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07-10-2017 | Economia Produtividade em queda As boas notícias na economia portuguesa não se estendem à produtividade. “A queda da produtividade por trabalhador tem sido um dos traços marcantes da recuperação da atividade económica em Portugal iniciada em 2014”, lê-se no Boletim Económico de outubro do Banco de Portugal, divulgado esta semana. Mais ainda, verificou-se uma inversão de trajetória: “Depois de uma trajetória ascendente entre 2009 e 2013, a produtividade por trabalhador em Portugal, medida pelo rácio entre o VAB e o emprego, tem sido caracterizada por um perfil decrescente.” Assim, entre 2014 e o primeiro semestre de 2017, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) por trabalhador (que mede a produtividade) registou uma redução de 2,3%. Explicação? O Banco de Portugal avança que “em termos agregados, esta evolução reflete um crescimento do emprego superior ao do VAB”. Entre 2014 e o primeiro semestre deste ano, o emprego total cresceu 8,1%. No mesmo período, o aumento do VAB ficou pelos 5,6%. O comportamento da produtividade por trabalhador não foi uniforme no conjunto da economia ao longo deste período. No sector dos chamados bens e serviços transacionáveis, verificou-se um ligeiro aumento (1%). Isto apesar de, em alguns destes sectores, como o comércio, os transportes, e o alojamento e restauração, “o aumento significativo do VAB neste período ter sido, ainda assim, inferior ao crescimento do emprego, traduzindo-se numa queda da produtividade”, assinala o Banco de Portugal. Já no sector dos bens e serviços não transacionáveis (excluindo administrações públicas e atividades imobiliárias) houve uma queda de 6%. Previsão Economistas esperam que desemprego continue em queda. E há quem antecipe uma taxa de 6,5% no final de 2018 Desemprego nos 8% até meio de 2018 Sónia M. Lourenço S e no final do verão de 2016 um economista an- tecipasse uma descida da taxa de desemprego em Portugal de dois pontos percentuais no espaço de um ano seria apelidado de muito otimista. Mas a realidade ter-lhe-ia dado razão. Entre agosto de 2016 e igual mês deste ano, a taxa de desemprego caiu de 10,9%, para 8,9% — o valor mais baixo observado em Portugal desde novembro de 2008 —, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). O ritmo de descida tem surpreendi- do. E, não deve ficar por aqui. Os eco- nomistas apontam para a continuação da queda da taxa de desemprego nos próximos meses e ao longo de 2018. Com uma condição: que a conjuntura internacional da economia portuguesa se mantenha favorável. “A taxa de desemprego vai continuar a descer”, considera Paulino Teixeira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Com indica- dores positivos na confiança dos empre- sários e ao nível do investimento, tudo aponta para a continuação da tendência positiva de criação de emprego, que tem sustentado a descida do desemprego. João Cerejeira, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, José Maria Brandão de Brito, economista-chefe do Millennium bcp, e o Departamento de Estudos Económi- cos do BPI apontam no mesmo sentido. A questão é até onde pode descer a taxa de desemprego. A maioria dos economistas ouvidos pelo Expresso aponta para 8% até meados de 2018. Um valor que corresponde, precisa- mente, à previsão do BPI para o con- junto do próximo ano. “A minha ex- pectativa é que a taxa de desemprego se vá aproximando dos 8%, atingindo esse patamar pelo segundo trimestre do próximo ano”, aponta, por sua vez, João Cerejeira. Pode cair ainda mais? A resposta é indissociável do conceito de taxa de de- semprego natural, ou seja, a taxa de de- semprego associada ao funcionamento da economia em linha com o potencial. Ora, no artigo “Boom, Slump, Sudden Stops, Recovery and Policy Options. Portugal and the Euro”, os economis- tas Olivier Blanchard e Pedro Portugal defendem que a taxa de desemprego natural aumentou em relação a antes da crise, mas é muito mais baixa do que aquela que está implícita nos textos do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia ou da Organização para a Cooperação Económica e o De- senvolvimento, e não deverá exceder os 7% a 8%. Assim, “atingir-se-á a taxa de desemprego natural quando o output gap [diferencial do produto em relação ao potencial] for fechado”, diz Pedro Portugal, economista do Banco de Por- tugal e professor da Nova School of Bu- siness and Economics. Um diferencial que o mesmo artigo estima em 5% a 7%. João Cerejeira aponta para uma taxa de desemprego natural ainda mais baixa, entre os 6% e os 6,5%. E con- sidera: “Podemos chegar aí pelo final de 2018.” Uma opinião partilhada por Paulino Teixeira: “A taxa de desempre- go ainda está muito acima dos valores mínimos atingidos no passado não assim tão distante, e não vejo motivo para não voltar a atingir esse patamar, se a conjuntura externa se mantiver relativamente favorável. Neste quadro, acho possível uma taxa inferior a 6,5% no final de 2018.” 