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01 - (EsPCEX/2015) Assinale a única opção em que a palavra “a” é artigo. a) Hoje, ele veio a falar comigo. b) Essa caneta não é a que te emprestei. c) Convenci-a com poucas palavras. d) Obrigou-me a arcar com mais despesas. e) Marquei-te a fronte, mísero poeta. TEXTO: 1 - Comum à questão: 2 Texto I 01 Marketing viral ou publicidade viral são técnicas de marketing que 02 tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir maior 03 divulgação de uma marca. São processos parecidos com o de uma 04 epidemia, uma doença. 05 Inicialmente, marketing viral era a prática de vários serviços livres 06 de e-mail de adicionar publicidade às mensagens que saem de seus 07 usuários para alcançar um usuário suscetível, que será infectado e 08 reenviará o e-mail a outras pessoas suscetíveis, infectando-as também. 09 Atualmente, o conceito de marketing viral não está associado a 10 uma ameaça para o computador, e o termo “viral” está relacionado 11 com a velocidade de propagação da informação. Adaptado de www.significados.com.br Texto II 01 Os vírus são seres muito simples e pequenos, formados basicamente 02 por uma cápsula proteica envolvendo o material genético. A palavra 03 “vírus” vem do latim virus, que significa fluido venenoso ou toxina. 04 Atualmente, a palavra é utilizada para descrever os vírus biológicos, 05 além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza 06 de forma parasitária, como ideias. O termo “vírus” de computador 07 nasceu por analogia. Adaptado de www.sobiologia.com.br Texto III

 · Web view( )O substantivo “senda” e o verbo enveredar (“enveredei”) formam uma única metáfora, a metáfora do caminho. ( )Em linguagem não metafórica, teríamos algo

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01 - (EsPCEX/2015) Assinale a única opção em que a palavra “a” é artigo.

a) Hoje, ele veio a falar comigo.b) Essa caneta não é a que te emprestei.c) Convenci-a com poucas palavras.d) Obrigou-me a arcar com mais despesas.e) Marquei-te a fronte, mísero poeta.

TEXTO: 1 - Comum à questão: 2

Texto I01 Marketing viral ou publicidade viral são técnicas de marketing que 02 tentam explorar

redes sociais pré-existentes para produzir maior 03 divulgação de uma marca. São processos parecidos com o de uma 04 epidemia, uma doença.

05 Inicialmente, marketing viral era a prática de vários serviços livres 06 de e-mail de adicionar publicidade às mensagens que saem de seus 07 usuários para alcançar um usuário suscetível, que será infectado e 08 reenviará o e-mail a outras pessoas suscetíveis, infectando-as também.

09 Atualmente, o conceito de marketing viral não está associado a 10 uma ameaça para o computador, e o termo “viral” está relacionado 11 com a velocidade de propagação da informação.

Adaptado de www.significados.com.br

Texto II01 Os vírus são seres muito simples e pequenos, formados basicamente 02 por uma

cápsula proteica envolvendo o material genético. A palavra 03 “vírus” vem do latim virus, que significa fluido venenoso ou toxina.

04 Atualmente, a palavra é utilizada para descrever os vírus biológicos, 05 além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza 06 de forma parasitária, como ideias. O termo “vírus” de computador 07 nasceu por analogia.

Adaptado de www.sobiologia.com.br

Texto III

www.googleimagens.com

02 - (Mackenzie SP/2015) Sobre o Texto I, assinale a alternativa correta.

a) A palavra suscetível (Ref. 7) pode ser corretamente substituída por “indiferente”, sem que com essa alteração sejam modificados sentidos originais do trecho.

b) A partícula as (Ref. 8) refere-se ao trecho “a uma ameaça para o computador”, estabelecendo coesão anafórica.

c) No trecho associado a uma ameaça para o computador (Refs. 9-10) o uso de acento indicador de crase é opcional na partícula a.

