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LUCIA APARECIDA FERREIRA

LEITURA DOS JORNAIS CIRCULANTES NA NOSSA REGIÃO E PRODUÇÃO DE

UM JORNAL ESCOLAR

LONDRINA 2012/2013

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LUCIA APARECIDA FERREIRA

LEITURA DOS JORNAIS CIRCULANTES NA NOSSA REGIÃO E PRODUÇÃO DE

UM JORNAL ESCOLAR

Artigo apresentado para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED. Orientadora: Profª. Pós-Drª Lidia Maria Gonçalves

LONDRINA 2012/2013

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LEITURA DOS JORNAIS CIRCULANTES NA NOSSA REGIÃO E PRODUÇÃO DE

UM JORNAL ESCOLAR

FERREIRA, Lucia Aparecida1

GONÇALVES, Lidia Maria 2 Resumo O presente artigo tem como objetivo divulgar o trabalho realizado em prol da leitura dos jornais circulantes em nossa região e da produção de um jornal escolar pelos alunos

participantes do projeto aqui descrito e que se desenvolveu no Colégio Estadual Érico Veríssimo, no município de Faxinal-PR. Tal proposta teve como foco principal impulsionar a leitura e o aprendizado de vários tipos de textos da esfera jornalística e a sua conseqüente produção. A escolha do jornal para o trabalho de leitura durante as aulas de Língua Portuguesa deve-se a diversidade de gêneros presentes neste suporte textual e o valor social desse meio de comunicação. O embasamento teórico, para a realização desta pesquisa-ação, é advindo das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná e dos autores citados ao longo deste artigo. O público alvo desta pesquisa teve como contribuição o despertar do gosto pela leitura da mídia impressa. A experiência é apresentada neste artigo com o propósito de impulsionar o hábito da leitura de jornal, bem como favorecer aulas de produção de textos dos gêneros encontrados nesse suporte textual. Como meio para incentivar outros educadores a trilhar este caminho de investimento em sua qualificação profissional e na formação de seus alunos, como leitores e escritores, veiculamos a sugestão de que a escola tenha o seu jornal escolar e este seja elaborado pelos próprios alunos, tornando-os autores dos seus discursos. Nossa experiência atesta os efeitos positivos produzidos por um projeto institucional de atuação no processo de letramento por meio do jornalismo escolar. Palavras-Chave: Leitura; Jornal; Produção Textual.

Introdução

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná,

“a leitura é concebida como um ato dialógico/ interlocutivo” (2008, p. 71). Nessa ótica

é que a nossa produção didático pedagógica estará pautada.

O processo educacional ora relatado implicou na busca por uma resposta

do leitor ao que lê, portanto, buscou ser dialógico, acontecendo num tempo e num

espaço determinados e seus resultados são relativos ao contexto de execução. “No

ato de leitura, um texto leva a outro e orienta para uma política de singularização do

1 Professora de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná e

Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) (e-mail: [email protected]) 2 Professora Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), docente da

Universidade Estadual de Londrina desde 1995 e com pós-doutorado na área de Linguística Aplicada ([email protected]).

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leitor que, convocado pelo texto, participa da elaboração dos significados,

confrontando-o com o próprio saber, com a sua experiência de vida” (PARANÁ,

2008, p. 57).

Bakhtin (2012, p. 289) afirma que “todo enunciado é um elo na cadeia da

comunicação discursiva. É a posição do falante nesse ou naquele campo do objeto

de sentido”. Assim, a produção escrita é espaço para que o sujeito se posicione,

tenha voz em seu texto, interagindo com as práticas de linguagem da sociedade.

Usar o jornal em sala de aula para a formação de um leitor atualizado e

crítico é, de fato, uma alternativa viável. Mas, além disso, nosso intento era

possibilitar que o material produzido pelos alunos na escola circulasse na

comunidade. Assim, para levá-los a reconhecer a dinamicidade da língua e

visualizarem os textos como frutos de um processo cultural, social e historicamente

constituído, nos empenhamos na produção do jornal escolar.

O presente artigo é um relato de todo esse processo vivenviado durante a

participação no Programa de Desenvolvimento Educacional, do qual fez parte a

elaboração de um projeto de uma Unidade Didática e a aplicação dessas diversas

atividades, voltadas para prepararem os alunos para a produção de um jornal.

