Upload
votuong
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1
Unidade Auditada: HOSPITAL DE CLINICAS DA UFPR
Exercício: 2014
Processo:
Município: Curitiba - PR
Relatório nº: 201503331
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO
PARANÁ
_______________________________________________ Análise Gerencial
Senhor Chefe da CGU-Regional/PR,
Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos
Resultados da Gestão no HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR realizado de acordo
com os preceitos contidos na Ordem de Serviço n.º 201503331 e em atendimento ao
inciso II do Art. 74, da Constituição Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao
Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal”.
1. Introdução
O O presente trabalho foi realizado na Sede do Hospital de Clínicas em Curitiba/PR, no
período de 01/03/2015 a 31/07/2015, em estrita observância às normas de auditoria
aplicáveis ao serviço público federal, tendo como objetivo avaliar a:
- regularidade e adequação dos processos administrativos e de controle;
- aplicação dos normativos vigentes; e
- levantamento dos custos operacionais e da produtividade.
Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.
2. Resultados dos trabalhos
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 2
O Laboratório de Imunogenética é a unidade responsável pela realização de exames de
histocompatibilidade para verificar a compatibilidade entre o doador e receptor. Assim,
no âmbito interno do HC, a Unidade Clínica que mais demanda o serviço do
Laboratório é a Seção de Transplante de Medula Óssea.
Os principais exames realizados pelo laboratório são: tipificação de HLA (Antígenos
Leucocitários Humanos) de alta e baixa densidade; pesquisa de quimerismo pós-TMO;
e prova cruzada de linfócitos T e B; entre outros.
Segue resumo dos principais resultados:
A) Avaliação dos processos administrativos e de controle:
Foi identificado um ambiente de controle bastante frágil nas principais etapas do
processo, quais sejam: recepção da amostra; realização dos exames; e entrega dos
resultados. Resumidamente, os controles não permitem garantir que as informações
registradas estejam retratando com fidedignidade todos os fatos ocorridos na unidade.
Também foi verificada fragilidade no controle dos faturamentos, ocorrendo situações de
não faturamento de serviços efetivamente prestados.
B) Avaliação dos normativos aplicáveis:
Não ficou demonstrado os normativos relativos às condições de prestação de serviços
para as instituições privadas (bem como a formalização de instrumento jurídico com
estes entes).
Também não ficou demonstrado os critérios de aceitabilidade dos exames pelo
laboratório.
C) Avaliação dos custos e produtividade:
O levantamento sumário dos custos do laboratório demonstrou ocorrência de déficit em
relação aos preços pagos pelo SUS. A produtividade média identificada foi de 2,5
exames por servidor/dia, ensejando possibilidade de ampliação da produtividade.
3. Conclusão
Em face dos exames realizados, conclui-se que:
- medidas de aperfeiçoamento das rotinas administrativas e de controle interno devem
ser implementadas com a finalidade de garantir maior segurança e transparência ao
processo;
- devem ser reavaliados os serviços prestados às instituições privadas, especialmente no
tocante à formalização da relação jurídica e dos valores cobrados pelos serviços
prestados; e
- devem ser adotadas medidas de fomento à produção no propósito de reduzir o custo
médio.
Curitiba/PR, 22 de outubro de 2015.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 3
_______________________________________________ Ordem de Serviço nº 201503331
1 GESTÃO OPERACIONAL
1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Ausência de critérios objetivos para prestação de serviços do Laboratório de
Imunogenética para instituições/pacientes/aparentados externos.
Fato
Verificou-se que o laboratório de Imunogenética do Hospital de Clínicas realiza exames
de Tipagem de HLA, Pesquisa de HLA, Pesquisa de Antiocorpos e Pesquisa de
Quimerismo em amostras de sangue de pacientes oriundos de outros hospitais que são:
Hospital Nossa Senhora das Graças - HNSG; Hospital Pequeno Príncipe - HPP; e
Hospital Universitário de Santa Maria - HUSM.
Conforme Planilha de Recepção de Amostras, referente ao período de janeiro/2014 a
fevereiro/2015, foram realizados 348 exames para pacientes externos, de um total de
2752 exames realizados no laboratório de imunogenética, representando 12,64% dos
exames realizados no período, conforme demonstrado a seguir:
Quadro 1 – Exames realizados para outros hospitais HPP HNSG HUSM
348
HLA 28 19 28
ANTICORPOS 02 03 0
QUIMERISMO 72 194 02
TOTAIS 102 216 30
Fonte: Planilha “Recepção de Amostras”
Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201501025-02, de 26 de fevereiro de 2015,
questionou-se a legalidade da realização dos exames para pacientes externos ao HC.
Questionada sobre a existência de algum instrumento formal (contrato, convênio ou
termo de parceria) formalizado entre o HC e outros hospitais para a realização dos
exames, e sobre o normativo que permite o atendimento de demanda por exames não
oriundos de pacientes internos, o HC informou, por meio de Ofício nº
083/2015_GAB_SUPER/CHC-UFPR/EBSERH, de 23 de março de 2015:
“1.1.7. Não existe nenhum contrato formal entre o HC e outros hospitais. O
Sistema Nacional de Transplantes da Secretaria de Atenção à Saúde do
Ministério da Saúde informa que os exames de histocompatibilidade – HLA,
podem ser realizados para qualquer cidadão doador.” (grifo nosso)
Note-se que o Hospital de Clínicas se baseia em uma “informação” dada pela Secretaria
de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, que, ressalte-se, também não está
formalizada.
Considerando o princípio da Legalidade dentro da Administração Pública que reza que
o administrador público só poderá agir dentro daquilo que é previsto e autorizado por
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 4
lei, a realização de exames a pacientes externos ao HC, sem nenhuma regulamentação,
não possui amparo legal.
Ainda que o serviço de saúde seja direito de todos os brasileiros, constitui fato a
existência do mercado privado de saúde. Dos hospitais elencados, o HNSG somente
atende pacientes privados e o HPP possui “porta dupla” – SUS e privado, assim, é
natural admitir que estes hospitais “cobram” de seus pacientes privados pelos serviços
realizados pelo laboratório do HC.
Os artigos 9º e 10º da Lei nº 8.492/92 descrevem que constitui ato de improbidade
administrativa o uso de recursos públicos em favor de interesse privado. Considerando
que não ficou claro os motivos que os três hospitais descritos demandam serviços ao
HC, a inexistência de critérios objetivos para a prestação de serviços para entidades
externas poderá caracterizar favorecimento de uma entidade em detrimento de outras.
Assim, deve ser realizados estudos para definição de critérios para prestação de serviços
externos, atentando para aspectos como:
- volume de serviço possível de prestar, considerando as demandas internas do HC e as
demandas do Sistema SUS. O atendimento externo não deve ocorrer em prejuízo à
demanda pública;
- critério de seleção das entidades externas: em observância ao princípio da isonomia e a
publicidade da administração pública, quando da oferta de serviço pelo HC (como no
caso do laboratório de imunogenética), o mesmo deve ser amplamente divulgado;
- critério de precificação dos serviços: atualmente, o HC vem cobrando a tabela SUS
dos serviços do Laboratório de Imunogenética (Figura 1). Entretanto, não se sabe o
quanto as instituições externas “cobram” pelos serviços, assim, existe o risco de estar
ocorrendo situações excesso de lucratividade da instituição privada (por exemplo, o ente
privado pode estar cobrando R$ 500,00 por um exame que o HC fatura R$ 100,00); e
- formalização da relação jurídica: por fim, por meio de contrato deve ser formalizada a
relação jurídica com o tomador de serviço, definindo aspectos como preço, prazo,
fluxos, etc.
##/Fato##
Causa
O Hospital de Clínicas não se preocupou em fazer nenhum tipo de contrato ou convênio
com as instituições para as quais presta serviço de realização de exames laboratoriais.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de
setembro de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Entendemos que precisamos formalizar os acordos e acatamos as recomendações 1 e
2 da seguinte forma:
Recomendação 1:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 5
Devemos formalizar um Termo de Cooperação Técnica com o Hospital Nossa Senhora
das Graças(HNSG) e Hospital Pequeno Príncipe (HPP), ou outros serviços que
queiram realizar exames no setor de imunogenética, bem como para qualquer exame
realizado no Laboratório.
Com relação ao Hospital Universitário de Santa Maria, o mesmo irá se adequar com
serviços da região e não iremos mais atendê-los.