d) A palavra propagação (Ref. 11) pode ser corretamente substituída por “disseminação”, sem que com essa alteração sejam modificados sentidos originais do trecho.

e) Nas palavras inicialmente (Ref. 5) e atualmente (Ref. 9) o sufixo –mente indica que ambas podem ser classificadas como adjetivos.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 3

01 O que havia de tão revolucionário na 02 Revolução Francesa? Soberania popular, 03

liberdade civil, igualdade perante a lei – as 04 palavras hoje são ditas com tanta facilidade 05 que somos incapazes de imaginar seu caráter 06 explosivo em 1789. Para os franceses do 07 Antigo Regime, os homens eram desiguais, e a 08 desigualdade era uma boa coisa, adequada à 09 ordem hierárquica que fora posta na natureza 10 pela própria obra de Deus. A liberdade 11 significava privilégio – isto é, literalmente, “lei 12 privada”, uma prerrogativa especial para fazer 13 algo negado a outras pessoas. O rei, como 14 fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois 15 havia sido ungido como o agente de Deus na 16 terra.

17 Durante todo o século XVIII, os filósofos 18 do Iluminismo questionaram esses 19

pressupostos, e os panfletistas profissionais 20 conseguiram empanar a aura sagrada da coroa. 21 Contudo, a desmontagem do quadro mental 22 do Antigo Regime demandou violência 23 iconoclasta, destruidora do mundo, 24 revolucionária.

25 Seria ótimo se pudéssemos associar a 26 Revolução exclusivamente à Declaração dos 27 Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela 28 nasceu na violência e imprimiu seus princípios 29 em um mundo violento. Os conquistadores da 30 Bastilha não se limitaram a destruir um 31 símbolo do despotismo real. Entre eles, 150 32 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, 33 quando os sobreviventes apanharam o 34 diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na 35 por Paris na ponta de uma lança.

36 Como podemos captar esses momentos de 37 loucura, quando tudo parecia possível e o 38 mundo se afigurava como uma tábula rasa, 39 apagada por uma onda de comoção popular e 40 pronta para ser redesenhada? Parece incrível 41 que um povo inteiro fosse capaz de se 42 levantar e transformar as condições da vida 43 cotidiana. Duzentos anos de experiências com 44 admiráveis mundos novos tornaram-nos 45 céticos quanto ao planejamento social. 46 Retrospectivamente, a Revolução pode 47 parecer um prelúdio ao totalitarismo.

48 Pode ser. Mas um excesso de visão 49 histórica retrospectiva pode distorcer o 50

panorama de 1789. Os revolucionários 51 franceses não eram nossos contemporâneos. 52 E eram um conjunto de pessoas não 53 excepcionais em circunstâncias excepcionais. 54

Quando as coisas se desintegraram, eles 55 reagiram a uma necessidade imperiosa de 56

dar-lhes sentido, ordenando a sociedade 57 segundo novos princípios. Esses princípios 58

ainda permanecem como uma denúncia da 59 tirania e da injustiça. Afinal, em que estava 60 empenhada a Revolução Francesa? Liberdade, 61 igualdade, fraternidade.

Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução.

São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.

03 - (UFRGS/2014) Considere as seguintes ocorrências de artigo no texto.

I. O artigo definido na referência15.II. O artigo definido singular na referência 17.III. O artigo definido na referência 46.

Quais poderiam ser omitidos, preservando a correção de seus contextos?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

TEXTO: 3 - Comum à questão: 4

Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?

Uma organização não governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuários longe da rede social.

O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder participar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar um contador na rede social.

Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade dos participantes no 33.º dia, no 66.º e no último dia da abstinência.

Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, que poderiam ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.

(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)

04 - (UNIFESP SP/2015) Examine as passagens do primeiro parágrafo do texto:

• “Uma organização não governamental holandesa está propondo um desafio”• “O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuários longe da rede social.”

