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O normal e o patológico ( Durkheim) Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicado a cada sociedade. Normal Patológico O normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. "Um fato social não pode, pois, ser chamado de normal para uma espécie social determinada senão em relação a uma fase, igualmente determinada, de seu desenvolvimento." (pg 52 - As Regras do Método Sociológico Solidariedade social Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar- se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os

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O normal e o patológico ( Durkheim)

 

Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicado a cada sociedade.

 

 Normal  Patológico O normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.

"Um fato social não pode, pois, ser chamado de normal para uma espécie social determinada senão em relação a uma fase, igualmente determinada, de seu desenvolvimento." (pg 52 - As Regras do Método Sociológico

 

 

 

 

Solidariedade  social

Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).

As Regras do Método Sociológico

1º) Devemos afastar sistematicamente todas as idéias pré-concebidas ao se estudar um fato social

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2º) Nunca devemos limitar nosso universo de pesquisa a grupos de fenômenos previamente definidos e com características exteriores comuns

3º) Os fatos sociais devem ser explorados de acordo com os seus aspectos gerais e comuns, evitando suas manifestações individuais

4º) Para explicar um fenômeno social devemos separar dois estudos: o da sua causa e o da sua função

5º) A pesquisa da causa que determina o fato social deve ser feita entre os fatos sociais anteriores e nunca entre os estados de consciência individual

6º) Devemos buscar a origem primeira de todo processo social de alguma importância na constituição do meio social interno

7º) Um fato social complexo deve ser explicado seguindo o seu desenvolvimento integral através de todas as espécies sociais

Segundo Durkheim o fato social é uma "coisa" objetiva, independente do investigador, dos seus desejos, idéias, valores, interesses, crenças ou concepção de mundo. Essa idéia é contrária ao Psicologismo de Tarde e contra o biologismo da Escola organicista.

Características do fato social:

constrangimentocoação

generalidadeexterioridade

Como se reconhece um fato social?

Pelo poder de coerção que exerce ou que pode exercer sobre os indivíduos, identificado pelas sansões ou resistências a alguma atitude individual contrária. O fato social existe independente dos indivíduos e tem objetividade e generalidade. O fato social é externo às consciências individuais. É social toda maneira de agir, freqüente ou não, fruto de uma coerção exterior.É social tudo o que é geral no espaço de uma sociedade, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais.O fato social independe da nossa consciência e da nossa vontade individualmente mas é fruto do homem coletivo, ou seja, é produto de representações coletivas e de crenças, comuns a um determinado grupo em um determinado momento.

Durkheim não aceita a idéia de Tarde que diz ser o social formado de processos psíquicos. Durkheim afirma que o social não pertence a

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nenhum indivíduo mas ao grupo que sofre pressões e sansões sendo obrigado a aceitá-lo.  Social é modelado pela Consciência Coletiva, que é uma realidade social resultante do contato social.Essa consciência difere da consciência individual, pertencendo a todos enquanto integrados e a nenhum em particular.

A LEI DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL

Segundo Durkheim o social é governado pela LEI DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL e a evolução social tenderá a extrema divisão do trabalho social.

Resultados da divisão do trabalho social:

1) aumento da força produtiva2) aumento da habilidade do trabalho3) permite o rápido desenvolvimento intelectual e material das sociedades4) integra e estrutura a sociedade mantendo a coesão social e tornando seus membros interdependentes5) traz equilíbrio, harmonia e ordem devido a necessidade de união pela semelhança e pela diversidade6) provoca a solidariedade social

SOLIDARIEDADE segundo Durkheim

A solidariedade contribui para a integração geral da sociedadeA solidariedade tem natureza mora Embora algumas formas de solidariedade manifestarem-se apenas nos costumes, ela se materializa no Direito, podendo ser, então, mais facilmente estudada.

O Direito e a Solidariedade Mecânica

Estão definidos dois tipos de sanções nas regras jurídicas:punitivas – Direito Penal restitutivas – Direito Civil, Mercantil, Processual, Administrativo e Constitucional. Cada um desses códigos, ao definir um crime, estará definindo a solidariedade por ele rompida. O crime é, então, o rompimento de uma solidariedade social. Todo ato criminoso é criminoso porque fere a consciência comum, que determina as formas de solidariedade necessárias ao grupo social. Ou seja: na reprovamos uma coisa porque é crime, mas sim é crime porque a reprovamos. A solidariedade social representada pelo Direito Penal é a mais elementar, espontânea e forte, sendo chamada por Durkheim de Solidariedade Mecânica ou por semelhança.

A Solidariedade Mecânica é constituída por um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes entre si. Os membros da sociedade em que domina a Solidariedade Mecânica estão unidos por laços de parentesco. O meio natural e necessário a essa sociedade é o meio

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natal, onde o lugar de cada um é estabelecido pela consangüinidade e a estrutura dessa sociedade é simples. O indivíduo, nessa sociedade, é socializado porque, não tendo individualidade própria, se confunde com seus semelhantes no seio de um mesmo tipo coletivo.

A Lei da Divisão do Trabalho Social e a Solidariedade Orgânica

A Solidariedade Orgânica é fruto das diferenças sociais, já que são essas diferenças que unem os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência. Os membros da sociedade onde predomina a Solidariedade Orgânica estão unidos em virtude da divisão do trabalho social. O meio natural e necessário a essa sociedade é o meio profissional, onde o lugar de cada um é estabelecido pela função que desempenha e a estrutura dessa sociedade é complexa. O indivíduo, nessa sociedade é socializado porque, embora tenha sua individualidade profissional, depende dos demais e por conseguinte, da sociedade resultante dessa união. A sociedade que resulta da divisão do trabalho social predomina, embora a de direito seja mantida.

