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Parceria SINDHOSP/Fleury cumpre sua 9ª edição Páginas 4 e 5 Páginas centrais ANS divulga lista de hospitais com critérios de qualidade Páginas 12 O QUE A SAÚDE DE SÃO PAULO GANHA COM A NOVA LEI DE ZONEAMENTO? Ano XXXIII | ed. 373 | Abr | 2016 Foto: LEANDRO GODOI

ˆ˚ˇˆ˘ ˙ ˙˚ˇ - SINDHOSP · • Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo Delegados representantes• ... do Boston Consulting Group (BCG)

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Parceria SINDHOSP/Fleury cumpre sua 9ª ediçãoPáginas 4 e 5

Páginas centrais

ANS divulga lista de hospitais com critérios de qualidade Páginas 12

O QUE A SAÚDEDE SÃO PAULOGANHA COMA NOVA LEI DEZONEAMENTO?

Ano XXXIII | ed. 373 | Abr | 2016

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Editorial

| Jornal do SINDHOSP | Abr 20162

SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Ben (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected]

RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529, [email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected]

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030, [email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected]

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Editora interina: Aline Moura (MTB 42946) | Reportagens – Aline Moura • Ana Paula Barbulho • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado

Fotos – Leandro Godoi e ThinkStock | Produção gráfica – Ergon Art (11) 2676-3211 | Periodicidade Mensal | Tiragem 15.300 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos

de saúde, órgãos de imprensa e autoridades. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 9o andar,

São Paulo, SP, CEP 01041-000 | Fone (11) 3224-7171, ramais 255 e 214 • www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

Recentemente, recebemos o trabalho encomendado pela FEHOESP e pelo SINDHOSP ao Insti-tuto Brasileiro de Tributação e Pesquisa (IBPT). A pesquisa traz dados impactantes a um setor já abarro-tado de impostos: se o desejo do governo federal se tornar uma realidade, o setor de serviços poderá passar a pagar até 9,25% de PIS/Cofins, sem ter mais o direito de arrecadar os tributos de maneira cumulativa.

Os estudos do IBPT levam em conta que o governo busca cobrir um rombo de cerca de 2% em sua arrecadação do PIS/Cofins. Daí a necessidade de se aumentar a cobrança, e penalizar todo um setor que não poderá abater créditos de notas fiscais para mitigar as alíquotas, uma vez que não possui insumos para tanto.

A saúde, em especial, será uma das áreas mais prejudicadas. Nós já pagamos uma carga tributária que gira em torno de 33%, uma das mais altas do mundo. Estados Unidos e Japão pagam 12% e 13%, respectivamente. Índia, 17%; México e China, 16%.

O cenário pode se tornar desolador se nada for feito. Mas parece óbvio que este não é o mo-mento de se discutir projetos de lei. O Congresso Nacional e o Senado Federal estão paralisados pelo processo de impeachment, que pode se consolidar a qualquer momento. No fechamento desta edição do Jornal do SINDHOSP, ou quanto ele estiver chegando às mãos dos leitores.

No entanto, é importante falarmos em reformas, e tocar-mos em assuntos delicados como este. Principalmente quan-do vislumbramos a chegada de um governo de transição, que se mostra disposto a mudanças. Temos de alertar a sociedade sobre o furor arrecadatório deste governo. E apontar cami-nhos sustentáveis. Um deles é trabalhar pelas reformas tão urgentes, como a tributária, a política, a previdenciária e a trabalhista. Antes delas, no entanto, creio que seja necessário construir um novo pacto federativo, que permita que a distri-buição da arrecadação entre os Estados seja mais igualitária. O outro caminho, talvez o mais urgente, é trabalharmos por um

Brasil limpo e ético. Estamos chegando lá!

presidente

Yussif Ali Mere Jr

NO CAMINHO CERTO

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Em dia

Abr 2016 | Jornal do SINDHOSP |

SEM QUALIDADE NÃO HÁ EFICIÊNCIA

SAÚDE MENTAL PROMOVE ENCONTRO

Esse foi o tema central do seminário QualiHosp 2016, realizado no dia 18 de abril, na Fundação Getúlio Vargas, na capital paulista. Cerca de 300 profissionais do setor da saúde acompanharam os debates sobre a eficiência em diferentes sistemas de saúde, com exemplos práticos de diversas organizações da área, bem como a visão de estudiosos do tema.

O evento abordou as novas práticas e os novos conhecimentos em gestão de serviços e siste-mas de saúde com ênfase na gestão da qualidade, avaliação da assistência e segurança do paciente, além de promover o intercâmbio de experiências entre os participantes, fortalecendo a gestão dos serviços e sistemas de saúde público e privados, por intermédio do incentivo à melhoria da qualidade e da sua avaliação.

Na conferência sobre a visão comparada e eficiência na saúde, Ana Maria Malik, da FGV-EAESP, Carlos de Pietro, da Universitá Bocconi de Milão (Itália), Douglas Woods e Violetta Ostafin, ambos do Boston Consulting Group (BCG) dos Estados Unidos, mostraram o que tem sido feito para me-lhorar os resultados e os indicadores em outros países. Um dos exemplos é o da Suíça, que como um país extremamente descentralizado e rico, com indicadores muito distantes dos brasileiros, se dá ao luxo de ter qualidade sem eficiência. Na sua experiência aparecem alguns dos dilemas do SUS, como a manutenção de alguns serviços pouco reconhecidamente ineficientes por pressões diversas.

Um dos exemplos mais citados na área hospitalar de eficiência é o Hospital Israelita Albert Einstein, que tem aplicado o seu mo-delo por toda a sua rede, na qual constam o hospital central, suas unidades satélites e os hospitais públicos sob sua gestão.

Outro exemplo conhecido é o do Sa-bin Laboratório clínico, que tem constado anualmente dos rankings de melhores em-presas para se trabalhar e que tem expan-dido suas instalações, do Distrito Federal para outros Estados do país.

No debate sobre as relações entre conceitos econômicos e indicadores de

Reunido na sede da FEHOESP, na capital paulista, o Comitê de Saúde Mental da entidade rea-lizou seu primeiro encontro do ano, no dia 30 de março.

De acordo com o coordenador do grupo, Ricardo Mendes, a partir de 2016 o comitê passa a segmentar suas discussões em dois grupos: saúde pública (SUS) e saúde suplementar (operadoras de planos). O objetivo é direcionar as ações e otimizar as deliberações em relação à área que cada estabelecimento atua dentro dos cuidados em saúde mental.

Com isso, esta reunião foi mais voltada para a questão da contratualização dos serviços com as operadoras de planos. O gerente de Assistência à Saúde da FEHOESP, Danilo Bernik, fez uma explanação aos presentes sobre a Lei 13.003/2014 e suas resoluções normativas, que tratam das regras para a celebração de contratos entre planos de saúde e prestadores.

Os membros do comitê também trataram de pontos como glosas injustificadas, atrasos em

eficiência e sua utilização em saúde, trabalhar aspectos da cadeia de valor do setor, para colocar a questão em perspec-tiva foi uma das soluções apresentadas.