Fundamentação Teórica

Atualmente, as escolas procuram trabalhar os conteúdos cognitivos com

base nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica/DCE (PARANÁ, 2008). No

caso da disciplina de Língua Portuguesa, a mesma traz a leitura como um dos

conteúdos estruturantes.

[...] a prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros diretos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz (PARANÁ, 2008, p. 24).

É inegável a importância da leitura como um dos requisitos para o melhor

exercício da cidadania. “Leitor é o sujeito capaz de produzir sentido, de

contextualizar o texto, interpretando-o e atribuindo-lhe algum significado”

(GONÇALVES, 2012, p. 75). E cabe ao professor promover atividades de leitura que

favoreçam uma formação continuada por meio do gosto por aprender a aprender,

impulsionando o conhecimento de textos e também de mundo. As informações

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fornecidas pelo texto que está sendo lido devem ser avaliadas pelo leitor, ele as

ratifica ou as retifica.

Jornal é bem cultural, algo que as pessoas letradas têm nas mãos com

regular periodicidade, porém, nem sempre, todos valorizam a complexidade desse

veículo formador de opiniões e não simplesmente informativo. Afinal, as informações

que um jornal contém são veiculadas com o propósito de formar a opinião pública,

além de mantê-la atualizada. Segundo Rabaça e Barbosa (2000, p. 346), “jornal é

um veículo impresso, noticioso e periódico, de tiragem regular e segue um formato

padrão e divulga notícias de caráter geral, distribuídas por várias seções”. Esse

conceito retrata a amplitude desse suporte discursivo, muitas vezes, visto apenas

como um papel caro, de difícil manuseio, que solta tinta e interessa a poucos.

Entretanto, trata-se de um dos principais meios de comunicação escrita, canal de

registro de opiniões sobre assuntos de interesse público e veículo útil para provocar

reflexões sobre temas sociais urgentes.

Para Despointes (2001, p.38) “o jornal pode ser classificado em

informativo, interpretativo, opinativo e de entretenimento”, porque, conforme o estilo

adotado por uma empresa jornalística específica, ela dará ênfase a determinadas

seções jornalísticas em detrimento de outras, os fatos serão noticiados de forma

mais elaborada ou mais populesca. De modo geral, tem sido verificada uma sensível

tendência para a interpretação e essa é constituída de elementos adicionais que

tornam a informação mais explícita e contextualizada, o que favorece a presença de

determinados gêneros textuais e a ausência de outros.

Enfim, cada jornal tem seu estilo próprio e isto influencia nos aspectos

ideológicos e no estilo dos textos. Assim, é importante valorizar o jornal enquanto

suporte textual, pois o canal de veiculação é determinante de alguns aspectos

discursivos dos gêneros ali circulantes. Por isso, selecionamos determinados jornais

e orientamos nossos alunos para fazermos um estudo sobre eles, de modo a levá-

los a compreender seus aspectos estruturantes, textuais e ideológicos. Além disso,

estimulamos o reconhecimento desses jornais enquanto veículos de mídia

significativos para o município e a região. Sobretudo, selecionamos alguns gêneros

textuais para observarmos sua composição e, assim, instrumentalizamos a escrita

de textos desses gêneros discursivos.

Os gêneros apresentam características distintas e possuem graus de

complexidade diferentes. Há teses de doutorado dedicadas exclusivamente a um

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gênero textual. Por sua vez, em um jornal escolar alguns gêneros discursivos são

mais presentes que outros. Neste suporte, o editorial, o artigo de opinião, a notícia, a

entrevista, a crônica, a charge e alguns outros gêneros estão costumeiramente

presentes. Ao propormos a elaboração de um jornal escolar não estamos

pretendendo formar jornalistas, mas criarmos na escola básica um espaço de

divulgação dos textos ali produzidos e de discussão de temas de interesse desse

público específico.

A respeito do uso do jornal na sala de aula, Baltar (2004, p.23) afirma: “(...)

pretende-se proporcionar aos alunos a possibilidade do contato com textos legítimos

de circulação na escola e, como escritor, dialogar com seu leitor, do mesmo modo

que ele faz quando lê sua seção preferida de jornal”. O nosso jornal escolar deve ter

momentos de entretenimento, considerando que o jornal é feito por adolescentes e

para adolescentes, mas também trazemos seções informativas e opinativas.

