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AUTISMO – GUIA PRÁTICO O espectro de manifestações autísticas O autismo não é uma condição de "tudo ou nada", mas é visto como um continuum que vai do grau leve ao severo. A definição de autismo adotada pela AMA, para efeito de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades: 1. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. Portanto, dentro da grande variação possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros e assim por diante - como podemos, igualmente, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa. Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia. É comum que crianças autistas inteligentes repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estranho e pedante. 2. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Muitas vezes a criança autista aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento. A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa autista tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.

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AUTISMO – GUIA PRÁTICOO espectro de manifestações autísticas

O autismo não é uma condição de "tudo ou nada", mas é visto como um continuum que vai do grau leve ao severo. A definição de autismo adotada pela AMA, para efeito de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades:

1. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. Portanto, dentro da grande variação possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros e assim por diante - como podemos, igualmente, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa. Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia. É comum que crianças autistas inteligentes repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estranho e pedante.

2. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Muitas vezes a criança autista aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento. A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa autista tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.

3. Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos. Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança autista pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças autistas com a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou animais pré-históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de inteligência superior. As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas destas crianças.

TEACCH* - Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação

O TEACCH foi desenvolvido nos anos 60 no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, e atualmente é muito utilizado em várias partes do mundo. O TEACCH foi idealizado e desenvolvido pelo Dr. Eric Schoppler, e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov.

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O método TEACCH utiliza uma avaliação chamada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar a criança, levando em conta os seus pontos fortes e suas maiores dificuldades, tornando possível um programa individualizado. O TEACCH se baseia na organização do ambiente físico através de rotinas - organizadas em quadros, painéis ou agendas - e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreendê-lo, assim como compreender o que se espera dela. Através da organização do ambiente e das tarefas da criança, o TEACCH visa desenvolver a independência da criança de modo que ela necessite do professor para o aprendizado, mas que possa também passar grande parte de seu tempo ocupando-se de forma independente. As maiores críticas ao TEACCH têm sido relacionadas à sua utilização com crianças de alto nível de funcionamento. A nossa experiência tem mostrado que o TEACCH, adequadamente usado, pode ajudar muito estas crianças. Temos conseguido resultados acima do esperado, não de forma súbita e milagrosa, mas como fruto de um trabalho demorado e sempre voltado para as características individuais de cada criança. Outra crítica ao TEACCH é que ele supostamente "robotizaria" as crianças. Em nossa experiência, a tendência de crianças autistas que passam por um processo consistente de aprendizado, ao contrário de se robotizarem, é de humanizarem-se mais e progressivamente. Verificamos que adquirem algumas habilidades e constroem alguns significados. Mesmo que bastante restritos, se comparados com outras pessoas, representam progressos em relação às suas condições anteriores ao trabalho com o método TEACCH.

PECS* - Sistema de comunicação através da troca de figuras

O PECS foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos autistas e com outros distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação.

O sistema é utilizado primeiramente com indivíduos que não se comunicam ou que possuem comunicação, mas a utilizam com baixa eficiência. O nome PECS significa "sistema de comunicação através da troca de figuras", e sua implementação consiste, basicamente, na aplicação de uma seqüência de seis passos.

O PECS visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação ela pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a assim a comunicar-se, e muito provavelmente a diminuir drasticamente problemas de conduta.

Tem sido bem aceito em vários lugares do mundo, pois não demanda materiais complexos ou caros, é relativamente fácil de aprender, pode ser aplicado em qualquer lugar e quando bem aplicado apresenta resultados inquestionáveis na comunicação através de cartões em crianças que não falam, e na organização da linguagem verbal em crianças que falam, mas que precisam organizar estalinguagem.

