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sAEMs · sAEMs 2011 SiStema de avaliação da educação da Rede Pública de mato GRoSSo do Sul ReviSta PedaGÓGica língua Portuguesa 8º ano do ensino Fundamental

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2011sAEMs

2011

SiStema de avaliação da educação da Rede Pública de mato GRoSSo do Sul

ReviSta PedaGÓGicalíngua Portuguesa 8º ano do ensino Fundamental

ISSN 2238-0590

Governo do Estado de Mato Grosso do SulGovernador

André Puccinelli

Vice-GovernadoraSimone Tebet

Secretária de Estado de EducaçãoMaria Nilene Badeca da Costa

Secretária-Adjunta da Secretaria de Estado de EducaçãoCheila Cristina Vendrami

Diretor Geral de Infraestrutura, Administração e Apoio EscolarJosimário Teotônio Derbli da Silva

Superintendente de Planejamento e Apoio InstitucionalAngela Maria da Silva

Coordenadora de Programas de Apoio EducacionalLázara Lopes da Costa

Equipe de AvaliaçãoAbadia Pereira da Silva

Ana Paula Almeida de Araujo SorrilhaEdna Ferreira Bogado da Rosa

Luciana Guilherme da SilvaMaristela Alves da Silva Teixeira

Patrícia Lyka Berloffa Tago Tostes Pedro Luís da Silva Giaretta

Walquiria Maria Ferro

Superintendente de Políticas de EducaçãoRoberval Angelo Furtado

Coordenadora de Políticas Para Educação Infantil e Ensino FundamentalCarla de Britto Ribeiro Carvalho

Gestora da Educação Infantil e do Ensino FundamentalAlcione A. R. Valadares

Coordenador de Políticas Para Ensino Médio e Eduação ProfissionalHildney Alves de Oliveira

Gestora do Ensino Médio e Educação de Jovens e AdultosMarcia Proescholdt Wilhelms

Equipe Pedagógica - Alfabetização/FundamentalAriadene Salma da Silva Pulchério

Claudio dos Santos MartinsFabiano Francisco Soares

Gilson Demétrio ÁvalosIldamar Silva

Laurinda Silva Gonçalves da CruzNilce Romeiro Lucchese

Regina Magna Rangel MartinsRosa Neide Cardoso

Selma Aparecida BorgesStielic Leão Prestes NobreWilma Correa de Oliveira

Equipe Pedagógica - Ensino Médio/EjaAna Maria de Lima SouzaCélia Maria Vieira ÁvalosEraídes Ribeiro do Prado

Juvenal Brito Cezarino JúniorMarcio Bertipaglia

Vanderson de Souza

A importânciA dos resultAdos

A escAlA de proficiênciA

pAdrões de desempenho estudAntil

67

7

13

39

8 os resultados da sua escola

o trABAlho continuA

14

16

34

A estrutura da escala de proficiência

domínios e competências

como formar um leitor proficiente?

40

44

48

58

65

muito crítico

crítico

intermediário

Adequado

com a palavra, o professor

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A importânciA dos resultAdos

as avaliações em larga escala realizadas pelo Sistema de avaliação da educação da Rede Pública de mato

Grosso do Sul (SaemS), ao oferecer medidas acerca do progresso do sistema de ensino como um todo e, em particular, de cada escola, atendem a dois propósitos principais: o de prestar contas à sociedade sobre a efi-cácia dos serviços educacionais oferecidos à popula-ção, e o de fornecer subsídios para o planejamento das escolas em suas atividades de gestão e de intervenção pedagógica. Para as escolas, a oportunidade de receber os seus resultados de forma individualizada tem como finalidade prover subsídios para o planejamento de suas ações de aprendizagem. a Revista Pedagógica, portanto, foi criada para atender ao objetivo de divulgar os dados gerados pelo SaemS de maneira que eles possam ser, efetivamente, utilizados como subsídio para as diversas instâncias gestoras, bem como por cada unidade escolar.

Nesta Revista Pedagógica você encontrará os resultados desta escola em língua Portuguesa para o 8º ano do ensino Fundamental. Para a interpretação pedagógica desses resultados, a escala de proficiência, com seus domínios e competências, será fundamental. com ela, torna-se possível entender em quais pontos os estudantes estão em relação ao desenvolvimento das habilidades consideradas essenciais ao aprendizado da língua Portuguesa. como você verá, o detalhamento dos níveis de complexidade das habilidades, apresentado nos domínios e competências da escala, prioriza a descrição do desenvolvimento cognitivo ao longo do processo de escolarização. essas informações são muito importantes para o planejamento dos professores, bem como para as intervenções pedagógicas em sala de aula.

os padrões de desempenho oferecem à escola os sub-sídios necessários para a elaboração de metas coletivas. assim, ao relacionar a descrição das habilidades com o percentual de estudantes em cada padrão, a escola pode elaborar o seu projeto com propostas mais concisas e eficazes, capazes de trazer modificações substanciais para o aprendizado dos estudantes com vistas à pro-moção da equidade.

também são apresentados, nesta revista, alguns artigos importantes sobre o ensino de língua Portuguesa e depoimentos de professores que, como você, fazem toda a diferença nas comunidades em que atuam.

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os resultados desta escola no SaemS 2011 são apresentados sob seis aspectos, quatro deles estão impressos nesta revista. os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão disponíveis no cd (anexo a esta revista) e no Portal da avaliação, pelo endereço ele-trônico www.saems.caedufjf.net.

os resultAdos dA suA escolA

Permite que você acompanhe a evolução do percentual de estudantes nos padrões de desempenho das avaliações realizadas pelo SaemS.

informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no estado, no seu polo, no seu município e na sua escola.

apresenta a proficiência média desta escola. você pode comparar a proficiência com as médias do estado, do seu polo e do seu município. o objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias.

resultAdos impressos nestA revistA

1. Proficiência média

2. Participação

3. Evolução do percentual de estudantes por padrão de desempenho

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apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de pro-ficiência no estado, no seu polo e na sua escola. os gráficos permitem que você identifique o percentual de estudantes para cada padrão de desempenho. isso será fundamental para planejar intervenções pe-dagógicas voltadas à melhoria do processo de ensino e promoção da equidade escolar.

5. Percentual de acerto por descritor 6. Resultados por estudante

Cada estudante pode ter acesso aos seus re-sultados no SAEMS. Neste boletim, é informa-do o padrão de desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em Lín-gua Portuguesa para o 8º ano do Ensino Fun-damental. Essas são informações importantes para o acompanhamento, pelo estudante e seus familiares, de seu desempenho escolar.

resultAdos disponíveis no cd e no portAl dA AvAliAção

Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas. Esses resultados são apresentados por polo, município, escola, turma e estudante.

4. Percentual de estudantes por nível de proficiência e padrão de desempenho

11

12

A escAlA de proficiênciA

uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de

apresentar resultados com base em uma espécie de régua em que os va-lores são ordenados e categorizados. Para as avaliações em larga escala da educação básica realizadas no bra-sil, os resultados dos estudantes em língua Portuguesa são dispostos em uma escala de proficiência definida pelo Sistema Nacional de avaliação da educação básica (Saeb). as escalas do Saeb permitem ordenar os resultados de desempenho em um continuum, ou seja, do nível mais baixo ao mais alto. assim, os estudantes que alcançaram um nível mais alto da escala, por exem-plo, mostram que possuem o domínio das habilidades presentes nos níveis anteriores. isso significa que o estudan-te do último ano do ensino médio deve, naturalmente, ser capaz de dominar habilidades em um nível mais complexo do que as de um estudante do 5º ano do ensino Fundamental.

as escalas apresentam, também, para cada intervalo, as habilidades presentes naquele ponto, o que é muito importan-te para o diagnóstico das habilidades ainda não consolidadas em cada etapa de escolaridade.

a grande vantagem da adoção de uma escala de proficiência é sua capacidade de traduzir as medidas obtidas em diag-nósticos qualitativos do desempenho escolar. com isso, os educadores têm acesso à descrição das habilidades dis-tintivas dos intervalos correspondentes a cada nível e podem atuar com mais precisão na detecção de dificuldades de aprendizagens, bem como planejar e executar ações de correção de rumos.

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estratégias de leitura

localiza informação. d8

identifica tema. d9

Realiza inferência. d10, d11, d13, d26 e d27

identifica gênero, função e destinatário de um texto. d15 e d17

Processamento do texto

estabelece relações lógico-discursivas. d20, d21 e d22

identifica elementos de um texto narrativo. d16

estabelece relações entre textos. d18

distingue posicionamentos. d12

identifica marcas linguísticas. d31

apropriação do Sistema da escrita

identifica letras. *

Reconhece convenções gráficas. *

manifesta consciência fonológica. *

lê palavras. *

Domínios Competências Descritores

A estruturA dA escAlA de proficiênciANa primeira coluna da escala são apresentados os grandes domínios do conhecimento em língua Portuguesa para toda a educação básica. esses domínios são agrupamentos de com-petências que, por sua vez, agregam as habilidades presentes na matriz de referência de língua Portuguesa. as colunas seguintes mostram a relação entre a escala e a matriz, para cada competência, trazendo os descritores que lhes são relacionados.

as habilidades, representadas por diferen-tes cores, que vão do amarelo-claro ao ver-melho, estão dispostas nas várias linhas da escala. essas cores indicam a gradação de complexidade das habilidades pertinentes a cada competência. assim, por exemplo, a cor amarelo-clara indica o primeiro nível de complexidade da habilidade, passando pelo laranja e indo até o nível mais com-plexo, representado pela cor vermelha. a legenda explicativa das cores informa sobre essa gradação na própria escala.

Na primeira linha da escala estão di-vididos todos os intervalos em faixas de 25 pontos, que vão do zero a 500. em tons de verde, estão agrupados os padrões de desempenho definidos pela Secretaria de estado de edu-cação de mato Grosso do Sul para o 8º ano do ensino Fundamental. os limites entre os padrões transpas-sam a escala, no sentido vertical, da primeira à última linha.

* as habilidades relativas a essa competência são avaliadas nas séries iniciais do ensino Fundamental.

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a gradação das cores indica a complexidade da tarefa.

estratégias de leitura

localiza informação. d8

identifica tema. d9

Realiza inferência. d10, d11, d13, d26 e d27

identifica gênero, função e destinatário de um texto. d15 e d17

Processamento do texto

estabelece relações lógico-discursivas. d20, d21 e d22

identifica elementos de um texto narrativo. d16

estabelece relações entre textos. d18

distingue posicionamentos. d12

identifica marcas linguísticas. d31

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

escAlA de proficiênciA

pAdrões de desempenho estudAntil pArA o 8º Ano do ensino fundAmentAl

Adeu

qado

inter

mediá

rio

críti

co

muito

crít

ico

apropriação do Sistema da escrita

identifica letras. *

Reconhece convenções gráficas. *

manifesta consciência fonológica. *

lê palavras. *

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domínios e competênciAs ApropriAção do sistemA dA escritA

os domínios da escala de proficiência agrupam as competências básicas ao aprendizado de língua Portuguesa para toda a educação básica.

ao relacionar os resultados de sua es-cola a cada um dos domínios da escala de proficiência e aos respectivos inter-valos de gradação de complexidade da habilidade, é possível diagnosticar, com grande precisão, dois pontos principais: o primeiro se refere ao nível de desen-volvimento obtido no teste e o segundo ao que é esperado dos estudantes nas etapas de escolaridade em que se en-contram. com esses dados é possível implementar ações em nível de sala de aula com vistas ao desenvolvimento das habilidades ainda não consolidadas, o que, de certo, contribuirá para a me-lhoria do processo educativo da escola.