Segundo Rezende (2006, p.12), “o jornalismo vem sendo pensado pela

maioria dos teóricos como uma organização rígida”. Assim, a noção de jornal é de

um veículo destinado a tratar dos acontecimentos que se processam no dia a dia.

Em nosso projeto de intervenção pedagógica, vemos os jornais como algo que pode

ser usado em sala de aula como instrumento auxiliar no contexto pedagógico para

impulsionar o conhecimento da língua materna e, simultaneamente, o conhecimento

de fatos políticos, econômicos e sociais.

Rezende (2006, p.45) constata que “no jornal existe a presença de uma

linguagem objetiva”, no entanto, salienta que essa linguagem é produto de um tipo

de veículo, de repórteres e redatores. Assim, adotar o jornal como material didático

força-nos a fazer a análise de seus textos, o que também é pré-requisito para

construir um jornal. Portanto, discutimos com os alunos sobre o conteúdo dos jornais

lidos e sobre a linguagem adotada. Levamos os nossos estudantes a

compreenderem que cada gênero textual possui sua especificidade, sua linguagem,

sua função e tudo isso ajudou o aluno a entender melhor os jornais que passou a ler

e a produzir.

Lozza (2009, p.33) diz: “o jornal é um grande formador de significados”.

Por isso, como a proposta era analisar os principais jornais que circulam no

município e, depois, construir o jornal da escola, foi necessário acompanhar uma

produção jornalística, o que se tornou possível por meio de uma visita a empresa da

área. Além disso, aproveitamos a oportunidade para entendermos o significado de

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termos como: artigo, editorial, caderno, lide, matéria, notícia, reportagem, entre

outros. Essa classificação é básica de qualquer jornal e, assim, necessária para

entenderem que esse instrumento é algo feito com sequência e organizado para

conduzir o leitor a adotar determinadas visões.

Quando é feita a opção de trabalhar com o jornal,

Cabe ensinar que, na produção e na leitura de textos jornalísticos, tem que ser levado em consideração o lugar no qual ele aparece, as outras formas de linguagem que o acompanham, o veículo no qual ele se apresenta e o que ficou induzido no que ele noticiou. (LIMA, 2003, p. 35)

Assim, para nós, uma boa maneira de trabalhar com a leitura dos textos

do jornal foi comparar alguns textos veiculados em uma mesma edição e também

analisar a mesma notícia em jornais diferentes. A ideia de compará-los serviu para

reforçar a diferença entre os veículos e entre os gêneros textuais.

Para Leal (2006, p.29), “não basta ao professor querer utilizar o jornal na

sala de aula, é preciso ir além, assumindo uma concepção de língua que permita

situá-la enquanto discurso, sob o risco de se repetir o que se quer alterar ou criticar”.

Assim, pensar estratégias de ensino de língua a partir do jornal pressupõe assumir

não os textos isolados, mas situados dentro de uma interação. Esta professora

participante do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) almejou partir da

exploração dos conhecimentos prévios dos alunos para levá-los a perceber o texto

como uma construção ideológica e, desse modo, instigá-los a produzir sentido a

partir do que leem.

Batista, Val, Marinho (2006, p.32) indicam as competências que se deve

ter para realizar a leitura de um jornal e que por meio do desenvolvimento de uma

Unidade Didática tentamos promover em nossos alunos, a saber:

Reconhecer a configuração de um jornal. Identificar as diferentes partes do jornal. Identificar diferentes funções dos textos. Explicitar as razões de diferentes textos. Relacionar textos a seus leitores. Identificar diferentes tipos de textos. Localizar e retirar informações. Fazer inferências com base nas pistas textuais. Realizar compreensão global de um texto. Sintetizar informações. Identificar causas e consequências de fatos. Distinguir fato de suposição. Identificar intenções nos diferentes textos e operar com índices e saliências textuais. (BATISTA, VAL, MARINHO, 2006, p.32)

O jornal é um campo aberto para discussões, o que permite aos

professores de diferentes áreas, e não só ao professor de Língua Portuguesa,

explorá-lo em muitos dos seus aspectos. As diferentes disciplinas encontram no

jornal uma grandiosa fonte de pesquisa e de atualização.