219 mil empregos em dois anos A descida da taxa de desemprego em Portugal tem sido sustentada na cria- ção de emprego. No espaço de um ano (entre agosto de 2016 e de 2017), a população empregada aumentou em 124,5 mil pessoas, mostram os dados do INE. Número que sobe até às 218,6 mil pessoas se considerarmos os últi- mos dois anos (desde agosto de 2015). O aumento do emprego foi até supe- rior à redução da população desem- pregada (menos 97,7 mil pessoas desde agosto de 2016 e menos 167,3 mil pes- soas desde agosto de 2015), sinalizan- do que se foi buscar pessoas que esta- vam fora do mercado de trabalho, seja inativos (por exemplo, “desencoraja- dos” que tinham desistido de procurar trabalho), imigrantes estrangeiros que entraram em Portugal ou emigrantes portugueses que regressaram. Onde está a ser criado este emprego? Os dados do INE relativos ao segundo trimestre de 2017 (últimos disponíveis com este detalhe) apontam claramente, no último ano, para o sector do turismo. Entre o segundo trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2017, o emprego no alojamento, restauração e similares aumentou em 55,7 mil pessoas. O reverso da medalha é a queda na produtividade (ver caixa “Produ- tividade em queda”). “A criação de emprego nos últimos trimestres tem superado o crescimento do PIB, o que significa que estamos a criar emprego em sectores ou empresas de menor produtividade face à média”, alerta João Cerejeira. O peso da hotelaria e restauração na criação de emprego no último ano “ajuda a perceber esta queda”, afirma. Para José Maria Brandão de Brito, “o sector ainda não teve tempo de se adaptar a este surto de turismo. Mantém-se uma estrutura atomística, tornando mais difícil a otimização de recursos”. Ao mesmo tempo, é dos sec- tores que pior paga na economia, com grande incidência do salário mínimo (ver texto ao lado). Mas, “abre a porta do mercado de trabalho a pessoas com baixas qualificações, menos empregá- veis”, aponta, pela positiva. Seguiu-se, em termos de criação de emprego, a construção, com mais 30 mil pessoas, as atividades de informa- ção e comunicação, com um acrésci- mo de 18,5 mil pessoas, e as atividades imobiliárias, com mais 13,2 mil pessoas. Sectores que, tudo indica, continua- rão numa dinâmica de criação de em- prego nos próximos meses. “O cresci- mento do sector do turismo não se tem limitado a Lisboa e ao Algarve, e esse é um aspeto novo na nossa economia e que está a fazer toda a diferença em relação a recuperações económicas do passado. A atual recuperação económi- ca parece ter mais pernas para andar”, destaca Paulino Teixeira, apontando que “a construção também ajudará a marcar o passo. Nesta fase do ciclo político, o Governo não deixará de dar um estímulo às obras públicas”. Já a dinâmica das atividades de in- formação e comunicação está muito associada à criação de startups tecno- lógicas, criando emprego qualificado, num sector que “paga mais 80% do que a média nacional”, destaca José Maria Brandão de Brito. Certo é que a maioria dos empregos criados no último ano passam por en- tradas nos quadros, ao contrário do que aconteceu numa primeira fase de recuperação do mercado de trabalho, muito assente em contratos precários. Entre o segundo trimestre de 2016 e igual período de 2017, o número de trabalhadores por conta de outrem com contratos sem termo aumentou 4,9% (141,7 mil pessoas), enquanto o número com contratos a termo subiu 2,2% (15,6 mil pessoas). “À medida que a taxa de desemprego desce, é mais difícil para as empresas contratarem trabalhadores, fazendo rotação entre contratos a prazo. Desta forma, há maior retenção”, salienta João Cere- jeira. E remata: “A melhor forma de melhorar contratos e salários é reduzir o desemprego”. [email protected] FONTE: INE, INQUÉRITO AO EMPREGO POPULAÇÃO DESEMPREGADA Em milhares 800 600 400 200 0 POPULAÇÃO EMPREGADA Em milhões 5 4 3 00 05 10 15 98 17 00 05 10 15 98 17 Agosto 461,4 Agosto 4,698 TAXA DE DESEMPREGO Em percentagem 15 10 5 0 00 05 10 15 98 17 Agosto 8,9 Indicadores tendo como referência a população entre os 15 e os 75 anos.

