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Joaquim Miguel, Presidente da AJAC Joaquim Miguel tem 27 anos e trabalha na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Guarda. É o Presidente da AJAC e, à beira das eleições de dezem- bro, apresenta-nos os grandes dossiês da associação: a míngua de recursos financeiros, a Sacabuxa, o Festi- val Sobressalto, o Espaço Aquático, o Castanheira Jo- vem, a Tulha, etc. > Entrevista na página 4. Chama-se Isilda Maria Prazeres dos Santos Varges Gomes, tem 60 anos e é professora de Matemática em Portimão. Desempe- nhou vários cargos e funções públicas de nomeação e eleição política, o último dos quais foi o de Governadora Civil de Faro, cargo que desempenhou até abril deste ano para se candidatar a deputada por Faro nas eleições legislativas. Entrevista na página 11. Voluntários da Castanheira Eles existem e fazem obra gratuita. São os voluntários que na Castanheira e fora dela dão o seu melhor sem pedir nada em troca > Página 5. .35 Dezembro 2011 Castanheira Social Isilda Gomes em Entrevista Entrevista Associação da Juventude Activa da Castanheira Facebook.com/Ajacastanheira Obras a Bom Ritmo As obras do Lar da 3ª Idade prosseguem a bom ritmo prevendo-se que em maio haja instalações para ocupar. Serão 30 as camas e muito quailificados os serviços que a nova estrutura vai prestar. Oxalá a dinâmica volte à Castanheira. > Página 3. Ex-governadora civil de Faro tem raízes na Castanheira

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Joaquim Miguel, Presidente da AJACJoaquim Miguel tem 27 anos e trabalha na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Guarda. É o Presidente da AJAC e, à beira das eleições de dezem-bro, apresenta-nos os grandes dossiês da associação: a míngua de recursos financeiros, a Sacabuxa, o Festi-val Sobressalto, o Espaço Aquático, o Castanheira Jo-vem, a Tulha, etc. > Entrevista na página 4.

Chama-se Isilda Maria Prazeres dos Santos Varges Gomes, tem 60 anos e é professora de Matemática em Portimão. Desempe-nhou vários cargos e funções públicas de nomeação e eleição política, o último dos quais foi o de Governadora Civil de Faro, cargo que desempenhou até abril deste ano para se candidatar a deputada por Faro nas eleições legislativas. Entrevista na página 11.

Voluntários da CastanheiraEles existem e fazem obra gratuita. São os voluntários que na Castanheira e fora dela dão o seu melhor sem pedir nada em troca > Página 5.

.35Dezembro 2011

Castanheira Social

Isilda Gomes em EntrevistaEntrevista

Associação da Juventude Activa da Castanheira Facebook.com/Ajacastanheira

Obras a Bom RitmoAs obras do Lar da 3ª Idade prosseguem a bom ritmo prevendo-se que em maio haja instalações para ocupar. Serão 30 as camas e muito quailificados os serviços que a nova estrutura vai prestar. Oxalá a dinâmica volte à Castanheira.> Página 3.

Ex-governadora civil de Faro tem raízes na Castanheira

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A “prioridade” da agricultura referida pelo presente governo como instru-

mento de “soberania” e de sustentabilida-de do país levanta a questão dos terrenos agrícolas em abandono à volta das aldeias e também da Castanheira. A real ocupa-ção desses terrenos poderia ser um fator de maior ocupação da aldeia e daria para inverter assim a situação atual de despovo-amento. Mera ilusão? Talvez, se pensarmos que os tempos não estão para muitas aju-das ou para dinheiros de sobra para zonas à partida pouco produtivas. No entanto, todos aceitamos que os terrenos agrícolas não serão ocupados se não houver uma real viabilidade económica e se os agricul-tores não estiverem próximos daquilo que cultivam. Escusamos de sonhar com os trabalhadores urbanos ou os reformados transformados em agricultores de fim de semana. Esses produzirão para si próprios em quintalórios de 50 metros quadrados mas dificilmente a distância entre a Guar-da e a Castanheira se pode fazer todos os dias. Todos nos lembramos há anos atrás de uma iniciativa do Bloco de Esquerda (BE), o Banco Público de Terras, que per-mitiria que as terras não cultivadas fossem cedidas a baixo preço a agricultores que as quisessem cultivar, mantendo-se no entan-

to na propriedade dos donos, e elevando--se o IMI para as terras não cultivadas. Já o ministro Jaime Silva tinha lançado esta ideia antes do BE mas sem sequência. O BE voltou ago-ra à carga. E a ideia já está a fa-zer caminho em certas zonas do Minho e do Alen-tejo. Desta vez o Bloco propõe a constituição de um Banco de Ter-ras abandonadas mas com aptidão agrícola, que se-riam arrendadas por sete anos, evitando-se a penalização do IMI para essa terras, numa fórmula pró-xima de uma experiência que decorre na Galiza. São daquelas ideias que parecem milagrosas mas que na nossa zona emba-tem primeiro na dificuldade de os proprie-tários aceitarem desprender-se da posse (inconsequente) das suas terras, provavel-mente para gente que não conhecem; em segundo lugar na pouca fé dos eventuais agricultores nas nossas terras, minifúndios muito mini, muito divididos por excessivas paredes e sem fertilidade e condições climatéricas suficientes para uma agricul-tura que se torne rentável; em terceiro lu-

gar em certos locais a hipótese de essas terras passarem a área para construção é também desmobilizador. Por isso seria ne-cessária uma instituição forte (pública ou

com capitais públicos) a tutelar um processo des-te tipo. A dificuldade po-derá começar por aí. Na fase atual de escassez de tudo, um sorvedouro de dinheiro sem projeto que se veja não agradará a quem manda ou distribui o dinheiro.Na Castanheira a ideia

não terá muitos pés para andar (nem sequer ao pé coxinho). E ficamos assim

com inveja do Ribatejo e do Alentejo, onde as áreas são maiores e, portanto, se po-derá eventualmente rentabilizar o negócio agrícola. E as casas rústicas abandonadas, poderiam também elas ter um incentivo deste tipo, desde que ocupadas? Que tal um programa do mesmo tipo ou a isenção de pagamento de taxas camarárias e em seguida de IMI? Daria alguma coisa? Alu-gar as casas por quase nada por períodos de 10 anos com o compromisso de elas serem bem tratadas agradará a alguém? Enquanto temos tempo de torcer o nariz, ganhamos tempo para pensar.

CASTANHEIRA JOVEM 2 Dezembro 2011

Os bancos de terras

Crónicas

> Joaquim Igreja [email protected]

Eu sou Portuguesa

E u sou Portuguesa. Não nascida, mas criada. Com orgulho e sem arrepen-

dimento! Nós somos aquele país que muita gente não conhece nem sabe onde fica, ou aquele que, para muitos, é uma província de Espanha. Mas também so-mos aquele em que quem o conhece sai conquistado, porque nós temos tudo ao nosso alcance para conquistar e apaixo-nar quem nos visita. Se assim é, porque é que tem de ser um selecionador de fute-bol brasileiro a incentivar-nos a pôr uma bandeira portuguesa em cada janela? Ou ser um banco privado a instigar-nos o orgulho de ser português? Porque na realidade sentimos, mas temos receio de mostrar.

