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Número: 334/2005 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO GEOCIÊNCIAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA DE RECURSOS MINERAIS LUIS GOMES CARVALHO APIJCAÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS, SENSORES REMOTOS E GEOFÍSICOS PARA PROSPECÇÃO HIDROOEOLÓGICA NA ÁREA DA CERVEJARIA TERESÓPOLIS LIDA, BACIA DO RIO DO CAPIM- TERESÓPOLIS (RJ) Dissertação apresentada ao Instituto de Geociências como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências na Área de Administração e Política de Recursos Minerais. Orientadora: Profa. Dra. Adalene Moreira Silva (IG-Unicamp) Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Mendonça (IAG-USP)

Unicamprepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/...UN~CAMJI Número: 334/2005 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO GEOCIÊNCIAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA

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UN~CAMJI

Número: 334/2005

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO GEOCIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA DE

RECURSOS MINERAIS

LUIS GOMES CARVALHO

APIJCAÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS, SENSORES REMOTOS E GEOFÍSICOS PARA

PROSPECÇÃO HIDROOEOLÓGICA NA ÁREA DA CERVEJARIA TERESÓPOLIS LIDA, BACIA DO RIO DO CAPIM- TERESÓPOLIS (RJ)

Dissertação apresentada ao Instituto de Geociências

como parte dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ciências na Área de Administração e

Política de Recursos Minerais.

Orientadora: Profa. Dra. Adalene Moreira Silva (IG-Unicamp) Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Mendonça (IAG-USP)

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© Luis Gomes Carvalho, 2005

Catalogação na Publicação elaborada pela Biblioteca do Instltnto de Geociências/UNICAMP

Carvalho, Gomes C253a Aplicação de dados geológicos, sensores remotos e geofísicos para a

prospecção hidrogeológica na área da Cervejaria Teresópolis Ltda, bacia do Rio do Capim- Teresópolis (RJ). I Luis Gomes Carvalho.-­Campinas,SP.: [s.n.], 2005.

Orientadores: Adalene Moreira Silva, Carlos Alberto Mendonça. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências.

1. Aqüíferos- Teresópolis (RJ). 2. Prospecção geofísica. 3. Bacias (geologia). 4. Dispositivos dielétricos. 5. Sensoriamento remoto. I. Silva, Adalene Moreira. II. Mendonça, Carlos Alberto Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências. rn. Título.

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UNICAMII'I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA DE

RECURSOS MINERAIS

AUTOR: GOMES CARVALHO

APLICAÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS, SENSORES REMOTOS E GEOFÍSICOS

PARA A PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA NA ÁREA DA CERVEJARIA

TERESÓPOUS LTDA., BACIA DO RIO CAPIM- TERESÓPOLIS ( RJ)

ORIENTADORA: Profa. Dra. Adalene Moreira Silva

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Alberto Mendonça

n Aprovada em: __ /_~ __ / __

EXAMINADORES:

Profa. Dra. Adalene Moreira Silva

Prof. Dr. Aléxis Rosa Nummer

Profa. Dra. Sueli Y oshinaga Pereira

Campinas, 08 de julho de 2005

ill

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Ao Deus todo poderoso que dá vida a Terra ...

. .. que faz coisas tão grandiosas como a deriva contineni:al que tentamos esquadrinhar, e

tantas outras que ... não contar. 5:9) .

... que transporta as montanllas, sem que sintamos, e ... que as transtorna no seu furor.

remove a terra de seu iugar e suas colunas esl:rel:!lecem..

... caindo a montanha, desfaz-se, e a rocha se remove de seu iugar.

As águas gastam as pedras; as cheias afogam o pó da terra; e ... fazes perecer a esperança do

homem. (Jó 14:18-19).

Eis que .. .retém as águas, e se secam; e as larga, e transtorna a terra. (Jó ·-··-,.

Se Ele, em seu poder, destruir, e encermr, ou juntar, quem impedirá? {Jó li:

(Texto compilado e adaptado do livro de Jó, escrito a 1.520 a.C.)

... Ofereço.

Àquela que é mais formosa entre as mulheres, que com sabedoria e dedicação tem

edificado nossa casa, que com gentileza e carinho incentivado o relacionamento, com paciência

lido sugerido, corrigido e esperado a finalirnção deste projeto, que tem sido companheira

iruleparável, incansável meiga e doce, abrindo mão das férias, feriados e fins de semana para estar

presente.

A ela ...

Lilian Karla,

Minha Amada Esposa,

Dedico.

v

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AGRADECIMENTOS

A Ui!ivenidllde Esmduai de CampiilaJ>, Ititit~t~ de Geocücias, Depammmto de

Reau·sos Mmenm pela oportunidade de realizaç.'io do Curso de Mestrado e pelos

coohecimentoo tl'lms!l:litidos através dos professores.

A Universidade de Siio Paldo, &mmto de Astro-ia e Geofisiea pelos conhecimemos

tnmsmitidos atmvés das &das de geofisica e a disponibilização dos equipamentos utilizados 1!11

aquisição de uma parte dos dados de campo.

Ao CHsdhe l\l"ll(:ieftai de Desmv~imento Cimtif100 e Tec~o (CNPq) pela bolsa

concedida (processo 130.629/03-0).

Ao Depammmte de Rec~nes Mmemis de Estado de Rio de Janeiro (DRM-Rl) pela

libenção para a continuidade deste projeto, bem como pelo grande apoio disponibilizando

recurros humanos, materiais e fimmceiros.

A Wasser Brasil Uda. na pessoa do Sr. Roorigo Ribeiro Ratto pela disponibilização dos

relatórios dos poços perfurados e da goofisica -realizada no pátio da Cervejaria Teresópolis Lula.

A Cervejaria Teresópolis LMa. na pesaoa do Eng0• Químico Sr. Cândido Ramos pela

atenção, tentativa de intermediação junto a refurida cervejaria e, quando possivel, alimentação

durante os dias de campo.

A meiga Profa. Dra. Adalene Moreira Silva pela oportunidade, orientação, incentivo,

carinho e amizade.

Ao criterioso Prof. Dr. Carlos Alberto Mewionça pela disponibilidade em visitar a área do

projeto às vésperas de natal, executar parte da geofísica, orientar e corrigir todos os dados

geofísicos.

Ao gentil Prof Dr. Vagner Em por permitir minha participação nas suas aulas de geofisica

ministradas no IAG-USP.

Ao "Véio" Prof Dr. Alexis Rosa Nummer da Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro (UFRRl) pelo referencial humano encorajador e sempre amigo, por participar e orientar a

execução do mapeameuto estrutural em campo.

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Ao amigo Prof Ms. Leômdas Castro MeRo da Universidade Federa! R.urnl do Rio de

Janeiro (UflUU) pelas infurmações geoelétricas concedidas.

Prof Dr. Pa!OO de T- Ltdz MeMZeS da Universidade Rio de Janeiro (UER1)

pelo empréstimo do eletrorresistívimetro.

secretárias Edmalva, V~ e~~~ pela atenção e gem:ileza nos atem!imemos.

A incarulávd geógrafa Ana Paula F« n:h a pela elabocação de quase todos os mapas.

Aos meus pais na fé Pr. :M:r. Wüfum Jolm Shxp e :M:rs. Mma F~ Shti"p pela

elaboração do abstract

Meus agradecimentos ao meu grnnde amigo e irmão Pr. M~ La~rtmsc~ e &mim

pelo trnnsporte e assistência após o acidente por mim sofrido oo d~ desta dl~ção.

Agradeço aos meus fam~ que próximos ou à distância tem apoiado minha jornada e

de modo especial aos meus sogros Pr. David e Almmnda.

A todos os Amigos do DRM-RJ que participmam direta e indiretamente oos trabalhos de

campo oo nas correções e sugestões em gabinete.

Aos Amigos do Curso de Pós-Graduação do Instituto de Geociências pelos lllOOle!lÍOS

inesquecíveis vividos durante as aulas e intervalos.

A todos que de alguma forma colaboraram para que este trabalho tivesse êxito, meu muito

obrigado.

VIl!

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1

11

L2

L3

1.4

SUMÁRIO

' '"' ''''''"'''''' ... 1

Apresentação e .......................................................... 1

Localização e aspectos fisiogrâficos .................................................. 2

'" " '"" "" "" "' ""' '"""""'" ""' """' 11

lA. 1 Materiais., .............................................................................. 11

I .4.2 Métodos ................................................................................. 14

2 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ......................................................................... 15

2. l. Registros de eventos tectônicos Mesozóico-Cenozoico e recentes e sua

influência na caracterização atual dos aqüíferos fraturados no segmento central

da Faixa Ribeira .................................................................................... 21

2.2 Contexto hidrogeológico regional ................................................... 23

3 COJ\'TEXTO GEOLÓGICO E HIDROGEOLÓGICO DA BACIA DO RIO DO CAPIM .. 29

3.1 Contexto geológico ....................................................................... 29

3.1.1 Batólito Serra dos Órgãos (BSO) .............................................. 29

3.1.2 Unidade Rio Negro (URN) ....................................................... 30

3 .1.3 Diques básicos ........................................................................ 30

3.2 Caracterização hidrográfica e hidrológica ........................................ 33

3.3 Definição dos sistemas aqüíferos .................................................... 37

4 ANÁLISE DOS LINEAMENTOS DA BACIA DO RIO DO CAPIM E ADJACÊNCIAS

COM BASE EM DADOS DE SENSORES REMOTOS ........................................................... 39

4.1 Introdução .................................................................................... 39

4.2 Materiais ...................................................................................... 39

4.2.1 Sensor TM do satélite Landsat 5 ............................................... 39

4.2.2 Sensor SRTM ......................................................................... 41

4.2.3 Sensor fotográfico ................................................................... 41

4.2.4 Dados geológicos derivados de trabalhos de campo ..................... 42

4.3 Processamento e realce dos dados de sensores remotos ...................... 42

4.3.1 Processamento e realce dos dados do sensor TM do Landsat 5 ...... 45

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302 Processamento e realce dos dados do SRTM ................ o.o .... oo,oo,oo 53

40 3 o 3 Fotografias Aéreas o .......................................................... o o ..... 59

4.4 Integração e interpretação dados o ......... oo....... oo ................... 65

4.401 Análise dos lineamentos ........................................................... 69

4. Caracterização estruturai .......................................................... 81

5 APLICAÇÃO DE MÉTODOS GEOELÉTRICOS NA LOCAÇÃO POÇOS

TUBULARES PROFUNDOS EM AQÜÍFEROS FRATURADOS: O EXEMPLO DA BACIA

DO RIO DO CAPIM ................................................................................................................. 93

5.1 Introdução .................................................................................... 93

5.2 Conceituação das técnicas empregadas ............................................ 94

5.2.1 Sondagem Elétrica Vertical (SEV)- Arranjo Schlumberger .......... 94

5.2.2 Caminhamento Elétrico ............................................................ 95

5.2.2.1 Arranjo Dipolo-Dipolo ........................................ o •••••••••••••• 97

5.3 Natureza dos dados geofísicos ...................................................... 101

5.4 Processamento dos dados geofísicos .............................................. 102

5.5 Caracterização dos aqüíferos na área da Cervejaria Teresópolis Ltda. 115

5.5 .1 Cadastramento de poços profundos .......................................... 115

5.5.2 Caracterização dos elementos contidos no mapa piezométrico .... 123

5.5.3 Fluxo da água subterrânea no aqüífero granular ........................ 127

5.6 Interpretação dos dados geofísicos ................................................ 127

5.7 Análise dos resultados através dos dados geofísicos ........................ 143

6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ................................................................................... 147

7 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................... 153

8 REFERÊNCIAS BffiLIOGRÁFICAS ............................................................................. 155

9 ANEXO .......................................................................................................................... 163

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LISTA DE FIGURAS

Figura Ll -~da área de estudo- siWl!dll emre os municípios de Teresópolis e

José do Vale do Rio Preto, faz parte da região Serrrum do estado do Rio deJanciro ..... 3

Figura 1.2- Área bl!cia Rio do Capim, destaclmOO a local.ização da Cerv~aria Teresópol.is

Ltda e a rede drenagem. Cabe ressaltar que esta rede de dreoogem reflete o padrão

estrutural da área em apreço ........................................................................................ 5

Figura 1.3 - A fotografia mostra o padrão de relevo típico da bacia do Rio do Capim. Nesta

porção, localizada 1100 fundos do pátio da C~ Teresópolis Ltda., pode-se

observar uma forte estruturnção ilustrada por vales eslrutur3is de direção NW-SE. ..... 7

Figura 1. 4 - Moddo digital de elewção do relevo da bacia do Rio do Capim destaclmdo a

topografia da bacia ... ···-------------·--···------------.......................................... __ .................... 9

Figura 2.1 - Divisão tectono-estratignífica do segmento central da Faixa Ribeira (Modificado de

Heilbron & Machado, 2003) ..................................................................................... 15

Figura 2.2- Mapa esquemático ilustrando da sucessão de arcos magmáticos do domínio oriental

ou Serra do Mar (Modificado de Trouw et al., 2000 apud Silva & Cunha, 2001) ....... 19

Figura 2.3 - Bloco diagrama que relaciona as fraturas de alívio sub-horizontais controladas pelo

tlexuramemo de rochas cristalinas através de uma tectônica de falhas de gravidade. As

fi!ltas de alto ângulo em conexão com as fraturas sub-horizontais con.Wtnem os

principais condutos para o armazenamento de água subterrânea nos vales eslrutur3is

{Valente et ai., 2001) ................................................................................................ 25

Figura 2. 4 - Mapa morfoestrutural do estado do Rio de Janeiro destacando os poços tabulares

ocupando as porções caracterizadas por vales estruturais (Valente eJ ai., 200 l ) ......... 25

Figura 3.1 -Mapa geológico da bacia do Rio do Capim (DRM-RJ/GEOSOL Ltda, 1982). ....... 31

Figura 3.2- Mapa de hierarquização da rede de drenagem da bacia do Rio do Capim, segundo

Strabler (1952) .......................................................................................................... 35

Figura 4.1 -Mapa de pontos. Neste mapa encontra-se os pontos proveniente do projeto Carta

Geológica do Estado do Rio de Janeiro em escala 1:50.000 (DRM-RJ/GEOSOL Ltda,

1982) e novos pontos levantados para este projeto visando um maior detalhamento da

geologia e estrutural da área da bacia do Rio do Capim ............................................. 43

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Figura 4.2- Composição colorida RGB (742) da imagem do sensor TM do Lmdsat 5. Nesta

imagem, os limites da bacia são definidos por uma !inlla poligonal de oor amarela. Um

pequeno retângulo da mesma cor situado na porção SW, indica a localização da

Cervejaria Teresópolis Ltda ...................................................................................... 47

Figura 4.3 - Composição colorida RGB (274) da imagem do aensor TM do Lmdsat Notar os

~s da direção NE-SW em rons da azul que não se enoontram ~s nas

drenagens situadas na porção SE da bacia. Os limites da bacia são definidos por uma

!inlla poligonal da oor verde e um pequeno retângulo de oor amarela situado na porção

SE, indica a localização da Cervejaria Teresópolis Ltda. ........................................... 49

Figura 4.4- Composição colorida RGB (274) da imagem do sensor TM do Landsat 5. Nota-se

que os lineamentos de direção NE-SW em tons de azul situados na porção SE da bacia,

são oon!irmados pela sobreposição da lineamentos destacados em vermelho que foram

mapeados em campo e estão apresentados no mapa geológico da figura 3.1. Algumas

feições lineares identificadas no espectro e destacadas em oor laranja ainda precisam

da oonfumação em trabalho de campo ...................................................................... 51

Figura 4.5- Modelo digital de terreno em tons de cinza e distância de amostragem de 90 metros

gerado a partir dos dados do sensor SRTM {S23W043). Nesta imagem, os limites da

bacia são definidos por uma !inlla poligonal da oor preta. Um pequeno retângulo de cor

amarela sitnado na porção SW, indica a localização da Cervejaria Teresópolis Ltda.. 55

Figura 4.6- Modelo digital da elevação em 3D (MDE) mostrando a vista panorâmica da bacia do

Rio do Capim e adjacências gerado a partir dos dados do sensor SRTM ( S23W043)

e do emprego do software ENVI 3 .5. No MDE os limites da bacia são definidos por

uma linha poligonal de cor preta. Um pequeno retângulo de mesma cor situado na

porção Sul, indica a localização da Cervejaria Teresópolis Ltda ................................ 57

Figura 4.7- Fotografias aéreas monocromáticas em escala 1:60.000 do Serviço Geográfico do

Brasil- Ministério do Exército, projeto AST, provenientes dos vôos executados pela

Força Aérea Americana- USAF (1966). Os limites da bacia são definidos por mna

linha poligonal de cor verde ...................................................................................... 61

Figura 4.8- Linesmentos demarcados nas fotografias aéreas monocromáticas em escala l :60.000

do Serviço Geográfico do Brasil- Ministério do Exército, projeto AST, provenientes

dos vôos executados pela Força Aérea Americana- USAF (1966). Algumas estruturas

xu

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identificadas encontram-se cobertas por vegetação em sua total ou parcial extensão.

Estas estruturas refletem a presença de água contida nas fraturas _______________________________ 63

!ho-n,-, 4. 9 - Mapa de lineamentos no pelo emprego extensões

Dominant Azimuth e Limml a pm-tiT dos lineamentos estruturais identifiC!!dos na

imagem de satélite Landsat 5 e nas fotogrnfuls aéreas em escala de 1:60.000. ___________ 67

Figura - Roseta de freqüência gerada a pm1iT de lineamentos mapeados nas cartas

topográficas, folhas Anta e Duas Bmras, com base na. rede de drenagens. Eles furam

classificados segundo suas direções em seis classes distintas com intervalos de 30°,

predominando as direções N57°30'E, N42°30'E e N5?030'W. ----------·---------------------· 69

Figura 4.11 -Estruturas lineares da bacia do Rio do Capim, da composição colorida RGB (742)

do TM do Landsat 5. Nota-se o prolongamento dos alinhamento~ destacados pela cor

vermelha, para fora dos limites da área da bacia ....................................................... .

