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A saga de um vaqueiro e seu maior prêmio Um poeta Faz seus versos Pensando em agradar O seu querido leitor Faz tudo pra ele gostar Assim segue -se o poeta Escrevendo sem cansar. Vou contar mais uma história Falando de uma paixão Entre uma moça e um rapaz Uma história de emoção Foi um romance verídico! Acontecido no sertão. Um jovem vaqueiro Por nome José Maria Filho do seu Manoel Casado com dona Sofia Apaixonou por uma jovem Numa vaquejada um dia Era um dia de sábado Alguém lhe convidou -Vamos numa vaquejada José Maria disse: eu vou! Que dia será o evento? O vaqueiro perguntou. -É o mês que vem O rapaz lhe respondeu No dia três de agosto Ele disse: valeu O moço deu até logo E, ele agradeceu. Ele foi se preparar Pra quando chegar ao evento Fazer o que mais gostava Com todo contentamento Sem saber que ali Começaria seu sofrimento.

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A saga de um vaqueiro e seu maior prêmio

Um poeta Faz seus versosPensando em agradarO seu querido leitorFaz tudo pra ele gostarAssim segue -se o poetaEscrevendo sem cansar.

Vou contar mais uma história Falando de uma paixão Entre uma moça e um rapaz Uma história de emoção Foi um romance verídico! Acontecido no sertão.

Um jovem vaqueiroPor nome José MariaFilho do seu ManoelCasado com dona SofiaApaixonou por uma jovemNuma vaquejada um dia

Era um dia de sábado

Alguém lhe convidou-Vamos numa vaquejada José Maria disse: eu vou! Que dia será o evento? O vaqueiro perguntou.

-É o mês que vemO rapaz lhe respondeuNo dia três de agostoEle disse: valeuO moço deu até logoE, ele agradeceu.

Ele foi se prepararPra quando chegar ao eventoFazer o que mais gostavaCom todo contentamentoSem saber que aliComeçaria seu sofrimento.

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Ainda muito jovemCheio de vida e contenteRespirando alegriaFeliz e sorridenteChegou naquele eventoAvistou algo surpreendente

Era uma morena Linda igual uma flor Daquelas que o jardineiro Cuida com muito amor José quando há viu Na hora mudou de cor

Sentiu uma coisa estranhaNo seu coraçãoCorreu um suor frio no rosto E uma estranha sensação Estava sendo laçado Pelo os laços da paixão.

Interessante é que a morenaTorcia da arquibancadaBatia palma e sorriaNaquela vaquejadaJosé olhava pra ela Com vontade de dá risada.

Ele derrubava o boiPois era um campeãoA moça batia palmaDa arquibancada entãoEla gritava tão altoQue chamava atenção

Depois se conheceramComeçaram a namorar Pra todo canto que ia Ele tinha que levar O amor de sua vida A formosa Mariná.

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Foi amor á primeira vistaEntre o José e a Mariná!Pareciam duas crianças Quando brincando está Ficam tão entretidos Não ver a hora passar.

Certo dia o rapazDisse para o seu amor:-Amanhã na sua casa Falar com seu pai eu vouFazer a ele um pedidoQue pedido ela perguntou?

-Vou falar com seu pai Em casamento vou pedir A mão de sua filhaE, se ele consentir?Casaremos em breveMariná começou rir.

José Maria animadoNa casa da moça chegouBateu palmas do portãoAlguém o recepcionouEra o pai de MarináNem entrar o velho mandou.

O velho mal humoradoDepressa lhe perguntou?-O que tu desejaJosé logo falou:Quero fazer um pedidoPor isso aqui estou.

O velho olhou de ladoDepois disse: pode entrar!José entrou na salaEncontrou com MarináO velho desconfiado.-Pode começar falar.

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O rapaz disse: seu ErnestoUm pedido eu vou lhe fazerA mão de sua filhaPeço com muito prazerQuero ser o seu esposo Até quanto eu viver.

O velho lhe respondeu:Tu és um pobre vaqueiroMinha filha é grã-finaNão aceito esse paradeiroA Mariná é pra casarCom um rico fazendeiro.

O velho não aceitouO pedido do José Maria Ele saiu daliTriste e sem alegriaMontou no seu alazãoFoi ruim aquele dia.

Depois daquele dia Ele só encontravaCom Mariná as escondidasPor que o pai dela não aceitavaMesmo assim O romance continuava.

Certo dia os doisFizeram uma combinaçãoFugir para as vaquejadasEm outra regiãoJosé disse: amor!Preste bastante atenção.

