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27 CONTABILIDADE APLICADA INTRODUÇÃO Teoria e Prática Contábil: Antagônicas ou Complementares? Por André Charone Tavares Lopes Assim como ocorre em diversas outras ciências, especialmente nas tidas como sociais aplicadas, existe na Contabilidade ainda uma grande disparidade entre o conhecimento teórico e a prática profissional, a qual, na maioria das vezes, parece pautada meramente em normas e regras, em negligência do doutrinário e científico. Muitos profissionais foram educados, desde o tempo da academia, a especializar seu conhecimento apenas naquilo que o mercado exige mais, ou seja, a prática profissional. No entanto, de nada adianta o conhecimento do “como fazer” sem o embasamento do “por que” se está fazendo. Em outras palavras, o profissional que se atém exclusivamente ao trabalho laboral e corriqueiro acaba desenvolvendo uma visão deveras limitada, tornando-se incapaz de pensar por si mesmo e aceitando supostas verdades como se verdadeiras fossem sem um prévio julgamento crítico. Citando o notável Economista francês Jean Fourastié, “O atraso das ciências econômicas e sociais em relação às ciências da matéria é uma das causas das infelicidades da humanidade. A técnica arrasta o homem para horizontes imprevistos”. A Contabilidade surgiu ainda na pré-história, como uma forma de atender a uma necessidade prática: controlar a riqueza. À medida que o homem primitivo deixou de ser nômade, desenvolvendo a agricultura e a criação de animais, passou a definir conceitos de propriedade, utilizando instrumentos rudimentares (como, por exemplo, pedras e fichas de barro) para registrar o seu patrimônio. Em outras palavras, a necessidade de controle da riqueza fez com que o homem primitivo desenvolvesse mentalmente um sistema que atendesse àquela carência e, em seguida o colocasse em prática. Considerando que o conhecimento contábil não é estático e, deste modo, evoluiu juntamente com a civilização humana. O surgimento das primeiras comunidades, o desenvolvimento da

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CONTABILIDADE APLICADA

INTRODUÇÃO

Teoria e Prática Contábil: Antagônicas ou Complementares?

Por André Charone Tavares Lopes

Assim como ocorre em diversas outras ciências, especialmente nas tidas como sociais aplicadas, existe na Contabilidade ainda uma grande disparidade entre o conhecimento teórico e a prática profissional, a qual, na maioria das vezes, parece pautada meramente em normas e regras, em negligência do doutrinário e científico.

Muitos profissionais foram educados, desde o tempo da academia, a especializar seu conhecimento apenas naquilo que o mercado exige mais, ou seja, a prática profissional. No entanto, de nada adianta o conhecimento do “como fazer” sem o embasamento do “por que” se está fazendo. Em outras palavras, o profissional que se atém exclusivamente ao trabalho laboral e corriqueiro acaba desenvolvendo uma visão deveras limitada, tornando-se incapaz de pensar por si mesmo e aceitando supostas verdades como se verdadeiras fossem sem um prévio julgamento crítico. Citando o notável Economista francês Jean Fourastié, “O atraso das ciências econômicas e sociais em relação às ciências da matéria é uma das causas das infelicidades da humanidade. A técnica arrasta o homem para horizontes imprevistos”.

A Contabilidade surgiu ainda na pré-história, como uma forma de atender a uma necessidade prática: controlar a riqueza. À medida que o homem primitivo deixou de ser nômade, desenvolvendo a agricultura e a criação de animais, passou a definir conceitos de propriedade, utilizando instrumentos rudimentares (como, por exemplo, pedras e fichas de barro) para registrar o seu patrimônio. Em outras palavras, a necessidade de controle da riqueza fez com que o homem primitivo desenvolvesse mentalmente um sistema que atendesse àquela carência e, em seguida o colocasse em prática.

Considerando que o conhecimento contábil não é estático e, deste modo, evoluiu juntamente com a civilização humana. O surgimento das primeiras comunidades, o desenvolvimento da escrita e a criação da Moeda como instrumento de troca, dentre diversos outros fatores, ocasionaram um crescimento das relações comerciais e da economia, o que passou a exigir da contabilidade instrumentos mais precisos e modernos. Basicamente, quanto mais um povo se desenvolve, maior e mais complexo torna-se o seu patrimônio, exigindo dos profissionais da contabilidade mais dedicação e Empenho em tentar sanar as necessidades dos usuários.