Hoje mais do que nunca temos de afirmar quem somos e mostrar o que valemos. Temos excelentes profissionais qualifica-dos e as melhores empresas, mas por ser mais barato vamos ao país vizinho fazer as compras ou atestar o depósito do car-ro. A diferença que cada um de nós pode marcar para mostrar o seu orgulho e aju-dar o país a sair da crise começa aqui."Compro o que é nosso!" é um projeto da Câmara de Comércio e Indústria e pre-tende, entre outros "mobilizar consumido-res a preferirem produtos e marcas que geram valor acrescentado em Portugal". É um projeto que facilmente é identifica-do pelo seu símbolo, presente em muitos produtos portugueses disponíveis nos supermercados, e não só.Basta escolhermos o que é nosso quan-do tomamos a nossa decisão de compra: seja no supermercado, quando vamos abastecer o carro ou quando vamos de férias.Não vou ser hipócrita e dizer que faço a

minha parte, mas tento sempre que me é possível fazê-lo, seja nas compras do dia a dia, seja no momento de escolher o destino das férias. Vou dar um exem-plo: a Madeira. Apesar das divergências entre o Continente e o Governo Regional, é uma ilha nossa, é lindíssima e única e, cada vez mais, a oferta é variada. É ter mar e serra à distância de 10 km e um ho-rizonte que não há igual. Com as ofertas das companhias aéreas de baixo preço, poderá sair mais barato viajar para a Ma-deira que ir ao Algarve.Está na altura de pararmos para pensar e agirmos, tornando os problemas nossos, porque também o são. E cito Richard Warrell, que, a propósito do Orçamento de Estado para 2012, escreveu: "Estamos todos no mesmo barco. Somos todos portugueses, unidos por uma visão maior que nos levou a descobrir o Mundo. His-toricamente, já mostrámos do que somos capazes. Por mim, o fim acaba aqui. Este barco não vai ao fundo." E por vós?

> Marlene Gonçalves [email protected]

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CASTANHEIRA JOVEM 3 Dezembro 2011

A construção do Lar está a decor-

rer segundo o ritmo previsto. Há sempre alguns imprevistos, como foi o caso da obra estar parada du-rante algum tempo a fim de se proceder a algumas alterações do projeto, para que a construção não preci-se de sofrer remode-lações a médio prazo. Após esta paragem, a

construção foi retomada a bom ritmo, na esperança de que as intempéries não sejam muito severas, de modo a que no final do mês de maio possa estar pronto e de portas abertas.

O Lar de Idosos irá ter capacidade para 30 utentes distribuídos em 13 quartos duplos e 4 quartos individuais. Cada quarto terá a sua casa-de-banho privada e haverá outras distribuídas pelas

instalações. Contará com duas salas de convívio, uma de ativida-des, um gabinete médico, um gabinete técnico, um cabeleireiro, um gabinete para a Direção e outro administrativo, uma sala de reuniões, a sala de pessoal e as instalações para os mesmos, despensas, parque de estacionamento, elevador, lavandaria e rouparia, duas copas de apoio em cada piso, a cozinha existente e o refeitório existente.

Para as admissões aos utentes do lar está a ser feito um pro-cesso para a elaboração de uma Lista de Espera, que esperamos esteja pronta no início de 2012, tudo no âmbito também da imple-mentação do Sistema de Gestão da Qualidade.

No que diz respeito à situação financeira, a obra foi adjudicada por 509 mil euros (+IVA). Neste momento, e com as alterações efetuadas ao projeto, estima-se que a construção e o equipamen-to das instalações deverá rondar os 700 mil euros. Procedemos a um empréstimo bancário de 450 mil euros e depois de uma pri-meira volta pelas casas generosas das gentes da Castanheira, foram doados 100 mil euros. Continuamos a fazer esforços e a apelar à generosidade e possibilidade da contribuição de todos os castanheirenses para a conclusão e funcionamento desta obra.

Obras do Lar Obra no Ritmo Previsto

A tualmente trabalham no Centro Social, nas valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário, 4 funcionárias (três ajudantes de ação direta e uma cozinheira). Com o início do funcionamento do Lar de Idosos haverá com certeza novas admissões para novos trabalhadores.

Haverá necessidade de contratar alguém para assumir a Direção Técnica; um animador sociocultural que se encarregará da programação social e cultural (enquadrada de acordo com as expectativas, capacidades, vontades e gostos pessoais de cada utente) através de aulas de pintura, trabalhos manuais, música, colóquios temáticos, saídas ao exterior, visitas lúdicas e culturais, assistência a peças de teatro, ci-nema, exposições culturais diversas, entre outros. Estarão também disponíveis para todos os utentes cuidados médicos e de enfermagem prestados pelos respetivos profissionais. Deveremos contratar alguém para a realização do trabalho de apoio administrativo/ rececionista/ telefonista. E para que realizem o apoio aos idosos necessitaremos de mais algumas ajudantes para o Lar, bem como de apoio à cozinha. Realçamos que daremos preferência aos candidatos que tenha experiência profissional, formação na área e carta de condução.

Pessoal no Centro de Dia e Lar

> Padre Ângelo Martins

> Padre Ângelo Martins e Liliana Saraiva

Projeto muito estimulante no Centro de Dia

O contrato Local de Desenvolvimento Social (“CLDS Guar-da + Social”), é um projeto desenvolvido em parceria pelo

Centro Distrital da Segurança da Guarda, a Câmara Municipal da Guarda e a Associação para a Promoção Social, Cultural e Am-biental de Avelãs de Ambom como entidade Coordenadora e tem como objetivo desenvolver diversas atividades em todo o conce-lho da Guarda. Uma das ações visa promover o bem-estar físico, psicológico e social dos idosos através de sessões de Animação sócio-cultural nas várias instituições.Os responsáveis do Centro de Dia da Castanheira, contactados

pelos técnicos do CLDS, aceitaram a realização destas ativida-des, que apenas é possível de quinze em quinze dias. Fui con-tratada pelo CLDS para desenvolver estas atividades nas várias instituições aderentes e, por isso, também no Centro de Dia da Castanheira.Os objetivos específicos da Animação são a estimulação cogniti-

va, física e motora, e utilizo a seguinte metodologia:- para a estimulação cognitiva realizo sessões de canto, com mú-

sicas tradicionais portuguesas, acompanhadas a viola, cavaqui-nho e acordeão. Faço a/o recolha/levantamento de saberes como: canções, jogos, versos, poemas, ditados populares, quadras reli-giosas, contos, lendas, usos e costumes. Realizo ainda sessões de anedotas e jogos de reflexão e/ou socioafectivos, jogos cria-tivos e sensoriais; - para a estimulação física ou motora realizo bailes tradicionais através de danças de roda e de pares, jogos tradicionais, jogos com movimentos e ritmos, jogos de orientação, e jogos de Expressão Dramática.

Relativamente ao Centro de Dia da Castanheira as atividades têm--se desenvolvido muito bem. Estes utentes, mesmo apresentando já algumas limitações físicas, são muito participativos, e receptivos a jogos e atividades novas. Tenho feito uma grande recolha, a ní-vel de canções e ditados populares. Um facto que constatei foi que as funcionárias deste centro têm

uma atenção especial para com os idosos, costumam ir tomar café com eles, e algumas vezes participam na animação. Os uten-tes apreciam estes “gestos” e eu agradeço desde já a sua cola-boração porque é uma mais-valia desenvolver também atividades intergeracionais.Quero agradecer desde já a oportunidade que me foi dada em

poder realizar a animação neste Centro de Dia bem como a cola-boração e todo o carinho que tenho recebido por parte dos utentes.

> Animadora Elisabete Fernandes

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Castanheira Jovem: A AJAC tem desenvolvido várias ativida-des ao longo do ano. Qual o balanço referente a 2011?Joaquim Miguel: Do plano de atividades para 2011 fez parte

o Ciclo de Ano Novo (passagem de ano, cantar das janeiras e o concerto de Ano Novo, com orquestra de cordas da EPABI), o 3º Passeio BTT Just in Time, 2ª edição Santos Populares e o Festival Sobressalto. Além disso, a AJAC também participou nas atividades promovidas pela Câmara Municipal da Guarda, con-cretamente a Encomendação das Almas em Famalicão da Serra, com o Grupo de Cantar as Almas da Castanheira, e o lançamento do Caderno Fio da Memória, escrito por Manuel Alberto Dinis.Sentimo-nos muito orgulhosos por termos cumprido o plano de

atividades e também satisfeitos com aquele sentimento de dever cumprido. Por outro lado tristes e desmotivados pelo inexistente apoio por parte das entidades públicas, relativamente às ativida-des realizadas. Além da falta de apoio para o plano de atividades, junta-se o atraso do pagamento dos subsídios, por parte do Mu-nicípio da Guarda desde o ano 2007, que até ao momento está a dever a quantia de 16.620,37 €, onde se inclui o subsídio para

construção do Espaço Aquático, atribuído em 2004 e que está apenas parcialmente pago.Atualmente o que mantém a AJAC são as quotas dos sócios, do-

nativos e atuações da Fanfarra Sacabuxa. Com muita dificuldade e malabarismo, a AJAC orgulha-se em dizer que é boa pagadora perante os fornecedores: foi sempre uma prioridade da associa-ção honrar os compromissos financeiros.