Professor, a apropriação do sistema de escrita é condição para que o estudan-te leia com compreensão e de forma autônoma. essa apropriação é o foco do trabalho nos anos iniciais do ensino Fundamental, ao longo dos quais se es-pera que o estudante avance em suas hipóteses sobre a língua escrita. Neste domínio, encontram-se reunidas quatro competências que envolvem percepções acerca dos sinais gráficos que utilizamos na escrita – as letras – e sua organiza-ção na página e aquelas referentes a correspondências entre som e grafia. o conjunto dessas competências permite ao alfabetizando ler com compreensão.

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identificA letrAs

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

uma das primeiras hipóteses que a criança formula com relação à língua escrita é a de que escrita e desenho são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”, a criança pode simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contatos mais sistemáticos com textos escritos, observando-os e vendo os ser utilizados por outras pessoas, a criança começa a perceber que escrita e desenho são coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se deve utilizar para escrever. Para chegar a essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar as letras de outros símbolos gráficos, como os números, por exemplo. uma vez percebendo essa diferenciação, um próximo passo será o de identificar as letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo identificá-las mesmo quando escritas em diferentes padrões.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

estudantes que se encontram em níveis de proficiência entre 75 e 100 pontos são capazes de diferenciar letras de outros rabiscos, desenhos e/ou outros sinais gráficos também utilizados na escrita. esse é um nível básico de desenvolvimento desta competência, representado na escala pelo amarelo-claro.

estudantes com proficiência entre 100 e 125 pontos são capazes de identificar as letras do alfabeto. este novo nível de complexidade desta competência é indicado, na escala, pelo amarelo-escuro.

estudantes com nível de proficiência acima de 125 pontos diferenciam as letras de outros sinais gráficos e identificam as letras do alfabeto, mesmo quando escritas em diferentes padrões gráficos. esse dado está indicado na escala de proficiência pela cor vermelha.

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reconHece convençÕes GrÁficAs

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

mesmo quando ainda bem pequenas, muitas crianças que têm contatos frequentes com situações de leitura imitam gestos leitores dos adultos. Fazem de conta, por exemplo, que leem um livro, folheando-o e olhando suas páginas. esse é um primeiro indício de reconhecimento das convenções gráficas. essas convenções incluem saber que a leitura se faz da esquerda para a direita e de cima para baixo ou, ainda, que, diferentemente da fala, se apresenta num fluxo contínuo e na escrita é necessário deixar espaços entre as palavras.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

estudantes que se encontram em níveis de proficiência de 75 a 100 pontos reconhecem que o texto é organizado na página escrita da esquerda para a direita e de cima para baixo. esse fato é representado na escala pelo amarelo-claro.

estudantes com proficiência acima de 100 pontos, além de reconhecerem as direções da esquerda para a direita e de cima para baixo na organização da página escrita, também identificam os espaçamentos adequados entre palavras na construção do texto. Na escala, este novo nível de complexidade da com-petência está representado pela cor vermelha.

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mAnifestA consciênciA fonolÓGicA

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

a consciência fonológica se desenvolve quando o sujeito percebe que a palavra é composta de unidades menores que ela própria. essas unidades podem ser a sílaba ou o fonema. as habilidades relacionadas a esta competência são importantes para que o estudante seja capaz de compreender que existe correspondência entre o que se fala e o que se escreve.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

os estudantes que se encontram em níveis de proficiência entre 75 e 100 pontos identificam rimas e sílabas que se repetem em início ou fim de palavra. ouvir e recitar poesias, além de participar de jogos e brinca-deiras que explorem a sonoridade das palavras, contribuem para o desenvolvimento destas habilidades.

estudantes com proficiência entre 100 e 125 pontos contam sílabas de uma palavra lida ou ditada. este novo nível de complexidade da competência está representado na escala pelo amarelo-escuro.

estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram esta competência e esse fato está representado na escala de proficiência pela cor vermelha.

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lê pAlAvrAs

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Para ler palavras com compreensão, o alfabetizando precisa desenvolver algumas habilidades. uma delas, bastante elementar, é a de identificar as direções da escrita: de cima para baixo e da esquerda para direita. em geral, ao iniciar o processo de alfabetização, o alfabetizando lê com maior facilidade as palavras formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, isso por-que, quando estão se apropriando da base alfabética, as crianças constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas são formadas por esse padrão. Posteriormente, em função de sua exposição a um vocabulário mais amplo e a atividades nas quais são solicitadas a refletir sobre a língua escrita, tornam-se hábeis na leitura de palavras compostas por outros padrões silábicos.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

Na escala de proficiência, o amarelo-claro indica que os estudantes que apresentam níveis de proficiência entre 75 e 100 pontos são capazes de ler palavras formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, o mais simples, e que, geralmente, é objeto de ensino nas etapas iniciais da alfabetização.

o amarelo-escuro indica, na escala, que estudantes com proficiência entre 100 e 125 pontos alcançaram um novo nível de complexidade da competência de ler palavras: a leitura de palavra formadas por sílabas com padrão diferente do padrão consoante/vogal.

a cor vermelha indica que estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram as habili-dades que concorrem para a construção da competência de ler palavras.

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estrAtÉGiAs de leiturA

a concepção de linguagem que funda-menta o trabalho com a língua materna no ensino Fundamental é a de que a linguagem é uma forma de interação entre os falantes. consequentemente, o texto deve ser o foco do ensino da língua, uma vez que as interações entre os sujeitos, mediadas pela linguagem, se materializam na forma de textos de diferentes gêneros. o domínio “estraté-gias de leitura” reúne as competências que possibilitam ao leitor utilizar recur-sos variados para ler com compreensão textos de diferentes gêneros.

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locAliZA informAção

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

a competência de localizar informação explícita em textos pode ser considerada uma das mais elementares. com o seu de-senvolvimento o leitor pode recorrer a textos de diversos gêneros, buscando neles informações de que possa necessitar. esta competência pode apresentar diferentes níveis de complexidade - desde localizar informações em frases, por exemplo, até fazer essa localização em textos mais extensos - e se consolida a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades que devem ser objeto de trabalho do professor em cada período de escolarização. isso está indicado, na escala de proficiência, pela gradação de cores.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

estudantes que se encontram em um nível de proficiência entre 100 e 125 pontos localizam informações em frases, pequenos avisos, bilhetes curtos, um verso. esta é uma habilidade importante porque mostra que o leitor consegue estabelecer nexos entre as palavras que compõem uma sentença, produzindo sentido para o todo e não apenas para as palavras isoladamente. Na escala de proficiência, o desenvolvimento desta habilidade está indicado pelo amarelo-claro.

os estudantes, que apresentam proficiência entre 125 e 175 pontos, localizam informações em textos curtos, de gênero familiar e com poucas informações. esses leitores conseguem, por exemplo, a partir da leitura de um convite, localizar o lugar onde a festa acontecerá ou ainda, a partir da leitura de uma fábula, localizar uma informação relativa à caracterização de um dos personagens. esta habilidade está indicada, na escala, pelo amarelo-escuro.

os estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos localizam informações em textos mais extensos, desde que o texto se apresente em gênero que lhes seja familiar. esses leitores selecionam, dentre as várias informações apresentadas pelo texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na escala de proficiência, o laranja-claro indica o desenvolvimento desta habilidade.

os estudantes com proficiência entre 225 e 250 pontos, além de localizar informações em textos mais extensos, conseguem localizá-las, mesmo quando o gênero e o tipo textual lhe são menos familiares. isso está indicado, na escala de proficiência, pelo laranja-escuro.

a partir de 250 pontos, encontram-se os estudantes que localizam informações explícitas, mesmo quando essas se encontram sob a forma de paráfrases. esses estudantes já consolidaram a habilidade de localizar informações explícitas, o que está indicado, na escala de proficiência, pela cor vermelha.

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identificA temA

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

a competência de identificar tema se constrói pelo desenvolvimento de um conjunto de habilidades que permitem ao leitor perceber o texto como um todo significativo pela articulação entre suas partes.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

estudantes que apresentam um nível de proficiência entre 125 e 175 pontos identificam o tema de um texto desde que esse venha indicado no título, como no caso de textos informativos curtos, notícias de jornal ou revista e textos instrucionais. esses estudantes começam a desenvolver a competência de identificar tema de um texto, fato indicado, na escala de proficiência, pelo amarelo-claro.

estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos fazem a identificação do tema de um texto valendo--se de pistas textuais. Na escala de proficiência, o amarelo-escuro indica este nível mais complexo de desenvolvimento da competência de identificar tema de um texto.

estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos identificam o tema de um texto mesmo quando esse tema não está marcado apenas por pistas textuais, mas é inferido a partir da conjugação dessas pistas com a experiência de mundo do leitor. Justamente por mobilizar intensamente a experiência de mundo, estudantes com este nível de proficiência conseguem identificar o tema em textos que exijam inferências, desde que os mesmos sejam de gênero e tipo familiares. o laranja-claro indica este nível de complexidade mais elevado da competência.

Já os estudantes com nível de proficiência a partir de 275 pontos identificam o tema em textos de tipo e gênero menos familiares que exijam a realização de inferências nesse processo. esses estudantes já consolidaram a competência de identificar tema em textos, o que está indicado na escala de proficiência pela cor vermelha.

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reAliZA inferênciA

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes, que conseguem ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo camadas mais profundas de significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo de produção de sentidos para o que lê, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prévios, à sua experiência de mundo. estão envolvidas na construção da competência de fazer inferências as habilidades de: inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto no qual ela aparece; inferir o sentido de sinais de pontuação ou outros recursos morfossintáticos; inferir uma informação a partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o efeito de humor ou ironia em um texto.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

o nível de complexidade desta competência também pode variar em função de alguns fatores: se o texto apresenta linguagem não verbal, verbal ou mista; se o vocabulário é mais ou menos complexo; se o gênero textual e a temática abordada são mais ou menos familiares ao leitor, dentre outros. estudantes com proficiência entre 125 e 175 pontos apresentam um nível básico de construção desta competên-cia, podendo realizar inferências em textos não verbais como, por exemplo, tirinhas ou histórias sem texto verbal, e, ainda, inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto em que elas se apresentam. Na escala de proficiência, o amarelo-claro indica essa etapa inicial de desenvolvimento da competência de realizar inferências.

aqueles estudantes que apresentam proficiência entre 175 e 225 pontos inferem informações em textos não verbais e de linguagem mista desde que a temática desenvolvida e o vocabulário empregado lhes sejam familiares. esses estudantes conseguem, ainda, inferir o efeito de sentido produzido por alguns sinais de pontuação e o efeito de humor em textos como piadas e tirinhas. Na escala de proficiência, o desenvolvimento destas habilidades pelos estudantes está indicado pelo amarelo-escuro.

estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos realizam tarefas mais sofisticadas como inferir o sentido de uma expressão metafórica ou efeito de sentido de uma onomatopeia; inferir o efeito de sentido produzido pelo uso de uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notações gráficas e, ainda, o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas expressões em textos pouco familiares e/ou com vocabulário mais complexo. Na escala de proficiência, o desenvolvimento destas habilidades está indicado pelo laranja-claro.

estudantes com proficiência a partir de 275 pontos já consolidaram a habilidade de realizar inferências, pois, além das habilidades relacionadas aos níveis anteriores da escala, inferem informações em textos de vocabulário mais complexo e temática pouco familiar, valendo-se das pistas textuais, de sua experiência de mundo e de leitor e, ainda, de inferir o efeito de ironia em textos diversos, além de reconhecer o efeito do uso de recursos estilísticos. a consolidação das habilidades relacionadas a esta competência está indicada na escala de proficiência pela cor vermelha.