Figura 4.12- Realce em toos de cinza esruro das estruturas lineares da bacia do Rio do Capim e

região do entorno em imagem S23W043 do SRTM .................................................. 75

Figura 4.13 - Mapa de ocorrência das feições estruturais nas p1oximidades da área piloto plotadas

sobre foto aérea monocromática na escala 1:60.000 .................................................. 79

Figura 4.14 - Vista de direção SW para NE da bacia do Rio do Capim, destacando a forma do

relevo. As fuces voltadas para direção NW possuem inclinações mais suaves que as

faces voltadas para a direção SE ................................................................................ 81

Figura 4.15 -Mapa de declividade da bacia do Rio do Capim. Nota-se que as áreas de mais baixa

declividade ocupam, em sua maior parte, a margem esquerda do referido rio ao loogo

de todo o talvegue principal. ..................................................................................... 83

Figura 4.16 - Afloramento do córrego da Taboinha. Nota-se a repetição do padrão de

fraruramento sub-horizontal (355°/05° - indicador amarelo) provocado por alívio de

pressão, bem como fraturas verticais abertas (122°/90° e 168°/90°- indicador azul). 85

Figura 4.17 - Padrão freqüente de fraturas verticais (349°/90° - indicador azul) e inclinadas

(337°/56° e 152°/60° - indicador vermelho) impostos pela ação de explosivos

utilizados no desmonte das rochas para a construção do leito da BR-116. Nota-se a

repetição do padrão de fraturamento sub-horizO!ltal (355°/14° - indicador amarelo)

provocado pelo alívio de pressão, geraodo estruturas tipo esfoliação esferoidal. ........ 87

Xlll

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Figura 4.18 - Rocha gnmitica lwcocrirtica alterada de gnmulomelria média apresentando

estrutura milonitica (indicador verde) ........................................................................ 87

Figura 4.19 - Rocha gnmitica !wcocrirtica de grnnulomelria grossa, obsevada em fllixa de

ciWll.amento dúctil-rúpl:il. Entre os contatos com litotipos !lão cisalhados, o m.aterial

cisalhado, provavelmente originado duram:e o pretérito processo de mil~,

encontra-re preenchido por material fino alterado (solo) ........................................... 89

Figura - Perfis dos poços {Trnnsterrn-Forntmn Ltda., 2004) mostrnndo os iitotipos

perfurados e as entradas d'água na área da Cervejaria. Ressalta-se as porções de rocha

alterada, que no campo são mapeadas como rochas graníticas leucocri!ricas muito

alteradas .................................................................................................................... 91

Figura 5.1 - Arrall.jo simétrico Sclll:wnberger (Braga, 2001) ...................................................... 95

Figura 5.2 - Distribuição dos eletrodos AB e MN em campo empregando-se a técnica de

Caminhamemo Elétrico por ~o do tipo Dipolo-Dipolo (Braga, 2001 ) ................. 97

Figura 5.3 - Seqüência na interpretação dos perfis gerados pela técnica de CE empregamlo

~o Dipolo-Dipolo aplicado a investigação de falhas em subsuperficie (Braga,

2001) ........................................................................................................................ 99

Figura 5. 4 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resisti:vidades aparentes

obtidas na SEV-IAG de AB/2 = 70 m. .................................................................... 103

Figura 5.5 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resisti:vidades aparentes

obtidas na SEV-DRM01 de AB/2 =150m .............................................................. 105

Figura 5.6 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resistividades aparentes

obtidas na SEV-DRM02 de AB/2 =100m .............................................................. lOS

Figura 5.7 - Seção geoelétrica obtida no Caminhan•ento Elétrico IAG de direção SE-NW e

extensão 270m em 5 (cinco) mveis de investigação realizado no pátio da Cervejaria

Teresópo!is Ltda. em l71l2/04: a) seção de resistivi.dade aparente (dados medidos), b)

valores de resistivi.dade aparente correspondente ao modelo obtido por inversão; c)

modelo de resistividade elétrica obtido por inversão com critério de snavidade. O

modelo c) deve ser considerado uma representação menos distorcida do substrato; a

semelhança entre as seções a) e h) sugerem que o modelo invertido satisfaz o cof.!iunto

de dados medidos .................................................................................................... 109

xiv

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Figura 5.8 - Seção geoelétrica obtida no Caminhamento Elétrico DRMOl de direção SE-NW e

extensão 160 m em 6 {seis) níveis de investigação realizado no pátio da Cervejaria

Teresópolis em 02/02/05: a) seção de resistividade aparente (dados medidos), b)

valores de resistividade aparente oorrespondente ao modelo obtido por inversão;

modelo de resistividade elétrica obtido por inversão oom critério de suavidade. O

modelo c) deve ser coosiderndo uma r~o menos distorcida do substrato; a

semelhança entre as seções a) e b) sugerem que o modelo invertido satisfilz o conjum:o

de dados medidos .................................................................................................... 111

Figura 5.9- Seção geoolétrica obtida no Caroinhamento Elétrico DRM02 de direção NE-SW e

extensão 2!0 m em 6 (seis) níveis de investigação realizado oo pátio da Cervejaria

Teresópolis Ltda. em 03/02/05: a) seção de resistividade aparente (dados medidos), b)

valores de resi.stividade aparente correspondente ao modelo obtido por inversão; c)

modelo de resi.stividade elétrica obtido por inversão com critério de suavidade. O

modelo c) deve ser considerado uma representação menos distorcida do substrato; a

pouca semelhança entre as seções a) e b) sugerem que o modelo invertido não satisfaz

o conjunto de dados medidos .................................................................................. H3

Figura 5.1 O - Planta topográfica do pátio de produção da Cervejaria Teresópolis Ltda. mostrando

a localização dos 16 poços tubulares profundos ....................................................... 117

Figura 5.11 -Poço Pll, construído a 2,50 m abaixo do nível atual da rua, encontra-se sob abrigo

de alvenaria (foto "A"). Na foto "B" o detalhe do barrilete de controle operacional. ll9

Figura 5.12 - Poço P08, protegido por abrigo metálico ............................................................ 119

Figura 5.13 - Poço P15, inclinado a 45° e com baixa vazão. Atualmente, encontra-se lacrado

devido a baixa capacidade de produção ................................................................... 121

Figura 5.14 - Captação de água do Rio do Capim através de poço tipo cacimba conectado ao

referido rio por tubulação subterrânea. .................................................................... 121

Figura 5.15 -Mapa potenciométrico estimado do cristalino mostrando as direções do fluxo sob o

pátio de produção da Cervejaria T eresópolis Ltda. .................................................. 125

Figura 5.16 - Perfis litológicos obtidos com base nas resistividades das SEV" s realizadas por

Mello (2004), nota-se predominância de favorabilidade à ocorrência de água

subterrânea nas litologias "rochas alteradas" e "rochas fraturadas" .......................... 129

Figura 5.17 -Perfis litológicos com base nas resistividades obtidas nas SEV's TFOl e TF02 .. 133

XV

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Figura 5.18 - Perfis litológicos com base nas resistivídades obtidas nas SEV' s IAG, DRMO 1 e

DRM02 ................................................................................................................... 13:5

Figurn 5.19 - Perfillitológico gerado a partir da seção gooelétrica IAG. ... . . . . . .. .. . . . . .... .

Figurn 5.20- Perfi! litológico gerado a partir da seção groelétrica DRMO! ............................ .

Figura -Foto da ma:rgem da BR-1 (Km ilustrnndo um alloramemo de solo residual

espesso .................................................................................................................... 147

F!gW"l! 6.2 - Aflornmento de rocha alterada ou saprolito que estão associados oo aqilifero

fraturado ................................................................................................................. 149

Anexo 9.1- Mapa de posicionamento das SEV's (IAG, DRMOl e DRM02) e dos CE's (IAG,

DRMOl e DRM02) ................................................................................................. 163

XV!

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LISTA DE TABELAS

sistemas aqiiil:eros sedimentares {B8UTe!to et

Tabela 2.2- Cadastro dos poças dos l'millicipias região serrana estado do Rio Janeiro

(Capucci et ai., 2001). ............................................................................................... 28

Tabela 3.1 - Quantificação dos canais de drem!gens da bacia do Rio do Capim, segundo a

classificação de Stmhler (1952) ................................................................................ .

Tabela 3.2- Escala de densidade de drenagem, segundo Stmhler (1964) ................................... 37

Tabela 4.1 -Principais canacterísticas e aplicações das bandas TM do satélite LANDSAT-5

(Novo, 1989; Engesat, 2004) ..................................................................................... 40

T !!bela 5.1 - Valores das espessuras e reaistividades das camadas inferi das na interpretação das

SEV' s TFO 1 e TF02 (Transterra-FOO'It!m!. Ltda., 2004) ............................................ 101

Tabela 5.2 - Valores das espessuras e resistividades das camadas inferidas na interpretação da

SEV -IAG realizada com espaçamento AB/2 de 70 m. ............................................. 103

Tabela 5.3 - Valores das espessuras e resistividades das camadas inferi das na interpretação da

SEV -DRMO 1 realizada com espaçamento AB/2 de 15(). ......................................... lOS

Tabela 5.4 - V atores das espessuras e reaistividades das camadas inferi das na interpretação da

SEV-DRM02 realizada com espaçamento AB/2 de 100m. ..................................... 107

Tabela 5.5- Dados dos poços antes e depois do redimensionamento (Transterra-Foratmn Ltda.,

2004). ····················································································································· 116

Tabela 5.6 - Características conatrutivas e hidrodinâmica dos poços em produção (Transterra-

FOO'It!m!. Ltda., 2004) .............................................................................................. 116

Tabela 5.7 - Correlação das resistividades apresentadas nos CE's (IAG E DRMOl) com as

litologias das camadas situadas abaixo do pátio da Cerv~aria T eresópolis Ltda ...... 139

Tabela 5.8 - Correlação das resistividades obtidas nas SEV's com as !itologias das camadas

atravessadas e suas respectivas profundidades e espessuras ..................................... 141

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ANEXO

Anexo 9.1 - nu•v" de posicionamento das SEV's (IAG, DRM01 e DRM02) e dos CE's (IAG,

U'"'-Jcnv, e DRM02) ............................................................................................... ..

XIX

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DRM-RJ

IAG

PERH

SAD

SIG

TI

UERJ

LISTA DE SIGLAS

Recursos Mi11erncls do Estado Rio de Jll.!l<~lro

- Global Positímring Systern

Astronomia e Geofisica

- Política Estadual de Recursos Hidriocs

- South American Datum

- Sistema de Informação Geográfica

- TrmJSterra-Foratum Ltda

- Universidade Estadual do Rio de Janeiro

UNICAMP -Universidade Estadual de Can1pinas

UFRRJ -Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

USAF

USGS

USP

UTM

- United States Air Force

- United States Geological Survey

- Universidade de São Paulo

-Universal Transverso de Mercator

xxi

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPlNAS

mSTIITUTODEGEOcffiNOAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA DE ADMTh'ISTRAÇÃO E POLÍTICA DE

RECURSOS MmERAIS

APLICAÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS, SENSORES REMOTOS E GEOFÍSICOS

PARA A PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA NA ÁREA DA CERVEJARIA

TERESÓPOLIS LTDA, BACIA 00 RIO 00 CAPIM- TERESÓPOLIS (RJ)

RESUMO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

O objetivo desta pesquisa foi o de efetuar um estudo integrado de dados geológicos, de

sensores remotos e métodos elétricos em uma área piloto- Cervejaria Teresópolis Ltda, na Bacia

do Rio do Capim - T eresópolis (RJ), com o intuito de auxiliar a prospecção hidrogeológica nesta

região. De posse de dados geológicos, hidrogeológicos, sensores remotos e da aquisição de dados

elétricos (Sondagem Elétrica Vertical - SEV e Caminhamento Elétrico - CE), ~eti.vou-se a

seleção de áreas favoráveis para a locação de poços tubulares profundos.

Foram empregadas duas abordagens distintas. Primeiramente, foi efetnada uma análise

espacial dos dados de sensores remotos (Landsat-5, SRTM., Fotografias Aéreas) e extração de

lineamentos em várias escalas. A partir deste ponto, foi efetuado um mapeamento estrntural para

reconhecimento de falhas e fraturas abertas que condicionassem a ocorrência da água

subterrânea. O cruzamento das infOrmações estruturai:s obtidos dos dados de sensores remotos e

do trabalho de campo forneceram informações favoráveis a locação de poços tubulares, e

apontru run locais para aplicação de métodos elétricos.

Numa segunda abordagem, foram empregados métodos elétricos para detalhamento das

áreas favoráveis sitnadas no pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda:. O emprego de SEV's e CE's

associados aos perfis dos poços, possibilitou a individualização litológica e de espessuras das

XX!ll

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camadas que ocorrem em sub-superfície, tomando-se possível a identificação das áreas

potencialmente moráveis a locação de poços. Os resultados mostram áreas de recarga com

declividades entre 0° e 15°, compostas por sedimentos aluvionares. O aluvião identificado como

aqwrero livre, foi ~o como fuvrn:ávei a instalação de poços fi!SOS para a oaptação de

água do freático. O saprolito e rochas fratm:adas são espessos e encolll:rnm-se semicollfimdos sob

o manto de solo residual. Eles têm sido identificados como áreas favoráveis para a insta.laçãc de

poços tl.lbulares profundos.

xxiv

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UNICA~

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PÓS..GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA DE ADMIJ'•H:STRAÇÃO E

RECURSOS MINERAIS

APPLICATION OF GEOLOGICAL, REMOTE SENSING AND GEOPHYSICAL DATA

APPLIED TO HYDROGEOLOGICAL INVESTIGATION IN TIIE CERVEJARIA

TERESOPÓLI:s LIDA AREA, RIO 00 CAPIM IIASIN, TERESÓPOLI:s (RJ)

AIISTRACT

MASTER DISSERTATION

L11is Gomes Carvalho

This research focused on geological use, remote sensing and geophysical data ( electrical

resist:ivity methods) in a pilot area - Cervejaria Teresópolis Ltda.., in the Rio do Capim basin,

T eresópólis, RJ - with the intention of assisting in the hydrogeological prospection in this region.

Having the geological and hydrogeological data, the remote sensing, and electrical resist:ivity data

(Vertical Electrical Sounding, referred to as "SEV," and Electrical Horizontal Proflling, called

''CE"), the study included the COliVersion of data to an adequare format; extensive data

processing, in order to extract the necessary information for analysis; and the final production of

maps illustrating favorable areas for establishing tubular deep wells.

Two distinct areas of analysis were addressed. Frrst, a spatial analysis by the remate

sensing (Landsat-5, SRTM, aerial photographs) was dane, and structural lineaments were

established from these data. F rom this point, a field structural mapping to !acate the open faults

and fractures that might provide groundwater was done. The crossing of the structural

information obtained from the remate sensing and the field data, in GIS {Geographlc Information

System) environmen:t, supplied favorable information fur the location of tubular wells and

pointed out sites for the use of electrical methods (Vertical Electrical Sounding and Electrical

Horizontal Profiling).

XXV

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In a second part, however, electrical resistivity methods were used to show details of these

l!reliS situated on the property o f Cervejaria T eresópolis Ltda. The results pennittoo definition o f

ilie recllarge l!rei!S identi:fied by declivities betwoon O am:l degrees, composed of sw:.face

alluwu sediments. Deep poc!rets of residwd sol! situatoo between the sw:.face all.uwu sediments

and saprolii:h serve ru; aquitard, am:l romplicate the reclm-ging and decressil'!g a possible

ronl:amination of the fu!ctured aquifur. Tire ntiliution of SEV' s am:l CE' s around the periphery

the wells mooe it possible to idemifY lii:hological imlividna!iution am:l ilie width of the lcyers

that orour below the surface, enhancing the possibilities of ident.ifYing the potentiall.y favorable

sites for drill:ing wells. The allmrial area, identifioo as a free aquifur, was characterized. as being

favorable to ilie lnstall.ation of shall.ow wells fur the rontainment of grol.llldwater. The saprolith

and fulctured rocks showed good width and are fu!.I!Id somewbat ronfined over the mande of

residual soil, baving been identified as favorable to the illstallation of deep tubular wells.

XXV!

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1 INTRODUÇÃO

Devido a uma série de fatores

da água doce dispooí:vel ao consumo lrumano (Fetter, tem

reconhecida como altematiw viável oos usui!rios, apresentlmdo uoo cresoente oos últimos 1mos

(Capucci et al., 2001). Esta, quando obtida através de poços tulru:lares profundos, pode custar até

sete vezes menos que a captação de água superficial (Caetano, 2000).

No caso do Rio de Janeiro, estes condicionlmtes têm estimulado a perfuração de um grande

!lÚ.mero de poços tubulares por diversas empresas que vem atuando com estratégias de

geomarketing. Estratégias que objetivam ilustrar a confiabili.dade de seus produtos com base na

matéria prima de boa qualidade: a água subterrânea.

Informações recentes apont:am um procedimento de looação e perfumção de poços para

exp!otação, col!Siderando somente a proximidade às fontes poluidoras, descartalldo possíveis

interferências entre poços adjacentes e a capacidade do aqüífero fraturado, cujos limites podem se

estender além das fronteiras da bacia hidrográfica ou restringir-se a pequenas áreas. As

possibilidades de um impacto proveniente da sobre explotação têm despettado a atenção das

comunidades do entoroo às captações. Estas comunidades passaram a questionar a influência da

explotação da água subterrânea sobre os cursos das águas superficiais e poços rasos, inquirindo

respostas junto ao ministério público local.

O Rio do Capim ou Rio do Peão é um afluente do Rio Preto, tributário da margem direita

do Rio Parat'ba do Sul que ocupa 22.600 km2 e é o principal manancial de abastecimento das

indústrias e da população residente de cerca de sete milhões de habitantes da Região

Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Ao longo das margens do Rio do Capim encontram­

se instaladas várias propriedades agro pastoris, bem como a Cervt;jaria T eresópolis Ltda. A

cervejaria possui 16 poços tubulares em 270.237,75 m2, caracterizando um excelente laboratório

para o estudo do aqüífero fraturado. Alguns poços da Cervt;jaria Teresópolis Ltda. em atividade

de explotação já possuem sistema de monitoramento automatizado permitindo uma avaliação das

características bidrogeológicas do aqüífero simultJmeamente ao bombeamento. No entlmto, poços

que não possuem vazões satisfatórias são utilizados como "poços de observação" para l

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monitoremento dos aqüíferos, principalmente do furturado, petmil:indo =cterizar seu

comportamento em limção da explotação e da variação pluviométrica sazonal.

Localml.çio e a!!pectos mi~

Rio do Capim faz divisa etrtre os municípios de Teresópolis e São José do Vale do Rio

Preto, região Semma do estado do Rio de Janeiro. A sua margem esquerda faz parte do

Mmlicipio de Teresópolis - Distrito do Vale do ~ Pequeno, enqwmto que a margem

direita pertenoe ao Mlmicipio de São José do Vale do Rio Preto. O aoesso, a partir da cidade do

Rio de Janeiro, é feito através dali Rodovias Washington Luís, e BR-l Ui (Rio-Bahia), distando da

capital= de 150 km (Figura 1.1).

2

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w !5 ~ 1'i g

~ § w o ~ 1õ ~

~ g

410000 45"0GW 510000 43"rtYW 8'!0000 4i"'O'W

"'"""' "~""'

roww OO'OO'W

Olgern e ~ t.mA: 6::j!Jl!dor i! MaiWIIM 45"\WG.

!J.litum H?riZ\lflllll; CÓfrego ~

410000

José do

A

<J'OOW

~ §

j s

~ ~ w

~

" «<"!.JIJ'W

e Capita! do Rio de Janeiro

Umites da bacia do Rio do Capim

810000

de entre os mu.mcipi<>S

região Serrena do estado

uma área 82.480.269

N

~ N

o o 8 1õ ~

Ten~sopolls e

Rio de Janeiro.

A Cervejaria

de esbldo detslluwo com "'"'""·" rep1res~:nta um

em lii!Jreco e encontra-se à margem esquerda do do Capim {Figura

3

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--Drenagem Sis'rema Viário

Figura L2-

Pátio da Cerve}aría TERESOPOUS

Area Pl!oto

Limites da Bacia do Rio do Capim

do do Cmlim, destacando a lm:ruli~io

e a rede Cabe ressaltar

Orig'ffll das Coordelladas UTM: Equadur a Meridiano 45"W G.

Datum HO!iZMlal: Córrego Alegre

drenagem reillete o

padrão estrutural da iirea em apreço.

entre l

I

Ór~ns. A PQ!isui morros

metros e pequenos vales encaixados oom nível de base que são

é trO!lioal qw;mte e úmido, oom

680 mel:ros,

e l

variam!o entre mínim.s de C e máxima de +30" C e pluviosidar!e

5

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Figura L3 - A ~··~~-~Q mostra o padrão de relevo tlpico da bacia Rio do Nesta

oorcão. localizada nos fundos da Cervejaria Teresópolis Ltda, pode-se

observar uma furte estrutumçio ilustmla direção NW-SE.

7

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r +

!\

o § ,._

+ + + + + + + +

720000 724000 732000

da Bac do Rio do Capim

;,1l Te -~

Altitude

;,1l

~ 8

1300 ® 1400 1400 ~ 1500 1500 ~ 1600 1600- 1700

;,1l 1700- 1800 .,.

I! 8

Cervejaria

Limite da bacia

;:11

~ das UTJvl: Equadcr e tv'Jerldlaro 45"' W .

Alecre

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1.3 Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo avaliar a aplicabilidade de dados geofisicos e de

secsores remotos, bem oomo dados geológicos-eSI:I'ul:w'l!is, na prospecção hidrogeológica em uma

área piloto em terreno gnmito-glláissioo, localivllia na bacia do Rio do Capim, região Serrana do

estado do Rio de Janeiro. Desta forma, exeootoo-se os passos seguintes:

O i. o processamento e interpretação de imagees dos sensores Thematic Mapper (TM) do

satélite Landsat 5 e da "Missão Topográfica por Radar Inl:el:fewmél:rico" (SRTM -

Shuttle Radar Topographic Mission), e fotogrn.fias aéreas, visando a extração de

informações adicionais sobre o contexto estrutural da bacia do Rio do Capim, com

enfoque principal na área piloto onde está instalada a Cervejaria Teresópolis Ltda.;

o levantamento estrutural em escala de detalhe, rro intuito de se mapear as estmturas

que oondiciooem a ocorrência da água subterrânea, tais oomo fulhas e fraturas abertas,

na área de estudo;

03. o cruzamento e integração das informações estruturais obtidas através dos dados de

sensores remotos e dos dados de campo, visando obter informações que fomentem o

entendimento da locação de poços tubulares na área da Cervejaria Ieresópolis Ltda..;

04. avaliar as zonas favoráveis a locação de poços tubulares obtidas dos dados de sensores

remotos e dados de campo, através de levantamentos geofisioos terrestres empregando

métodos elétricos e apontar os elementos favoráveis para a prospecção hidrogeológica

na bacia do Rio do Capim.;

1.4 Materiais e métodos

O desenvolvimento deste projeto oompreende uma série de materiais e métodos, com

objetivos específicos, visando o processamento, integração e interpretação de dados, dos quais,

destacam-se:

1.4.1 Materiais

a_ Base topográfica digital

A base topográfica digital utilizada neste trabalho, foi gerada a partir das cartas

topográficas planialtimétricas Anta e Duas Barras, em escala 1:50.000 (ffiGE-FURNAS, 1974).