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07-10-2017 | Economia

Produtividade em queda

As boas notícias na economia portuguesa não se estendem à produtividade. “A queda da produtividade por trabalhador tem sido um dos traços marcantes da recuperação da atividade económica em Portugal iniciada em 2014”, lê-se no Boletim Económico de outubro do Banco de Portugal, divulgado esta semana. Mais ainda, verificou-se uma inversão de trajetória: “Depois de uma trajetória ascendente entre 2009 e 2013, a produtividade por trabalhador em Portugal, medida pelo rácio entre o VAB e o emprego, tem sido caracterizada por um perfil decrescente.” Assim, entre 2014 e o primeiro semestre de 2017, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) por trabalhador (que mede a produtividade) registou uma redução de 2,3%. Explicação? O Banco de Portugal avança que “em termos agregados, esta evolução reflete um crescimento do emprego superior ao do VAB”. Entre 2014 e o primeiro semestre deste ano, o emprego total cresceu 8,1%. No mesmo período, o aumento do VAB ficou pelos 5,6%.O comportamento da produtividade por trabalhador não foi uniforme no conjunto da economia ao longo deste período. No sector dos chamados bens e serviços transacionáveis, verificou-se um ligeiro aumento (1%). Isto apesar de, em alguns destes sectores, como o comércio, os transportes, e o alojamento e restauração, “o aumento significativo do VAB neste período ter sido, ainda assim, inferior ao crescimento do emprego, traduzindo-se numa queda da produtividade”, assinala o Banco de Portugal. Já no sector dos bens e serviços não transacionáveis (excluindo administrações públicas e atividades imobiliárias) houve uma queda de 6%.

Previsão Economistas esperam que desemprego continue em queda. E há quem antecipe uma taxa de 6,5% no final de 2018

Desemprego nos 8% até meio de 2018

Sónia M. Lourenço

Se no final do verão de 2016 um economista an-tecipasse uma descida da taxa de desemprego em Portugal de dois pontos percentuais no espaço de um ano seria apelidado

de muito otimista. Mas a realidade ter-lhe-ia dado razão. Entre agosto de 2016 e igual mês deste ano, a taxa de desemprego caiu de 10,9%, para 8,9% — o valor mais baixo observado em Portugal desde novembro de 2008 —, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O ritmo de descida tem surpreendi-do. E, não deve ficar por aqui. Os eco-nomistas apontam para a continuação da queda da taxa de desemprego nos próximos meses e ao longo de 2018. Com uma condição: que a conjuntura internacional da economia portuguesa se mantenha favorável.

“A taxa de desemprego vai continuar a descer”, considera Paulino Teixeira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Com indica-dores positivos na confiança dos empre-sários e ao nível do investimento, tudo aponta para a continuação da tendência positiva de criação de emprego, que tem sustentado a descida do desemprego. João Cerejeira, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, José Maria Brandão de Brito, economista-chefe do Millennium bcp, e o Departamento de Estudos Económi-cos do BPI apontam no mesmo sentido.

A questão é até onde pode descer a taxa de desemprego. A maioria dos economistas ouvidos pelo Expresso aponta para 8% até meados de 2018. Um valor que corresponde, precisa-mente, à previsão do BPI para o con-junto do próximo ano. “A minha ex-pectativa é que a taxa de desemprego se vá aproximando dos 8%, atingindo esse patamar pelo segundo trimestre do próximo ano”, aponta, por sua vez, João Cerejeira.

Pode cair ainda mais? A resposta é indissociável do conceito de taxa de de-semprego natural, ou seja, a taxa de de-semprego associada ao funcionamento da economia em linha com o potencial. Ora, no artigo “Boom, Slump, Sudden Stops, Recovery and Policy Options. Portugal and the Euro”, os economis-

tas Olivier Blanchard e Pedro Portugal defendem que a taxa de desemprego natural aumentou em relação a antes da crise, mas é muito mais baixa do que aquela que está implícita nos textos do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia ou da Organização para a Cooperação Económica e o De-senvolvimento, e não deverá exceder os 7% a 8%. Assim, “atingir-se-á a taxa de desemprego natural quando o output gap [diferencial do produto em relação ao potencial] for fechado”, diz Pedro Portugal, economista do Banco de Por-tugal e professor da Nova School of Bu-siness and Economics. Um diferencial