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identificA Gênero, função e destinAtÁrio de teXtos de diferentes Gêneros

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

a competência de identificar gênero, função ou destinatário de um texto envolve habilidades cujo desenvolvimento permite ao leitor uma participação mais ativa em situações sociais diversas, nas quais o texto escrito é utilizado com funções comunicativas reais. estas habilidades vão desde a identificação da finalidade com que um texto foi produzido até a percepção de a quem ele se dirige. o nível de complexidade que esta competência pode apresentar dependerá da familiaridade do leitor com o gênero textual, portanto, quanto mais amplo for o repertório de gêneros de que o estudante dispuser, maiores suas possibilidades de perceber a finalidade dos textos que lê. É importante destacar que o repertório de gêneros textuais se amplia à medida que os estudantes têm possibilidades de participar de situações variadas, nas quais a leitura e a escrita tenham funções reais e atendam a propósitos comunicativos concretos.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

estudantes que apresentam um nível de proficiência de 100 a 175 pontos identificam a finalidade de textos de gênero familiar, como receitas culinárias, bilhetes, poesias. essa identificação pode se fazer em função da forma do texto, quando ele se apresenta na forma estável em que o gênero geralmente se encontra em situações da vida cotidiana. Por exemplo, no caso da receita culinária, quando ela traz inicialmente os ingredientes, seguidos do modo de preparo dos mesmos. além de identificarem uma notícia. Na escala de proficiência, esse início de desenvolvimento da competência está indicado pelo amarelo-claro.

aqueles estudantes com proficiência de 175 a 250 pontos identificam o gênero e o destinatário de textos de ampla circulação na sociedade, menos comuns no ambiente escolar, valendo-se das pistas oferecidas pelo texto, tais como: o tipo de linguagem e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na escala de proficiência, a maior complexidade desta competência está indicada pelo amarelo-escuro.

os estudantes que apresentam proficiência a partir de 250 pontos já consolidaram a competência de iden-tificar gênero, função e destinatário de textos, ainda que estes se apresentem em gênero pouco familiar e com vocabulário mais complexo. esse fato está representado na escala de proficiência pela cor vermelha.

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processAmento do teXto

Neste domínio estão agrupadas com-petências cujo desenvolvimento tem início nas séries iniciais do ensino Fundamental, progredindo em grau de complexidade até o final do ensino médio. Para melhor compreendermos o desenvolvimento destas competências, precisamos lembrar que a avaliação tem como foco a leitura, não se fixando em nenhum conteúdo específico. Na verdade, diversos conteúdos traba-lhados no decorrer de todo o período de escolarização contribuem para o desenvolvimento das competências e habilidades associadas a este domí-nio. chamamos de processamento do texto as estratégias utilizadas na sua constituição e sua utilização na e para a construção do sentido do texto. Neste domínio, encontramos cinco compe-tências, as quais serão detalhadas a seguir, considerando que as cores apresentadas na escala indicam o início do desenvolvimento da habilidade, as gradações de dificuldade e sua conse-quente consolidação.

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estABelece relAçÕes lÓGico-discursivAs entre pArtes de um teXto

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

a competência de estabelecer relações lógico-discursivas envolve habilidades necessárias para que o leitor estabeleça relações que contribuem para a continuidade, progressão do texto, garantindo sua coesão e coerência. estas habilidades relacionam-se, por exemplo, ao reconhecimento de relações semânticas indicadas por conjunções, preposições, advérbios ou verbos. ainda podemos indicar a capacidade de o estudante reconhecer as relações anafóricas marcadas pelos diversos tipos de pronome. o grau de complexidade das habilidades associadas a esta competência está diretamente associado a dois fatores: a presença dos elementos linguísticos que estabelecem a relação e o posicionamento desses elementos dentro do texto, por exemplo, se um pronome está mais próximo ou mais distante do termo a que ele se refere.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

os estudantes que se encontram no intervalo amarelo-claro, de 150 a 200, começam a desenvolver a habilidade de perceber relações de causa e consequência em texto não verbal e em texto com linguagem mista, além de perceberem aquelas relações expressas por meio de advérbios ou locuções adverbiais como, por exemplo, de tempo, lugar e modo.

No intervalo de 200 a 250, indicado pelo amarelo-escuro, os estudantes já conseguem realizar tarefas mais complexas, como estabelecer relações anafóricas por meio do uso de pronomes pessoais retos, e por meio de substituições lexicais. acrescente-se que já começam a estabelecer relações semânticas pelo uso de conjunções, como as comparativas.

No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos na escala, os estudantes atingem um nível maior de abstração na construção dos elos que dão continuidade ao texto, pois reconhecem relações de causa e consequência sem que haja marcas textuais explícitas indicando essa relação semântica. esses estudantes também reconhecem, na estrutura textual, os termos retomados por pronomes pessoais oblíquos, por pronomes demonstrativos e possessivos.

os estudantes com proficiência acima de 300 pontos na escala estabelecem relações lógico-semânticas mais complexas, pelo uso de conectivos menos comuns ou mesmo pela ausência de conectores. a cor vermelha indica a consolidação das habilidades associadas a esta competência. É importante ressaltar que o trabalho com elementos de coesão e coerência do texto deve ser algo que promova a compreensão de que os elementos linguísticos que constroem uma estrutura sintática estabelecem entre si uma rede de sentido, o qual deve ser construído pelo leitor.

29

identificA elementos de um teXto nArrAtivo

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

os textos com sequências narrativas são os primeiros com os quais todos nós entramos em contato e com os quais mante-mos maior contato, tanto na oralidade quanto na escrita. daí, observarmos a consolidação das habilidades associadas a esta competência em níveis mais baixos da escala de proficiência, ao contrário do que foi visto na competência anterior. identificar os elementos estruturadores de uma narrativa significa conseguir dizer onde, quando e com quem os fatos ocorrem, bem como sob que ponto de vista a história é narrada. esta competência envolve, ainda, a habilidade de reconhecer o fato que deu origem à história (conflito ou fato gerador), o clímax e o desfecho da narrativa. esses elementos dizem respeito tanto às nar-rativas literárias (contos, fábulas, crônicas, romances...) como a narrativas de caráter não literário, uma notícia, por exemplo.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

os estudantes cuja proficiência se encontra entre 150 e 175 pontos na escala, nível marcado pelo amarelo--claro, estão começando a desenvolver esta competência. esses estudantes identificam o fato gerador de uma narrativa curta e simples, bem como reconhecem o espaço em que transcorrem os fatos narrados.

entre 175 e 200 pontos na escala, há um segundo nível de complexidade, marcado pelo amarelo-escuro. Nesse nível, os estudantes reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos são narrados.

a partir de 200 pontos, os estudantes agregam a esta competência mais duas habilidades: o reconhe-cimento da solução de conflitos e do tempo em que os fatos ocorrem. Nesta última habilidade, isso pode ocorrer sem que haja marcas explícitas, ou seja, pode ser necessário fazer uma inferência. a faixa vermelha indica a consolidação das habilidades envolvidas nesta competência.

30

estABelece relAçÕes entre teXtos

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

esta competência diz respeito ao estabelecimento de relações intertextuais, as quais podem ocorrer dentro de um texto ou entre textos diferentes. É importante lembrar, também, que a intertextualidade é um fator importante para o estabelecimento dos tipos e dos gêneros, na medida em que os relaciona e os distingue. as habilidades envolvidas nesta competência começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da escala de proficiência, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais complexas, que exigem do leitor uma maior experiência de leitura.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 225 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

os estudantes que se encontram entre 225 e 275 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, co-meçam a desenvolver as habilidades desta competência. esses estudantes reconhecem diferenças e semelhanças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos, além de identificar um tema comum na comparação entre diferentes textos informativos.

o amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas ao comparar textos, como, por exemplo, reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um determinado assunto.

a partir de 325 pontos, temos o vermelho, que indica a consolidação das habilidades relacionadas a esta competência. os estudantes que ultrapassam esse nível na escala de proficiência são considerados leitores proficientes.

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distinGue posicionAmentos

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

distinguir posicionamentos está diretamente associado a uma relação mais dinâmica entre o leitor e o texto.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 200 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

esta competência começa a se desenvolver entre 200 e 225 pontos na escala de proficiência. os estu-dantes que se encontram no nível indicado pelo amarelo-claro, distinguem fato de opinião em um texto narrativo, por exemplo.

No amarelo-escuro, de 225 a 275 pontos, encontramse os estudantes que já se relacionam com o texto de modo mais avançado. Neste nível de proficiência, encontram-se as habilidades de identificar trechos de textos em que está expressa uma opinião e a tese de um texto.

o laranja-claro, 275 a 325 pontos, indica uma nova gradação de complexidade das habilidades associadas a esta competência. os estudantes cujo desempenho se localiza neste intervalo da escala de proficiência conseguem reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um determinado assunto.

o vermelho, acima do nível 325, indica a consolidação das habilidades envolvidas nesta competência.

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identificA mArcAs linGuísticAs

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

esta competência relaciona-se ao reconhecimento de que a língua não é imutável e faz parte do patrimônio social e cultural de uma sociedade. assim, identificar marcas linguísticas significa reconhecer as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. esta competência envolve as habilidades de reconhecer, por exemplo, marcas de coloquialidade ou formalidade de uma forma linguística e identificar o locutor ou interlocutor por meio de marcas linguísticas.

os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

os estudantes que se encontram no intervalo amarelo-claro, de 125 a 175 pontos na escala, começam a desenvolver esta competência ao reconhecer expressões próprias da oralidade.

No intervalo de 175 a 225, amarelo-escuro, os estudantes já conseguem identificar marcas linguísticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de gêneros distintos.

No intervalo de 225 a 275, laranja-claro, os estudantes apresentam a habilidade de reconhecer marcas de formalidade ou de regionalismos e aquelas que evidenciam o locutor de um texto expositivo.

os estudantes que apresentam uma proficiência de 275 a 325 pontos, laranja-escuro, identificam marcas de coloquialidade que evidenciam o locutor e o interlocutor, as quais são indicadas por expressões idiomáticas.

a faixa vermelha, a partir do nível 325 da escala de proficiência, indica a consolidação das habilidades associadas a esta competência. o desenvolvimento destas habilidades é muito importante, pois implica a capacidade de realizar uma reflexão metalinguística.

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como formAr um leitor proficiente?

os resultados das avaliações ex-ternas em língua Portuguesa

apontam que, apesar da melhoria do desempenho dos estudantes em leitura ao longo da última década, uma das dificuldades da escola brasileira que persiste é desenvolver habilidades de leitura para a plena participação so-cial dos estudantes. Segundo dados do Sistema Nacional de avaliação da educação básica (Saeb), em 2009, da amostra dos estudantes avaliados em língua Portuguesa, apenas 34,2% e 26,3% apresentaram aprendizado adequado, respectivamente, ao 5º e 9º anos do ensino Fundamental.

apesar dos avanços, parcelas significa-tivas do alunado permanecem em níveis de proficiência aquém dos esperados para a série/ano ou idade. mas como as habilidades de leitura podem ser desen-volvidas? o que pode ser feito, no âmbito da escola e da sala de aula? essa refle-xão exige, antes de tudo, que docentes e demais atores que estão envolvidos no processo educacional na escola tenham clareza do que é a leitura. assim, cabe perguntar: o que é ler?

ao contrário do que se imagina, o ato de ler e compreender não se resume a passar os olhos pelas páginas de um livro ou um jornal. ler, no senti-do amplo, significa construir sentido. Quando construímos sentido para o que lemos, então compreendemos. mais do que isso, é preciso ter em mente que ler é uma atividade complexa, pois o sentido não está nas palavras e frases;

não está dado no texto. Só é possível ler e compreender quando os leitores relacionam as informações dadas com os conhecimentos que já têm armaze-nados, fruto de suas vivências sociais, culturais e afetivas, resultantes de sua interação com o mundo.