-Vamos sair de fininhoNo amanhecer do diaVou te esperarA 200 metros da sorveteriaPróximo á gameleiraEncostado a padaria.

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Ficou tudo certoConforme o combinadoJosé levantou cedoFoi esperar com cuidadoPelo seu grande amorNo local combinado.

Ele ficou esperando Mas, Mariná não chegou Quando pensou que não O dia clareou Triste e desanimado Pra sua casa voltou.

Ficou sem entenderO que havia acontecidoDepois alguém lhe contouO que tinha ocorridoQuando ficou sabendoFicou aborrecido.

O que aconteceuPor que ela não fugiuÈ que ela estava grávidaO seu pai descobriuAssim que ficou sabendoPegou ela e sumiu.

O velho era orgulhosoPrepotente e interesseiroJá havia dito:Que queria um fazendeiroPra casar com sua filhaE, não um pobre vaqueiro.

O pai levou pra bem longePra as bandas do exteriorDizendo: somente assimEla esquece esse amorQuem sabe se por lá?- Conhece algum doutor.

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José ficou com raivaDá atitude que o velho tomouPensou em fazer besteira,Pra aliviar sua dor.Resolveu sumir no mundoPra esquecer esse amor.

Não foi nada fácilEsquecer a MarináEm todo lugar que iaParecia que ela estava láEle só pensava nelaEm outra nem pensar.

Os anos foram passandoO vaqueiro demais sofreuO pão que o diabo amassouJosé Maria comeuE, daquela região?Ele desapareceu.

Enquanto isso MarináLonge estava morandoSeu filho era crescidoCerto dia foi lhe procurando:-Mãe como é meu pai?Vou conhecer ele quando?

Sua mãe lhe respondeu:-Não vou lhe prometerQuando será esse diaMas digo uma coisa a vocêMais cedo ou mais tarde Você irá conhecer!

- Seu pai é um vaqueiroCorajoso e inteligenteDerruba qualquer garroteQue atravessar sua frenteSeu pai é um campeãoÈ um guerreiro valente.

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O menino disse: mãeQuando eu crescerQuero ser igual meu paiForte pra valerUm vaqueiro campeãoIgual meu pai quero ser

O menino CresceuNum vaqueiro se transformouMelhor do que seu paiEmanuel se tornouEm um vaqueiro e tantoVamos ver o que resultou.

Passou 17 anos Sem ver o José MariaEmanuel já era um rapazSeu pai ainda não conheciaPor incrível que pareçaEstava chegando o dia.

Estava chegando o diaDe Messias conhecerSeu filho EmanuelComo? Você vai saberVou explicar com detalhesPra que possa entender

Ia ter uma vaquejadaNaquela regiãoOnde Mariná estavaCom o filho aqui no sertãoNaquele mesmo lugarOnde começou a paixão.

José foi convidado.Preparou o alazãoFicou também sabendoQue por lá existia um vaqueirãoMas, não se importavaPois ele era um campeão

Iniciou o eventoNuma disputa acirradaAi chegou o finalEle disse: que nadaRestou eu e o garotoJá venci essa parada.

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Observava o rapazTão corajoso e ligeiroFicou admiradoCom a disposição do vaqueiroTão jovem e pelo o jeitoQueria ser o primeiro.

De repente ele olhaE, viu na arquibancada!Uma morena lindaReconheceu à danadaEra aquela que um diaTinha sido sua amada.

A mulher batia palmaPara o garoto e torciaGritava com a voz alta Esbanjando alegria-Tu vai ser o campeãoAssim ela dizia

José admiradoFicou sem acreditarQue aquela morenaEra a doce MarináFicou emocionadoDeu vontade de chorar.

Passou na sua menteLembranças do passadoPor um instante o vaqueiroFicou desacordado.E, o pessoal gritando!Vaqueiro fica ligado.

Ele voltou pra disputaPara vencer, mas não deuSeu cavalo passou longeDo garrote, e ele perdeu!O jovem vaqueiroFoi quem venceu.

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O jovem ganhou a disputaJosé ficou envergonhadoSentou num canto tristeTodo desorientadoSem conversar com ninguémCabisbaixo e calado

Sua maior tristezaNão foi perder o prêmio nãoFoi por ter perdido sim!Mariná sua paixãoIsso sim lhe atingiuComo flecha no coração.

De repente ele levantaOs olhos e lá vemEm sua direçãoAdivinha quem?Mariná seu eis amor E seu filho também

Até naquele momentoO vaqueiro não sabiaQue o jovem campeãoSeu filho seriaMariná chegou e disse: Esse é seu filho José Maria.

