/, MS - £M- WD /- Sf- C4n^ (L/ Ittet à fulvi feriKkti

íBIBLIOTPCAI ■■- 'í**^ ■":■. ./N-/' -' ■-;-?.--.

ASSEMBLÉIA DO POVO - SAÚDE MORADORÍ-S DA PERIPERÍA -CAMPIMAS - JAN&lR-D J>S ig«l

APRESENTAÇÃO

Fica cada vez mais claro e direito

que o Movimento Popular tem de produzir

o seu próprio material.

Este caderno é fruto de um trabalho

do Grupo de Saúde da Assembléia do Povo

de Campinas, e tem como objetivo ajudar

a entender o problema e a situação de

saúde do trabalhador.

Ele se destina aos grupos organixa

dos não só dos bairros de Campinas, mas

de todo o Brasil^ onde tenha companhei**

ros lutando no dia a dia por melhores con

dições de vida e trabalho.

Comissão de Saúde

Assembléia do Povo

Campinas

Janeiro de 1981

INTRODUÇÃO

SAÚDE É TER VIDA.

Antes a gente pensava que ter SAÜDE era poder

TRABALHAR.

Aos poucos fomos DESCOBRINDO que ter saúde e

muito mais que ter ou não ter DOENÇA.

Saúde é ter VIDA digna, s ter condições de SO

BREVIVER sem se humilhan

sem se MATAR de trabalhar.

Saúde é viver num ambiente de PAZ,

é viver num ambiente favorável "a vidas

0 modo como vive o trabalhador no Brasil

cria doenças.

Isto porque a maioria da população brasileira

trabalha em condições preoarias, ganha pouco,

se alimenta mal "e mora como sapo no brejo".

Ate hoje os nossos governantes nunca se preocupa

ram realmente com o problema da saúde da popula-

ção, pois o que fizeram foi manter o trabalhador

unicamente trabalhando, de tal forma que este o

vai matando pouco a pouc-».

A quem interessa a vida do trabalhador e quem o

está matando no dia a dia?

Por que isto?

Diante destes problemas de saúde, o que surgem

como respostas?

Os programas e serviços de saúde do Governo?

Os serviços médicos e hospitalares particulares?

As ações da Igreja?

Os movimentos populares?

AFINAL, COMO E QUEM DEVE RESPONDER AOS

NOSSOS PROBLEMAS DE SAODE?

SAÚDE É VÍOA

/ A GUaiíS PENSA MUITAS Y&ES } QüBí / SC5 rOHQHS ACORDA CEDO, j I :i-Ã O ÔNIBUS E CHEGA \ NO TRÁ3A1HC SST^OS COM } SAJSDE SUFICIENTE.

"N-^

QUmm A GESTS VOLf A B3TÍ TODO O SBHVIÇO BE CASA PAHA PAZBR? -FAISA AGÜA NO BAIRSO E NlO.TSK LUZ,

/ 5 PILHOS,Sd 3 tm

¥AGA NA ESCOLA.

B OS 3 "^0 PARA A ESCOLA A Pá, TENPO QUE AIRA^ESSiE OU PISTA, OU LIATAGAL, OU ^(SffiEGOS E OUTROS PERIGOS

LAB. CKAYIC

SAÚDE RÍO é SÓ HXO BSTAR DOEKfB

PáRA PODBR TRABALHAS.

A GBNTE TEM NA CABEÇA QUE SAÚBB

è NXO ESTAR SENTINDO MAL.

E QUANDO SENTE O CORPO

COM DM MAL ESTAR, A GENTE VAI AO MáDIOG

PENSANDO QUE É ELE QUE YAI NOS DAR

A SAIÍDE.

É...SE A GENTE FOR PENSAR DIREITO, VAMOS VER QUE SAÚDE é TER: CONDIÇÕES BOAS DE NASCER,

CRESCER, DESENVOLVER, ESTUDARi TRABALHAR B SI DIVERTIR.