CJ: Uma das atividades que teve mais destaque este ano foi o Festival Sobressalto. Como foi organizar uma atividade des-ta dimensão?

JM: O Festival Sobressalto era um projeto que já existia há al-gum tempo, mas que só foi possível realizar este ano, graças ao intercâmbio criado entre a Fanfarra Sacabuxa e algumas bandas que estiveram presentes no Concurso Nacional de Música 2010 promovido pela FUNDAÇÃO INATEL. Organizar o Festival foi um desafio, sem dúvida. Houve momentos de hesitação e de incer-teza, mas quisemos correr o risco. Apesar dos apoios financeiros por parte das entidades serem diminutos – o único que tivemos foram 150 € da Fundação INATEL – temos orgulho no produto final. Com a ajuda da população e o empenho dos membros da AJAC foi uma realidade concretizada.

CJ: O Espaço Aquático é uma valência importante da AJAC, que requer cuidados específicos. Tendo em conta a manuten-ção vs a rentabilidade do espaço, é sustentável?JM. Se analisarmos friamente os números, as despesas com o

Espaço são superiores às receitas que gera. Mas é um espaço que dinamiza a Castanheira durante o verão, além de concentrar os castanheirenses na aldeia, também é procurado por pessoas de fora, não tão assiduamente como desejaríamos, mas que dão alguma vitalidade à aldeia. O tempo incerto é um obstáculo, que gera automaticamente uma quebra de receita, mas as despesas são fixas independentemente do espaço estar a ser usado ou não.

CJ: Há muito que se falou no projeto "A Tulha" - um espaço de convívio da Associação. Qual é o ponto de situação do projeto?JM: É um projeto inovador, faz muita falta um espaço assim na

Castanheira, onde as pessoas se sintam bem. Principalmente quando acaba a época de Verão em que não há piscinas. O que falta neste momento é por em prática o projeto de reconstrução do espaço e equipá-lo devidamente. Infelizmente, tendo em con-ta a situação económica que atravessamos, esta não é a nossa prioridade atual.

CJ: Em dezembro a AJAC elegerá novos corpos gerentes. Que mensagem gostaria de transmitir aos Sócios?JM: A próxima direção vai enfrentar tempos ainda mais difíceis e

ter de fazer forçosamente cortes radicais no plano de atividades ou optar pela suspensão de serviços que não sejam auto susten-táveis. Aos sócios deixo uma palavra de apelo e mais interação nos assuntos da associação, mais envolvimento e participação nas atividades da AJAC, por exemplo, participando na próxima sessão ordinária da Assembleia Geral em dezembro, exercendo o direito de eleger ou serem eleitos para os corpos gerentes.

Joaquim MiguelPresidente da AJAC

Uma década é tempo suficiente para terem ocorrido mu-danças, a todos os níveis. A mudança mais recente ocorreu em agosto, não foi propositado mas coincidiu com o 11.º Aniversário. Quisemos tornar o CJ mais apelativo e dar jus ao seu nome: Castanheira Jovem. Mas a mudança mais sig-nificativa, e que pode passar despercebida a alguns leito-res, é a distribuição do boletim. Os custos inerentes à sua elaboração são elevados e rondam atualmente os 600€ por edição (paginação, impressão e envio). Anteriormente, eram custos mais elevados que estavam a tornar-se insuportá-veis, pelo que desde abril de 2009 tivemos que optar por enviar por correio exclusivamente aos associados com as quotas pagas ou a quem efetuou algum donativo no cor-rente ano à AJAC. Em tempo de "vacas magras", achámos ser a medida mais justa. Não nos podemos também esque-cer que todo o seu conteúdo é elaborado com base na boa vontade de quem escreve para o CJ e isto não tem preço. Reforçamos que o boletim está acessível gratuitamente a to-dos nos espaços habituais (Sede AJAC, Junta de Freguesia, Cafés, Centro de Dia, etc) e em formato digital na página da AJAC: ajacastanheira.wordpress.com e facebook.com/ajacastanheira.

CASTANHEIRA JOVEM 4 Dezembro 2011

> Joaquim Miguel

Castanheira Jovem

Mudança na distribuição

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A . União Europeia promulgou o ano de 2011 como Ano Euro--peu do Voluntariado. Estamos já na reta final, um novo ano

vai começar dentro de poucos dias, como tal vamos fazer uma avaliação: Será que a Castanheira é Voluntária?

Atendendo ao significado de “voluntário” surge-nos a ideia de algo que se faz espontaneamente, de livre vontade, ao qual se liga o ideal de inter-ajuda, que apesar de muitas vezes pas-sar despercebido, está presente na nossa aldeia.

Em conversas, descobrem-se quatro pessoas que se dedi-cam a esta causa, muitas mais haverá com certeza, mas estas serviram de pequeno exemplo esquemático de como podemos ser voluntários. Falamos de Estela Fortunato, Arlete Marques, Laurentina Simões e Tiago Saraiva. O Castanheira Jovem foi falar com eles para tentar responder a algumas perguntas.

Estela Fortunato disse-nos que de várias maneiras tenta aju-dar aqueles que necessitam de mais apoio dentro da aldeia, referindo entre as muitas atividades: a catequese, a visita aos mais idosos, aos doentes, levando a Sagrada Comunhão, uma palavrinha aqui, outra além… «Quem o puder fazer é muito bom!», constata com uma satisfação e um sentimento de felici-dade interior inexplicável. Termina dizendo que, enquanto tiver saúde, irá continuar a fazer sorrir muitas pessoas, pois é isso que a move todos os dias.

Arlete Marques desenvolve o seu voluntariado no Hospital Sousa Martins, sendo responsável pelo canto nas celebrações

litúrgicas da Capela daquele espaço de saúde. Distribui a co-munhão pelos doentes e acamados, acompanhando sempre este sacramento com uma palavrinha de consolo, de força e ânimo que tanto ajuda os doentes. «Ando nesta vida há 24 anos, é difícil, pois acarreta um compromisso, e é por isso que há poucos!» - lamenta, referindo que não se pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas acrescenta: «Consola--me consolar os outros».

Laurentina Simões, à semelhança de Arlete, faz voluntaria-do no Hospital onde também distribui a comunhão aos doentes e dá uma palavra de ânimo a estes. Faz, ainda, parte do grupo de ministros da comunhão da paróquia da Sé, na Guarda, onde distribui a Eucaristia pelos doentes da mesma paróquia. Refere que ser voluntário «é ter disponibilidade, é dar sem receber nada em troca e é preciso ter muito amor pelo próximo». Acres-centa ainda que só assim se justifica a entrega que é necessá-ria para o voluntariado.

Tiago Saraiva desenvolve o voluntariado sobretudo na cor-poração dos Bombeiros Voluntários da Guarda, efetuando ser-viços de piquete voluntário. Mas também fez voluntariado na Casa de Saúde Bento Menni. Refere que «o mundo precisa de voluntários, precisa de pessoas que se entreguem», mas a maior gratidão é o saber que se está a ajudar sem receber nada em troca, apenas um sorriso, uma amizade.

mas necessita-se de mais, de uma intervenção de todos!É importante existir numa aldeia esta atitude de ajuda mútua,

quer para o seu desenvolvimento quer para a sua afirmação enquanto comunidade. Não deixemos que este Ano Europeu do Voluntariado passe em branco ou despercebido. É fim do ano, mas que, com o novo que começa, comece também em nós uma força que nos conduza a sermos mais uns para os ou-tros, e que a Castanheira seja de facto uma aldeia no verdadei-ro sentido da palavra, ou seja, uma comunidade de interajuda!