-Sempre quis ser um vaqueiroComo você um campeãoHoje ele está crescidoTornou-se um vaqueirãoPode abraçar seu filhoE tomar sua benção.

Ele abraçou chorandoSeu filho com alegriaFoi o maior prêmioQue surpresa aquele diaSe seu filho estava felizQuanto mais José Maria.

Esse foi o maior prêmioNa vida daquele vaqueiroJosé Maria de SouzaNão era fazendeiroEra sim um campeãoPerdeu sua paixãoMas, ganhou seu herdeiro.

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O MENINO DA CANOA

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Ouvindo eu uma músicaPrestei bastante atenção

O cantor cantou bonitoSenti emoção

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O menino da canoaEra o titulo da canção.

Prestei atençãoPois eu não vivo ao léuDepois de ouvir a músicaPeguei lápis e papelNum mesmo instanteescrevi esse cordel.

Em uma cidadezinhaHá muito tempo passadoExistia um casalHavia recém- casadoJerônimo e LurdinhaUm casal apaixonado.

Moravam perto dum rioViviam da agriculturaNa sua horta plantavaTodo tipo de verduraJerônimo e LurdinhaViviam em plena fartura.

Contente o casal estavaPois em breve ia receberUm presente da naturezaCom a força do prazerUma linda criançaEstava para nascer.

Nasceu a criança!Receberam com alegriaCom ela veio um mistérioQue toda noite ocorria-Ela chorava tantoQue seu pai não dormia.

Seu pai todos os diasTinha que cuidar da lidaLevantava bem cedinho

Sem achar nenhuma saídaJá andava todo tristeDesanimado da vida.

Os tempos foram passandoAlgo estava para acontecerJerônimo disse a Lurdinha-Uma coisa vou dizerVou tomar uma decisão.-O que tem pra me dizer?

Jerônimo ainda disse mais:-Uma canoa eu vou fabricarVou pegar o meninoDentro dela irei colocarTambém escrever meu nomeE no rio irei soltar.

Sua esposa respondeu:-Veja o que vai fazerO filho é meu e seuMas quem decide é vocêTenho medo que mais tardeA gente vai se arrepender.

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-Iremos nos arrependerTalvez não talvez sim!Já tem tanto tempoNão sei o que é sorrirHá tanto tempo tambémNão consigo dormir. Fizeram a tal covardiaA criança colocou

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Dentro da canoaNas águas do rio soltouA correnteza do rioA canoa acompanhou.

Vou deixar os dois covardes,A criança acompanharSaber se a correntezaA canoa quis afundarTambém se a criançaChegou salva em algum lugar.

A correnteza era forteMas a canoa não cedeuCreio que foi um milagreJesus socorreuDe longe viu a canoaSeu Joaquim Amadeu.

Seu Amadeu assustouAo avistar a canoaQue ficou enganchadaEncostada na taboaSem perca de tempoFoi chamou logo a patroa.

Chamou sua esposaContou como apareceuAquela criançaSua esposa disse: eu!Vou pegar - lá para criar.A idéia agradou Amadeu.

- Foi um presente de Deus

Também da naturezaPor que nós não temos filhosVamos criar com firmezaJoaquim respondeu:-Como tu tens certeza?

Letícia respondeuCom toda convicçãoNão foi atoa que o meninoVeio parar em nossa mãoPor isso eu acreditoEm Deus e em sua benção.

Criaram aquela criançaPresente que Deus deuPôs o nome Jerisvaldo AmadeuEducado inteligenteO menino cresceu.

Joaquim e a LetíciaTinham força de vontadePra ver o filho estudarIngressar na faculdadeTrabalhava dia e noiteCom toda felicidade.

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Vamos entenderA vida dessa criançaTambém trazer átonaAlguma lembrança.Se era mesmo inteligenteE se tinha esperança.

Você deva está lembrado

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Daquela canoa entãoQue a criança veio nelaPreste bem atençãoAmadeu pegou a canoaEscondeu a no porão.

Certo dia o meninoViu a canoa por láFoi em direção ao paiSe, pois a perguntarO que aquela canoaFazia naquele lugar.

Amadeu não pôde esconderToda verdade contouComo foi sua chegadaComo a canoa encontrouCom toda satisfaçãoPra criar a criança pegou.

Depois que seu pai contouO que tinha acontecidoQue era o pai biológicoComo foi o ocorridoO menino ficou caladoCom certeza entristecido.

A mãe disse: meu filhoNão fique triste nãoO que passou não importaO que importa entãoÉ que eu e seu paiAmamos-te de coração.