Como Começar a Usar o PECSPASSO 1 -

As instruções que me foram dadas pela professora com treinamento no “Teacch” e pela fonoaudióloga da primeira escola que meu filho freqüentou são as seguintes:

Eu deveria começar utilizando a foto do PECS de um biscoito-sempre atrativo. O PECS deve ser utilizado junto com a fala e a linguagem dos sinais. Na linguagem dos sinais eu usava “parar”, “esperar”, “não”, “acabou” (no sentido de terminar), “comer” “ajuda”. Fui introduzindo outros sinais como “ir ao banheiro”, “desculpa”, “por favor”. Quando se usa a foto não há necessidade de se utilizar a linguagem dos sinais, só a fala basta. No momento em que o autista começar a usar corretamente o PECS, (mostrar a foto do biscoito), o biscoito deve ser dado imediatamente, não importando horários convencionais para a alimentação. No caso do autista não gostar de biscoito, usar a foto de algo que realmente lhe interesse (brinquedo, TV, etc.). Outras fotos só devem ser

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introduzidas após o autista entender o processo, ou seja: pegar a foto deixada ao seu alcance e mostrá-la e, com isso, obter imediatamente a resposta.

Seguindo as instruções comprei o biscoito preferido pelo Luke: chocolate recheado com baunilha, e deixei o pacote longe da vista dele. Plastifiquei a foto do PECS que representava o biscoito, prendi um imã atrás dela e a coloquei na porta da geladeira, tendo o cuidado de retirar da mesma todos os enfeites.

Fui até o Luke e perguntei se ele queria um biscoito. Não obtive resposta. Tomei-o pela mão e fomos até a geladeira, mostrei a ele a foto e disse apontando para ela, ”biscoito”, “biscoito”. Retiramos a foto da geladeira e dei a ele, imediatamente, o biscoito.

Quando ele terminou de comer um biscoito, repeti a operação, o que tornei a fazer algumas vezes durante o dia. No dia seguinte, Luke acordou pela manhã e foi diretamente até a geladeira de onde retirou a foto e me trouxe. Dois dias depois ele me mostrava a fotografia e falava “biscoito” sem necessitar mais de nenhum estímulo de minha parte.

Quando notei que ele já identificava a foto e a usava para pedir o biscoito, coloquei mais uma foto do PECS na geladeira. Esta representava o leite (que Luke também gostava muito) e repeti a operação. Em uma semana ele estava usando duas fotos para pedir leite e biscoito. Assim comecei a colocar outras fotos de sua preferência, uma de cada vez, e ele as usava para pedir o que queria, mas só repetia o nome do biscoito. Nos outros casos, ele tentava falar juntando a imagem e o som, construindo sua própria fala.

Após Luke estar dominando o uso das fotos de comida, fiz para ele um roteiro de seu dia, escovar os dentes, trocar de roupa, tomar café da manhã…

PASSO 2

Costurei em um cabide um pedaço de pano onde apliquei velcro, e coloquei no quarto dele (sempre no mesmo lugar e bem visível). O processo para ensinar o autista a usar o roteiro é o mesmo do biscoito. Comece pela manhã, ao acordar. Leve o autista até o roteiro e tire a primeira foto que representará a primeira atividade da manhã (como ir ao banheiro urinar ou trocar de roupa, escovar os dentes, etc). Se a primeira ação do dia for escovar os dentes vá ao roteiro tire esta foto falando “escovar os dentes”, mostre bem a foto e coloque-a em uma cestinha, ao lado ou embaixo do roteiro (isso mostrará à criança que é aquela a ação a ser feita naquele momento). Desta maneira, ela aprenderá a falar a palavra e a reconhecer a ação. Quando terminar de escovar os dentes volte ao roteiro e tire a foto da próxima ação, (por exemplo, trocar de roupa) e repita o processo. Será necessário manter este sistema até que o autista comece a compreender o que irá fazer.

Também é importante que, se o autista for à escola ou sair de casa por qualquer razão, ao retornar tenha o roteiro já pronto para o resto do dia. As fotos devem estar em

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seqüência, na ordem em que os atos serão realizados. Se, por algum motivo, não der para fazer uma ação ou se tiver que substituí-la, troque a foto. Com o meu filho eu trocava as fotos sem que ele percebesse, mas, como ele não se apegava muito ao roteiro, usei-o mais para o Luke começar a reconhecer as ações e a falar. Utilizei este sistema durante um ano e depois mantive todas as ações em seqüência, mas não precisava mais tirar as fotos, só ter o roteiro das ações.

Hoje em dia tenho o roteiro só com as atividades diferentes que ele irá fazer, como ir a piscina, ao médico etc.

