comunicação (Charlotte e Lorena, 2010). Assim, num blog criado pela dupla, uma imagem serviu como ponto de partida para a configuração de um diálogo puramente visual, seguindo as regras estabelecidas: cada post deveria acontecer em até doze horas depois do anterior; cada imagem deveria ainda responder à última foto e revelar alguma coisa sobre a remetente e sobre o que imagina sobre a outra. O diálogo visual também é a base de Diga-me quem sou eu, outro projeto de Lorena, desta vez em parceria com Luíç Caixote e Lucy Sloss. Agora, outras linguagens são exploradas em suportes dissonantes, gerando uma narrativa coletiva em que cada lance inspira a produção dos outros. Podemos ver, no trabalho, como se dá a brincadeira com as linguagens que pulam de um suporte para outro, sugerindo a interseção de épocas diferentes: os códigos de endereço da internet na velha máquina de escrever, a linguagem da programação de computadores transcrita depois em nanquim ou impressa numa página que parece sair de um livro medieval, o ícone digital aplicado a um papel amassado, a imagem fotográfica que se desfaz em pixels.

de Guy Debord, orientam o olhar dos fotógrafos em andanças pelas paisagens da economia globalizada em seus respectivos países. Os flagrantes sublinham o desacordo, comum tanto na experiência brasileira quanto na indiana, entre as formas de viver da maioria das pessoas e as promessas de felicidade presentes nas imagens da publicidade.

A exploração cruzada dos territórios urbanos, através dos parceiros, é uma tática constantemente adotada. Em Street View Journal (Mariana Borges, Ishaan Dixit e David Summerill, 2010), a proposta era de que os três visitassem as cidades uns dos outros usando o Google Street View e escolhessem lugares que gostariam de conhecer. Em seguida, cada um foi até os locais indicados em suas cidades e registrou suas impressões, às vezes seguindo certas instruções do visitante virtual. As fotografias produzidas flagram o corpo-a-corpo cotidiano dos habitantes com os lugares que praticam, vivendo neles, ocupando com suas ações os cheios e vazios do “texto” urbano (Certeau, 1994: 171). Ao serem exibidas lado a lado, com suas texturas, atmosferas, silêncio e burburinho, as imagens contrastam com a visão oferecida pela ferramenta do Google e evidenciam também particularidades de cada país. No caso de Periscópio (Paula Santos e Ruth Whetton, 2008), as coordenadas para explorar a cidade escapam dos códigos de geolocalização e criam percursos inesperados. “Quando enxergar uma pessoa usando roupas vermelhas, siga-a por uns 5 minutos ou até ela parar. Olhe ao seu redor e me mostre alguma coisa vermelha que você puder ver naquele lugar”, diz um dos comandos. Noutra tarefa, é preciso pegar o primeiro ônibus, descer no sexto ponto e registrar alguma coisa que reflita o humor de quem a está cumprindo. Nas imagens que resultam dessas derivas, a cidade aparece pouco, mas o dispositivo armado no projeto convida as artistas a percorrê-la seguindo por caminhos novos, desenhando assim uma cartografia subjetiva que dificilmente existiria sem o trabalho. A cidade e seus personagens vão surgir envolvidos por uma atmosfera onírica nas fotografias de Kaleidoscope routes (Henrique Teixeira e Natasha Smith, 2009), que homenageia a tradição da street photography, mas dela se distancia ao incorporar o uso de aparelhos óticos que criam distorções luminosas e produzem imagens impressionistas e fragmentadas.

De um para o outro

Os temas “Pertencimento” e “Aqui, agora” também levaram os participantes do projeto para espaços mais íntimos. Em Public private spaces (2010),

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e até num carro de polícia. As intervenções poderiam ser registradas em fotos e enviadas ao site do projeto, se o colaborador assim o quisesse. Inspirados pelas estratégias que Cildo Meireles, inaugurou na década de 1970, com Inserções em Circuitos Ideológicos, os artistas conceberam as etiquetas numa base transparente, permitindo que elas funcionem como uma “informação intrusa”, camuflada, capaz de perturbar as inscrições industriais e publicitárias correntes no cotidiano7. A ação leva para o mundo concreto tais princípios universais, gerando questionamentos sobre até que ponto eles têm sido de fato assimilados nas diferentes partes do mundo.