Muitos interrogar-se-ão existe ou poderá existir voluntariado num meio rural onde escasseiam jovens e oportunidades de emprego. Sim, existe, basta observar em redor e poderão surgir-nos ideias como: dar dois ou três “dedos” de conversa, ajudar a ir buscar umas compras, uns produtos hortícolas, … tantos e tão variados modos de ajudar que muitas vezes nos passam despercebidos, mas felizmente acontecem.Neste jornal, por exemplo, são voluntários que realizam estes

artigos, que os ajustam, os editam e tratam de os fazer chegar até si. E quem fala do jornal, fala de toda a Associação, da AJAC, que, através de dirigentes e associados sem qualquer remuneração, apresentam à aldeia todo um conjunto de ativi-dades que a promovem a nível regional e nacional, como é o exemplo da nossa muito orgulhosa Fanfarra Sacabuxa. Outros, porém, poderiam existir. Surgem muitas ideias, umas mais prá-ticas, outras nem tanto, mas não impossíveis de realizar! Pode-remos falar de ajuda aos que estão sós, de criação de um gru-po de limpeza das matas que estão perdidas na lembrança, de apostar na ocupação de tempos livres quer para crianças quer para idosos através de um grupo que se pudesse voluntariar, entre outras ideias. É certo que algumas já se desenvolvem,

Quatro voluntários falam do que fazem

CASTANHEIRA JOVEM 5 Dezembro 2011

> Tiago Saraiva

> Tiago Saraiva

Ano Europeu do Voluntariado

CASTANHEIRA SOCIAL Fenómenos de interajuda dentro da Castanheira

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DVD FESTIVAL SOBRESSALTO ESTÁ AÍ

O Festival Sobressalto era um projeto idealizado há já algum tempo, mas que apenas este ano foi possível de ser con-cretizado.

Quando nos propusemos fazê-lo, no iní-cio do ano, sabíamos que era um objetivo ambicioso e que poderia tornar-se de difícil execução. Contudo, após contactar com as bandas que disputaram com a Fanfarra o prémio do Concurso Nacional de Música em 2010, percebemos que estávamos no caminho certo. No entanto, para o Festival ser único, tal como foi, faltava contar com a presença de outras Fanfarras. Com tan-tas e tão boas opções, a escolha foi difícil mas, por outro lado, limitada ao nosso or-çamento. Diríamos que a Farra Fanfarra foi sem dúvida a cabeça de cartaz, mas quer os Drama & Beiço quer os Bandalhada surpreenderam, apesar da sua tenra ida-de. Pensamos ter feito a melhor escolha tendo em conta as limitações financeiras.

Mas a verdadeira prova de fogo ocorreu no local, nos três dias do Festi-val. Idealizar um projeto, construí-lo, vê-lo a ganhar vida e apreciá-lo em ação, foi uma prova que supe-rámos. Tenha sido antes, durante ou depois, os lou-ros, no entanto, não são só da AJAC, são de todos: os que participaram e or-ganizaram localmente ou à distância, os que com-pareceram e apreciaram a música, os que estavam na retaguarda a garantir que nada falhava, os que deram a cara e levaram o nome da Castanheira um pouco mais longe.

Este Festival foi marcado não só pela música e pelas fornadas mas pela perse-verança e pela vontade de fazer algo mais

e algo de novo. Apesar de financeiramente não ter sido uma fonte de receita, foi sem dúvida uma fonte de inovação e de dina-mização que desejamos que se repita. Fá-cil não será, mas impossível nada o é.

Sobressalto foi em AgostoFornadas de Música

FESTIVAL SOBRESSALTO Foi boa a Festa Pá!

CASTANHEIRA JOVEM 6 Dezembro 2011

> Marlene Gonçalves

Passados 3 meses, quem não se lembra do festival Sobressalto? Certamente só quem não esteve presente! Na edição anterior tivemos oportunidade de descrever em pormenor o cartaz do Festival e todas as atividades envolventes, mas para partilhar o espírito do que se sentiu, nada melhor que recorrer aos testemunhos de quem esteve presente:

Depois disto só poderemos acrescentar o que Hugo Monteiro disse:"Estamos à espera de uma 2.ª edição!"

São 30 minutos de repor-tagem produzida pela Lo-calvisão Tv Guarda. Duran-te os dias do Festival uma equipa acompanhou a par e passo cada atuação, cada fornada e o sobressalto em que se tornou a Rua do For-no. O DVD inclui depoimen-tos dos presidentes que passaram pela AJAC (parti-lhando um pouco da história da criação da Fanfarra Sa-cabuxa), de elementos da Fanfarra, de visitantes e de locais. Para quem não teve a possibilidade de estar presente nesta edição, eis a oportunidade de conhe-cer o que aconteceu. Para adquirir o DVD basta con-tactar a AJAC através do nº 966721620 ou do e-mail [email protected].

Foi com todo o gosto que os Bandalha-da participaram neste festival, no qual po-demos dar a conhecer o nosso trabalho, e onde também podemos conviver com a vossa fanfarra e partilhar conhecimentos e mesmo experiências. Para nós que esta-mos em "inicio de vida" é um estímulo par-ticipar neste tipo de eventos, onde se pro-move a boa animação cultural e a interação com o povo. O contacto com o público de Castanheira é algo que não iremos esque-cer, bem como com a Fanfarra Sacabuxa, com os quais pretendemos manter este espírito de partilha. Os nossos parabéns à organização que em tudo foi competente e garantiu o bem-estar dos participantes. Boa continuação na organização deste tipo de eventos, que em tudo ilumina o espírito da gente de Castanheira!"

> Fanfarra Bandalhada

"O Festival Sobressalto foi mais que um evento musical, foi o relembrar e o renascer de uma aldeia que luta contra o Isolamento e o esquecimento."

> Local Visão TV

O que a nossa Banda pôde vivenciar na vossa ter-ra foi algo que muito nos marcou, desde logo pela originalidade da iniciativa. Animar um espaço (rua), uma terra que em tempos já teve muito dinamismo e em que, na atualidade, por vicissitudes várias, as-sim já não acontece, constitui um desafio que não é fácil levar a bom porto. A qualidade da vossa or-ganização, testemunhada por nós, fez com que a vossa terra ganhasse uma dimensão e uma elo-quência que merecem registos. Por todos os can-tos, em cada momento, surgia uma manifestação cultural que a todos surpreendia pelo seu elevado grau qualitativo e pela sua originalidade. Momen-tos musicais sucediam-se a outros momentos artís-ticos, diversificados, tendo sempre como pano de fundo a típica comunidade, com as suas gentes, a sua gastronomia, os seus modos de vida, etc. Para-béns pelo esforço coletivo a que meteram ombros. Precisamos de gente empreendedora como vós. A vossa Juventude demonstrou que com trabalho e dedicação, muita coisa boa pode acontecer, in-dependentemente da exiguidade dos orçamentos. Haja vontade. Votos para que se realize com a mes-ma dignidade e brilhantismo o 2º Festival. Obrigado pela oportunidade que nos deram

> Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense

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CASTANHEIRA JOVEM 7 Dezembro 2011

Chega-se à Capela de Santo Amaro numa tarde de um sol frio de outono, em finais de outubro, e não se vê ninguém. A árvore junto à capela protege o vulto da capela, tudo está mais que tranquilo, nem um carro passa. Aproximamo-nos do espaço reservado aos ex-votos e eles lá estão, resultado de promessas satis-feitas, peças de madeira, na sua maio-ria, mas também de cera, quase sempre pernas ou braços, uma ou outra cabeça.

Ao lado o forno comunitário. Espreitamos para dentro da capela, pouco se vê, o santo parece descansado a aguardar os romeiros de janeiro. Meia volta e atraves-samos outra vez a ponte. Vamos lá acima ao “povo” e não conseguimos ver nin-guém. Só dois cães que nos farejam com estranheza. E no entanto haverá cerca de 25 pessoas a viver na aldeia. Vale-nos a Ana Maria e o José Manuel, vendedores ambulantes, que encontramos à saída da aldeia e que nos dão as informações ne-cessárias.