No fim do evento, um talk show foi realizado com al-guns dos palestrantes. Na sequência foi realizado o lança-mento da 2a edição do livro Gestão em Saúde, de autoria de Gonzalo Vecina Neto, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, e Ana Maria Malik, coordenadora do GVSaúde. Conhecida e respeitada por oferecer um texto sólido e abrangente, a obra foi revisada e aprimorada para adequar seu conteúdo à realidade atual da saúde e da gestão de seus serviços, setores fortemente influenciados por mu-danças políticas, econômicas e sociais.

Indispensável a estudantes e gestores da área da saú-de, o livro mantém a organização em cinco partes, sendo as quatro primeiras dedicadas aos temas mais relevantes so-bre gestão, processos, organização e fun-cionamento dos serviços da assistência à saúde, e a quinta, a estudos de casos, que proporcionam ao leitor exercitar seu racio-cínio crítico, avaliar situações-problema e solucioná-las.

O grande diferencial desta edição está na modernização do projeto gráfico, no aperfeiçoamento das ilustrações e, espe-cialmente, na vasta atualização do conteú-do, que, além de ter sido meticulosamente revisado, foi enriquecido com a inclusão de dois capítulos (Governança Clínica e Segu-rança do Paciente) e a substituição de to-dos os estudos de casos, que certamente despertarão novas e frutíferas discussões.

pagamentos e o novo rol de procedimentos obrigatórios dos planos segundo a Agência Nacional de Saúde Suple-mentar – ANS. São eles 21 novos procedimentos na área de saúde mental; aumento das sessões de psicoterapia, de transtornos globais e autismo; e a inclusão de medicamen-tos para determinados diagnósticos.

Participaram da reunião Vera Lucia Mariano (Hospital Vera Cruz); Arnaldo Coutinho (Pró-Saúde Mental); Regina Von Atzingen (Instituto A Casa); Claudio Lopes (Centro Bezerra de Menezes); Patricia Reigruber e Luci Almeida (Clínica Maia); e Solange Louzada (Jurídico SINDHOSP e FEHOESP).

Gonzalo e Ana Maria lançam livro ao final do evento

4 | Jornal do SINDHOSP | Abr 2016

Em dia

AFINAL, COMO SUPERAR A CRISE?Com quase 11 milhões de desem-

pregados, o país vive uma de suas maio-res crises econômicas, agravada por grandes incertezas políticas. A sensação é de que Brasil está parado, aguardando desdobramentos futuros para conti-nuar seu caminho. A saúde, no entanto, não pode esperar. Mas também sofre com as instabilidades de numa nação em busca de mudanças.

Como já é tradição, todos os anos o SINDHOSP e o Grupo Fleury se reú-nem para debater os desafios e as so-luções para o sistema de saúde suple-mentar, ou privado, num seminário concorrido. Este ano, o evento realizou-se em 14 de abril, na sede do Fleury, zona sul da capital paulista.

Embora conte com financiamento maior em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) – 58% do orçamento de saúde do país é destinado a 50 milhões de pessoas contra 42% para os 150 milhões restantes – o setor privado também enfrenta dificuldades de sustentabilidade, agra-vadas pela crise econômica. “Mais pessoas sem emprego significam menos clientes nas carteiras dos planos de saúde, já que a maioria dos planos hoje no Brasil são empresariais”, destaca o presi-dente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP), Yussif Ali Mere Jr. Ele participou dos debates do dia 14, e classificou o mercado privado de saúde como “vibrante”, mas ressaltou a necessidade de mudanças, no senti-do de preservar sua viabilidade. “Até porque, ele é fundamental para o nosso desenvolvimento”.

Para Yussif, não é o mercado da saúde que está em crise, mas o país. “A saúde suplementar, em particular, é uma riqueza que nós temos. São 50 milhões de pessoas, muito mais do que a população de países europeus”.

Durante o seminário, Yussif apresentou em primeira mão alguns resultados de uma pesquisa encomendada pela FEHOESP e pelo SINDHOSP para avaliar o impacto do PIS e Cofins no setor de serviços em saúde, já que o governo pretende aumentar a alíquota. “Um aumento de impos-to para o setor viria a prejudicar todos: prestadores, operadoras e só vai aumentar a arrecadação federal”, destacou.

Segundo a pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Tribu-tação (IBPT), há uma expectativa de que o governo proponha acabar com o sistema cumulativo de cobrança do PIS/Cofins, o que prejudicaria em muito o setor de serviços. “Hoje, nós da saúde pagamos 3,65% de alíquota, e podemos chegar a ter de pagar 9,25%. Mesmo descontando créditos, teríamos um au-mento de quase 2% nos tributos, o que representaria queda de lucro e, sobre-tudo, de empregos no setor”, alertou o presidente do SINDHOSP.

Segundo ele, a arrecadação do PIS/Cofins representou, em 2015, o montan-te de R$ 255 bilhões, correspondendo a 21% da arrecadação federal. “Está atrás apenas do INSS e do IRPF. Ou seja, é a terceira alíquota do governo federal. É cla-ro que nesse momento o governo precisa de uma solução, e o mais fácil para ele

é aumentar imposto. Mas é preciso que se faça uma reengenharia: gastar menos e diminuir de tamanho”, afirmou.

Yussif defendeu ainda um novo pacto federativo. “Não adianta falar em reforma tributária apenas. Sabemos por que a reforma tributária não anda no Brasil. Dezoito estados recebem muito mais do governo federal do que contri-buem. E os outros nove pagam mais do que recebem. Evidentemente, que este pacto federativo tem que ser discutido, e é muito mais importante do que qual-quer reforma”, defendeu.

O estudo FEHOESP/IBPT, na íntegra, estará disponível em breve nos informativos do Sindicato e da Federação.

LEI 13.003

A Lei 13.003, de 2014, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), estabeleceu a obrigatoriedade de contratos escritos entre planos de saúde e prestadores de serviços, além de fixar um índice de reajuste que deve ser adotado caso não haja negociação entre as partes nos ajus-tes anuais de preço.

Apesar da legislação, os prestadores de serviços em saúde ainda encontram dificuldades para negociar com planos. O gestor do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS), Marcelo Gratão, apresentou os resulta-dos da segunda edição da pesquisa sobre a relação entre operadoras e prestadores na saúde, feita pelo departa-mento de Assistência à Saúde da FEHOESP. Nela, ficaram demonstrados os impasses encontrados. Segundo Gratão,

prestadores de serviços ainda recebem propostas aviltantes de reajustes por parte dos planos, encontram dificuldades para falar nos canais de atendimento, e demonstram temor de descredencia-mento caso não aceitem as propostas das operadoras de planos de saúde.