No caso do vídeo produzido por Maurício Rezende e Hellen Hulbert (2008), por outro lado, a cidade aparece como lugar da experiência subjetiva daqueles que se deslocam através dela e, aqui, em diálogo um com o outro. O vídeo registra lado a lado, o percurso dos dois até suas universidades: algo comum no cotidiano de ambos, mas obviamente diferente também, tendo em vista as particularidades dos trajetos em cada cidade. Cada um introduziu no percurso do outro três coisas que trouxessem a ideia de pertencimento para si próprio, como se fossem presentes para o parceiro. No canal sonoro, suas vozes relatam impressões e pensamentos, como se fossem cartas para o outro, às vezes sobrepondo-se uma à outra, às vezes não. O resultado soa perturbador e belo. Entre as imagens aceleradas dos deslocamentos por paisagens tão diversas – o trânsito frenético de Belo Horizonte e o caminhar pelas ruas tranqüilas de Lincoln –, surgem pausas para que os presentes enviados apareçam, introduzindo nos relatos de um os sentidos de pertencimento do outro.

Com esta exposição, que apresenta a produção de três anos do projeto Corpo Coletivo, tivemos a possibilidade de olhar para o conjunto das obras buscando detectar de que maneira os ingredientes colocados em jogo se articulam nos trabalhos desenvolvidos: os modos de fazer colaborativos e seus riscos, a parceria com alguém de outra cultura, a exploração dos limites e possibilidades das mídias digitais, a duração limitada de cada uma das edições, o caráter livre que o projeto assume no espaço da universidade, sem os constrangimentos do formato tradicional de uma disciplina. Tudo isso, entretanto, não funciona sem um tipo de engajamento que se explica essencialmente pelo desejo e o entusiasmo dos envolvidos por estarem ali, tendo aquela experiência. Contando com isso, o programa já prepara sua próxima edição, armando de novo o seu tabuleiro...

Espaço e tempo recriados

As diferenças de tempo e espaço eventualmente são equacionadas de maneira a buscar um sentido de convergência. Em Body of light (2010), Anna Martins e Emily Matthews pretendem eliminar a distância física entre elas, realizando projeções do corpo de uma sobre o corpo da outra. O conjunto do trabalho resulta num jogo de transparências onde superfícies e imagens se confundem, tornando difícil, às vezes, distinguir os corpos sobrepostos.

Já o projeto de Gabriela Sá, Claire Dearnley e Kanika Sharma (4th Dimension, 2010), propôs a criação de uma espécie de fuso horário alternativo àqueles das regiões do mundo onde as artistas vivem. Durante 24 horas, elas seguiram com suas ações cotidianas obedecendo ao ritmo marcado por relógios ajustados igualmente pelas três, marcando a mesma hora. Em momentos combinados, elas então registraram essas ações. A simultaneidade dos gestos vividos cotidianamente, à distância, em desacordo com o horário oficial em seus países, permitiu-lhes experimentar a percepção de uma quarta dimensão espaço-temporal, uma conexão única. Talvez o espectador, informado sobre o fato de que se trata de registros realizados em países diferentes, detenha-se inicialmente em tentar identificar a origem de cada uma das imagens: Brasil, Índia ou Inglaterra? Os relógios na parede, entretanto, que indicam a hora em que cada conjunto de três imagens foi realizado, podem introduzir outra dúvida: afinal, que tempo é esse? Fica a sensação de estranhamento e uma série de perguntas.

Coletivo, subjetivo

Vistas em seu conjunto, as obras resultantes do projeto Corpo Coletivo, oscilam entre o interesse pelas relações entre diferentes experiências culturais e sociais e a vontade de simplesmente estabelecer um espaço para trocas mais pessoais – que, certamente, não deixam de ser instigadas pela origem diversa dos parceiros.