L<

u

COMO SE TIRA á VIDA r

A REALIDADE DO THABAIHADOR BHA8IL;2IRO

NO BRASIL Tii2uC& 119 KILHOSS

DS CADA 100 PSSSCA3 90 SÃO THABALBLàD032S•

D3 CADA 100 TSi.B. J.1I aCRiia, 75 GAMlÁi:

QUE DOIS (2) SALÁRIOS luÍNEOS

Isto e Vida? Ôrra, meulll

Eu tenho dois filho! e VSDSL azulher, Todos nos preci-

íaraos coiner, vestir, üiorar, etc.**; e eu ganho so dois salários mínimos

Mas, se só em coner "bem eu ga^ taria QT$ 5.000,00,,, Olha, eu

acho que não e, ni"

\Síc « ■A

4/ ^

A HSALIDADZ DA SAIÍD^ "Ü THA3ALHADCII 3^A3ILZIEO

verNS^ja IA

EÍJ

^ ,;.^*-

:••. •' .IOCMC«S C<y*uM

CHAâAS ..-•...^ 10 *í.l«í»* H Oi»!» *

tortMnwHfl 7 ututocc

■J^Pfi/í.ft 6 UiLUÕrS

Na cidade de Mossoró, 10 Hio Grande do Norte, os trabalhado- res das ninas de sal, pelo seu modo de vi'Ter e trabalhar, es- tão condenados à ceguexra, rapi- damente .

I\Ta maior parte do sertão da Bahia, Minas, S, Paulo e Paraná o tra- balhador, decido à falta de con- dições materiais para poder mo- rar bem, são -xtimas da doença do bicho Barbeiro (doença de Ciia gas), que atinge dex milhões do brasileiros.

Por Alagoas, Sergipe, Pernambu- co, Bahia, Liinas, Paraná e São Paulo, uma grande quantidade de pessoas tem Xistosa - doença de caramujo que dá a barriga dágua. Isto aparece naquelas pessoas que não têm direito a usar uma água limpa e boa no di i, a dia. Aqui em Campinas há ce itenas de casos. Por quê?

Ho Sul do País, os tra -alhadores das minas de Gar"ão sã ) tão des- protegidos no seu trabalho que eles só vivem em media 25 anos.

nm SEMPRE QUANDO SE ESTÁ TRABALHANDO

SE ESTÁ COM SAÓDE. POR QUE TER SAÚDE È MAIS QUE ISSO;

Ê VIVER BEM.

"tudo isso está na DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOXEH&

tmmÊÊÊmtÊÊtmmtÊtm —i ■ -TTr-m

**n E O QUE É QUE ESTÁ GARANTINDO ESSE DIREITO Á VIDA? "

PROGRAMA DE SAÚDE DO GOVERNO H:

6

O MODO DS THAB&IHAR MO BHASH T COMO SE O TEABALHD TIHAS3E A VIDA DO POVQ POUCO A PCUCO...

O Excesso de horas de trabalho, a forma como se trahalho. e as con- üções encontradas em casa e no bairro para Vi^er, levam a um desgaste físi- só e mental do trabalhador.

sr-Ht*1^^

SALARfO Stooopo^

SALARiO cs 5.000,00

ANCS fWWS

ms

Se um traballiador levava 4 ho ras de trabalho para poder comprar um quilo de carne, hoje tem que tra balhar 16 horas»

C MODO DE TJUOJúríkl É QÜJ 7AI DSFISJR A L^IOIHA 313 IXHAH

DC TILOALHADOH .

im

Assim como a maneira de traoalliar no Brasil e que tira a vida do homem, a maneira de norar rai tirar mais ainda. Tois e a maneira de morar que "ai promo ver ainda mais as doenças. ""

íãÊè^ÊÊJp- ;3Íh

0 trabalhador sem condi- ções de ganhar um salário jus to vai morar na periferia ou" na favela, lánao se asors bem; não tem água, esgoto, escola suficiente, bons serviços de saúde, bom transporte, creches, áreas de laser. 3 tudo isto le~ va,^junto com as péssimas con- dições de trabalho, a uma pre- cária condição âe saúde.

8

E ENTÃO ?

ri

SSRX QUE AS CRIANçAS ESTãO KORRERDO

DE SASAMPO,

DE BRONCO-PIíSmyiONJA,

DE DJàBSÉJA,

DE LO^FJG/ ASSÜST^PÜ?

OU FUf* MOBPEM POH EALTA DE

nOKDIÇÕES DE TIDA, DE POLSE?

\ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÜDE DIZ QUE

A MáoiA DE VIDA DE TMA PESSOA é DE

59 ANOS, BEM VJVXDQS m

O TRABALHADOR NO HEÍASIL TEM DMA ^IDA

MÍDIA DE 30 ANOS, ASSIM MES-

MO BEM MAL viVIDOS.

É COMO SE O MODO DE TRABALHAR NA NOS-

SA SOCIEDADS MATASSE AS PESSOAS»

QUEM FOI QUE PICOU ENTÃO COM OS 29

ANOS DA VIDA DO TRABALHADOR ?