Para o gerente geral da FenaSaú-de, Sandro Leal, a livre negociação nos contratos é a forma mais eficiente para a sustentabilidade do setor. Ele alertou para os riscos da indexação na saúde su-

Yussif: Precisamos de um pacto federativo antes de qualquer reforma

9O SEMINÁRIO SINDHOPSP/FLEURY APONTOU CAMINHOS

9a edição foi a mais concorrida; público lotou auditório

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Em dia

Abr 2016 | Jornal do SINDHOSP |

AFINAL, COMO SUPERAR A CRISE?plementar a qualquer índice externo que, necessariamente, não reflete as necessi-dades das partes envolvidas e desestimu-la a busca por eficiência. Em apresenta-ção durante o painel, o gerente geral da Fenasaúde falou sobre o desafio atual, com a redução do número de beneficiá-rios e a elevação da proporção de pessoas com idades mais elevadas em relação aos mais jovens, aumentando a despesa per capita. Também ressaltou que o aumento dos custos dos insumos e da frequência de utilização agrava a variação dos custos médico-hospita-lares, que já crescem acima da inflação. Para Sandro Leal, o momento de retração é um desafio a ser superado com es-forço de toda a cadeia produtiva, eliminando ineficiências e desperdícios. Para ele, a Lei 13.003 é positiva na medida em que estimula a formalização dos contratos e a previ-são de negociação anual de reajustes, mas não deve ser instrumento que iniba a livre negociação. Detalhou, ainda, os esforços empreendidos pelas operadoras para garantir a recontratualização e os resultados obtidos até o momento.

A ANS também está fazendo uma pesquisa sobre con-tratualização entre operadoras e prestadores de serviços. O objetivo, de acordo com a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, é obter um panorama de-talhado sobre a celebração de contratos estabelecida a par-tir da edição da Lei nO 13.003/2014, para que a Agência pos-sa aprimorar as ações nas relações entre os planos de saúde e seus estabelecimentos ou prestadores conveniados.

As operadoras respondem per-guntas relacionadas ao aumento dos contratos por escrito após a edição da Lei 13.003, às formas de reajuste aplica-das aos hospitais, consultórios e profis-sionais, às causas de glosas e às medidas adotadas para a resolução de conflitos com a rede conveniada.

Para os prestadores, as perguntas versam sobre os pontos de desacordo mais frequentes na celebração dos contratos, as formas de reajuste, os prazos para pagamento e o percentual de guias glosadas.

A construção da qualidade é o mais importante, segundo Martha

A pesquisa estará disponível até 31/05/2016. A participação é voluntária e as respostas não ensejarão a aplicação de multas. Cabe ressaltar, ainda, que não haverá a divulgação de dados individualizados por operadora ou por prestador.

Para Martha Oliveira, que também esteve no Seminário SINDHOSP/Fleury, o foco dos debates deve ser o fator qualidade. “Ele é muito mais re-presentativo do que o aumento do IPCA, porque traz a discussão de verdade sobre qualidade para dentro do setor. Também porque estamos conseguindo, pela primeira vez, sentar maduramente para discutir em que lugar nós, Brasil, estamos nessa questão da qualidade. E aí eu posso dizer pra vocês que ainda estamos muito ruins. A gente não aprendeu a coletar, a gente não aprendeu a medir, a gente não aprendeu a usar dado, a gente se sente melindrado de ser avaliado, a gente não tem cultura para entender o que é isso. Por isso eu acho

que essa construção é uma das mais importantes”, disse. Quanto ao receio que os prestadores ainda possuem de enviar denúncias à ANS relacio-

nadas a planos de saúde, Martha considera “normal”. “É a primeira vez que esse processo está sendo feito. Mas é preciso que os prestadores se identifiquem, porque o processo administrativo tem que cumprir algumas etapas. Mas traçamos algumas estratégias, e começamos a aceitar denúncias anônimas, vindas de associações e federações. Nestes casos, a agência não poderá abrir processos de multa, mas irá oficiar a operadora e questioná-la se aqueles procedimentos es-tão acontecendo”. Martha explicou que já recebeu denúncias deste tipo por parte de entidades como Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Brasileira de Hospitais (FBH).

O evento dedicou ainda parte de sua programação para tratar da Troca de Informações na Saúde Suplementar – TISS, da ANS, em painel que contou com Claudia Cohn, presidente da Abramed; Marizélia Leão Moreira, gerente de Padronização da ANS; e Sônia Bastos, superinten-dente da Bradesco Saúde.

As participantes destacaram a TISS como um avanço, mas que ainda precisa de aprimora-mentos, como reconheceu Marizélia Leão, da ANS. “Para dar certo, é preciso melhorar a própria terminologia”.

Ao final das apresentações, foi realizado um debate com todos os convidados, mediado pelo diretor de Relações Institucionais do grupo Fleury, Wilson Shcolnik.

Contando com a presença de di-rigentes, empresários, representantes do governo e do setor, o presidente do Grupo Fleury, Carlos Alberto Iwata Marinelli, resumiu a importância do evento. “Nosso objetivo é promover o debate de temas da mais alta relevância para o segmento de saúde, na direção da real sustentabilidade das nossas ativi-dades e negócios”.

Também estiveram presentes os diretores da Federação e do Sindicato Luiz Fernando Ferrari Neto, José Carlos Barbério e Roberto Muranaga.

Sandro Leal, Marizélia Moreira, Sônia Bastos, Yussif, Claudia Cohn, Martha Oliveira e Wilson Shcolnik (sentido horário)

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Manchete

| Jornal do SINDHOSP | Abr 2016

A cidade de São Paulo ganhou, desde 22 de março, uma nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) - a chamada Lei de Zoneamento. A medida é o conjunto de regras de parcelamento e uso público e privado do solo do município, que normatiza e define as atividades que podem ser instaladas nos diferentes locais da cidade. A lei foi elaborada durante um processo que du-rou 18 meses no Executivo e no Legislativo municipal, contando com a participação da população. Na versão final da norma, os locais destinados para áreas verdes foram aumentados em 50% e para habitação de interesse social para 85%.

Os setores da educação e da saúde também foram beneficiados com a permissão de constru-ção de estabelecimento de serviços de saúde e universidades em novas áreas da cidade. “A Lei de Zoneamento trata não somente do uso e ocupação do solo, mas também da atividade e do de-senvolvimento econômico. Conseguimos traduzir esse desejo de sair da crise com mais velocidade utilizando aquilo que a LPUOS permite”, garante o vereador Paulo Frange (PTB), relator do projeto de lei (PL) 272/2015 que deu origem à nova lei nO 16.402 (Lei de Zoneamento), em entrevista ex-clusiva ao Jornal do SINDHOSP.

A nova medida é um complemento ao Plano Diretor Estratégico aprovado no ano passado. Ao todo, foram 48 audiências públicas com a participação de 8 mil pessoas, 250 mil acessos ao site da Câmara e mais de 5.500 contribuições da sociedade ao projeto que deu origem à LPUOS. “Foi um exemplo de participação da população na Câmara. A nova lei tem 280 artigos com quadros que mostram o aproveitamento e uso do solo e mapas georreferenciados. É também o braço ope-racional do Plano Diretor, que vai orientar o desenvolvimento e o crescimento de São Paulo pelos próximos 13 anos, até 2029”, conta Frange.

Segundo o vereador, a norma divide a cidade em três zonas diferentes de agrupamentos: ter-ritórios de transformação, qualificação e preservação. Na primeira, o objetivo é promover o aden-samento construtivo e populacional das atividades econômicas e dos serviços públicos, a diversi-ficação de atividades, a qualificação paisagística para adequar o uso do solo à oferta de transporte coletivo e a proteção ambiental.