que o mesmo artigo estima em 5% a 7%.João Cerejeira aponta para uma taxa

de desemprego natural ainda mais baixa, entre os 6% e os 6,5%. E con-sidera: “Podemos chegar aí pelo final de 2018.” Uma opinião partilhada por Paulino Teixeira: “A taxa de desempre-go ainda está muito acima dos valores mínimos atingidos no passado não assim tão distante, e não vejo motivo para não voltar a atingir esse patamar, se a conjuntura externa se mantiver relativamente favorável. Neste quadro, acho possível uma taxa inferior a 6,5% no final de 2018.”

219 mil empregos em dois anos

A descida da taxa de desemprego em Portugal tem sido sustentada na cria-ção de emprego. No espaço de um ano (entre agosto de 2016 e de 2017), a população empregada aumentou em 124,5 mil pessoas, mostram os dados do INE. Número que sobe até às 218,6 mil pessoas se considerarmos os últi-mos dois anos (desde agosto de 2015). O aumento do emprego foi até supe-rior à redução da população desem-pregada (menos 97,7 mil pessoas desde agosto de 2016 e menos 167,3 mil pes-soas desde agosto de 2015), sinalizan-do que se foi buscar pessoas que esta-vam fora do mercado de trabalho, seja inativos (por exemplo, “desencoraja-dos” que tinham desistido de procurar trabalho), imigrantes estrangeiros que entraram em Portugal ou emigrantes portugueses que regressaram.

Onde está a ser criado este emprego? Os dados do INE relativos ao segundo trimestre de 2017 (últimos disponíveis com este detalhe) apontam claramente, no último ano, para o sector do turismo. Entre o segundo trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2017, o emprego no alojamento, restauração e similares aumentou em 55,7 mil pessoas.

O reverso da medalha é a queda na produtividade (ver caixa “Produ-tividade em queda”). “A criação de emprego nos últimos trimestres tem superado o crescimento do PIB, o que significa que estamos a criar emprego em sectores ou empresas de menor produtividade face à média”, alerta João Cerejeira. O peso da hotelaria e restauração na criação de emprego no último ano “ajuda a perceber esta queda”, afirma.

Para José Maria Brandão de Brito,

“o sector ainda não teve tempo de se adaptar a este surto de turismo. Mantém-se uma estrutura atomística, tornando mais difícil a otimização de recursos”. Ao mesmo tempo, é dos sec-tores que pior paga na economia, com grande incidência do salário mínimo (ver texto ao lado). Mas, “abre a porta do mercado de trabalho a pessoas com baixas qualificações, menos empregá-veis”, aponta, pela positiva.

Seguiu-se, em termos de criação de emprego, a construção, com mais 30 mil pessoas, as atividades de informa-ção e comunicação, com um acrésci-mo de 18,5 mil pessoas, e as atividades imobiliárias, com mais 13,2 mil pessoas.

Sectores que, tudo indica, continua-rão numa dinâmica de criação de em-prego nos próximos meses. “O cresci-mento do sector do turismo não se tem limitado a Lisboa e ao Algarve, e esse é um aspeto novo na nossa economia e que está a fazer toda a diferença em relação a recuperações económicas do passado. A atual recuperação económi-ca parece ter mais pernas para andar”, destaca Paulino Teixeira, apontando que “a construção também ajudará a marcar o passo. Nesta fase do ciclo político, o Governo não deixará de dar um estímulo às obras públicas”.

Já a dinâmica das atividades de in-formação e comunicação está muito associada à criação de startups tecno-lógicas, criando emprego qualificado, num sector que “paga mais 80% do que a média nacional”, destaca José Maria Brandão de Brito.

Certo é que a maioria dos empregos criados no último ano passam por en-tradas nos quadros, ao contrário do que aconteceu numa primeira fase de recuperação do mercado de trabalho, muito assente em contratos precários. Entre o segundo trimestre de 2016 e igual período de 2017, o número de trabalhadores por conta de outrem com contratos sem termo aumentou 4,9% (141,7 mil pessoas), enquanto o número com contratos a termo subiu 2,2% (15,6 mil pessoas). “À medida que a taxa de desemprego desce, é mais difícil para as empresas contratarem trabalhadores, fazendo rotação entre contratos a prazo. Desta forma, há maior retenção”, salienta João Cere-jeira. E remata: “A melhor forma de melhorar contratos e salários é reduzir o desemprego”.