POBPE SE UM A ¥30/1

2ISEA Ti

TERRA ieTMB*LHO

TERRA PARA KEGOCLyí.

ALIMENTO TEK, ALBSNTO FAHA EXIORTAR.

AIBÍERTO PARA COMER NlO TF ALBSNTC É SÓ PARA LUCRAR

TE^JÍA PRA TCPC WJm>0 PLANTAR I J, MAS, ELA í DE POUCOS PARA "ALCR^^g

ESCOLA MAS TSEi

P^í j»-;^"^

"r\c k?ír T^l

;• cs y ̂ TCMSXr t>e Wfesoci O

iSüCAÇÃC TSK, TJRiC QUEM?

DINHEIRO TEM, MAS NA IVIÃO DE QUEM?

PO»0 PARA TRA3ALHAH TSKJ S PATRXC PRi EXPLORAR!

PARA COMEÇARMOS A IDENTIPIC.'C/-' PODSRÍÁi^lOS PASER ALSüMAS PERGü

PORQUE QDE O LOITO DAS COISAS T \ 3-lLHAM POUCO E TEM MAIS 3AIÍDS 0 /

QDE QÜÍ2Í TRABALHA MUITO?

á PORQUE MILHÕES DE PESSOAS TRAB^ILHAM?^ 'i PARA UMAS CENTENAS DE PESSOAS? __J

Ci^oLTo^Vo^: ^X&^f-^- - a^o das

SABEWOS QUB AOS POUCOS OS HOMENS FORAM INVENTANDO COISAS. E CADA Hi X)S INVENTOS TINHAM A PINALXBADB DE FACILITAR O TRABALHO DO "

HOMEM.

ARAto

ar^

M^QUIW^ MOOSríUi&S/AlA

BA NOSSA SO0Tã)íJ)2 SNCONTRAIvIOS BÜÂS CLASSES

 CLASSE QUE DOMINA B EIPLORA

A CLASSE DOMINADA E EXPLORADA.

r CAPITALISTA r r r

r

SÃO OS DONOS DOS MEIOS DE PHODOÇXO (Lat ifunâiárlo s,in~ dustriais,eüpresá- ri®s,Banqueiros «te)

SXO OS QÜB PROEaZl_ SÂO OS QUE POSSUEM A PORCA DCTRABALHO, SÍO OS QÜB VENDEM A MÂO DE OBRA,

PROCURE ENTENDER O DESENHO.

^tee

MEiOS t)fi t&MN*ÇÃO

^^ /' ^ \

TIWBAIH/A SOB A PRESSÃO

M CORDA E" COM MS

^ri

12

O ESTADO TSè: rODSR E PORCA PARÁ ESOTEGiR OS PATUOP;

T^ftQALH^Ccees.

TCUCIA-

O Estado protege os que têm dinheiro, atrases de leis, que são Justamente feitas para defender o interesse dos que exploram o po"o.

 Constituição, os Juíses, os ministros, os / Deputados, os G-o-ernadores, os Prefeitos, os ^erea dores, as Porcas Ânsadas são, na maior parte das / Vezes, gente grande que possui a força de dinheiro nas mãos.

Os governantes da nossa sociedade usam as Por ças Armadas e as idéias para reprimir e dominar o po'ro que reivindica melhores condições de "ida e trabalho e o direito à participação.

A SOCIEDADE PÜKCICHA DO JSlTO QUE OS QUE & NO ESTADO QDEaSK, S HlO DO JEITO

QUE 0 PO^C QUER .

13

QU^l AJUDA CS IATÍÍÕZ3 A 2XFL0RAR OS TRABALHADORES?

. ^ DEUS ^ ,í:

f 4 QUER , ASSiM

^ SOFRA A^ORA^X

ç: T>A MO^t£. ^

^ /f

o Rê/A/O v&foisj p COMUMfCACÕeS-l V

\\

mtérms

to\

FUtCtOL ' / J

MAIS.

WZr/t*. {— nemuaUM I f ( I

•

POR TODOS.

/ TUDO isso FONaom V COMO rmo£ HO

TO/O. .JC^ -'*

14

15

QUEM E QUE RESPONDE?. —► SâÚBS é VIVSS BEM * -0 QUE A GENTE VIU ATS A&OHA NOS M0STH00 QUE SM NENHUM

MOMENTO A SENTE VIVE BEK, E NO ENTANTO MUITO MENOS TEKOS CONDIÇÕES DE SAÔDB. MAS SE PICARMOS SOMENTE EM CIMA DISTO TUDO DÁ ATÉ PARA DBSANHAR.