11

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Estes dados foram utilizados !la delimitação do perímetro da área estudada e !la geração de vários

produtos que compõem esta dissertação de mestrado (mapa geológico, mapa de lineamentos,

mapa de declividade, mapa do modelo de elevação do terreno e mapa de hiernrquização da

dremgem).

Fotografias aéreas analógicas na escala 1 :60.000

As fotografias aéreas monocromáticas na escala 1:60.000 do Serviço Geográfico do Brasil­

Ministério do Exército, provenientes dos vôos AST - USAF, realizados no ano de 1966, foram

utilizadas na identificação e demarcação dos lineamentos estruturais vegetados e não vegetados.

c. Imagem de sensor TM do satélite LANDSAT -5

A imagem multiespectra! do Senoor TM do satélite LANDSAT·S, ceoo órbita/ponto

217175, processada para o presente trabalho foi imageada em 24 de junho de 1993. Os dados

foram processados e realçados utilizando o software Envi 3.5. O principal objetivo fui a

caracterização da bacia do Rio do Capim no contexto regional e como renamenta para extração

de lineamentos.

d. Imagem de radar SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission)

Empregou-se a imagem de radar da "Missão Topográfica por Radar Interferométrico"

(SRTM- Slntttle Radar Topographic Mission) cena "S23W043.hgt", adquirida no ano de 2000,

que recobre a região da bacia do Rio do Capim. Os dados foram processados no intuito de realçar

estruturas de expressão regional. Adicionalmente, efetuou-se o modelo digital de terreno (MDT)

e uma simulação de sobrevôo da área da bacia.

e. Mapa de pontos elaborado pela DRM/GEOSOL Ltda.

O mapa de pontos elaborado pela DRMIGEOSOL Ltda. em 1982, oo escala de 1:50.000 foi

empregado para fàcilitar o detalhamento da área e orientar a novas campanhas de campo de modo

a minimizar custos na operação de mapeamento. Este mapa de pontos contém descrição de 68

pontos localizados dentro da bacia do Rio do Capim. Destes, 29 pontos furam amestrados, 5

pontos furam amestrados e conrecciooodas lãminas delgadas. Foi escolhido um ponto para

confecção de lâmina delgada, e posteriormente, fui efetuada análise quimica. A amostragem

efetuada na área de trabalho oorresponde a aproximadamente 0,8 pontos por quilômetro

quadrado.

12

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f. Perfis litológicos e dados da hidráulica dos poços

Os perfis litológicos e os dados da hidráulica dos poços perfurados no pátio da Cervejaria

T eresópolis Ltda, foram cedidos em forma de relatórios dos poços. Os relatórios apresentam as

descrições das litologias que furam atravessadas pelo furo do poço, ressaltando-se as furturas com

entradas de água. Os dados da hidráulica fornecem infurmações, entre outras, o ní:vel estático, o

ní:vel dinâmico, a vazão e a vazão especifica (Trnsnsterra-Fomum Uda., 2004).

g. Eletrorresistivimetro

Neste trabalho foram efetuadas Sondagens Elétricas Verticais (SEV's) e Caminhamentos

Elétricos (CE' s), empregando-se o resistMmetro francês da marca Íris, modelo Syscal R2, de 250

W de propriedade do Instituto de Astronomia e Geofísica da Uní:versi.dade de São Paulo (IAG­

USP) e um resistivimetro (UERJ-93722), de W de propriedade do Labomório de Exploração

Mineral da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IG-UERJ} Dados obtidos por Mello

(2004), com o emprego de um resistivimetro lllll!lógico de marca PER.GEO ER.-300 com potência

de 80W, foram integrados ao acervo obtido.

h. GPS Geoexplorer®3.0

O GPS da marca TRIMBLE e modelo Geoexplorer®3 do DR.M-RJ, foi empregado no

geonefetenciamento das linhas e pontos de sondagem geofísica, bem como no

georrefereociamento dos poços. As coordenadas obtidas por GPS no modo diferencial, furam

pós-processadas com a finalidade de atingir precisão sub-métrica.

i. Software e extensões

Os software e extensões empregados nesta dissertação de mestrado são:

OL Envi 3.5 da SULSOFT, no processamento das imagens dos sensores TM do Landsat 5 e

SR.TM;

02. ArcView 3.3 da ESRI juntamente com as extensões Dominant Azimuth e Linanl4.2, no

processamento estatístico dos dados estruturais em ambiente SIG, geração dos mapas

temáticos e do modelo digital de terreno (MDT).

03. AutoCAD Map2000, utilizado nas modificações dos mapas geológicos regionais, das

SEV' s e CE · s, e na elaboração de perfis geoelétricos e litoestratigráficos dos poços;

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04. Geosis 1.32, software de topografia utilizado na geração isolinhas para a caracterização

potenciométrica e direções preferenciais de fluxo subterrâneo.

05. Pathfinder Offi.ce 2.8 da Trimb!e, no processamento dos dados levantados com GPS

Geoexplorer ®3.0;

06. Res2dinv versão 3.54 distribuído pela Geotomo Software ([email protected]) -no

processamento e interpretação dos Caminhamentos Elétricos (CE's) com a geração das

seções geoelétricas;

07. Ipi-no processamento e interpretação das Sondagens Elétricas Verticais (SEV's) com a

geração das curvas geoelétricas;

a. Mapeamento estrutural da área anxiliad.o por fotografias aéreas nas escalas 1:60.000, bem

como imagens do sensor TM do satélite LANDSAT-5 e do SRTM;

b. O processamento estatístico dos dados estruturais identificados nos sensores remotos e

col.etados em campo, utilizando as extensões em ambiente SIG (Dominant Azimuth e

Linanl - 4.2 - ArcView 3.3 da ESRI). O objetivo principal foi a separação de

lineamentos de tamanhos e direções diferenciadas;

c. A aplicação de métodos geofisicos elétricos, empregando-se técnicas de Sondagem

Elétrica Vertical (SEV) e Caminhamento Elétrico (CE) na área da Cervejaria

Teresópolis Ltda., no intuito de sistematizar critérios de aquisição, processamento e

interpretação de dados geofisicos e estabelecer parâmetros aplicáveis aos estudos da

água subterrânea para fins de perfuração de poços tubulares profundos na região de

estudo;

d. Integração dos dados em ambiente SIG para seleção de áreas favoráveis a aCil1ll.Ulação de

água subterrânea em regiões cristalinas, com base em declividade e densidade de

drenagem visando à locação de novos poços tubulares profundos e gerar apoio ao

melhor gerenciamento dos recursos hídricos por parte da comunidade local., dos órgãos

gestores e do comitê de bacia do Rio Pannba do Sul

14

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2 REGIONAL

ll!l Um!l

se cerc11 l à

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ao evento com

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eatrutum

Terreno Ocidental Faixa Craton elo São c:=::J I

Brasflia Francisco Domlnio Domínio

Terreno Rochas Cabo Frio Alcalinas

Andrelãru:iia Juiz de Foca - /

Rill Direção de Cenozóico Mergulho

~/r Sistema

de Empurl'11io

15

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Oceano Atlântico -20km

~fi' Anticlinal

e Sinclina!

Terreno Oriental -- Dom!nio Costeiro

Dom!nio Domínio •-=---, Gambucí !ta!va

Complexo Arcc Rio

~ Negro Falhas

em

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O 1. Terreno Ocidental que é composto pelos domínios Andrelãndia e Juiz de Fora;

02. Klippe Paraíba do Sul;

03. Terreno Oriental que é composto pelos domínios Cru:nbuci, I~ Costeíro;

04. Terreno Cabo Frio (Fonseca et ai., 1984; Fonseca, 1998).

O contato entre os terrenos Ocidental e Oriental, denominado Contato Tectômca Centrlll

por Almeida et al. (1998), corresponde a ll.IDll. expressiva zooo de falha que se estende por

aproximadamente 200 km mergulbando para NW, desenvolvida durante o evento de colagem

continental de idade Brasiliana responsável pela estruturação da Faixa Ribeira (Trouw et ai.,

2000).

A área estudada localiza-se na região serrana do estado e é representada pelo domínio

Costeiro (Heilbron & Macllado, 2003) ou Microp!aca Serra do .Mar (Campos Neto & Figueiredo,

1995; Campos Neto, 2000) (Figura 2.1). O domínio Costeiro é composto por ll.IDll. sucessão de

a:roos magmáticos que mostram marcante polaridade temporal e oomposicional de oeste para leste

(Figura 2.2): arco primitivo do tipo TTG a oeste, denominado de a:roo Rio Negro (630-600Ma)

(Tupimunbá, 1999); a:roo mais evoluído do tipo oordilheirano maturo a leste denominado de arco

Serra dos Orgãos (570-560Ma) (Silva, 1999); a:roo sin-oolisional oo parte mais oriental,

caracterizado por :magmatismo crustal denominado de a:roo Rio de Janeíro (560Ma) (Trouw et ai.

2000; Silva & Cunha, 2001).

Além da sucessão de arcos, o domínio é ainda caracterizado por suprncrustais que sofreram

metamorfismo de baixa pressão/alta temperatura, na iicies anfibolito, com abundante fusão

parcial in situ correspondente à margem passiva neoproterozóica do Complexo Parmba do Sul

Essa unidade está exposta ao longo de todo o domínio, o qual sofreu cavalgamanto, oom

vergência de topo para NW, por parte das rochas que integram o domínio "Região dos Lagos"

nos limites SE do mesmo. O domínio Costeiro também apresenta um expressivo número de

plutons granitóides pós-tectônicos, circunscritos, de idade Cambriana (545-500 Ma) (Silva &

Cunha, 2001).

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OCEANO ATlÂNTICO

DOMÍNIOS TECTOI\IO- MAGMÁTICOS

-- --- ~ I'RMil\IO RIO N!illOO ·I'IIÉ A SINOOI.ISDW.. !!m<!OO Ma) ~ FAI.HI\ llE ~ - SliRIIA OOSomÃOS -I'IIÉAS!~!oro.<iOOI'IIa) ~ FAI.HI\~ - ~ RIO llE JJII'EIRO • SINOOUSI<::>NAI.. {!!!lO Ma) UMITE ESTMJUAL - GIW.IT!ÍII:JES ~ -I'ÕS-TEC1'01\!00S ,_Ma)

511 o 511 100 l<m - OOI'III'I.EXO PMAIBA OO&Jl· II'IMGE!Iil PASSiVA illEa'ROI~

Figura arcos magmáticos

ou

19

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1..1 Registros de eventos tectônicos Meooroko-Cmoroico e recentes e sua mftuência na

urarterizaçio atual dos aqiíferos fraturados no seg-to central da Faixa

Ribeira

O segmento central da Faixa Ribeira, assim como grande parte do território brasileiro, fui

afetado por pulsos sucessivos de um expressivo evento tectônico de natureza exrensional que

iniciou no fim do cretáceo. O inicio deste evento é relacionado com a quebra do corrtinente

Gondwmm que oolminou com a formação do Atlântico sul, sendo caracterizado por intenso

magmatismo de caráter to!eitico e pela reativação de blocos pré-cambrianos (Rabinowitz &

La.Brecque, 1979; Chang et ai., 1992). Um segundo pulso extensional está localizado no final do

cretáceo e é caracterizado pela reativação de fàlhas, intenso magmatismo alcalino e taftogênese

que deram origem as bacias sedimentares terciárias. O resultado deste tectonismo fui a geração de

fàlhas rúpteis, com componentes nol1lll!is e transcorrentes dextrais (Almeida, 1976; Melo et ai.,

1985; Riccomini, 1990) que influenciam na caracterização atual dos aqüiferos ftaturndos e

granulares.

A neotectônica ou tectônica receote na Faixa Ribeira pode ser caracterizada pela ocorrência

dos seguintes registros (Valente et ai., 2001):

a. reativação de falhas pré-cambrianas;

b. intrusões de diques de diabásio e corpos alcalinos;

c. deslocamentos de diques de diabásio por falhas NW-SE;

d. falhas N50°E e N45°W com presença de brechas, sendo algumas de direção NE-SW,

com cimento calcedônico;

e. basculamento e abatimento de blocos;

f bacias sedimentares cenozóicas;

g. rios desviados e capturados;

h. inversão de direção de drenagem;

i. marcas de paleodrenagens;

j. ocorrência de abalos sísmicos no alinhamento de Cabo Frio.

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Segundo V alente et ai. (200 i), a deformação rúptil no estado do Rio de Janeiro está

rclacionada com a reativação de descontinuidades do embasamento, através de falhas normais em

regime tectônico distensivo, nas seguintes direções: N50°E, N75°E, e N50°W e secundariamente

nas direções NOS"E e NlS"W. A conjugação das estruturas de caráter rúptil verticais com

direções em tomo de N50°E, N75°E e N50°W constituem os condutos que ligam os altos

estrutur!!is aos baixos estruturliis.

Ricoomini (1989) e Salvador & Ricoomini (1995) reconheceram cinco fuses de deformação

para as bacias cenozóicas do Rifte Continental do Sudeste do Brasil:

O 1. a primeira fase foi relacionada a um campo de esfurços extencion!!is NNW-SSE (El );

02. a segunda fase foi caracterizada por um binário de transcorrência sinistra! (TS) de

direção E-W;

03. a terceira fase, corresponde a um binário de transcorrência dextral (ID) de direção E-W;

04. a quarta fase foi caracterlzMa por movimentos distensivos de direção geral NW

(WNW)- SE (ESSE) (E2);

05. a quinta e última fase foi caracterizMa por regime oompressivo de direção E-W.

Monsores et al. (2003) identificou os processos de deformação rúptil relacionando-os ao

último estágio de deformação (Dn+3) em aqiliferos intergranulares no municipio de Seropédica.

As princip!!is estruturas dessa fase de deformação representadas por fàlbas e fraturas foram

divididas em três famílias princip!!is:

O 1. a primeira, m!!is antiga, de orientação NE-SW e mergulho moderado a elevado para SE

(153°/72°· 83°) e moderado para NW (345°/70°) ocorrem com m!!ior freqüência e

representa 48% dos lineamentos visualizados em fotografias aéreas, exibindo

localmente caracteristicas compression!!is e estrias com orientação 033°/60°, sugerindo

topo para SW;

02. a segunda, de orientação NW-SE e mergulho elevado para SW (230°/85°), representa

37% dos lineamentos existentes exibindo estrias de orientação 110°/ 78°, que indicam

movimentação do topo para NW;

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03. a terceira, mais nova, de orientação W-E e mergulho moderado a elevado para sul

(180°/73° - ~!7°) possui fàlhas que eventualmente deslocam fu.lhas ou fraturas

provenientes de sistemas enteriores, exibindo características extensionais como topo

descendo em relação à base. Estrias de orientação 095°/75° são indícios dessa

movimentação.

1..2 Contexto hidrogeológko regionlll

Os aquíferos do estado do Rio de Janeiro são 80"/o do tipo fraturado, e 20"/o do tipo granular

(Capucci et ai., 2001 ).

Os aqüiferos fraturados estão relacionados a defunnação da tectônica rúptil correspondente

à reativação de descontinuidades do embasamento através de fu.J.has nonnais em regime tectônico

distensivo.

A conjugação de estruturas rúpteis verticais a sub-verticais constituem os condutos que

ligam as áreas de recarga as áreas de acumulação, que em conexão com as fraturas de alivio de

pressão sub-horizontais, reprasenta um meio de maio:r condutividade hidráulica, induzindo o

fluxo de água subterrânea em direção as porções do relevo caracterizadas por vales estruturaís

(Figura 2.3). A integração do mapa morfoestrutural com a l.ocalização dos poços tabulares mostra

que grande parte destes encontram-se situados em morfoestruturas caracterizadas pela ocorrência

de vales estruturais (Figura 2.4). A distribuição dos poços segue, de um modo geral, a orientação

da morfoestrutura principal que situa em tomo de N50-60E (Valente et ai., 2001 ).

A explotação da água subterrânea dos aqüiferos fraturados do Estado são favoráveis,

principalmente para o abastecimento de pequenas comunidades, sendo sempre necessário um

estudo mais pormenorizado de caráter local (Barreto et ai., 2000 apud Capucci et ai., 2001).

Estes autores realizaram uma interessante caracterização da favorabilidade hidrogeológica destes

aqüiferos. A metodologia consistiu em dar pesos para cada mapa temático, obtendo um valor que

oo:rresponde a um índice de favorabilidade.

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Valo Eslrutun!

uma tectõrlica

!Lineamento "''mun!j

• AJW estrutural

Babo estruturai

Rio de

et

25

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Os aqüíferos granulares são mapeados em rochas sedimentares e sedimentos variados

relacionados a bacia sedimentar de Campos, bacias sedimentares menores (bacias de Resende,

Volta Redonda, Itaborai) e as formações Macacu e Caceba Além destes, existem os sed:imem:os

alwliomres dos grandes rios, impol:1antes por SWl extellSão e~ (Barreto et al., 2000).

O mapeamento dos aqiiíferos sedimentares é baseado em dados de fuern:l:llra, geo&i.ca e na

wãlise de perfis de poços, remJilldo-se informações sobre a ~ ~ geologia

estrlrtl.lnll e hidrogeologia destas áreas. O resultado do trllballio de pesquisa desenvolvido por

&rrelo et al. (2000), mostra a individualizaçã de onze sistemas aqiiíferos, que furam rem:iidos

em três grupos (Tabela 2.1 ).

Grupos Sistemas Aqiliferos aqilifero Flúvio-Deltáico aqilifero Emborê

Bacia Sedimentar de Campos aqilifero São Tomé TI aqilifero São Tomé I

I aqilifero Barreiras Bacia Sedimentar de Resende aqilifero mnlti-camadas Resende

I aqilifero terciário Volta Redonda aqilifero Macacu

Outros Sistemas Aqiliferos ~qiliferos alúvio-lacustres aqiliferos cordões, restingas e terraços marinhos argilas orgânicas costeiras

Na tabela 2.2 encontra-se o somatório dos poços, as médias de profundidade, as médias das

vazões e das capacidades específicas para os municípios da região Serrana do estado do Rio de

Janeiro.

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Tabela 2.2 - Cadastro dos poços dos municípios da região serrana do estado do Rio de Janeiro

(Capucci et ai., 2001 ).

N°de Aqüífero Profundidade Vazão Capacidade especifica

Mrmicipios poços captado média dos média dos média (m'lhlm)

poços (m) poços (m'lh)

Bom Jardim 3 69.50 8.33 0.43 Cantagalo 16 97.80 9.75 039 S. J. V. R Preto 23

I I 100.66 4.76 0.34

Teresópo!is 106 79.07 4.10 0.46 102 fraturado 96.03 6.93 0.55

Petrópolis 19

sedimentar I 78.11 5.24 0.57

fraturado Carmo 15 ll3.67 12.13 Cordeiro 4 77.50 92.75 6.36 Duas Barras 4 103.25 6.00 0.19 Macuco 2 86.00 I 2.70 0.75 Nova Friburgo 19 83.48 I 7.52 I 0.27 Sta. M'. Madalena I I

S. Sebastião Alto 14 98.62 4.74 0.21 Sumidouro 4 111.75 4.73 0.12 Trajano de Moraes I 37.00 4

Região Serrana 314 fraturado 88.79 12.96 0.92

Fluminense 19 sedimentar I

78.11 5.24 0.57 fraturado

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3 CONTEXTO GEOLÓGICO E HIDROGEOLÓGICO DA BACIA DO RIO DO

CAPIM

Contexto geológico

A bacia do Rio do Capim é composta por rochas embasamento cristalino de idade pré-

Cmnbrnma ~ por gnmitos e gnmodioritos pertencentes ao batólito Serra dos Orgãos

(BSO) e unidade Rio Negro {URN) (DRM-RJ/GEOSOL Ltda., 1982). Estas rochas encorrtram-se

intrudidas por diques básicos mesozóicos e noo vales encobertas por depósitos aluviolll!reS de

idade quaternária (Figura 3. 1).

A área da bacia é funnarla em sua maior parte por gnmitos a grnnodioritos pertencentes ao

batólito Serra dos Órgãos.

O batólito Se!Tll dos Orgãos trata-se do maior batólito granítico exposto oo estado,

apresentando uma forma extremamente alongada de direção NE-SW, com cerca 140 km. de

comprimento por 20 km. de largura (Trouw et ai_, 2000; Silva & Cunha, 2001; Heilbron &

Machado, 2003). Aflora em 90"/o da bacia do Rio do Capim, sendo limitado, nas porções norte,

nordeste e leste pelos gnmitóides e migmatitos da Unidade Rio Negro, oo qual é intrusivo (Figura

3_1).