O projeto-ação Human Rights Project (2008, in progress), de Miriam Chiara, Lucas Delfino e Joana Cifre-Cerdá, por exemplo, mira em algo que, supostamente, deveria ser comum e garantido a toda humanidade. Artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos foram impressos em etiquetas adesivas e distribuídos a fim de que fossem afixados de forma eventualmente clandestina nas mais variadas superfícies da cidade: nos muros, em mesas de bar, nos ônibus, nos banheiros e telefones públicos, nos produtos expostos à venda em diferentes estabelecimentos comerciais

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Notas

1 Segundo os termos de Nicholas Borriaud em seu livro Relational aesthethics (1998).

2 No artigo “The social turn: collaboration and its discontents” (2006), Bishop analisa

especificamente uma forma de produção na qual um ou mais artistas propõem a participação de

uma determinada comunidade no seu trabalho, seja uma comunidade pré-existente ou um grupo

constituído para esse fim. A eclosão deste interesse artístico na coletividade e na colaboração, bem

como o engajamento em grupos sociais específicos é caracterizada pela autora como uma “virada

social” na arte. Bishop reivindica a necessidade de critérios estéticos para avaliar essa produção, em

detrimento de uma abordagem crítica que se apóia unicamente ou prioritariamente nos critérios éticos

que orientam sua realização. Convocando o pensamento do filósofo Jacques Rancière, ela considera

que é preciso pensarjuntos a estética e a política. Vale citar Rancière: “A arte não é política em primeiro

lugar pelas mensagens e pelos sentimentos que transmite sobre a ordem do mundo. Ela também não

é política pelo seu modo de representar as estruturas da sociedade, os conflitos ou as identidades dos

grupos sociais. Ela é política pela distância que toma em relação a essas funções, pelo tipo de tempo

e de espaço que institui, pelo modo como recorta esse tempo e povoa esse espaço. (…) Nada de

arte sem uma certa partilha do sensível que a vincule a uma certa forma de política. A estética é essa

partilha” (2004).

3 Citado do site da artista: http://www.clarecharnley.com.

4 Em 2008, a atividade piloto envolveu alunos e professores da Escola de Belas Artes (UFMG)

e da Faculty of Art Architeture and Design (University of Lincoln). Em 2009, juntaram-se ao programa

a University of Creative Arts (Farham, UK) e o The National Institut of Design (Ahmedabad, Índia). Leeds

Metropolitan University (UK) iniciou sua participação no projeto em 2010, enquanto que, no mesmo ano,

a UL o abandonou.

5 Com a colaboração de Fernando Ancil e Marcelo Adão.

6 O retrato do próprio artista.

7 Conforme o site do projeto www.direitosdeclarados.blogspot.com.h

Bibliografia

BISHOP, Claire. The social turn: collaboration and its discontents, Artforum, February, 2006, pp. 179-185.

BOURRIAUD, Nicolas. Relational aesthetics. Dijon: Les Presses du réel, 2002.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. artes do fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

GABLIK, Suzi. Connective aesthetics, American Art, vol. 6, n.2 (Spring, 1992) pp. 2-7.

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Between September and December 2008 a group of second year undergraduate students at the University of Lincoln took part in a collaborative project with students at the Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil.

The project provided an opportunity to explore student motivation beyond the desire to accumulate credits towards their degrees. Students were encouraged to focus on the experience with little emphasis placed on an assessable outcome. Staff acted as facilitators and supported the students but refrained from any critique of the artwork, allowing the social interaction of the collaborative process to strengthen the students’ own critical awareness. Over the course of the project, from initial meetings to the culmination in a live link up between Brazil and Lincoln both students and staff underwent a learning journey that will have teaching and learning implication far beyond the project itself and will impact on decisions vis-à-vis future curricular development.

Focusing on the learning experience, both for the students and the staff in Lincoln, this project reinforced the importance of engaging in projects that might initially appear to be an educational risk and the necessity of flexibility within the curriculum to allow for this type of project. This article will give a brief overview of the events leading up to the project, a detail description of the project and a summary of the insights drawn from the experience.

Project conception

In June 2008, University of Lincoln Research Fellow, Clare Charnley, visited Escola de Belas Artes. During that visit the possibility of developing a relationship between UL and UFMG was discussed. A range of options was

COLABORATION: Motivation, Action, Reflection and Generosity in Art and Design Education

Mary O’Neill Faculty of Art Architeture and Design, University of Lincoln

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and texts all of which helped to form a snap shot of the lives of the groups and their cultures. At the end of the period the website showcased the work produced collaboratively. On the final day of the project there was a live link up between the two groups. This was the first time the students actually saw and spoke to each other.