Recomendação 2:
O fluxo de cobrança de exames já está sendo definido (vide anexo).
O estudo de precificação, formalização da relação jurídica, e demais propostas de
estudos apontados faremos junto à Gerência Administrativa do HC.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese a intensão do Hospital de Clínicas de formalização do Termo de
Cooperação Técnica entre o HC e os Hsopitais Nossa Senhora das Graças e Pequeno
Príncipe e suspensão dos exames realizados para o Hospital de Santa Maria, a
recomendação somente será atendida quando da efetiva formalização dos termos.
Em relação ao aperfeiçoamento dos fluxos de cobranças, apesar do mesmo estar
formalmente definido, ele ainda não foi aplicado na prática. Também estão pendentes os
estudos para definir critérios objetivos e fluxos administrativos seguros.
Considerando que as medidas resolutivas estão em implantação, será mantida o
apontamento.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se que o Hospital de Clínicas de Curitiba formalize o
processo de prestação de serviço para instituições externas atualmente vigentes, isto é,
para o HNSG, HPP e HUSM.
Recomendação 2: Realizar estudos para definir critérios objetivos e fluxos
administrativos seguros para a prestação de serviços a pacientes externos do laboratório
de imunogenética, atentando para aspectos: comprovação da ausência de prejuízo ao
serviço público; divulgação ampla dos serviços ofertados; quantitativo máximo de
serviços; valor dos serviços (de forma a não gerar excesso de lucro para o tomador); e
prazos de execução.
1.1.1.2 CONSTATAÇÃO
Divergência entre o valor pago e o valor faturado para o Hospital Privado
(Hospital Nossa Senhora das Graças ? HNSG)
Fato
Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201501025-02, de 26 de fevereiro de 2015,
questionou-se se o HC recebe dos hospitais externos, públicos ou privados, os valores
correspondentes aos exames realizados.
Por meio do Ofício nº 083/2015_GAB_SUPER/CHC-UFPR/EBSERH, de 23 de março
de 2015, o HC informou:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 6
“1.1.8. Existe uma tabela de custos que é a referência para que os serviços
externos que solicitam estes exames realizem doações referentes aos custos dos
mesmos. A princípio as doações eram depositadas na Associação dos Amigos do
HC e, a partir de dezembro de 2014, via guia GRU, por recomendação da
direção financeira.” (grifo nosso)
Esta tabela de custos mencionada utiliza os valores que o SUS paga por cada
procedimento. Segue:
Figura 1 – Tabela de preços para serviços externos
Foram solicitados ao HC os comprovantes de depósito que o Hospital Nossa Senhora
das Graças - HNSG realizou na conta da Associação dos Amigos do HC. Em resposta,
foram encaminhados os extratos bancários da Conta Corrente nº 17769-6, agência nº
4122 do banco Itaú, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2014. Em
cotejamento com a Planilha de Faturamento dos exames realizados a instituições
externas pelo HC-UFPR, encaminhada pelo Laboratório de Imunogenética, os extratos
apresentam valores diferentes dos realmente devidos pelo Hospital Nossa Senhora das
Graças, como demonstrado a seguir:
Quadro 2 - valores devidos HNSG
DATA
DEPÓSITOS
BANCÁRIOS
(R$)
VALOR PLANILHA
DE FATURAMENTO
(R$)
02/01/14 12.701,00 8.080,00
31/01/14 9.071,00 4.908,00
28/02/14 16.122,00 16.122,00
31/03/14 9.838,00 9.838,00
30/04/14 10.745,00 10.745,00
31/05/14 7.257,00 7.324,00
02/06/14 7.257,00 5.423,00
30/06/14 7.324,00 6.768,00
31/07/14 5.423,00 6.233,00
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 7
31/08/14 6.768,00 8.755,00
30/09/14 6.233,00 7.877,00
31/10/14 8.755,00 13.819,00
01/12/14 7.877,00 4.945,00
TOTAL 115.371,00 110.837,00
Ressalte-se que há uma diferença a maior de R$ 4.534,00 entre o valor pago pelo
Hospital Nossa Senhora das Graças e o valor faturado pelo Laboratório de
Imunogenética, demonstrando grande fragilidade nos controles.
Vale dizer que, tal diferença não deve ser interpretada como valor à ressarcir para o
HNSG (eventualmente, após revisão poderá ocorrer um valor à ressarcir), mas sim,
como uma fragilidade nos controles internos. Em caso de exatidão do valor pago, o fato
demonstra falta de lançamento de serviços realizados.
Cumpre-se consignar que o Hospital de Clínicas apresentou apenas os extratos
bancários da conta da Associação de Amigos do HC, não demonstrando se estes valores
foram repassados ao Hospital de Clínicas e nem mesmo se foram aplicados no centro de
custo do Laboratório de Imunogenética.
##/Fato##
Causa
Deficiência nos controles dos serviços prestados, gerando divergência entre o valor
faturado e o valor pago.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Declaramos que atualmente o fluxo de cobrança e recebimento é gerenciado pelo
Setor Financeiro e que as guias são emitidas na Unidade de Apoio Diagnóstico ficando
a cargo da Direção Financeira este controle até o devido recebimento dos valores
devidos.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A avaliação da adequação dos controles implantados será objeto de análise em
auditorias futuras. A realização de exames de auditoria em rotinas recém-implantadas
não é oportuna, considerando não retratar uma rotina habitual.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Hospital de Clínicas deve implantar um sistema adequado de
faturamento e cobrança dos serviços prestados para os hospitais privados, mediante
previsão em instrumento contratual adequado com aquelas instituições.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 8
1.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Divergência entre os serviços prestados e os serviços faturados para Hospitais
Privados (Hospital Nossa Senhora da Graças ? HNSG e Hospital Pequeno Príncipe
? HPP)
Fato
Quando da realização de serviços para os Hospitais Privados (HNSG e HPP), o
laboratório de imunogenética, ao final de cada mês, encaminha uma planilha que indica
os exames realizados (planilha de pagamento) para o setor financeiro do HC, que fatura
os valores para o SUS (no caso dos serviços prestados para o HPP) e realiza a cobrança
junto ao HNSG (este somente executa atendimento privado).
Em cotejamento das planilhas de pagamentos encaminhadas pelo Laboratório de
Imunogenética, que indicou mês a mês todos os pacientes externos que fizeram os
exames no HC (planilhas estas em que são baseadas as cobranças aos hospitais
externos) e a planilha Recepção de Amostras, onde constam os nomes de todos os
pacientes cujas amostras de material dão entrada no Laboratório, verificaram-se
algumas inconsistências.
A primeira delas é que há pacientes que estão relacionados na planilha “Recepção de
Amostras” como seus exames tendo sido realizados, porém não constam na planilha de
pagamentos do laboratório encaminhadas para o faturamento, excluido-se a
possibilidade de cobrá-los dos hospitais externos. São eles:
Quadro 3: Exames Quimerismo Hospital Nossa Senhora das Graças - HNSG
QUIMERISMO HNSG
DATA EXAME AMOSTRA
16/01/2015 A.O.R.
13/10/2014 A.L.C.
21/10/2014 A.L.F.L.
05/08/2014 A.L.F.L.
09/09/2014 A.B.R.M.J.
12/09/2014 A.B.R.M.J.
18/09/2014 C.C.C.
07/11/2014 C.V.C.
15/08/2014 D.F.S.
07/01/2014 D.F.
02/10/2014 F.M.O.C.I.
21/02/2014 K.B.M.R.
13/03/2014 K.F.S.
01/09/2014 L.C.M.
03/09/2014 L.P.M.
18/08/2014 M.L.S.
25/03/2014 M.T.
26/03/2014 M.T.
17/04/2014 M.A.H.H.
13/05/2014 M.A.H.H.
17/11/2014 M.J.C.
17/04/2014 M.L.H.B.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 9
16/10/2014 M.L.S.R.
16/09/2014 P.R.R.M.
07/01/2014 R.M.F.
21/02/2014 R.B.O.
05/08/2014 S.M.S.M.
16/10/2014 T.R.B.
16/04/2014 V.M.D.S.
26/05/2014 V.M.D.S.
Quadro 4: exames Pesquisa de Anticorpos Hospital Nossa Senhora das Graças - HNSG
Pesquisa Anticorpos HNSG
DATA EXAME AMOSTRA
31/03/2014 M.A.F.