O menino ficou alegre

Esquecendo-se de tudoDisse pra sua mãe:-Eu sou mais do que sortudoPor que na verdade eu tenhoOs melhores pais do mundo.

Depois daquela conversaO menino ficou contenteAgora vivia felizSempre sorridenteEducado e carinhosoEsperto e paciente.

Sua primeira formatura17 anos de idadeConcluiu o segundo grauFoi grande a felicidadePassou também no vestibularFoi fazer faculdade.

Estudou na faculdadeDe advogadoConcluiu os estudosFicou todo empolgadoQuando viu naquele diaSeu sonho realizado.

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Naquele dia felizSua mãe chorava tantoSeu pai quieto estavaSorrindo ali num cantoEle dizia: mamãe!Não é para tanto. A mãe disse: meu filho!É pra tanto posso dizerBatalhamos tantos anos

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Chegamos vencerEsse dia é de vitóriaEu seu pai e você.

Foi um dia felizA festa foi pra lá de boaMuita carne e bebidasA família sorria atoaMais feliz ainda estavaO menino da canoa.

Depois que se formouFeliz e sorridenteMontou seu próprio escritórioComeçou chegar genteTeve sucessoSeu negocio foi à frente.

Aquela cuja canoaQue seu pai achouCom aquela criançaVeja no que resultouEle pegou a canoaEm seu escritório guardou.

Ele guardou a canoaSem saber o que aconteceriaMais descobriu

Quem lhe fez a covardiaFoi o pai biológicoQue desprezou- lhe m dia.

Um dia em seu escritórioCerto homem entrouAo ver a canoaUm grande susto tomouPois ali estava o filhoQue um dia abandonou.

O homem saudou o rapazCom tamanha emoçãoO rapaz nada entendiaMas estendeu sua mãoO homem disse: sou seu pai!Recebo sua benção.

A conversa foi curtaO tempo não deu nãoUma dor transpassouDaquele homem o coraçãoMorreu arrependidoDe joelhos estendidosApertando sua mão

Este fato foi realFoi verdade sim senhor!Pai que despreza seu filhoÉ covarde sem valor.Filho é herança de DeusFoi ele que nos deuVamos criar com amor.

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O SOFRIMENTO DE UM POVO!

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Meus queridos leitoresPeço lhes mais atençãoVou escrever mais um cordelCom uma boa narraçãoVou falar do sofrimentoDe um povo aqui do sertão.

Esse povo trabalha

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Na irrigação Alguns anos atrásNão era assim nãoNaquele tempo produziaMilho mamona e feijão.

O agricultor plantavaNa esperança de colherA chuva caia constanteFazia gosto de verA produção era boaNa microrregião de Irecê.

Lembro-me quando criançaNa colheita do feijãoGente de todo lugarEra aquela animaçãoAs feiras eram tão boasQue chamava atenção.

Assim o povo viviaSofria mais era contenteHoje a realidade é outraCom o grande aumento de genteAs chuvas diminuíramTudo ficou diferente.

De certos anos pra cáÈ de causar dóO sofrimento desse povoÈ pior do que um nóÉ comparado alguémVivendo no caritó.

Muita gente foi se emboraPra cidade grande trabalhar

Outros coitados?É forçado aqui ficarViver com a “Bolsa Família” Para poder escapar.

Agora sim falareiCom coragem e precisãoO povo que antigamentePlantava mamona e feijãoHoje estão escapandoCom a tal da irrigação.

Esse povo acorda cedoDe manhã todo diaPra poder ganhar o pãoSua vida é uma correria São conhecidosComo o povo boi fria.

O que me chama atençãoCom razão vou explicarNão é o fato de levantar cedoMuito menos de trabalharPor que afinal de contaSem o trabalho não dá.

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O problema é por que:È grande a humilhaçãoAlguns irrigantesNão preocupam nãoCom a segurança do povoEm cima de caminhão.

O povo é transportado

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Como se fosse animaisViajando em cima de caixasTemos relatos fataisGente que caiu de cimaNão pôde voltar mais.

Não tem seguro e décimo terceiroNem carteira assinadaAlém de ganhar poucoNessa vida agoniadaÀs vezes se pedir a contaSai sem direito a nada.

Os donos de galpões Não estão nem ai para o trabalhadorPosso afirmar com certezaSem raiva e sem rancorPor que já trabalhei!Nesse trampo sim senhor!

Nos galpões seleciona Vários tipos de verduraPrincipalmente a cenouraLá a vida é duraÀs vezes o trabalho é tantoChega até causar penúria.