Insights

Based on Grabingern and Dunlap’s (1995) concept of the “rich environment for active learning” the insights gained in the course of this project are discussed following their five principles of authentic assessment, student responsibility, generative learning strategies, authentic learning context, and co-operative support.

1 Authentic Assessment - self-assessment and learning in public

The focus was not on an assessed outcome but on the value of the experience itself. This was an optional live project thus the motivation had to come from the value of the project to the individual rather than the possibility of contributing to assessment. It was also stressed that there would be a web presence that would contribute to their CVs. To an extent, the term ‘authentic assessment’ was taken to mean the authentic experience of working collaboratively with another practitioner and the assessment that is part of the collaborative process. The students were also aware they would be working in ‘public’ rather than the more familiar environment of the university. Because the FA students had volunteered and the CLM students had competed this was by definition a highly motivated group of students who would be self critical and also aware of the potential of cognitive growth in a live setting.

2 Student Responsibility – sharing authority and responsibility

This project took place in the context of several collaborative projects that were taking place in the University of Lincoln as part of a Higher Education Academy (HEA) Art Design Media (ADM) Teaching Fellowship, which was focusing on collaboration as a means of encouraging students to accept a higher level of responsibility for their learning in studio practice. (O’Neill 2008)

explored, including a student collaborative project. In that initial meeting with Patricia Azevedo, a lecturer in photography at UFMG, a general philosophy and a set of guidelines were decided upon. The main decisions were a title, Belonging, and a basic structure. Twelve students from each institution would present proposals for projects that were of interest to them and these would act as a means of introduction to the other group members. All conversation was to take place in a public forum that would be hosted by UFMG

Briefing the students

The project was presented differently in each area. In Creative Lens Media (CLM) the entire second year group were given a self-portrait brief that would be peer accessed. This would determine who would be given a place on the project. The peer assessment process worked very well; the element of competition meant that the students already felt a sense of success at the project outset and so began with a high level of confidence. In Fine Art (FA) students were asked to volunteer to take part in a collaborative project. It was not part of an assessed unit but was presented as one of the many professional practice opportunities available to students. Consequently there were not specific marks attached to project, however any outcome could be presented as part of other modules e.g. Documentation and Professional Practice or Studio Practice.

The Lincoln group were initially six students from CLM and six students from FA. Over the course of the project one FA student dropped out and was replaced by a CLM student.

The work

Each student from UL and UFMG submitted a ‘self-portrait’ and a proposal for a project that related to the theme of belonging. The self-portraits were often not a literal picture of the individual but more an introductory image. All twelve images and projects were posted on the UFMG hosted website and a process of teaming up took place through an online forum. Students identified either an individual or a group in the other country they were interested in working with and exchanged personal email addresses. All of the students in Brazil spoke English while none of the English students spoke Portuguese so all correspondence took place in English. Over the course of three weeks the students sent each other tasks, receipts, films,

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proved to be an important element in the outcome of the project. Admitting that the project was experimental could have created a lack of confidence among the students who are used to dealing with staff who give the impression of being completely in control of the teaching situation. However, it was possible that this sharing of the experience would encourage the students to take responsibility and share authority with the lecturer. In conversations with the students this was one of the issues discuss. One student commented that she was happy that we were all ‘in it together’ and there wasn’t a sense that the lecturers ‘weren’t keeping anything from them’. The fact that the staff involved were unsure of the outcome empowered the students. They now felt they have greater control over the outcome, rather than a predetermined solution they were expected to work towards, which was known to the staff but they had yet to discover.

Thus the students were participating in a true learning apprenticeship with their lecturers and learning ‘along with’ rather than being simply given information. Although both CLM and FA are studio based disciplines the students had a residue of a more passive form of learning that they would have experienced in their pre university education. The form of active learning required by this project had a significant impact on the students’ experience, sense of achievement and maturity as learners.