Quadro 5: Exames HLA Hospital Pequeno Príncipe - HPP
HLA HPP
DATA EXAME AMOSTRA
24/03/2014 C.H.G.
24/03/2014 S.A.G.G.
24/03/2014 W.P.G.
01/04/2014 M.M.
11/09/2014 E.A.T.A.
11/09/2014 E.E.A.
11/09/2014 H.E.A.
Quadro 6: Exames Quimerismo Hospital Pequeno Príncipe - HPP
QUIMERISMO HPP
DATA EXAME AMOSTRA
21/10/2014 A.E.A.
04/12/2014 A.E.A.
10/02/2015 A.E.A.
17/07/2014 E.P.M.
21/10/2014 H.E.A.
16/07/2014 L.H.E.A.
Quadro 7: exames Pesquisa de Anticorpos Hospital Pequeno Príncipe - HPP
Pesquisa Anticorpos HPP
DATA EXAME AMOSTRA
26/05/2014 T.A.R.S.
13/05/2014 A.F.B.
Os serviços não faturados elencados nos Quadros 3 a 7 podem ter causado um prejuízo
potencial de até:
Quadro 8 – Simulação de valor máximo não faturado
Ref. Entidade Valor* Qt. Valor Total
Quadro 3 HNSG 935,00 30 28.050,00
Quadro 4 HNSG 500,00 1 500,00
Quadro 5 HPP 500,00 7 3.500,00
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 10
Quadro 6 HPP 935,00 6 5.610,00
Quadro 7 HPP 500,00 2 1.000,00
TOTAL 38.660,00
* foi selecionado o valor máximo da figura 1 por exame a fim de simulação.
Verificou-se que a situação oposta também acontece: Há pacientes constantes na
planilha de gastos do laboratório, mas que não deram entrada pela Planilha Recepção de
Amostras, como segue:
Quadro 9: Exames Quimerismo Hospital Nossa Senhora das Graças – HNSG
DATA FATURAMENTO* AMOSTRA
Março/2014 K.F.S.
Abril/2014 M.T.
Abril/2014 E.F.
Novembro/2014 D.F.F.
* Na planilha de faturamento não consta a data de realização do exame, apenas o mês em que o exame foi realizado
Quadro 10: Exames HLA Hospital Pequeno Príncipe – HPP
DATA FATURAMENTO* AMOSTRA
Novembro/2014 A.M.S.
Novembro/2014 N.K.L.F.
Novembro/2014 A.F.B.
* Na planilha de faturamento não consta a data de realização do exame, apenas o mês em que o exame foi realizado.
As situações descritas nos quadros 9 e 10 podem gerar necessidade de ressarcimento,
conforme revisão.
Vale destacar que, os exames realizados para o Hospital Pequeno Príncipe são cobrados
do SUS pelo Hospital de Clínicas. O HC encaminha palnilha de faturamento destes
exames ao Hospital Pequeno Príncipe, onde não se pode verificar se também são
faturados e cobrados do SUS por este Hospital. Considerando ainda que o HPP também
presta serviço para pacientes privados e não há informação de que os serviços
demandados do HPP são oriundos de pacientes do SUS daquele hospital.
Considerando as fragilidades detectadas no presente item, o HC deve buscar aperfeiçoar
as rotinas administrativas e os controles internos, atentando para:
- exatidão nos valores faturados frente aos serviços efetivamente prestados – as
planilhas “Recepção das Amostras” e as dos pagamentos do Laboratório ;
- verificação da não ocorrência de “duplo faturamento” do SUS, no caso dos exames
prestados para o HPP; e
- verificação da origem dos pacientes encaminhados pelo HPP, caso sejam particulares,
deve ser faturado diretamente do HPP e abster de cobrar do SUS.
##/Fato##
Causa
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 11
O Laboratório de Imunogenética do HC não dispõe de fluxo administrativo e de
controle de registros adequado, ocasionando inconsistências como as descritas no
presente item.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Concordamos que existe necessidade de aperfeiçoar os fluxos administrativos e de
controle. Já evoluímos no sentido de incluir TODOS os pacientes no sistema de
Informática do Hospital de Clínicas (SIH). Até então, existia uma grande dificuldade de
adequação dos laudos da imunogenética ao sistema de informática do HC. Atualmente
foi criado um campo “convênio” no sistema SIH para cada entidade externa, sendo
assim, existe o registro informatizado e consequentemente um controle melhor. Da
mesma forma nomearemos já no mês de outubro uma comissão para auditar os serviços
prestados às entidades externas, visando a identificação de possíveis serviços prestados
e não faturados ou não prestados e faturados.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A avaliação da adequação dos controles implantados será objeto de análise em
auditorias futuras. A realização de exames de auditoria em rotinas recém-implantadas
não é oportuna, considerando não retratar uma rotina habitual.
Em relação à atuação da comissão de auditoria no faturamento dos exames do
laboratório de imunogenética, é necessário aguardar o resultados deste trabalho para
avaliar a consistência dos resultados.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Laboratório de Imunogenética do HC deve aperfeiçoar os fluxos
administrativos e de controle, sobre os registros dos exames realizados e faturados junto
às instituições externas, afim de garantir maior fidedignidade dos dados e exatidão nos
fluxos financeiros.
Recomendação 2: Recomenda-se a realização de revisão dos serviços prestados e
faturados para entidades externas, até o limite prescricional de 5 anos, com a finalidade
de identificar possíveis serviços prestados e não faturados (necessidade de cobrança) ou
não prestados e faturados (necessidade de ressarcimento).
1.1.1.4 CONSTATAÇÃO
O Hospital de Clínicas não fatura para o SUS todos os exames realizados no
laboratório de imunognética.
Fato
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 12
Em amostra aleatória, foram selecionados 49 pacientes que realizaram exames no
laboratório de imunogenética no exercício de 2014 e solicitado ao setor financeiro do
HC os dados de faturamento destes exames.
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201501025-14, de 16 de julho de 2015, o
Hospital de Clínicas encaminhou a planilha de faturamento dos exames solicitados por
meio do Ofício nº 345/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 27 de julho de
2015.
Em análise à planilha de faturamento, verificou-se que os exames realizados de 16
pacientes não foram faturados ao SUS. São eles:
Quadro 11: exames não faturados DATA
AMOSTRA NOME ORIGEM NOME DO EXAME
29/07/2014 A.A.D.S. REUMATO HLA-B27
03/03/2015 A.M. TMO CT
23/04/2014 A.R. FIBROMIALGIA HLA-B27
31/07/2015 E.H.T.
Não está registrado na Recepção-
Amostras HLA-A, B, DRB1 e DPB1
29/01/2015 E.M.C.S. TMO QUIMERISMO
06/01/2015 I.P.G.A. TMO QUIMERISMO
22/01/2014 J.C.S. PEDIATRIA HLA-B27
25/07/2014 J.C.S.R. HEMATOLÓGICA BH HLA DP A/R
13/01/2014 L.A.B. TMO HLA
20/01/2014
M.A.A.C
. Não está registrado na Recepção-
Amostras PCR-SSOR- DPB1
24/02/2015 P.H.C. HUSM
HLA-A,BeC
A/R,DRB1,DQB1
27/01/2015 R.T.F.C. HPP HLA
08/07/2014 R.C.G. OFTALMO HLA-B27
26/02/2015 R.F.F. TMO QUIMERISMO
13/02/2015 V.R.C. TMO QUIMERISMO
13/01/2014 Y.A.P.L. HPP QUIMERISMO
Da análise desta planilha, depreendem-se algumas situações irregulares:
a) Dos 16 pacientes elencados, 13 deles são pacientes do próprio Hospital de Clínicas,
que deveriam ter seus exames faturados ao SUS para recebimento dos valores.
Considerando que estes exames não foram faturados, o HC deixou de receber R$
7.590,00 do SUS, assumindo para si esse prejuízo, conforme demonstrado a seguir:
Quadro 12: valores dos serviços não faturados DATA
AMOSTR
A
NOME DO
EXAMINADO ORIGEM
NOME DO
EXAME** CUSTO EXAME*
29/07/2014 A.A.S. REUMATO HLA-B27 R$ 500,00
03/03/2015 A.M. TMO CT
23/04/2014 A.R. FIBROMIALGIA HLA-B27 R$ 500,00
31/07/2015 E.H.T.