MAS PAHA A GENTE SEGUIH EM FRENTE,VAMOS PBiSAH UM POUCO;

-O QUE é QUE JÁ ?0I PEITO PARA GARANTIR A VIDA E A SAÚDE?

QUANDO O POW DOS BAIRROS SE REÜ1ÍSM I LUTAM PORs

- Melhorstr a rua em qu« moram, lutaa per á^ua,esgota,luz,asfalte,creche, linha de ônibus,escola,passarela, canalização de córrego,Urbanização da favela,Direito de posse da terra, - Quando os moradores reivindicai,? Posto de saúde,melhores condições de atendimento médico,direito ao remédio etc»

Ó POVO ESTÁ LUTANDO PARA CONQUISTAR O DIREITO DAS NECESSIDADES SÁSI CAS PARA A VIDA. B DESSA PORMA ESTÁ GARANTINDO A SUA SAÚDE,

- Ba São Paulo e todo a ABCD paulista, quando resistiram 41 dias de greve pa- ra conquistarem melhores salários e garantia no serviço,promovendo assim um avanço na organização dos trabalha- dores» ~No Nordeste,quando os canavieiros cru zaraa os braços e reivindicara® melho- res salários. - No Norte e Centro-Oeste,quando os posseiros enfrentam a chumbe os grilei ros que querem tomar suas terras.

BSTlO CONQUISTANDO 0 DT.RBITO Á \ IM; E DESSA MANEIRA BST?C0 GARAÜTIN DO 0 DIREITO À SAÓDB.

AssaiAc^o

- Quando a pessoa começa a participar numa Comunidade de Base,na elube de mães,num grupo de mulheres. - Quando os moradores se organizam em uma Associação para defender as neces sidades de um bairro. - Quando o trabalhador começa a lutar paru fazer do seu sindicato,um sindi- cato autêntico e combativo. - Quando o Povo começa a construir o seu próprio Partido Político»

ESTSO FUNDAMENTALMENTE LUTANDO PARA COMQUISTARIM 0 DIREITO A VIM B E A CONQUISTA DA VIDA GARANTE 0 DIREITO Á SAÚDE,

0 POVO CONQUISTA 0 DIREITO i VIDA B Á SAÚDE,ENFIM,PARTICIPANDO BAS DECISÕES E RUMOS DO PAÍS.

16

¥ARIOS PAlilSS HOJS VIVBM BSTÁ EKPSHIÊNCIA, BK QUE O POVO PARTI IPA HOS CAMINHAS DO PAÍS j MAS QÜI EXIGIU PRIMEIRO MÜISA PORCA BB ¥OFTA: m m PARTICIPAÇÃO E DS LUTA PRA VAL^.

MXO È ATOA QUE O RBCHME NA SOGIEDADB NA QUAL VIVEMOS,PROCURA HBPRI : A FERRO E PO(K),0 POVO QUE SE ORGANIZA E REIVINDICA.

Eles teia meáo da unia© qu« © pov© prtraav©. Iorque qiiando © p©Tr© luta ©rét aijea í ementefcoaeça a ©ncôntrar so iç^oes

.ra ©» prablema» da nossa «i taça© qu© parece ai© ter respostas.

ELES DESCONHECEM A FORÇA DO POVO,

B NÓS TAMBéM DESCONHECEMOS A KOSSA FORÇA E CAPACIDADE.

MAS QUEM é QUE RESPOR 8 AS QUESTÕES DS SASDE ?

E COMO SE REPONDE A QüBSTXO DE SAÚDE t

^-JWL-Jl

PKLOS PROGRAMES DE SAÚDE DO GH TERNO ? ASBAVâS DAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO E DA PREFEITURA ?

PELA IGREJA ?

ATRAVÉS DO PARTIDO POLÍTICO ?

Oü MAS LUTAS DOS MOVIMENTOS POPULARES ?

fssmes&zz-

QUEM BESPONDE.. COMO SE RESPONDE

17

ÍNDICE

Apresentação pap> • 1

Introdução • • pag. 2

1 - SAODE é VIDA..... pág. 3

2 - COMO SE TIRA A VIDA pág. 5

3 - PDRQUE SE TIRA A VIDA pág.10

4 - QUEM RESPONDE? pág.16