A Festa de Santo Amaro a 15 de janeiro anima em cada ano o outro lado do Por-to Mourisco. Não pertencendo à fregue-sia da Castanheira mas sim à Cerdeira (concelho do Sabugal) é portanto a esta paróquia que compete a nomeação de mordomos em cada ano. Em cada ano, ocorre sempre o mesmo programa. Ima-ginamos já a missa solene, a procissão a sair da capela, a subir pela estrada até

ao cruzeiro e a dar a volta. Depois vêm as promessas cumpridas a dar a volta à ca-pela com os ex-votos, as arrematações e as merendas que sistematicamente os peregrinos continuam a trazer como an-tigamente, agora muitas vezes fazendo cada grupo a sua fogueira e assando carne ou servindo-se da fogueira que os mordomos fazem. As arrematações muitas vezes morrem logo ali, enchido ou focinho de porco a cheirar bem na brasa ou vinho bem vermelho a escorrer goelas abaixo ou ainda uns bolos para desenfastiar no final. O baile, quando há, decorre na Cerdeira. E deve dizer-se que os peregrinos têm-se mantido fiéis a esta romaria.

Santo Amaro passa aqui como protetor dos ossos e são essas peças (braços, pernas, costas) que mais se encontram no espaço dos ex-votos.

Pedro Dinis

> Joaquim Igreja

> Manuel Alberto Dinis

Nasceu na Castanheira em 29 de janeiro de 1924, tem 6 filhos, 11 netos e 1 bisne-to. Proveniente de uma família numerosa (9 irmãos), ainda frequentou a escola da Castanheira, onde se situa agora o edifício da Junta, tendo feito o exame da 4.ª Classe. O docente, de nome Jorge, deslocava-se da Urgueira do Jarmelo para a Castanheira, a cavalo numa égua russa (branca) que ficava habitualmente na corte, por baixo da escola. O Ti Pedro e os outros alunos, quando o tempo esta-va bom iam esperar o professor às Lajes da Carreira, mas logo que o vissem des-cer a barreira da “Da Fonte”, punham-se em fuga na direção da escola e quando o professor chegava já estavam todos à espera.Mais tarde trabalhou na agricultura, ati-vidade que desenvolvia durante todo o ano, ora na vinha que o seu pai tinha, ora em outros cultivos. Na altura da ceifa começou por acompanhar o rancho como manajeiro, deslocando-se para bem longe da sua terra: Lembra que chegavam à Quinta da Carvalheira (Quinta Nova), Bizarril, Bogalhal, Azevo, sendo que nestas localidades começa-vam a ceifa mais cedo porque o centeio

amadurecia mais rápido. Assim, todos os anos a zona de Pinhel era a primeira a ser ceifada e os ranchos começavam depois a aproximar-se, deslocando-se por outras localidades, passando por Leomil, pelas quintas da família dos Simões, entre outras. Depois de cei-farem na Castanheira, ainda restava Almeidinha, a última aldeia que teimava sempre em ficar para trás. “As pessoas faziam-no a preceito porque aproveita-vam quando os ranchos já estavam à boa vida” e o preço só poderia ser mais baixo.Em paralelo com a agricultura, o Ti Pedro ainda trabalhou no ofício do seu pai Manuel Dinis, com os seus irmãos, António, Leopoldo, Francisco e José, tendo dias em que chegavam a fazer 9 pares de calçado. Muitas vezes as suas irmãs ficavam a fiar até tarde e quando elas terminavam, acordavam-no junta-mente com os seus irmãos para irem para o ofício. Nos dias que antecediam as feiras de ano, era bem duro pois tinham que trabalhar até à meia-noite e depois metiam-se logo ao caminho para o Sabugal, Alfaiates, Soito, Vila do Touro, etc…, porque o trajeto era feito com a mula e demorava-se por vezes cinco horas até chegar ao destino.Mais tarde a mula era algumas vezes substituída pela camioneta do Pacheco (Safurdão), depois pela do Moita (Pínzio), a quem tinham que pagar 25 escu-dos pelo transporte de Pínzio para o Sabugal. Como nem sempre se vendia a “obra” toda, às vezes deixavam-se os cestos com o calçado na garagem do Ti

Joaquim Jorge (Pínzio), evitando assim o trabalho de se deslocarem com a merca-doria para a Castanheira, uma vez que a camioneta saía sempre de Pínzio. Mas a vida era muito difícil e os ganhos eram poucos, tendo mais tarde decidido abandonar o país. Por intermédio do Ti Zé “Grilo” (José dos Santos), lançou-se na aventura com o seu irmão José, o Ti Manuel Lino, a Ti Gracinda Carreira (não se recordando de outros) a caminho da França. Com alguma dor recorda que o trajeto foi duro, lembrando-se da zona dos Pirinéus onde se agarravam à vege-tação para não caírem e ficavam com as mãos e o corpo cheio de espinhos porque a vegetação não era constituí-da por giestas como lhe parecia, mas sim por espinheiros. A difícil travessia foi depois compensada com emprego imediato na construção civil, devido aos conhecimentos que os anteriores já tinham naquelas bandas. Aqui esteve 22 anos na localidade de Clermont-Ferrand, que acolheu uma vasta comunidade de portugueses.Apesar da vida lhe ter proporciona-do muita dor com a perda da espo-sa e irmãos, o Ti Pedro refere que apenas o seu filho Paulo nasceu no Hospital da Guarda, e todos os restantes filhos nasceram na Castanheira, pelas mãos das habituais parteiras, Joaquina Moreira, Ana Eugénia, Palmira Guiomar e Genoveva Fortunato, confirmando assim a grande importância que tem na sua vida a sua terra Natal, que diz com orgu-lho não haver outra assim

Festa continua RijaSANTO AMARO A 15 DE JANEIRO

ACIMA DOS 80

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Mordomos do Menino Jesus ao trabalho! Apesar da dificuldade em escolher novos mordomos para a passagem de testemunho, a tradi-ção tem-se conseguido manter ano após ano, mordomia após mordo-mia, Natal após Natal.

Cabe este ano a Alexandre Ter-ras, Nuno Robalo e Sara Abades-so realizar a festa de Natal como Mordomos do Menino Jesus. Festa esta que terá início no primeiro fim de semana de dezembro com a concentração da população para a recolha de lenha para a fogueira de

Natal. Haverá baile dias 24 e 25 de dezembro! Prometemos boa mú-sica e muita animação! Contamos com a sua presença!

Terminei o curso

de Técnica de cozinha na Escola

Profissional de Hotelaria de Manteigas em 2007 e fui trabalhar para as Piscinas da Castanheira. O Renato foi de férias, como vai todos os anos, e de ir tanta vez às Piscinas começámos a ter mais con-fiança um com o outro. Depois voltou à Castanheira no Natal e foi aí que come-çámos a namorar. Ele teve de regressar a Frankfurt (Alemanha) e eu fiquei na Cas-tanheira.Trabalhei no Restaurante da minha irmã

Ana Sofia, “O Grelhador”. E o Renato es-tava na Alemanha a tirar o curso de Con-trolador e Manutenção de Autoestrada .Tivemos de um dia decidir: ou eu vinha

para a Alemanha ou o Renato ia para Por-tugal. Foi uma decisão muito difícil, mas se o Renato viesse para Portugal, não ia ar-ranjar trabalho tão facilmente e nem íamos conseguir ter o futuro que podemos ter cá na Alemanha. Assim em agosto de 2009 lá vim eu para Frankfurt. Comecei a trabalhar num Restaurante Português, "Restaurante Ibérico" e o Renato ainda estava a tirar o curso. Depois decidimos casar e no dia 22 de janeiro de 2010 fomos casar ao consu-lado Português em Frankfurt.O Renato acabou o curso em julho e co-

meçou a trabalhar logo em agosto na sua área , como funcionário publico no estado de Frankfurt na Região Hessen. Gostamos daquilo que fazemos e estamos muito feli-zes, mas as saudades que temos do nos-so país e da nossa terra são muitas. Só dá para pensar porque Portugal não é igual à

Alemanha, em termos de trabalho e orde-nados. Porque se na Guarda pudéssemos ter o trabalho e o ordenado que temos aqui, era lógico que estaríamos aí, ao pé da nossa terra e da nossa família.Estamos sempre à espera que as férias

cheguem, para podermos ir visitar a nos-sa aldeia, é sempre uma alegria quando chegamos à fronteira de Portugal, mas é sempre uma tristeza quando a voltamos a passar para regressar a Frankfurt. Mas, bem, aqui também estamos bem, já esta-mos casados há quase 2 anos, com o nos-so emprego e com o nosso apartamento, mas estamos a pensar daqui a 1 ou 2 anos

irmos casar à nossa igreja da Castanheira.