A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão

a) da retomada de informações que podem ser facilmente depreendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes semanticamente.

b) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alteraria o sentido do texto.

c) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de informação conhecida, e da especificação, no segundo, com informação nova.

d) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.

e) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo qual são introduzidas de forma mais generalizada.

TEXTO: 4 - Comum à questão: 5

Circuito Fechado (1)

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo¹, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Fonte: RAMOS, Ricardo. Circuito Fechado. São Paulo: Martins Editora, 1972. p. 21-22.Glossário: (1) externo: No texto, o termo externo se refere à pessoa que faz serviços externos.

05 - (IFSC/2015) Assinale no cartão-resposta a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S).

01. O substantivo é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral, e é classificado apenas como concreto e abstrato.

02. Os substantivos abstratos designam somente noções, ações, estados e qualidades. 04. No conto “Circuito Fechado” o autor usa substantivos concretos. 08. Os substantivos são variáveis também quanto à flexão de número. 16. Nos substantivos, há variação em três gêneros: masculino, feminino e neutro.

TEXTO: 5 - Comum à questão: 6

Agora me digam: como é que, com tio-avô modinheiro parente de Castro Alves, com quem notivagava na Bahia; pai curtidor de um sarau musical, tocando violão ele próprio e depositário de canções que nunca mais ouvi cantadas, como “O leve batel”, linda,

lancinante, lúdica e que mais palavras haja em “l’s” líquidos e palatais, com versos atribuídos a Bilac; avó materna e mãe pianistas, dedilhando aquelas valsas antigas que doem como uma crise de angina no peito; dois tios seresteiros, como Henriquinho e tio Carlinhos, irmão de minha mãe, de dois metros de altura e um digitalismo espantosos, uma espécie de Canhoto (que também o era) da Gávea; como é que, com toda essa progênie, poderia eu deixar de ser também um compositor popular…

Vinicius de Moraes, Samba falado: (crônicas musicais). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. Adaptado.

06 - (FGV /2016) Ao exaltar a canção “O leve batel”, Vinícius de Moraes emprega adjetivos que exemplificam um tipo de recurso expressivo de natureza sonora que ocorre, de modo mais expressivo, nestes versos também de sua autoria:

a) De repente do riso fez-se o pranto / Silencioso e branco como a bruma.b) De nada vale ao homem a pura compreensão de todas as coisas.c) A minha pátria não é florão, nem ostenta / Lábaro não; a minha pátria é desolação.d) Na melancolia de teus olhos / Eu sinto a noite se inclinar.e) Quero ir-me embora pra estrela / Que vi luzindo no céu.

TEXTO: 6 - Comum às questões: 7, 8

Numerosos trabalhos nos últimos anos procuraram definir as características distintivas da cultura de nosso tempo no contexto da globalização, da mundialização do capitalismo e dos mercados, bem como da extraordinária revolução tecnológica. Um dos mais perspicazes é o de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, A cultura‐mundo – Resposta a uma sociedade desorientada. Ele defende a ideia de que em nossos dias há o enaltecimento de uma cultura global – a cultura‐mundo (...)

Esta cultura de massas, segundo os autores, nasce com o predomínio da imagem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A indústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, “globaliza” os filmes, levando‐os a todos os países, e, em cada país, a todas as camadas sociais, pois, tal como os discos e a televisão, os filmes são acessíveis a todos, não exigindo, para sua fruição, formação intelectual especializada de tipo nenhum. Esse processo se acelerou com a revolução cibernética, a criação de redes sociais e a universalização da internet. Não só a informação rompeu todas as barreiras e ficou ao alcance de todo o mundo, como também praticamente todos os setores da comunicação, da arte, da política, do esporte, da religião etc sofreram os efeitos transformadores da telinha.(...)