Sendo assim, ler é uma atividade cognitiva, que exige operações men-tais que vão além da decodificação. Para compreender um texto, é pre-ciso associar várias informações, ou seja, ter uma postura de leitor ativo, capaz de mobilizar conhecimentos para construir o sentido.

Mais além da superfície

em qualquer tipo de texto, numa propa-ganda, por exemplo, sempre há várias pistas que nos conduzem ao sentido: o local onde ele é publicado ou veiculado (revista, tv, rádio etc.); a existência do nome ou da logomarca da empresa responsável pelo serviço ou produto ofertado. Se a empresa atua na região onde a propaganda é veiculada, a fami-liaridade das pessoas com seu nome ajuda na compreensão de que se trata de um anúncio – e não de uma matéria jornalística, por exemplo. além disso, em anúncios impressos é comum se relacionar o texto verbal a imagens, ampliando os sentidos – desde que o leitor do anúncio tenha familiari-dade com o repertório de imagens e situações apresentadas. ou seja, para compreender a mensagem, é preciso associar uma série de informações,

Ler é uma

atividade

cognitiva, que

exige operações

mentais que

vão além da

decodificação.

Para compreender

um texto,

é preciso

associar várias

informações, ou

seja, ter uma

postura de leitor

ativo, capaz

de mobilizar

conhecimentos

para construir

o sentido.

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nem sempre apresentadas de maneira explícita no texto.

a compreensão de um texto como um todo, muitas vezes, ocorre rapi-damente, assentando-se não apenas na dimensão linguística (palavras e frases), mas na dimensão discursiva (os interlocutores, o meio de circulação e o objetivo do texto). esse é o mo-vimento: associar o que o texto traz na sua superfície ao que já temos de conhecimento acumulado. essa asso-ciação é que produz o sentido. Por isso, a linguista ingedore Grunfeld villaça Koch afirma que a leitura é uma inte-ração entre autor-texto-leitor.

Sempre que se lê com compreensão – seja o texto verbal ou não –, se está associando informações dadas na superfície do texto com outras já ar-mazenadas, oriundas das interações sociais: as pessoas conhecem ditados populares, palavras e frases, músicas, poemas, conhecem diversos tipos de textos, estão ligadas a informações do cotidiano, conhecem ações típicas rea-lizadas no dia a dia (pegar um ônibus, abrir a porta, encontrar com pessoas no elevador, pedir uma bebida num bar, chegar atrasado a uma palestra). enfim, uma infinidade de conheci-mentos científicos e vivências sociais, culturais, interpessoais acumulados na memória e que são ativados pela leitura de um texto. Por isso, alguns autores, muito apropriadamente, estabelecem uma metáfora para o texto: a metáfora do iceberg. um iceberg tem na superfí-cie da água apenas uma pequena por-centagem de seu corpo, ficando imersa uma grande quantidade de massa de gelo. a parte de cima representa o texto, ou seja, as informações “dadas”. a parte “submersa” representa todo o conhecimento prévio acumulado na memória. a compreensão é fruto das relações estabelecidas entre as duas partes: a que emerge da superfície e a submersa.

É importante que a escola amplie o conhecimento do estudante, colocando--o em contato com diversos tipos de textos e materiais de comunicação, a fim de que ele amplie, cada vez mais, suas possibilidades de compreensão de

textos e, como consequência, do mundo que o cerca. cabe ao professor atuar em sala de aula no sentido de desenvol-ver, em seus estudantes, habilidades de caráter inferencial, e não meramente de identificação de informações. dessa maneira, a escola enfoca os aspectos discursivos do texto, propiciando ao estudante uma relação direta com a sociedade. Para isso, é preciso que o trabalho escolar com a língua materna relacione o conhecimento discursivo, textual e linguístico, associando-os às atividades de compreensão.

esse tipo de trabalho, contudo, só é possível se houver uma preocupação e uma ênfase no letramento do professor: também ele deve ampliar seu conhe-cimento geral e especifico da área de conhecimento na qual atua. ademais, é fundamental que saibamos, com cla-reza, as estratégias necessárias para ensinar a ler.

Caminhos para ensinar a ler

existem alguns procedimentos, apon-tados em pesquisas, úteis para ampliar e fortalecer a capacidade de leitura dos estudantes no contexto de um traba-lho pedagógico sério e sistemático de investigação, análise e ação na escola, apresentados a seguir:

1. como o conhecimento prévio é uma condição para que haja a compreen-são, o ponto de partida é, justamente, expandir a visão de mundo dos estu-dantes, suas vivências culturais, sociais e científicas. cabe à escola atuar em prol da ampliação do contato com as mais diversas formas de interação por meio da linguagem, estimulando a interação das crianças e jovens com diversos textos e mídias.

os gêneros geralmente possuem um certo formato; então, quanto mais fami-liarizado com a diversidade deles, mais o estudante é capaz de reconhecer as regularidades textuais, auxiliando-o na compreensão. alargando esse conhe-cimento, ampliam-se as possibilidades de compreensão. Nessa direção, as vivências extraescolares contribuirão sobremaneira para isso. ademais, a valorização da cultura da comunidade

É importante que

a escola amplie

o conhecimento

do estudante,

colocando-o

em contato com

diversos tipos de

textos e materiais

de comunicação,

a fim de que ele

amplie, cada

vez mais, suas

possibilidades de

compreensão de

textos e, como

consequência,

do mundo que

o cerca.

35

dos estudantes é uma forma de aproxi-mar a escola da realidade e vice-versa.

2. cabe ao professor ativar todo co-nhecimento prévio do estudante sobre determinado tema, antes mesmo da lei-tura do texto. ou seja, é preciso fazer uma contextualização. Há algumas sugestões para ajudar nesse proces-so: apresentar, aos poucos, o título, a seção do jornal ou revista, o subtítulo. Neste momento, o professor pode, in-clusive, antecipar o gênero textual que será lido, para que sejam lembradas também suas características.

esse procedimento permite que o es-tudante mobilize uma série de conhe-cimentos, abrindo-se o caminho da compreensão: nessa antecipação são relembrados vários acontecimentos e ocorrências, palavras, vivências, enfim, fundamentais no momento da leitura.

3. outra dimensão é o acesso a materiais diversos e de qualidade – fundamental para que o estudante desenvolva seu senso crítico, sua capacidade de compreensão e abs-tração, além de habilidades mais sofisticadas. No entanto, de pouco vale o acesso a materiais de quali-dade sem uma orientação adequada para as atividades. ou seja, o profes-sor desempenha um papel central ao promover a circulação do saber, conduzindo o trabalho de modo a agu-çar o interesse e a curiosidade dos estudantes, fazendo-os sanar suas próprias dúvidas. ele faz a mediação entre o estudante e o texto de forma experiente: ao mesmo tempo em que “conduz” a leitura, deixa que o estu-dante faça suas próprias descobertas, abrindo espaço para que o estudante dialogue com o texto de forma cada vez mais autônoma. essa tarefa não é fácil, mas como leitor maduro, o professor saberá interferir apenas quando necessário.

4. o professor pode, antes de ler o texto, pedir que os estudantes for-mulem hipóteses. deve-se, nesse momento, ficar atento às pistas que emergem do texto. Para exemplificar, numa experiência realizada em sala

de aula, foi solicitado aos estudantes que formulassem algumas hipóteses a partir do título “barbárie e cida-dania”. inicialmente, os estudantes disseram que poderiam aparecer palavras como sociedade, violência, convivência, polícia, escola, aprendi-zagem, dentre outras.

como num jogo de adivinhação, foi dito à turma que o texto estava alocado na seção esportiva de um jornal, o que levou à modificação do escopo das sugestões: os estudantes passaram a mencionar palavras relacionadas a esportes - futebol, violência entre torcidas, punições etc. em seguida, foi informado que se tratava de texto do domínio do argumentar, o que levou a formulação de hipóteses como: o autor vai defender a extinção das torcidas organizadas ou o autor vai sugerir for-mas de punir os torcedores que geram violência, dentre outras bastante plau-síveis para o texto. essa capacidade de formular hipóteses facilita a leitura, pois ajuda a prever que tipo de infor-mação pode aparecer no texto. desse modo, o leitor processa a informação mais rapidamente, não se atendo ao visual, mas ao sentido.

diante do texto, então, à medida que o estudante lê, vai testando, aos pou-cos, suas hipóteses. Não é necessário “acertá-las”. contudo, o leitor maduro tem mais possibilidades de acertá--las, tamanho é o conhecimento que tem sobre o tema. Sua capacidade de prever é maior quando já conhece o gê-nero, o jornal, a posição política de um autor, o objetivo do texto etc. ao longo da leitura, é interessante que o leitor monitore sua compreensão, confirman-do suas hipóteses ou reformulando-as a cada momento em que encontra in-formações inusitadas, não previamente reconhecidas.

5. outro aspecto a se levar em conta é o fato de que a leitura torna-se mais proveitosa quando o professor traça objetivos para ela.

ao se estabelecer um objetivo, é pos-sível focar determinados aspectos de interesse para a atividade que realizada em sala de aula, ou para um projeto

o professor

desempenha um

papel central

ao promover a

circulação do

saber, conduzindo

o trabalho de

modo a aguçar

o interesse e a

curiosidade dos

estudantes.

36

pedagógico em andamento na escola. a adoção dessas estratégias favorece a leitura fluente e compreensão integral do texto. após a leitura propriamente dita, há duas estratégias que podem ser adotadas: a construção de esquemas e a “reação” aos textos.

1. a construção de esquemas envolve a percepção e a organização do conteúdo apresentado. assim, é possível elabo-rar uma lista dos tópicos e subtópicos citados no texto. No exemplo citado anteriormente (o texto argumentativo sobre esportes), os estudantes per-ceberam que o autor apresentou um fato do cotidiano (um confronto entre torcedores); em seguida, apresentaram algumas soluções propostas pelo senso comum para resolver o problema enfo-cado. mais à frente, apresentaram sua própria solução para o problema (sua tese). em seguida, sustentaram sua proposta com comentários plausíveis em relação à sugestão feita. a utilização desse esquema favorece a internaliza-ção ao mesmo tempo em que tem uma compreensão global do texto.