As rochas do batólito Se!Tll dos Orgãos, predominantes na região, são compostas por

ortognaisses ieucocrírtico (lgr), médio a grosso, de cor cinzerrta ou esbranquiçada com grãos de

tamanho médio a grosso e composição granitica A foliação é evidenciada pelo alinhamento de

minerais máí:i.cos, feldspatos e quartzo lenticuiar. Os minerais máí:i.cos geralmente encontram-se

aglomerados dando a rocha uma textura típica Além do quartzo, do alcali-feldspato, do

plagioclásio e da biotita, encontra-se, esporadicamente, granada, hornblenda, magnetita, pirita,

calco-pirita e titanita (UERJJtBGE, 1999).

Na bacia a constituição do batólito varia de granítica a grnnodiorítica, eventualmente mais

básica. O conteúdo em máficos pode ser elevado ou quase nulo_ As rochas são sioorogênicas e

apresentam-se foliadas, sem que esta ful.iação tenha cunho penetrativo. No lencogranito {lgr), a

foliação pode tomar-se imperceptível. Sua granulometría é média a grossa e geralmente apresenta

feldspato róseo. O biotita gnmito (gr) e o grnnodiorito {gd), são também de grnnulometria média

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a grossa e sua foliação é penetrativa, dada pela orientação de agregados lenticulares de biotita. O

grnnodiorito (gd) tem proporção acentuada de anfibólio, enquanto que o granito (gr) é marcado

pela presença de portiroblastos de feldspato que podem alcançar cinco centímetros de

comprimemo e oonstituir 30"/c do volume da roclla em alguns aflomnemos (DRM-RJ/GEOSOL

,._, ...... , 1982).

3.1.2 U11idade Rio Negro (URN)

A Unidade Rio Negro pertence ao Complexo Rio Negro (Tupinambá, 1999).

Regionalmente ocorre na furma de um envelope de cerca de 160 km de comprimento e 4 km de

largura, na porção mediana e meridional do batólli:o Serra dos Orgãos. É constituído por gnaisses

blmdados, de composição tonalitica e ~emitica (TIG), com. textlmis porfuitica

recristalizada e augen. Os gnaisses apresentam. uma foliação penetrativa, de baixo a médio

ângulo. Ocorrem intercalações freqüentes de metagabros, metaquartzo dioritos e diques de

anfibolitos. Gnalsses granulliicos de composição emlerhltica ocorrem localm.ente, bem como

intrusões e apófises de granitóides do batólito Serrn dos Orgãos e de leucogranitos do tipo S

(Silva & Cunha, 2001 ).

Sua ocorrência na bacia esta funi:tada às porções norte, nordeste e !este, representando,

aproximadamente, 20% da área. A unidade Rio Negro é caracterizada por grnrisre> graníticos,

cujo aspecto é de um.a rocha br.mca a cinza..clara, de granulação fuJa bastante foliada, com. fãcies

nebuliticas e portirob!àsticas. Estas rochas são quartzo-feldspáticas rica em biotita. As porções

mais claras m.ostram cristais m.egascópioos de muscovita e, eventnalm.ente, anfibólio. Suas

relações de contato com. o batólli:o não são claras, devido ao seu grande intem.perism.o. Cabe

ressaltar que a granitização afeta, localmente, o bató!ito Serra dos Orgãos e é considerada sin­

orogênica (DRM-RJ/GEOSOL Ltda., 1982).

3.1.3 Diques básicos

Os corpos mapeados são correlacionados a ruptura do continente Gondwana e ocorrem

como diques na área continental e demunes nas bacias marginais. Estes são furmados em sua

maioria por diabásio, ocorrendo também. gabros e basaltos. São rochas m.elanoc:ráticas,

fimeriticas, com. granulação variando entre fina e média (DRM-RJ/GEOSOL Ltda., 1982;

Guedes, 2001).

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"' Teresópolis - RJ

81 Legenda

~ Qll

IIB Micnogabi'OS e de

hcm1ófano a dlscretamerllE ro"'"'""' iJl L'ltrudido nos p lutonltos doi lados e gj contendo restos não Inteiramente i:! dos mesmos,

- -Piutonitos fbllados prlmorogênlcos, d composição granltica a grano dloritlc médios a grossos, com biotlts-anfibé (-granada) contendo segregações leucocráticas,

Rochas ""nrnllnlr' llna a média, com moscovita. Mlgmatitos var·ieg!ad,Js de blotlta rm""""~ e neosoma a média,

Estruturas

,/\,/Contato ínfe<ido i /V Contato observado § /\/Contato transícioral

:'· .'Falha encoberta

/ \"j Falha subvertical infericla

-+----Direção e mergulho de foliação Foliação horizontal

_._Direção de foliaçillo ver1ícal

~ Ocorrências e Abreviaturas § ag- Argila

gr- Granito

lgr • Segregações leucomltlcas lp • Leptlnítl:J mg • Mícrogabro

-Zona migma!ízado '" ~ g; ~Zona porfírabiaslíca

+ + + _J.,. .,. ' !.f)

"'71 8000 720000 722000 724000 728000 + + ~ BiZon• míloni!ízada IL.~------_,~...,....., .... ,.,...,....,..,.!""'~""'"-""'"'""'""'"""'!!!'~'!""'-"'"'""'"'""'"'"'...,~~------~72!':6~0~0;;'0 __ _,....,...,. .... ~73'!;;0~0~0:;"0,_..,. ____ ~73!,'!2~0~00~,....1 ialus e eluvío coluviais

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3.1- do

2km

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rnrrrbncorl;"" UTJV! • Equadcr e Meridiano

f-brlzontal• Alegre 9Ji

Hidrografia

limite da bacia

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3.2 Caracterização hidrográfica e bidroiógica

A bacia do Rio do Capim com 82.480.269 m2, é formada por drenagem do tipo retangul.ar­

dendrítica (Guerra & Cunha, 1994). Rio do Capim inicia no extremo sudeste da bacia com

divisor de águas na altitude L 120m e percorre 8.042 m na direção SE-NW quando deflete para a

direção NE-SW passando a percorrer 12.839 m até sua fuz, desaguando no Rio Preto com altitude

de 680 m após percorrer 20.881 m. O taivegue principal tem direção NE-SW e ocupa a porção

noroeste da bacia (Figura 3.2).

A densidade e hierarquização das drenagens que compõem a bacia hidrográfica (Figura 3.2)

foram, respectivamente, realizadas com base nos métodos de Strahler (1952) e Horton (1945)

{Cb.ristofol.etri, 1980). Na hierarquização assumiu-se que as drenagens de primeira ordem são

aquelas que não possuem tributários estendendo-se das nascentes até a comruência; as drenagens

de segunda ordem são formadas pelo encontro de drenagens de primeira ordem; as drenagens de

terceira ordem são formadas pelo encontro de drenagens de segunda ordem, podendo continuar a

recebendo drenagens de primeira ordem; as drenagens de qmuta ordem são formadas pelo

encontro de drenagens de terceira ordem, podendo receber drenagens tributárias de ordens

infuriores. No cálculo da densidade somam-se os comprimentos das drenagens e divide.se pelo

valor da área da referida bacia [(k:mfkm2)xlOJ. Obteve-se para esta bacia do Rio do Capim a

ciassffi.cação hierárquica (Tabela 3.1) e densidade de 0,58 km/km2•

A densidade com valor de 0,58 kmlkm2, segunda. a escala de Strahler (1964) (Tabela 3.2), é

ciassffi.cada como de baixa densidade. Maiores valores de densidade de drenagem indicam o

favorecimento do escoamento superficial e, desta forma, implica em menor infiltração

(Cb.ristofo!etri, 1980).

Ocupando área de 82.480.269 m2 e recebendo precipitação pluviométrica média anual de

1.672 mm, a bacia do Rio do Capim é responsável pela captação anual de aproximadamente

137.907.010 m' de água.

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+

+

Inicio do Rio do Capim

+ +

720000 722000 rzeooo noooo 732000

Hi rquizaçã da Drenagem d

Bacia do Rio do Capim­

Teresópolls- R

LEGENDA Hierarquização da Drenage

Primeira ordem

IV

Hipsometria (metros)

680- 880 880- 1080 1080- 1280 1280- 1480 1480- 1680 1680 a 1740

Cervejaria

Limite da bacia

Extensão do Canal d Rio do Capim= 20.881 m

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Tabela 3.1 - Quantificação dos canais de drenagens da bacia do Rio do Capim, segundo a

classificação de Strahler (1952).

Ordem das drenagens Número de drenagens MD l'viE i DP i Total

Primeira 38 87 01 1 126 Segunda 09 15 01 ' 25 Terceira 03 02 01 06

01 01

Tabela 3.2- Escala de densidade de drenagem, segundo Strahler (1964).

Densidade Valor [(kmlkm')xlO]

Baixa < 7,5

Média 7,5-Alta > 10,0

3.3 Definição dos sistemas aqüíferos

Na bacia oo Rio do Capim pode-se definir dois sistemas aqüíferos: um aqüífero fraturado

representado por rochas do batólito Serra dos órgãos, Unidade Rio Negro e diques Máficos; e um

sistema aqüífuro quaternário granular representado por sedimentos inconsolidados,

principalmente aluvionares, situados ao longo das drenagens e por solos residuais ou in situ

resultantes da alteração das rochas oo embasamento.

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4 ANÁLISE DOS LINEAMENTOS DA BACIA 00 RIO 00 CAPIM E

ADJACÊNCIAS COM BASE EM DADOS DE SENSORES REMOTOS

Estrutu;ras lineares ou lineamentos esl:rui:Imlis neste trabalho foram aceitas segundo as

oomo feição: (i) linear a ~ (n) mapeável em

superficie; (iü) simples ou composta; (iv) com partes alinhadas em uma forma retilinea ou

suavemente curva; (v) que difere dos padrões de expressão fisiográfu;a das feições adjacentes e

(vi) presumivelmente reflete um fenômeno de subsuperficie.

Sensores remotos têm sido amplamente utilizadas oomo apoio ao mapeamento geológico e

à exploração de recursos naturais devido à sua visão sinóptica, que permite não só a definição da

distribuição das unidades lito!ógicas e de seu inter-relacionamento, oomo também, a identificação

das megaestrururas e de elementos diagnósticos de movimentação.

Para o desenvolvimento deste trabalho foram empregadas imagens do sensor Thematic

Mapper (TM) do Landsat 5 , do Shuttle Radar Topographic Mission (SRTM) e fotografias aéreas

monocromáticas na escala 1:60.000 do Serviço Geognüioo do Brasil- Ministério do Exército,

projeto AST, provenientes dos vôos executados pela Força Aérea Americana - USAF entre os

anos de 1964 e 1967.

4.2 Materiais

4.2.1 Sensor TM do satélite Landsat 5

O Thematic Mapper (TM) instalado a bordo do satélite Landsat 5 que foi lançado em O 1 de

março de 1984, é um radiômetro de rnstreamento multiespectra! com 7 bandas, capaz de fornece;

imagens de alta resolução da superficie teuestre. Detecta a radiação filtrada espectralmente em

sete bandas de freqüência da luz do sol irradiada sobre a terra, nos campos do visivel., do

infravermelho próximo e do infravermelho termal. O tamanho do "pixel" ou distância nominal de

amostragem no terreno é de 30 metros nas seis bandas do visivel e do infravermelho próximo e

de 120 metros na banda do infravermelho termal. Uma relação das sete bandas TM do satélite

LANDSAT-5, seus intervalos espectrais (11m) e as principais características e aplicações, que

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servem de orientação aos usuários na escolha das bandas espectrnis podem ser encontrados na

tabela4.L

Tabela 4 .l - Principais características e aplicações das bandas TM do satélite LANDSAT -5

(Novo, 1989; Engesat, 2004).

Banda Int espectral

Principais carncterisiicas e aplicações (lffil)

Apresenta grande penetração em corpos de água com elevada transparência permitindo

l (0,45 - 0,52) estudos batímétricos. Sofre absorção pela clorofila e pigmentos fotossintéticos auxiliares (carotenóides). Apresenta setlSloilidade a plumas de fumaça oriundas de queimadas ou atividade Industrial. Pode apresentar atenuação pela atmosfera. Apresenta grande setlSloilidade à presença de sedimentos em suspensão, posSIOilitando

2 (0,52 - 0,60) sua análise em termos de quantidade e qualidade. Possui boa penetração em corpos de água. A vegetação verde, densa e uniforme apresenta grande absorção, ficando escura, permitindo bom contraste entre as áreas ocupadas com vegetação e áreas sem vegetação (ex.: solo exposto, estradas e áreas wbanas). Apresenta bom contraste entre diferentes

3 (0,63 - 0,69) tipos de cobertura vegetal (ex.: campo, cerrado e floresta). Permite análise da variação litológica em regiões com pouca cobertura vegetal. Permite o mapeamento da drenagem através da visuali:mção da mata galeria e entalhe dos cursos dos rios em regiões com pouca cobertora vegetal. É a banda mais utilizada para delimitar a mancha wbaoa, incluindo identificação de novos loteamentos. Permite a identificação de áreas agrícolas. Os corpos de água absorvem muita energia nesta banda e ficam escuros, permitindo o mapeamento da rede de drenagem e delineamento de corpos de água. A vegetação verde, densa e uniforme reflete muita energia nesta banda, aparecendo bem clara nas imagens. Apresenta setlSloilidade à rugosidade da copa das florestas (dossel florestal). Apresenta

4 (0, 76 - 0,90) sensibilidade à morfologia do terreno, permitindo a obtenção de informações sobre geomorfologia, solos e geologia. Serve para análise e mapeamentO de feições geológicas e estruturais. Bem como para separar e mapear áreas ocopadas com piuns e eucalipto. Serve para mapear áreas ocupadas com vegetação que foram queimadas. Permite a visualização de áreas ocupadas com macrófitas aquáticas (ex.: aguapé). Permite a identificação de áreas agrícolas. Apresenta sensibilidade ao teor de umidade das plantas, servindo para observar estresse

5 (1,55- 1,75) na vegetação, cansado por desequihorio hídrico. Esta banda sofre pertuibações em caso de ocorrer excesso de chuva antes da obtenção da cena pelo satélite.

6 (10,4- 12,5) Apresenta =oilidade aos fenômenos relativos aos contrastes térmicos, servindo para detectar propriedades termais de rochas, solos, vegetação e água. Apresenta setlSloilidade à morfologia do terreno, permitindo obter informações sobre

7 (2, 08 - 2,3 5) geomorfologia, solos e geologia. Esta banda serve para identificar minerais com íons bídroxila. Potencialmente favorável à discriminação de produtos de alteração bídrotermal.

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A órbita do satélite está a aproximadamente 705 km da superfície terrestre com uma

inclinação sincrônica de 98 graus, cruzando o equador às 9:45 horas da manhã. Cada cena

imageada em 24 s pelo Landsat, ~a MSS (Multispectral Scanner) ou TM (Thematic Mapper),

recobre uma área de 185 km x 170 km.

A imagem TM do Landsat 5 utilizada neste trabalho possui órbita/ponto 217175 e foi obtida

no site (https:l/zulu.ssc.nasa.gov/mrsidL) da NASA (National Aeronautics anti Space

Administration), no formato GooTIF.

4.2.1 Sensor SRTM

Os dados produzidos pela "Shuttle Radar Topography Mission" (SRTM) foram coletados

entre os dias 11 e 22/02/2000 pelo ônibus espacial Endeavour, oobrindo 80"/o da superfície da

Terra. sistema sensor constitui-se da iluminação simultânea de duas antenas que operam nas

bandas C e X (Rabus et ai., 2003).

A base da SRTM é constituída por tmagens com emostragem variando entre

aproximadamente 30 m e 90 m no Equador em latitude e longitude, com recorsos para a geração

de Modelo Digital de Elevação (MDE) de alta resolução, utilizando a interferometria de radar.

Imagens SRTM com pixels de 90 m encontiam se disponíveis sem restrições de uso para toda a

América do Sul e do Norte podendo ser adquiridas diretamente do site do Serviço Geológico

Americano (USGS) (ftp:l/edcsgs9.cr.usgs.gov/pub/data/srtm/South America), enquanto que as

imagens de pixels de 30 m, para serem utilizadas no Brasil, estão sujeita a aprovação da NASA

(National Aeronautics anti Space Administration) e NIMA (National lmagery anti Mapping

Agency) (Souza Filho, 2003).

A partir dos dados originais da imagem S23W043.hgt do SRTM com resolução espacial de

aproximadamente 90 me de lo x l 0 , gerados pelo sistema operando na banda C, foi selecionada a

área de estudo visando a geração de um modelo digital de elevação (MDE) para a bacia do Rio

do Capim e adjacências.

4.2.3 Sensor fotográfico

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados seis pares de fotografias aéreas

monocromáticas em escala 1:60.000 do Serviço Geográfico do Brasil - Ministério do Exército,

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projeto AST, provenientes dos vôos executados pela Força Aérea Americana - USAF oo ano de

1966.

Os dados geológicos forem obtidos em pontos previamente estw:lados no Projeto Carta

Geológica do Estado do Rio de Janeiro em escala 1:50.000 (DRM-RJ/GEOSOL Ltda., 1982).

Posteriormente, numa etapa de detalhamento da área da bacia do Rio do Capim foram mapeados

novos pontos na área de estudo (Figura 4.1 ). Os novos pontos mapeados visam buscar um maior

cool!ecimento lito-estrutural da bacia, dando-se &fuse ao que se propõe corno parte deste projeto,

o estudo das estruturas propicias à ocorrência de água subterrânea.

O primeiro passo no processamento dos dados de sensores remotos foi a unifunnização de

dados oriundos de fontes distintas. Os dados furem transformados para o sistema de projeção

UTM, Zona 23 Sul e o datum horizontal Córrego Alegre. Cabe ressaltar que no caso dos sensores

fotográficos, os dados obtidos a partir da extração de lineamentos foram escanerizados e

vetorizados no AutoCAD Map2000. Após esta etapa, eles furam incorporados dentro da

Plataforma SIG do ArcView 3.3 da ESRI.

Neste trabalho, foram efetuados realces radiométricos através da manipulação do

histograma da imagem e do armazenamento do resultado em tabelas de cores (Look-Up Tables -

LUT). A manipulação do histograma no software ENVI 3.5, para a imagem do SRTM, foi

realiVJda de maneira interativa optando pela imagem que apresentou um melhor realce das

estruturas lineares.

Não existe um realce ideal, em geral, é necessàrio testar vàrios tipos diferentes até se

destacar adequadamente a feição que se deseja visualizar. Cada cena tem um realce ideal para

uma determinada aplicação (Crippen, 1989).

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~I "'I

'

+ + + +

718000 720000 724000 726000 7~0000 7:3:2000

~ 8 Mapa de Po

d Bacia do Ri~ do Capim

~ Teresópolis - R 8

LEGEN

~ "*' Estação campo 8 com lâmina e análise quím

com lí!mína,

Estaça1o de Campo não amostrada,

r Estação campo

Hidrografia

Rodovia BR 116

c::::J Cervejaria

Limite da bacia

di ~ O'lgem Cocrdenadas UTM:

CLJínwlu e Meridiano W , Gr 8

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4.3.1 Processamento e realce dos dados do sensor TM do Landsat 5

A cena 217/75 TM do Landsat 5, foi processada no software ENVI3.5. As bandas 7, 4 e 2

foram agrupadas em um arquivo de formato raster e efetuada composições coloridas que

pudessem auxiliar a interpretação dos dados RGB (742 e 274) (Figuras 4.2 e 4.3). A composição

colorida ilustra as principais direções estruturais presentes na área. de estudo. Ela realça em

vermelho alguns topos do batólito e em magenta o efeito da ação antrópica. Já a composição

colorida obtida RGB (274) apresentou infomJações espectrais em tons de azul satisfatórias para a

identificação de estruturas de direção NE-SW que não se eooontram encaixadas nas drenagens.

Algumas assinaturas correspondem as estruturas já mapeadas na composição anterior e se

coofundem com os topos do batólito com vegetação. A ocorrência de algumas destas estruturas

foram confirmadas pela sobreposição de lineamemos mapeados em campo apresentados no lllllpa

geológico da figura 3 .l e destacados na figura 4.4 por linhas pontilhadas de cor vermelha. Outras

feições lineares identificadas e destacadas na figura 4.4 por linhas em cor l~a, ainda precisam

de confirmação de campo. Nota-se que ao longo dos lineamentos advindos da resposta espectral

há a ocorrência de falhas e diques alinhados segundo a direção NE-SW, aproxi:madameme

freqüentes e equidistantes. Na imagem original RGB (742) apresentada na figura 4.2 ou na

imagem obtida na composição colorida RGB (274) (Figura 4.3), não foi possivel correlacionar

respostas espectrais com as ocorrências litológicas da área de estudo.