Já nos territórios de qualificação há manutenção de usos residenciais não existentes, fomen-tando as atividades produtivas e a diversificação de usos ou adensamento populacional moderado. Os de preservação, que são áreas para a conservação de bairros consolidados e de baixa e média densidades, com conjuntos urbanos específicos, têm áreas destinadas a atividades econômicas e preservação ambiental.

Pela nova lei a instalação de comércio, serviço e indústrias na periferia, nas chamadas Zonas Mistas de Interesse Social (ZMIS), é incentivada e libera a construção de hospitais, postos de saúde, creches, escolas, universidades em áreas verdes. O texto também permite, pela primeira vez na cidade, a instalação de pontos de comércio e serviços dentro de bairros preservados - as chamadas Zonas Estritamente Residenciais (ZERs).

A ocupação nas ZERs será feita em alguns corredores viários, ruas principais de bairros re-sidenciais, que poderão abrigar atividades comerciais, e é chamada de Zona Corredor (ZCor). A medida estabelece três tipos de ZCors: 1, 2 e 3, de acordo com a inserção de cada uma dessas ruas no contexto local ou regional.

PROJETO MODIFICA OCUPAÇÃO DO SOLO, CRIA O COMPLEXO DE SAÚDE E INCENTIVA A CONSTRUÇÃO DE CLÍNICAS E HOSPITAIS

SAÚDE DE SPÉ BENEFICIADA COM NOVA LEI DE ZONEAMENTO

As ZCors incidem em lotes limítrofes às ZERs ou às Zonas Predominantemente Residenciais (ZPRs) que fazem frente para vias que exercem estruturação local ou regional, destinadas aos usos não residenciais compatíveis com o uso residencial e com a fluidez do tráfego, com densidades de-mográficas e construtivas baixas.

E foi aí que a saúde ganhou muito com a nova Lei de Zoneamento. Nas Zonas Corredores, onde já eram permi-tidos os pequenos comércios, consultórios médicos e algu-mas pequenas clínicas, com a nova norma foi permitido a implantação de estabelecimentos de serviços de saúde de pequeno, médio e grande portes, respectivamente, nos três tipos de ZCors (1, 2 e 3).

As chamadas atividades nR1-4, que são as empresas de serviços de saúde de pequeno porte destinadas ao atendi-mento da população, sem pronto atendimento médico, que estejam dentro do perímetro do residencial sem incomo-didade, ou seja, sem a presença da ambulância, por ser um ambiente estritamente residencial, poderão ser instaladas em regiões como os Jardins, City Lapa e Pacaembu (ZCor 1). Nestes bairros também foram proibidos bares e restauran-tes por serem regiões tombadas, protegidas pelos órgãos de patrimônio histórico devido suas características urbanísticas e de vegetação.

Foi permitido nos corredores de média intensidade os serviços de saúde de médio porte destinados ao atendimen-to da população, com área construída computável menor que 7.500 m2 (nR 2-5). “Aqui está uma grande parte das ativi-dades de saúde que passam a ser desenvolvidas nessas áreas nobres. São Paulo tem 65 residenciais, a maior parte deles tem a chamada ZCor 2, onde estão muitas clínicas e labo-ratórios. Todos estariam irregulares se não tivéssemos co-locado essa atividade permitida na Zona Corredor”, explica o vereador relator. Ele faz questão de esclarecer que a nova LPUOS não é uma lei de anistia, mas traz para a regularidade os estabelecimentos dessas áreas que estavam de maneira irregular. Essas empresas de serviços de saúde passam a ter a partir de agora o chamado uso conforme de zoneamento.

Para Frange, o grande ganho da saúde da capital paulis-ta foi ter a permissão de funcionar a atividade de clínica ou

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Manchete

Abr 2016 | Jornal do SINDHOSP |

policlínica, laboratórios de diagnóstico por imagem e de aná-lises clínicas onde até então não era permitido. “A mudança na lei trouxe a oportunidade de contemplar essa situação para atender demandas, por exemplo, nas avenidas India-nápolis e Europa, que têm inúmeros imóveis abandonados que, a partir de agora, podem ser utilizados para serviços de saúde desse porte. Com isso, contemplamos o segmento de serviços de saúde que mais precisam ser instalados em imóveis de padrão de médio porte (500 m2 ou mais).” Neste tipo de estabelecimento, os serviços de pronto-socorro com ambulância continuam restritos devido ser área residencial, onde a comodidade precisa ser preservada.

Na ZCor 3, mais permissiva, agora podem ser instaladas clínicas de grande porte. São os estabelecimentos chamados nR3-8, com área construída computável igual ou superior a 7.500 m2. “São Paulo ganhou uma grande área onde não era permitido nada e agora pode ter clínicas de médio e grande portes, que é o caso da Avenida Morumbi, onde há imóveis escuros e não há nada de serviços de saúde naquela região a não ser o Hospital Albert Einstein”, relata o vereador.

Assim como nas Zonas Residenciais com Corredores comerciais, as ZCors 1 e 2, na ZCor 3 também não é permi-tido a presença de ambulâncias. “Todas essas mudanças e a permissão de construção e instalação de novos estabeleci-mentos de serviços de saúde mostram que dos 40 milhões de m2 de áreas estritamente residenciais em São Paulo, 20% (8 milhões de m2) estão sendo destinados às áreas de Zonas Corredores. Isso mostra o quanto a saúde ganhou porque antes esse tipo de serviço estava excluído desse ambiente”, garante Frange, que também é médico cardiologista.

AMPLIAÇÃO DA ÁREA CONSTRUÍDA

As mudanças para a área da saúde não param por aí. Outro ganho foi considerar a saúde, do ponto de vista de edificação, área de incentivo. Com a nova Lei de Zoneamen-to, a cidade toda passou a ter o direito de utilizar o aprovei-tamento do terreno de 50% de adicional. Ou seja, em 6% da cidade nos terrenos das chamadas Zonas de Eixo de Estru-turação Urbana (ZEUs), que está sobre o eixo da mobilidade

urbana (trem, metrô e corredor de ônibus), foi permitido construir quatro vezes a área do terreno. Já a saúde poderá construir seis vezes o tamanho do espaço de área computável.

Os espaços vazios de terminais de metrô, trem e de ônibus na capital paulista também podem ser ocupados por prédios residenciais, faculdades e shoppings. Os novos empreendimentos po-derão avançar para cima até quatro vezes mais em relação ao que já está construído nesses locais.

As construtoras, segundo a nova lei, terão de fornecer 10% dos apartamentos para o progra-ma de habitação de interesse social. Na esteira da medida, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), segundo Paulo Frange, estuda destinar espaço na estação Bresser-Mooca (linha3-vermelha) para projetos habitacionais. A iniciativa estaria sendo formatada nos moldes de uma parceria público-privada (PPP).

Áreas localizadas nas estações Itaquera, Jabaquara e Tucuruvi do metrô são as com maior potencial para a instalação de residenciais e comércio.

Outro ajuste no texto da nova lei para as ZEUs são que os apartamentos construídos nessas regiões poderão acrescentar uma vaga de garagem para cada 60 m2 da área total do imóvel. Além disso, como vantagem, o proprietário não arcará com o adicional de construção e nem com o IPTU da garagem extra durante três anos.

Nas Zonas de Centralidade (ZC) e Mista (ZM), que juntas representam quase 25% da cidade, o coeficiente de aproveitamento permite construir até duas vezes o tamanho do terreno. Com a nova lei, a saúde tem mais 50% também, ou seja, vai poder construir três vezes a área do espaço, por causa da volumetria dos hospitais. E, onde tem área residencial, em que se pode construir ape-nas uma vez o tamanho do terreno, para o setor da saúde ficou o direito de construir uma vez e meia a área do terreno, devido haver densidade menor nessas regiões.

Considerando as áreas não computáveis de construção, que são garagem, elevador, escadas, circulação, somadas com a área computável, o espaço total disponibilizado para a construção e ocupação de estabelecimentos de serviços de saúde acaba chegando em 2,44 vezes a área do ter-reno. Portanto, na nova medida, numa área de eixo onde os serviços de saúde podem construir seis vezes a medida do espaço determinado, a construção poderá ter 14,6 vezes o tamanho do terreno.

Outro avanço é que foi acrescido às Zonas de Estruturação Metropolitana (ZEMs) o apro-veitamento do terreno de duas vezes para outros estabelecimentos comerciais, e para a saúde a permissão de construção de imóveis quatro vezes mais 50% se estiver a até 600 m de raio de uma estação de trem ou metrô ou de um corredor de ônibus. “São áreas em regiões como a da Mar-ginal Tietê e no Centro da cidade. Essa possibilidade de construção ampliada vale para hospitais e universidades”, comenta o vereador.

COMPLEXO DA SAÚDE

Também nasceu na nova lei o conceito de complexo da saúde, que foi estabelecido no Plano Diretor. Isso quer dizer que os lotes de 20 mil m2 com predominância de uso relacionado à saúde, educação em saúde e pesquisa em saúde, reconhecidos por um órgão municipal, passam a ter os mesmos direitos de incentivo de 50%, inclusive num raio de 150 m deste mesmo lote. “Significa que essas áreas poderão ser expandidas para os outros quarteirões do entorno. Agora está claro na lei que essas edificações podem ser unidas por passarela e, com isso, as instituições que estiverem enquadradas nesse quesito não mais dependerão de toda tramitação da prefeitura, que geralmente demorava mais de dois anos.” Paulo Frange relata que esta foi a experiência vivida com a passarela do Hospital do Coração (HCor), que demorou quase três anos para ser autorizada. “Agora é automático e possível, em São Paulo, a ligação por passarela de prédios com a mesma atividade.”

No caso de complexo de saúde, como poderá utilizar os 150 m do entorno, a ideia é interligar os prédios da mesma instituição: hospital, universidade, centro de pesquisa e hotel, tudo por passa-rela ou subsolo, como em Chicago (EUA), até o limite de 20 mil m2 - tamanho máximo do lote na cidade de São Paulo, pois acima disso é necessário a criação de um novo viário (rua). Isso tudo só é possível se 60% da atividade predominante for saúde.

Os chamados complexos de saúde podem ser instalados em qualquer área da cidade, com exceção do sistema de áreas protegidas e áreas verdes (Sapavel).

Foram realizadas cerca de 50 audiências públicas para discutir a lei

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Manchete

Frange revela na entrevista que o setor da saúde tinha mais reivindicações que serão atendidas no novo Código de Obras. O atual é de 1992 e está muito defa-sado. “No novo código, outros instrumentos serão utilizados para atender a área da saúde, principalmente no que tange as chamadas áreas técnicas, consideradas um grande desafio. Vamos deixar claro se as áreas de tomografia, ressonância, de gases medicinas, todos os espaços que não são usados para a atividade-fim que servem de apoio para os hospitais se são ou não área computável na construção. Até o fim de maio pretendemos que o novo código esteja sancionado. Assim, a cidade de São Paulo terá novo Plano Diretor, nova Lei de Zoneamento com um novo Código de Obras. Aí sim, estamos prontos para o futuro.”

ESTRATÉGIAS DA LEI

Assegurar o direto à moradia a quem precisa; aproximar emprego e moradia; qualificar a vida urbana nos bairros; melhorar a mobilidade urbana; reorganizar as dinâmicas metropoli-tanas; promover o desenvolvimento econômico da cidade; incorporar a agenda ambiental ao desenvolvimento da cidade e a preservação do patrimônio cultural da cidade são as estratégias da nova Lei de Zoneamento. “A medida reconfigura a cidade, porque você terá terra demarca-da e o recurso destinado para a desapropriação. Também prevê que só se construirá espigões onde haja estrutura de transporte já instalada. Isso evita os congestionamentos que se verifica na cidade onde grandes espigões foram construídos em ruas estreitas e sem transporte público disponível”, garante o vereador.

Frange ainda destaca que para garantir que terrenos privados que estejam em Zona Especial de Interesse Social (Zeis) sejam de fato usados para esse fim a prefeitura será obrigada a comprar esse terreno utilizando os instrumentos disponíveis pela lei. “O primeiro deles é usar 30% dos recursos do Fundo de Urbanização para desapropriar. Nas áreas de operação urbana da venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) 25% tem que ser destinado para produção de moradia popular. Em terceiro lugar, há o IPTU progressivo no tempo. Se a pessoa não der destinação, função social na terra, será aumentada a alíquota do IPTU em até 15% do valor do imóvel.”

A promoção do desenvolvimento econômico, de acordo com o relator, deu-se pela criação de Zonas de Desen-volvimento Econômico (ZDE) e Zona Predominantemente Industrial (ZPI), com a proteção dos usos industriais re-gularmente instalados. As indústrias que ficaram em outras zonas de uso terão um regramento para sua regularização.

As Zonas Especiais de Preservação Cultural (Zepec) foram contempladas, fi-xando o prazo máximo de dois anos para

análise pelos órgãos de preservação dos imóveis com indica-ção de tombamento para que sejam mantidos como Zepec.

O grande desafio da nova LPOUS, segundo Paulo Fran-ge, foi iniciar o debate do Plano Diretor em 2013, com o PIB de 2,4%, com a aprovação em 2014, com PIB de 0,4%, e aprovar a Lei de Zoneamento no início de 2016 com o PIB de -3,5 %. “Isso nos motivou a usar todas as ferramentas possíveis dos parâmetros da lei para não impactar na matriz de custo da construção civil, que naturalmente é repassado para o consumidor final.”

Mas, apesar de todos os percalços e dificuldades, o vereador acredita que os objetivos foram alcançados. “Na nova medida garantimos moradia digna, orientamos o cres-cimento, melhoramos a mobilidade, qualificamos a vida nos bairros, promovemos o desenvolvimento econômico, incor-poramos a agenda ambiental e preservamos o patrimônio cultural. Por fim, é a lei possível!”.

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Frange, autor do projeto que deu oirgem à nova Lei de Zoneamento

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TÊM INÍCIO OS SEMINÁRIOS DO BÚSSOLA

BIOBRASIL DEBATE SOBRE SANTAS CASAS

No dia 7 de abril, foi dada a largada para o Projeto Bússola 2016, que visa auxi-liar clínicas e serviços de home care para al-cançar a acreditação oferecida pela Orga-nização Nacional de Acreditação (ONA). Nessa data, foi realizado o primeiro semi-nário de sensibilização na capital paulista.

Promovido pela FEHOESP e pelos seus sindicatos (SINDHOSP, SindJundiaí, SindhosPru, SindMogi das Cruzes, Sind Ribeirão e SindSuzano) e organizado pelo IEPAS, o Bússola foi criado em 2013 para atender uma necessidade do mercado em relação à acredi-tação para clínicas de serviços de saúde. Até então não existia no mercado nenhum programa semelhante de acreditação para clínicas. “O sucesso das edições de 2014 e 2015 do pro-jeto nos permitiu avançar na ideia de levar a gestão da quali-dade para todos os pequenos e médios estabelecimentos de saúde que representamos, e que são a maioria dos serviços em atividade em todo o Estado de São Paulo”, declarou o gestor do IEPAS, Marcelo Gratão, que abriu o encontro.

Na oportunidade, foi apresentado um vídeo do presi-dente do IEPAS, José Carlos Barbério, que não pode estar

O Comitê da Bioindústria da Fiesp (BioBrasil) pro-moveu debate em 6 de abril, sobre a situação das Santas Casas no Brasil e no Estado de São Paulo, além da melho-ria do seu sistema de operações.

O coordenador titular do BioBrasil, Ruy Baumer, abriu a reunião falando sobre a atuação do comitê e so-bre a importância das entidades médicas. “São respon-sáveis pela maioria dos atendimentos de saúde no país

presente. “O processo de certificação da qualidade é, na verdade, um projeto educacional. Vivemos um constante desafio na área da saúde por várias razões, dentre as quais a de precisarmos sempre estar atentos aos nossos procedimen-tos. O nosso propósito e o da ONA é o de assegurar, cada vez mais, a qualidade necessária para certificar as instituições que nos acolhem em sua qualidade e me-lhoria de processos.”

Para a superintendente da ONA, Maria Carolina Moreno, que também es-teve no seminário realizado em São Paulo, é preciso aprimorar a prestação de serviços de saúde. “A qualidade é algo variável e que necessita de planejamento, por isso é sempre tão difícil implementá-la. Na saúde, o desafio vai além, porque a atenção ao paciente começa na sua chegada. Por isso, a implantação da gestão da qualidade é tão importante para os prestadores de serviços em saúde, pois

traz para a instituição a reorganização dos processos e atividades, redução de custos, diminuição de retrabalho, motivação dos colaboradores e maior envolvimento dos líderes.”

A partir de 15 de maio até 22 de julho, será realizada a segunda etapa do Bússola, a de diag-nóstico, que consiste na instrução pela instituição acreditadora credenciada (IAC), que, como em 2015, será a Fundação Vanzolini, que fará visita a empresa participante, emitirá o relatório com os processos existentes e as mudanças que precisam ser realizadas para conseguir o certificado de acreditação da ONA.

A fase de capacitação será realizada de 5 agosto a 30 de novembro, quando profissionais da ONA irão ministrar sete módulos para discutir as premissas do Manual Brasileiro de Acreditação. Após esta etapa, as empresas participantes terão um ano (até dezembro de 2017) para implantar as mudanças necessárias e solicitar a visita de acreditação.

e são um importante elo na nossa cadeia produtiva. Sem dúvida, merecem nosso apoio”, ressaltou.

“País que caminha para o desenvolvimento investe na saúde”, afirmou o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti.

Segundo ele a tabela do SUS está defasada há mais de 10 anos, e de cada 100 reais gastos, o hospital recebe somente 60 reais. “Definitivamente isso é uma vergonha pública. No míni-mo a remuneração para a saúde deveria acompanhar a inflação”, sustentou.

Rogatti citou algumas dificuldades enfrentadas pelas Santas Casas – entre elas, a falta de dinheiro no orçamento da saúde, o pagamento lançado após a realização de procedimentos e a necessidade de redefinir o teto de repasses de algumas instituições.

O provedor das Santas Casas de Misericórdia de São Paulo, José Luiz Egydio Setúbal, ex-plicou como conseguiu minimizar os impactos quando assumiu a gestão do hospital. “Assim que ocupei o cargo foquei no controle absoluto do caixa”, disse.

Setúbal fez ajustes rápidos das linhas de despesas, como a redução da folha e gestão de su-plementos. Substituiu o time gerencial, focou em ganhos de produtividade/ocupação, investiu em tecnologia da informação, renegociou dívidas com o BNDES e CEF e fontes de receita.

Também participaram da reunião o vice-presidente do Instituto Coalizão Saúde e diretor da Faculdade de Medicina da USP, Giovanni Guido Cerri; o presidente da FEHOESP e do SN-DHOSP, Yussif Ali Mere Junior; o vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto; o membro titular da Academia Nacional de Medicina, Raul Cutait, entre outras autoridades.

Gratão inicia mais uma edição do Bússola, em São Paulo

Colegiado debateu os problemas de financiamento das Santas Casas

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H1N1: CAMPANHA DA FEHOESP DESTACA MEDIDAS DE CONTROLE NOS PRONTOS-SOCORROSCom a chegada do outono e do in-

verno, os casos de gripe aumentam con-sideravelmente nos prontos-socorros. O que ninguém esperava é que, ainda prima-vera, com temperaturas acima da média, o Estado de São Paulo fosse surpreendi-do por uma explosão de casos da gripe A – famosa em 2009 quando chegou ao Brasil. Por isso, a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) deflagrou ampla cam-panha para divulgar medidas de controle nas emergências dos hospitais paulistas com o objetivo de evitar a transmissão do vírus H1N1 na es-pera por atendimento.

Com informações em seu site, boletins e informativos dirigidos aos hospitais em todo o Estado, a Federação res-saltou informações técnicas para alertar os hospitais sobre o aumento significativo de casos da influenza A (H1N1) no Estado de São Paulo e a necessidade de adotar medidas imediatas para controle do fluxo desses pacientes nos ser-viços de emergência.

Segundo Yussif Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, houve um aumento significativo de casos da doença nos hospitais particulares no mês de março, tor-nando-se fundamental a adoção de medidas de segurança nos hospitais. “Estamos recomendando que os serviços de emergência atentem para os casos de suspeita de H1N1 e na própria triagem ofereçam máscaras a esses pacientes. Suge-rimos ainda que os hospitais criem alas específicas, dentro do possível, para atender os infectados e os acomodem em local separado da maioria dos outros pacientes do PS. Essas medidas simples estão sendo adotadas por grandes hospi-tais da capital, mas precisam ser ampliadas para os demais em todo o Estado”, destacou, no lançamento da campanha.

“O pronto-socorro é a porta de entrada do sistema de

saúde e esse serviço possui importante papel nesse momento de surto quando dezenas de pacientes com suspeita da doença procuram os PS dos hospitais”, alerta o representante da FEHOESP.

Para o presidente da Federação, o primeiro atendimento e o diagnóstico rápido e preciso são fundamentais para o imediato tratamento do paciente in-fectado, impedindo que este paciente transmita o vírus a outros membros de sua comunidade, bairro ou cidade.