2. outra estratégia para a formação do leitor proficiente é o momento de reação frente ao texto. São inúmeras as reações que um texto pode provocar, fazendo com que as pessoas exerci-tem o senso de humor, a capacidade de argumentar, contra-argumentar, de propor soluções, de comparar fatos. todas essas atividades fazem com que o estudante cresça intelectualmente.

um gênero textual que focaliza essas reações e tem o objetivo de registrá-las é o chamado “diário de leitura”, pouco conhecido em escolas e universidades, mas bastante útil para que o leitor tenha uma atitude ativa e analítica dian-te da leitura. os exercícios de escrita no diário (anotações que se faz durante e depois da leitura) proporcionam um movimento contínuo de reflexão, o que colabora para a formação do cidadão crítico e participativo que tanto enfati-zamos na educação.

em outras palavras, não basta escre-ver sobre o que foi lido: o estudante precisa, para além de descrever, analisar e avaliar o texto. de fato, é

um instrumento que propicia ao es-tudante uma conscientização sobre seus processos de compreensão e de aprendizagem. ademais, permite que os professores detectem o estado real de cada estudante em relação a esses processos, podendo, então, interferir de maneira mais eficaz no seu desenvolvimento.

esse conjunto de estratégias evidencia que há uma constante necessidade de se retomar alguns princípios centrais e basilares sobre a leitura, referendando alguns conceitos talvez difusos em virtu-de do uso corrente no cotidiano escolar.

Da sala de aula para toda a escola

em termos do processo pedagógico, a organização do currículo, somada à formação e qualificação docente, são aspectos relevantes para a formação do leitor. afinal, a maneira como o currí-culo se estrutura pode favorecer uma percepção mais ampla dos processos sociais inerentes à leitura, favorecendo a aprendizagem. Nessa linha, o desen-volvimento de projetos pode dar bons resultados, na medida em que são desenvolvidas atividades socialmente relevantes e engajadas.

ainda nessa direção, a interdisciplina-ridade também contribui, pois promove uma integração temática e metodoló-gica entre áreas do conhecimento, por meio de atividades conjuntas do corpo docente, já que a leitura permeia todas as áreas do conhecimento.

outro aspecto decorre da constatação que o desenvolvimento das habilida-des de leitura é progressivo. assim, as crianças com dificuldades podem ser agrupadas em atividades extraclasse, a partir da verificação das habilidades não desenvolvidas, para um trabalho complementar a fim de avançar na direção do leitor proficiente.

como se constata, muito já foi produ-zido no campo do ensino de língua e já existe um corpo de conhecimento, produzido inclusive a partir dos resulta-dos das avaliações, que pode colaborar fortemente para a construção de uma escola de qualidade.

37

38

pAdrÕes de desempenHo estudAntil

Para uma escola ser considerada eficaz, ou seja, para fazer a dife-

rença na vida de seus usuários, ela deve proporcionar altos padrões de aprendizagem a todos, independente de suas características individuais, familiares e sociais. Se apenas um grupo privilegiado consegue aprender com suficiente qualidade o que é ensi-nado, aumentam-se as desigualdades intraescolares e, como consequência, elevam-se os indicadores de repetên-cia, evasão e abandono escolar. Na verdade, criam-se mais injustiças. esse é um cenário que, certamente, nenhum professor gostaria de ver em nenhuma escola.

o desempenho escolar de qualidade implica, necessariamente, a realização dos objetivos curriculares de ensino propostos. os padrões de desempenho estudantil, nesse sentido, são balizado-res dos diferentes graus de realização educacional alcançados pela escola. Por meio deles é possível analisar a distância de aprendizagem entre o per-centual de estudantes que se encontra nos níveis mais altos de desempenho e aqueles que estão nos níveis mais baixos. a distância entre esses extre-mos representa, ainda que de forma alegórica, o abismo existente entre aqueles que têm grandes chances de sucesso escolar e, consequentemente, maiores possibilidades de acesso aos bens materiais, culturais e sociais; e aqueles para os quais o fracasso es-colar e a exclusão social podem ser mera questão de tempo, caso a escola não reaja e promova ações com vistas à promoção da equidade. Para cada padrão, são apresentados exemplos de item* do teste do SaemS.

* o percentual de brancos e nulos não está contemplado nesses exemplos.

39

muito crÍtico

Neste padrão de desempenho, os es-tudantes já consolidaram as habilida-des relativas à apropriação do código e começam a desenvolver habilidades, ainda muito elementares, relativas à compreensão de textos.

eles revelam ter desenvolvido algumas habilidades indicativas da participação em eventos sociais e escolares de le-tramento. eles identificam a finalida-de e o gênero de textos que circulam em contextos ligados à vida cotidiana, como bilhetes, receitas e convites. Já conseguem, em textos simples, loca-lizar informação explícita, identificar o assunto, podendo, também, reconhecer expressões próprias da linguagem co-loquial. esses estudantes começam a realizar inferências em textos não ver-bais e a inferir o sentido de palavras.

isso mostra que ainda não podem ser considerados leitores autônomos, pois necessitam, para isso, desenvolver ha-bilidades que lhes permitam interagir de modo mais com textos.

40

até 175 Pontos

41

Leia o texto abaixo.

WATTERSON, Bill. Criaturas Bizarras de outro Planeta. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2008, p. 83. (P080200B1_SUP)

(P080200B1) No último quadrinho desse texto, a expressão no rosto do menino revelaA) angústiaB) expectativa.C) frustração.D) raiva.

este item avalia a habilidade de os es-tudantes interpretarem um texto com auxílio de material gráfico diverso, nesse caso o suporte apresenta uma tirinha – que não apresenta falas e possui quatro cenas – gênero bastan-te comum no ambiente escolar e no cotidiano dos estudantes.

Para a resolução do item, faz-se ne-cessário que os estudantes atentem-se para os recursos visuais e gráficos, já que não há presença de uma lingua-gem verbal, percebendo a sequência narrativa apresentada pelo texto, na qual o menino tenta várias vezes sem sucesso acertar a bolinha no ar com um taco de beisebol, como não conseguiu, ele troca o taco por um de golfe e, no último quadrinho, está preparado para finalmente acertar a bolinha.

os estudantes que marcaram a alternativa d (78,6%) conseguiram identificar que, no ultimo quadrinho, a fisionomia do menino indica que ele está com raiva após inúmeras tentativas de acertar bola. esses es-

tudantes desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

a opção pela alternativa a (2,5%) revela que os estudantes consideraram um sen-timento possível do menino em relação ao fato de não conseguir acertar a bola, mas que não está expresso pela fisio-nomia do mesmo no último quadrinho.

os estudantes que marcaram a alterna-tiva b (10,0%) consideraram a imagem do último quadrinho, na qual o menino está na eminência de acertar a bola, porém não se atentaram para a tarefa proposta pelo comando que era analisar a expressão do menino, portanto, ainda, não desenvolveram a habilidade avaliada.

aqueles que escolheram a alternativa c (8,7%), provavelmente, foram guiados pela compreensão parcial do texto, um sentimento possível do menino após sucessivas tentativas fracassadas de lançar a bola, porém, de forma seme-lhante àqueles que marcaram os outros distratores, esses estudantes não con-sideraram o comando para resposta.

A 2,5%

B 10,0%

C 8,7%

D 78,6%

42

43

crÍtico

analisando-se as habilidades represen-tativas deste padrão de desempenho, observa-se que há indícios de apropria-ção de elementos que estruturam o texto, manifestada em operação de retomada de informações por meio de pronomes pessoais retos, por substituição lexical e por reconhecimento de relações lógico--discursivas no texto, marcadas por advérbios e locuções adverbiais e por marcadores de causa e consequência.

com relação às operações inferen-ciais, eles depreendem informações implícitas, o sentido de palavras ou expressões, o efeito do uso pontuação e de situações de humor.

No que diz respeito ao tratamento das informações globais, esses estudantes identificam o assunto de textos que abor-dam temáticas que lhes são familiares.

Neste padrão, constata-se, também, no que se refere às informações da base textual, eles identificam elementos da estrutura narrativa e distinguem fato de opinião.

acrescente-se ainda que interpretam textos que integram linguagem verbal e não verbal cuja temática se relaciona ao cotidiano do estudante.

Percebe-se que, neste padrão, os estu-dantes revelam estar em contato mais intenso com eventos de letramento, pois conseguem identificar a finalidade de alguns textos que circulam em uma sociedade letrada.

constata-se, assim, que os estudantes que se encontram neste intervalo de proficiência conseguem mobilizar ha-bilidades para atuar sobre o texto, indo além das informações apresentadas em sua superfície, atingindo camadas mais profundas de significado.

44

DE 175 a 225 Pontos

45

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

Grampo na linha

Me grampearam! A voz era cavernosa:– Senhor Domingos?– Sim.– Nós grampeamos seu telefone.– O quê? Quem está falando?– O senhor vai receber a fita já-já.Desligou, e eu ainda estava pensando quem poderia me passar um trote assim, tocou a

campainha. Era um mototaxista, que nem tirou o capacete:– Senhor Domingos? Para o senhor.Me deixou nas mãos uma caixinha e se foi. Abri, é uma fita que começa com a voz

cavernosa avisando: você vai ouvir agora trechos selecionados de algumas conversas ao telefone. Ouça bem se não são conversas com-pro-me-te-do-ras... – a voz solta amplas reticências, em seguida vêm as gravações: [...]

Conspiração – Pellegrini?– Não, o papa! Você não ligou pro Vaticano? Sabe que hora é?– Certo, certo...(Atenção – a voz cavernosa interrompe a conversa. – É claro que essa história de papa

e Vaticano é uma senha, pois o assunto é grave, é coisa de sociedade secreta ou grupo terrorista! E continua a conversa... [...]

–Hein,Pellegrini?–avozcavernosaevitoriosa.–Quantoachaquevaleessafita?Eoque acha que a gente devia fazer com ela?...

PELLEGRINI, Domingos. Ladrão que rouba ladrão e outras crônicas. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2005. V. 33. * Adaptado: ReformaOrtográfica.(P080088B1_SUP)

(P080089B1) No trecho “A voz era cavernosa:...” ( . 1), a palavra destacada significaA) assustadora.B) brincalhona.C) pausada.D) rouca.

a habilidade avaliada neste item é in-ferir o sentido de uma palavra ou ex-pressão em um determinado contexto. essa habilidade envolve a mobilização do conhecimento de mundo, linguístico e do contexto para descobrir um sen-tido não usual, mas adequado, a uma palavra ou expressão.

o suporte deste item apresenta o frag-mento de uma crônica, na qual a nar-rativa apresenta diálogos intercalados com discurso indireto, exigindo que estudantes acompanhem as trocas de turno das falas dos personagens para compreenderem o desenrolar da história.

Neste item, os estudantes deveriam inferir o sentido da palavra “cavernosa” (que associada à palavra “voz”, nesse caso, indica suspense, pavor), fazendo

uma relação conjunta entre o significa-do da palavra que lhe dá origem – “ca-verna” –, o conhecimento linguístico de que o sufixo -osa é indicador de gran-de quantidade e/ ou estado pleno e o contexto em que o termo está inserido. assim, os estudantes que marcaram a opção a (69,8%) – gabarito – demons-traram que conseguiram desenvolver a habilidade avaliada pelo item.

os estudantes que marcaram a opção b (7,0%) apoiaram sua escolha no trecho do texto em que o narrador afirma ter recebido um trote, associando a uma brincadeira, desconsiderando o restante do contexto.

os estudantes que marcaram a alter-nativa c (6,4%) apegaram-se ao trecho “a voz solta amplas reticências” asso-

ciando, de forma inadequada, o termo “cavernosa” a um falar pausado.

a opção pela alternativa d (16,7%) revela que os estudantes conseguem identificar parcialmente um sentido possível para o termo em destaque no comando para resposta, porém “rouca” não corresponde ao significado apro-priado ao contexto.

A 69,8%

B 7,0%

C 6,4%

D 16,7%

46

Leia o texto abaixo.