Também mantenho um calendário semanal que mostra que iremos à praia no sábado, casa da vovó no domingo, ao dentista na terça, escola de segunda a sexta. Desta maneira ele não pede para ir à praia todos os dias. (Este método só deverá ser usado quando o autista dominar o significado inicial do PECS e tiver alguma noção de tempo: hoje, amanhã, etc.).

Mesmo sabendo e fazendo toda sua rotina, Luke muitas vezes se irrita por ser segunda-feira e saber que só irá à praia no sábado.

Acho o calendário importante para dar uma orientação e um sentido de organização ao meu filho e, por isso, continuo trabalhando com ele.

Começamos com o calendário só há alguns meses. Foi necessário porque ele queria ir à praia todos os dias.

PASSO 3

Depois que começar a “Programação Diária”, o calendário, introduza as fotos das ações que serão praticadas na rua, como ir ao supermercado, voltar para casa, ir ao shopping, andar de carro ou ônibus, ir à Igreja, à casa da vovó, etc.

Nunca use a foto de sua casa para representar outra casa (da vovó, ou amiga), pois isso pode gerar confusão: o autista pensará que irá à sua casa e você quer dizer que a casa da vovó. Use outra foto do PECS para representar as outras casas e, se não tiver, tire a foto da casa da vovó ou da tia, amiga etc. É sempre aconselhável usar as fotos do PECS e evitar outras convencionais porque elas podem desviar a atenção do objetivo principal, uma vez que elas têm cores, brilho e outros detalhes que podem distrair a atenção do autista. Mas, se não encontrar uma foto do PECS que represente o que deseja use a foto convencional ou tirada por você.

Antes de sair de casa tenha sempre a programação completa e em seqüência (como ir ao carro, biblioteca, carro, supermercado, carro, voltar a casa). O procedimento é o mesmo: retire a foto do carro e fale “carro” imediatamente vá ao carro. Depois do autista estar no carro retire a próxima foto do roteiro ex: ir a biblioteca - retire a foto coloque dentro do roteiro e vá à biblioteca.

No roteiro que eu construí só cabiam 4 ou 5 fotos na frente do fichário que usei. Quando chegava na penúltima foto eu arrumava a seqüência novamente se tinha que fazer outras coisas na rua. A única foto que pode acabar o roteiro é a da sua casa onde haverá um outro roteiro esperando pelo autista.

Este método ensinará as palavras (falar) e a reconhecer as ações e ajudará, no futuro, o autista saber aonde vai e, assim, evitar ansiedade.

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Não preciso mais usar este roteiro para a rua (usei-o por 2 anos). Hoje em dia meu filho entende quando digo aonde vamos. Mas eu falo sempre: vamos primeiro ao banco depois ao shopping (às vezes tenho que levantar a mão esquerda e dizer primeiro ir ao banco ai levanto a direita depois ao shopping, isso o ajuda a entender melhor, como se estivesse segurando uma bandeja), porque ele pode ficar aborrecido pelo fato da primeira ação não ser aquela que lhe é mais agradável. Com isso, ele vê que iremos ao shopping, mas primeiro temos que ir ao banco.

Também faço isso se ele tem que fazer uma escolha e não consegue se decidir: pergunto se ele quer brincar com a bola usando a mão esquerda ou com o carrinho usando a mão direita e ele bate na mão que eu usei para representar o que ele deseja e fala a palavra “bola” ou “carrinho”. Isso é simples e o ajuda a ver que tem que se decidir.

Só uso o roteiro para rua quando viajamos - porque não é uma coisa que fazemos sempre -, para o aeroporto onde há muitas esperas, muita gente, barulho, e onde acontecem muitos imprevistos. Com isso conseguimos diminuir a sua ansiedade.

PASSO 4

Também use em casa um fichário. Na frente dele coloque duas linhas de velcro e dentro, usando velcro e fotos plastificadas do PECS, tenha um conjunto de atividades como pintar, desenhar, brincar lá fora, brincar com brinquedos, merendar, tomar algum líquido. Deixe esta pasta sempre no mesmo lugar (é melhor ter duas ou mais, uma em cada lugar da casa. Eu tinha duas, uma no quarto dele e uma na sala. Isso vai depender também do tamanho da sua casa).