Q uando me perguntaram se queria escrever para a rubri-ca “Gosto desta Terra” para o jornal da AJAC, comecei a pensar sobre qual das Castanheiras deveria escrever:

sim, porque eu conheço duas e elas parecem ter uma diferença do dia para a noite. Noite: a Castanheira dos meses de inver-no, com a pitoresca paisagem do interior português, a calma inerente a um tempo rigoroso e o aparente vazio da inevitável desertificação. Dia: a Castanheira que parece ser alvo de uma metamorfose anual nos meses de verão, que coincide com o regresso de muitos dos filhos da terra que procuraram outras paisagens para poder ganhar a vida. Essa Castanheira regres-sa ao esplendor de outros tempos, sempre recordados com um sorriso que é expresso mais pelo olhar do que pelos lábios. Essa Castanheira tem o seu ponto mais alto com tudo o que rodeia nas Festas em honra de Nossa Senhora da Conceição.Elas são tão diferentes quanto as duas faces da mesma laran-

ja: para conhecermos o verdadeiro significado de uma temos

de conhecer a outra. É a dife-rença entre Carlos e Frei Dinis de que falava Almeida Garrett nas Viagens da sua Terra. Falo da sua terra porque eu não sou da Castanheira mas quem de lá é revela uma alegria de per-tencer a uma terra que preza a genuinidade, a amizade e o sentimento de pertença. Uma ter-ra pequena onde todos se conhe-cem, onde todos vão beber café ao Bu-raco ou à Maria Eugénia, onde as tradições ainda valem muito: sejam elas procissões ou o convívio à volta da fogueira na noite de Natal. A isso muitos chamarão saudade… eu chamo-lhe simplesmen-

te festa. Sim, porque já não se fazem terras assim.

Cartas de longe

Gosto desta Terra

> Rita e Renato Saraiva

> Rui Medeiros

> Sara Abadesso

Duas Castanheiras, a mesma Castanheira

CASTANHEIRA JOVEM 8 Dezembro 2011

A CASTANHEIRA é a melhor Aldeia do mundo!!!"

Castanheiraem Movimento

ObitosAurélia Dinis Pires - 27/07/2011 António Dinis - 06/09/2011 Maximina Jorge Baptista - 28/09/2011 (Rabaça) José Martins Teixeira - 29/09/2011 Albino Alexandre - 03/10/2011

NascimentosInês Vitória Carreira Bailadeira nascida em Portalegre no dia 17/10/2011 Filha de Marta S. Vitória Carreira Bailadeira e Adriano Manuel A. Bailadeira.

Mordomos do

Menino Jesus

Deixamos desde já os nossos sinceros votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

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CASTANHEIRA JOVEM 9 Dezembro 2011

Começou um novo ano letivo com um peque-no aumento de alunos na turma, o que nos dei-xou a todos, alunos, professores, assistentes operacionais e encarregados de educação, bastante satisfeitos por se ter mantido a es-cola aberta pelo menos por mais um ano.

A turma do 1º ciclo é constituída por 12 alunos, 7 do sexo masculino e 5 do sexo fe-minino, com idades compreendidas entre os 5/6 e os 11 anos, distribuídos pelos quatro anos de escolaridade: 1º ano – 3 alunos; 2º ano – 4 alunos; 3º ano – 3 alunos; 4º ano – 2 alunos. Existe também uma sala onde fun-ciona o jardim de infância, frequentado por 5 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos, 2 do sexo masculino e 3 do feminino.

As aulas são asseguradas pela educado-ra e pela professora titulares de turma, que contam com o apoio de uma professora de educação especial, que se desloca à esco-la uma manhã por semana a cada uma das turmas e ainda com o apoio, ao 1º ciclo, sempre que possível, de um professor que, devido ao fecho da sua escola, por falta de alunos, se desloca à Castanheira, dois dias por semana. Na escola trabalham, ainda, duas assistentes operacionais, que asseguram a receção dos alunos do jardim de infância e escola do primeiro ciclo, o acom-panhamento dos mesmos nos intervalos, na hora do almoço, e na componente de apoio à família (CAF), estando também a seu cargo a limpeza do edifício escolar. A refeição do almoço de que todos beneficiamos, é confecionada na escola, pela co-zinheira Susana. Do plano anual de atividades destacam-se: A vinda do escritor/ilustrador Pedro Seromenho; A festa de Natal, para a qual contamos com a colaboração do Centro de Dia, Junta de Freguesia e encarregados de educação; O cantar das Janeiras; O desfile de Carnaval, pelas ruas da localidade; A vi-

sita de estudo ao Museu e ao TMG da Guarda; a deslocação à Quinta da Maúnça e as aulas de natação, da responsabilidade da Câmara Municipal.

Quanto às aulas das atividades de enriquecimento curricular (AEC), por falta de autorização do Governo, a Câmara Munici-pal não pôde proceder ao lançamento do concurso de contra-tação de professores, tendo ficado a cargo do Agrupamento de Escolas a contratação dos mesmos. E, por isso, apenas tiveram início no mês de novembro.

Esperamos um ano de sucesso e que a escola se mantenha aberta, para benefício das crianças e de toda a comunidade educativa.

O Centro Escolar da Sequeira, para crianças do Jardim de Infância e 1º Ciclo, acabou de abrir. Inaugurado no dia

da Cidade da Guarda, 27 de novembro, apresenta cerca de

15 salas de aula, estando já a funcionar para as crianças que anteriormente frequentavam as escolas do 1º Ciclo da Sequei-ra, Arrifana e Gonçalbocas. Dependente do Agrupamento de Escolas da Sequeira, tem excelentes instalações e um aspeto moderno que atrai logo os visitantes. Em princípio será este o espaço que acolherá as crianças da Escola do 1º Ciclo da Cas-tanheira se se vier a confirmar o seu fecho em 2012/13. Lurdes Pina, professora responsável pelo novo centro, depen-dente do Agrupamento de Escolas da Sequeira, explicou-nos que as salas são bem acondicionadas e os espaços exteriores bem amplos. Com um espaço aberto significativo faria falta no entanto um espaço coberto maior para as brincadeiras no in-verno. Centro de Recursos e Ginásio completam o conjunto. O Centro de Recursos está ainda a ser equipado e preenchido com os livros e material necessário, tendo já no entanto equipa-mento informático. Neste momento há 10 salas ocupadas, oito com 1º Ciclo e 2 com pré-escolar, estando ainda 4 salas livres para receber mais crianças. O sistema de aquecimento é ainda provisório estando em fase de instalação um equipamento de ar condicionado. Também nos recursos humanos se espera a colocação de mais auxiliares.

> Joaquim Igreja

> A Professora, Justina Pereira

A Escola da Castanheira Mais alunos este ano

A ESCOLA DAS NOSSASCRIANÇAS EM 2012/13? Centro da Sequeira foi inaugurado

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"Senhor António Dinis"... Pois bem, posso dizer que não conheci uma pessoa igual a ele! "Cantador", contador de histórias e anedotas, ator, fazia dramas quando era novo. Atualmente, em tom de brincadeira, imitava na perfeição o Raul Solnado. Sempre bem disposto e de uma pontualidade britânica incrível, de meter inveja a muitos ingleses.

Costumava participar em todas as actividades que eu propunha. Re-cordo com carinho o último jogo em que participou. Era necessário um noivo, e todos os colegas o nomearam para tal. Respondeu: "Já que nunca me casei, também não vai ser agora que me vou casar!" Depois de alguns acertos, chegou-se à conclusão que o senhor António seria o Padre que iria casar os noivos. Quando no jogo lhe foi pedido que começasse o sermão ele disse: "Meus irmãos, não metam os pés pelas mãos!" Mais palavras para quê?!

Um grande bem-haja por tudo o que partilhou connosco!