 DURKHEIM E A CONSCIÊNCIA COLETIVA

Embora Durkheim já tivesse tocado nesse assunto em duas de suas obras (A divisão do trabalho social -1893 e Regras do Método Sociológico - 1894), foi num trabalho publicado na Revista de Metafísica e de Moral de 1898 que ele se deteve diretamente nesse estudo. Sem confundir a Sociologia com a Psicologia ele investiga as analogias entre as leis sociológicas e as leis psicológicas. Vida coletiva tal qual a vida mental é feita de representações. Essas representações individuais podem ser comparadas com as representações sociais. As representações sociais independem do indivíduo e fazem parte da consciência coletiva. Essa consciência transcende a consciência individual, pela sua superioridade e pela pressão que exerce sobre ela.

A consciência coletiva não é uma entidade metafísica fruto de fenômenos sobrenaturais, mas decorre do concurso de vários indivíduos que contribuem, cada um, com uma pequena parcela para o todo. Segundo Durkheim "...em cada uma de nossas consciências há duas consciências: uma, que é conhecida por todo o nosso grupo e que, por isso, não se confunde com a nossa, mas sim com a sociedade que vive e atua em nós; a outra, que reflete somente o que temos de pessoal e de distinto, e que faz de nós um indivíduo. Há aqui duas forças contrárias, uma centrípeta e outra centrífuga, que não podem crescer ao mesmo tempo". Por causa disso que na sociedade o todo não é idêntico à soma de suas partes, mas sim

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distinto dessas. O grupo pensa, sente e age de modo muito distinto do que fariam seus membros isolados.

Algumas frases de Durkheim:

Normal: "...para saber se o estado econômico atual dos povos europeus, com sua característica ausência de organização, é normal ou não, procurar-se-á no passado o que lhe deu origem. Se essas condições são ainda aquelas em que atualmente se encontra nossa sociedade, é porque a situação é normal, a despeito dos protestos que desencadeia." (pg 57 - Da Divisão do Trabalho Social)

"Um fato social não pode, pois, ser chamado de normal para uma espécie social determinada senão em relação a ums fase, igualmente determinada, de seu desenvolvimento." (pg 52 - As Regras do Método Sociológico)

Consciência Coletiva: consciência coletiva é: "...conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria." (pg 342 - Da Divisão do Trabalho Social)

"... o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenças e as práticas da vida religiosa; existindo antes dele é porque existem fora dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas relações comerciais (...) funcionam independentemente do uso que faço delas. (...) Estamos, pois, diante de maneiras de agir, de pensar e de sentir que qpresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais." (As Regras do Método Sociológico)

"...ao mesmo tempo que as instituições se impõem a nós, aderimos a elas; elas comandam e nós as queremos; elas nos constrangem, e nós encontramos vantagens em seu funcionamento e no próprio constrangimento..."

"...talvez não existam práticas coletivas que deixem de exercer sobre nós esta ação dupla, a qual, além do mais, não é contraditória senão na aparência..."

"...toda educação consiste num esforço contínuo para impor às crianças maneiras de ver, sentir e agir às quais elas não chegariam espontaneamente..."

"...desde os primeiros anos de vida, são as crianças forçadas a beber, comer e dormir em horários regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a serem calmas e obedientes; mais tarde,

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pbrigamo-las a aprender a pensar nos demais, a respeitar usos e conveniências; forçamo-las ao trabalho, etc..."

"...a pressão de todos os instantes que sofre a criança é a própria pressão do meio social tendendo a moldá-la à sua imagem e semelhança."

"... se não me submeto às convenções do mundo, se, ao vestir-me, não levo em conta os costumes observados em meu país e em minha classe, o riso que provoco, o afastamento em relação a mim produzem, embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita."

Moral "... a vida social não é outra coisa que o meio moral, ou melhor, o conjunto dos diversos meios morais que cercam o indivíduo."

"... qualificando-os de morais, queremos dizer que se trata de meios constituídos pelas idéias; eles são, portanto, face às consciências individuais, como os meios físicos com relação aos organismos vivos."

"... o indivíduo submete-se à sociedade e na submissão está a condição para que se libere. Liberar-se, para o homem, é tornar-se independente das forças físicas, cegas, ininteligentes; mas ele não o conseguirá, a menos que oponha a tais forças uma grande potência inteligente, sob a qual se abrigue: é a sociedade. Colocando-se à sua sombra, ele se põe de certa forma, sob sua dependência: mas esta dependência é libertadora. Não há nisso nenhuma contradição"

 

 

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SociologiacomociênciaparaDurkheim(RESUMO) - MC

terça-feira, 27 de março de 2007, 10:30:09

Durkheim

Concepção de Ciência e de Sociologia

 

Toda a obra de  Durkheim foi influenciada pela filosofia iluminista, por isto, é preciso lembrar que a crença de que o avanço

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da humanidade, no rumo do aperfeiçoamento, tem as suas normas ditadas por uma força:  a lei do progresso é uma idéia fundamental para pensadores que receberam tal influência.