Juquinha, o terrível

Sabendoqueofilhonãoerachegadoaassuntosreligiosos,amãeestranhaaoverJuquinhaajoelhado no quarto, de mãos postas.

–Oqueestáfazendo,meufilho?– Rezando para que o Rio Amazonas vá para a Bahia – responde o menino.– Mas por quê?–PorquefoiissoqueeuescrevinaprovadeGeografia.

Almanaque Brasil, maio 2001. (P090298A8_SUP)

(P090298A8) O que torna esse texto engraçado é aA)curiosidadedamãesobreofilho.B)mãeestranharaatitudedofilho.C)primeirarespostadofilho.D)segundarespostadofilho.

este item avalia a habilidade de os estudantes identificarem efeitos de humor em textos variados. Nesse caso, especificamente, utiliza-se uma anedota – um gênero que se carac-teriza tipicamente por explorar esse recurso – para avaliar se os estudantes conseguem identificar o fato que traz comicidade ao texto.

os estudantes que escolheram a alter-nativa d conseguiram identificar que esse traço de humor reside no fato de o menino estar rezando para que um rio mude sua localização para que ele acerte uma resposta na prova de Geo-grafia. Para chegar à resposta correta, os estudantes deveriam apresentar o conhecimento prévio de que a mudança do curso de um rio, naturalmente, para que ele corra para outro estado dis-tante, seria, praticamente, impossível. 69,6% dos estudantes escolheram essa alternativa como resposta, demons-trando que grande parte já desenvolveu a habilidade avaliada.

os estudantes que escolheram a alter-nativa a (5,8%) não perceberam que as perguntas feitas pela mãe são apenas aspectos que concorrem para a cons-trução do textual, mas não agregam humor ao texto.

os estudantes que marcaram a al-ternativa b (13,2%) confundiram-se ao apontar o fato gerador do enredo com o aspecto que torna a narrativa engraçada.

a opção pela alternativa c (11,3%) revela que os estudantes considera-ram a resposta inusitada de Juquinha sobre a mudança da localização do Rio amazonas como gerador do humor no texto. entretanto, sozinha, essa pri-meira resposta do menino não traduz o efeito de humor do texto, é apenas com a explicação do menino para pedir, em oração, algo tão inusitado que o humor se estabelece, portanto esses estudantes, ainda, não desenvolveram a habilidade avaliada.

A 5,8%

B 13,2%

C 11,3%

D 69,6%

47

intermediÁrio

Neste nível de desempenho, o que evi-dencia a ampliação do processo cog-nitivo de leitura, diferenciando esses estudantes dos que se encontram nos padrões anteriores, é a capacidade de estabelecer relações intertextuais e dis-tinguir um fato de uma opinião relativo a ele em um texto. além disso, percebe--se que esses estudantes ampliam a competência de estabelecer relações lógico-discursivas entre partes de um texto, uma vez que conseguem realizar operações de retomada de informações por meio de pronomes pessoais do caso reto e substituição lexical. Na mesma linha interpretativa, conseguem estabe-lecer relações de causa e consequência implícitas; reconhecem o desfecho e o tempo da narrativa, mesmo sem colo-cações explícitas, e identificam marcas linguísticas de formalidade e coloquia-lidade do interlocutor ou locutor.

com relação às habilidades de localiza-ção e inferência de informação, assim como de identificação do tema, da fina-lidade e do gênero, esses estudantes demonstram capacidade de interagir com textos de estrutura mais complexa e de temática menos familiar.

48

DE 225 a 275 Pontos

49

Leia os textos abaixo.Gírias

Texto 1

Gíria como contestação

“Ojovemusaagíria,porqueécontestador.Éumamaneiradeseautoafirmar,demostrarquepertence a um grupo”, diz Dino Preti, professor de pós-graduação em Letras da PUC e da USP [...]. Para os adolescentes, diferenciar-se do mundo dos adultos, buscar uma identidade própria é um processo normal de crescimento. Nesse sentido, usar um jargão indecifrável para os mais velhos teria a mesma função, por exemplo, que transformar seu quarto em um reduto bagunçado e impenetrável para os pais.

“Como têm um mundo com características próprias, os adolescentes usam roupas diferenciadas e frequentam determinados lugares”, [...]

Texto 2

Gírias de ontem e de hoje

De ontem

bacana: pessoa rica, que se veste bembicho: forma de tratamento broto: moça ou rapaz bem jovem caretice: postura conservadoramora: entende? papo firme: sujeito que não dá mancadaplá: conversa tremendo: muito bom

De hoje

atacado: nervosoazarar: paquerarbalada: festa, agitação, encontrocara: forma de tratamentodar para trás: desistiré massa, é dez: é muito bomficar: namorar sem compromissosarado: pessoa com o corpo bem trabalhado

Pais & Teens, mai. / jun. 2007. Fragmento. (P080157B1_SUP)

(P080157B1) Comparando-se esses dois textos, constata-se que os adolescentes de ontem e de hojeA) criam expressões próprias.B) fazem-se entender por todos.C) sabem gírias de todas as épocas.D) usam o mesmo vocabulário.

50

este item avalia a habilidade de os estu-dantes reconhecerem diferentes formas de tratar uma informação na compa-ração de textos que tratam do mesmo tema. a habilidade em análise é bastante sofisticada, pois exige dos estudantes a capacidade de resumir mentalmente os dois textos, retirar-lhes seu sentido global, em seguida, confrontar as infor-mações e opiniões presentes em cada um, a fim de observar suas semelhan-ças e/ ou diferenças, para, finalmente, realizar o que lhe foi solicitado.

Nesse caso, o suporte apresenta textos de gêneros distintos, veiculados em uma revista que trata de temas familiares. o primeiro é uma reportagem sobre o uso das gírias e a relação delas com o mundo dos adolescentes. o outro texto apresenta duas colunas, nas quais estão listadas as gírias antigas e as utilizadas pelos adolescentes na atualidade.

Para a resolução deste item, os estu-dantes deveriam estabelecer relações intertextuais, construindo critérios para a comparação entre os textos, ou seja, os estudantes deveriam buscar seme-lhanças entre os textos quanto ao tema

abordado e quanto ao tratamento dado ao tema, fazendo o cruzamento entre elas para construir a comparação.

assim, os estudantes concluiriam que em ambos os textos está presente a ideia de que os adolescentes criam expressões próprias, a fim diferen-ciar-se dos demais. dessa forma, os estudantes que marcaram a opção a (62,5%) – gabarito – demonstram que conseguiram desenvolver a habilidade avaliada pelo item.

os estudantes que marcaram a opção b (10,8%) realizaram uma leitura parcial dos textos e identificaram justamente a posição contrária da ideia defendida no texto 1.

os estudantes que marcaram as demais opções c (15,9%) partiram das informa-ções presentes no texto 2 e realizaram inferências não admitidas pelo contexto.

a escolha da alternativa d (10,7%) re-vela uma compreensão limitada dos textos pelos estudantes, demonstrando a não consolidação da habilidade de comparação de textos.

A 62,5%

B 10,8%

C 15,9%

D 10,7%

51

Leia o texto abaixo.

5

10

O leão e o ratinho

Ao sair do buraco viu-se um ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.

– Segue em paz, ratinho; não tenhas medo de teu rei.Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, bateu-se, mas quanto

maisseagitavamaispresonolaçoficava.Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.– Amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Num instante

conseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida a primeira malha as outras se afrouxavam, pode o leão deslindar-se e fugir.

Mais vale paciência pequenina do que arrancos de leão.LOBATO, Monteiro. Fábulas.SãoPaulo:Brasiliense,1958.Fragmento.*Adaptado:ReformaOrtográfica.(P080031B1_SUP)

(P080031B1)AfinalidadedessetextoéA) analisar o comportamento dos animais.B) apresentar um ensinamento moral.C) descrever as características dos animais.D) mostrar um traço da personalidade do leão.

este item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a finalidade de textos de diferentes gêneros. Nesse caso, especificamente, busca-se avaliar se os estudantes conseguem perceber qual é o objetivo enunciativo de uma pequena fábula.

identificar a finalidade de um texto é uma habilidade importante, pois possibilita aos estudantes dominar os diferentes propósitos de comuni-cação, realizando as práticas sociais de interação.

os estudantes que assinalaram a al-ternativa b (58,4%) conseguiram con-jugar todos os elementos constitutivos do texto (estrutura, tipo de linguagem, apresentação textual, referência bi-bliográfica), principalmente, a moral do texto exposta no fim do texto em itálico, reconhecendo, dessa forma, que o objetivo comunicativo pretendido pelo autor da reportagem é, justamen-te, transmitir uma lição moralizante.

os estudantes que marcaram a alter-nativa a (19,0%) detiveram-se no en-sinamento final da narrativa, no qual o narrador sentencia sobre a conduta dos animais. esses estudantes realiza-ram essa escolha, possivelmente, por desconhecerem as características de uma fábula, já que a estrutura canônica dessa narrativa prevê que os animais sejam os protagonistas da história, numa representação dos humanos e de suas características.

os estudantes que optaram pela al-ternativa c (7,9%) não perceberam que o apontamento de algumas ca-racterísticas do leão e do ratinho são aspectos pontuais da fábula e não a sua finalidade.

aqueles que escolheram a opção d (14,2%), provavelmente, não deram sequência na leitura do texto, já que se apegaram ao episódio narrado no início do texto, no qual o leão mostra-se bondoso com o ratinho.

A 19,0%

B 58,4%

C 7,9%

D 14,2%

52

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

Grampo na linha

Me grampearam! A voz era cavernosa:– Senhor Domingos?– Sim.– Nós grampeamos seu telefone.– O quê? Quem está falando?– O senhor vai receber a fita já-já.Desligou, e eu ainda estava pensando quem poderia me passar um trote assim, tocou a

campainha. Era um mototaxista, que nem tirou o capacete:– Senhor Domingos? Para o senhor.Me deixou nas mãos uma caixinha e se foi. Abri, é uma fita que começa com a voz

cavernosa avisando: você vai ouvir agora trechos selecionados de algumas conversas ao telefone. Ouça bem se não são conversas com-pro-me-te-do-ras... – a voz solta amplas reticências, em seguida vêm as gravações: [...]

Conspiração – Pellegrini?– Não, o papa! Você não ligou pro Vaticano? Sabe que hora é?– Certo, certo...(Atenção – a voz cavernosa interrompe a conversa. – É claro que essa história de papa

e Vaticano é uma senha, pois o assunto é grave, é coisa de sociedade secreta ou grupo terrorista! E continua a conversa... [...]

–Hein,Pellegrini?–avozcavernosaevitoriosa.–Quantoachaquevaleessafita?Eoque acha que a gente devia fazer com ela?...