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Para produzir o jornal, estudiosos indicam as seguintes competências:

Prever o leitor do texto. Definir o tema do texto. Definir o objetivo do texto. Definir o suporte específico do texto. Organizar, com coerência, o texto. Escolher o registro lingüístico adequado. Realizar escolhas lexicais e sintáticas de forma a garantir a organização da estrutura do texto e avaliar se o texto produzido atinge o leitor e o objetivo proposto. (BATISTA, VAL, MARINHO, 2006, p.32)

Nesse processo de constituição de um perfil leitor e um autor de textos e

não meras redações escolares é necessário resistir aos julgamentos apressados e

conquistar uma autonomia real, como conseqüência nos tornarmos cidadãos mais

conscientes, capazes de fazermos escolhas com maior criticidade e interagirmos

com os nossos interlocutores com mais segurança.

Desse modo, mesmo que todos os objetivos planejados não tenham sido

plenamente alcançados, pelo menos, temos a certeza de que a produção do nosso

jornal nos aproximou (escola/professor/aluno/comunidade), nos tornou seres mais

curiosos e interessados a respeito do outro e sobre outros lugares. Enfim, agora há

uma consciência maior da importância da comunicação midiática, todos os

envolvidos passaram a visualizar o jornal como um dos valiosos meios de

comunicação social.

Metodologia

Este projeto destinou-se aos alunos do Curso de Formação de Docentes e

do Ensino Médio do Colégio Estadual Érico Veríssimo, localizado no município

paranaense de Faxinal.

As ações desenvolvidas para a aplicação do projeto tiveram como foco o

incentivo à leitura e à análise dos principais jornais em circulação no município, e,

como instrumento principal, a construção do jornal da comunidade escolar.

As atividades iniciaram-se com a análise de jornais e foram geradas por

intermédio de questionamentos, tais como: Qual o título do jornal? Qual a sua

localidade? Existe indicação das cidades de circulação do jornal? Quais cadernos

que esse jornal tem? (Esporte? Classificados? Coluna Social? Anúncios?

Propaganda?) Seus temas são atuais? Divulga artigos científicos? Possui quantas

páginas? Qual o seu valor comercial? Quais os dias de circulação? Tem um telefone

disponível para reclamações e sugestões? E assim, sucessivamente, foi feito um

trabalho de exploração do suporte.

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Além da análise da estrutura do jornal, incentivamos a leitura e a produção

de notícias jornalísticas e, também de outros gêneros frequentemente presentes

nesta esfera de atuação humana.

Durante a leitura dos jornais apresentados, mostramos aos alunos como

aquela notícia foi divulgada em diferentes meios de comunicação e isso contribuiu

para ampliar a visão do aluno e favoreceu a tomada de um ponto de vista em

relação aos textos divulgados pela mídia impressa, ou seja, perceberam que cada

texto divulga uma leitura de um fato e, por meio da apreciação de distintas leituras, o

indivíduo leitor vai criando as suas opiniões sobre o ocorrido.

Na Semana Pedagógica, tive a oportunidade de apresentar o projeto à

Direção, Equipe Pedagógica, Professores e Funcionários do Colégio. Foi elaborado

um banner e isto ajudou na divulgação do projeto, pois ao iniciarem as aulas os

alunos já queriam saber como seria o nosso trabalho e quando ele começaria.

Uma manhã, visitei as salas dos 3º anos do Ensino Médio e 4ª série do

Curso de Formação de Docentes e os convidei para que viessem à escola no

período vespertino. Naquela tarde, expus o encaminhamento do projeto e os

convidei para que dele participassem. Trinta alunos dos sessenta presentes

manifestaram interesse em compor a equipe de trabalho.

Após essas atividades prévias iniciei oficialmente o projeto com o “Café da

tarde”, evento realizado, no Salão de Festas do Sindicato dos Servidores de Faxinal,

fazendo-se presentes a equipe administrativa do nosso colégio, a sua equipe

pedagógica e os alunos participantes.

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Foto nº 01 Café da Tarde

Fonte: Ferreira, 2013

Cada aluno recebeu uma camiseta e esta foi usada durante todo o

processo de intervenção pedagógica e, na oportunidade, tiveram contato com

exemplares dos jornais circulantes na região com os quais trabalhamos ao longo

deste investimento intelectual.