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LEGENDA

limite da 00c1a Hi&O!;Wafla

r:==J ÜlNBfWOI 8R 116

imagem, os limites

Rewrte de ifllagBm 217!!5 Tt-11 do LAMJSATS (2001]- RGB (742)

Ql'~m ~ Co:Jrd>ni.ldi:!s UlM ~e."ierldiano45"W. Gr.

Dsl!.lm rortrmtal: Córre;p Pl€grB Z!:na 23 su

RGB da imagem

uma

N

A

poligonal de cor emsrala.

a locallizaçilo

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Figura

LEGENDA

O Cervejarla

uma

Recorte da Imagem 217175 TM do LANDSAT 5 q001} - RGB (Ji4}

O'lg:':lmda!l~UíM

~ecMarid\!!no45""01.Gr

Oéll.im H:Jri.OC()j",;)!: c&rugo Aie;;rc Z"t::lna 23 SJ

Os limites

cor

a localu:açiio de Cenrejaria

2 km

se encontram OO!llW!:MI>S

bacia são defulidos

cor amarela situado na

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LEGENDA Rêeon&da lrnagsm 2i7fl5TM do LANDSAT5(2001) • RGS C274)

Cii;lem .;j,s ~UTM

EQ..ad:T e l'-tlrtdk1ro<!S'W. G". DetlJm l-tri1'Cf1t<l); Cârq.Aiegre 2l:::n!l2'3 9J

' A

Figura 4.4- Composição colorida RGB (274) da imagem do sensor TM do Landsat 5. Nota-se

que os lineamentos de direção NE-SW em tons de azul situados na porção SE da

bacia, são confirmados pela sobreposição de lineamentos destacados em vermelho

que foram mapeados em campo e estão apresentados no mapa geológico da figura

J .1. Algumas feições lineares identificadas no espectro e destacadas em cor laranja

ainda precisam de confirmação em trabalho de campo.

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4.3.2 Processamento e realce dos dados do SRTM

Como apresentado anteriormente, gerou-se imagens dos dados SRTM oo software ENVI

versão 3.5, que compreendem a região da bacia Rio do Capim e 1uljacências. Em seguida., os

produtos furam exportados para o software ArcView 3.3. Nesta plataforma, utilizou-se a

extensão 3D e foram elaborados vários sobrevôos. Isto permitiu a visualização da área sob vários

ângulos e uma melhor extração dos lineamentos. No emamo, o íàtor escala não permitiu maior

detalhamento estrutural quando comparado as futos aéreas em escala 1:60.000 e a imagem TMdo

Landsat S.

Apesar da resolução espacial relativamente reduzida em relação aos demais dados (90 m),

os mapas gerados apresentam uma considerável densidade de iilfummções texturals e estruturais

do terreno, tais como: estruturas tectônicas e

precisão feições de relevância regional.

Como produto do processamento dos dados origi:rul:is, foram gerados mapas semi-regionais

almmgendo a área de estudo a ser detalhada e suas adjacências (Figuras 4.5 e 4.6).

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LEGENDA C} lii'Tlitõ> dl.l bw& HdogralhJ

c=:::J Cffi>'ejana Roda.~ El'l 115

gerado a

são defuúdos

dados

Qigem das ~!JJM ~e !'Bidano4'J'IW.Gr

De!L!m Hxti'f:rtlll: C(rre;pfl.~ 2i:Jrla 23 SU

metros

""'un (S23W043)_ Nesta imagem, os limites da

cor de

cor amarela sit1111do na porção a localização

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Recorte da imagem S23W043 do SRTM (2000) ã Limite da bacia

elevação em 3D íMID1~) mostrando a panorâmica do

Ca!Dim e adjacências a do sensor SRTM (

e software 3.5. MDE os limites são definidos

uma linha po1Hgcmal mesma cor sít!Jadlo na

porção Sul, UHll<ca a loa!llizllção

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4.3.3 Fotografias Aéreas

Empregando-se pares de fotos aéreas llll escala 1:60.000 disporuveis em meio analógico

para obter estereoscopia, foi possí:vel a identificação e demarcação dos linea:mentoa, que

posteriormente, foram vetorizados (Figura 4.7). Dunmte o processo de identificação dos

lioeamentos lll!S fotografias aéreas em escala 1:60.000, foi possí:vel reconhecer algumas

ocorrências de estruturas que apresentll.wm-se oobertas por vegetação em sua total ou parcial

extensão (Figura 4.8). Esta é uma caracteristica inerente de alguns lineamentos e evidencia a

presença de água contida nas ftaturas que as compõem. Para se obter as orientações segundo os

quadrantes NE e NW e a contabilização dos lineamentos estruturais apresentados na figura 4.8,

empregou-se as extensões Dominam Azimuth e Li.mml4.2 geradas em linguagem A VENUE para

a plataforma do SIG da ESRI versão 3.3. De forma geral emprega-se software como o Stereonet

ou mesmo algoritmos dispollÍVeis em software de processamento digital de imagens (PDI).

Os dados extraídos foram digitalizados e vetorizados oo software AutoCAD Map2000.

Após esta etapa, foram convertidos do formato DWG (A.utoCAD Map2000) para o formato DXF

(AutoCAD Map2000) e, posteriormente, para o formato SHP (Shapefile da ESRI ArcView

3.3).

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O"lgarn dro COOrcEna:las Uifif\

~er-leridiano45""W.G-.

Dat.;m MlrtZont:!l: CóTe;p .1'\i<SÇTE Zona 23 Sd o

Ministéríto do Exército, orc•ietoAST, provenientes dos vôos ex:<ilc:llttaclospela

são defiinidos uma

61

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LEGENDA linre da bocie /~ Linoom«ntos

c::::J <.-erveJwia ./"V LiooementcstomVIilg$Ul~áo

Fologat\"ils aéreas 1 60 !Xl()- SGB-ME-AST-USAF (1{;]6$)

01gem dEs C~J:!dss lflM·

Ecp.;adcr e t~ldano 45"W _ 8". Datl.Jm ii:lrítct\tal: Cá'regoAi~ zona 23 9J

N

A

Figura Lir1eaJ:neJ1tos deJ:naJ'caJ:Ios nas fotografias aéreas mcmocromâticJ!S em esca:la l :60,000

Brasil • Mi1~iatério provenienres

• USAF

ou narciai

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4.4 Integração e interpretação dos dados

Dados de Sel!SOriamento Remoto têm sido largamente utilizados na pesquisa geológica.

Contudo, como a concepção dos sistemas de sensores valoriza a :resolução espectral em relação à

:resolução ~al, as técnicas de <málise do romportm"rlento espectral das roclJas têm sido mais

exploradas nos trabalhos de mapeamento geológico e de pesquisa mineral, em detrimento de

técnicas de análise estruturnl..

A análise da forma, ou do comportamento espacial dos lineamentos ressaltados pelo relevo

tem papel crucial oo que tange o emprego da geologia estruturnl. à pesquisa de água subterrânea,

devido ao caráter sinóptico das imagens utilizadas e ao seu poder de realçar a feição

tridimensiolll!l do relevo. Como nas demais ãreas dos estudos de senroriamento remoto, a

correlação com os dados de campo faz-se obrigatória.

A <málise dos lineamentos depende do ângulo de visada e de incidência da radiação

eletromagnética para propiciar o realce do relevo. Assim, o realce por sombreamem:o ooofigurn­

se como aquele que melhor representa as feições topográficas, oo o agrupamento das mesmas

(Sawatzk:y & Lee, 1974).

A partir da interpretação integrada das imagens produzidas, e levando-se em consideração

as direções realçadas pelas visadas dos sensores, tomou-se possível à confecção de mapas

estruturais que subsidiaram os trabalhos de detalhe no campo. Cabe ressaltar que neste trabalho, a

análise dos lineamentos estruturais fui fuita, a principio, oom base na rede de drenagem obtida

das cartas Anta e Duas Barras (DRM-RJ/GEOSOL Ltda., 1982), ambas em escala 1:50.000,

sendo posteriormente complementada oom o auxílio das imagens dos sensores TM do Landsat 5

(Figura 4.4), do SRTM (Figura 4.5) e das fotografias aéreas (Figura 4.8), gerando o mapa de

lineamentos (Figura 4.9).

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o 8 + + + "' tll h

A c + j:! "' "' h

o + + § tll h

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+ + + +

71&000 722000 729000 7:30000 734000

emoreqo e 42. a

' ' I I I I

Mapa Lineamentos

da Bacia do Ri ;:;; do Capi ~

Teresópoli 8 -

LEGENDA " "" ~Rumos dos

E

E

;:;; N 60º- E 8 "' N 00º • 30° W "'

N 30º- 60° W

IV N 60º • 90º W

;:;; §i 8 Cervejaria

Limite bacia

.,.. "' ... ... o 8 o Hm

;:;; rns Cocrdenadas UTf\ ~ Eqll:ldcr e Merldlam w. G 8 Datum Hxlzontal:

cados na

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4.4.1 Análise dos lineamentos

A análise dos lineamentos foi efetuada em vários estágios. Na primeira etapa, foram

mapeados os lineamentos da rede de drenagem das cartas topográficas Folhas Anta e Duas Barras

na escala 1:50.000 (DRM/GEOSOL Ltda., 1982). O objetivo em o reconhecimento dos cursos

d'água encaixados, visto que são bons indicadores de feições lineares potenciais para água

subterrânea. Posteriormente, efetuou-se a <máli.se e extrnção de feições lineares nas imagens do

TM Landsat 5, SRTM e fotografias aéreas.

Os lineamentos identificados nas cartas topográficas, folhas Anta e Duas :SllmiS, foram

classificados segundo suas direções em seis classes distintas com intervalos de 30° (0° a 30°, 30°

a 60° e 60° a 90°), para os quadr.mtes NE e NW (Albuquerque, 2001). Com base nestas classes

foi elaborada a roseta de freqüência que apresentou as seguimes médias: N57°30'E; N42°30'E;

N27°30'E; N72°30'E; N82°30'E; NS; N57°30'W; N32°30'W e N87"30'W (Figura 4. HJ),

predominando, em ordem de grandeza, as direções N57°30'E, N420JO'E e N57°30'W.

Figura 4.10 - Roseta de freqüência gerada a partir de lineamentos mapeados nas cartas

topográficas, folhas Anta e Duas Barras, com base na rede de drenagens. Eles foram

classificados segundo suas direções em seis classes distintas com intervalos de 30°,

predominando as direções N57°30'E, N42°30'E e N57°30'W.

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A sensor 5

int<lnsidadte do oontrlil!te

daro-,escnrcl), Na medida em

SW, ooorre a reduçllio

lEGENDA

LJmJI<e da bac1a

C::J CerwJilnS

R<ltt:rle da ltlliagen; 2171lS TM 00 LANDSAT5 (2001) -R" ..o{! \142)

Oígem das Ccordirildes UTM: ~eM!sidlaro:.4:?W Gr

Dsturn H:>f!:rontlll: CCrréço,Q~ Zor'-.a 23 SJ

com cmnp,osi<;ão

o

no

2 km

1 - Estru1turas linerures Rio composição col,oriclaRGB (742)

cor vermelha, para

71

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Os lineamentos destacados em vermelho (Figura 4.11) cortam os divisores de águas e os

limites da bacia hidrográfica do Rio do Capim. Este furo sugere que os aqüíferos futturndos nem

sempre estão restritos aos limites da bacia hidrográfica, sendo Decessário, cuidados adicionais na

~ da sua área de influência. No emmto, pela Política Estadual de Recursos Hidrioos

(Capitulo I no Artigo e § 2°) (PERH, 2001), o limite da bacia constitui a unidade básica de

gerenciamento dos recursos hidricos em uma região.

Na imagem S23W043 do SRIM apresentada na figura 4.12 em tona de cinza, os altos

~ e divisores de água são ~ pela cor cinza claro enquanto que as estruturas

lineares representadas pelos fundos dos vales, que em sua maioria encO!Itrnm-se ocupados pela

rede de dre!mgem, são marcados por tons de cinza escuro. Descontiiruidad dos lineamentos l'lliS

proximidades dos divisores de águas ressaltam a possível desconectividade entre algumas

estruturas internas da bacia hidrogrifica e seus possiveis prolongamentos para fura do limite da

mesma (Figura 4.12).

O mapa de lineamentos apresentado na figura 4.9 (escala de 1:50.000), foi oonfeccionado

no ArcVrew 33, a partir dos lineamentos estruturais identificados na imagem de satélite Landsat

5 e de fotografias aéreas em escala de 1:60.000. Estes lineamentos foram tratados

esta1isticament empregando-se as extensões Dominant Azimuth e Liruml 4.2. As informações

pós-tratamento estatístico pennitiram mapear 309 direções, sendo 151 direções NE e 158

direções NW, confirmando a marcante estrutmação linear enoontrnda em todo o batólíto Serra

Órgãos.

Extensos lineamentos de direção NE, realçados oo mapa de lineamentos da figura 4.9,

cortam loogitudinalmerrte toda a bacia Transversalmente são seccionados por feições lineares de

direção NW de menor expressão. Na porção SE, uma falha de direção NE corta toda a bacia

atravessando os divisores de água. Uma fratura de direção NW conecta fraturas de direção NE

situadas fora dos limites da bacia, com fraturas int= dos divisores de água que passam pelo

pátio da Cervejaria Teresópo!is Ltda. Ao longo desta fratura, como pode ser observado no mapa

geológico da área (Figura 3.1), ocorre um deslocamento dextral Esta estrutura fica bem

caracterizada, também, ao longo dos contatos dos litotipos que ela secciona, caracterizando-a

como uma possível falha tranacorrente dextral.

73

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LEGENDA Ô LHThlil 00 ba:ie HiGO\Jmi'l

r===l CM'&Ja:18 Rm:k>da 8R 111\

2 - Rlllitlce em tons de

Oigem das C~nsdi.t> Ull-1 ~€F~ri~4S'V!.Gr

Datum 1-tl-tmnt:d; CóTe;;t:J Aleg1; Zrn'; Z3 9J

escuro

região do entorno em imagem S23W043 SRTM.

se paml,ek~s ao eixo maior lineementos

2001; Mclns<lres et

Parte do

até o momento, não é !ll!!1il!lt~'rízado como falha {Figura 3. l ).

cervejaria, um peqtuerlo Sl,grrtenl:o

75

' A

em::ontram-

conjugação das

o

2003).

entsnto, nas proximidades

a extensão

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O mapa de ocorrência das feições estruturais da área piloto (Figura 4.13), foi gerado a partir

do trabalho de campo e plotado sobre as futognrlias aéreas na escala 1:60.000. As fotografias

aéreas na escala 1:60.000, permitiram a obtenção e caracterização de um maior mímero

lineamentos, bem COniD a identi&ação e ~ dos lineamentos vegetados retiliooos. No

caso desta bacia, as estruturas lineares vegetadas simlizmn a presença de umidade e são fortes

mdicios da ocorrência de fraturas abertas.

77

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?:!JOOO

LEGENDA Foliaçlo

~- Fratura aberta .. Fratura fechada

Miionito Plano de Falha Limite da bacia Plano de cisalhamento

Cervejaria Estrias

N e Meridiano A s UTM c

Datum Horizontal: Córrego Alegre Zona Fonte: Foto aéru monocromática SGB • Minislério F.,;,c;rn

v aos (1 , na eso~ls 1 :60DOO

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é

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mostra

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il

à SWI

díreção SW

voltadas

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e

e

entre e NW com

3.

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OIIS e SWIVilS

reforçmn a

li eventos Mtureu

e

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1

Capim, d~lStacmdo a

direção NW possuem Ílltclínações lmi!S Slll!Ve&

81

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N

Á + +

+ + +

+ + +

+ +

+ + + + + + +

Mapa de Declividade

da Bacia do Ric do Capim­

Teresópolis - R

LEGENDA

Classes de Declividade

o·- 1s·

CJ W-30'

- 30'- 45'

- > 45'

N Hidrografia

O Cervejaria

Ô Umite da bacia

o !km ----O"igem das Cocrdenadas UTM: Eqll9dcr e Meridlaro 45° W. Gr.

Datum 1-brlzontal: wrego Alegre Zona 23 9JI

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O mapeamerno estrutural realizado na área da bacia mostrou uma baixa intensidade de

frllturamento, bem como uma baixa denaldade de drenagem. Estes dados confirmam dados

estruturnis levMtados previamente rw. região, e confirmam o aoervo esperado pMa num região

emlbasl~mento cristalúw é por um batólito.

As estruturas mapeadas em detalhe e que mostram alguma ligação com a ocorrência de

subterrânea, se restringem a fraturas responsáveis

estrutums esfo!iação esferoidal e algumas fraturns abertas verticais a sub-verticais (Figura

4.16). Fmturns vertiCllis a sub-vertiCllis abertas fomm mapeadas nos oortes da estrada pata

implantação do leito da BR-116. Encontram-se abertas em decorrência do uso de explosivos

(Figura 4.1 1), enquanto que nos afloramentos naturais, as estruturas miloalticas, encontram-se

predominantemente fechadas ou preenchidas pcio granito miloaltimdc impedindo a percolação

(Figura 4.1

A rocha granítica leucocrática de grsnulometria grossa apresentada na figura 4.1 íl aflom rw.

área situada aos fundos da Cervejaria Teresópolis Ltda.

Figura 4.16 - Afloramento do córrego da Taboinba. Nota-se a repetição do padrão de

fratummerrto sub-horizontal (355°/05° -indicador amarelo) provocado por alívio de

pressão, bem como fraturas verticais abertas (122°/90° e 168°/90°- indícador azul).

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e

utilizados no desmonte das mclms para a construção do leito da BR-116_ Nota-se a

repetição do padrão de fuituramento sub-horizontal (355°/14° - indicador l!lllllrelo)

provocado pelo alívio de premio, gerlii!OO estruturas tipo esfoliação esferoidal

Figura 4.18 - Rocha granítica leucocrática alterada de granulometria média apresentando

estrutura milonitica (indicador verde)_

Rochas graníticas leurogrllllÍticas muito alteradas aflorantes na Ílrea são bem freqUentes e

apresentem um aspecto incooreme dos porfiroclastos de feldspato e quartzo que se encontram

estirados_

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Um padrão de zona de cisalhamento dúctil-mptil fui observado, onde o plano de fuliação

possuí uma atitude média de 100°/15°. Porções mapeadas em zonas de cisalhamento dúctil-mptil

mostram entre os contatos com litotipos oão cisalhados, o material cisalhado provavelmente

origill!ldo dura11te o pret•tírito proc:esso mii•JnitiZ!lí;ão, encontra-se pre4lnctlido por material

alterado (solo). O a foliação oblíqua evidenciada pela presença dos minerais

estirados, que a direção de cisalhamento é SEIN-w. Os de

feldspato encontram-se e parcialmente alterados dando a rocha aspecto incoerente dos

grãos conferindo a mesma certa porosidade (Figura 4. Nas descrições dos perfis dos poços

são denominadas de rocha incoerente, podendo atingir espessuras variando entre 4 m e 48 m

(Figura 4.20).

Figura 4.19 - Rocha granítica leucocrática de granulometria grossa, obsevada em faixa de

cisalhamento dúctil-mptil. Entre os contatos com litotipos não cisalhados, o material

cisalllado, provavelmente originado durante o pretérito processo de milonitizaçiio,

encontra-se proonchldo por material fino alterado (solo).

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P4

Coldvio I Elúvío

Solo de Alteração

! - Rocha Alterada

I Granito Branco

f Granito Cinza

Rocha Sã

• Solo Orgânico

P5 P6 P7 P8

11 . ri

' ' ~H

I i

'D "I . i , I i06

I I ,,.,_LJ

Entradas D'água

Entradas D'água Vedadas

N lvel Estático

P9 P10

70 Profundidade da mudança de litologia

P1 Identificação do Poço

P11 P12 P13 P14

:ali~ ,;fj ,, t I ' I I . ' i l i

I 1 11

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v.+ri.. I i vs-r-:1 zSQ---i------l i I i : i i I I

soo--L-J

Figura 4.20 - Perfis dos poços (Transterra-Forarnm Ltda., 2004) mostrando os litotipos

perfurados e as entradas d'água ru1 área da Cervejaria. Ressalta-se as porções de

rocha alterada, que no campo são mapeadas c.omo rochas gr.miticas lwcocráticas

muito alteradas.