(...) algumas afirmações de Cultura‐mundo me parecem discutíveis, como o fato de essa nova cultura planetária ter desenvolvido um individualismo extremo em todo o globo. Ao contrário, a publicidade e as modas que lançam e impõem os produtos culturais em nossos tempos são um sério obstáculo à criação de indivíduos independentes, capazes de julgar por si mesmos o que apreciam, admiram, acham desagradável e enganoso ou horripilante em tais produtos. A cultura‐mundo, em vez de promover o indivíduo, imbeciliza‐o, privando‐o de lucidez e livre‐arbítrio, fazendo‐o reagir à “cultura” dominante de maneira condicionada e gregária, como os cães de Pavlov à campainha que anuncia a comida.

VARGAS LLOSA, Mario. A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura. Tradução Ivone Benedetti.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2013, p. 23‐25.

07 - (IBMEC SP/2016) Ao mencionar o trabalho de Giles Lipovetsky, filósofo, e Jean Serroy, crítico de cinema, o autor intenciona

a) empregá‐lo como argumento de autoridade, a fim de defender uma posição crítica em relação à cultura de massa.

b) refutar a ideia dos escritores de que a cultura de massa é uma conquista da maioria popular sobre a elite intelectual.

c) expor as ideias dos outros escritores e, em seguida, rebatê‐las, mostrando o equívoco de se considerar verdadeiro o acesso à informação possibilitado pela internet.

d) expor um ponto de vista alheio e, em seguida, relativizar algumas declarações feitas no estudo, em especial a respeito do efeito da cultura de massa sobre o sujeito.

e) apoiar‐se em alguns pontos esclarecidos no trabalho, para desenvolver sua própria opinião de que é necessário capacitar intelectualmente o público contemporâneo para garantir fruição artística.

08 - (IBMEC SP/2016) “Individualismo”, para o autor, significa

a) defesa do egoísmo.b) recusa a formas de autoritarismos.c) valorização do altruísmo.d) culto à excentricidade.e) manifestação de subjetivismo.

TEXTO: 7 - Comum à questão: 9

Verão carioca 73

O carro do sol passeia rodas de incêndiosobre os corpos e as mentes, fulminando-os.Restam, sob o massacre, esquírolas1 de consciência,a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.

As árvores decotadas, alamedas sem árvores.O ar é neutro, fixo, e recusa passagemàs viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinasressoa no interior da célula ferida.

Sobe do negro chão meloso espedaçadoo súlfur2 dos avernos3 em pescoções de fogo.A vida, esse lagarto invisível na loca4,ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?

O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,em mil formas de esforço e pobreza e rotina, milhõescurtem a maldição do esplêndido verão.

(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)

1 esquírolas: lascas, pedacinhos2 súlfur: enxofre3 avernos: infernos4 loca: gruta pequena, local sob algo

09 - (FGV /2016) Considere as definições:

– Metáfora é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.– Personificação ou prosopopeia é a figura de linguagem que consiste em atribuir linguagem, sentimentos e ações próprios dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais.– Aliteração é a repetição constante de um mesmo fonema consonantal.

(William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. Gramática reflexiva, 2005)

As definições são exemplificadas, respectivamente, com os seguintes versos do poema:

a) o súlfur dos avernos em pescoções de fogo. / a implorar, sem esperança, um caneco de sombra. / sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.

b) Restam, sob o massacre, esquírolas de consciência, / As árvores decotadas, alamedas sem árvores. / mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,

c) As árvores decotadas, alamedas sem árvores. / ressoa no interior da célula ferida. / ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?

d) A vida, esse lagarto invisível na loca, / O ar é neutro, fixo, e recusa passagem / às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas

e) em mil formas de esforço e pobreza e rotina, milhões / curtem a maldição do esplêndido verão. / O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,

TEXTO: 8 - Comum à questão: 10

O vestidoAdélia Prado

No armário do meu quarto escondo detempo e traça meu vestido estampado em fundo preto.É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas à

ponta de longashastes delicadas.

Eu o quis com paixão e o vesti como um rito, meu vestidode amante.

Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:

eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.De tempo e traça meu vestido me guarda.