Foto nº 02 Camiseta do Projeto Foto nº 03 Participantes do Projeto

Fonte: Ferreira, 2013 Fonte: Ferreira, 2013

No próximo encontro a turma foi organizada em seis grupos. Sob as

mesas de trabalho estavam os jornais: Folha de Londrina (Londrina), Tribuna do

Norte (Apucarana), Paraná Centro (Ivaiporã) e Jornal Só Negócios (Faxinal). Os

alunos folhearam os jornais e verificaram o número de páginas, a que público o

jornal é direcionado e o número de cadernos. Observaram por que na primeira

página algumas frases estão grafadas com letras maiores e outros detalhes foram

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observados na medida em que manuseavam os jornais, bem como foram relatando

sobre os gêneros discursivos que mais lhes agradaram.

Foto nº 04 Alunos Trabalhando com Jornais

Fonte: Ferreira, 2013

Em outro encontro trabalhamos o gênero notícia. Cada aluno recebeu

folhas xerocadas para colar no caderno as características desse gênero. Após a

discussão sobre o assunto, os alunos recortaram algumas notícias e grifaram com

lápis de cor a manchete, a Lead e o corpo da notícia. Também responderam

questões sobre os elementos essenciais de cada texto (fato, pessoas envolvidas, o

tempo em que ocorreu, o lugar onde ocorreu, como e por que ocorreu). Após esta

atividade, selecionaram notícias de acordo com as seções solicitadas (esporte,

economia, página policial e política). Depois, eles criaram textos valorizando pontos

turísticos da nossa cidade.

Gênero Textual - Notícia: AS MARAVILHAS DA NATUREZA BEM PERTO DE VOCÊ Faxinal é uma cidade pequena que fica localizada no norte do Paraná, porém contém maravilhas que muitas vezes passam até despercebidas por nós. Em Faxinal, podemos encontrar 68 cachoeiras catalogadas, fora as que ainda não foram. Exemplo de maravilhas que podemos encontrar em Faxinal são as cachoeiras das Três Barras, Chicão 1 e 2, Véu de Noiva, entre outras. Faxinal, por ter essas belezas naturais, leva o nome de “Capital das Cachoeiras” . Nossa cidade é pequena e simples, mas possui belezas que merecem ser conhecidas e valorizadas pelos olhos humanos. Faxinal é uma cidade pequena que fica localizada no norte do Paraná, porém contém maravilhas.

Sérgia Rafaelly Machulek da Cruz 4º Ano do Curso de Formação de Docentes

Como tarefa, a metade da turma responsabilizou-se pela pesquisa em

jornais, revistas e sites sobre o tema Trabalho Infantil e a outra metade sobre o tema

do uso do celular na sala de aula. Cada aluno redigiu um texto e após a correção de

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todas as produções, estas foram expostas no mural da escola, para que outros

alunos pudessem lê-las e conhecer mais sobre os temas abordados no nosso

projeto. Em outra ocasião, a classe foi repartida em grupos para que escrevessem

uma nova notícia sobre sua cidade, valorizando um dos seus pontos turísticos.

Também, nesse dia, fizemos um mural apresentando as fotos do início do projeto

com o “café da tarde”.

Foto nº 05 Mural com Atividades do Projeto

Fonte: Ferreira, 2013

No próximo encontro, os alunos reuniram-se em grupos e foram lendo as

notícias do caderno de esportes. Após serem lidas, eles recortaram duas das quais

mais gostaram. Depois, os mesmos grupos fizeram uma notícia esportiva da escola

e apresentaram para a turma.

Em seguida, fomos fazer uma visita a uma banca de jornal. Lá, os alunos

entrevistaram a proprietária para saber quantos exemplares são vendidos e quais os

jornais comercializados em nosso município.

Em certa oportunidade, iniciamos o nosso encontro com a leitura do

“Caderno de Opinião”, vimos algumas características do gênero artigo de opinião.

Na seqüência, foi apresentado o texto “Paz Social” de Gilberto Dimenstein e feita a

interpretação do mesmo. Logo após, iniciamos a produção textual sobre o tema

violência na escola. Os alunos trouxeram suas produções e foram lidas para a turma

e a classe elegeu a melhor para ser publicada no jornal escolar.