Na sociologia de Comte o objeto não foi determinado, pois que se devia estudar a Sociedade, mas a Sociedade não existe e muito menos a humanidade. A tradição positivista busca delimitar claramente os objetos das ciências para melhor situá-las no campo do conhecimento. Durkheim (positivista) propõe um objeto: aponta um reino social, com individualidade distinta dos reinos animal e mineral. Trata-se de um campo com caracteres próprios e que deve por isso ser explorado através de métodos apropriados. Mas esse reino não se situa à parte dos demais, possuindo um caráter abrangente:

 

“porque não existe fenômeno que não se desenvolva na sociedade, desde os fatos físico-químicos até os fatos verdadeiramente sociais” (p. 179).

 

Na sua divisão da Sociologia,( cf. p. 41), Durkheim fala também de um reino moral, ao concluir que:  Sociologia constitui “uma ciência no meio de outras ciências positivas” (id., ibid. p. 78).E por ciência positiva entende um “estudo metódico” que conduz ao estabelecimento das leis, resultantes da experimentação: ““Ela [a Sociologia] tem um objeto claramente definido e um método para estudá-lo. O objeto são os fatos sociais; o método é a observação e a experimentação indireta, em outros termos, o método comparativo.

Ao definir o campo de estudo ou objeto da Sociologia, tornou-a uma ciência autônoma (desvinculada da Filosofia) e empírica pois ela tratará apenas dos fatos e as regularidades entre eles, para demonstrar o “como” e não o “porquê”; separa-a também da Psicologia pois não tratará dos estados individuais( subjetivos e psicológicos). Considera “ilegítimo” um estudo sociológico que trata das consciências individuais enquanto geradoras dos fatos sociais. Ele elevou o “fator social” ao status de elemento básico e decisivo para explicar os fenômenos que tinham lugar no “reino social”, e que o social só se explica pelo social e que a sociedade é um fenômeno sui generis, independente das manifestações individuais de seus membros componentes. A causa de um fenômeno social é sempre social.

 

Para ele, as leis penetram a duras penas no mundo dos fatos sociais: “e isto foi o que fez com que a Sociologia só pudesse aparecer num momento tardio da evolução científica”,  “a vida social

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não é outra coisa que o meio moral, ou melhor, o conjunto dos diversos meios morais que cercam o indivíduo” (id., ibid. p. 198).

Em sua obra o funcionamento da sociedade é comparado ao funcionamento de um organismo biológico(vivo), onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. Faz também analogia à adaptação( integração) para sobrevivência.(Funcionalismo)

Por integração entende-se a  adaptação do indivíduo viver de acordo ao que já é dado pelas  instituições centrais como a família, a religião (igreja), o Estado e, nele, o jurídico que é a  exterioridade da moral, a divisão do trabalho e sua função de criação de solidariedade,etc.  Nesta integração, que tem como suportes o consenso, a coesão e, daí, a harmonia e o  equilíbrio, ergue-se uma consciência coletiva (notadamente na solidariedade mecânica) que  se sobrepõe às consciências individuais que as controla e as orienta.”

Na medida em que desenvolve conceitos básicos de coerção, solidariedade, autoridade, representações coletivas etc., está na realidade fundamentalmente preocupado com a manutenção da ordem social.

Só há sociedade onde existi consenso e) a integração adquirirá seu caráter de totalidade homogênea e as consciências individuais se integram a ela na medida em que  internalizem as normas e valores coletivos dela emanados, de seus costumes, enquanto consciência coletiva.O o indivíduo é visto apenas como suporte de normas e valores que a ele se impõem: a força “imperativa e coercitiva” no geral, “imperceptível” e que “determina maneiras de ser, sentir e agir, independente da sua vontade”

 

Bibliografia

 

FORACCHI, Marialice Mencarini, MARTINS, José de Souza. Sociologia e sociedade:

leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1980.

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QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um Toque      de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte, editora UFMG, 1996

 

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Anaturezamoraldosfenômenossociológicossite(RESUMO) -MC

terça-feira, 27 de março de 2007, 10:27:43

Durkheim

A natureza moral dos fenômenos sociológicos.

 

O grupo (e a consciência do grupo) exerce pressão sobre o indivíduo

Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. Para ele, estamos no caos devido à falta de moral na sociedade. A moral está ligada ao consciente coletivo, e só através desta podemos moldar nossa atuação social, particular, intelectual e econômica, encarando a moral como social. Segundo o pensador, existem regras morais a serem seguidas pelos indivíduos, pela sua maneira de ser e de agir e podem ser coagidos pelo fato social, a reações inversas exercidas pela falta de moral.

A Sociologia de Durkheim é, portanto, uma Sociologia da moral pois se busca uma análise dos fenômenos morais, busca também uma explicação dos condicionamentos, dos aspectos centrais da vida social, da vivência moral. Substitui, assim, a ética filosófica pela sociologia da moral.

 

 

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A natureza da ordem social enfatizada na moral torna-se a grande base que perpassa as organizações consolidando-as, homogenizando-as, equilibrando-as  para a coesão, integração. A solidariedade advinda como função da Divisão do Trabalho é realçada com uma necessidade básica que se realiza entre os indivíduos, entre as instituições e entre as funções. Nela estão as normas (expressas no Direito tanto Penal  como Civil) e os valores. Assim, para ele, os problemas econômicos, os políticos e os religiosos inscrevem-se na solidariedade coletiva. Sua Sociologia é portanto, uma  Sociologia da moral pois se busca uma análise dos fenômenos morais, busca também uma  explicação dos condicionamentos, dos aspectos centrais da vida social, da vivência moral. Substitui, assim, a ética filosófica pela sociologia da moral. Pensamos que, com tal formulação pretendia responder as desafio que então se colocava – como se foram e como se mantém a ordem social – e sua resposta está, em grande medida, assentada numa postura doutrinária.