PELLEGRINI, Domingos. Ladrão que rouba ladrão e outras crônicas. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2005. V. 33. * Adaptado: ReformaOrtográfica.(P080088B1_SUP)

(P080088B1) Nesse texto, a escrita da palavra “com-pro-me-te-do-ras” ( . 12) sugereA) crítica.B) gravidade.C) hesitação.D) musicalidade.

a habilidade que é avaliada por meio deste descritor refere-se à identificação pelos estudantes do sentido que um recurso ortográfico provoca no leitor, conforme o que o autor deseja expres-sar no texto. Neste item, os estudantes devem inferir o efeito provocado pela grafia da palavra “comprometedoras”, separada em sílabas, em uma crônica.

a opção pela letra b (56,0%) indica que esses estudantes captaram o sentido da ênfase expressa pela separação das síla-bas da palavra “com-pro-me-te-do-ras”, entendendo que a forma como a palavra foi escrita evidencia a gravidade do assunto.

os estudantes que assinalaram a al-ternativa a (26,0%) equivocaram-se ao entender que a forma como fora escrita a palavra “comprometedoras” estaria relacionada ao fato de o locutor

criticar/ censurar o conteúdo das con-versas gravadas, mas essa associação não se aplica a esse contexto. esses estudantes ainda não desenvolveram essa habilidade.

os estudantes que optaram pela alter-nativa c (11,9%) pautaram-se nas reti-cências que aparecem após a palavra destacada no comando para resposta, entendendo que o locutor estaria he-sitando em continuar o seu discurso. entretanto, não consideraram o contex-to e o que lhes foi solicitado pelo item.

aqueles que optaram pela alternativa d (5,9%), possivelmente, pautaram sua escolha no conhecimento exterior ao texto, acreditando que a separação das sílabas com hífen indica que o locutor estaria cantando, associação que não pode ser confirmada pelo contexto.

A 26,0%

B 56,0%

C 11,9%

D 5,9%

53

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

25

30

A vida pelo telefone

Durante meses, eu e meu amigo nos falamos por telefone. Sempre reclamávamos da escassez de encontros pessoais.

– Precisamos nos ver! – ele dizia.– Vou arrumar um tempinho, eu prometia.Posso ser antiquado, mas acredito que nada substitui o olho no olho. A expressão, o jeito

de falar, a gargalhada espontânea, tudo isso dá nova dimensão ao relacionamento. Cumpri minha promessa e fui a seu apartamento. Nos primeiros dez minutos, falamos da vida como não fazíamos havia bastante tempo. Em seguida, tocou o telefone.

– Um momento.Iniciou-seumalongadiscussãosobrequemcomprariaingressosparaumespetáculo.Já

estava desligando, quando se ouviu o celular. [...] Falou rapidamente com a primeira pessoa, desligou e voltou ao celular. Foi a vez do bip, que tocou insistentemente. Pediu desculpas, foi ver a mensagem. Recado urgente para chamar determinada pessoa. Novamente, trocou mais algumas frases ao celular. Desligou. Pediu-me novas desculpas. Ligou para quem o havia bipado. Mais questões de trabalho. Quando anotava alguns detalhes, a linha, digital, anunciou que mais alguém queria falar. Pediu licença e atendeu a outra linha. Olhou para mim e pediu desculpas. [...] Entrou um fax.

Observei o relógio demoradamente. Aproveitei o intervalo entre o bip e um novo telefonema para dizer bem depressa:

Preciso ir. Depois eu ligo.Sorriu, satisfeito.– Então me chame depois. Não esqueça, hein?– Mando um e-mailevocêmeresponde.Assimopapoficamelhor.Gostou da ideia, sem perceber a ironia. Pediu mais um minutinho no telefone, dizendo

que ia me levar até a porta e já voltava. Comentou, já tranquilo:–Nossa,comoagentetemcoisasprafalar.Vocêficoumaisdeduashorasaquienem

botamos tudo em dia.Repuxei os lábios, educadamente. Certas pessoas estão grudadas aos telefones,

celulares, bips e e-mails. Inventou-se de tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.

CARRASCO, Walcyr. A vida pelo telefone. In: Veja São Paulo,Abril,19abr.2000.*Adaptado:ReformaOrtográfica.(P080108B1_SUP)

(P080111B1) De acordo com esse texto, a visita resolveu ir embora, porqueA) era uma pessoa muito educada.B) estava difícil falar com o amigo.C) passava muito da hora de ir.D) preferia conversar por e-mail.

54

este item avalia a habilidade de os es-tudantes estabelecerem relações de causa e consequência entre partes do texto. Nesse caso, a relação de causa-lidade avaliada está presente em uma crônica bastante extensa, publicada originalmente em uma revista.

Para resolver este item, os estudantes deveriam identificar o motivo pelo qual os fatos são apresentados no texto, ou seja, o reconhecimento de como as relações entre os elementos organi-zam-se de forma que um torna-se o resultado do outro.

a escolha da alternativa b (60,3%) revela que os estudantes realizaram uma leitura atenta do texto, con-seguindo perceber que, apesar de o narrador ter comparecido à casa do amigo para conversarem pesso-almente, não conseguiram se falar, porque o interlocutor permanecia constantemente ocupado com os instrumentos eletrônicos de comuni-cação (bip, celular, e-mail, fax), o que levou ao narrador a dizer que precisa-va ir embora. esses estudantes con-seguiram estabelecer corretamente

as relações de causalidade implícitas no texto, identificando o gabarito.

No caso da letra a (8,1%), os estudantes devem ter se atentado aos recorrentes pedidos de desculpas do amigo para atender aos chamados dos aparelhos ou, ainda, por forte influência de seu conhecimento de mundo, consideraram que a visita, por ser muito educada, buscava esquivar-se de ouvir a con-versa de seu amigo ao telefone.

a opção pela alternativa c (7,1%) revela que esses estudantes fixaram-se, prin-cipalmente, nos trechos “olhei o relógio demoradamente.” e “aproveitei o inter-valo [...] para dizer bem depressa: Pre-ciso ir.”, demonstrando dificuldades em reconhecer o encadeamento dos fatos.

de forma semelhante, os estudantes que optaram pela alternativa d (24,3%) demonstraram uma possível leitura fragmentada do texto, privilegiando o trecho “mando um e-mail e você me responde. assim o papo fica melhor.”, não percebendo a intenção irônica no trecho, explicitada pelo narrador na sequência do texto.

A 8,1%

B 60,3%

C 7,1%

D 24,3%

55

Leia o texto abaixo.

5

10

Mensagens por celular estimulam jovensCrianças que se comunicam por SMS leem e falam melhor do que as outras

De acordo com um estudo realizado pela British Academy, crianças que fazem uso de mensagens de texto por celular (SMS), prática conhecida como texting, leem e falam melhordoqueasoutras.Apesquisaafirmaquepaiseprofessoresdeveriamestimularessaforma de comunicação entre os jovens. Para o jornal inglês The Independent, crianças que se valem de abreviações também dominam a pronúncia correta das palavras. Além disso,segundoo jornal,observou-seumsignificativoaumentodeatençãoporpartedascrianças quando as palavras rimavam umas com as outras. Contudo, os pesquisadores nãosouberamafirmarseousofrequentedemensagensinfluinacapacidadedeescreverdentro das normas da Língua Inglesa. A única conclusão é que o uso prolongado fez as criançassesaíremmelhornasavaliaçõesdefluênciaverbal.

Língua Portuguesa, mar. 2010, p. 11. Fragmento. (P080186B1_SUP)

(P080186B1) Esse texto é um exemplo deA) artigo.B) crônica.C) curiosiade.D) reportagem.

a habilidade avaliada neste item é a de identificar o gênero de um texto, por meio da sua função comunicativa, sua estrutura e linguagem. Nesse caso, o suporte apresenta um texto do gêne-ro reportagem, na forma estável que pode ser encontrada em circulação: o título (ou manchete), que aponta para o assunto que será retratado; o subtí-tulo (ou lead), que resume o assunto; o texto em si (ou corpo), que apresenta o desenvolvimento do assunto abordado; além disso, o texto fora extraído de uma revista, há predominância da função re-ferencial da linguagem e uso de terceira pessoa do discurso.

os estudantes que marcaram o gabari-to, letra d (59,7%), souberam reconhe-cer, a partir de suas características, que o texto apresentado pelo suporte é uma reportagem, portanto, já desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

aqueles que assinalaram a alternativa a (14,4%), possivelmente, associaram a linguagem utilizada pelo autor – impes-soal e direta – característica dos textos jornalísticos, ao gênero artigo, porém esses estudantes desconsideraram os demais elementos do texto.

os que marcaram a alternativa b (8,0%) podem ter se pautado no fato de uma crôni-ca, geralmente, abordar temas do cotidiano, com a reportagem, e, ainda, na referência da qual fora extraído o texto apresentado pelo suporte para fazerem essa escolha.

os estudantes que assinalaram a al-ternativa c (17,4%), provavelmente, associaram o resultado da pesquisa apresentado pela reportagem ao gê-nero curiosidade. esses estudantes, assim como os demais que marcaram qualquer um dos distratores, não desen-volveram a habilidade avaliada pelo item.

A 14,4%

B 8,0%

C 17,4%

D 59,7%

56

57

AdeQuAdo

Neste nível de desempenho, observa-se que os estudantes já consolidaram as competências referentes às estratégias de leitura, superando o que é esperado para o período de escolaridade em que se encontram. o que se evidencia é a ampliação das habilidades referentes ao processamento do texto, por conse-guirem comparar posições contrárias ou semelhantes entre textos que tratam de um mesmo tema.

Quanto à competência de reconheci-mento de marcas linguísticas, esses es-tudantes demonstram avanços no que se refere à identificação de expressões próprias da linguagem coloquial, que evidenciam locutor e interlocutor.

AdeQuAdo

58

aCIMa DE 275 Pontos

59

Leia o texto abaixo.

5

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A vida pelo telefone

Durante meses, eu e meu amigo nos falamos por telefone. Sempre reclamávamos da escassez de encontros pessoais.

– Precisamos nos ver! – ele dizia.– Vou arrumar um tempinho, eu prometia.Posso ser antiquado, mas acredito que nada substitui o olho no olho. A expressão, o jeito

de falar, a gargalhada espontânea, tudo isso dá nova dimensão ao relacionamento. Cumpri minha promessa e fui a seu apartamento. Nos primeiros dez minutos, falamos da vida como não fazíamos havia bastante tempo. Em seguida, tocou o telefone.

– Um momento.Iniciou-seumalongadiscussãosobrequemcomprariaingressosparaumespetáculo.Já

estava desligando, quando se ouviu o celular. [...] Falou rapidamente com a primeira pessoa, desligou e voltou ao celular. Foi a vez do bip, que tocou insistentemente. Pediu desculpas, foi ver a mensagem. Recado urgente para chamar determinada pessoa. Novamente, trocou mais algumas frases ao celular. Desligou. Pediu-me novas desculpas. Ligou para quem o havia bipado. Mais questões de trabalho. Quando anotava alguns detalhes, a linha, digital, anunciou que mais alguém queria falar. Pediu licença e atendeu a outra linha. Olhou para mim e pediu desculpas. [...] Entrou um fax.

Observei o relógio demoradamente. Aproveitei o intervalo entre o bip e um novo telefonema para dizer bem depressa:

Preciso ir. Depois eu ligo.Sorriu, satisfeito.– Então me chame depois. Não esqueça, hein?– Mando um e-mailevocêmeresponde.Assimopapoficamelhor.Gostou da ideia, sem perceber a ironia. Pediu mais um minutinho no telefone, dizendo

que ia me levar até a porta e já voltava. Comentou, já tranquilo:–Nossa,comoagentetemcoisasprafalar.Vocêficoumaisdeduashorasaquienem

botamos tudo em dia.Repuxei os lábios, educadamente. Certas pessoas estão grudadas aos telefones,

celulares, bips e e-mails. Inventou-se de tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.