Durante a Idade média, por exemplo, foi desenvolvido no Oriente Europeu, mais precisamente no norte da Itália, o método veneziano de escrituração, mundialmente conhecido como método das partidas dobradas, o qual surgiu como uma forma de atender à grande Expansão das relações de comércio naquela região, ocasionada pelo evento que os historiadores chamam de Revolução Comercial (Séc. X – XIV). O primeiro livro a tratar da referida técnica de escrituração foi publicado na cidade de Veneza, em 10 de novembro de 1494, escrito pelo Frei Franciscano Luca Pacioli e intitulado Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalita (Súmula

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de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade). A obra, que em sua edição original apresentava mais de seiscentas páginas, não foi a primeira a tratar sobre assuntos contábeis, mas teve o seu mérito por introduzir as partidas dobradas na comunidade literária da Contabilidade, dando origem a diversos outros livros que também trataram do assunto.

Surgiu então a primeira escola do pensamento contábil: o Contismo. Era, finalmente, a Contabilidade engatinhando rumo à condição científica.

Com o passar dos anos, o Contismo decaiu, dando lugar a correntes mais modernas. A Contabilidade, entretanto, evoluiu cada vez mais. A culminância dos esforços de incontáveis estudiosos levou enfim a disciplina ao status de Ciência Social, buscando sempre a resposta às questões envolvendo o seu objeto de estudo, o fenômeno patrimonial.

A História evoluiu, vieram as grandes navegações, a revolução industrial, a globalização, o desenvolvimento da informática, o estabelecimento da era do conhecimento e incontáveis outros acontecimentos que alteraram a Sociedade e a economia, cabendo aos profissionais da Contabilidade o mesmo desafio enfrentado pelos homens primitivos há milênios: Questionar os modelos existentes e, com base no conhecimento teórico, desenvolver novas técnicas que, ao serem colocadas em prática, satisfaçam as necessidades por informação.

Como se percebe, a teoria e a prática contábil não são antagônicas, mas sim complementares. Assim, podemos dizer que do mesmo modo que a teoria só possui valor se tiver aplicação prática, a prática só agregará valor se apoiada pela teoria, e não única e exclusivamente por normas e regras.

CONTABILIDADE

Por: Lyndon Johnson

Contabilidade é a ciência que tem por objeto o estudo das variações, qualitativas e quantitativas, ocorridas no patrimônio da entidade. Então, a contabilidade estuda, registra e interpreta (avalia) os atos e fatos financeiros e/ou econômicos que afetam a situação patrimonial de determinada pessoa física ou jurídica.

Contabilidade engloba:

Bens; Direitos e

Obrigações.

A contabilidade surgiu para suprir a necessidade de mensuração da riqueza, considerando:

Variações – Tipos de operações; Volume – Quantidade e

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Valores – De mercado

Principais interessados:

1º Momento – Estado Impostos

Mercado Mensurar o Lucro

2º Momento – Sociedade Civil

Principal impulso: Capitalismo.

Principal ferramenta: Partidas Dobradas.

BENS

Tudo o que possa satisfazer a alguma necessidade econômica da empresa, e que seja suscetível à avaliação monetária. Tem que pertencer à empresa e estar em seu poder.

Tipos:

Tangíveis – os que possuem existência física.

Veículos, Máquinas, Móveis, Semoventes, etc.

Intangíveis – apesar de não possuírem existência física, integram o patrimônio, por serem necessários ao desenvolvimento normal das empresas.

Marcas do Produto, Patentes de Invenção, Ponto Comercial, etc.

DIREITOS

São Bens sobre os quais a empresa exerce domínio, mas que não estão em seu poder.

Exemplo: Venda a prazo

OBRIGAÇÕES

São Bens sobre os quais a empresa não exerce domínio, mas que estão em sua posse.

Exemplo: Empréstimos – dívidas assumidas para com terceiros.

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COMPOSIÇÃO

BENS

Dinheiro R$ 1.000,00

Casa R$ 60.000,00

Móveis R$ 30.000,00

DIREITOS

Empréstimos Concedidos R$ 10.000,00

TOTAL

( B + D ) R$ 101.000,00

OBRIGAÇÕES

Dívidas com a casa R$ 40.000,00

SITUAÇÃO LÍQUIDA

O restante de (B+D-O) = R$ 61.000,00

Então:

Bens + Direitos – Obrigações = Situação Líquida

91.000 + 10.000 – 40.000 = 61.000

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Para a constituição da empresa há a necessidade de se obter os recursos. Existem duas formas (fontes);

01) Recursos Próprios: Dinheiro ou bens da(s) pessoas que se interessaram em constituir a empresa.

Quando do funcionamento, e uma vez gerando lucro, pode-se dizer que esse lucro é uma fonte de recursos, e pode-se considerá-lo como capital próprio.