Na figura 4.20 é notável a distribuição em profimdidade das litologias correspondente ao

batólito Serra dos órgãos. Nos perfis dos poços, exceto nos poços P7 e P9 em que as descrições

litológicas não caracterizam a litologia da rocha sã, fica nítido a predominância da sotoposição do

granito oom biotita (pCgrgd) ao granito lwrocrátioo (pCigr) (Figura J.l). A descrição litológica

do poço P14 sugere uma inversão da sotoposição ou a preseoça de silJ, apreserrtlmdo o granito

lwoocrátioo (pCigr) sotoposto ao granito oom biotita (pCgrgd).

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5 APLICAÇÃO DE MÉTODOS GEOELÉTRICOS NA LOCAÇÃO DE POÇOS

TUBULARES PROFUNDOS EM AQÜÍFEROS FRATURADOS: O EXEMPLO DA

BACIA DO RIO DO CAPIM

O prévio conhecimento bidrogeológico da profundidade e espessura do aqüí:fero pelo

emprego de técnicas de geofisica, tem contribuído na elaboração de projetos de poços tubulares

profundos, aumentando a probabilidade de se encontrar água subterrânea e auxiliado estudos

hidrogeológicos (Cutrim et a/., 2002).

Dentre os métodos geofisicos de prospecção, para o estudo de estruturas geológicas da

parte superior da crosta terrestre, destacam-se os métodos geoelétricos (Luiz & Silva, 1995;

Braga, 2001). Estes utilizam parâmetros elétricos de solos e rochas, tais como condutividade e

polarização elétricas e capacidade de geração de potenciais elétricos espontâneos (Elis, 1998).

Pertencentes ao grupo dos métodos geoelétricos, podem-se destacar os métodos da

eletrorresistividade, polarização induzida, poteocial espontâneo, radar de penetração no solo e

eletromagnético indutivo. Estes métodos (com exceção do potencial espontâneo), possuem fontes

artificiais, oo seja, o campo fisico a ser estudado é criado por meio de equipamentos apropriados

(Braga, 2001). De modo geral, as medições geoelétricas não fornecem as propriedades fisicas de

cada unidade geológica, mas valores médios representativos do volume afetado pelo tluxo de

corrente elétrica.

O emprego do método eletrorresistivimétrico tem presença marcante na literatura,

mostrando que devido a sua versatilidade e qualidade dos resultados obtidos, aliados ao baixo

custo de aplicação dos ensaios, é uma alternativa muito interessante no campo de estudos da

hidrogeologia (Elis, 1998), tomando-o imprescindível na seleção de locais adequados para

perfuração de poços tubulares profundos, de forma a miuiminn- incertezas, custos e otimizm

resultados (Mello et al., 2002).

Neste trabalho foi utilizado o método da eletrorresistividade empregando-se as técnicas de

Sondagem Elétrica Vertical (SEV) com arranjo Schlumberger, e de Caminhamento Elétrico (CE)

com arranjos Dipolo-Dipolo. Estas duas técnicas tem sido largamente aplicadas no âmbito da

pesquisa de água subterrânea visando a locação de poços tubulares profundos em aqüífero

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sedimentar e fraturado, bem como na caracterização de nível piezométrico, plumas de

C()ldanrinação, cunha salina e estruturas em subsuperficie (litoestratigrafia, fillhas e diques).

5.2 Conceituação das témicas empregadas

5.2.1 Somlagem Elétrica Vertical (SEV)- Arranjo Scblumberger

O arraJ!ljo de campo Schlumberger (Figura 5.1) é o mais utilizado em Sondagem Elétrica

Vertical (SEV's), devido a qualidade das curvas de campo, filcilidade e rapidez na execução do

ensaio e menor susceptibilidade as variações laterais de resistividade e ruídos, como correntes

naturais no subsolo (Elis, 1998).

Neste arraJ!ljo os eletrodos são dispostos em linha, e na operação de aquisição de dados os

eletrodos AB são afàstados simetricamente em relação aos eletrodos MN que permanecem fixos

no centro do arranjo. A distância entre MN só é alterada quando se fàz necessário o aumento da

relação sinal/ruído (Oliveira & Brito, 1998). Em geral, deve-se verifu:ar a relação ABIMN2=5

(Minette, 1984). Este procedimento permite a observação de valores de resistividade, em um

ponto fixo, a profundidades cada vez maiores, através da separação crescente entre os eletrodos A

e B de corrente (Elis, 1998). O fator geométrico, K, para o arraJ!ljo Schlumberger é:

K=1tf2 {[(AB/2) 2 -(MN/2) 2 ]/MN/2 }.

A profundidade teórica de investigação, h, pode ser relacionada a distância AB (Elis, 1998),

e varia de h= AB/5 = 0,2AB {Moreira, 1998, tqmdElis, 1998) a h= AB/4 (Braga, 2001). Estas

relações para a profundidade de investigação decorrem do estudo de Roy & Apparao (1971),

tqntd Elis (1998), que mostra que a profundidade h com máxima contn1ruição de sinal é igual a

0,125AB.

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Arranjo Schlumberger

Figura 5.1 - Arranjo simétrico Schlumberger (Braga, 200 l ).

5.2.2 Camiuhameuto Elétrico

A técnica do Caminhamento Elétrico - CE - obtém, a partir de medidas efetuadas em

superficie, uma seção de resistividade elétrica que permite identificar variações laterais e em

profundidade do substrato. Ao permitir a análise das variações laterais do subsolo, o

Caminhamento Elétrico possibilita a identificação de contatos geológicos (verticais ou

inclinados), mineralizações, diques, fraturamentos, entre outras feições que se apresentam com

heterogeneidades laterais de resistividade (Oliveira & Brito, 1998). A partir de trabalhos já

realizados, tem-se notado que a técnica do CE mostra-se viável na solução de problemas de

prospecção de água em meios fraturados e de materiais de construção (Elis, 1998).

Análoga a técnica da Sondagem Elétrica Vertical (SEV), o Caminbamento Elétrico (CE)

também emprega um arranjo quadripolar simétrico ou assimétrico, possibilitando vários arranjos

entre eletrodos AB e MN (Oliveira & Brito, 1998), no entanto, nos deteremos ao estudo do

arranjo do tipo Dipolo-Dipolo.

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5.2.:U Arranjo Dipolo-Dipolo

O arranjo Dipolo-Dipolo (Figura 5.2) revela-se como um dos mais rápidos de serem

executados no campo. Uma de suas grandes vantagens é que o estudo da variação lateral do

parâmetro fisico pode ser efetuado em vários ruveis de profundidades (nl, n2, n3, n4 nS, n. .. ). Em

estudos ambientais, uma pluma de contaminação pode ser caracterizada lateralmente como em

profundidade (Braga, 2001).

Figura 5.2 - Distribuição dos eletrodos AB e MN em campo empregando-se a técnica de

Caminhamento Elétrico por arranjo do tipo Dipolo-Dipolo (Braga, 2001).

No arranjo Dipolo-Dipolo, os eletrodos são dispostos segundo um perfil e o arranjo é

definido pelos espaçamentos x = AB = MN. A profundidade de investigação cresce com o

espaçamento (R) e teoricamente corresponde a R/2. Os ruveis de investigação são atribuídos a

intercessão das linhas que partem do centro de AB e MN com ângulos de 45° (Figura 5.2) (Eiis,

1998).

A cada ponto de medida os dipolos são deslocados de uma distância igual a x e os dados

obtidos são plotados nas posições n = 01, 02, ... , 05, conforme figura 5.2. Após interpolação, os

dados geram uma seção de resistividade aparente, como ilustrado na figura 5.3.

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resistividade aparen1te é calculada a partir da seguinte equação:

pa=(AVíi)K

K= eletrod<JS ABMN;

x = espaçamento dipolos AB e MN;

n = mvel de investigação correspondente.

-8 -6 ~" -2 o 2 4 5 8 iD 12 14 16 1

' ' ' ' ' 1 l ' l ' ' ' l l

3% 'W ~ ''i' '*' 2(f! s,p ~~ ?~ 4(€ PLOTAGEM

• • ' DOS DADOS 888 452 il(O em HB 85 ?'i 2~ Z'j'i aeo • • • • • • • 1270 132 82 88 315'3 288 • • • • • •

2WD 4130 2(B 1~ zro 2!1' 1ffi 5Tt 'W 5!1' • • • • • 1950 i 51 257 242 12? 373 650 7W • • • • • ' • •

-8 -6 -4 -2 o 2 4 6 8 jQ 12 14 16 1'

' ' 1 ' ' ' ! 1 ' ' 1 ' l ' CURVAS DE ISOVALOI?ES

700 •

-14 -i 2 ·2 o 2 4 8 10 12 14 16 1

' 1 1 ' '

Figura 5.3 - Seqüência na interpretação dos perfis gerados pela técnica de CE empregando

ammjo Dipolo-Dipoio aplicado a investigação de fa!lwl em subsuperficie (Braga,

2001).

99

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5.3 Natureza dos dados geoíiSicos

Os dados geofisicos furam obtidos empregando-se três diferentes resistivímetros em três

campanhas para a realização de 5 (cinco) SEV' s, todas por ~o simétrico Schlumberger e de

3 (três) CE's por arranjo Dipolo-Dipolo. No anexo 9.1, encontra-se o mapa da distribuição

espacial dentro do pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda. das SEV's e dos CE's com suas

respectivas direções e seotidos de deslocamento.

Na primeira campanha, desenvolvída pela empresa TRANSTERRA-FORATUM Ltda,

furam realizadas duas SEVs (TFOl e TF02) com espaçamento AB/2 de 100m que permitiram

determinar camadas com v-alores de espessura e resistivídade apresentados na tabela 5 .1.

Tabela 5.1 -Valores das espessuras e resistivídades das camadas inferidas na interpretação das

SEV' s TFO 1 e TF02 (Transterra-Foratum Ltda., 2004).

SEV's Camadas Espessura (m) Resistividade Profundidade (m) (ohm.m)

1 1,1 664 - 2 2,7 1.699 1,1

~ 3 I 6,5 69 3,8 ' 4 i 40.054 10,3

1 0,4 20 ..... 2 2,2

I 589 0,4

~ 3 ll,O 271 2,6 4 2.213 13,6

Na segunda campanha deseovolvída por equipe furmada por componentes do IAG-USP,

DGRN-UNICAMP e DRM-RJ furam realizados uma SEV e um CE. Na SEV-IAG com

espaçamento AB/2 de 70 m. Os valores de espessura e resistivídade das camadas atravessadas são

apresentados na tabela 5.2. Na realização do CE-IAG, empregou-se arranjo Dipolo-Dipolo com

espaçamento entre os eletrodos de lO m, seção geoelétrica de 5 (cinco) níveis de investigação e

extensão de 260 m.

Na terceira campanha desenvolvída por equipe do DRM-RJ foram reaJin~das 2 (duas)

SEV's e 2 (dois) CE's. As SEV's (DRMOl e DRM02) furam efutuadas com espaçamento AB/2,

de 150 m e 100 m, respectivamente. Os valores de espessuras e resistivídades das camadas

atravessadas são apresentados na tabela 5.3. Na realização dos CE's (DRMOI e DRM02),

101

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empregou-se arranjo Dipolo-Dipolo com espaçamento entre os eletrodos de 10 m, seção

geoelétrica de 6 (seis) túveis de investigação e extensão de 160 me 210 m, respectivamente.

As SEV's IAG e DRMOI foram posicionadas sobre o alinhamento definido pelo CE-IAG,

distando de sua origem 100 m e 144 m, respectivamente, enquanto que a SEV-DRM02 foi

posicionada sobre o alinhamento definido pelo CE-DRMOl, distando de sua origem 85 m. No

anexo 9.1 encontram-se as coordenadas planas UTM dos CE's e SEV's reali;rndos na segunda e

terceira campanha.

Ainda na área da bacia do Rio do Capim, Mello (2004) efetuou 13 (treze) Sev's por lllTai!io simétrico Scblumberger a montante da Cervejaria Teresópolis Ltda. O objetivo era furnecer um

quadro geológico-geofisico de subsuper:ficie, para identificar condições geohidroestruturais

fàvoráveis à locação de poços tubulares. Os resultados furam destinados à captação de água

subtenânea para consumo em área rural localizada as margens do Rio do Capim. Destas SEV's,

apenas lO (dez) (Mia, M2, M2a, M6, M7, M8, M9, MIO, Ml2 e Ml3) apresentaram resultados

favoráveis para o mapeamento de áreas potenciais para água subterrânea, após interpretação.

5.4 Proeessameato dos dados geofísicos

Os valores de resistividade aparente obtidos com o emprego de arranjo simétrico

Scblumberger para as SEV' s (IAG e DRM) foram processados empregando-se o software Ipi

desenvolvido pelo Departamento de Geologia da Utúversidade de Moscou (1995) enquanto que

os valores obtidos em armmjo Dipolo-Dipolo para os CE's (IAG e DRM) foram processados

empregando-se o software Res2dinv versão 3.54 distribuído por Geotomo Software

([email protected]) (Geotomo, 2004).

O processamento das resistividades aparentes provetúentes da SEV -IAG empregando-se o

software lpi gerou a curva de campo apresentada na figura 5.4. Os valores de resistividade das 5

(cinco) camadas atravessadas varia entre 66 ohm..m e 1.690 ohm..m (Tabela 5.2).

102

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Figura 5.4 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resistividades aparentes

obtidas na SEV-IAG de AB/2 = 70 m.

Tabela 5.2 - Valores das espessuras e resistividades das camadas inferidas na interpretação da

SEV-IAG realizada com espaçamento AB/2 de 70 m.

SEV Camadas Espessura (m) Resistivi.dade Profundidade (m) (ohm.m)

1 1,0 81

~ 2 1,4

I

538 1,0 3 5,6 66 2,4 - 4 7,9 1.690 8,0 5 77 15,9

O processamento das resistividades aparentes das SEV's (DRMOl e DRM02) empregando­

se o software Ipi gerou as curvas de campo mostradas, respectivamente, nas figuras 5.5 e 5.6. Os

valores de resistividade das camadas atravessadas variam entre 83 ohm.m e 1.430 ohm.m (Tabela

5.3), e 90 ohm.m e 3.164 ohm.m (Tabela 5.4).

103

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Figura 5. 5 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resistividades aparentes

obtidas na SEV-DRMOl de AB/2 = 150m.

Tabela 5.3 - Valores das espessuras e resistividades das camadas inferidas na interpretação da

SEV-DRMOl realizada com espaçamento AB/2 de 150.

SEV's Camadas Espessura (m) Resistividade Profundidade (m) (ohm.m)

1 0,7 100 - 2 2,2 321 0,7

~ 3 6,9 83 2,9 4 17,9 1.430 9,8 5 245 27,7

Figura 5.6 - Curva de campo gerada no software Ipi com base nas resistividades aparentes

obtidas na SEV-DRM02 de AB/2 =100m.

105

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Tabela 5.4 - Valores das espessuras e resistividades das camadas inferidas na intetptetação da

SEV -DRM02 realizada com espaçamento AB/2 de 100 m.

SEV"s Camadas Espessura (m) Resístividades Profundidade (m) (ohm.m)

I 0,8 190

"' 2 3,9 90 0,8

~ 3 2,6 417 4,7 o 4 25,0 3.164 7,3

5 1.791 32,3

Nas figuras 5.7, 5.8 e 5.9, as seções (a) mostram os valores de resistividade aparente

medidos em campo; as seções (b) mostram a resistividade aparente correspondente aos modelos

geoelétricos obtidos por inversão dos valores de resistividade aparente medidos em campo e

apresentados nas seções (a); as seções (c) mostram o modelo de resistividade elétrica obtido por

inversão com critério de suavidade. Os modelos geoelétricos nas seções (c) são obtidos a partir da

modelagem quantitativa dos dados mostrados em (a) e devem ser considerados como sendo

representações mais fidedignas do substrato.

A semelhança entre as seções (a) e (b) que ocorre nas figuras 5.7 e 5.8 sugere que o modelo

invertido satisfaz o conjunto de dados medidos no CE-IAG e no CE-DRMOl. Na figura 5.8, o

erro de interação de 77,2 % não comprometeu a semelhança entre as seções (a) e (b ), e a seção (c)

mostrou-se coerente quando comparada ao perfil geoelétrico obtido na SEV -DRM02 e ao perfil

lito1ógico do poço P6, como será visto adiante no item 5.6. Na figura 5.9, o erro de interação foi

de 97,5% e a premissa de semelhança entre as seções (a) e (b) não ocorreu.

O processamento das resistividades aparentes obtidas no CE-IAG de 270 m de extensão em

5 (cinco) níveis de investigação gerou a seção geoelétrica apresentada na figura 5. 7. O perfil

definido nesta seção geoelétrica possui 240 m de extensão e 15,29 m de espessura, enquanto que

os valores de resistividade das camadas atravessadas variam, aproximadamente, entre 20 e 3.600

obm.m.

107

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Seção Geoe1étrica ~ IAG Ps.Z 0.0 10.0 20.0 3!10 40.0 50.0 60.0 700 6110 90.0 100 110 120 130 140 151J 160 170 180 193 200 210 220 23J 240 250 20lJ m.

4.16

a) 5.97

962

12.2

14.8 Me-asured App:arent Resistivil:y Psaudosection

Ps.Z 0_0 10.0 200 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 8110 90.0 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 m_

4.16

b) 6.97 962

122

14.8 Ca!culated App.arent Res1s!Mty Pseudosection

Oepth lteration 3 RMS error = 8.8 % 0.0 10.0 2!10 3!10 4UO 5!10 6110 70.0 00.0 90.0 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 m.

U1

cj 5.13

8.72

12.7

17_0 Jnverse Model Resfs!Mty Sectíon Resistívity in ohm.m

Figura 5.7

Unil electrode spacing is 10.0 m.

Seção geoelétrica obtida no Caminhamento Elétrico IAG de direção SE-NW e

extensão 270 m em 5 (cinco) níveis de investigação realizado no pátio da Cervejaria

Teresópolis Ltda. em 17/12/04: a) seção de resistivídade aparente (dados medidos),

b) valores de resistivídade aparente correspondente ao modelo obtido por inversão;

c) modelo de resistivídade elétrica obtido por inversão com critério de suavidade. O

modelo c) deve ser considerado uma representação menos distorcida do substrato; a

semelhança entre as seções a) e b) sugerem que o modelo invertido satisfaz o

conjunto de dados medidos.

O processamento das resistivídades aparentes obtidas no CE-DRMOI de 160m de extensão

em 6 (seis) níveis de investigação, empregando-se o software Res2dinv versão 3. 54, gerou a

seção geoelétrica apresentada na figura 5.8. O perfil definído na seção geoelétrica da CE-DRMOl

possui 130 m de extensão e 15,29 m de espessura, enquanto que os valores de resistivídade das

camadas atravessadas variam, aproximadamente, entre lO a 12.000 ohm.m.

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Ps-Z 0.0 Seção G&oelêtriea ~ DRM01

10.0 20.0 3J.O 400 ftlO 600 mo 130.0 90.0 "" 110 120 130 140 150 m .

.. us •l 5.97

9.62

12.2

14.8 "17.3

Measurerl Apparent Resisl:ivity P<>eudosection Ps.Z D.O 10.0 20.0 300 40.0 500 130.0 70.0 00.0 90.0 100 1iü 120 130 14D 15!l m

4.16

b) 6.97 9.62

12.2

14_8

17.3 Calculated Appa1errt Resistivil:y Pseudosection

Depth lteration 3 RMS error = 77.2 % 0.0 10.0 :no 300 40.0 5!l.O 00.0 70.0 80.0 9110 100 110 120 130 14D 150 m

1.71

c} 5.13

8.72

12.7

17.0 lrwerse Model Resistivíly SectiOn Resis!Mty in ohm.m

BBBBBBBBBBDBBBBBB 32.5 68.1 143 299 628 1316 2758 5762

Unit electrode spacing 1s 10.0 m.

Figura 5.8- Seção geoelétrica obtida no Caminhamento Elétrico DRMOl de direção SE-NW e

extensão 160 m em 6 (seis) níveis de investigação realizado no pátio da Cervqaria

Teresópolis Ltda. em 02/02/05: a) seção de resistividade aparente (dados medidos),

b) valores de resistividade aparente correspondente ao modelo obtido por inversão;

c) modelo de resistividade elétrica obtido por inversão com critério de suavidade. O

modelo c) deve ser considerado uma representação menos distorcida do substrato; a

semelhança entre as seções a) e b) sugerem que o modelo invertido satisfaz o

conjunto de dados medidos.

O processamento das resistividades aparentes obtidas no CE-DRM02 de 210m de extensão

em 6 (seis) níveis de investigação, empregando-se o software Res2dinv verersão 3.54, gerou a

seção geoelétrica apresentada na figura 5.9. O perfil definído na seção geoelétrica da CE-DRM02

possui 180 m de extensão e 15,29 m de espessura, enquanto que os valores de resistividade das

camadas atravessadas variam, aproximadamente, entre 02 a 30.000 ohm.m.