 

 

 

Na concepção durkheimiana ambos são legítimos cientificamente pois eles pressupõem ideais (conceitos e valores) que se fundamentam socialmente. A validade da

sua sociologia passa, então, por uma questão de valores, recusando os estados patológicos

que escapam aos valores da sociedade. A ciência repousa, assim numa base eminentemente

consensual não perpassada pelos conflitos de valores. Mais ainda, como assinala “O valor

que atribuímos à ciência depende, em suma, da idéia que fazemos coletivamente de sua

natureza e de seu papel na vida; é dizer que ela exprime um estado de opinião... Sem

dúvida, pode-se tomar a opinião com um objeto de estudo e dela fazer a ciência; é nisto que

consiste principalmente a sociologia” (1978:239). Por isto “... nós temos fé na ciência”

(1978:239). A ética do autor ao substituir a ética filosófica pela sociologia da moral dando a

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esta o atributo de fé (ainda que “diferente” segundo ele, da fé religiosa) lhe é caro no seu

modelo pois fé supõe necessariamente crença, e ciência exige validade científica. Dizer,

então, que a sociedade se explica a si própria, que o social explica o social, que a natureza

do fato social fala por si mesmo, não passa de um sofisma.

 

No entanto, como observa o autor, a religião é a imagem da sociedade, isto é, ela é

imaginada, ou seja, idealizada. Ela seria, assim, um ideal elaborado pelo homem. Mas,

prossegue o autor, se a religião fosse apenas idealizada (como tantas outras idealizações),

se não tivesse suas raízes fincadas na realidade, não resistiria ao tempo e se tornaria irreal,

caduca, sem qualquer ressonância ou relação (ainda que possam surgir outras idealizações

e, mesmo assim, com base no real). Para o autor, a idealização é condição do homem pois

ele tem a faculdade “... de substituir o mundo da realidade por um mundo diferente para

onde ele se transporta pelo pensamento” (1978:225). Se novas idealizações surgirem e se

elas provocarem conflitos, estes se darão entre ideais diferentes e não entre ideal e real, pois

a faculdade de idealizar é formada e desenvolvida na vida coletiva regida pelas instituições

(com suas normas e valores) das quais a religião faz parte. Ora, o que torna então, no

pensamento do autor, a idealização religiosa como tendo componentes da realidade,

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expressando-a? Exatamente o fato de tudo o que existe na realidade de uma sociedade se

encontrar na religião na forma como Durkheim apresenta o sagrado e o profano. Sendo o

sagrado o conjunto de coisas, crenças, ritos, e símbolos que mantém entre si relações de

coordenação e subordinação e que surge e se renova em situações de efervescências como

produto de uma criação coletiva ( sobrepondo-se às atividades psíquicas) que atribuiu aos

acontecimentos (coisas) propriedades que elas não possuem. Para o autor, se surge e se

renova em situações de efervescências, então, o processo de criação coletiva está radicado

no real. Assim, o sagrado é esta possibilidade de ser acrescentado ao real. Se idealizado, a

origem de tal idealização está intimamente ligada à realidade e a expressa. Se o sagrado

com suas crenças, símbolos e ritos podem ser pensados como uma especulação realizada

pelo coletivo, cabe a ciência desvendá-los para encontrar neles os traços da realidade e

constatar que eles estão remetidos às relações homem, natureza e sociedade. Exatamente

por ser esta expressão do real é que a religião tem “algo de eterno” pois ela conserva e

reforça, através de suas crenças, ritos e símbolos, os sentimentos coletivos e as idéias

coletivas que são, em última instância, sentimentos e idéias da própria sociedade.

 

7;

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 Para Durkheim, a sociedade não é somente o produto da soma ou da justaposição de consciências, de ações e de sentimentos particulares, de maneira que ao misturarmos tais ingredientes, por associação, por combinação ou por fusão, estaríamos assim propiciando o nascimento de algo novo e ainda, de algo externo às consciências em questão. Em sua lógica particular, ainda que o todo seja composto pelo agrupamento das partes, tem também aí origem, uma série de fenômenos que dizem respeito ao todo diretamente, e não às partes que o compõem somente. A sociedade, desse modo, é mais do que a soma dos indivíduos que dela fazem parte, podendo compreender-se a sua gênese somente ao considerarmos o todo e não as partes individualmente.

A força surgida dos sentimentos imanentes à constituição da sociedade de um modo geral, suplanta a força particular dos indivíduos e esta, por sua vez, surge não só da união destes indivíduos contemporâneos num único corpo social, mas também pela colaboração de indivíduos de gerações anteriores que, de uma forma histórica ou não, acabaram por intermédio de suas construções, vindo a auxiliar na modelação do reflexo social surgido no hoje, no presente.

     Para Durkheim, todo o modo de agir permanente ou não, que possa exercer alguma forma de coerção externa ao indivíduo ou ainda, que por apresentar existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter e, por isso, com sentido geral na extensão de uma sociedade, são denominados de fatos sociais.

     Os fatos sociais são criados a partir da maneira como a sociedade percebe a si mesma e ao mundo ao seu redor, só podendo eles ser explicados por intermédio dos efeitos sociais que produzam. Para tanto, utiliza-se a sociedade, como formas de linguagem, de suas lendas, de seus mitos, de suas concepções religiosas, de suas crenças morais, etc.