Dando seguimento ao projeto, trabalhamos com o gênero carta

argumentativa ou carta do leitor. Os jornais foram distribuídos e os alunos

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recortaram e colaram nos seus cadernos algumas cartas produzidas em jornais

diferentes. Também foi apresentada pela docente uma carta do leitor e algumas

questões para serem respondidas sobre a mesma.

Os alunos fizeram suas atividades na Sala de Informática e tiveram a

oportunidade de pesquisar carta de leitores postadas virtualmente. Em outro

momento, os alunos produziram cartas argumentativas, alguns discordando da

opinião das publicações lidas. Em algumas ocasiões, voltaram a ler outras cartas de

leitores e a produziram as suas respostas ao texto lido. As melhores produções

foram selecionadas pela professora para postar no jornal escolar.

Carta Argumentativa ou do Leitor MAIORIDADE PENAL AOS 16 ANOS O Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse à imprensa que ainda pretende conhecer a proposta do governador de São Paulo sobre a redução de maioridade penal. Ele também falou que não entende o menor que cumpre pena, tenha que ser encaminhado para um presídio em vez da “Fundação Casa” . Temos verdadeiras escolas de criminalidade e muitos presídios brasileiros. Há exceções, mas temos situações carcerárias que fazem com que certos presos lá adentrem-se e, em vez de saírem de lá recuperados, saem vinculados à organizações criminosas. “Diante dessa declaração e sem propostas para mudar a realidade prisional de adultos, o que esperar da mudança da maioridade penal a partir dos dezesseis anos?” . Senhor Ministro, os menores de dezoito anos estão assumindo todos os ônus relacionados com a criminalidade devido à proteção da Legislação. Antes eles eram usados pelos meliantes adultos, hoje eles próprios estão planejando por conta suas ações criminais. Quantas pessoas de bem tem que perder a vida para esse menor , quando sabemos que a decisão de mudar cabe aos legisladores? Não vamos aguardar até o problema chegar em nossa casa, não concorda Ministro? Yochiaru Outuki (engenheiro agrônomo) – Itambacará – Folha de Londrina – 18/04/2013 p.2 Senhor Yochiaru Outuki, ao ler a sua carta na Folha de Londrina, no dia 18/04/2013, p.2, vejo que o senhor está correto, pois acho que quem comete alguma criminalidade, sendo menor de dezoito anos tem que ser punido. Não é só uma multa a pagar , mas ter uma punição mais rígida porque no Brasil os menores já podem votar , ou seja, já tem consciência do que é certo e errado. Então por que não podem ser punidos? Infelizmente hoje em dia os maiores de idade usam os menores para entrega de drogas, assaltos, homicídios e outras coisas erradas, pois se o maior for pego, será preso, e se o menor for , não será. Concordo plenamente com suas ideias. Jaqueline Sandri Maia – Quarta Série do Curso de Formação de Docentes Senhor Yochiaru Outuki, ao ler a sua carta, discordo com a redução da maioridade penal pelos seguintes motivos: nosso sistema carcerário não tem infraestrutura suficiente para abrigar e reinserir esse infrator na sociedade. Para que esta medida seja viável, seria necessário investir na construção de novos presídios, evitando assim a superlotação desses locais.

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É preciso também ressaltar a importância de programas educacionais, para que deste modo, esses presidiários sejam reeducados sem voltar para a criminalidade posteriormente. Portanto, enquanto esse sistema for falho a ponto de não dar conta dos infratores atuais, quem dirá do que pode acontecer com a redução dessa maioridade? Luana Liduário – Terceiro Ano B do Ensino Médio

Os alunos foram conhecer a Redação da Empresa Jornalística Tribuna do

Norte, em Apucarana/PR. Eles conversaram com toda e equipe responsável pela

edição daquele jornal, buscaram informações sobre a chegada das notícias até a

distribuição do jornal impresso. Na oportunidade, conheceram todos os setores

dessa empresa e ficaram maravilhados.

Foto nº 06 Tribuna do Norte

Fonte, Ferreira, 2013

Em novo dia, os alunos recortaram anúncios classificados, observaram as

características e começaram a produzir seus classificados. No jornal impresso de

nossa turma consta a coluna classificados, como se vê a seguir:

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Certa vez, eles levaram para a sala “charges” de diferentes jornais.