Lembre-se que a única maneira do autista fazer estas atividades será usando as fotos para pedir a ação, então tire tudo do alcance dela. Assim, a única maneira de brincar de massinha deverá ser pedindo com as fotos. Para começar pergunte à criança o que quer fazer e, juntos, abram o fichário. Se ela não se decidir a escolher, ajude-a, colocando uma foto na frente do fichário, dizendo o nome e fazendo a ação que escolheram em seguida. Com isso o autista vai aprender a escolher e a fazer seu próprio roteiro diário.

Futuramente poderá usar uma linha de velcro na frente do fichário para representar a ação que o autista quer fazer e uma segunda linha para a que não quer fazer (isso só quando ela já estiver compreendendo o método e souber fazer a escolha).

Não uso mais este método. Usei-o por dois anos. Agora o Luke já se expressa, pede o que quer e escolhe o que gostaria e não gostaria de fazer sem nenhum problema. Contudo ele tem este fichário na escola por ser um ambiente bastante movimentado e diversificado e, desta maneira as fotos podem ajudá-lo em caso de necessidade.

PASSO 5

Esconda ou tire do alcance do autista todos os brinquedos. Tire uma foto de cada brinquedo e faça com elas um fichário. Para obter o brinquedo o autista terá que usar as fotos.

No começo, para ensinar o método, vá ao fichário com o autista e tire ou deixe-a escolher o brinquedo que deseja. Lembre-se de dizer sempre, usando a foto, o nome do brinquedo (ou dos brinquedos, uma vez que poderá ter mais que um, sem problemas). Coloque a foto na frente da pasta e, depois que acabar de brincar retorne a foto ao fichário. Tenha esta pasta (é aconselhável que tenha mais de uma), sempre no mesmo lugar – que deve ser de fácil acesso.

Eu tinha só uma, no quarto do Luke e meu filho trazia o fichário para mim, escolhia o brinquedo que desejava, eu colocava com ele a foto na frente do fichário e dizia o nome do brinquedo e eu lhe dava imediatamente.

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Hoje não uso mais este método. Usei-o por dois anos, agora o Luke se comunica, pede para comprar um brinquedo, solicita ajuda para achar um brinquedo que perdeu, contudo, esse método foi muito importante para o seu desenvolvimento.

Outras maneiras de iniciar o PECS

Há uma outra abordagem possível: sentar-se em uma mesa frente a frente com o autista e, no centro da mesa disponibilizar um biscoito (foto e real). Ele deve pegar a foto para receber o biscoito. Lembre-se, você deve orientar o autista na ação, literalmente pegar na sua “mão” e dirigir o movimento. Explico-me, ele deve receber e dar a mesma foto, entretanto, essa situação só será possível se for direcionada.

Neste mesmo exercício há uma interessante variação. Acrescentar duas fotos, sendo apenas uma a representação do objeto desejado (dica importante, não use fotos que representem uma hierarquia de interesses, o autista não pode e nem deve ser confundido, use apenas uma foto que desperte o seu interesse. A outra não deve representar nada, deverá ser rejeitada).

Para esse exercício podemos utilizar a mesa, como descrito anteriormente, ou fixar as fotos na geladeira. O importante é promover o questionamento: - Você quer o biscoito ou a escova de dentes? Aguardar a resposta e, se caso ela não ocorrer, proceder como supracitado: pegar a foto na mão e executar o procedimento elucidado.

Uma interessante possibilidade é incluir mais uma pessoa, com o objetivo de assessorar o autista, nestes exercícios. Esse terceiro elemento será o responsável por orientar o movimento (pegar e doar a foto, qual mão utilizar, ou seja, um fiscal atuante).

Alguns autistas podem ter dificuldades em compreender o uso das fotos e, então, o objeto para eles poderá fazer mais sentido. O que pode ser feito é usar o objeto no começo e depois substituí-lo pela foto. Exemplo: use um copo para indicar bebida e cole a foto do PECS no copo. Depois, retire o copo e só use a foto.

Outros podem apresentar dificuldades motoras para pegar a foto. Nesses casos usar uma foto maior do PECS e colar a foto em uma cartolina para dar volume

poderá ser uma solução. OUTRAS IDÉIAS

Todos estes passos foram fundamentais para o desenvolvimento do Luke. Ele aprendeu a falar, reconhecer com as fotos o que deveria fazer e, com isso, passou a ganhar independência, fazer escolhas. Hoje ainda uso PECS, mas com menos dependência. Tenho o roteiro de atividades do dia na escola, desta maneira ele não fica tão agitado, e uso um calendário em casa com as atividades semanais.