     As representações coletivas são, segundo Durkheim,

                                                  (...) o produto de uma imensa cooperação que se estende não apenas                               no espaço mas no tempo também; para fazê-las, uma multiplicidade de espíritos                               associaram-se, misturaram e combinaram suas idéias e sentimentos; longas séries                               de gerações acumularam nelas sua experiência e sabedoria. Uma                               intelectualidade muito particular, infinitamente

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mais rica e mais complexa do que                               a do indivíduo está aí concentrada.

     Têm, alguns dos fatos sociais, um formato já bem definido em seus contornos, as chamadas maneiras de ser sociais, como as regras da esfera jurídica, por exemplo, ou as regras morais, os dogmas religiosos e os sistemas financeiros, o sentido seguido pelas vias de comunicação e, mesmo, o estilo das construções, da moda e a própria linguagem escrita. As maneiras de ser e os modos de agir exercem uma coação no sentido de que o indivíduo rume por determinadas condutas e ou por determinadas maneiras de sentir. São uma realidade objetiva e externa a eles e, como os fatos sociais que são, têm a capacidade de influenciar e de arrastar, por assim dizer, a esse indivíduo.

 

A Dualidade dos Fatos Morais        A autoridade proveniente das regras morais postula a noção do dever em um primeiro momento e, muito embora o seu perfeito cumprimento se dê com o esforço pessoal do indivíduo, surge como  desejável em um segundo momento. A  sociedade,  por  exemplo, embora seja dotada de um poder coercitivo sobre nossas atuações particulares, traveste-se de protetora, e passamos a desejar tudo o que ela deseja, isto é, vamos tomando como sendo nossos ideais particulares tudo aquilo o que ela sociedade, tomou como sendo seus ideais, para o coletivo.

          Isso reporta-nos ao sentido da existência de uma realidade autônoma, ou seja, dotada de uma vida e de uma vontade próprias, com superioridade latente sobre os indivíduos e mais perfeita do que eles, anterior e posterior a eles, independente deles e com o poder de autoridade sobre eles, de forma que mesmo em os constrangendo por intermédio do exercício de seu poder de coerção, eles, os indivíduos, ainda assim a amam, por verem-na como sendo sumamente necessária.

     A vida social deve, portanto, ser constantemente estimulada à união e aproximação dos indivíduos, com a intenção de, por reforço dos ideais comuns, manter a coesão e o rumo geral.

 

 

Moralidade e Anomia

     Só se detêm, ou se refream as paixões humanas, frente a um poder moral que os indivíduos respeitem, diz, com propriedade,  Durkheim. Para ele a busca da reconstituição tanto da solidariedade como também da moralidade integradoras são questões primordiais

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nas sociedades industriais. Uma parte ao menos, da responsabilidade nas desigualdades surgidas, bem como nos níveis surgidos de insatisfação dentro das sociedades modernas, é oriunda de uma divisão anômica do trabalho e das várias anormalidades por ela provocadas.

     Na teoria apresentada por Durkheim, uma vez que a divisão do trabalho representa um fato social, o seu efeito primordial seria o de produzir mais solidariedade, e não o de simplesmente aumentar o rendimento das funções divididas. Via ele que, a simples divisão do trabalho, deixava de cumprir o seu papel moral, qual seja, o de tornar solidárias as funções divididas, tornando-se diluente da coesão pretendida, tirando inclusive a moderação necessária à competição existente na vida social e deixando de favorecer uma pretendida harmonia entre as funções.

         O modelo social é, então, uma complexa modelação ou ainda, uma construção permanente, onde os colaboradores são não só os indivíduos das mais variadas origens, mas também os indivíduos dos mais variados períodos históricos imagináveis, a ponto de virmos a ser hoje, o resultado social da construção feita por nossos ancestrais.

     As instituições, bem como a autoridade advinda das regras morais, impõem-se ao indivíduo, sem que possam, contudo, deter um possível movimento humano transformador da realidade. Desse modo, mesmo a rigidez estabelecida, seja por mecanismos sociais, seja por regramentos éticos, é possível de ser modificada, uma vez exista uma combinação de idéias e de sentimentos dirigidos a um mesmo rumo.

     A pena é, para Durkheim, um mecanismo desenvolvido pela sociedade com o fito de punir aqueles que eventualmente tomem atitudes ou que tenham comportamentos que possam ser entendidos como ameaça ao equilíbrio estabelecido e ou determinado por esta mesma sociedade. O suicídio, por sua vez, tem causas objetivas e exteriores aos indivíduos, sendo considerado como um reflexo advindo do seio do estado moral da sociedade.

 

Max WeberAlemanha :  1864 - 1920

 

Filho de família burguesa liberal. Estudou Direito, História, Filosofia, e Sociologia.Manteve contato permanente com Simmel Sombart, Ferdinand Tönies e Georg Lukács.  Defendia o liberalismo e o parlamentarismo.Participou da comissão que elaborou a Constituição de Weimar. Estudou as religiões, relacionando-as  às formações políticas.

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Sociedade em que viveu   Max Weber

A expansão econômica e o pensamento burguês na Alemanha se dão tardiamente- no século XIX sob a influência da história e da antropologia, e sob uma forte concorrência pelos mercados mundiais.