CARRASCO, Walcyr. A vida pelo telefone. In: Veja São Paulo,Abril,19abr.2000.*Adaptado:ReformaOrtográfica.(P080108B1_SUP)

(P080110B1) Nesse texto, em relação à comunicação, o autor demonstra uma opinião no trecho:A) “Preciso ir. Depois eu ligo.”. ( . 20)B) “Assimopapoficamelhor.”.( . 23)C) “Inventou-se de tudo para facilitar a comunicação.”. ( . 29)D) “... ela anda se tornando cada vez mais difícil.”. ( . 30)

60

este item avalia a habilidade de os es-tudantes distinguirem um fato de uma opinião. Para isso, os estudantes deve-rão ser capazes de identificar marcas do posicionamento do autor nas infor-mações veiculadas pelo texto. Nesse caso, o suporte do item é uma crônica.

Para identificar o gabarito, os estu-dantes deveriam realizar uma leitura atenta do texto e do comando para resposta, identificando que o locutor apresenta seu posicionamento sobre a comunicação na alternativa d (26,7%), ao considerar que as novas tecnologias deixaram a comunicação mais comple-xa. apesar dessa opinião do autor estar claramente marcada, o item pode ser considerado difícil, pois esse marcador encontra-se na última linha do texto.

aqueles que marcaram a alternativa a (21,6%) demonstraram confundir o argumento utilizado pelo narrador para ausentar-se da casa do amigo como sua percepção sobre a comunicação.

os estudantes que escolheram a alternativa b (17,8%) podem não ter se atentado para o comando do item, já que o trecho presente nesta alternativa traz uma opinião irônica do narrador sobre o envio de e-mails.

a opção pela alternativa c (33,6%) revela ainda uma falta de domínio na discrimi-nação entre marcadores linguísticos que traduzam opinião, pois o trecho apresenta um fato, já que é de senso comum que diversos mecanismos foram idealizados com o propósito de diminuir distâncias e facilitar a comunicação entre as pessoas.

A 21,6%

B 17,8%

C 33,6%

D 26,7%

61

Leia o texto abaixo.

5

10

RITA

NomeiodanoitedesperteisonhandocomminhafilhaRita.Euavianitidamente,nagraça de seus cinco anos.

Seuscabeloscastanhos–afitaazul–onarizreto,correto,osolhosdeágua,orisofino,engraçado, brusco...

Depoisum instantedeseriedade,minhafilhaRitaencarandoavidasemmedo,masséria, com dignidade.

Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar – sério, quieto, devagar.

Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhariam de prazer. Eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; e o córrego; e a nuvem tangida pela viração.

MinhafilhaRitaemmeusonhomesorria–compenadesteseupai,quenuncaateve.BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas.21.ed.RiodeJaneiro:Record,2004.p.200.(P080239B1_SUP)

(P080240B1) De acordo com esse texto, em seu sonho, o pai ensinou Rita aA) ver campos, mares e montanhas.B) encarar a vida sem medo.C) colher cajus amarelos e vermelhos.D) amar os bichos tristes.

este item avalia a habilidade de os estudantes localizarem informações explícitas em um texto. essa habilidade consiste em localizar uma informação específica que esteja claramente ex-pressa ou parafraseada no texto. o suporte apresenta uma crônica, que apesar de curta, é permeada de ter-mos menos comuns e há a presença de construções linguísticas complexas, o que torna a tarefa solicitada pelo co-mando para resposta mais difícil.

os estudantes que optaram pela alternativa d (31,8%) – o gabarito – conseguiram fazer uma leitura global do texto, para, em seguida, identifi-car, dentre as alternativas, aquela que apresenta uma lição ministrada

pelo pai à filha imaginária, informação específica solicitada pelo comando, presente no penúltimo parágrafo do texto. esses estudantes já desenvol-veram essa habilidade.

os estudantes que escolheram as demais alternativas – a (15,5%), b (45,8%) e c (6,8%) – conseguiram lo-calizar ações da menina Rita narra-das no texto, porém nenhuma dessas atitudes foi baseada no ensinamento do pai, o que demonstra que esses estudantes não desenvolveram a ha-bilidade de localizar informações ou não prosseguiram proceder à leitura do texto – devido à sua complexidade, possivelmente – em busca da informa-ção solicitada pelo comando.

A 15,5%

B 45,8%

C 6,8%

D 31,8%

62

Leia o texto abaixo.

5

10

15

A guerra dos ratos

Os ratos estavam em guerra com as doninhas. Eles, coitados, eram mais fracos e perdiam todas as batalhas.

Fizeram, então, uma reunião para descobrir se havia algum jeito de as coisas melhorarem. Alguns dos ratos achavam que o que faltava era entusiasmo. Outros diziam que faltavam eram armas (palitos e espinhos).

Nofinal,ficouresolvidoqueoquefaltava,mesmo,eramgenerais:grandeslíderes,paraserem os chefes do exército dos ratos. Foram escolhidos, então, alguns ratos para serem os generais. Cada um ganhou um capacete, com dois chifres do lado e uma linda plumagem no alto. Um general não é um general de verdade se não tiver seu capacete. Pelo menos era o que diziam os ratos.

–Agoravamosganhar!–exclamavamosgeneraisdesfilandoseuscapacetes.No dia seguinte, os ratos foram, muito confiantes, enfrentar as doninhas. Mas as

doninhas, claro, continuavam maiores e mais fortes. Os ratos logo se deram conta e saíram todos correndo, de volta para as tocas.

Mas aí é que se deu o que ninguém esperava. Com aqueles capacetes bem presos na cabeça, os generais não conseguiam passar no buraco das tocas. Levaram a maior surra!

NETROUSKY, A. Bichos que falam e a gente entende o que dizem. Folha de S. Paulo,SãoPaulo,14maio1995.(P080148B1_SUP)

(P080150B1) No trecho “... para descobrir se havia algum jeito de as coisas melhorarem.” ( . 3), a palavra destacada estabelece, com a oração anterior, uma relação deA) consequência.B) finalidade.C) lugar.D) modo.

este item avalia a habilidade de es-tabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas, nesse caso, pela presença de uma preposição indicativa de finalidade. Neste item, o suporte apresenta uma fábula, que carrega um traço de humor, na qual é narrada a guerra entre os ratos e as doninhas.

a realização dessa tarefa exige que os estudantes identifiquem os elementos coesivos que promovem o sentido entre as informações dentro do texto, selecio-nando, dentre as alternativas, qual das expressões destacadas exprime ideia de finalidade.

ao marcarem a letra b (33,3%), gaba-rito, os estudantes demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, pois perceberam que a preposição “para”, nesse contexto, estabelece uma relação de finalidade entre a oração presente no comando para resposta e a oração anterior: os ratos se reuniram com a finalidade, o objetivo de descobrir

uma maneira de se defender das doni-nhas. esses estudantes desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

os estudantes que escolheram a alter-nativa a (29,5%), possivelmente, acre-ditaram que a reunião dos ratos seria a causa da oração presente no comando para resposta, essa opção, porém, não agregaria sentido ao contexto.

os estudantes que marcaram a alterna-tiva c (10,1%) demonstram desconhe-cer conectivos que exprimem ideia de finalidade, entendendo, de forma equi-vocada, que a preposição em destaque no comando para resposta indicaria o lugar em que a reunião fora realizada.

os estudantes que escolheram a alter-nativa d (26,6%) foram levados, possi-velmente, pela presença da expressão “algum jeito”, inferindo que o termo “para” traduziria a maneira como os ratos descobririam alternativas para vencer a guerra, revelando, ainda, não terem domínio dessa habilidade.

A 29,5%

B 33,3%

C 10,1%

D 26,6%

63

64

Gilvanda alves da Silva Reis é licencia-da em letras e conta que optou pela

carreira de professora porque sempre gostou da área de formação, na qual já completa 15 anos. atualmente leciona em oito turmas com cerca de 30 estudantes cada e entende que a função da escola é contribuir para a formação intelectual e profissional de crianças e jovens.

Para a professora, lidar com o excesso de informação da atualidade é um dos maio-res desafios da sua profissão: “conciliar tantas teorias com a nossa realidade e despertar nos estudantes a consciência de que a escola é importante e necessá-ria, e não apenas um lugar de prazer”.

Diferentes caminhos

Gilvanda acredita que o ensino da lín-gua Portuguesa deveria ser menos pautado na gramática normativa e nas classificações, permitindo ao estudante “aprender a se comunicar com com-petência através de experiências mais

significativas, a partir do ensino com textos de diferentes gêneros”, defende.

os resultados das avaliações externas contribuem para minimizar, de forma gradativa, os desafios de sua profissão. ela diz que o resultado “indica novos ca-minhos e novas metodologias, fazendo com que pensemos o que devemos en-sinar e como devemos ensinar”.

Para a educadora, os itens de múltipla escolha utilizados para a elaboração dos testes são úteis em sala de aula, pois “con-tribuem para o estudante analisar o con-teúdo e saber sintetizar o que aprendeu”.

outros fatores podem auxiliar o trabalho docente. Gilvanda alega que, a partir da lei-tura das publicações pedagógicas, obtém informações atualizadas, que permitem uma reflexão de sua prática. além disso, a escala de proficiência e os padrões de desempenho determinados pelo estado “orientam nossa prática e como planeja-mos o conteúdo a ser trabalhado”, conclui.

Além dAs normAs

CoM a PalavRa, o PRofEssoR

professora defende novos meios de aprendizado

65

A consolidação de uma escola de qualidade

é uma exigência social. A aprendizagem

de todos no tempo e idade certos é um

dever dos governos democráticos.

Para tanto, as unidades escolares devem ser

autônomas, capazes de planejar e executar

seus projetos com o objetivo de garantir a

aprendizagem dos estudantes. Tanto mais

eficazes serão as ações desenvolvidas pelas

escolas quanto mais informações acerca

de si próprias elas tiveram à disposição.

Nesse contexto, a avaliação se insere

como forte instrumento provedor de dados

sobre a realidade educacional. Portanto,

os resultados apresentados nesta revista,

para atingir o fim a que se destinam, devem

ser socializados, estudados, analisados e

debatidos à exaustão em suas múltiplas

possibilidades de uso pedagógico. Temos

certeza que isso já está acontecendo em

todas as escolas do Mato Grosso do Sul.

Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaHenrique Duque de Miranda Chaves Filho

Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita Oliveira

Coordenação Técnica do ProjetoManuel Fernando Palácios da Cunha Melo

Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares

Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende

Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoVerônica Mendes Vieira

Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva

Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira

Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage

Coordenação de Produção VisualHamilton Ferreira

Responsável pelo Projeto GráficoEdna Rezende S. de Alcântara

Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaHenrique Duque de Miranda Chaves Filho

Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita Oliveira

Coordenação Técnica do ProjetoManuel Fernando Palácios da Cunha Melo

Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares

Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende

Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoVerônica Mendes Vieira

Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva

Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira

Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage

Coordenação de Produção VisualHamilton Ferreira

Responsável pelo Projeto GráficoEdna Rezende S. de Alcântara

Ficha Catalográfica

VOLUME 3 – Língua Portuguesa – 8º ano Ensino FundamentalMATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação.SAEMS – 2011 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 3 (jan/dez. 2011), Juiz de Fora, 2011 – Anual

ANDRADE, Adriana de Lourdes Ferreira de; FINAMORE, Rachel Garcia; FULCO, Roberta; MACHADO, Maika Som; MARTINS, Leila Márcia Mafra; MICARELLO, Hilda Aparecida Linhares da Silva; OLIVEIRA, Camila Fonseca de; PIFANO, Higor Evérson de Araújo; SILVA, Josiane Toledo Ferreira (coord.); SILVA, Maria Diomara da; TAVARES, Ana Letícia Duin.

Conteúdo: 8º ano do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa

ISSN 2238-0590CDU 373.3+373.5:371.26(05)