Não está registrado na
Recepção-Amostras
HLA-A, B, DRB1
e DPB1 R$ 480,00
29/01/2015 E.M.C.S. TMO QUIMERISMO R$ 434,00
06/01/2015 I.P.G.A. TMO QUIMERISMO R$ 434,00
22/01/2014 J.C.S. PEDIATRIA HLA-B27 R$ 500,00
25/07/2014 J.C.S.R. HEMATOLÓGICA BH HLA DP A/R R$ 500,00
13/01/2014 L.A.B. TMO HLA R$ 230,00
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 13
20/01/2014 M.A.A.C. Não está registrado na
Recepção-Amostras PCR-SSOR- DPB1
Valor não encontrado
na tabela SUS
24/02/2015 P.H.C. HUSM
HLA-A,BeC
A/R,DRB1,DQB1 R$ 1.750,00
27/01/2015 R.T.F.C. HPP HLA R$ 230,00
08/07/2014 R.C.G. OFTALMO HLA-B27 R$ 500,00
26/02/2015 R.F.F. TMO QUIMERISMO R$ 434,00
13/02/2015 V.R.C. TMO QUIMERISMO R$ 434,00
13/01/2014 Y.A.P.L. HPP QUIMERISMO R$ 434,00
TOTAL R$ 7.590,00
* Valores conforme tabela SUS
** Tanto o exame de HLA como o de Quimerismo possuem diferentes tipos e diferentes valores. Nestes casos, como
não há descrição do tipo de exame realizado, foram considerados os menores valores aplicáveis.
Observe-se que os pacientes E.H.T. e M.A.A.C. não constam na planilha de Recepção
de Amostras e não há como saber a origem deles. Em resposta à Solicitação de
Auditoria n. 201501025-11, de 15 de maio de 2015, o Laboratório de Imunogenética
encaminhou documento explicando a ausência destes e de outros pacientes na planilha
Recepção de Amostras e confirmou a realização dos exames.
b) Os pacientes R.T.F.C. e Y.A.P.L. são oriundos do Hospital Pequeno Príncipe - HPP.
Conforme verificado em outro item deste Relatório, o Hospital de Clínicas fatura para o
SUS os exames realizados para pacientes do HPP. No entanto, estes dois pacientes não
tiveram seus exames faturados, gerando um prejuízo de R$ 664,00 para o HC, conforme
demonstrado a seguir:
Quadro 13: pacientes HPP não faturados DATA
AMOSTRA
NOME DO
EXAMINADO ORIGEM
NOME DO
EXAME**
CUSTO
EXAME*
27/01/2015 R.T.F.C. HPP HLA R$ 230,00
13/01/2014 Y.A.P.L. HPP QUIMERISMO R$ 434,00
TOTAL R$ 664,00
* Valores conforme tabela SUS
** Tanto o exame de HLA como o de Quimerismo possuem diferentes tipos e diferentes valores. Nestes casos, como
não há descrição do tipo de exame realizado, foram considerados os menores valores aplicáveis.
c) O paciente P.H.C. é oriundo do Hospital Universitário de Santa Maria – HUSM.
Considerando que o Hospital de Clínicas não demonstrou como realiza a cobrança dos
exames realizados para aquele hospital, entende-se que também arcou com o prejuízo,
desta vez no valor de R$ 1.750,00:
Quadro 14: pacientes HUSM não faturados
DATA
AMOSTRA
NOME DO
EXAMINADO ORIGEM NOME DO EXAME**
CUSTO
EXAME*
24/02/2015 P.H.C. HUSM
HLA-A ,B e C A/R, DRB1,
DQB1 R$ 1.750,00
* Valores conforme tabela SUS
** Tanto o exame de HLA como os DRB1 e DQB1 possuem diferentes tipos e diferentes valores. Nestes casos, como
não há descrição do tipo de exame realizado, foram considerados os menores valores aplicáveis.
O índice de não faturamento de 32,65% (16 dos 49 exames analisados) é
demasiadamente elevado.
##/Fato##
Causa
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 14
O HC não possui fluxo administrativo e de controle adequado de faturamento e de
cobrança dos exames realizados no Laboratório de Imunogenética.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Concordamos, isto é uma incosistência do SUS. Muitos exames não apresentam
códigod para serem faturados, nos quadros 11 e 12 a maioria não apresenta código na
tabela SUS exemplos: HLA B27 e HLADP, outras vezes o sistema de cobrança glosa
por vários fatores como falta de endereço completo, idade, etc.
Muitas reuniões foram feitas junto à câmara técnica nacional de imunogenética (o
setor de Imunogenética é representado pela Dra. N.F.P) e representantes do Ministério
da Saúde para que sejam incorporados à tabela SUS. Infelizmente os procedimentos
administrativos não acompanham o avanço das tecnologias e as demandas deste
avanço. Desta forma não há realmente a possibilidade de se efetuar a cobrança de
exames que não existem na tabela SUS, assim para o bom atendimento de seus
pacientes o CHC tem que absorver mais este déficit.
Concordamos com as recomendações 1, 2 e 3 em aperfeiçoar os fluxos administrativos
e de controle de registro, assim como a adoção de planilhas de conciliação com o
efetivo uso do SIH.
Com relação aos exames externos cobrados via SUS, não mais iremos executar esta
prática e os exames de outros serviços serão cobrados via guia GRU.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O Hospital de Clínicas apresentou como justificativa o fato de alguns exames não
possuírem código SUS, dando como exemplo HLA B27 e HLADP. No entanto, não
foram somentes estes exames que foram realizados mas não faturados, coforme
demonstrado no relatório. A justificativa de que “outras vezes o sistema de cobrança
glosa por vários fatores como falta de endereço completo, idade, etc.” rebate contra o
próprio serviço que não preencheu adequadamente os dados exigidos pelo SUS para o
faturamento dos exames. Portanto, as justificativas apresentadas não podem ser
consideradas válidas para as situações apontadas.
Em relação às situações passadas, em que pese o HC vir a nomear uma comissão de
auditoria no faturamento dos exames do laboratório de imunogenética (conforme item
1.1.1.3 do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015), é necessário aguardar o resultados deste trabalho para avaliar a sua
consistência.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Laboratório de Imunogenética do HC deve aperfeiçoar os fluxos
administrativos e de controle sobre os registros dos exames realizados e faturados junto
ao SUS, afim de garantir maior fidedignidade dos dados e exatidão nos fluxos
financeiros.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 15
Recomendação 2: Recomenda-se a realização de revisão dos serviços prestados e
faturados para o SUS, até o limite prescricional de 5 anos, com a finalidade de
identificar serviços prestados e não faturados (necessidade de cobrança) ou não
prestados e faturados (necessidade de ressarcimento).
1.1.1.5 CONSTATAÇÃO
Cobrança de exame oriundo do Hospital Nossa Senhora das Graças em
duplicidade com a cobrança realizada ao SUS.
Fato
Em amostra aleatórea foram selecionados 05 pacientes cujas amostras de exames
vieram do Hospital Nossa Senhora das Graças para a realização dos exames no
laboratório de imunogenética do Hospital de Clínicas, para a verificação da
adequabilidade de cobrança junto ao Sistema ùnico de Saúde – SUS.
Constatou-se-se que um dos pacientes, o Sr. P.T.K., teve seu exame faturado e cobrado
do HNSG em março de 2014, conforme Planilhas de Faturamento encaminhadas pelo
laboratório de imunogenética. No entanto, o exame do Sr. P.T.K. também foi faturado e
cobrado do SUS, conforme planilha encaminhada pela Gerência Financeira do Hospital.
##/Fato##
Causa
Deficiência nos controles relacionados à checagem de duplicidade de cobrança do
exame realizado para instituição externa e para o SUS.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Pode ser um equívoco de digitação uma vez que o processo é todo feito manual via
planilha Excel.
Os procedimentos atualmente estão todos registrados no SIH. O aperfeiçoamento do
sistema de informática fará com que a adequação seja estabelecida.
Providenciaremos o ressarcimento ao SUS do valor faturado de forma equivocada,
referente ao exame realizado ao paciente P.T.K.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese a Unidade ter afirmado que vai aperfeiçoar seus mecanismos de controle,
estes precisam ser testados e revalidados, ato este que será realizado em auditorias
futuras.
Em relação ao ressarcimento, a unidade deve encaminhar a esta CGU o comprovante de
ressarcimento ao SUS.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 16
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Hospital de Clínicas deve efetuar o ressarcimento ao SUS do valor
correspondente ao exame realizado.