È duro por quêNão é coisa de se rirTem à hora de entrarNão tem a de sairÀs vezes alguém que ir emboraMas tem que agüentar ali.

Já vi gente adoecerTrabalhando no galpãoPedir para ir emboraO gerente dizer não.O coitado ficar aliIsso que é humilhação.

Também já vi atrasarMuitos dias o pagamentoO povo desesperado Dizendo: não agüentoO que vamos fazerAssim era o lamento.

Como é difícil viverCom essa triste realidadePorém não tem outro jeitoO grau de escolaridadeDesse povo é lá em baixoIsso é barbaridade.

Tem também o pessoalTrabalha fora do galpãoAi que é sofrimentoPra poder ganhar o pãoAlém de ganhar mixariaTem que enfrentar o solão.

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Umas das verdurasCausa perigo o catadorÈ o tomate por quê?Agrotóxico é um horrorDa maneira que eles usamPrejudica o trabalhador.

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Não estão nem aiQuerem é dinheiro ganharJá ouvi alguém dizer:Algo de não acreditar-Jogamos veneno no tomate Pra no mesmo dia tirar.

Por que o preço estavaSubindo igual aviãoE o custo é muito caroPra manter a irrigaçãoEssa é nossa realidadeEm Irecê e região.

Tem os atravessadoresQue vai à roça comprar Tomate o outro verduraPara poder levar Itabaiana ou fortaleza...Com vontade de enricar.

Contaram-me certa vez:Virou um caminhãoO motorista veio a óbitoO resto do povo não Com certeza foi JesusQue colocou sua mão.

Quando o caminhão virouEstava cheio de genteMisturados com caixas de plásticosFoi rápido o acidenteO povo apavoradoNessa hora infelizmente.

O que me chamou atenção

Escute que eu vou falarDepois que o caminhão virouO povo veio acalmarO patrão mandou de pressaOutro caminhão buscar.

O povo foi se emboraDepois veio a fiscalizaçãoPerguntou se havia alguémEm cima do caminhão Além do motorista Responderam não!

Contaram essa mentiraA fiscalização acreditouDepois surgiu alguém-Vou denunciar vou!Quando o patrão ficou sabendoAquela pessoa calou.

Sabe por que calou?Por que era interesseiroO dono do caminhãoDeu lhe um bom dinheiro.Grana faz defunto rirEsse ditado é certeiro.

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E assim temos relatosNão é bom nem relatarNo tocante a sofrimentoA coisa é de amargar Quem trabalha ou já trabalhouSabe o que eu quero falar.

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Vou terminar o cordelDizendo ao leitorÉ assim que a banda tocaPobre do trabalhadorSó Deus pra lhe ajudarSomente nele há Paz esperança e amor.

Nondas CordelO povo vai me chamarNão gosto Das coisas erradasAs coisas erradasSão de amargar.

Cordel é minha praiaOs versos são meu lugarRima não é difícilDeus me deu o dom de rimarEscrevendo poesia e biografiaLhe garanto um dia, chego lá.

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BIOGRAFIA DO AUTOR

Epaminondas José dos Santos: escritor, compositor e cantor evangélico.Nasceu em 15/10/1972, em Aguda Nova, distrito de Lapão Bahia.Pai Alberto José dos SantosMãe Raquel Barbosa dos Santos. Casado com Jacileide de Souza Santos é pai de uma linda filha: Raquel Barbosa de Souza. Cursou o ensino médio e tem uma experiência invejável na área educacional quando se trata de literatura de cordel.Tem feito um maravilhoso trabalho nas escolas da microrregião de Irecê; divulgando suas obras, dando palestras e trabalhando com oficina de cordel.

Já escreveu vários cordéis como: HERMENILSON O FILHO DE LAPÃO, MILITÃO A HISTÓRIA DE UM HOMEM QUE TEM HISTÓRIA, AGUADA NOVA E SUA HISTÓRIA, VERÔNICA DO SINDCATO, MARA A FORÇA JOVEM, A HISTÓRIA DE MÃE LOU, HISTÓRIAS DA BIBLIA EM CORDEL, O QUE É O AMOR? 30 ANOS DE ASSEMBLEIA DE DEUS DE AGUDA NOVA, A DESCOBERTA DO LAPÃO,A SAGA DE JOÃO DOURADO, LIÇÕES PARA TODA HORA, RODAGEM! LUTAS E CONQUISTAS...

Facebok: Epaminondas BarbosaEmail: [email protected]. 07499899319(não há nada difícil quando se tem Jesus no coração.)

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Cuidado com a depressão!