02) Recursos de Terceiros: Investimento na própria empresa, já constituída.

Importante As fontes de recursos são valores negativos do patrimônio, uma vez que a empresa assume obrigações para com os sócios ou terceiros.

Então, o conjunto de valores representativos das fontes de recursos de uma empresa recebe, em contabilidade, a denominação de PASSIVO.

A aplicação nos Bens e Direitos constituem os valores positivos da empresa. Dessa forma, o conjunto de valores representativos das aplicações de uma empresa recebe, em contabilidade, a denominação de ATIVO.

Pode-se afirmar que para cada aplicação haverá, sempre, uma ou mais fontes de recursos. Da mesma forma, uma fonte de recursos só será sempre utilizada em um ou mais tipos de aplicação.

Por isso se diz que os valores do ATIVO são sempre idênticos aos valores do PASSIVO.

EQUAÇÃO PATRIMONIAL (B + D – O)

1º - Quando Bens + Direitos forem iguais às Obrigações, então a situação patrimonial é nula ou compensada. O que significa dizer que o montante dos Bens + Direitos está comprometido, igualmente, com os valores tomados de terceiros.

2º - Quando Bens + Direitos forem maiores que às Obrigações, então a situação patrimonial líquida é positiva ou superavitária, o que se pode afirmar que a empresa está saneada.

3º - Quando Bens + Direitos forem menores que às Obrigações, nesse caso a situação patrimonial líquida é negativa ou deficitária. Contabilmente falando, esse caso é reconhecido como passivo a descoberto.

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DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS DO ATIVO E DO PASSIVO

Observa-se, então, que o Passivo tem todas as características de fontes de recursos. São valores entregues pelos acionistas ou sócios, o total das dívidas assumidas e ainda os lucros obtidos nos exercícios anteriores.

Com o demonstrativo, ficou esclarecido que o Passivo(-) é realmente a origem dos recursos, porque é dali que saem os recursos que possibilitam a aplicação para a constituição dos componentes do Ativo(+).

Percebe-se que o Ativo só tem surgimento com a aplicação dos recursos conseguidos na fonte, que é o Passivo. Verifica-se, ainda, que o Ativo se compõe dos bens adquiridos e dos *créditos de terceiros (dinheiro emprestado), permanecendo o restante no caixa. *(Visto contabilmente)

Conclui-se dessa forma que:

a) A fonte significa o que foi fornecido pelos sócios e por terceiros e será aplicado na compra de bens.

b) Logo, o total das fontes será sempre igual ao total das aplicações.

c) Se toda a fonte de recursos gera obrigatoriamente um aplicação, então o total do Ativo tem que ser idêntico ao total do Passivo.

CONTAS

Ativo ( + ) (Natureza Devedora)

Dinheiro

Móveis Bens

Veículos

Contas a Receber} Direitos

Passivo ( - ) (Natureza Credora)

Contas a Pagar} Obrigação

Capital Social Patrimônio

Lucros Obtidos Líquido

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(Conceito Literal) – Para facilitar o registro dos fatos administrativos, a fim de obter o controle do patrimônio, é preciso que sejam agrupados os fatos de mesma natureza. A esse conjunto de fatos de mesma natureza denominamos CONTA. Toda conta tem um nome, que são Títulos Contábeis.

BALANÇO PATRIMONIAL

Demonstra contabilmente a situação patrimonial da empresa em determinado momento (Lei 6.404/76). Mas o Ativo, o Passivo e Patrimônio Líquido, são constituídos de elementos que evidenciam os registros contábeis, denominados Contas ou Títulos Contábeis.

CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA ESCOLHA DO NOME DAS CONTAS

1- Agrupar somente elementos de mesma natureza.

Exemplo: Carro, moto, caminhão passam a ser classificados como Veículos.

2- Escolher títulos contábeis que identifiquem claramente esses grupamentos.

Exemplo: Caixa, Imóveis, Impostos a Pagar, Duplicatas a Receber.

3- Evitar títulos genéricos, tais como: contas correntes, despesas diversas, valores a receber.

4- Criar apenas títulos indispensáveis ao pleno funcionamento da empresa.

Exemplo: um banco não pode trabalhar considerando registros contábeis em Contas do tipo Matéria-Prima, Produtos em Estoque, etc.