Recomendação 2: O Hospital de Clínicas deve aperfeiçoar os mecanismos de controle,
de forma a evitar a ocorrência de cobrança em duplicidade.
1.1.1.6 CONSTATAÇÃO
Ausência de comprovação de ressarcimento do Hospital Universitário de Santa
Maria pelo serviço de realização de exames laboratoriais de imunogenética.
Fato
Como já demonstrado, o Hospital de Clínicas de Curitiba – HC/UFPR realiza exames
no Laboratório de Imunogenética para o Hospital Universitário de Santa Maria –
HUSM (Hospital Universitário Federal). No exercício de 2014 foram 30 exames
realizados para este hospital.
O HC não demonstrou como é feito esse ressarcimento dos serviços prestados ao
HUSM, ainda que por intermédio do SUS.
##/Fato##
Causa
O Hospital de Clínicas não se preocupou em receber ou faturar formalmente os valores
corretos pelos serviços prestados ao HUSM.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Os pagamentos dos exames realizados aos Hospitais estão sendo efetuados somente
via guia GRU e os recursos são revertidos ao HC. Não havendo mais o repasse de
recursos da origem de exames via Associação dos Amigos do HC.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A avaliação da adequação dos controles implantados será objeto de análise em
auditorias futuras. A realização de exames de auditoria em rotinas recém-implantadas
não é oportuna, considerando não retratar uma rotina habitual.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Hospital de Clínicas ? HCUFPR deve formalizar a metodologia de
cobrança junto ao HUSM, podendo ser cobrança direta do HC para o SUS, ou HUSM
cobrando do SUS e repassando para o HC, mediante celabração de convênio.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 17
1.1.1.7 CONSTATAÇÃO
A equipe do laboratório de Imunogenética do HC não padroniza os nomes dos
pacientes em seus registros formais e existem lacunas no campo ?Registro HC?.
Fato
Em análise de todas as planilhas e documentos (Planilha Recepção de Amostras,
planilhas de pagamentos, planilhas de faturamento, Mapas de Trabalho) onde constam
os nomes dos pacientes que realizaram exames no laboratório de imunogenética do
Hospital de Clínicas, em cada uma delas os nomes do mesmo paciente estava escrito de
formas diferentes ou até mesmo de forma incorreta.
Apenas a título de exemplo, verificou-se o nome da paciente Maria José de Jesus (esta
paciente não existe, trata-se de um nome fictício) escrito das seguintes formas:
Maria José de Jesus
Maria J de Jesus
Maria J. Jesus
Maria José Jesus
Maria J Jesuis
Maria de Jesus
Maria Jesus
Considerando que o nome do paciente é fundamental para localizar o exame nas
diversas fases do processo, tais como: identificação dos resultados dos exames;
controles de entrada de amostras; identificação do paciente no Mapa de Trabalho;
faturamento junto ao SUS; cobrança junto aos Hospitais externos ao HC, para os quais o
HC presta serviços; a falta de padronização pode gerar erros como
dificuldade/impossibilidade de localização e equívoco na identificação do paciente.
Vale ainda descrever que, o HC utiliza um identificador interno denominado “Registro
HC”. Trata-se de uma sequencia numérica individual por paciente. Entretanto,
verificou-se que, para alguns pacientes, não há indicação deste número nas planilhas.
##/Fato##
Causa
Os nomes dos pacientes são inseridos manualmente por diferentes funcionários nas
diversas planilhas e documentos.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Acatamos as recomendações 1 e 2 e informamos que já está resolvido este problema
com a informatização de todos os exames no SIH que são solicitados ao Laboratório.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 18
Análise do Controle Interno
Em que pese a informação de que o laboratório de imunogenética do Hospital de
Clínicas passará a utilizar o SIH para os registro dos exames, seus funcionários ainda
devem ser orientados a inserir corretamente os dados dos pacientes no Sistema e nos
documentos utilizados pelo laboratório, dando preferência a escrever os nomes
conforme documento do paciente, sempre completo e sem abreviações aleatórias.
A avaliação da adequação dos controles implantados será objeto de análise em
auditorias futuras. A realização de exames de auditoria em rotinas recém-implantadas
não é oportuna, considerando não retratar uma rotina habitual.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Hospital de Clínicas deve orientar os funcionários do laboratório
de imunogenética a inserir corretamente os dados dos pacientes nos documentos
utilizados pelo laboratório, dando preferência a escrever os nomes conforme documento
do paciente, sempre completo e sem abreviações aleatórias.
Recomendação 2: Recomenda-se a identificação dos pacientes por registros numéricos,
a fim de evitar ocorrência de erros em função de homônimos e abreviações. O ?Registro
HC? já em uso poderá ser padronizado para identificação dos pacientes nos fluxos.
1.1.1.8 CONSTATAÇÃO
O laboratório de Imunogenética não utiliza o Sistema de de Informação Hospitalar
- SIH para controle dos exames realizados.
Fato
O Sistema de Informação Hospitalar – SIH é utilizado para controle e faturamento de
todos os procedimentos dentro do Hospital de Clínicas da UFPR. No entanto, verificou-
se que o Laboratório de Imunogenética do Hospital não utiliza o SIH para controle e
realização dos exames. Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201501025-06, de 27 de
março de 2015, foram solicitadas justificativa técnicas para o fato dos procedimentos do
laboratório de imunogenética do HC não estarem no SIH e nem serem controlados pelo
sistema.
Por meio do Ofício nº 083/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 01 de abril de
2015, o Hospital informou:
“Os resultados dos exames de Imunogenética são descrições complexas de
laudos que apresentam nuancias diferentes dos demais analitos do laboratório.
O sistema SIH de informática, por não ser na plataforma Windows, apresenta
limitações técnicas, portanto, foi necessário um tempo mais prolongado para
adequar uma formatação para os mesmos.
Atualmente todos os laudos já estão formatados, no entanto, alguns deles ainda
estão em análise pela área técnica, são os seguintes códigos de exames: 712,
699, 700, 701, 702, 708, 709, 466, 480, 481, 483 e 484.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 19
O prazo acordado com a equipe foi início de agosto desde ano para a total
finalização do processo para que possamos concluir a inclusão de resultados de
todos os resultados da imunogenética no sistema SIH.”
A Unidade de Informação também se posicionou por meio do Ofício nº
116/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 09 de abril de 2015, nos seguintes
termos:
“Segundo o responsável pela Imunogenética, o Sistema de Informação
Hospitalar – SIH não atende aos layouts dos resultados de exames realizados
pela Seção de Imunogenática. Os exames já foram cadastrados pela Unidade de
Apoio Diagnóstico. A maior parte deles, já está sendo utilizado no SIH. Outros
estão aguardando a responsável da Imunogenética validar o uso dos exames no
SIH.”
Até o término da confecção deste relatório, o Hospital de Clínicas não informou a
equipe de auditoria sobre a inserção de todos os dados do Laboratório de Imunogenética
no Sistema de Informação Hospitalar – SIH.
##/Fato##
Causa
Para o não uso do SIH foi argumentada a dificuldade de inserção dos laudos no sistema.
Entretanto, como praticado nos demais setores do HC, não se espera a inserção de
informações analíticas no SIH, mas de informações sintéticas dos dados dos pacientes e
dos procedimentos clínicos, com a finalidade de facilitar o gerenciamento tanto
operacional como financeiro.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Realmente isto não acontecia na íntegra, mas já estamos com todos os procedimentos
de entrada e processamento de exames sendo inseridos e controlados pelo SIH,
possibilitando um controle mais apurado.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A avaliação da adequação dos controles implantados será objeto de análise em
auditorias futuras. A realização de exames de auditoria em rotinas recém-implantadas
não é oportuna, considerando não retratar uma rotina habitual.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Todos os procedimentos realizados no laboratório de imunogenética
do Hospital de Clínicas devem ser inseridos e controlados pelo SIH.