Observaram as características, os assuntos abordados e as críticas inferidas. Após

todo esse trabalho, cada um ficou de produzir a sua charge e uma delas foi

publicada no nosso jornal impresso e todas as outras circularam pela classe. Segue

a charge escolhida pela turma.

CHARGE

Fonte: Jennifer Gabrielli, 3º B

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O jornal Tribuna Estudantil do CEEV, trouxe dicas de filmes pois, filmes

são bens culturais. É importante incentivar os alunos a apreciar filmes que

contribuam a tornarem-se pessoas mais letradas e que apesar de jovens possuem

discernimento daquilo que é bom e construtivo.

Dicas de Filmes Nome: Maria Montessori: Uma vida dedicada às crianças Resumo: Este filme fala de uma jovem que foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália. Começou a observar algumas crianças que eram consideradas loucas e, com seu método de ensino, conseguiu alfabetizá-las ao nível das crianças normais. O filme se baseia em uma história real e comovente. Érica Sarturi e Giovanna Vechiato 4º Ano do Curso de Formação de Docentes Nome: Lorax: Em busca das Trúfulas perdidas Resumo: No filme Lorax, há um menino que está em busca de uma árvore chamada Trúfula. Na cidade em que mora, o ar é vendido e tudo o que se tem de natureza são árvores artificiais. Ao decorrer do filme, o garoto encontra um espírito protetor da floresta, o Lorax, e juntos vão em busca da última semente de Trúfula. Sérgia Rafaelly e Karen Chonski 4º Ano do Curso de Formação de Docentes Nome: O Menino do Pijama Listrado Resumo: Bruno de nove anos é o menino que não entende sua repentina partida de Berlim, cidade bela e muito aconchegante, e a única coisa que sabe é que essa mudança está ligada ao grande trabalho de seu pai. Bruno está sozinho quando conhece Shmuel, uma criança da mesma idade, Judia que nasceu no mesmo dia do amigo. Embora eles vivam diferentes, a amizade é o tema mais importante da obra de John.

Dicas de Livros Biblioteca Jorge Amado - CEEV Nome: Mais Comédias para Ler na Escola Autor: Luis Fernando Veríssimo Resumo: O livro usa uma linguagem fácil, próxima da gente. Utilizada no dia-a-dia. O autor mostra que o nosso cotidiano é menos normal do que parece e que o banal pode ser mais interessante e divertido do que o extraordinário. Ariana Marones e Pâmela Nogueira – 4ª Série do Curso de Formação de Docentes Nome: 1968, Eles só Queriam Mudar o Mundo Autor: Regina Zappa e Ernesto Soto Resumo: 1968, Eles só Queriam Mudar o Mundo narra os principais eventos políticos e culturais e as mudanças de comportamento da época no Brasil e no mundo. É organizado mês a mês como um almanaque ilustrado da geração que disse não ao conformismo. Amanda Theorodovicz e Kayque Pratezi – 4ª Série do Curso de Formação de Docentes Nome: A Revolução dos Bichos Autor: George Orwell Resumo: Depois de conseguirem se livrar do seu algoz, o terrível Sr . Jones, os animais da Granja do Solar criaram suas próprias leis e imaginaram um mundo utópico, de liberdade e plenitude. Thais Mara Leiva e Gabriel Cordioli – 4ª Série do Curso de Formação de Docentes e 3º Ano A do Ensino Médio

Humor _ Doutor, como faço para emagrecer? _ Basta a senhora mover a cabeça da esquerda e para a direita e da direita para a esquerda. _ Quantas vezes, doutor? _ Todas as vezes que lhe oferecerem comida. Juciani Amabilln Cabral e Andreia Nascimento de Souza – 4º Ano do Curso de Formação de Docentes

Consumismo O marido comenta com a mulher: _ Não acho meu nome nas latinhas de refrigerante! A mulher responde: _ Procura no SPC que tu achas! Isabela Souza e Ariana Marones 4º Ano do Curso de Formação de Docentes Loucos Dois loucos estavam planejando uma fuga. Um disse para o outro: _ Nós passamos pela fechadura. Chegando a hora da fuga um disse: _ Não vai dar para fugir . _ Por quê? _ Porque o portão ta aberto! Geovana Vechiato – 4º Ano do Curso de Formação de Docentes

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O objetivo em citar livros da biblioteca Jorge Amado do CEEV não foi

somente para que esses jovens leitores fornecessem dicas de livros a outros jovens

leitores porque pessoas letradas, cultas lêem, mas também para que os mesmos

pudessem saber que a referida biblioteca apresenta um acervo literário valioso digno

de ser conhecido por todos.