4 Authentic Learning Contexts - learning together

Both staff member who worked with the students adopted roles of facilitators and mentors rather than lectures. In practice this meant that they were constantly encouraging and offered suggestions but did not critique the work. They both stressed that engagement in the project, exchanging ideas, and participating in conversations in many forms was the aim of the project. While the students frequently mentioned the work they were involved in, the ‘hands-off approach’ allowed the students to work in a less inhibited way with the students in Brazil. They became their own critics through the process of collaboration, as they wanted to send the best possible piece of work to their Brazilian partners. While all students commented on the difficulty of the restricted timescale of the project, this in fact was a significant motivating element of the project. The atmosphere of urgency created by this restriction ensured that students were forced to work intensively on the project and rely on what Polanyi terms ‘tacit knowledge’ and Dewey’s concept of ‘knowing how’. Both of these concepts refer to the richness of intuitive understanding and the possibility of knowing more than

The collaborative process, as well as the ‘hands off ‘approach of the staff, encouraged the students to take responsibility for the work produced. This also gave the students a considerable sense of control over their work as it was developed in discussion with their peers rather than in a more hierarchal tutorial. This linking of increased levels of responsibility through the sharing of authority has been one of the significant insights offered by the project.

Unwittingly the project was a small comparative study that demonstrated different approaches across the disciplines. There was a clear difference in initial responses between the FA and the CLM students. The difference in approaches exemplifies Dillenbourg’s distinction between co-operative and collaborative working. According to Dillenbourg “cooperative work is accomplished by the division of labour among participants, as an activity where each person is responsible for a portion of the problem solving...” whereas collaboration involves the “mutual engagement of participants in a coordinated effort to solve the problem together.” (Dillenbourg, 1996) CLM students have a tradition of collaboration – working in crews etc. They are part of a smaller student cohort, which can engender a strong sense of group identity. There was also a strong sense of a co-ordinated effort among the group.

Fine Art students are very self-reliant which is a valuable quality but can mean that group working can present a new set of challenges. FA students have worked co-operatively where each person takes responsibility for a part of a project. Working collaboratively raised a new set of challenges concerned with authorship and responsibility for this group. Recognising this distinction is significant for the design of future collaborative/cooperative projects.

3 Generative Learning Strategies – from didactic to active

In both CLM and FA the lecturers involved were very honest with the students about the experimental nature of the project and stressed that it was a pilot; an experiment for all involved. While collaborative projects are not a new educational experience neither members of staff had experience of running an on-line collaboration and while both were reasonable technically competent neither were site designers or had set up live links before. It was therefore stressed that this was collaborative not only in the sense that the students were collaborating with students in Brazil but they were all collaborating with the staff, who were also learning through this project. This

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with language difficulties. The element of collaboration engendered an environment whereby the work produced became the focus rather than a single individual’s personal concerns.

However, when assessing the value of this project it is important to keep in mind that this was a small group of highly motivated students who received a disproportionate amount of staff time. This assessment is based on the experience at the University of Lincoln only and does not include feedback from the group working in Brazil. The novel nature of the project created a level of excitement that might be difficult to sustain over a long period if this type of collaboration was integrated into the programme. Staff who worked on the project often contributed in their own time, as this was not attached to a specific module and therefore not allocated a slot in the timetable. This would also be difficult to maintain over a long period.

The author wishes to thank Patricia Azevedo, Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil, Clare Charnley and Keith James University of Lincoln, U.K. and all the students who participate in the project.

Bibliography

KIVINEN, Osmo & RISTELA, Pekka. From Constructivism to a Pragmatist Conception of Learning, Oxford Review of Education, Vol 29, No. 3, September 2003, pp. 363-375.

BOSTOCK, S.J. Constructivism in mass higher education: a case study, British Journal of Educational Technology, Vol 29, No. 3, 1998, pp. 225-240.

GRABINGER, S.R. & DUNLAP, J.C.. Rich Environments for Active Learning, Journal for the Association of Learning Technology, Vol. 3, No. 2, 1995, pp. 5-34.

DILLENBOURG, P. (et. al) 1996 The Evolution of Research on Collaborative Learning. http://tecfa.unige.ch/tecfa/publicat/dil-papers-2/Dil.7.1.10.pdf. Accessed 26/3/2009.

GOODYEAR, Peter & ZENIO, Maria. Discussion, Collaborative Knowledge Work and Epistemic Fluency, British Journal of Educational Studies, Vol. 55, No. 4, Dec. 2007, pp. 351-368.

one can verbalise. Because the project was intended to cross boundaries of language it was important that the students did not over verbalise but rather communicated visually.

The project required engaging with technologies that were unfamiliar, for example, blogging and using online tools to transfer large image files. Some students were more adept at using social networking, however, all found the acquisition of these tools relatively straightforward. This was directly as a consequence of the live project. Student were acquiring skills as they were required rather than as an exercise.