Disponível em: <http://inspiredresses.com.br/o-vestido-adelia-prado/>.Acesso em: 18 out. 2015.

10 - (IFGO/2016)

Observa-se que o poema traz sensações evocadas pela autora ao tocar o vestido, ao cheirá-lo e ao vê-lo. Quando se trata de sensações, assinale a figura de linguagem que trata dos sentidos.

a) Catacrese.b) Sinestesia.c) Antítese.d) Polissíndeto.e) Silepse.

TEXTO: 9 - Comum à questão: 11

A ARMA DA PROPAGANDA

1 O governo Médici não se limitou à repressão. 2 Distinguiu claramente entre um setor significativo mas 3 minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa 4 da população que vivia um dia a dia de alguma esperança 5 nesses anos de prosperidade econômica. A repressão 6 acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda 7

encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o 8 segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo 9 contou com o grande avanço das telecomunicações no país, 10

após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a 11 expansão do número de residências que possuíam televisão: 12 em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham 13 televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por 14 essa época, beneficiada pelo apoio do governo, de quem se 15 transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se 16 tornar rede nacional e alcançar praticamente o controle do 17 setor. A propaganda governamental passou a ter um canal 18 de expressão como nunca existira na história do país. A 19 promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir 20 da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada 21 no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter 22 importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém 23 segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que 24 embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 25 1970.

Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado.

11 - (FUVEST SP/2016) Nos trechos “acabou com o primeiro setor” (Ref. 6) e “alcançar praticamente o controle do setor” (Ref. 16-17), a palavra sublinhada refere-se, respectivamente, a

a) aliados; população.b) adversários; telecomunicações.c) população; residências urbanas.d) maiorias; classe média.e) repressão; facilidades de crédito.

TEXTO: 10 - Comum à questão: 12

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/disco virtual/galerias/imagem/00000 00447/0000003347.jpg>.

Acesso em: 22 set. 2015.

12 - (IFPE/2016) O humor da tirinha, no texto, foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por parte da personagem Chico Bento da figura de linguagem utilizada por ser seu interlocutor. A essa referida figura de linguagem dá-se o nome de

a) anáfora.b) metonímia.c) perífrase.d) hipérbole.e) aliteração.

TEXTO: 11 - Comum à questão: 13

O texto é um excerto de Baú de Ossos (volume 1), do médico e escritor mineiro Pedro Nava. Inclui-se essa obra no gênero memorialístico, que é predominantemente narrativo. Nesse gênero, são contados episódios verídicos ou baseadas em fatos reais, que ficaram na memória do autor. Isso o distingue da biografia, que se propõe contar a história de uma pessoa específica.

1 O meu amigo Rodrigo Melo Franco de 2 Andrade é autor do conto “Quando minha avó 3

morreu”. Sei por ele que é uma história 4 autobiográfica. Aí Rodrigo confessa ter passado, 5 aos 11 anos, por fase da vida em que se sentia 6 profundamente corrupto. Violava as promessas 7 feitas de noite a Nossa Senhora; mentia 8 desabridamente; faltava às aulas para tomar 9 banho no rio e pescar na Barroca com 10 companheiros vadios; furtava pratinhas de dois 11 mil-réis... Ai! de mim que mais cedo que o 12 amigo também abracei a senda do crime e 13 enveredei pela do furto... Amante das artes 14 plásticas desde cedo, educado no culto do belo, 15 eu não pude me conter. Eram duas coleções de 16 postais pertencentes a minha prima Maria Luísa 17 Palleta. Numa, toda a vida de Paulo e Virgínia – 18 do idílio infantil ao navio desmantelado na 19 procela. Pobre Virgínia, dos cabelos 20