A Alemanha se unifica como Estado nacional mais tarde que o conjunto das nações européias, o que atrasou seu ingresso na corrida  industrial e imperialismo na segunda metade do século XIX.

Eleva-se no país o interesse pela história como ciência da integração, da memória e do nacionalismo.Volta-se para a diversidade  Pensamento social alemãoPreocupa-se com o estudo da diferença, característica de sua formação  política e  de seu desenvolvimento econômicoHerança puritana com apego à interpretação das escrituras e livros sagrados

Associação entre história, esforço interpretativo e facilidade em

discernir a diversidade 

Max Weber   Pensamento social

•        A pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades. Preocupou-se com gênese e formação  das sociedades e suas diferenças . Não se preocupou com a evolução. O conhecimento histórico é um poderoso  instrumento para o cientista social (evidências)

 

A pesquisa baseada na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenças sociais.O caráter particular e específico de cada formação  social e histórica contemporânea deve ser respeitado.

Combina duas perspectivas:

 

•        Histórica, que respeita as particularidades de cada sociedade;

•        Sociológica,que ressalta os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico.

 

Max Weber

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 Método compreensivo

•        Weber achava que uma sucessão de fatos históricos  não  fizesse sentido por si mesmo, pois todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentados.

Propunha o método compreensivo : um esforço  interpretativo do passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas, dando um  sentido social e histórico aos fatos fragmentados e esparsos.

O objeto de investigação  é  a  AÇÃO SOCIAL

 

Max Weber Teoria da ação social

•        O ponto de partida da sociologia de Weber não está nas entidades coletivas, grupos sociais ou instituições, mas na ação social.

•        Não há neutralidade na ciência.Qualquer perspectiva adotada pelo cientista, ela será sempre parcial.

•        A ação social é a conduta dotada de sentido, de uma justificativa subjetivamente elaborada. O homem, enquanto indivíduo, tem  significado e especificidade. É o homem que dá sentido a sua ação social; estabelece  conexão entre entre o motivo  da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos.

 

Max Weber  Indivíduo e sociedade

•        Para Weber não há oposição entre sociedade e indivíduo. As normas sociais só se tornam  concretas quando  se manifestam em cada indíduo sob a forma de motivação.

Cada sujeito age por um motivo que é dado pela tradição, por interesses racionais ou pela  emotividade. O motivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social  na medida em cada indivíduo age levando em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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AÇÃO SOCIALInterdependência entre os indivíduosMotivação e consciência

Realidade

 

socialValores

EconomiaSignificadoPrenoções

Leis CulturaPolíticaReligiãoTradiçãoIndivíduoValores

Tipo ideal

•        É um tipo de instrumento  teórico e abstrato de análise proposto por Weber, que permite conceituar fenômenos e formações sociais e identificar na realidade observada suas manifestações.

•        É uma espécie de modelo, construído a partir de casos particulares, acentuando o que é mais característico e fundante.

•        O modelo permite identificar, comparar e analisar semelhanças e diferenças.

•        Processo indutivo que permite sintetizar o que é essencial na diversidade das manifestações sociais, identificando  exemplares em diferentes tempos e lugares.

•        Para construir o tipo ideal de capitalismo moderno, Weber estuda as diversas características das atividades mercantis e da indústria, suas manifestações particulares tomadas à  realidade histórica.

 

 

 

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•        O capitalismo é uma forma típica, uma organização econômica racional assentada no trabalho livre e orientada para um mercado real, não para mera  especulação . O capitalismo promove a separação entre empresa e residência, a utilização da técnica de conhecimentos científicos e o surgimento do direito e da administração racionalizados.

 

 

Religião e sociedade

•        Esta relação não se dá por meio de instituições, mas  por intermédio de valores introjetados nos indivíduos e transformados em motivos da ação social.

 

 

•        Mostra que no protestantismo  há uma tendência ao racionalismo econômico que predomina no capitalismo.

 

 

 

 

Ética protestante e o espírito do capitalismo

•        Weber relaciona o papel do protestantismo na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno:os adeptos da Reforma Protestante destacaram-se no grandes negócios, tornaram-se empresários bem sucedidos.

 

•        O comportamento  dos indivíduos inseridos no protestantismo tem base na disciplina ascética, a poupança, a austeridade, a vocação, o dever, a propensão ao trabalho, etc

 

•        Desenvolveram um ethos favorável ao capitalismo em oposição à atitude contemplativa e ao alheamento do catolicismo. Os católicos voltavam-se à oração, sacrifício e renúncia da vida prática.

•         

Contribuições de Weber à Sociologia

•        A análise histórica e o método compreensivo : mostrou em seus estudos, a fecundidade da análise histórica e da compreensão qualitativa dos processos históricos e sociais.

 

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•        Introduziu em seus estudos  o papel da subjetividade na ação e na pesquisa social, sendo, assim, capaz de compreender a especificidade das ciências humanas .

•        Vê o homem como um ser diferente dos demais e , portanto, sujeito a leis de ação e comportamento próprios.

 

•        Construiu leis sobre o desenvolvimento das sociedades.

 Que características Weber aponta na sociedade ocidental  que lhe dão um caráter individual e específico, diferenciando-a das demais sociedades, principalmente, as do passado?

2-     Weber analisa diversas instituições sociais modernas, comparando-as com instituições sociais de outras épocas históricas. Escolha umas delas para fazer uma análise comparativa , mostrando o que a diferencia basicamente  em relação às  demais.