5 Co-operative Support – collaboration and generosity

Because of the experimental nature of the project and the culture of learning together, the group developed a strong supportive ethos. This was clear not only in the amount of email traffic between group members but more significantly in the very strong desire to continue with the relationships formed through the project. The feedback emphasised the students’ desire that other students should have the opportunity to participate in this form of learning experience. The generosity that this demonstrated was an unanticipated outcome from the project and one that will ensure that the time and resources are available for projects such as this in the future. All the participating students stated both in feedback and informally in conversation that they had thoroughly enjoyed the project and had benefited enormously from participation. Equally they unanimously suggested that it should be an opportunity available to all students. The evidence of educational generosity was a reflection of the philosophy of the collaborative project. This has been evident in other pilot projects that student’s enjoyment of the project had a direct relationship to their desire to share the experience with their peers. (O’Neill 2009 UROs Feedback, Ethics and Contemporary Practice Feedback)

Conclusion

Based on Grabingern and Dunlap’s five principles of authentic assessment, student responsibility, generative learning strategies, authentic learning context, and co-operative support, this project demonstrated the value of challenging live projects to promote student engagement. The live learning situation encouraged students to take responsibility and to be self-critical. They were required to find novel solutions to problems, for example, dealing

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Idealização e projeto de pesquisa

Clare Charnley (Leeds Metropolitan University) e Patrícia Azevedo (UFMG)

Coordenadores nas instituições parceiras

Patrícia Azevedo - Escola de Belas Artes (EBA – UFMG), Belo Horizonte, Brasil Clare Charnley - Leeds Metropolitan University (LMU), UK Anna Fox e Maria Kapajeva - University for the Creative Arts (UCA), Far-nham, UK Keith James e Mary O’Neill - University of Lincoln - UL, UK Maria Kapajeva e Deepak John Mathew Maniyarasan - The National Institute of Design (NID), Ahmedabad, Índia

Professores envolvidos no programa

Fotografia-DFTC-EBA / UFMG

Anna Karina Bartolomeu Luis Moraes Coelho Patrícia Azevedo

Programa Piloto (2008): Francisco Marinho Gabriela Gomes Mabe Bethônico Paulo Baptista

School of Fine Art / LMU

Clare Charnley Pete Hamilton

Photography (BA Hons) / UCA

Anna Fox Maria Kapajeva

Communication Design / NID

Dr. Deepak John Mathew Maniyarasan

Faculty of Art Architeture and Design (AA&D) / UL

Keith James Mary O’Neill

ficHa técnica

do ProJeto

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Coordenação Geral: Patrícia Azevedo

Curadoria: Marilene Ribeiro e Miriam Chiara

Coordenação Editorial: Anna Karina Bartolomeu

Coordenação Executiva: Marilene Ribeiro

Identidade visual do sítio do programa: Thales Amorim

Produção: Ação Coletiva

Grupos de Trabalho:

Projeto gráfico e produção gráfica: Luiç Caixote, Lorena Galery, Thales Amorim, Henrique Teixeira, Luisa Horta

Comunicação: Lygia Santos, Vanrochris Vieira, Ana Carvalho e Thiago Vetromille Ribeiro Gomes (Comunicação da EBA - UFMG)

Montagem: Flavia Peluzzo, Tales Sabará , Leandro Aragão, Fernando Ancil, Marilene Ribeiro, Miriam Chiara, Paula Santos

Produção do evento de abertura: Filipe Chaves, Gabriela Sá (coordenação) e Mariana Borges

Tradução: Henrique Teixeira, Marilene Ribeiro e Gabriela Sá

Documentação fotográfica: Cléber Falieri, Luisa Horta e Thales Amorim

Catálogo: Luisa Horta e Thales Amorim

ficHa técnica da exPosição

AGRADECIMENTOS

Centro Cultural da UFMG e toda sua equipe

Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema

Professores e monitores da área de fotografia da Escola de Belas Artes - UFMG

Elza Santos

Luis Coelho

Luiz Souza

Mariana Andrade

Mauricio Gino

Rose Lopes

E a todos que nos apóiam desde o início do programa98 99

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Realização:

Instituições participantes: Apoio: