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Lucinda Nogueira Persona
© 2019. Direitos desta edição reservados para Entrelinhas Editora.
Impresso no Brasil 1ÂȘ edição em abril de 2019 âą 1.000 exemplares
Reprodução proibida Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida ou utilizada â em quaisquer meio ou forma, seja mecĂąnico ou eletrĂŽnico, fotocĂłpia ou gravação, etc, â nem apropriada ou estocada em
sistema de banco de dados sem expressa autorização.
ENTRELINHAS EDITORA Av. Senador Metelo 3.773 âą Jardim CuiabĂĄ
CEP 78.030-005 â CuiabĂĄ, MT, Brasil Distribuição e Vendas: (65) 3624 5294 âą e-mail: [email protected]
www.entrelinhaseditora.com.br âą e-mail: [email protected]
Editora Maria Teresa CarriĂłn Carracedo
Arte-finalização Maike Vanni
Imagem da capa e detalhes no interior Obra Pepalantus (2014), de Regina Pena (desenho digital no app SketchBook Pro para iPad)
Produção gråfica Ricardo Miguel Carrión Carracedo
Persona, Lucinda Nogueira O passo do instante / Lucinda Nogueira Persona. -- CuiabĂĄ, MT : Entrelinhas, 2019.
ISBN 978-85-7992-122-3
1. Poesia brasileira I. TĂtulo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Cùmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ăndices para catĂĄlogo sistemĂĄtico: 1. Poesia : Literatura brasileira B869.1
Iolanda Rodrigues Biode - BibliotecĂĄria - CRB-8/10014
19-23984 CDD-B869.1
Ă memĂłria de meu filho, Walter Gustavo
que em sua vida curta foi a própria encarnação
do instante.
Quem poderĂĄ deterO instante que nĂŁo para de morrer?
Sophia de Mello Breyner Andresen[ Coral e outros poemas ]
O passo do instante: a poesia outonal de Lucinda Persona
Raquel Naveira1
A sucessĂŁo das estaçÔes marca o ritmo da vida, as etapas de um ciclo de desenvolvimento: nascimento, formação, maturidade, declĂnio. Nesse ciclo eterno em que se movem a natureza, os seres humanos e as civilizaçÔes, a poeta Lucinda Nogueira Persona dobrou justamente a esquina do outono nesse belo e inspirado livro de poemas O Passo do Instante.
InĂșmeros sĂŁo os poemas em que as folhas caem, â...caem â por terra / como as mulheres fazem / quando amam / caem / desfalecidas / amarelo-tostadasâ da situação normal de outono. Percebe a oscilação de cada folha âafogada no arâ. AtĂ© mesmo em suas viagens pelo mundo, quando chega Ă cidade de Florença, âo outono
1 Escritora, professora universitĂĄria, crĂtica literĂĄria, mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de SĂŁo Paulo, autora de vĂĄrios livros de poemas, ensaios, romance e infantojuvenis. Pertence Ă Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (onde exerce atualmente o cargo de vice-presidente), Ă Academia CristĂŁ de Letras de SĂŁo Paulo e ao PEN Clube do Brasil.
foi o agente provocadorâ, na tarde gĂ©lida, coberta por um manto cinza-chumbo. E hĂĄ vendavais, tempestades, saraivadas, torvelinhos, quintais cheios de folhas, âo sol detrĂĄs da fumaça / passando lentamente por agostoâ. Em âRuĂdo Singularâ, a poeta âcaminha pelo parque / ao mĂșsico crepitar das folhas secasâ. Em âDiante do Retratoâ, defi ne-se: âSou rua que o tempo enche de folhasâ. Em âArranha-cĂ©uâ, âo outono segue tenaz degolando as folhas/ e nĂŁo tira os olhos do meu pescoçoâ. Um outono voraz, personifi cado, coroado pela epĂgrafe do livro Folhas da Relva, de Whalt Whitman. O melancĂłlico outono Ă© mais uma estação da alma do que da natureza, como diria Nietzsche. O outono, como um instantĂąneo luminoso, um quadro impressionista, acontece na poesia e no pensamento da madura, perfeita Lucinda.
Perfeita porque sua dicção Ă© clara, lĂmpida, concisa. Tem a fl uĂȘncia de quem domina as regras e as normas da lĂngua portuguesa. De quem tem lastro cultural sĂłlido, muita leitura e certeiro manejo da espada da palavra. De quem segue uma linha de raciocĂnio do princĂpio ao fi m, sem nunca perder o cordĂŁo da meada, a tensĂŁo e o nĂł de cada ponto. Na tessitura de seus poemas Ă© comovente sentir o seu amor pelo ofĂcio da escrita. Um de seus temas preferidos Ă© a refl exĂŁo sobre a prĂłpria poesia. Ela Ă© uma esteta do verso, com plena consciĂȘncia de seu trabalho artesanal e modelar. Em âGĂȘneseâ, questiona como nasce um poema. Surgem vĂĄrios desdobramentos a partir daĂ: âo poema começa na escuridĂŁo, no silĂȘncio, num descampado, nas horas difĂceis das mais difĂceis
causasâ. A poeta vai dormir tarde, absorta em seu fazer poĂ©tico Ă luz de estranhas lĂąmpadas. Escreve sem parar, letra por letra, palavras que estĂŁo em labirintos, dentro de ostras. Ă preciso arrancĂĄ-las Ă ponta de faca, esperar que as palavras âpossam pender como pĂ©rolas no fi o de um colarâ. Como Ă© bom passar os dedos de conta em conta: cadeia de mundos, gotas de chuva, lĂĄgrimas de rosa, luas cheias, rosĂĄrio do tempo. A paixĂŁo Ă© tĂŁo grande, que no poema âDeus sabe dissoâ, a poeta declara: âNada se passa / que eu nĂŁo ame em palavras / sĂlaba por sĂlaba / e depois / mergulhe no escuro / onde regurgitam poemasâ. Esse mesmo poema evocando um âpĂąntano onde regurgitam vidasâ, lembrou-me a obsessĂŁo fervilhante, de larvas e girinos na lama, do poeta Manoel de Barros para quem âninguĂ©m Ă© pai de um poema sem morrerâ. Lucinda se sente observada pela poesia, como estĂĄ expresso no tĂtulo do poema âTu me observas, Ăł poesiaâ. A poesia em vigĂlia. Vigiando sempre. Como Deus e o Diabo. E a poeta escrevendo, gestacionando, gerando poemas, a mente cheia de dĂșvidas: âmudando-se a posição de um grupo de palavras gera-se poesia?â Poesia Ă© mesmo âimpulso repentino de palavras que saem da escuridĂŁo para a luzâ. A poeta se queixa: hĂĄ infi nitos poentes e o tempo Ă© curto para existir e escrever. Treme, sobressaltada com essa revelação.
Charles Baudelaire, poeta francĂȘs, afi rma que âa poesia Ă© a infĂąncia reencontradaâ. O poeta Ă© um ser que tem voz de adulto e olhos de criança. A infĂąncia interessa Ă poesia e estĂĄ associada Ă memĂłria e Ă saudade. Lucinda,
no poema âBoneca de Panoâ, quase um miniconto, recorda-se do Natal quando tinha sete anos (idade emblemĂĄtica) e ganhou uma boneca inteiramente de pano, uma âbruxinhaâ com âpele de algodĂŁo cru, cabelo ralo, intestino de palhaâ. Um dia, jogou-a tĂŁo alto que ela ficou no telhado âa viver por conta prĂłpriaâ. Que imagem linda! O mistĂ©rio, a sede de independĂȘncia, a constatação de que nada estĂĄ sob nosso controle. O Natal aparece tambĂ©m em âCoisas de dezembroâ, numa ĂĄrvore de Natal, na presença sobrenatural de um âanjo de fogo no deserto da salaâ, envolto num halo flamejante âamarelo inocenteâ. Em âIrmandadeâ surgem os irmĂŁos perambulando no quintal, ao sol, correndo, crescendo em meio âa folga e laranjasâ.
A realidade que cerca o poeta Ă© a natureza. A paisagem muitas vezes deixa de ser mero interlocutor simbĂłlico ou simples cenĂĄrio, para se tornar representação de estados interiores do poeta. Espelho onde ele se vĂȘ refletido. O olhar de Lucinda ora pousa sobre a revoada de pardais e campĂąnulas; ora sobre uma mariposa em repouso, bruxa de antenas plumosas e sombrias agarrada a um tronco lenhoso; ora busca o firmamento onde as estrelas brilham, com suas luzes perpĂ©tuas. Em âLavrador no campoâ afirma que âEm toda pupila hĂĄ uma noite armazenadaâ. E na noite fulgura a lua, a lua acesa, macia como carne de peito, noiva grĂĄvida e cheia de leite. E a cor onde toda natureza mergulha Ă© o azul, âo azul que se deixa ver por inteiroâ, o âlĂmpido tom celesteâ, que âtudo abrangeâ. Ar, cĂ©u, ĂĄgua. TransparĂȘncia azul.
Uma poesia etĂ©rea, azul, mas voltada para as coisas simples da rotina cotidiana. Ă debruçada na janela, em âMoldura de ocasiĂŁoâ, que a poeta vĂȘ desfilarem Ă©pocas, secas, chuvas. Ă uma janela âplena de mĂ©ritos / a janela que eu tenho / aberta para fora e para dentro / nĂŁo sai de onde estĂĄ por nada / e sempre me espera / com o cĂ©u na caraâ.
Por outro lado, o cotidiano urbano tambĂ©m se faz presente nas sombras, nos veĂculos, nos âpedestres que formigam nas ruasâ; nos operĂĄrios voltando para suas casas; na cidade que se recupera depois do temporal; nos espelhos dâĂĄgua que espocam nas calçadas em mil cacos, âcomo quando se quebra um copoâ. A construção de um shopping, com sua âcinzenta muralhaâ vedando o panorama, impacta a poeta que conclui: ânĂŁo Ă© o caso de virar a pĂĄgina, / nem se trata de fechar a janela / e tampouco mudar de casaâ. NĂŁo hĂĄ para onde mudar frente ao progresso que engole com sua boca de titĂŁ devorador, o titĂŁ Tempo: Cronos.
Discreta em sua religiosidade, hĂĄ um poema que dialoga com a passagem do vale dos ossos secos, em Ezequiel 37. O profeta vĂȘ um vale cheio de ossos e, atravĂ©s do poder da palavra, os ossos se juntam, ganham nervos, carne, mĂșsculos, espĂrito, pĂ”em-se em pĂ© formando um grande exĂ©rcito. Essa visĂŁo mostra que nĂŁo hĂĄ nenhuma situação que Deus nĂŁo possa transformar. Nem mesmo a morte Ă© mais poderosa que Deus. E Lucinda completaria nos versos finais de âTutanosâ: âE tudo volta a ficar
tranquilo / restando por si o requinte / como de uma paisagem branda morna e bĂblica / de tutanos irrigando ossos.â No poema âĂtomosâ, Lucinda, biĂłloga e cientista por formação, reconhece a existĂȘncia no mundo fĂsico de ĂĄtomos que perambulam no ar, suspensos, pequenĂssimos, inquietos, elĂ©tricos, enquanto a alma metafĂsica confessa que ânĂŁo Ă© fĂĄcil ganhar o cĂ©uâ.
Outro diĂĄlogo intertextual interessante Ă© o do poema âO passo do instanteâ com o poema âConsoadaâ, de Manuel Bandeira, que diz assim: âQuando a Indesejada das gentes chegar / (NĂŁo sei se dura ou caroĂĄvel). / Talvez eu tenha medo. / Talvez eu sorria, ou diga: / â AlĂŽ, iniludĂvel! O meu dia foi bom, pode a noite descer / (A noite com os seus sortilĂ©gios) / EncontrarĂĄ lavrado o campo, a casa limpa, / A mesa posta, / Com cada coisa em seu lugarâ. âConsoadaâ significa leve refeição noturna, sem carne, que se toma em jejum. Uma sopa. Sopa citada no poema de Lucinda: a mesa posta, a sopa, âa colher perpassando o fundo de um pratoâ. A poeta acolhe a hĂłspede (serĂĄ a morte? Aquela que nĂŁo se ilude?) enquanto sorve a sopa e, âno brevĂssimo passo do instanteâ, tenta retardar o avanço da morte. A morte que Ă© natural, fato trivial, familiar. Lucinda, assim como Bandeira, Ă© calma em sua certeza da finitude. Treme Ă beira do prato de sopa que a livra da fome.
TambĂ©m no escrever sobre sentimento, Lucinda Ă© comedida. Belo o poema âDuas Almasâ, cena de um casal tomando chĂĄ, a goles lentos, sem tirar os olhos do
vapor adocicado, o amor e a cumplicidade pairando no ar. Em âRomance inglĂȘsâ, a vida do dia a dia de um casal se repete dentro de um quarto de hotel, numa gelada noite londrina. AliĂĄs, medita a poeta, alguĂ©m sempre deve dizer a outro que âmuitos, em todo o mundo / encontram na casa / o que nem sequer Ă© vistoâ. Sim, na intimidade serena da casa hĂĄ hinos, cĂąnticos, sintonia. Desfia-se o rosĂĄrio do tempo em que âo dia de um / no corpo do outro / tambĂ©m Ă© passageiroâ.
Assim, a outonal poesia de Lucinda Nogueira Persona Ă© calcada em temas universais da poesia: autoconhecimento, natureza, devaneio, cotidiano, infĂąncia, amor e morte. Afinal, de algum modo, âtudo estĂĄ contido no maior livroâ. SerĂĄ a vida um livro? âO passo do instanteâ? O importante Ă© que âo tempo favorĂĄvel Ă© agoraâ. Apenas o agora existe.
SOBREVIVĂNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
GĂȘnese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Novo retrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29RuĂdo singular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30CampĂąnulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Ătomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32Boneca de pano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Lua acesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34Folhas caem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Ao relento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Arranha-cĂ©u . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Bruxa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39O passo do instante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Confi ssĂ”es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Amor Ă s hortaliças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Azul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Tutanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Sintonia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Moldura de ocasiĂŁo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47A luz Ă© . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48Paisagem com chuva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Lavrador no campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50Com todas as letras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
CELEBRAĂĂES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Florença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55Romance inglĂȘs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56Pombos de Madrid . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58RosĂĄrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Tempo favorĂĄvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Estrelas fervilham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61O dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62CrustĂĄceo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Irmandade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64Anoitece . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65Mel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66PĂłlipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Outro domingo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68PĂșblico amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69AlguĂ©m sempre deve dizer a outro . . . . . . . . . . . . . 70Tempestuoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71Quem estĂĄ vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Diante do retrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74Chuviscam cinzas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75Sono de pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Duas almas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78Deus sabe disso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79NĂŁo guardo a sete chaves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80Grandes no efeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81Com mistura de coisa estranha . . . . . . . . . . . . . . . . 82Desamparos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83ProposiçÔes do cĂ©u . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84De grande semelhança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
NotĂcias sobre ele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86Tu me observas, Ăł poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Queixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88O transitĂłrio no espelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Clarice e as palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Ăs vezes, vou atĂ© lĂĄ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91No espaço urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92Coisas de dezembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93Dos movimentos da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . 94DĂșvida genĂ©tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95