Também utilizo o PECS para disciplina. Tenho três fotos de cada ação errada como gritar, bater nos amigos, bater a cabeça. Se ele faz isso, tiro junto com ele a foto da ação e a colocamos no numero um; se tornar a praticar qualquer outro ato desta lista, colocamos a foto no numero dois e a terceira no três e ai ele receberá o castigo que consiste em sentar-se ao meu lado por um minuto. Algumas vezes contamos até 30, bem devagar (este método foi introduzido quando ele tinha três anos na escola que freqüentava, quando ele cuspia na classe, batia a cabeça, corria das pessoas e agredia os amigos. Quando ele recebia o castigo eu tinha que colocá-lo em uma cadeira e segurá-lo por trás, pois essa era a única maneira de fazê-lo ficar quieto. Eu contava até dez, mas a

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instrução que recebi foi de deixá-lo de castigo por três minutos. Achei muito tempo e notei que ele ficava muito nervoso. Hoje Luke senta-se ao meu lado ou em uma cadeira e conta quando eu mando, o que não dura mais que um minuto).

Para o meu filho esse método funciona, pois ele não gosta de castigo e tem interesse em agradar. Já uso esse método há três anos, mas ele pode não funcionar com todas crianças autistas. O importante é que pais e educadores compreendam cada autista, saibam suas necessidades, seu tempo, a maneira apropriada de corrigi-los e ajudá-los.

Também uso PECS como auxiliar para criar uma história com as fotos, ou quando ele tem dificuldade de me contar como foi o seu dia. Luke pode ter feito muitas coisas, mas só fala muito pouco e de uma só ação. Uso então as fotos para ajudá-lo a lembrar e contar o que fez. Também as uso para contar a ele sobre o meu dia, para mostrar atos que podem e não podem ser feitos, como deve agir e também para dividir coisas por categorias (como o que se come no café da manhã, no almoço, etc.).

O PECS não tem limites para ser usado. Seja criativo e observe os detalhes do comportamento do autista para obter os melhores resultados deste excelente instrumento de ajuda.

Guia para ensinar a usar o banheiro com estrutura TEACCHMuitas crianças autistas têm dificuldades em aprender a usar o vaso sanitário. O que pode funcionar para uma criança pode não funcionar para outras. Aqui vai um resumo do TEACCH de como ensinar a usar o vaso sanitário. Um dos elementos do programa TEACCH é o ensino estruturado “Structure Teaching” que são as ferramentas usadas pelo programa para dar o suporte necessário para que o autista aprenda novas habilidades explorando seu lado forte de aprendizagem visual, motricidade e rotina, com isso ganhando mais independência. Primeiro sempre se deve levar em consideração a perspectiva da criança, de que maneira as características do autismo contribuem para a dificuldade de aprender a usar o vaso sanitário.

a) A dificuldade de compreender e manter uma relação social interfere neste processo. A criança regular, de dois a três anos, quer agradar e fica orgulhosa de estarem crescendo e começando a usar cuequinhas, calcinhas. A criança autista não tem esta motivação.

b) A criança autista tem dificuldade em organizar informações e manter uma seqüência. Por isso seguir a rotina necessária para o processo de usar o vaso sanitário e manter o foco que é necessário neste processo torna-se um desafio.

c) A dificuldade em compreender a linguagem e imitar modelos. Eles podem não compreender o que se espera deles.

d) A dificuldade em aceitar a mudança na rotina. A criança já tem o costume de usar fraldas e está familiarizado com esta rotina, pode não compreender a necessidade desta mudança.

e) Dificuldade em organizar informações sensoriais. Estabelecer a relação entre a sensação que o corpo transmite pedindo para ir ao banheiro e as atividades do dia a dia. Com isso não reconhecem os sinais que o corpo oferece. Para muitos, o banheiro pode ser insuportável, o barulho da descarga, ecos, barulho da água correndo e o vaso sanitário que para eles e uma cadeira com um furo no meio

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com água dentro. No processo de remover a roupa, a temperatura pode afetá-los e a sensação do pano da roupa pelo corpo pode fazer com que a criança não se sinta bem.Começando:

1) No processo de ensinar a usar o vaso sanitário deve-se definir um objetivo realista compreendendo que será um processo lento. Observe a criança para escolher a melhor maneira de começar. De início estabeleça uma rotina incluindo o horário de ir ao vaso sanitário e colete informações sobre a performance da criança. Leve-a ao banheiro a cada meia hora para tentar usar o vaso sanitário. Depois de duas semanas compare os dados das informações coletadas.