5- Subdividir os agrupamentos quando necessitar de títulos específicos

Exemplo: Contas a Pagar R$ 100,00

Salários a Pagar R$ 80,00

Impostos a Recolher R$ 15,00

Aluguéis a Pagar R$ 5,00

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA

Na visão da pessoa física

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro 7.000,0

0 Dívida da casa 30.000,00

Casa 60.000,0

0 Empréstimo Bco Zeta 15.000,00

Móveis 29.000,0

0 Empréstimo Bco Jones 25.000,00

Terrenos 13.000,0

0

Carro 32.000,0

0 Patrimônio Líquido

Moto 14.000,0

0 Direitos Recursos Próprios 90.000,00

Empréstimo concedido 5.000,0

0

Total 160.000,0

0 Total 160.000,0

0

Na visão empresarial

Ativo PassivoBens Obrigações

Caixa 7.000,0

0 Empréstimo Imobiliário 30.000,0

0

Imóveis 73.000,0

0 Banco conta empréstimo 40.000,0

0

Móveis e utensílios 29.000,0

0

Veículos 46.000,0

0 Patrimônio Líquido Direitos

Empréstimo concedido 5.000,0

0 Capital Social 90.000,0

0

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Total 160.000,0

0 Total 160.000,0

0

Observa-se que os elementos constituídos de seu patrimônio, ou seja, Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido estão representados pelas “Contas Patrimoniais ou Integrais”.

Contudo, o Patrimônio Líquido pode sofrer alterações para mais ou para menos. As variações que alteram o PL originam-se de fatos contábeis que representam Ganhos (Receitas) e Gastos ou Perdas (Despesa).

A essas contas que registram os fatos representativos de receitas e despesas denominamos Contas de Resultado ou Extra Patrimoniais ou ainda Contas Diferenciais.

Sabemos então, que existem as Contas Patrimoniais ou Integrais identificam os Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido e as Contas de Resultado que mensuram as Receitas e Despesas.

No entanto, as Receitas e Despesas, ou seja, as contas que vão alterar a situação líquida do patrimônio para mais ou para menos, que nada mais são do que as Variações Patrimoniais.

Tem-se que esses fatos administrativos ou fatos contábeis são todos aqueles que provocam a variação nos componentes do patrimônio, quer em sua qualidade, quer em sua quantidade (valor), sendo, por isso, registrados pela contabilidade.

Pela natureza da variação que provocam, são classificados em:

Fatos Permutativos

Fatos Modificativos

Aumentativo

Diminutivo

Fatos Mistos

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FATOS PERMUTATIVOS

Apenas permutam componentes do Ativo ou Passivo, atentando-os na qualidade (tipo ou espécie) sem alterar a situação líquida do Patrimônio.

Situação hipotética: Você possui R$ 1.000,00 no Caixa (em dinheiro) e resolve comprar um rádio por R$ 400,00.

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) 1.000,00 Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0 Casa (Imóveis) 60.000,00

Móveis e Utensílios 29.000,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 60.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total 100.000,00 Total 100.000,0

0

Qual a mudança havida no seu patrimônio?

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

Casa (Imóveis) 60.000,00

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Móveis e Utensílios 29.000,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 60.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total 100.000,00 Total 100.000,0

0

E o que você tira dessa situação?

- Você mudou a qualidade dos componentes do Ativo (ou do Patrimônio), pois trocou dinheiro por rádio. Fez uma permuta, e por isso houve um variação permutativa (do Ativo).

FATOS MODIFICATIVOS

Provocam alterações quantitativas (valores), para mais ou para menos no patrimônio líquido.

Situação hipotética: Agora seu novo patrimônio contém em dinheiro R$ 600,00 e um PL de R$ 60.000,00. Qual a mudança havida em seu patrimônio após o pagamento de uma conta de luz no valor de R$100,00

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) 600,00 Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 60.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total 100.000,00 Total 100.000,0

0

Qual a mudança havida em seu patrimônio após o pagamento de uma conta de luz no valor de R$100,00?

Ativo Passivo

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Bens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 60.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total Total

Você passa então a possuir somente R$ 59.900,00 de PL que foi modificado para menos e consequentemente seu dinheiro em caixa ficou reduzido para R$ 500,00. Chamamos essa ocorrência de variação modificativa diminutiva.

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) 500,00 Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

Casa (Imóveis) 60.000,00

Móveis e Utensílios 29.000,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 59.900,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total 99.900,00 Total 99.900,00

Admitamos agora que resolvendo viajar, você alugue a sua casa. Ao receber R$ 1.100,00 correspondente ao valor do aluguel, como resultará seu patrimônio?

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00

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Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 60.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total Total

- Note que o PL aumentou. A modificação que houve foi para mais, portanto, trata-se de uma situação modificativa aumentativa.

FATOS MISTOS

Provocam alterações simultâneas na quantidade e qualidade dos componentes do patrimônio, representando, conjuntamente, fato permutativo e modificativo.