1.1.1.9 CONSTATAÇÃO
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 20
Ausência das requisições formais para a realização de exames de origem externa
no laboratório de imunogenética do HC
Fato
Numa relação de 25 pacientes selecionados amostralmente (requisição de exame de
instituição externa), verificou-se que 13 não possuíam a requisição de exames externos
a ser preenchida por funcionário do HC, conforme Anexo XII, item 3.4. da Instrução de
Trabalho ITR – UAD/LIMU – nº 01, havendo apenas as requisições dos hospitais
demandantes. São eles:
Quadro 15: pacientes sem requisição médica
AMOSTRA DE DATA AMOSTRA ORIGEM
A.N.S.N. 17/06/2014 HUSM
A.C.D.M. 15/07/2014 HUSM
A.C.D.M. 13/08/2014 HUSM
D.A.P. 07/01/2014 HNSG
E.C. 16/07/2014 HUSM
E.F.Z. 07/01/2014 HNSG
G.F. 28/03/2014 HNSG
G.A.F. 05/02/2014 Jocelei
J.K. 10/01/2014 HNSG
K.K.R. 10/01/2014 HNSG
M.M.K. 13/02/2014 HNSG
M.E.R.P. 08/07/2014 HUSM
V.P.S. 11/02/2014 HNSG
As requisições são obrigatórias, conforme o item 3.4. da Instrução de Trabalho ITR –
UAD/LIMU – nº 01, que trata do Recebimento de Distribuição de Amostras Biológicas:
“Verificar se as amostras estão acompanhadas das requisições específicas,
devidamente preenchidas, para cada tipo de exame e de preferência com a
assinatura do funcionário que coletou as amostras. Quando a requisição não
estiver acompanhando as amostras, verificar se já foi previamente enviada pelo
Serviço Social do STMO ao laboratório.
Estas requisições previamente enviadas são arquivadas na pasta “Requisições
HLA Aguardando Coleta”, localizada sob a mesa da secretaria junto à agenda
de exames do Laboratório de Imunogenética, no Setor de Recebimento e
Distribuição de Amostras Biológicas. Os modelos das requisições estão nos
anexos I a VII:
- Histocompatibilidade (Anexo I e II)
- Pesquisa de Mutação no Domínio da Quinase do Gene BCR-ABL (Anexo III)
- Pesquisa de Quimerismo pós-TCTH (Anexo IV)
- Teste do DEB (Anexo V)
- Congelamento/Transformações de células mononucleares de sangue periférico
pré-TMO (Anexo VI)
- Projeto Fanconi (Anexo VII)”
A Instrução de Trabalho somente orienta onde devem ser guardadas as requições até o
momento da coleta, não se referindo ao que fazer com as requisições após a coleta das
amostras.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 21
Ainda, os pacientes externos ao Hospital de Clínicas, devem possuir requisições
específicas, conforme item 3.4. da ITR nº 01. Tais documentos não foram apresentados
para os pacientes referidos no Quadro 15: pacientes sem requisição médica:
“Amostras para Histocompatibilidade de Pacientes Externos que não pertencem
ao Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) do HC devem ser
acompanhadas das seguintes requisições específicas: requisição externa do
laboratório (Anexo XII) preenchida pelo funcionário que recebeu as amostras
no setor de coleta da Unidade de Apoio Diagnóstico (UAD), requisição médica
da instituição de origem e requisição do laboratório do Hospital Nossa Senhora
das Graças (HNSG) no caso de amostras enviadas por esta instituição. Estas
requisições especificas, após a realização dos exames, são encaminhadas a
chefia da UAD aos cuidados da Sra Sueli para as devidas providências
financeiras. Copia das mesmas são enviadas posteriormente ao laboratório de
Imunogenética para serem arquivadas no prontuário do paciente.”
##/Fato##
Causa
O Laboratório de Imunogenética do HC tem uma instrução de trabalho frágil e falha, e
mesmo assim, os funcionários não seguem as suas orientações.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Realmente havia fragilidade neste quesito. A Instrução de Trabalho (ITR1 em anexo)
já foi revisada e formularemos uma nova ITR. A recomendação será acatada.
Incluiremos na ITR a guarda das requisições.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Ressalte-se que a ITR 1 teve sua última revisão em 31 de março de 2015, data anterior a
esta ação de controle. Desta forma, a Unidade deve encaminhar a esta CGU-R/PR a
nova Instrução de Trabalho quando concluída.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: O Laboratório de Imunogenética deve orientar seus funcionários a
seguirem as instruções de trabalho referentes à requisição dos exames.
1.1.1.10 CONSTATAÇÃO
Ausência de comprovação do envio de laudos dos exames ao médico/instituição
solicitante.
Fato
Numa relação de 25 pacientes selecionados amostralmente (requisição de exame de
instituição externa), verificou-se que o laboratório de imunogenética do Hospital de
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 22
Clínicas não possui, para nenhum deles, o comprovante de envio dos laudos ao médico
ou instituição solicitante. São eles:
Quadro 16: laudos sem comprovação de envio
AMOSTRA DE DATA AMOSTRA ORIGEM
A.K.B. 19/11/2014 HPP
M.A.G.S. 19/11/2014 HPP
A.N.S.N. 17/06/2014 HUSM
A.W. 03/11/2014 HPP
A.F.B. 22/01/2014 TMO
A.F.B. 05/02/2014 TMO
A.F.D.S. 20/05/2014 TMO
A.C.D.M. 15/07/2014 HUSM
A.C.D.M. 13/08/2014 HUSM
C.V.S. 17/12/2013 TMO
D.A.P. 07/01/2014 HNSG
E.C. 16/07/2014 HUSM
E.P.M. 10/12/2013 TMO
E.F.Z. 07/01/2014 HNSG
F.F.B. 05/02/2014 TMO
G.F. 28/03/2014 HNSG
G.A.F. 05/02/2014 TMO
J.K. 10/01/2014 HNSG
K.A.L. 19/02/2014 TMO
K.K.R. 10/01/2014 HNSG
M.M.K. 13/02/2014 HNSG
M.E.R.P. 08/07/2014 HUSM
M.G. 14/01/2014 TMO
M.G. 16/04/2014 TMO
V.P. 11/02/2014 HNSG
Na Instrução de Trabalho ITR – UAD/LIMU – nº 39, que trata do Procedimento para
Emissão de Laudos de Histocompatibilidade tem-se:
“1.8. Após o preenchimento do laudo, o mesmo é impresso em três cópias
para os pacientes em busca de doador não-consangüíneo e em duas cópias
para as demais situações.
(...)
1.10. Uma cópia do laudo é arquivada no prontuário do paciente no
Laboratório de Imunogenética, e a outra cópia é encaminhada ao solicitante.
Quando o solicitante for um médico do Serviço de Transplante de Medula
Óssea (STMO) esta cópia será entregue, por um funcionário da recepção do
laboratório, no Ambulatório do STMO no 4° andar do Anexo B (ramal
1013/1031). A entrega dos laudos somente para pessoal autorizado garante a
confidencialidade dos resultados.
1.11. No caso de pacientes em busca de doador não-consangüíneo, uma
terceira cópia do laudo é colocada na pasta “Laudos e Correspondência para
a Unidade de Coordenação de Busca” que é mantida na segunda gaveta
(próximo a porta do laboratório) da área de “Recebimento de Distribuição de
Amostras Biológicas”. Diariamente, o assistente da Unidade de Coordenação
de Busca de Doador Não-Consangüíneo vem ao laboratório para buscar os
laudos e entregá-los as coordenadoras de busca (L.P. e M.F. – r. 6530).
1.12. No caso de pacientes enviados via convênio com o Hospital Nossa
Senhora das Graças (HNSG), cópia do laudo em PDF é enviada para o email
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 23
do laboratório do HNSG ([email protected]) e para o email da L.P.
(...@yahoo). Uma cópia impressa do laudo é arquivada no prontuário do
paciente no Laboratório de Imunogenética e a outra cópia impressa é
colocada na pasta “Laudos e Correspondência para a Unidade de
Coordenação de Busca” que é mantida na segunda gaveta (próximo a porta do
laboratório) da área de “Recebimento de Distribuição de Amostras
Biológicas” com aviso que destina-se aos cuidados de L.P. Esta cópia será
levada diariamente para o HNSG pela funcionária L.P. Diariamente, o
assistente da Unidade de Coordenação de Busca de Doador Não-
Consangüíneo vem ao laboratório para buscar os laudos e entregá-los as
coordenadoras de busca (L.P. e M.F. – r. 6530).”
A Instrução de Trabalho destaca dois pontos mais importantes no processo de entrega
do laudo: que o laudo dos exames chegue nas mãos do médico solicitante para a
conclusão de seu diagnóstico; E que a privacidade do paciente seja preservada. Por isso
a entrega deve ser realizada somente ao “pessoal autorizado”.