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4.16

aj 5..97

962 12.2

14.8 17_3

Seção- Geoetétriea • ORM02 IM ~ = ~ = - = ~ - a 110 1m ~ •• B 100 1m • 1m D m

Measured Apparnnt ResistM!:y Pseudosection

Ps.Z 0.0 10.0 2110 30.0 40.0 :50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100 110 l2!J 130 1-40 15D 180 170 180 190 200 m.

4.16

b) 697 9.62 122

14.8

17.3 Ce!culaíed Apparent Resistirity Pseudaseclion

Depth tteration 3 RMS error"' 97.5%

M 1M ~ = ~ - ~ = ~ ~ a IW 1m ~ I~ B 100 IW B 1m D m

1.71

c} 5.13

872

12-7

17.0 lnverse Mode! ResistMty Section ResistMty in ohm.rn

••••••••••o•••••• 4.43 13.3 40.0 120 361 1086 3264 9009 Uni! electrode spacing is 10.0 rtL

Figura 5.9- Seção geoelétrica obtida no Caminhamento Elétrico DRM02 de direção NE-SW e

extensão 210 m em 6 (seis) níveis de investigação realizado no pátio da Cervejaria

Teresópolis Ltda. em 03/02/05: a) seção de resistividade aparente (dados medidos),

b) valores de resistívidade aparente correspondente ao modelo obtido por inversão;

c) modelo de resistividade elétrica obtido por inversão com critério de suavidade. O

modelo c) deve ser considerado uma representação menos distorcida do substrato; a

pouca semelhança entre as seções a) e b) sugerem que o modelo invertido não

satisfaz o conjunto de dados medidos.

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5.5 Caracterização dos aqüíferos na área da Cervejaria Teresópolis Uda.

A Cervejaria Teresópolis Ltda está instalada à margem esquerda do Rio do Capim, às

margens da BR-116, km 50. Ela ocupa 270_235,75 m2 do vale colmatado por sedimentos

aluvionares que recobrem o embasamento formado por rochas graníticas do batólito Serra dos

Órgãos.

A Cervejaria Teresópolis Ltda_ emprega em sua produção àgua subterrânea captada em 11

poços tubulares e àgua superficial captada do Rio do Capim.

5.5.1 Cadastramento de poços profundos

O cadastramento dos poços localizados dentro do pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda

(Figura 5.1 O), foi elaborado com base na planta topográfica "Plano Piloto ll" e georreferenciados

empregando-se GPS Geoexplorer®3. Existem dois conjuntos de poços: a) poços perfurados pela

ARTHESIUM Ltda. que posteriormente tiveram as condições de operação e reinstalação

redimensionadas pela TRANSTERRA-FORATIJM Ltda. e b) novos poços perfurados pela

TRANSTERRA-FORATUM Ltda, atual W ASSER BRAS1L Ltda

A documentação técnica para a execução deste trabalho, é composta por relatórios dos

poços e sondagens geofisicas. Os relatórios de perfuração são compostos por perfis litológicos,

testes de produção e rebaixamento, tabelas e curvas de rebaixamento e recuperação.

As caracteristicas dos novos poços perfurados pela TRANSTERRA-FORATUM Ltda

encontram-se nas tabelas 5.5 e 5.6. Nota-se que os primeiros poços tiveram as condições de

operação alteradas em função dos parâmetros de sustentabilidade e a produção atual, para os I O

poços. Elas foonn reduzidas em cerca de 37 %, do total produzido antes do redimensionamento.

Dos 16 poços tubulares profundos cadastrados, apenas 11 encontram-se em funcionamento

para atender a demanda da produção da Cervejaria Teresópolis Ltda. de 64m3/dia. Os poços em

funcionamento possuem barriletes de controle operacional estando protegidos por abrigos de

alvenaria (Figura 5.11) ou de metal (Figura 5.12). Os poços com baixa vazão encontram-se

lacrados por tampa de aço (Figura 5.13) e serão destinados ao monitoramento do aqüífero

fraturado.

Para instalação da planta de produção, a Cervejaria Teresópolis Ltda executou a

sistematização do terreno por elevação de cotas do terreno original. Os poços P2, P4, Pl I e Pl4,

115

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perfurados antes da sistematização, ficaram abaixo do nível do terreno, encontrando-se

atualmente sob abrigo de alvenaria

O poço PiS foi o primeiro poço direcional para captação de água subterrânea perfurado no

est.ado do Rio de Janeiro. Possui 400 m de extensão e inclinação de 45° na direção SE. Ele

encontra-se lacrado devido a baixa produção podendo ser utilizado para monitoramento do

aqüífero (Figura 5.13).

Recentemente, a Cervejaria Teresópolis Ltda passou a captar água do Rio do Capim_ Ela

instalou sua captação em poço tipo cacimba que se encontra ligado ao leito do Rio do Capim por

tubulação subterrânea (Figura 5.14).

Tabela 5.5- Dados dos poços antes e depois do redimensionamento (Transterra-Foratum Ltda.,

2004).

Poço Entradas d'água Nível Estático Nível Dinâmico Vazão Vazão específica

(m) (m) (m) (m'lh) (m'/h/m) Pl 26/72/103 72/103 3,00 12,60 47,00 59,80 6,60 4,20 0,15 0,09 P2 44/98 16 6,00 5,50 83,00 14,85 8,00 3,30 0,10 0,35 P3 32/75/104 75/104 5,00 12,80 79,00 47,19 9,50 5,50 0,13 0,16 P4 32/60 32/60 5,80 15,35 41,00 58,00 16,00 6,00 0,45 0,14 P5 54/97 54/97 2,50 3,90 24,50 49,18 8,00 5,50 0,36 0,12 P6 22/74/ll6 22 3,50 3,40 13,00 17,64 9,20 6,50 0,97 0,46 P8 36171 71 1,00 19,43 16,00 54,95 8,35 12,00 0,56 0,34 PIO 41181 10,5 2,00 3,50 25,50 10,30 6,60 2,60 0,28 0,38

Tabela 5.6- Características construtivas e bidrodinãmica dos poços em produção (Transterra­

Foratum Ltda., 2004).

Coordenadas UTM Prof. Diâm Entradas de NE ND Vazão Vazão

Poço Fuso 23 - Datum (m) (mm) água (m) (m) (m) Reb (m3/h) específica SAD-69 (m3/h/m)

E(m) N(m) Pl 721.796 7.545.870 ll5,00 139,7 72/103 12,60 59,80 47,20 4,20 0,09 P2 721.567 7.545.715 148,00 139,7 16 5,50 14,85 9,35 3,30 0,35 P3 721.613 7.545.890 IIO,OO 139,7 75/104 12,80 47,19 34,39 5,50 0,16 P4 721.719 7.545.799 64,00 139,7 32/60 15,35 58,00 42,65 6,00 0,14 P5 721.499 7.545.871 120,00 139,7 54/97 3,90 49,18 45,28 5,50 0,12 P6 721.473 7.545.954 144,00 139,7 22 3,40 17,64 14,24 6,50 0,46 P8 721.781 7.545.951 74,00 139,7 71 19,43 54,95 35,52 12,00 0,34 PIO 721.372 7.545.860 82,50 139,7 10,5 3,50 10,30 6,80 2,60 0,38 Pll 721.661 7545.735 300,00 152,4 58/181/270 25,60 181,00 155,4 8,64 0,06 Pl2 721.812 7.545.930 300,00 152,4 178/234 10,00 175,00 165 4,68 0,03 Pl4 721.771 7.545.762 280,00 165,1 143/180 22,60 134,00 lll,4 8,28 0,07

!16

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RIO DO CAPIM

N

+ PB

P7

P3

P5

P2 ........ ., l Localização do poço P'< ::::: I 'Edificação canteiro

Pi3 Direção de fluxo do Rio Estrada Córrego I Rio

FONTE: cervejaria Teresópolls ~Plano Piloto !I I Encosta

Figura 5.10- Planta topográfica do pátio de produção da Cervejaria Teresópolis Ltda. mostrando

a localização dos 16 poços tubulares profundos.

!17

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Figura 5.11 -Poço Pll, construído a 2,50 m abaixo do nível atual da rua, encontra-se sob abrigo

de alvenaria (foto "A"). Na foto "B" o detalhe do banilete de controle operacional.

Figura 5.12- Poço P08, protegido por abrigo metálico.

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Figura 5.13 -Poço PIS, inclinado a 45° e com baixa vazão. Atualmente, encontra-se lacrado

devido a baixa capacidade de produção.

Figura 5.14 - Captação de água do Rio do Capim através de poço tipo cacimba conectado ao

referido rio por tubulação subterrânea.

121

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5.5.2 Caracterização dos elementos contidos no mapa pie.rométrico

As linhas de equipotenciais ou isopiez.as do mapa potenciométrico (Figura 5.15) furam

traçadas com referência as cotas do nível estático (n.e.) dos poços, aplicando-se o método de

interpolação utilizado na cartografia para a determinação de isolinhas ( cwvas de nível) (Oliveira

& Brito, 1998) empregando-se o software Geosis 1.32 Demo.

Os divisores de água subterrânea foram determinados ligando-se cotas mais elevadas que

caracterizam divergência de fluxo em direção as menores cotas imediatamente adjacentes.

As linhas de fluxo indicam o caminho percorrido pela água subterrânea. Estes caminhos

estão direcionados às menores cotas do nível estático {n.e.) geralmente evidenciadas nas

proximidades da área de descarga e perpendiculares as isopiezas, cujas direções oferecem menor

resistência ao fluxo.

As áreas de recarga podem ser determinadas considerando os seguintes fatores:

- áreas imediatamente adjacentes a divisores de água subterrânea;

- áreas internas e/ou imediatamente adjacentes a isopiezas fechadas em contorno;

-áreas onde ocorrem conjuntamente os dois fatores acima descritos;

-áreas entre duas isopiezas com declividade suave {concavidade);

- áreas entre contornos não fechados de uma isopieza;

- áreas adjacentes a elevações isoladas que sugerem dispersão radial de fluxo;

- lagos e córregos elevados, efluentes e influentes, para onde convergem os fluxos

provenientes das maiores cotas e de onde derivam os fluxos para menores cotas.

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RJOOOCAPIM

N

P-Hl +

-20

FONTE Cervejaria TeresópoliS- Piano Piloto!!

Figura 5.15 -Mapa potenciométrico estimado do cristalino mostrando as direções do fluxo sob o

pátio de produção da Cerv~aria Teresópolis Ltda.

125

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5.5.3 Fluxo da água subterrânea no aqüífero granular

Devido à mobilidade do leito dos rios e às constantes variações de velocidades de

sedimentação das partículas sólidas, os depósitos aluviais possuem caracteristicas texturais muito

variadas, o que produz muita heterogeneidade na distribuição das propriedades hidráulicas. Em

casos favoráveis, a investigação detalhada através de sondagens pode levar à caracterização de

um padrão até certo ponto previsível da distribuição faciológica e, portanto, de delimitação das

zonas aqüíferas (Feitosa & Manoel Filho, 1997).

A caracterização da profundidade do nível freático bem como a distribuição faciológica do

pacote sedimentar inconsolidado e a profundidade do embasamento sotoposto pode ser

caracterizada empregando-se métodos diretos por perfuração de poços ou piezômetros, bem

como, indiretamente, empregando-se métodos geofisicos. Dados geofisicos obtidos por SEV' s

nas imediações da Cervejaria Teresópolis Uda. permitiram caracterizar uma variação do nível

freático entre 0,5 ma 5,0 m de profundidade.

Segundo Feitosa & Manoel Filho (1997), a ocorrência de água subterrânea em sedimentos

pouco consolidados apresentam muitas vantagens do ponto de vista do aproveitamento:

a. são tãceis de perfurar ou escavar, o que toma a investigação rápida e menos onerosa;

b. geralmente são encontrados em vales e em áreas onde os níveis da água subterrânea se

apresentam pouco profundos, possibilitando o bombeamento com pequeno recalque;

c. situam-se, freqüentemente, em locais favoráveis à recarga a partir de rios, riachos e

lagoas e até mesmo da infiltração direta das chuvas.

5.6 Interpretação dos dados geoíJSicos

Poucas tarefas em bidrogeologia são mais diticeis do que a locação de poços em rochas

ígneas e metamórficas. Variações de litologia e estrutural, associadas com zonas produtoras de

água localizadas em pontos preferenciais dificultam as investigações geológicas e geofisicas. O

solo e a vegetação muitas vezes mascaram os afloramentos e impedem um mapeamento

geológico detalhado. Além disso, pequenas fraturas que produzem a maior parte da água dos

poços em rochas não intemperizadas não são detectadas por métodos geofisicos. Em algumas

regiões a percentagem de insucesso na perfuração de poços é alta mesmo quando as locações são

feitas por bidrogeólogos experientes (Feitosa & Manoel Filho, 1997). No entanto, o emprego

127

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associado de diferentes ferramentas na caracterização de feições litoestrnturais favoráveis a

ocorrência de água subterrânea tem auxiliado na redução dos insucessos de locação de poços.

Segundo Assis Ferreira et al., (1996), para se obter bons resultados nas locações, nem

sempre os poços deverão estar posicionados no centro dos vales, próximo ao riacho encaixado. A

existência de fraturas viáveis, "perpendiculares" ao riacho pode fàvorecer a locação de poços em

partes mais elevadas e planas.

Alguns estudos empregando diferentes técnicas para caracterização da subsuperficie

visando a locação de poços tubulares profundos em meio anisotrópico, formado por rochas de

idade pré-Cambriana, tem sido empregado com êxito no estado do Rio de Janeiro. Mello et al

(2002) empregando SEV pelo método eletrorresistivimétrico com arranjo simétrico

Schlumberger, em Consetvatória, Municipio de Valença-RJ, Região do Médio Vale do Rio

Paraíba, obtiveram resultados que permitiram a confecção de um mapa do comportamento

eletrorresistivo e de profundidade do topo do embasamento cristalino. Com base nestas

informações, furam locados dois poços tubulares de profundidades 74 me 48 m obtendo vazão

de 13 m'lh e 6 m'lh, respectivamente.

Os trabalhos de geofisica desenvolvidos no pátio da Cetvejaria Teresópolis Ltda.,

ocuparam terrenos com grandes modificações impostas por aterros, enquanto que nos terrenos

vizinhos onde furam realizadas as SEV's por Mello (2004) são ocupados por pastagem, não

apresentando modificações morfológicas significativas. Com base nestas informações e nas

descrições das litologias atravessadas durante as perfurações dos poços da Cervejaria Teresópolis

Ltda., foi possível a correlação destas com os intervalos de resistividades apresentados nos perfis

geoelétricos das SEV's e nas seções geoelétricas obtidas nos CE's gerando os perfis litológicos

mostrados nas figuras 5.16 a 5.17.

128

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M1a

Dll I I i I I \ l,

I 26

PERFIS LITOLÓGICOS COM BASE NAS SEV'S OBTIDAS POR MELLO (2004). M02 M2a M06

•:ol ~ I ,

900

11111 Colúvio

(24CH35ü ohm.m)

I

I ' I ' !

s• I I !

3i5 i I

"~..LJ

.o I I I I ' ' 1 I , I I ! \

I 756 !

Solo Residual (480-LiOO ohm.m)

i4D

M07 MOS

22

2:200

Rocha Alterada {84-3i5 ohm.m)

M09

í1

275 240

Rocha Fraturada (75&-iJJüü ohm.m)

M10 M12

i92

Rocha Sã (:22Cl{J-i4J;_{)Q ohm.m)

M13

Figura 5.16 - Perfis litológicos obtidos com base nas resistividades das SEV' s realizadas por

Mello (2004), nota-se predominância de favorabiiidade à ocorrência de água

subterrânea nas litologias "rochas alteradas" e "rochas fraturadas".

129

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Segundo Mello (2004), dos resultados obtidos na interpretação das 10 (dez) SEV's

realizadas nas proximidade da Cervejaria Teresópolis Ltda. e apresentadas na forma de perfil

litológico na figura 5.16, os seguintes foram favoráveis a ocorrência de água subterrânea:

l. Na SEV-4)1 o georesistor superficial RI de 140 obm.m e 26 m de espessura;

2. Na SEV-02 o georesistor R3 de 900 ohm.m e 30m de espessura que ocorre entre 8 me

38 m de profundidade;

3. Na SEV-02a o georesistor R2 de 84 ohm.m e 21m de espessura que ocorre entre 5 me

26 m de profundidade. Observa que o georesistor R3 de 756 ohm.m que ocorre abaixo de 26m de

profundidade pode representar uma possível zona de fratura do embasamento cristalino em

condições de saturação, mostrando-se favorável a locação de poço tubular profundo da ordem de

80 m, podendo ser aprofundado na pretensão de obter maior vazão;

4. Na SEV-4)6 o georesistor R3 de 315 obm.m com 27 m de espessura que ocorre entre 8 m

e 35m de profundidade;

5. Na SEV -07 o georesistor R2 de 140 ohrn.m e 16 m de espessura que ocorre entre 2 m e

18m de profundidade;

6. Na SEV-08 o georesistor R2 de 212 ohrn.m e 20m de espessura que ocorre entre 2m e

22 m de profundidade;

7. Na SEV-09 o georesistor R3 de 275 ohrn.m e 32m de espessura que ocorre entre lime

43 m de profundidade;

8. Na SEV-10 o georesistor R3 de 240 ohm.m e 36m de espessura que ocorre entre 9 me

45 m de profundidade;

9. Na SEV-12 o georesistor R3 de 250 ohm.m e 56m de espessura que ocorre entre 10m e

66 m de profundidade. Observa que o georesistor R4 de 1.000 ohrn.m que ocorre abaixo de 66 m

de profundidade pode representar uma possível zona de fratura do embasamento cristalino em

condições de saturação, mostrando-se favorável a locação de poço tubular profundo da ordem de

100 m, podendo ser aprofimdado na pretensão de obter maior vazão;

10. Na SEV-13 o georesistor R3 de 192 ohrn.m e 42 m de espessura que ocorre entre 16m

e 58 m de profundidade.

131

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Na correlação das resistividades obtidas nas SEV's TFOl e TF02 realizadas nas

proximidades do pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda., com as litologias dos poços, obteve-se os

perfis litológicos apresentados na figura 5.17.

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PERFIS UTOLÓGICOS COM BASE NAS SEV'S TF01 e TF02

TF1

Colúvio Saturado (20 ohm.m)

TF2

.. Colúvio

(664 ohm.m)

Rocha Alterada ohm.m)

Rocha Sã -'""'+'"·c"'"* ohm.m)

Solo Residual .699 ohm.m)

Figura 5.17 - Perfis iitológicos com base nas resistividades obtidas nas SEV' s TFO 1 e TF02.

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Na correlação das resistívidades obtidas nas SEV's IAG, DRMOl e DRM02 realizadas no

pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda., com as litologias dos poços, obteve-se os perfis litológicos

apresentados na figura 5 .18.

PERFIS UTOLÓGICOS COM BASE NAS """•~'"' SEV-IAG SEV-DRM01

Om ~---·--

0.7 m ,="-=""

e DRM02 SEV-DRM02

Figura 5.18- Perfis litológicos com base nas resistividades obtidas nas SEV's IAG, DRMOl e

DRM02.

135

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A correlação dos intervalos de resistividades apresentados na seção geoelétrica do CE-IAG

com as litologias dos poços P2, P3, PS e P9, deram origem ao perfillitológico apresentado na

figura 5.19.

Perfil Utclógioo - !AG

Atemo Compactado Co!úv!o Solo Residual Soio Resídual Saturado Rocha Alterada (:> ·uoo ohm.m) (640-UOO ohm.m} {100-"'1.100 ohm.m) (< 180 ohm.m) {> 1.500 ohm.m)

Figura 5.19 - Perfillitológico gerado a partir da seção geoelétrica IAG.

A correlação dos intervalos de resistividades apresentados na seção geoelétrica do CE­

DRMOl com a litologia do poço P6, deu origem ao perfillitológico apresentado na figura 5.20.

SE 15

Perfil Litológico- DRM01

P6 SEV-DRM02 NW

145m

Om~-------------~---------1------------~-·~-----------~---~

1,7

17 m

Alerrro Compactado (450-1.300 ohm.m)

Colúvio Saturado (10-220 ohm.m)

-Colúvio (220-300 ohm.m)

Solo Residual (> 300 ohm.m)

Figura 5.20 - Perfillitológico gerado a partir da seção geoelétrica DRMO l.