A campanha da Federação reproduz ainda, em seu site (fehoesp.org.br) e no endereço do SINDHOSP (sindhosp.org.br) informações técnicas sobre a doen-ça, seu diagnóstico e tratamento de acordo com orientações do Ministério da Saúde.

Por meio de ação de sua assessoria de imprensa, as entidades estiveram em diversos veículos de comunicação, no sentido de alertar a sociedade para os cui-

dados que se deve tomar com a gripe A. Confira, na edição digital do Jornal do SINDHOSP, as entrevistas veiculadas na TV Globo, Record, rádios Estadão e CBN, e jornais Folha de São Paulo, Agora, O Estado de São Paulo, além de sites.

DIRETOR DA FEHOESP E DO SINDHOSP ORIENTA SOBRE GRIPE H1N1O diretor da FEHOESP e vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, que é

médico, falou sobre o surto de gripe H1N1 que alardeou a população do Estado de São Paulo, devi-do a sua chegada precoce. Segundo ele, estudos já comprovaram que o vírus não é mais agressivo que nos outros anos, e que estamos preparados – do ponto de vista sanitário – para lidar com o problema.

CONFIRA OS PRINCIPAIS PONTOS DA ENTREVISTA:Como o senhor avalia a efetividade da vigilância epidemiológica na detecção da chegada do vírus H1N1 no país?Luiz Fernando: A vigilância epidemiológica dispões de um sistema bastante seguro e ágil para

identificar e prever surtos e/ou epidemias, graças a um protocolo muito bem definido de notifica-ções compulsórias frente ao diagnóstico de certas patologias. Dessa forma foi possível antecipar por quase dois meses a chegada do surto epidêmico da gripe imputada ao vírus H1N1.

Esse sistema ágil e padronizado de proceder frente a doenças de notificação compulsória nos permite ter uma certa tranquilidade em relação aos Jogos Olímpicos.

Muito embora o sistema de saúde público atravesse uma fase extremamente difícil em nosso país, o trabalho de vigilância epidemiológica permanece preservado.

Por conta do número de casos e de mortes, e da antecipação da chegada do vírus H1N1 – que geralmente aparece no inverno – cogitou-se a hipótese de que o vírus estaria mais resistente. É verdade?

LF: Realmente o vírus veio antes, e seus números já estão quatro vezes maior do que o mesmo período do ano passado. Mas estudos genéticos deram conta de que não houve mutação, segun-do estudos realizados pelo Instituto Evandro Chagas. O vírus H1N1 que circula agora, em todas as regiões do país, é o mesmo que circulou em 2015. Então a vacina que usamos ano passado continua sendo eficiente para fazer a imunização da população. Também não foi demonstrado, de forma alguma, que o vírus possui alguma capacidade de provocar outras doenças ou de se propagar mais rapidamente entre a população.

É importante ressaltar também que o alto número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (59 no Estado de São Paulo e 72 no país, até 7 de abril de 2016) decorreu em 100% dos casos pela contaminação do vírus H1N1. O que afasta qualquer hipótese da existência de outro vírus. Esta também é uma notícia alvissareira, porque mostra que estamos diante uma doença já conhecida, e não diante de algo que não conhecemos.

Outra coisa importante: de todos os casos que foram a óbito, todos apresentavam comor-

Luiz Fernando Ferrari fala sobre implicações da gripe A

Crianças de 0 a 5 anos compõem o grupo de prioridades para imunização

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Abr 2016 | Jornal do SINDHOSP |

H1N1: CAMPANHA DA FEHOESP DESTACA MEDIDAS DE CONTROLE NOS PRONTOS-SOCORROSbidades. Isto é, os pacientes já possuíam uma doença de base, como câncer, asma, diabetes etc. Portanto, a população sadia, que não possui doença crônica, pode se sentir mais protegida, e não precisa correr para tomar vacina. Se uma pessoa saudável contrair H1N1, vai passar por ela e em no máximo sete dias deverá ter sua saúde restabelecida.

Também houve muitos relatos de pessoas que não encontraram o Tamiflu – medicamento utilizado para tratar a gripe H1N1 – nas farmácias. Há desabastecimento?

LF: O antirretroviral mais conhecido para tratar a H1N1 é o Tamiflu, uma droga fabricada pela Roche. O governo, sabiamente, importou um lote inteiro do medicamento, e o disponibilizou na rede pública, que é distribuído mediante receita médica.

O Tamiflu é um remédio que possui aplicações específicas e que precisa ser usado nas primei-ras 48 horas após o surgimento dos sintomas. Não deve ter livre acesso na farmácia, para evitar uso inadequado, e evitar também que as pessoas façam estoque dele em suas casas.

Em relação às vacinas, a população ainda tem muitas dúvidas. Como a diferença entre a trivalente e a qua-dri/tetravalente. Como isso se aplica?

LF: A trivalente é a que o Ministério da Saúde tem aplicado há vários anos. Ela tem três cepas. A do vírus H1N1, isolada inicialmente na Califórnia, em 2009. A do vírus H3N2, isolada em Hong Kong em 2014, e a cepa do vírus B, isolada em Bribane, em 2008.

Já a quadri ou tetravalente possui, além dessas três cepas, uma quarta variação, do vírus B, de Phuket, de 2013. Esta cepa, em particular, ainda não foi detectada em nosso hemisfério.

Portanto, a corrida pela vacina tetravalente não se justifica e seu custo benefício precisa ser avaliado de maneira cuidadosa. Se ela custar mais caro, por exemplo, não vale a pena. Porque a trivalente já imuniza para os três vírus que circulam em nossa região.

É importante dizer que a vacina não causa gripe e nem outras doenças, mesmo porque a vacina contém apenas parte do vírus. Destacar esta informação é muito importante, porque existe uma crença entre a população de que tomar a vacina causa gripe. E muitas pessoas deixam de se imunizar por conta disso.

Esta pode ser a explicação para esta contaminação mais exacerbada que estamos vivendo agora?LF: Uma das hipóteses para a contaminação aumentada é justamente o fato de as pessoas te-

rem deixado de se vacinar em 2015, a despeito de ampla campanha feita pelo Ministério da Saúde. O calendário foi inclusive estendido, e mesmo assim não se conseguiu atingir a meta.

Lembrando que estudos epidemiológicos da gripe mostram que a vacina proporciona uma prote-ção fugaz. Isto é: a imunização começa em quatro a seis semanas depois da aplicação da dose, quando haverá uma produção plena de anticorpos. A tendência é que esta proteção se mantenha e vá caindo,

durando em torno de dez meses. Após este período, o indivíduo fica desprotegido. Este fato é importante e deve ser levado em conta nesta análise sobre os motivos que levaram a população a ficar tão vulnerável ao vírus.

Fora a vacina, quais as medidas preventivas contra a gripe?