No entanto, não fica claro na ITR nº 39 quem seriam as pessoas específicas autorizadas
a receber os laudos dentro do HC. Ademais, não há previsão na Instrução de quaisquer
comprovantes de entrega destes laudos aos seus solicitantes, deixando o processo sem
finalização.
##/Fato##
Causa
O Laboratório de Imunogenética do HC tem uma instrução de trabalho frágil e falha, e
mesmo assim, os funcionários não seguem as suas orientações.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“A implantação dos exames no SIH deixa no sistema o exame à disposição da equipe
médica. Para os externos o envio é via correio eletrônico, com o devido arquivamento
dos resultados de exames enviados.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Entende-se que persistem as inconsistências no processo de entrega dos laudos, uma vez
que não há definição da pessoa autorizada a realizar a entrega, bem como, a definição
de quais são as pessoas autorizadas a receber os exames.
A disposição dos laudos no SIH permite um amplo acesso, indaga-se se o SIH é capaz
de limitar o acesso aos laudos conforme perfil do usuário? Em relação ao
encaminhamento dos laudos via e-mail, torna frágil o processo de entrega, uma vez que
não há ambiente de autorização.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 24
Recomendação 1: O Laboratório de Imunogenética deve orientar seus funcionários a
seguirem as instruções de trabalho afim de uniformizar os procedimentos relacionados à
entrega dos exames.
1.1.1.11 CONSTATAÇÃO
Necessidade de aprimorar os fluxos operacionais e de controle interno do
Laboratório de Imunogenética, atentando para a segregação de função.
Fato
Conforme descrito ao longo deste relatório, foram identificadas diversas fragilidades,
sendo as mais relevantes:
- divergência nos registros de serviços executados, faturados e pagos;
- não faturamento de serviços prestados para o SUS e instituições externas;
- falta de padronização nas nomenclaturas e códigos de identificação;
- deficiência no processo de entrada dos serviços (requisições); e
- deficiência no processo de saída dos serviços (entrega).
Em última análise, não foi identificado um fluxo claro de regulação interna para a
realizaçãos dos exames no laboratório de imunogenética do HC. Por ter uma atuação
bastante singular, o laboratório apresenta situações peculiares e sem a regulamentação
necessária.
Além das fragilidades abordadas pontualmente no presente relatório, entende-se
relevante destacar os seguintes pontos onde há risco de controle:
Segue fluxograma do processo para facilitar a compreensão:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 25
Em relação ao fluxograma, percebe-se a ocorrência das seguintes fragilidades (vale
destacar que, os apontamentos a seguir são válidos tanto para os exames de origem
interna como de instituições externas):
A) Quando da coleta da amostra para realização do exame:
- não há identificação do agente receptor/coletor da amostra; e
- não há documento emitido pelo agente receptor/coletor da amostra autorizando a
realização do exame.
B) Registro dos exames a serem realizados na Planilha “Recepção de Amostras”:
- não há mecanismos para verificar se todos os exames requisitados estão registrados na
referida planilha. Deveria haver um cotejamento das informações emitidas na etapa
anterior com os dados registrados na planilha;
- não há mecanismos para verificar a adequação dos dados registrados, especialmente
quanto às abreviaturas e código de identificação já descrito neste relatório.
C) Realização de exames no Setor de Processamento das Amostras:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 26
- não há mecanismos para verificar se todos os exames realizados foram submetidos às
etapas anteriores;
- deve ser incluída na rotina administrativa do agente realizador dos exames a
verificação de aspectos como: se a realização do exame foi autorizado pelo agente
competente; se a regularidade da amostra foi certificada pelo agente coletor/receptor; se
o exame está devidamente registrado na Planilha “Recepção de Amostras”;
- constitui falha de controle “presumir” que todas as etapas foram realizadas, pois, não
há mecanismos que evitem que uma “amostra” seja encaminhada diretamente para o
Setor de Processamento;
- não há um agente responsável pela verificação dos laudos emitidos pelo Setor. Isto é,
deve ser verificado se todos os laudos emitidos estão suportados por requisições
devidamente autorizadas; e
- não há mecanismos para verificar a realização de “exames não autorizados”.
D) Liberação e entrega dos resultados:
- não há identificação do agente responsável pela entrega dos laudos;
- não há previsão de rotinas relacionadas à entrega do laudo. A boa prática de controle
sugere que o entregador retorne ao Laboratório com um atesto de recebimento do
receptor;
- não há previsão de controle gerencial sobre a entrega dos laudos.
E) Faturamento e Pagamento:
- não previsto no fluxograma. Em regra, a Planilha de Requisição deve ser
retroalimentada com as realizações dos exames, com a finalidade de identificar os
serviços efetivamente prestados para fins de faturamento;
- não há indicação do agente responsável pelo levantamento dos exames realizados para
faturamento, o que impossibilita a verificação, a posteriori, se efetivamente os serviços
foram pagos;
F) Verificação da permissibilidade da requisição:
Também não previsto no fluxograma, trata-se de etapa que antecede o item A –
Recebimento da Amostra. Ou seja, não há definição das condições em que o
Laboratório pode realizar os exames.
Além das situações já descritas, onde o Laboratório recebe amostras internas do HC e
de instituições externas, há pedidos oriundos de todo o Brasil, uma vez que o
Laboratório do HC é referência nacional.
Entretanto, os critérios para a admissibilidade do pedido não estão definidos,
necessitando a regulamentação de aspectos como:
- critérios de aceitabilidade das requisições de exames. Justificar especialmente porque
o Laboratório do HC foi selecionado para a realização do serviço;
- informações e documentos necessários para a aceitabilidade do exame, tais como:
nome da instituição demandante; nome do médico demandante; descrição do serviço; e
- definição do agente responsável pela análise e aprovação dos pedidos de exames.
G) Considerações finais:
A avaliação do fluxo demonstra que o principal risco é a possibilidade de realização de
exames não autorizados pelos agentes internos. Por serem exames de alto custo –
especialmente no mercado privado – deve-se considerar o risco do agente interno,
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 27
especialmente àquele que possui acesso ao Setor de Processamento de Amostras,
utilizar o material/equipamento público para fins privados.
Tal risco é ainda maior, considerando que os equipamentos não são capazes de emitir
registros históricos de produção e por serem laudos (isto é, papéis de fácil ocultação e
transporte). a segurança física destes documentos deve-se basear no controle de
impressão.
Neste contexto, entende-se que as seguintes medidas administrativas são viáveis, além
do aperfeiçoamento das deficiências elencadas nos itens A~F anteriores:
G.1) Segregação de Função:
Deve-se delimitar os agentes responsáveis pelas diversas etapas do processo, quais
sejam:
- agente responsável pela autorização da requisição;
- agente responsável pela recepção/coleta da amostra;
- agente responsável pelo registro da requisição e cadastro do paciente;
- agente responsável pela realização do exame e emissão do laudo;
- agente responsável pela revisão e aprovação final do laudo emitido; e
- agente responsável pela entrega do laudo.
Com a finalidade de garantir uma adequada segregação da função, cada um dos agentes
deve verificar se as etapas previstas foram devidamente observadas, exemplificando:
- o executor do exame deve verificar se o exame está registrado e autorizado; e
- o entregador deve verificar se o exame está registrado e autorizado.
G.2) Segurança Física:
- deve restringir o acesso às dependências físicas dos laboratório em horários não
previstos; e
- considerando que o produto é um laudo – isto é, um papel – deve ser implantado um
controle na saída (isto é, na impressora) do mesmo. Tal controle pode ser na forma de
um agente estranho à execução controlar as saídas (registrando em planilha de controle)
ou eletrônico, ou por meio de registro de saídas na impressora (caso seja possível).
##/Fato##
Causa
Fluxos administrativos/financeiros e de controle interno que não contemplam de modo
satisfatório todas as etapas do processo e também com deficiência na segregação de
função.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Concordamos e iremos aprimorar os fluxos administrativos, financeiros e de controle
internos, conforme recomendação, já com o SIH implantado, desde a coleta da amostra
para a realização do exame (letra a), com o envio do resultado ao solicitante até o
efetivo recebimento do valor devido.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 28
Análise do Controle Interno
A efetividade das rotinas a serem implementadas será objetivo de avaliação em
auditorias futuras.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se o aprimoramento dos fluxos administrativos,
financeiros e de controle internos, atentando para a resolução das deficiências apontadas
nos itens A~G do presente relatório.