3-     Qual a idéia de Weber sobre o lucro? Em que suas idéias são diferentes das idéias de Karl Marx.?

4-     Weber afirma que o capitalismo separou a família da empresa. O que ele quis dizer com isto?

5-     O que se deve entender por “organização  industrial racional”?

6-     Que peculiaridades Weber aponta ao capitalismo ocidental?

7-     Qual  a posição de Weber sobre os movimentos sociais e lutas de classe?

8-     Que relações  há, segundo Weber, entre religião e economia?

9-     Qual o papel da história na  explicação do s fatos sociais?

10-  Que se deve entender sobre a “ética protestante”? E por espírito capitalista?

 

  Atividade: “ A ética protestante e o espírito do capitalismo” de Max Weber. “introdução do autor”, Capítulos I e II. – Leitura estritamente individual.

 

11- Que características Weber aponta na sociedade ocidental  que lhe dão um caráter individual e específico, diferenciando-a das demais sociedades, principalmente, as do passado?

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12- Weber analisa diversas instituições sociais modernas, comparando-as com instituições sociais de outras épocas históricas. Escolha umas delas para fazer uma análise comparativa , mostrando o que a diferencia basicamente  em relação às  demais.

13- Qual a idéia de Weber sobre o lucro? Em que suas idéias são diferentes das idéias de Karl Marx.?

14- Weber afirma que o capitalismo separou a família da empresa. O que ele quis dizer com isto?

15- O que se deve entender por “organização  industrial racional”?

16- Que peculiaridades Weber aponta ao capitalismo ocidental?

17- Qual  a posição de Weber sobre os movimentos sociais e lutas de classe?

18- Que relações  há, segundo Weber, entre religião e economia?

19- Qual o papel da história na  explicação do s fatos sociais?

20-  Que se deve entender sobre a “ética protestante”? E por espírito capitalista?

KARL MARX-CONCEITOS FUNDAMENTAIS

MATERIALISMO DIALÉTICO

A DIALÉTICA HEGELIANA ERA A DIALÉTICA DO IDEALISMOE A DIALÉTICA DO MATERIALISMO É A POSIÇÃO FILOSÓFICA QUE CONSIDERA A MATÉRIA COMO A ÚNICA REALIDADE E QUE NEGA A EXISTÊNCIA DA ALMA, DE OUTRA VIDA E DE DEUS. HEGEL ,COM SEU MÉTODO DIALÉTICO , ENSINOU QUE OS SERES E AS COISAS EXISTEM EM PERMANENTE MUDANÇA, ENTROSADOS UNS COM OS OUTROS ,E QUE SÓ É POSSÍVEL COMPREENDÊ-LOS SE DESDE O INÍCIO FOREM DEVIDAMENTE CONSIDERADAS AS SUAS LIGAÇÕES RECÍPROCAS.MARX UTILIZOU À SUA MANEIRA O MÉTODO DIALÉTICO DE HEGEL E APLICOU-O À ANÁLISE DA EVOLUÇÃO SOCIAL DA HUMANIDADE .A CONTRADIÇAÕ É UMA CATEGORIA CENTRAL, PARA MARX, AO ANALISAR A RELAÇÃO CAPITAL/TRABALHO.

MATERIALISMO HISTÓRICO

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EXPLICAÇÃO DA HISTÓRIA DAS SOCIEDADES HUMANAS, EM TODAS AS ÉPOCAS ATRAVÉS DOS FATOS MATERIAIS ESSENCIALMENTE ECONÔMICOS E TÉCNICOS. A SOCIEDADE É COMPARADA A UM EDIFÍCIO EM QUE A BASE, A INFRA-ESTRUTURA,SERIA REPRESENTADA PELAS FORÇAS ECONÔMICAS, ENQUANTO O EDIFÍCIO EM SI ,A SUPERESTRUTURA, REPRESENTARIA AS IDÉIAS AS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS, RELIGIOSAS , JURÍDICAS E OUTRAS, OS COSTUMES, A ARTE,ETC.

MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

É UMA FORMA DE ORGANIZAR A SOCIEDADE QUE VEIO A PREDOMINAR NO OCIDENTE NO SÉCULO XIX, EXPANDINDO-SE POR TODO O MUNDO, SOBRETUDO NO SÉCULO XX. A BASE DA PRODUÇÃO É A PROPRIEDADE PRIVADA. MARX DIVIDE AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO EM DUAS: A BURGUESIA E O PROLETARIADO, AS QUAIS VIVEM EM CONSTANTE LUTA ENTRE SI: LUTA DE CLASSE. PARA MARX O CAPITALISMO SERIA SUPERADO PELO SOCIALISMO E PELO COMUNISMO. EXISTEM DUAS FORMAS DE CONTRADIÇÃO BÁSICAS NO CAPITALISMO:

1ª- CONTRADIÇÃO ENTRE MEIOS DE PRODUÇÃO E AS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO;

2ª CONTRADIÇÃO ENTRE O AUMENTO DAS RIQUEZAS E A MISÉRIA CRESCENTE DA MAIORIA.