esvoaçantes! Noutra, a de Joana d’Arc, desde os 21 tempos de pastora e das vozes ao da morte. 22 Pobre Joana dos cabelos em chama! Não resisti. 23 Furtei, escondi e depois de longos êxtases, com24 medo, joguei tudo fora. Terceiro roubo, terceira 25 coleção de postais – a que um carcamano, 26 chamado Adriano Merlo, escrevia a uma de 27 minhas tias. Os cartões eram fabulosos. Novas 28 contemplações solitárias e piquei tudo de latrina 29 abaixo. Mas o mais grave foi o roubo de uma 30 nota de cinco mil-réis, do patrimônio da própria 31 Inhá Luísa. De posse dessa fortuna nababesca, 32 comprei um livro e uma lâmpada elétrica de 33 tamanho desmedido. Fui para o parque Halfeld 34 com o butim de minha pirataria. Joguei o troco 35 num bueiro. Como ainda não soubesse ler, 36 rasguei o livro e atirei seus restos em um 37 tanque. A lâmpada, enorme, esfregada, não fez 38

aparecer nenhum gênio. Fui me desfazer de 39 mais esse cadáver na escada da Igreja de São 40 Sebastião. Lá a estourei, tendo a impressão de 41 ouvir os trovões e o morro do

Imperador 42 desabando nas minhas costas. Depois dessa 43 série de atos gratuitos e delitos inúteis, voltei 44 para casa. Raskólnikov. O mais estranho é que 45 houve crime, e não castigo. Crime perfeito. 46 Ninguém desconfiou. Minha avó não deu por 47 falta de sua cédula. Eu fiquei por conta das 48 Fúrias de um remorso, que me perseguiu toda a 49

infância, veio comigo pela vida afora, com a 50 terrível impressão de que eu poderia reincidir 51 porque vocês sabem, cesteiro que faz um 52 cesto... Só me tranquilizei anos depois, já 53 médico, quando li num livro de Psicologia que só 54 se deve considerar roubo o que a criança faz 55 com proveito e dolo. O furto inútil é fisiológico e 56 psicologicamente normal. Graças a Deus! Fiquei 57 absolvido do meu ato gratuito...

(Pedro Nava. Baú de ossos. Memórias 1. p. 308 a 310.)

13 - (UECE/2016) No trecho “abracei a senda do crime e enveredei pela do furto...” (referências 12-13), foi empregada linguagem figurada. Assinale V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se diz sobre esse trecho.

( ) O sentido primeiro do vocábulo “senda” é caminho.( ) No texto, o vocábulo “senda” foi empregado para indicar aquilo que é feito

habitualmente; prática observada; hábito, rotina.( ) O trecho foi composto com duas metáforas: uma expressa pelo vocábulo “senda” e

outra pelo vocábulo “furto”.( ) O substantivo “senda” e o verbo enveredar (“enveredei”) formam uma única

metáfora, a metáfora do caminho.( ) Em linguagem não metafórica, teríamos algo como o que segue: comecei a praticar

crimes, mais especificamente o furto.( ) O verbo abraçar (“abracei”), usado também em sentido figurado, fortalece a

metáfora do caminho, pois, dentre as várias acepções desse verbo, estão as de envolver, tomar como seu, adotar.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência.

a) V, F, F, V, V, V. b) F, F, V, V, F, F. c) V, V, V, F, F, F. d) V, V, F, V, V, V.

TEXTO: 12 - Comum à questão: 14

Leia o excerto do conto “A cartomante”, de Machado de Assis.

Hamlet observa a Horácio que há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.

– Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa...” Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade...

– Errou! interrompeu Camilo, rindo.

– Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria...

Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e depois...

[...]Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta anônima, que lhe chamava imoral e pérfido,

e dizia que a aventura era sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, começou a rarear as visitas à casa de Vilela. Este notou-lhe as ausências. Camilo respondeu que o motivo era uma paixão frívola de rapaz. Candura gerou astúcia. As ausências prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse também nisso um pouco de amor-próprio, uma intenção de diminuir os obséquios do marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato.

Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que a cartomante restituiu-lhe a confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou três cartas anônimas, tão apaixonadas, que não podiam ser advertência da virtude, mas despeito de algum pretendente; tal foi a opinião de Rita, que, por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: – a virtude é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é ativo e pródigo.

Nem por isso Camilo ficou mais sossegado; temia que o anônimo fosse ter com Vilela, e a catástrofe viria então sem remédio.

(Contos: uma antologia, 1998.)

14 - (UNESP SP/2016) Há, no penúltimo parágrafo, o emprego de uma figura de retórica que consiste no alargamento semântico de termos que designam dois entes abstratos pela atribuição a eles de traços próprios do ser humano.Quais são os dois entes abstratos que passam por tal processo? Justifique sua resposta.Como se denomina tal figura de retórica?

TEXTO: 13 - Comum à questão: 15

Leia a crônica de Luís Fernando Veríssimo.

A invasão

A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível. Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada

substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores.

(O Estado de S.Paulo, 31.05.2015.)

15 - (UNESP SP/2016) Em “falta lombada” (2º parágrafo), o cronista se utiliza, estilisticamente, de uma figura de linguagem que

a) representa uma imagem exagerada do que se quer exprimir.b) se baseia numa analogia ou semelhança.c) emprega a palavra que indica a parte pelo todo.d) emprega a palavra que indica o todo pela parte.e) se baseia na simultaneidade de impressões sensoriais.

TEXTO: 14 - Comum à questão: 16

Fotografar a si mesmo vira febre, não importa o lugar

O correto seria "o" selfie ou "a" selfie? O termo não foi dicionarizado em português, mas o uso popular consagrou a inflexão feminina: a selfie. Em 2013, o dicionário Oxford considerou o termo, literalmente "tirar fotos de si próprio", como "a palavra do ano". Mas foi em 2014 que as selfies tomaram o mundo e viraram verdadeira febre entre anônimos e celebridades. Com certo exagero, inclusive.

Tirar fotos de si mesmo com o smartphone tornou-se uma mania que não respeita desastres naturais, despenhadeiros ou funerais. Vale tudo pela pose nas redes sociais, sempre na busca sôfrega pelo melhor ângulo, pois, reza a lenda, ninguém jamais sai feio na selfie. Postar fotos em shows agora é mais importante do que assisti-los. Idem para a pose ao lado de uma porção de comida no restaurante da moda.

Surgiu até um instrumento para que caiba todo mundo na foto e ao mesmo tempo a paisagem do local ao fundo: o bastão de selfie ou "pau de selfie", à venda nos melhores camelôs por 50 reais. O paradoxo é quando alguém pede a outrem: "Pode fazer uma selfie minha?" Só comparável ao "me inclua fora desta".

Adaptado de: http://www.cartacapital.com.br. Acesso em 03/03/2015.

16 - (UEPG PR/2016) Assinale o que for correto em relação às figuras de linguagem.

01. Fotografar a si mesmo vira febre... – metáfora.02. ...as selfies tomaram o mundo. – prosopopeia.04. Vale tudo pela pose nas redes sociais... – eufemismo.08. "...uma mania que não respeita desastres naturais, despenhadeiros ou funerais..." –

perífrase.16. O paradoxo mencionado no texto é construído por meio da relação entre as palavras

selfie e minha.

GABARITO:

1) Gab: E

2) Gab: D

3) Gab: A

4) Gab: D

5) Gab: 14

6) Gab: A

7) Gab: D

8) Gab: B

9) Gab: D

10) Gab: B

11) Gab: B

12) Gab: B

13) Gab: D

14) Gab: Trata-se das palavras “virtude” e “interesse”. O narrador, ao registrar o pensamento de Rita, atribui à virtude a característica humana da preguiça e da avareza; e ao “interesse”, a atividade e a prodigalidade. Esse processo de atribuir características humanas a entes abstratos denomina-se prosopopeia ou personificação.

15) Gab: C

16) Gab: 03