A criança se mantém seca por um bom período? Pode-se notar alguma regularidade quando ela esta molhada ou

com fezes? Ela faz uma pausa nas atividades quando está molhada ou com

fezes?Para as crianças que todas as respostas foram “Não”, isso significa que elas ainda não estão preparadas para realizar esta meta. Mas recomenda-se que inclua em sua rotina algumas idas ao vaso sanitário para se familiarizar.Outras informações importantes que se deve coletar:

A criança está compreendendo esta rotina? Como é sua habilidade para vestir-se? A criança demonstra medo ou interesse relacionado ao processo

de ir ao banheiro (reação à descarga, água, papel higiênico e outros)?

Qual o seu nível de atenção neste processo? Como entra ao banheiro (não entra/entra rápido)? Ao tirar a roupa (aceita ajuda, como tirar até o joelho, coxa)? Senta-se no vaso sanitário? Pega o papel higiênico? Usa o papel higiênico? Levanta a tampa do vaso sanitário? Veste sua roupa? Dá descarga?

No final deste processo terá informações suficientes para estabelecer um objetivo apropriado para introduzir o treinamento de usar o vaso sanitário.

2) Estrutura física:Ao começar o processo de ensinar o uso do banheiro queremos que a criança compreenda que este comportamento (fazer xixi, cocô) deve ser feito no vaso sanitário.Com isso inclua o processo de tirar fralda, limpar, colocar a roupa (relacionada com o processo de usar o vaso sanitário) sempre no banheiro (não tire a roupa da criança e nem troque suas fraldas no quarto) para estabelecer a compreensão para que, para isso, usa-se o

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banheiro. Crie um ambiente seguro para ela sem muita estimulação. A criança ficará mais calma e responderá melhor. Pense também nas necessidades físicas (para as crianças que têm dificuldades de locomoção): se necessitam de uma barra de ferro que as ajudem a apoiar seu peso para usar o vaso sanitário. O barulho da descarga, eco do banheiro pode incomodar alguns. Muitas crianças respondem bem a músicas suaves e outros sons que tirem ou diminuam os ruídos naturais do sanitário.

3) Estabelecer suporte visual:Depois de estabelecer um objetivo apropriado para introduzir o vaso sanitário é importante implementar o suporte visual que demonstre as seqüências de cada ação deste processo. Deve usar um objeto ou foto (PECS) que represente a transição de ir ao banheiro e iniciar uma rotina. Depois de estabelecer esta rotina é importante que suporte estas ações visualmente com objetos, fotos (PECS), escrever as seqüências cada passo (se a criança lê). Descrever as seqüências das ações é importante para que a criança reconheça e faça a conexão dos passos que ele deve fazer. Inclua na seqüência o que ela vai fazer depois de ir ao banheiro (como brincar, assistir TV). Problemas específicos:Resolva os problemas durante o percurso sempre levando em consideração a perspectiva da criança e como se pode ajudar a solucioná-los usando estrutura visual.Aqui vão algumas idéias de problemas que pais encontram ao começar este treinamento:

a) Resistência a sentar no vaso sanitário: Deixe sentar no vaso sanitário sem remover a roupa Deixe sentar no vaso sanitário com a tampa fechada Use pinico (se o vaso sanitário for muito alto) Demonstre como sentar no vaso sanitário: use um boneco para

demonstrar, você senta em seguida e depois, a criança senta. Sente junto Ofereça ajuda física se necessário Ajude a compreender por quanto tempo deve permanecer sentado

(deixe-a ouvir uma música e, quando ela acabar, poderá sair. Use um relógio despertador por um minuto).

Quando ela começar a sentar-se ofereça entretenimento - como livro ou outra coisa.

b) Medo da descarga: Não use a descarga até ter algo para ser removido Use a descarga quando a criança estiver longe do vaso sanitário

(como na porta).