LF: O vírus da gripe se propaga através das gotículas produzidas pela tosse ou por meio do catarro. A con-taminação é pessoa a pessoa, e se intensifica em aglo-merações. É muito comum que a pessoa contaminada coloque a mão à boca quando tosse, e depois propague o vírus através das mãos. Por isso, é importante lavar as mãos com frequência e utilizar álcool gel na impossibi-lidade de utilizar água e sabão. Isso diminui muito a con-taminação. O uso da máscara quando há tosse também é fundamental para segurar as gotículas. Mas é muito importante que essa máscara seja trocada de tempos em tempos. Utilizar a mesma máscara por períodos prolon-gados é ineficaz. Se houver tosse seca, recomenda-se a troca da máscara a cada quatro horas. Em caso de tosse com secreção, que deixa a máscara úmida, a troca deve ser ainda mais frequente.

Qual o objetivo da campanha deflagrada pela FEHOESP sobre o assunto?

LF: O fato de sabermos que a gripe estava vindo nos fez pensar em uma estratégia para mobilizar o setor, e a popula-ção. Alertamos os hospitais, que já estão acostumados a lidar com o processo infeccioso, para a importância de segregar pacientes, e mantê-los com máscaras e álcool gel. Essa sim-ples medida ajuda muita na prevenção, porque evita que a gripe se propague num ambiente de enorme circulação de pessoas.

Ao separar o paciente com suspeita, fornecendo-lhe máscara e álcool gel, evita-se que ele contamine seus fami-liares, os acompanhantes, outros pacientes. E mesmo que o diagnóstico seja descartado, o próprio paciente se protegeu da contaminação.

Também gostaríamos, ao falar sobre o tema, de tranqui-lizar a população. E reafirmar nossa capacidade em lidar com esta questão. Estamos preparados para agir.

Idosos podem ter complicações com gripes e também devem ser vacinados

Lavar as mãos é uma das formas mais eficientes de prevenção da gripe H1N1

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| Jornal do SINDHOSP | Abr 201612

ANS DIVULGA LISTA DE HOSPITAIS QUE ATENDEM CRITÉRIOS DE QUALIDADE

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divul-gou a lista de hospitais que atendem critérios de qualidade importantes para aferir o padrão de assistência prestada à população. Os dados mostram o desempenho dos estabe-lecimentos segundo três indicadores: acreditação, índice de readmissão hospitalar e segurança do paciente. É a primeira vez que a ANS disponibiliza informações sobre atributos dos prestadores, oferecendo subsídios para que os consumido-res possam acompanhar e avaliar os serviços.

“A qualidade é prioritária para a ANS e esta classificação dos hospitais traz transparência e segurança para o sistema de saúde”, destaca a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. “Em breve vamos expandir a avalia-ção para os Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT) e para os consultórios e vamos ampliar a discussão sobre qua-lidade do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Serviços (Qualiss)”, explica a diretora.

A lista de hospitais acreditados mostra todos os estabe-lecimentos que possuem certificação máxima de qualidade emitida por instituições acreditadoras de serviços de saúde. A acreditação é um procedimento de verificação externa dos recursos institucionais e dos processos adotados pelas instituições e mede a qualidade da assistência através de um conjunto de padrões previamente estabelecidos. Seu cará-ter voluntário pressupõe que apenas as instituições realmen-te interessadas na melhoria da qualidade dos seus serviços se habilitem para a avaliação.

A relação que avalia a taxa de readmissão hospitalar mostra os estabelecimentos que atenderam às exigências da ANS com relação ao índice de reinternação em até 30 dias da última alta. Este indicador mede a capacidade progressiva do prestador em ajudar as pessoas a se recuperarem de for-ma tão eficaz quanto possível e é frequentemente utilizado como parâmetro para a qualidade assistencial.

“Para que o índice seja atingido, espera-se que o hospi-tal promova melhorias no gerenciamento do quadro clínico dos pacientes, adequado planejamento de alta, capacitação constante da equipe do hospital e identificação de falhas em fluxos e protocolos de atendimento, para prover o cuidado efetivo ao paciente, a fim de que haja a desejada redução de readmissões hospitalares”, explica Martha.

Também está disponível a relação de hospitais que possuem Núcleo de Segurança do Paciente cadastrado na Anvisa. O indicador objetiva estimular a melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso seguro de tecnologias

da saúde, a disseminação sistemática da cultura de segurança, a articulação e a integração dos pro-cessos de gestão de risco e a garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde. Se-gundo a Resolução nº 36/2013 da Anvisa, todos os serviços de saúde abrangidos pela norma devem constituir núcleos de segurança do paciente. De 2014 até hoje, temos 1.338 núcleos cadastrados de um total de 6.000 estabelecimentos hospitalares. A meta é ter 100% dos hospitais que compõem a rede assistencial dos planos privados de assistência à saúde com núcleos cadastrados.

No site da ANS, www.ans.gov,br, está a lista dos hospitais com acreditação máxima, daqueles que atenderem exigências da ANS com relação à taxa de readmissão hospitalar e daqueles que possuem Núcleos de Segurança do Paciente cadastrados na Anvisa

FATOR DE QUALIDADE

A ANS também divulgou a lista de hospitais que estão sujeitos ao Fator de Qualidade - índice de reajuste aplicável nos contratos entre os estabelecimentos e as operadoras de planos de saúde. O Fator de Qualidade faz parte de um novo modelo de remuneração implantado para hospitais e profissionais da área médica que atendem a saúde suplementar e foi estabelecido pela Lei nº 13.003/2014 e regulamentado pela Instrução Normativa nº 61/2015. É aplicado nas situações em que não há negociação entre operadoras e prestadores e quando não há um índice previsto no contrato ou acordo entre as partes.

O índice possui três níveis - 105%, 100% e 85% do valor do Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA) - e é aplicado da seguinte forma:

105% do IPCA - para estabelecimentos acreditados, ou seja, que possuem certificação máxima de qualidade emitida por instituições acreditadoras de serviços de saúde;

100% do IPCA - aplicado a hospitais não acreditados, mas que participam e cumprem critérios estabelecidos nos projetos de melhoria da qualidade em saúde desenvolvidos pela ANS – como o Projeto Parto Adequado - e atendam a outros indicadores de qualidade;

85% do IPCA - aplicado aos hospitais que não atendem a nenhum desses critérios.Para o presidente do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, o IPCA é um ponto de partida, mas ainda

não é o ideal. “Obviamente que gostaríamos que a livre negociação prevalecesse. Achamos impor-tante ter um índice mínimo. Acompanhamos há muitos anos a situação dos prestadores, e sabemos de propostas abusivas, como 0,01% de reajuste. Portanto, ter um índice mínimo, como o que esta-beleceu a lei, já é algo a se comemorar”.

Para ele, o maior problema dessas novas regras é o índice de 85%. “Os prestadores de servi-ços convivem com uma injustiça histórica. Em diversas áreas, reajustes não são praticados há anos. Simplesmente os contratos não eram negociados, ou sequer existiam contratos. E como os planos de saúde têm muito poder, principalmente para aqueles pres-tadores menores que dependem enormemente das carteiras de clientes para sobreviver, foram sempre eles que ditaram as regras. Portanto, praticar hoje um reajuste de 85% do IPCA, que é um índice defasado em relação à infla-ção médica, não vai representar nem a reposição de perdas do passado”, explica.

As entidades representantes de prestadores de serviços médicos defendem que seja praticado 100% do IPCA para todos e, para os que investem em qualidade, acima dos 100%.