Situação hipotética: Bem, continuando com a movimentação do seu patrimônio, você recebe agora o valor do empréstimo concedido, acrescido de juros no valor de R$ 100,00.

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) 1.600,00 Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0 Casa (Imóveis) 60.000,00

Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 61.000,0

0 Empréstimos 10.000,00

Total 101.000,00 Total 101.000,0

0

Recebimento do empréstimo e juros

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0 Casa (Imóveis) 60.000,00

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Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 61.000,0

0 Empréstimos

Total Total

Observe que acontecem, simultaneamente, duas variações.

1- Troca de direito (empréstimo concedido) por dinheiro, ocorrendo permuta de valores do Ativo;

2- O ingresso de juros, resultando aumento do PL.

Da conjugação desses dois fatos, temos uma variação mista aumentativa.

Consideramos, agora, o pagamento de um compromisso vencido, acrescido de juros de mora de R$ 100,00.

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) 11.700,00 Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0 Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 61.100,0

0

Total 101.100,00 Total 101.100,0

0

Para esse caso, admitamos a aquisição de um computador a prazo por R$ 200,00.

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0

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Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 61.100,0

0

Total Total

Pagamento dos juros e liquidação da obrigação

Ativo PassivoBens Obrigações

Dinheiro (Caixa) Empréstimo Imobiliário 40.000,0

0 Casa (Imóveis) 60.000,00 Móveis e Utensílios 29.000,00 Rádio 400,00 Patrimônio Líquido

Direitos Recurso próprio (Capital) 61.100,0

0

Total Total

- Analisando essa última situação, constata-se que houve um fato misto diminutivo.

1- Houve troca de obrigação por dinheiro (permuta de valores);

2- Também houve saída de dinheiro relativo ao pagamento de juros de mora (dedução do PL).

Obs.: No momento do pagamento da obrigação (duplicata), há a necessidade de se encerrar essa obrigação justamente em função do pagamento. Mas percebe-se que há incoerência de juros pelo atraso.

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GRUPAMENTO DE CONTAS

Para facilitar a leitura, compreensão e análise da situação patrimonial, torna-se necessário agrupar as contas segundo a natureza dos componentes que representam a sua finalidade.

Imaginemos uma empresa com a composição patrimonial a seguir:

Ativo PassivoDuplicatas a Receber 15.000,00 Empréstimo a pagar (90 dias) 4.100,00 Caixa 2.100,00 Empréstimo Imob (5 anos) 19.500,00 Imóveis 10.500,00 Titulo a pagar (180 dias) 1.200,00 Banco Conta Movimento 5.250,00 Lucros acumulados 1.500,00 Adiantamento a Fornecedor 750,00 Capital 10.000,00Móveis e Utensílios 450,00 Fornecedores 3.450,00 Veículos 1.200,00 Mercadorias 1.500,00 Depósito a prazo (720 dias) 3.000,00Total 39.750,00 Total 39.750,00

Ficaria extremamente difícil se empresário, com base na figura, quisesse levantar quais as obrigações venceriam inicialmente, bem como a quais disponibilidades teria acesso imediato.

É para evitar essa eventual dificuldade que, assim como reunimos os fatos de mesma natureza em uma conta, também reunimos/agrupamos as contas, de modo a obter melhor visualização do patrimônio.

Vislumbrando essa situação, a Lei 6.404/76 (alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, que regula o funcionamento das S/A, define os grupamentos de contas para tais empresas em obediência aos seguintes critérios:

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Ativo PassivoCirculante Circulante

Não Circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Investimento Imobilizado Patrimônio Líquido Intangível Capital Social

ReservasPrejuízos Acumulados

Total 39.750,00 Total 39.750,00

1) Para o Ativo – Classificação em ordem decrescente do grau de liquidez.2) Para o Passivo – Classificação em ordem decrescente de exigibilidade.

Grau de Liquidez

Corresponde ao maior ou menor grau de conversão de valores em dinheiro.

Exemplo:

Uma empresa que tinha dois valores a receber, um no prazo de 6 meses e o outro no prazo de 2 anos. É evidente que o valor a receber dentro de 6 meses se converterá em dinheiro primeiro que o outro. Então, dizemos que o primeiro valor a receber tem maior grau de liquidez.

Propriedade da Exigibilidade

Estabelece-se entre diversas obrigações, de acordo com a sua maior ou menor proximidade do vencimento.

Exemplo:

Considerar duas obrigações vencíveis em 60 dias e 420 dias, é óbvio que a primeira tem um maior grau de exigibilidade que a segunda.

- Dessa forma, considerando agora aquele balanço apresentado anteriormente, indiquemos a distribuição das constas em atendimento à Lei.