[email protected]

FONTE: INE, INQUÉRITO AO EMPREGO

POPULAÇÃO DESEMPREGADAEm milhares

800

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POPULAÇÃO EMPREGADAEm milhões

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Agosto461,4

Agosto4,698

TAXA DE DESEMPREGOEm percentagem

15

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Agosto8,9

Indicadores tendo como referência a população entre os 15 e os 75 anos.

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A hotelaria e restauração foi o sector que mais

emprego criou no último ano: 55,7 mil postos de

trabalho FOTO ANTÓNIO

BERNARDO

EMPREGO

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Manuela Ferreira Leite

E C O N O M I A 23457 de outubro de 2017

expresso.sapo.pt

IMOBILIÁRIO & EMPREGO

Expresso

OPINIÃO PESSOAS

TrumpDéjà vuduJOSEPH STIGLITZ E39

Ventos de EspanhaJOÃO DUQUE E12

O que falta na reforma da supervisão financeira?ANTÓNIO SAMPAIO E MELLO E36

O sector imobiliário continua a ser um alvo preferencial para a captação de investimentos e um dos motores

importantes que, direta ou indiretamente, impulsionam o nosso crescimento económico.

Mas mais importante, foi ter-se tornado uma fonte, cada vez mais expressiva, de receita para o Estado e para as autarquias.

Daí que a propósito de questões como a habitação social, o regime de arrendamento, nomeadamente para os jovens, a reabilitação das zonas degradadas das cidades, ou as oportunidades que podem ocorrer com o aumento do turismo, tenham proliferado regimes, programas, estratégias ou novos modelos para atração wde investimento neste mercado.

Todos eles lançam mão de mexidas no IRS e no IMI que, consoante o objetivo, aumentam ou reduzem, beneficiando ou penalizando os envolvidos neste negócio.

Neste emaranhado de legislação surge agora mais um anúncio de um programa inserido nas políticas de habitação em que os proprietários que arrendem as suas casas a preços inferiores a 20% do preço de mercado, serão isentos de IRS sobre os rendimentos assim obtidos e de abatimento de 50% no respetivo IMI.

São objetivos atrativos, ensombrados pelo espectro da instabilidade fiscal que tem traído a confiança dos investidores neste mercado.

Basta o discutível valor de “20% do preço de mercado” para afastar os mais cautelosos.

Instabilidade fiscal

Basta o discutível valor de “20% do preço de mercado” para afastar os investidores mais cautelosos

> Nuno Martins Luz é o novo diretor-geral da FNAC Portugal E35

> Dicas Como potenciar uma carreira de freelancer E35

QUE MEDIDAS PARA O ORÇAMENTO? A lista de exigências é vasta. Aumentos de despesa e cortes de impostos, todos juntos, desequilibrariam as contas de Centeno E68%

TAXA DE DESEMPREGO ATÉ MEIO DE 2018 Economistas ouvidos pelo Expresso esperam que queda do desemprego continue, chegando a uma taxa de 8% até meio de 2018. E há quem antecipe uma taxa de 6,5% até final do próximo ano. E30

PRESTAÇÕES DO CRÉDITO Taxas de juro Euribor ainda estão baixas. Mas, quando começarem a subir, o impacto nas prestações não é imediato E12

Novo Banco executa dívida de Diogo Vaz Guedes E8

Mário Vaz acusa Altice de ter tiques de monopolista E20

GOVERNO ANTERIOR

CONTRA O SECTORDA CONSTRUÇÃOE16

COMETEU UM CRIME “

ANTÓNIO MOTA PRESIDENTE DA MOTA-ENGIL

FOT

O R

UI D

UA

RTE

SILV

A

Escolha do sistema de tráfego aéreo novamente adiada

Portugal tem sistema obsoleto. Substituição estava prevista para 20 de setembro

Decisão de substituir tecnolo-gia de controlo de tráfego aé-reo não foi concretizada. Equi-pa que se deslocou à Croácia para comprar nova tecnologia foi mandada regressar a Por-tugal sem assinar contrato. E12

Chineses da EDP já procuram sucessor de Mexia

> Entre as hipóteses de sucessão perfila-se Francisco Lacerda ... mas Mexia quer continuar > CTG reforçou a posição na EDP E8

O acesso digital aos mercados financeiros.

eBrokerAs principais bolsasmundiais ao seu alcance.

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