António Dinis nasceu em 12/09/1921. Desde tenra idade, à semelhança de tantos outros, enveredou pela aprendizagem do ofício de sapateiro. Era um artista na arte de sapateiro. De-

pois vendia as botas, que transportava numa polida arca de ma-

deira, pelas feiras da região. Apesar de nos

últimos tempos já não trabalhar na arte de sapa-

teiro, ainda era frequente vê-lo na oficina, que insisten-temente também chamamos de ofício, a fazer pequenos

arranjos em calçado.Lembro ainda que, para além da oficina, tinha um pequeno ar-

mazém onde, em organizadas filas, tinha exposto o “calçado de fábrica” para venda ao público. Lembro que era ali que nós os garotos, depois de percorrer atentamente as coloridas fileiras, escolhíamos as nossas sapatilhas.

A abnegação que sempre o caracterizou levou-o a participar ativamente na vida comunitária da Castanheira. Não dizia não, sempre disponível.

Orgulhosamente fazia questão de declamar de memória os diá-logos dos dramas que no seu tempo de mocidade ajudou a levar à cena no Largo do Calvário. Recentemente tivemos a sorte de o ver envolvido na apresentação da peça de teatro comunitário “Entristecer – o Romance de Isabel, a linda”, onde levou para o “palco” a sua vida. Entre ensaios e representações, para além de tudo o resto, as mãos que “dançam” deixaram ainda um par de botas à associação.

Fez parte de diversos executivos da Junta de Freguesia da Castanheira e não escusava emitir as suas convicções. Recordo uma reunião magna da população no salão da Casa do Povo,

onde se debatia o futuro do café Buraco, onde ele, honestamente, queria inse-rir no regulamento de con-cessão uma salvaguarda que impusesse que o bar estivesse fechado durante a missa dominical!

António Dinis era um homem religioso e era presença assídua nos serviços religiosos. Sempre no mesmo banco e ocupando sempre o mesmo lugar. Apesar da sua baixa estatura notava-se a presença de António Dinis. Faz falta a cadência e tom de voz que imprimia nas rezas. A igreja sem aquela voz ficou mais vazia.

Com uma vida pautada por objetivos bem definidos não podia desperdiçar tempo em caminhos. Tinha de apressar o passo.

Subitamente, a meio de uma caminhada que fazia para parti-cipar numa animação organizada pelo centro de dia, resolveu começar uma nova caminhada. Tenho a certeza que esse último caminho foi, tal como todos os outros, feito em passo apressado e a cantarolar. António Dinis faleceu a 06/09/2011.

António Dinis Figuras

HOMENAGEM A ANTÓNIO DINIS> A Animadora do Centro de Dia: Elisabete Fernandes

> Vitor Gonçalves

CASTANHEIRA JOVEM 10 Dezembro 2011

O privilégio proporcionado pelas muitas recolhas efetuadas para trabalhos da AJAC e o contacto pessoal que tive com o Sr. António Dinis levaram-me a ousar escrever este texto apenas baseado nas minhas memórias. Desculpem alguma proximidade

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Como recorda a sua infância em Mido (e na Castanheira)?Mido é a minha terra de nascimento, a terra onde passei os meus pri-

meiros anos, onde casei e portanto a terra onde tenho as minhas raízes das quais não abdico. Tenho muita honra em ter nascido no seio de uma família honesta e trabalhadora a quem o granito e o gelo da Beira Alta deram a força para lutar e vencer.

Conhece a Castanheira? Vem cá regularmente? Ainda convive com a família da Castanheira?

A Castanheira faz parte integrante da minha vida. Tenho muito orgulho em toda a minha família e relembro com muita saudade e nostalgia os tempos que lá passei. Os meus pais tinham como princípio nas nossas idas à Castanheira visitar toda a família, daí que os tenha todos bem presentes, dos mais jovens aos mais idosos.

Relembro com muita saudade os meus avós, os meus tios avós, os meus tios e os meus primos. Tenho muito presente os serões na casa dos meus avós onde se fiavam as teias de linho e de estopa, as brinca-deiras do meu tio António, o carinho com que todos nos recebiam e a mágoa de não os visitarmos com mais frequência. Ir à Castanheira era sempre um dia de festa.

Tenho pena que a distância e a vida tão ocupada me tenham impe-dido de ir à Castanheira com mais frequência, mas continuo a sentir a Castanheira como uma presença muito feliz na minha vida.

Que atividade profissional e cargos públicos exerceu ao longo da sua carreira?

Sou professora, apesar de não ter lecionado nos últimos 14 anos, pe-ríodo em que desempenhei vários cargos e funções públicas de no-meação e eleição política. Assumi a

Coordenação Distrital do Projeto Vida na legislatura do Pri-meiro Ministro António Guterres, sendo que, ainda no exercí-cio desta função, fui convidada para Delegada Regional do Programa Vida-Emprego, cargo que exerci apenas durante um ano. Após este período assumi a função de Vereadora a tempo inteiro e mais tarde a Vice-Presidência da Câmara Municipal de Portimão, durante um total de seis anos.

Na legislatura do Eng.º José Sócrates assumi a Delegação Regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional na região do Algarve, exercendo em simultâneo as funções de Presidente da Assembleia Municipal de Portimão. Passados dois anos fui convidada para Governadora Civil do Distrito de Faro. No final da legislatura fui candidata à Assembleia da República, tendo sido eleita Deputada pela região do Algarve, cargo que exerci durante alguns meses, tendo pe-dido a suspensão do mandato e regressado novamente ao cargo de Governadora Civil. Nas últimas eleições legislati-vas fui novamente candidata a Deputada à Assembleia da República em terceiro lugar da lista do PS no Algarve, não tendo sido eleita uma vez que o Partido Socialista apenas elegeu dois deputados na região.

Em termos partidários, dos cargos mais relevantes que desempenhei ou desempenho registo a presidência da Co-missão Política Concelhia do PS Portimão, membro da Co-missão Politica da Federação e desde os últimos dois man-datos Presidente da Mesa da Comissão Política Regional, membro da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira, membro da Comissão Nacional e, no presente, membro da Comissão Política Nacional do Partido Socialista.

Como se envolveu na política? A minha ida para a política aconteceu de forma muito natu-

ral. Quando assumi o meu primeiro cargo político tive a opor-tunidade de gradualmente me ir apercebendo que a política é um desafio permanente e sinceramente sempre fui uma pessoa muito inconformada e ter a oportunidade de mudar algumas situações e ou corrigir outras é algo que me realiza pessoalmente.

A sua passagem pela política traz-lhe boas recorda-ções?

Para se estar na política é preciso gostar muito, e sincera-mente eu gosto. Posso mesmo dizer que tenho excelentes recordações apesar de, sobretudo para uma mulher, o ca-minho ainda não ser fácil.

Quais são os seus horizontes próximos na vida pesso-al, política e profissional?

Como política que sou, aprendi a não fazer grandes proje-ções de futuro porque as circunstâncias se alteram com uma rapidez tal que às vezes se torna difícil fazer previsões. Na vida pessoal aproxima-se mais um acontecimento relevante, uma vez que em janeiro vai nascer a minha terceira neta.

O que é que gosta de fazer?A minha vida ao longo dos últimos anos tem sido muito

absorvente, daí que o pouco tempo livre dedico-o por inteiro à família que tem sido muito penalizada com as minhas au-sências. O meu marido jubilou-se recentemente como Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça e espero, pelo menos, por agora, poder estar mais tempo com o meu mari-do, os meus filhos, as minhas noras, os meus netos e, claro, os meus pais.