1.1.1.12 CONSTATAÇÃO
Deficiência na metodologia de mensuração/apropriação dos custos dos serviços
prestados pelo Laboratório de Imunogenética
Fato
Apesar de prestar serviços de alta complexidade (isto é, de alto custo), o Laboratório de
Imunogenética não possui metodologia de precificação consolidada, capaz de precificar,
serviço por serviço, os respectivos custos.
Conforme descrito no item 1.1.1.1 do presente relatório, são prestados serviços para
instituições externas e sem a precificação adequada dos custos não é possível a cobrança
de valores justos.
Com a finalidade de estimar os custos vigentes no Laboratório de Imunogenética, foram
realizados os levantamentos dos principais custos desta unidade:
A) Folha de pagamento:
Em maio de 2015, os 14 servidores estatutários lotados no laboratório apresentaram um
folha de R$ 100.312,00. Projetando este valor para o ano, tem-se 12 meses + 13º salário
+ 1/3 férias, perfazendo R$ 1.337.159,00. Adicionando 22% pertinentes à contribuição
patronal, soma-se R$ 1.631.334,00.
B) Custo dos insumos por exame:
B.1) HLA (conforme planilha “Custo Sequenciamento 30ABR2014”):
Quadro 17 – Custos de Insumo por Exame - HLA
Descrição Custo Insumo (R$) Valor SUS (R$)
HLA-A 232,26 230,00~500,00
HLA-B 224,43 230,00~500,00
HLA-C 216,26 125,00~500,00
HLA-DRB1 193,69 125,00~400,00
HLA-DQB1 203,59 125,00~350,00
HLA-DPB1 193,69 FONTE – Planilha “Custo Sequenciamento 30ABR2014”
B.2) Quimerismo (conforme planilha “Custos Análise de Quimerismo STRs
Mercado Interno 26FEV2015”):
Quadro 18 – Custo de Insumo por Exame - Quimerismo
Descrição Custo Insumo
(R$)
Valor SUS
(R$)
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 29
Quimerismo – Leucócitos Totais 365,62 434,00
Quimerismo – Sub-população leucocitárias 905,82 935,00 FONTE – Planilha “Custos Análises de Quimerismo STRs Mercado Interno 26FEV2015”
Demais exames: sem informações sobre custos de insumos.
B.3) Informações sobre a produção:
Conforme planilha “Recepção de Amostra GERAL”, entre 07 de julho de 2010 a 15 de
outubro de 2014, ou seja, 41 meses, foram realizados: 13.571 HLA; 2.018
Quimerismos; 1.503 provas de anticorpos; e 6 provas cruzadas, perfazendo uma média
anual de: 3.972 HLA; 591 quimerismos; e 440 provas de anticorpos (obtidos pela
fórmula – número do período/41 x 12).
Obs.: as informações da planilha não permitem identificar os sub-tipos de exame.
B.4) Estimativa de custo:
A ausência de dados não permite a apropriação precisa dos custos, tornando a
metodologia bastante “grosseira”, porém suficiente para a emissão do parecer, conforme
argumentos a seguir.
Conforme descrito no item B.1, o custo anual estimado com a folha de pagamento é de
R$ R$ 1.631.334,00, e como descrito no item B.3, em média, foram realizados 5.003
exames (soma do HLA, quimerismo e prova de anticorpos) por ano, perfazendo um
custo médio de R$ 326,00 por exame.
Somado este valor aos custos dos insumos descritos no item B.2 tem-se:
Quadro 19 – Comparativo de custos X valor pago pelo SUS Descrição Custo Insumo + Mão
de Obra (R$)
Valor SUS (R$) Diferença Negativa
(R$)
HLA-A 558,26 230,00~500,00 58,26~328,26
HLA-B 550,43 230,00~500,00 50,43~320,43
HLA-C 542,26 125,00~500,00 42,26~417,26
HLA-DRB1 519,69 125,00~400,00 119,69~394,69
HLA-DQB1 529,59 125,00~350,00 179,59~404,59
HLA-DPB1 519,69 s/informação s/informação
Quimerismo –
Leucócitos Totais
691,62
434,00 691,62
Quimerismo – Sub-
população leucocitárias 1231,82
935,00 1.231,82
A informação da coluna “Diferença Negativa” indica a diferença a menor entre o valor
pago pelo SUS e o custo do HC, demonstrando prejuízo frente aos custos. Vale ressaltar
que, o déficit é ainda maior, pois não foram considerados diversos custos diretos como
energia, água, funcionário FUNPAR, depreciação dos equipamentos e custos indiretos
(como rateio de despesas administrativas, de manutenção predial, etc).
##/Fato##
Causa
Ausência de metodologia e ferramenta capaz de apropriar os custos.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 30
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Concordamos e acatamos as sugestões, para tal estaremos aprimorando nos processos
de apuração de custos junto ao SEPLAN (setor de planejamento) para uma
precificação mais apurada, na cobrança dos exames realizados a terceiros externos.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A efetividade das rotinas a serem implementadas será objetivo de avaliação em
auditorias futuras.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se a instituição de uma metodologia de apropriação de
custos, de forma a permitir uma precificação dos serviços prestados pelo laboratório.
Recomendação 2: Baseado nos custos levantados, redefinir os valores cobrados das
instituições externas, de forma a não apresentar prejuízos financeiros.
1.1.1.13 CONSTATAÇÃO
Necessidade de fomento à produção no propósito de compatibilizar os custos
Fato
Conforme descrito no item 1.1.1.12 anterior, o custo médio pelo serviço é superior ao
valor pago pelo SUS. Com a finalidade de reduzir o custo médio há necessidade de
elevar o volume dos serviços prestados.
As informações prestadas pelo laboratório de imunogenética demonstram as seguintes
atividades prestadas pelos servidores:
- N.F.P. – Diretora – supervisão geral das atividades;
- A.C.F.S. e M.E.S.W. – Secretárias – responsáveis pelo atendimento de clientes,
agendamento, arquivo de prontuário, controle de material de expediente, entrega da
laudos, etc.
Nas atividades finalísticas estão lotados os seguintes servidores:
Quadro 20 – Servidores por Atividade finalística
Servidor Setor I Setor II Setor III
D.M.M. X
N.C.S. X
R.R.S. X X
M.F.M. X
A.C.M.L. X X
L.P. X
C.L.T. X
M.C.F. X
J.G. X
L.N.D. X
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 31
M.F.L.G. X
M.R.Q. X FONTE – Relatório “Atividades em cada sub setor do laboratório março 2015”.
Sendo as principais atividades desenvolvidas pelos Setores:
- Setor I – Processamento de amostras e preparo de reagentes – registro de amostras de
sangue; extração e leitura de DNA; preparo de soluções; etc;
- Setor II – Histocompatibilidade – aplicações dos métodos SSO, SSP e SBT; tipagem
HLA; pesquisa de anticorpos anti-HLA; teste de esfregaço; teste de proficiência; e
- Setor III – Pesquisa de Quimerismo pós-TMO – preparo da análise genética do DNA;
obtenção de dados pelo software GeneMapper; análise e interpretação dos dados;
elaboração e emissão de laudos; etc.
Dos servidores elencados no Quadro 20, 2 estão em licença saúde, assim, efetivamente
10 servidores vêm atuando nas atividades finalísticas. Considerando a média de 5.003
exames realizados anualmente (item 1.1.1.12.B.4 deste relatório), tem-se uma média de
2,5 exames realizados diariamente por servidor (5.003 / 200 dias úteis / 10 servidores).
##/Fato##
Causa
A falta de levantamentos de custos incorre na deficiência de percepção quanto à
necessidade de produção de forma a equalizar as receitas e as despesas. Por mais que
não seja possível compatibilizar os custos com a “tabela SUS”, a identificação dos
valores servirá de parâmetro para mensurar a necessidade de produção da unidade.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n. 466/2015_GAB_Super/CHC-UFPR/EBSERH, de 30 de setembro
de 2015, a Unidade manifestou-se como segue:
“Ciente das observações. Estamos dispostos a realizar um estudo para reavaliar os
processos e aprefeiçoar a produtividade, inclusive com a possibilidade de realocação
de profissionais para outros setores do Laboratório em primeira instância, ou para
outros setores do CHC conforme necessidade.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A efetividade das rotinas a serem implementadas será objetivo de avaliação em
auditorias futuras
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se a reavaliação dos processos produtivos de forma a
otimizar o uso dos recursos disponíveis e fomentar a produtividade.