DEFINIÇÕES DOS COMPONENTES DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO

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É o conjunto de bens, valores e créditos que formam o patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa, que pode ser convertido em dinheiro.

Ativo Circulante

Este grupo corresponde aos valores representativos de dinheiro em espécie, bens destinados à venda, direitos com vencimento a curto prazo e despesas antecipadas correspondentes ao exercício seguinte (aluguéis e seguros) assim como outros adiantamentos cuja eventual conversão em espécie não ultrapasse 360 dias do encerramento do balanço.

Exemplo:

Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a Receber até 360 dias, Adiantamento a Fornecedores, Mercadorias.

Ativo Não Circulante

Tem como característica predominante o menor grau de liquidez. Nesse caso, fica patente a intenção da empresa de que os bens e direitos nele inscritos permanecem no patrimônio da empresa. Destinam-se à manutenção das atividades da empresa e contribuem para formação do resultado de mais de um exercício. Neste componente estão os Ativos Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

Realizável a Longo Prazo

Compreende os valores representativos dos direitos de conversão mais demorada em dinheiro, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, cujo prazo ultrapasse o próximo exercício, ou seja, com prazo superior a 360 dias, a contar do levantamento do balanço do exercício em referência.

Exemplo:

Depósitos a prazo fixo (prazo de 720 dias), pois só pode ser resgatado após o término do exercício seguinte.

Investimentos

São as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.

Exemplo:

Participação em empresa coligadas

Imobilizado

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Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade.

Exemplo:

Veículos, imóveis, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos.

Intangível

Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Exemplo:

Marcas e patentes, software, know how, direitos autorais.

PASSIVO

Compreende os lançamentos relacionados às obrigações, considerando o grau de exigibilidade e termos decrescentes.

Passivo Circulante

Neste grupo estão reunidas as contas representativas das obrigações exigíveis no exercício seguinte, ou seja, vencíveis até 360 dias, a contar do encerramento do exercício vigente. Assim, verifica-se que na ordem de exigibilidades, este grupo reúne os valores em prioridade sobre os demais compromissos assumidos.

Naquele demonstrativo apresentado anteriormente, em que as contas constavam de forma desordenada, teríamos como componentes de desse grupo:

Fornecedores; Empréstimos a pagar (90 dias)

Títulos a pagar (180 dias)

Passivo Não Circulante

Neste grupo são escrituradas as obrigações que vencem após o exercício seguinte.

Exigível a Longo Prazo

Neste grupo, que faz parte do não circulante, corresponde as obrigações da empresa exigíveis após o exercício social seguinte ao de referência, ou seja, com prazo superior a 360 dias a contar do exercício social vigente.

Ainda, naquele balanço anterior, enquadrar-se-ia:

Empréstimo imobiliário (5 anos)

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Este grupo representa os valores que consistem em obrigações somente para com os proprietários da empresa, desvinculados de prazo para sua exigibilidade.

Pertencem a esse grupo:

Capital Social

Recursos direcionados pelos proprietários a serem colocados à disposição da empesa.

Neste grupo têm-se:

Capital Subscrito (previsão) – Representa o compromisso assumido pelos sócios para com a empresa, com a obrigação de garantir os respectivos recursos.

Capital Integralizado (integral, já formalizado) – Representa recursos já entregues à empresa pelo proprietários para realização do capital social.

Reservas de Capital

Representam aumentos patrimoniais não diretamente relacionados às operações da empresa, ou seja, são valores recebidos pela empresa que não transitam pelo resultado como as receitas, por se referirem a valores destinados a reforço de seu capital ou absorção de prejuízos, pagamento de dividendos, etc.

Exemplo: Ágio na emissão de ações, alienação de bônus de subscrição.

Ajuste de Avaliação Patrimonial

Introduzida na contabilidade pela Lei 11.638/07 para estabelecer contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo. Como regra geral, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados.

Exemplo: Variação de preço de mercado dos instrumentos financeiros, quando destinado à venda futura, e as diferenças no valor de ativos e passivos avaliados a preços de mercado nas reorganizações societárias, podendo o seu saldo ser credor ou devedor.

Reservas de Lucros

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São valores oriundos de diversas reservas para destinação futura de acordo com o previsto em Lei, compostas de Reserva Legal, Reserva Estatutária, Reserva de Contingências, Reservas de Lucros a Realizar.

Exemplo: Reserva Legal constitui-se de 5% do lucro líquido do exercício social, representando o teto de 20% do capital social.