Maria Teresa Marques Saraiva 28/JANEIROMaria do Céu Marques 02/FEVEREIROMaria Celeste Teixeira Abadesso 10/FEVEREIROAna Maria Terras Saraiva 01/MARÇOMaria Susana Gonçalves Terras 03/MARÇOJoaquim António Diniz 11/MARÇOCarlos Lucas Dinis 02/ABRILMaria Rosa Monteiro Dias 26/ABRILMaria Otelinda Diniz 27/ABRILLuís Manuel Fortunato Diniz 28/ABRIL Maria Lídia Pinto Badana 29/ABRIL (Porto Mourisco)Maria dos Anjos Diniz Abadesso 01/MAIOMaria Teresa Diniz Abadesso 01/MAIOManuel António dos Santos 11/MAIO (Rabaça)Virgílio Fernando Diniz Saraiva 16/MAIOMaria Etelvina Miguel 21/MAIOManuel Joaquim dos Santos Pires 28/MAIODavide Tomé Saraiva 01/JUNHOMaria de Lurdes Marques 15/JUNHOAugusto Manuel Assunção 19/JUNHOJosé Gonçalves dos Santos 22/JUNHO (Porto Mourisco)Maria Lizete Baptista Lopes 26/JUNHO (Rabaça)Maria Graciosa Julião 12/JULHOMaria Diolinda dos Santos Gomes 15/JULHORosa Maria Pereira Diniz 16/JULHOManuel Pereira Fortunato 21/JULHOMaria Rosa Martins Igreja 23/AGOSTOManuel Marques Dinis 13/SETEMBROJosé Henrique Miguel Pereira 16/SETEMBROMaria Odete Marques Ferreira 18/SETEMBROMaria dos Anjos Ferreira Saraiva 20/SETEMBROMaria da Conceição C. Lopes 28/SETEMBRO (Rabaça)Carlos Aberto Gonçalves Marques 16/OUTUBRO (Rabaça)Luís Manuel Marques Gonçalves 13/NOVEMBROAna Maria Terras Alexandre 15/NOVEMBROManuel Gonçalves Marques 21/NOVEMBROJudite Maria 23/NOVEMBROMaria Esperança 29/NOVEMBROIsabel Maria Gonçalves Ferreira 02/DEZEMBROMessias dos Santos Marques 24/DEZEMBROMaria Isabel Moita Pinto 27/DEZEMBRO

Vidas> Joaquim IgrejaISILDA GOMES

Castanheira Nascimentos

1961

CASTANHEIRA JOVEM 11 Dezembro 2011

> Informação cedida pela Igreja Paroquial, segundo o livro de batismos

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D .iariamente palavras como austeridade, contenção or-

çamental, redução de despe-sas, congelamento de salários, despedimentos e a tão bada-lada crise, invadem as nossas casas sem pedir licença com o único intuito de nos fazer enten-der que estamos perante uma situação difícil e que a poupan-

ça é o soldado que nos vai permitir ganhar esta guerra.Na realidade, são várias as dicas de poupança es-critas em jornais, dadas através de programas de televisão que terminam num final já conhecido: po-bre continua pobre e trabalha cada vez mais para ajudar o rico a ficar cada vez mais rico.Como é dito pelo povo, “o exemplo deve vir de cima” e no que toca ao nosso pequeno País, o exemplo de cima (entenda-se por políticos e pessoas mais influentes) não é de todo o mais vanglorioso. Afinal de contas vivemos num país cheio de “buracos”, pois não é só o buraco da Madeira o responsável pela crise que enfrentamos. O maior buraco está no Estado que supostamente nos governa, embora cada um tenha um buraco no seu próprio lar.Na minha humilde opinião a crise que atravessa-mos resulta apenas de uma situação: viver acima das nossas possibilidades. Cada pessoa vale pe-los valores em que acredita e pelos objetivos que consegue ver alcançados e não pelo número de casas e carros que possui ou pela riqueza que os-tenta.Estamos assim perante uma crise de valores! As pessoas são máquinas de produzir dinheiro que, ao mínimo pretexto, são “dispensadas” sem ninguém se preocupar como é que essa pessoa vai viver daí em diante, se tem filhos, família ou comida para pôr na mesa todos os dias. Valores como respeito, entreajuda, tolerância e solidariedade estão esque-cidos. Enfim, vivemos numa sociedade de valores invertidos, onde tudo gira em torno do dinheiro e quando este ameaça faltar temos o País e o mun-do em estado de alerta. Com certeza iremos ter um Natal mais pobre em prendas e dinheiro, mas quem sabe mais rico em valores e afectos, pois afinal é disso que trata esta quadra natalícia.

Ao abrigo do disposto na alínea a) do Art.°5 nº 1 dos Estatutos da Asso-ciação da Juventude Activa da Cas-tanheira, está convocada a Assem-bleia Geral Ordinária na sede da Associação, pelas 15 horas do dia 17 de dezembro de 2011, cuja única ordem de trabalhos é a eleição dos corpos gerentes da Associação Ju-ventude Activa da Castanheira para o ano 2011/2012.As listas devem ser entregues ao presidente da mesa da Assembleia até às 14 horas do dia 17 de dezem-bro de 2011.

A formação que decorre na sede da AJAC é promovida pelo Centro So-cial em parceria com uma entidade chamada “Cacau Story”. Insere-se na Tipologia 6.1 “Formação para a Inclusão”, cofinanciada pelo Progra-ma Operacional Potencial Humano e tem fim previsto em abril de 2012. É dirigida, principalmente, a benefi-ciários do Rendimento Social de In-serção e Desempregados de Longa Duração.O Projeto está estruturado em três ações: Direitos e deveres do cida-dão (50 horas), Fundamentos Práti-cos de Preparação e Transformação de Produtos Cárneos (700 horas) e Economia Doméstica (50 horas). Integra áreas distintas, mas com-plementares, que completam uma componente profissional, pessoal e social.

O curso de Preparação e Transfor-mação de Produtos Cárneos é emi-nentemente prático, integrando tam-bém uma componente sociocultural, estimulando a aquisição de conhe-cimentos básicos e transversais. Pretende formar na execução das tarefas necessárias ao desmanche de carcaças de diferentes espécies animais, na elaboração de produtos de salsicharia tradicional, na pre-paração e exposição de produtos cárneos, respeitando as normas de qualidade, higiene, segurança ali-mentar, do ambiente e no trabalho.A componente pessoal e social tem como objetivo dar a conhecer os direitos, liberdades e deveres que regulam a cidadania na nossa so-ciedade. A área da economia visa a compreensão do que é economia doméstica, perceber as limitações do orçamento familiar.Devido às obras que decorrem no Centro Social era impossível que a formação decorresse nas nossas instalações. Assim estabelecemos uma parceria com a AJAC de modo a que a formação teórica (em sala) fosse ministrada nas suas instala-ções.A direção do Centro Social conside-ra que este projeto é uma mais-valia para a localidade e para as pessoas da Castanheira e arredores. Se tudo correr conforme o esperado e dese-jado, pensamos realizar, num futuro próximo, mais projetos formativos.

A Vista de TodosCrise de Valores

NOTÍCIAS DA> Alexandra Marques

> Liliana Saraiva

> Marlene Gonçalves

Ficha TécnicaBoletim da Associação da Juventude Activa da Castanheira6300-075 Castanheirae-mail: [email protected] ou [email protected]: Alexandra Marques Coordenador: Joaquim Martins IgrejaPeriodicidade: Quadrimestral. Tiragem: 1000 exemplaresPaginação: João Dias Impressão: Marques e Pereira (Guarda)

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CASTANHEIRA JOVEM 12 Dezembro 2011

CONVOCATÓRIA PARAELEIÇÕES PARA CORPOSGERENTES DA AJAC

FORMAÇÃO NA AJAC

Castanheira Jovem n. 35 Dezembro 2011

DonativosAnónimo 10€Anónimo 150€Alfredo Teixeira 54€António Dinis 10€António Pires 20€Deolinda Costa 20€Ester Pereira 20€Fiorentino Pires 40€Henrique Pereira 100€Joaquim Alexandre 20€Joaquim Dinis 20,5€Joaquim Rodrigues 50€Joaquim Martinho 10€Joaquim Gonçalves 20€Joaquim dos Santos 15€

José Teixeira 20€Júlio Brás 50€Mª Alice Martinho 20€Mª de Lurdes Pereira 20€Mª do Nascimento Brás 7€Mª Vitória Terras 10€Paulo Saraiva 20€Rosa Igreja 30€Rosa Dinis 20€Rosa Teixeira 200€Rui Teixeira 70€Susana Tomé 20€Trindade Pereizal 50€Vitor Gonçalves 24€