Começamos a preparar o nosso jornal com a escolha do nome, das letras,

logotipo e os textos que fariam parte deste exemplar de lançamento, com o qual

fechou o nosso projeto PDE, conforme consta no editorial do mesmo escrito pela

professora docente.

E u s o u a p r o f e s s o r a L u c i a Aparecida Ferreira, sou professora de Língua Portuguesa do Colégio Estadual Érico Veríssimo e apresento para vocês o resultado do Projeto de Intervenção Pedagógica aplicado neste Colégio com os alunos dos 3° anos do Ensino Médio e 4ª série do Curso de Formação de Docentes. Este projeto visou à formação de leitores e produtores de textos através dos gêneros da esfera jornalística. Para finalizar este projeto os alunos tiveram que vencer muitas etapas a partir de leituras diárias de jornais para que os mesmos pudessem ter mais contato com este suporte midiático. Acreditamos que o jornal escolar é um instrumento que possibilita o reconhecimento da dinamicidade da língua e dos textos como processo cultural, social e historicamente constituído. Desse modo, procuramos trabalhar a leitura e a produção textual (gêneros da esfera jornalística) com o objetivo de não só contribuir com a formação cognitiva do aluno, mas principalmente para a sua formação como cidadão. Espero que vocês gostem.

Um abraço! Professora Lucia.

Foto nº 07 Solenidade da Entrega dos Jornais

Fonte: Ferreira, 2013

No encerramento do mesmo, o jornal foi distribuído para a comunidade

local e alicerçou-se o desejo de novas publicações e de desenvolvermos esse

trabalho continuamente.

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Resultados

Após a aplicação do projeto, podemos concluir que os resultados obtidos

na realização do nosso trabalho foram satisfatórios, pois percebemos que os alunos

ficaram motivados para leituras de jornais, curiosos a respeito dos gêneros da esfera

jornalística e produziram com maior qualidade os seus textos.

Produzir seu próprio jornal foi uma experiência inovadora e satisfatória,

tanto para a escola quanto para os alunos. Sabemos que eles se empenharam

muito, porque queriam ver logo seus trabalhos divulgados. Quando os mesmos

foram impressos, a comunidade mais ampla teve a oportunidade de conhecer o fruto

do trabalho desenvolvido na escola. Todos testemunhamos o quanto a produção de

um jornal pode ser um exercício motivador para a leitura e a escrita.

Considerações Finais

O presente artigo relatou uma experiência de leitura dos jornais circulantes

na nossa região e a análise dos gêneros da esfera jornalística, o que embasou a

produção de um jornal escolar.

Os objetivos propostos foram o de incentivar os alunos à leitura, fornecer

contato com diferentes gêneros textuais e oportunizar a produção de um jornal

escolar, daí a necessidade de conhecerem as características dos gêneros da mídia

impressa.

O trabalho com o jornal além de incentivar a leitura e a escrita possibilitou

a interdisciplinaridade, considerando que os demais professores aderiram a proposta

e se manifestaram interessados em trabalhar com jornal nas suas respectivas

disciplinas e em parceria com a professora de Língua Portuguesa.

O trabalho por projetos favoreceu o engajamento de todos (direção,

professores, equipe administrativa, pedagógica, alunos e comunidade). Um projeto

bem elaborado é capaz de orientar ações, compartilhar ideias, motivar uns aos

outros e, principalmente, levar o grupo a sentir-se comprometido.

Concluímos que os esforços de capacitação como o Programa de

Desenvolvimento Educacional valeram a pena, mas a questão não é tão simples,

pois uma das arestas é a capacitação continuada dos docentes e também é preciso

que haja condições institucionais para o desenvolvimento de ações que possam

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eliminar esse abismo que separa a prática escolar da prática social de leitura e

escrita, para que se ensine o que será útil fora da escola. Assim, a capacitação em

serviço favoreceu a consciência da necessidade de buscar metodologias

inovadoras, e o do uso do jornal em sala de aula foi um caminho produtivo para

tornar as nossas aulas mais significativas.

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