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Nota-se nos perfis litológicos das SEV's IAG, DRMOl e DRM02 (Figura 5.18) e dos CE's

IAG e DRMOl (Ftguras 5.19 e 5.20) a ocorrência de aterro o que não foi caracterizado nas SEV's

desenvolvidas por Mello (2004) e pela Transterra-Foratum Ltda., apresentadas, respectivamente,

nas figura 5.16 e 5.17. A seção geoelétrica DRM02 (Figura 5.9) apresentou grandes anomalias

não sendo possível a realização de uma correlação litológica segura com as litologias dos poços

mais próximos. As anomalias apresentadas nesta seção podem estar diretamente ligadas a

presença de manilhas de concreto destinadas a captação e adução das águas pluviais, a passagem

de fios elétricos até os postes de iluminação e a presença de grande volume de aterro não

homogênio que pode chegar até a 2,5 m de espessura

Na tabela 5.7 encontra-se a correlação das resistividades aparentes dos CE's IAG e DRMOl

com as litologias das camadas situadas abaixo do pátio da Cerv«';Íaria Teresópolis Ltda.

Tabela 5.7 - Correlação das resistividades apresentadas nos CE's (IAG E DRMOl) com as

litologias das camadas situadas abaixo do pátio da Cerv«';Íaria T eresópolis Ltda.

Litologia CE- Resistividade (ohm.m) IAG DRMOI

Aterro LI00-3.600 450-1.300 Colúvio 640-1.100 10-300 Solo Residual 20-LIOO 300-12.000? Rocha Alterada 1.500-3.600

Na tabela 5.8 encontra-se um resumo de correlação das resistividades obtidas nas SEV's

com as litologias das camadas atravessadas e suas respectivas profundidades e espessuras.

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Tabela 5.8 - Correlação das resistividades obtidas nas SEV's com as litologias das camadas atravessadas e suas respectivas

profundidades e espessuras.

Sondagens Elétricas Verticais (SEV's Litologia Mello (2004) !AO DRMOI DRM02 TFOI TF02

Resist. Pro f. Esp. Resist. Prof. Esp. Resist. Pro f. Esp. Resist. Pro f. Esp. Resist. Pro f. Esp. Resist. Pro f. Esp. Aterro

81 I 1 100 0,7 0,7 Saturado Aterro 538 2,4 I ,4 321 2,9 2,2 190 0,8 0,8 Colúvio

66 8,0 5,6 83 9,8 6,9 90 4,7 3,9 20 0,4 0,4 Saturado 240 2 2

Colúvio a a a 417 7,3 2,6 664 I, I l, I 850 5 5

Solo 480 2 2

Residual a a a 1.690 15,9 7,9 1.430 27,7 17,9 3.164 32,3 25,0 1.699 3,8 2,7 589 2,6 2,2 2.100 16 14

Rocha 84 18 16 Alterada a a a 77 >15,9 ? 245 >27,7 '/ 1.791 >32,3 ? 69 10,3 6,5 271 13,6 11 ,O

315 66 56

Rocha 756 38 30

Fraturada a a a 1.000 >66 >34 2.200 18

Rocha Sã a a ? 40.054 >10,3 'I 2.213 >13,6 ? 14.000 >100

-Restsl. - Restshvtdade da camada em ohm.m Prof. = Profundtdade da camada em metros Esp. = Espessura da camada em metros

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5. 7 Análise dos resultados através dos dados geof'JSicos

Em função das informações dos perfis litológicos contidos nas figuras 5.16, 5.17 e 5.18 e

na tabela 5.8, foi possível tecer as seguintes considerações:

O l. valores de resistividade entre 81 ohm.m e 100 ohm.m encontrados na porção superior

das colunas geoelétricas IAG e DRMOl, caracterizam a ocorrência de sedimentos formado por

aterro saturado com espessuras variando, respectivamente, entre l m e O, 7 m como representados

nas seções litológicas IAG e DRMO 1;

02. valores de resistividade entre 190 ohm.m e 538 ohm.m encontrados na porção superior

da coluna geoelétrica DRM02 e imediatamente inferior aos sedimentos formados por aterro

saturado das colunas geoelétricas IAG e DRMOl, caracterizam a ocorrência de sedimentos

formados por aterro não saturados com espessuras variando entre 0,8 me 2,2 m. Esta região do

pacote sedimentar formada por aterro é composta por sedimentos heterogêneos utilizados na

sistematização dos terrenos para a instalação do pátio da ~aria Teresópolis Lt<la.;

03. valores de resistividade entre 20 ohm.m e 90 ohm.m encontrados na porção superior da

coluna geoelétrica TF02 e imediatamente inferior aos sedimentos formados por aterro saturado

das colunas geoelétricas IAG, DRMO 1 e DRM02, caracterizam a ocorrência de sedimentos

coluvionáres saturados com espessuras variando entre 0,4 me 6,9 m;

04. valores de resistividade entre 240 ohm.m e 850 ohm.m encontrados na porção superior

das colunas geoelétricas M02, M2a, MOS, M09, M10, M12, M13 e TFOl, e imediatamente

inferior aos sedimentos coluvionares das demais colunas geoelétricas, caracterizam a ocorrência

de sedimentos coluvionares com espessuras variando entre 1, l m e 5 m. Esta região do pacote

sedimentar quando composta por sedimentos arenosos e areno-siltosos funcionam como áreas de

recarga e bons aqüiferos livres, no entanto, quando formada por sedimentos silto-argil.osos e

argilas tem baixa permeabilidade responsáveis pela furmação de áreas alagadiças;

05. valores de resistividade entre 480 ohm.m e 3.164 ohm.m encontradas na porção

superior das colunas geoelétricas M06 e M07 ou imediatamente inferior aos sedimentos

coluvionares das demais colunas, caracterizam a ocorrência de solos residuais com espessuras

variando entre 2 m e 25 m. As porções de solo residual que apresentam menores valores de

resistividade (480 e 500 ohm.m) estão associados a presença de grande quantidade de água, no

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entanto o aumento dos valores de resistividade estão diretamente correlacionados a diminuição da

saturação. Os solos residuais, devido as suas propriedades mais argilosas, podem funcionar como

zonas semipermeáveis a impermeáveis;

06. valores de resistividade entre 69 ohm.m e 315 ohm.m que pode ser encontrado na

porção superior da colona geoelétrica Mia e nas demais colunas, exceto a coluna MOZ,

imediatamente inferior aos solos residuais, caracterizam a ocorrência de rochas de alteração do

embasamento cristalino, com espessuras caracterizadas variando entre 16m e 56 m. Excetuando­

se as SEV's de Mello (2004) e as TFOI e TF02, as demais não conseguiram delimitar a

espessuras para esta ocorrência litológica. O valor de 1. 791 ohm.m encontrado na SEV DRM02 é

uma anomalia dentro desta litologia, pois excede quase 6 vezes o segundo maior valor

encontrado;

07. valores de resistividade entre 756 ohm.m e 1.000 ohm.m que pode ser encontrados

imediatamente inferior as rochas de alteração nas colonas geoelétricas M02, M2a e Ml2,

caracterizam a ocorrência de rochas do embasamento cristalino fraturado, com espessuras

variando entre 30 m a mais de 34 m. Estas encontram-se em condições de saturação que

identificam a existência de um aqüífero do tipo fraturado;

08. valores de resistividade entre 2.200 obm.m e 40.054 ohm.m indicam rochas do

embasamento cristalino fresco ou são, sem coodições hid:rogeológica de ceder água subterrânea.

Para os valores dos CE · s realiMdas no pátio da Cervejaria Teresópolis Ltda. nas campanhas

IAG e DRM contidos na tabela 5.7 e em função das informações dos perfis litológicos contidos

nas figuras 5.19 e 5.20, foi possível tecer as seguintes considerações:

OL valores de resistividade entre 450 obm.m e 3.600 obm.m encontrados na porção

superior das seções geoelétricas IAG e DRMOI, caracterizam a ocorrência de sedimentos

formado por aterro com espessuras variadas, podendo atingir até 4,5 m;

02. valores de resistividade entre 10 ohm.m e 220 ohm.m encontrados na porção superior

ou imediatamente inferior aos sedimentos furmados por aterro saturado da seção geoelétrica

DRMOI, caracteriV!m a ocorrência de sedimentos coluvionares saturados com espessura máxima

de8m;

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03. valores de resistividade entre 220 ohm.m e 1.100 ohm.m encontrados na porção

.imediatamente inferior aos sedimentos formados por aterro da seção geoelétrica IAG e

imediatamente inferior aos sedimentos coluvionares saturados da seção geoelétrica DRMOl,

caracterizam a ocorrência de sedimentos coluvionares com espessuras variando entre l m e 5 m

na seção litológicas IAG a mais de 15m na seção litológicas DRMOL

04. valores de resistividade entre 180 ohm.m e 12.000 ohm.m encontradas na porção

imediatamente inferior aos sedimentos coluvionares das seções geoelétricas, caracterizam a

ocorrência de solos residuais com espessuras variando entre 10m a mais de 15 m;

05. valores de resistividade entre 20 ohm.m e 180 ohm.m encontradas na porção interna dos

solos residuais da seção litológica IAG, caracterizam a possível ocorrência de solos residuais

saturados com espessuras variadas, podendo atingir na referida seção até 8 m.

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6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

Através dos resultados obtidos com a análise espacial de dados geológicos e de sensores

remotos, bem como pela aplicação de métodos geoelétricos (SEV's e CE's) na área bacia do

Rio do Capim pode concluir que a área de estudo comporta dois sistemas aqüíferos: um granular

e outro fraturado.

O aqüífero granular é composto por sedimentos quaternários aluvionares que se encontram

distribuídos ao longo das drenagens (Figura 3 . 1) e por solos residuais ou in situ provenientes da

alteração das rochas do embasamento (Figura 6.1 ). Nas áreas com declividades entre 0° a 15°

(Figura 4.15), onde os sedimentos quaternários aluvionares ocorrem, funcionam como bons

perooladores de água advinda das chuvas, favorecendo a recarga dos aqüíferos. Os sedimentos

aluvionares sobrepostos aos solos nas imediações das drenagens, podem atingir até lO m de

espessura conforme exemplificado no perfil do Poço P6 (Figura 4.20). Já os solos residuais

provenientes das alterações do embasamento afloram em quase toda a região, estando encobertos

por sedimentos aluvionares nas proximidades das drenagens. Na área ocupada pela Cervejaria

Teresópolis Ltda. os solos residuais apresentam uma espessura que varia entre 4 m e 38 m

conforme apresentado, respectivamente, nos perfis dos Poços P3 e P6 (Figura 4.20).

Figura 6. I -Foto da margem da BR-116 (Km 50) ilustrando um afloramento de solo residual

espesso.

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O aqüífero fraturado é formado por rochas do embasamento, e é composto por uma

seqüência verticalmente descrita (do topo para a base) como: rocha alterada (saprolito), rocha sã

fraturada e rocha sã não fraturada. O saprolito é descrito no perfil de perfuração dos poços como

rocha incoerente, as demais seqüências são descritas especificando a cor do rocha atravessada,

granito branco (leucogranito - pClgr) ou granito (granito com biotita - pCgrgd) com ou sem

fraturas.

A rocha alterada ou saprolito ocorre em toda a área de estudo aflorando em alguns pontos

em espessos pacotes (Figura 62) confirmando as descrições dos perfis dos poços tubulares

profundos apresentados na figura 4.20.

Figura 6.2 Afloramento de rocha alterada ou saprolito que estão associados ao aqüífero

fraturado.

A área onde se encontra instalada a Cervejaria Teresópolis Ltda, superficialmente ocupa a

melhor posição dentro da bacia do Rio do Capim. Seu pátio é cortado por extensos lineamentos

estruturais que ali se intersectam (Figura 4.9), bem como está posicionado nas proximidades da

jusante do Rio do Capim por onde é drenado quase 85% da captação de toda a bacia (Figura 3.2).

Em seu entorno e em boa parte da bacia as áreas situadas na média encosta são vegetadas

(Figuras 1.3 e 6.1) por árvores de grande porte, características da Mata Atlântica, favorecendo a

infiltração e reduzindo o runoff e a evaporação. O pátio mostra em sub-superficie um espesso

pacote sedimentar composto por aluvião, caracterizado como aqüífero livre, e solo residual

sobrepostos a um espesso pacote de rochas alteradas (Figuras 4.20 e 5 .18).

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Os dados de sensores remotos contribuíram não só na extração dos lineamentos

(expressivos ou não), mas também auxiliou o entendimento das diferentes direções estruturais

encontradas na área de estudo. As informações obtidas em campo permitiram validar as

estruturas lineares interpretadas, no entanto, não se encontrou evidências do intenso fraturamento

esperado, composto por fraturas verticais e sub-verticais conectadas com fraturas de alívio sub­

horizontais favoráveis à ocorrência de água subterrânea. Esta conexão, mesmo não sendo

proeminente, é clara na descrição das entradas de água dos perfis dos poços (Figura 4.20). Este

fato mostra que, as informações obtidas tão somente de sensores remotos, não são suficientes

para locação de poços tubulares em àreas localizadas na região do batólito Serra dos Órgãos,

ocupadas pela bacia do Rio do Capim. O emprego isolado da técnica pode induzir a graves erros

na locação de poços tubulares que se destinam à captação de água do aqüífero fraturado.

As fraturas sub-horizontais oriundas de alívio de pressão do batólito Serra dos órgãos na

bacia do Rio do Capim, em função de seu formato esferoidal e da distribuição espacial podem

não apresentar, quando aflorantes, boas áreas de recarga. Em maiores profundidades podem

ocorrer pouco abertas e ou sem conectividade com fraturas verticais e sub-verticais propicias à

ocorrência de água subterrânea, o que as torna pouco produtivas ou secas.

Os dados obtidos revelam que os solos residuais espessos interferem negativamente na

locação de poços, pois mascaram estruturas propícias à ocorrência de água subterrânea. Nestas

circunstâncias o emprego da geofisica torna-se imprescindível O estudo de caso apresentado no

Capítulo 05 mostra seções e perfis geoelétricos obtidos pelo emprego da eletrorresistividade

aliados ao conhecimento litológico local, mostra claramente a distribuição faciológica em

subsuperficie. Resultados positivos como este, permitem a redução considerável de erros de

locação de poços e contribuem na seleção de locações mais favoráveis a produção de água

subterrânea.

A caracterização da distribuição faciológica em subsuperficie favorece também na tomada

de decisão sobre a viabilidade de quanto perfurar. Em certos casos, o objetivo de atingir uma

fratura a maiores profundidades pode não ser a melhor opção, principalmente quando esta se

encontra sotoposta a espessos pacotes de rocha alterada e/ou sedimentos que apresentem boa

permeabilidade, mas sem nenhuma conexão entre si.

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As falhas e fraturas favorecem, no contato, a percolação das águas e a furmação de

espessos pacotes de saprolito e solos residuais. Esta observação foi atestada nos perfis litológicos

obtidos nas Sondagens Elétricas Verticais IAG, DRMOl e DRM02 (Figura 5.18). Nestes perfis é

notável o aumento da espessura do solo residual na direção do leito do Rio do Capim (Anexo

9.1 ). A espessura atinge 25 m no perfillitológico da SEV DRM02 (Figura 5.18) e 38 m no perfil

litológico do poço P6 (Figura 4.20). A espessa camada aliada a baixa permeabilidade inerente aos

solos residuais da alteração das rochas do batólito, faz com que este pacote sedimentar funcione

como aquitard, conferindo aos aqüí:feros sotopostos formados pelo saprolito e fraturas, atributos

de aqüiferos confinados drenantes.

No caso da Cervejaria Teresópolis Ltda., o grande número de poços profundos perfurados

numa área relativamente pequena pode provocar a interferência entre os mesmos. Isto reduz

consideravelmente a eficiência dos aqüiferos, provoca danos estruturais aos mesmos e perda da

qualidade da água captada advinda da sobre explotação. A captação feita no aqüífero sedimentar

(aluviões) através de poços rasos, mostra-se como alternativa interessante para se complementar a

água de boa qualidade e fomentar o aumento de produção da Cervejaria Teresópolis Ltda.

Os resultados obtidos com o emprego da eletrorresistividade usando diferentes arranjos

permitiu tecer as seguintes considerações:

O emprego do Caminhamento Elétrico por arranjo tipo Dipolo-Dipolo mostrou-se eficiente

na caracterização lateral e em profundidade das seções litológicas presentes na área de estudo. No

entanto, em função do arranjo a profundidade mapeada é limitada a ordem de poucos metros;

O emprego da Sondagem Elétrica Vertical mostrou-se muito eficiente na caracterização e

distribuição das litologias em subsuperficie. Ela permitiu a identificação do comportamento do

gradiente topográfico para cada camada atravessada e suas respectivas espessuras;

152

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7 RECOMENDAÇÕES

Os resultados obtidos nesta dissertação de mestrado permitem a sugestão das seguintes

recomendações para locação de poços tubulares rasos ou profundos na região da bacia do Rio do

Capim, a saber:

L extração de lineamentos a partir de cartas topográficas, fotografias aéreas e imagens de

satélite com diferentes resoluções espaciais. Em questões regionais pode-se utilizar imagens dos

sensores TM do Landsat 5 ou ETM+ do Landsat 7; ASTER-Terra; SRTM ou mesmo dados do

RADARSAT. Para estudos de detalhe, sugere-se a aquisição de imagens do IKONOS ou mesmo

do Quick Bird na ausência de fotografias aéreas em escala adequada. Cabe ressaltar, que quanto

maior a resolução espacial, maior o preço da cena e este custo deve ser avaliado dentro do projeto

(relação custo- beneficio);

2. análise e seleção dos diferentes domínios estruturais mapeados pelos dados de sensores

remotos. Seleção de áreas chaves para mapeamento estrutural em escalas diferenciadas, visando o

reconhecimento em campo de estruturas mapeadas pelos dados de sensores remotos;

3. após o entendimento das estruturas e domínios estruturais, selecionar áreas testes para a

aquisição geofisica empregando métodos elétricos, no intuito de complementar o estudo da área

em questão;

4. sugere-se o emprego do Caminhamento Elétrico (CE's) por arranjo tipo Dipolo-Dipolo

para estudo dos aqüíferos livres, granulares ou fraturados, quando objetiva-se a instalação de

poços rasos para captação de água do freático;

Sugere-se o emprego de Sondagem Elétrica Vertical (arranjo Schlumberger) na

identificação das condições favoráveis para locação a maiores profundidades e para se detalhar as

anomalias identificadas nos CE · s. As SEV' s deverão ser posicionadas sobre as anomalias

identificadas nos CE' s na tentativa de validá-las.

Em especial, recomenda-se a Cervejaria Teresópolis Ltda., uma das maiores interessadas na

preservação dos aqüiferos situados dentro da bacia do Rio do Capim, a partir dos resultados deste

trabalho de pesquisa, que seja iniciado, um rigoroso e imediato monitoramento dos aqüíferos

situados no seu entorno. O monitoramento teria por finalidade mapear a ocorrência das águas

superficiais e subterrâneas. Sugere-se ainda que seja incentivada a recuperação de áreas

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degradadas na bacia e de suas APP's (Áreas de Preservação Permanente) situadas às margens dos

corpos hídricos superficiais pelo reflorestamento com espécies nativas. Concomitante, poderia ser

efetuado o manejo efetivo do solo, a fim de se garantir o aumento das áreas de recarga, e,

conseqüentemente, se reduzir o runoff e favorecer a infiltração. Desta forma, haverá decréscimo

das perdas de solo por erosão superficial e voçorocas, coibindo seu avanço, preservando e

aumentando a produtividade das terras agricultáveis. Outro ponto importante seria a melhoria ou

implantação de práticas agropastoris conservacionistas, incentivando a redução do uso de

agrotóxicos e fertilizantes químicos. O objetivo seria o de garantir a manutenção da boa

qualidade das águas e redução nos riscos de contaminação dos mananciais hídricos superficiais e

subterrâneos.

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9 ANEXO

R!OOOCAP!M

N

P-% +

FOmE Cefvejarta Teresôpolis- Plano Piloto 11

CE Ponto Coord. E Coord. N XO =O m 721641,50 7545718,52

IAG Xf =260m 721469,85 7545913,82 XO =O m 721486,86 7545892,57

DRMOl Xf =160m 721386,88 7546017,49 XO =O m 721674,25 7545734,79

DRM02 Xf=210m 721481,84 7545651,52

SEV Coord. E Coord. N IAG 721577,38 7545795,46 DRMOI 721546,29 7545826,85 DRM02 721434,28 7545958,94

Anexo 9.1-Mapade posicionamento das SEV's (IAG, DRMOI eDRM02) e dos CE's (IAG,

DRMOl e DRM02).

163