ISSO LEVA À PROLETARIZAÇÃO E A PAUPERIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

ALIENAÇÃO

A INDUSTRIALIZAÇÃO, A PROPRIEDADE PRIVADA E O ASSALARIAMENTO SEPARAVAM O TRABALHADOR DOS MEIOS DE PRODUÇÃO- FERRAMENTAS, MATÉRIA-PRIMA,TERRA E MÁQUINA-QUE SE TORNARAM PROPRIEDADE PRIVADA DO CAPITALISTA. SEPARAVA TAMBÉM OU ALIENAVA,O TRABALHADOR DO FRUTO DO SEU TRABALHO,QUE TAMBÉM É APROPRIADO PELO CAPITALISTA .ESSA É A BASE DA ALIENAÇÃO ECONÔMICA DO HOMEM SOB O CAPITAL. POLÍTICAMENTE, TAMBÉM, O HOMEM SE TORNOU ALIENADO, POIS O PRINCÍPIO DA REPRESENTATIVIDADE, BASE DO LIBERALISMO, CRIOU A IDÉIA DE ESTADO COMO UM ORGÃO POLÍTICO IMPARCIAL PARA REPRESENTAR A SOCIEDADE, MAS PARA MARX ,NA SOCIEDADE CAPITALISTA, ESSE ESTADO REPRESENTA, APENAS, A CLASSE DOMINANTE.

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MAIS –VALIA

PARA MARX ,O VALOR EXCEDENTE PRODUZIDO PELO OPERÁRIO É A MAIS-VALIA.O CAPITALISTA PODE OBTER MAIS –VALIA, AUMENTANDO A JORNADA DE TRABALHO:MAIS –VALIA ABSOLUTA OU ATRAVÉS DA TECNOLOGIA, AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE:MAIS -VALIA RELATIVA .A

MAIS-VALIA ABRANGE NÃO SÓ O LUCRO DO CAPITALISTA, COMO TAMBÉM O DINHEIRO QUE ELE É OBRIGADO A RESERVAR PARA O FUNCIONAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO SEU NEGÓCIO, ALEM DE TODAS AS ESPÉCIES DE JUROS OU DE RENDAS QUE A PROPRIEDADE PERMITA AUFERIR.

A democratização da democracia deve levar em conta, para tanto, a preocupação sobre os problemas cotidianos, o que só pode ocorrer com a devolução do poder ao local. O comunitarismo surge como remédio eficaz para a desintegração social advinda do predomínio do mercado e sua ideologia individualista. Seu fim é a restauração das virtudes cívicas e a sustentação dos fundamentos morais da sociedade. O “eu” ancorado na comunidade pressupõe a defesa da visão familiar, a revalorização das etnias, religiões e nacionalismos (desde que “sem” Estados). É esta a essência do “cidadão reflexivo” giddeniano, produto paradoxal do que se chama globalização. E na globalização que Giddens vê, as pequenas e médias empresas são as organizações que congregam os reflexivos cidadãos da economia digital, portadores dos germes de dinamismo capazes de lidar com os riscos da pós-modernidade. Mais incerteza é sinônimo de mais oportunidades, de lucro e inovação. E para inovar é preciso investir em conhecimento, principalmente nos chamados setores dinâmicos (finanças, computação, telecomunicações, biotecnologia e comunicação).

A base de tudo, entretanto, é a educação. Diz Giddens (2001, p. 78): “A principal força no desenvolvimento de capital humano obviamente deve ser a educação. É o principal investimento público que pode estimular a eficiência econômica e a coesão cívica”. Não uma educação estática, baseada na formação para a vida adulta. Mas educação para adquirir competências a serem desenvolvidas ao longo da vida. Para cumprir essa e outras funções sociais, o Estado é importante. Mas ele deve atuar mais como fomentador do que como fornecedor dos serviços. É aí que as agências do Terceiro Setor ganham um papel específico.

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Antes consideradas como refugo para cessão de dinheiro excedente e equipamentos obsoletos, as chamadas organizações não-governamentais (ONGs) sem fins lucrativos não se portam mais como filantropas frias e distantes, mas como incubadoras de novas oportunidades de inovação das relações sociais. Os motivos: a) combinam eficácia nos negócios com estímulo social; b) são uma alternativa para as desvantagens do mercado, associadas à maximização do lucro, e do governo, burocrata e inoperante; c) dão conta do binômio liberal flexibilidade-eficiência e do seu oposto socialista equidade-previsibilidade. O welfare positivo, portanto, admite o risco da desregulação do mercado de trabalho porque esta é a única forma de gerar riqueza. A Terceira Via, nesse sentido, posta-se como um arsenal teórico-psicológico que tem como diretriz a idéia de “capital humano”, substitutivo da noção de direitos sociais absolutos, que pressupõe o fornecimento direto do sustento econômico pelo Estado. Com a noção de capital humano, temos um projeto político-pedagógico atemporal que tem como objetivo a constituição de um novo sujeito, agente da “portabilidade de capacidade”, pronto para um novo contrato social baseado na autonomia e no desenvolvimento pessoal.

Giddens faz uma ressalva interessante: os mais ricos são os mais “associativos”. Os mais pobres não estão integrados, longe de qualquer envolvimento cívico. É isso que justifica a necessidade dos empreendimentos econômico-sociais, que liderados por jovens líderes empresariais, podem, conjuntamente com os órgãos governamentais, introduzir nas comunidades carentes o chamado “planejamento participativo”. Fundamental para isso é a atividade empresarial-social, principalmente através da educação, pela qual se pode promover o que chama de “redistribuição das possibilidades”. O “welfare positivo”, com base neste “novo sujeito social” e na nova relação Estado / sociedade civil, traz as seguintes promessas: substituição da carência pela autonomia, da doença pela saúde ativa, da ignorância pela educação permanente, da sordidez pelo bem-estar e da ociosidade pela iniciativa.