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Marque o lugar que acriança deve estar para você usar a descarga e, gradualmente coloque este lugar cada vez mais perto do vaso sanitário.

Avise que vai usar a descarga. Exemplo: “está pronto? 1, 2, 3 e já!” (aperte a descarga).

Deixe a criança usar a descargac) Só quer usar a descarga: Cobrir a descarga para a criança não ver Dê algo para segurar Use seqüências visuais para mostrar quando se usa a descargad) Brincar com água: Ofereça um brinquedo que tenha água para distrair Use um papelão ou uma toalha para cobrir as pernas da criança

enquanto usa o vaso sanitário. Cubra o vaso sanitário até usar. Coloque uma pista visual aonde a criança deve sentar-se.e) Brincar com o papel higiênico: Tire do lugar se estiver causando muitos problemas (substitua

por lenços de papel) Já deixe a mão a quantidade certa que deve usar Apresente pistas visuais para quando deve tirar o papel higiênico

(use clipes para mostrar até a onde deve tirar ou marque com caneta)

f) Não quer se limpar: Tente materiais diferentes (lenço de papel, lenços umedecidos,

toalhinha, esponja). Considere a temperatura do material. Demonstre este processo usando uma bonecag) Não quer fazer xixi em pé (para os meninos): Ofereça um alvo para a criança atingir na água (cereal redondo,

por exemplo). Aumente o tamanho do alvo se necessário (use alguns cereais

formando um círculo). Use corante para mudar a cor da água e obter a atenção da

criança.h) Quer manter a fralda: Corte o fundo da fralda aos poucos, e ofereça outra fralda

quando sentar no vaso sanitário. Use boneca para demonstrar o procedimento Aumente a quantidade de fluidos (água, suco) e fibra na dieta.

4) Comunicação:É importante estabelecer uma maneira da criança se comunicar e conseguir independência. É necessário que ela consiga comunicar

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suas necessidades de ir ao banheiro. Por exemplo, se a criança quando quer ir ao banheiro anda de um lado para o outro indicando para as pessoas que a conhecem que necessita ir ao vaso sanitário, use esta oportunidade para ensiná-la a usar a comunicação sistemática como objetos, fotos (PECS), linguagens de sinais, palavras.

5) Exemplo de como coletar informações:Nome: Data que começou:

1º Dia 2º Dia 3º Dia 4º Dia 5º Dia 6º DiaHora calça toalet

ecalça toalet

ecalça toalet

eCalça toalete calça toalet

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O computadorO uso do computador como apoio a crianças portadoras de autismo é relativamente

Recente em comparação às outras intervenções citadas. Existem poucas informações disponíveis, mesmo na Internet, sobre a utilização do computador como apoio ao desenvolvimento destas crianças. Algumas crianças ignoram o computador, enquanto outras se fixam em determinadas imagens ou sons, sendo muitas vezes difícil decifrar o que tanto as atrai.

A AMA de São Paulo desenvolveu uma técnica que teve resultados muito interessantes. Consiste na utilização do computador como apoio ao aprendizado da escrita em crianças que já haviam adquirido a leitura e, por dificuldades na coordenação motora fina ou por desinteresse, não conseguiam adquirir a escrita através dos métodos tradicionais de ensino.

O programa utilizado não era nenhum programa especialmente desenvolvido para isto, mas sim um programa de desenho comum, como o "Paint Brush", ou “Paint”. A sistemática,

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muito simples, apresentou resultados positivos comprovados em pelo menos três crianças que apresentavam uma resistência muito grande ao aprendizado da escrita, e com as quais haviam sido tentadas diversas técnicas de ensino, sem sucesso durante pelo menos um ano.

Inicia-se com traços simples e sessões muito curtas, com apoio sempre que necessário. O trabalho vai evoluindo em tempo e complexidade na medida em que a criança vai conseguindo movimentar o mouse da forma esperada e sem apoio.

Depois de algum tempo é introduzido o quadro negro, e depois o lápis e papel. É muito importante limitar o espaço disponível para desenho ou escrita. No início esse espaço é maior, e vai diminuindo na medida em que a criança vai desenvolvendo a habilidade.

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Fonte:www.teacch.com/toilet.htm

Fonte: http://www.appda-algarve.pt/docs/autismoguiapratico.pdf