Lucros ou Prejuízos Acumulados

Como forma de cobrir a retenção injustificada de lucros, que dever ser destinados à formação de reservas e à distribuição de dividendos, a nova legislação eliminou do balanço da S.A. a conta lucros acumulados. Todavia, isso não significa que ela deixou de existir. Uma conta com essa mesma denominação (lucros acumulados), de uso temporário e cujo saldo seja encerrado antes do balanço, pode ser utilizada para servir de contrapartida às destinações dos lucros e às reversões das reservas de lucro.

Funcionamento das Contas (Débitos e Créditos)

Vinculando, então, a noção de crédito às fontes de recursos e a noção de débito às aplicações dos recursos. Pode-se afirmar que:

As contas representativas de fontes são creditadas; As contas representativas de aplicações serão debitadas.

Essa necessidade se dá para que sejam respondidas, algumas perguntas:

1º Onde foram aplicados os recursos?

2º Qual foi a origem dos recursos?

Respondendo a essa perguntas você estará identificando quais as contas dever ser debitadas e quais devem ser creditadas, em função de um fato administrativo.

Vejamos como fica na prática, por exemplo, se a empresa adquire um veículo à vista, é só fazer a pergunta e saberá qual conta a ser debitada e qual conta a ser creditada.

Observemos:

Onde aplicamos os recursos? Na Aquisição do veículo. Então, realizamos um Débito nessa conta.

Qual foi a fonte de recursos? Dinheiro, porque foi à vista e foi paga em espécie. Então, realizar-se-á um Crédito na conta Caixa, pois as contas que representam a fonte de recurso serão creditadas.

Representação:

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D (Débito) – Veículos

C (Crédito) – Caixa

D (Débito) – Despesa com combustível

C (Crédito) – Banco c/ Movimento

Outro Exemplo:

Recebimento do aluguel do inquilino.

1) Qual foi a fonte do recurso?

Uma receita de aluguel, ou seja, um ganho decorrente do aluguel de um imóvel. Nesse caso, a conta Receita com Alugueis será CREDITADA.

2) Onde aplicamos os recursos?

No Caixa ou Banco. Nesse caso, uma dessas contas será DEBITADA

Representação:

D (Débito) – Caixa ou Banco

C (Crédito) – Receita com Alugueis

OBSERVAÇÃO: Todos os fatos contábeis deverão ser registrados nas contas pela utilização de Débitos e Créditos. Ressalta-se que todos os fatos, objeto de registro pela Contabilidade, devem ter o valor expresso em moeda.

Você pôde observar que as contas do ATIVO serão sempre representadas de aplicações de recursos em relação à empresa (Balanço), mas poderão representar fonte de recurso em relação ao fato contábil que está sendo registrado.

Exemplo:

Aquisição de Veículo

Débito de veículos (Ativo)

Crédito de Caixa (Ativo)

E, as contas do PASSIVO serão sempre representativas de fontes de recursos em relação à empresa (Balanço), mas poderão representar aplicação de recursos em relação ao fato contábil que está sendo registrado.

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Exemplo:

Pagamento de Duplicata

Débito de Duplicatas a Pagar (Passivo)

Crédito de Banco (Ativo)

As contas, independentemente de sua Natureza, receberão lançamentos tanto a Débito quanto a Crédito. Dependendo da situação que se apresente em relação ao fato contábil.

Tome-se como exemplo a conta Caixa. Ela será debitada pela entrada de dinheiro e Creditada pela saída de dinheiro, pois as entradas são aplicações na conta e as saídas ocorrerão quando o dinheiro contido no caixa for fonte de recurso em relação ao fato contábil.

Exemplo:

Aquisição de Bens, Pagamento de Despesas.

Representando graficamente, tem-se:

CAIXAD (Aplicação) C (Fonte) 2.000,0

0 3.000,

00 6.000,0

0 5.000,

00 500,

00 200,

00 2.500,0

0 1.000,

00 11.000,0

0 9.200,

00

Verifica-se que os débitos nessa conta totalizam R$ 11.000,00 e os créditos R$ 9.200,00. A diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos ocorridos em uma conta é chamada de Saldo.

Assim teremos um Saldo Devedor na conta Caixa no valor de R$ 1.800,00, ou seja, R$ 11.000,00 (D) – R$ 9.200,00 (C).

Perceba a importância do termo Saldo Devedor a conta de Ativo. Por quê? O Caixa, assim como as contas de Ativo têm sempre, ou normalmente, natureza devedora.

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As contas, pela natureza dos elementos que representam, podem ser consideradas em sua origem como recebedora de recursos (aplicações) ou fornecedora de recursos (fontes)

É imprescindível que não se confunda saldo de uma conta com lançamento em uma conta. Portanto, quanto à pergunta se é possível apurar-se o saldo credor em uma conta de Ativo, a resposta é: NÃO. É totalmente diferente do sentido de se fazer um lançamento a crédito numa conta de Ativo.

Obs. – A exceção se faz com relação as contas retificadoras de Ativo que são as contas de Depreciação Acumulada e Descontos ou Caução de Duplicatas a Receber, que têm saldo credor, porém aparecem no Balanço Patrimonial com sinal negativo ( - ).

O pensamento é o mesmo para as contas do Passivo, mas com natureza invertida.

Ao registrarmos Débito numa conta de natureza devedora, estamos aumentando o seu saldo. Ao registrarmos Crédito, estamos reduzindo o seu saldo.

Ao registrarmos Débito em uma conta de natureza credora, estamos diminuindo o seu saldo. Ao registrarmos Crédito, estaremos aumentando o seu saldo.

Graficamente temos:

CONTA ATIVO PASSIVO RECEITA DESPESALANÇAMENTO Devedora Credora Credora Devedora

DEBITO Aumenta Diminui Diminui AumentaCREDITO Diminui Aumenta Aumenta Diminui

Lançamentos:

1) Criação de uma empresa, com capital de R$ 100.000,00.

D – Caixa

C – Capital Social-------------- R$ 100.000,00

Histórico – Integralização do Capital

2) Aquisição de matéria-prima à vista, por R$ 10.000,00.

D – Estoque de Matéria-Prima

C – Caixa------------------------ R$ 10.000,00

Histórico – Compra de matéria-prima

3) Recebimento da conta de luz de maio/X1 com vencimento em 05/06/X1 no valor de R$ 700,00

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D – Despesa com Luz

C – Conta de Luz a Pagar--- R$ 700,00

Histórico – Conta de luz mês 05/X1

4) Transferência de matéria-prima para produtos acabados, no valor de R$ 7.000,00.

D – Estoque de Produtos Acabados

C – Estoque de Matéria-Prima----R$ 7.000,00

Histórico – Transferência de produtos acabados

5) Pagamento da conta de Luz, R$ 700,00.

D – Conta de Luz a Pagar

C – Caixa----------------------- R$ 700,00

Histórico – Pagamento da conta de Luz mês 05/X1

6) Venda de produtos acabados pelo valor de R$ 12.000,00 à vista

D – Caixa

C – Receita de Vendas--------- R$ 12.000,00

Histórico – Venda de produção acabada

6. A) Baixa do estoque pelo custo vendido, no valor de R$ 7.000,00

D – Custo de Produtos Vendidos (CPV)

C – Estoque de Produtos Acabados------ R$ 7.000,00

Histórico – Baixa do Estoque de Produtos Acabados

7) Encerramento do exercício social em 31/12/X1

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É necessário que se encerrem as contas de receita e despesa, uma vez que são extrapatrimoniais.

D – Apuração do Resultado do Exercício (ARE)--- R$ 7.700,00

C – Despesa com Luz----------------------------------- R$ 700,00

C – Custo de Produtos Vendidos---------------------- R$ 7.000,00

D – Receita de Vendas

C – Apuração do Resultado do Exercício (ARE)-- R$ 12.000,00

Representação nos Razonetes:

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PLANO GERAL DE CONTAS

Imagine-se tendo que registrar um fato contábil, como um compra para pagamento em 60 dias, de um galpão destinado a armazenar mercadorias.

Que conta você utilizaria para debitar?

Depósitos, prédios, imóveis?

E para creditar? Fornecedores, obrigações a pagar, títulos a pagar?

Note que todos os títulos sugeridos caracterizam o fato contábil. Já imaginou se todos fizessem o registro, embora certos, utilizando-se da conta que lhes conviessem? Que quantidade de títulos contábeis seriam usados? Como seria o controle de tudo isso?

Para evitar essa situação é que as empresas sentem a necessidade de criar uma relação de títulos contábeis pra serem utilizados em sua contabilidade. A esse conjunto de títulos contábeis damos o nome de Plano Geral de Contas – PGC, que tem a finalidade de racionalizar e uniformizar a utilização das contas no âmbito da empresa.

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Observe que o Plano Geral de Contas é tão importante que todas as empresas criam um PGC próprio, de acordo com sua atividade (Bancária, Pública, Industrial, Comercial, Agrícola, Serviços, etc.)

Por exemplo: um banco não compra matéria-prima, logo não precisa criar um título contábil para registrar esse fato, ao passo que, numa indústria de transformação, a compra de matéria-prima ocorre frequentemente e, por isso, ela necessita de criar título contábil para esse fato.