Marília FONSECA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS MESTRADO EM EDUCAÇÃO

Slides elaborados para a disciplina “Estudos em Gestão Educacional”

Prof. Dr. Paulo Gomes Lima

Mestrando Ralf Hermes Siebiger

Pesquisa integrada – UnB, UFG e Unimontes: experiências de gestão e organização implementadas mediante programas de financiamento internacional

Impacto nas escolas de

Educação Básica

Fortalecimento da visão gerencial > racionalização de gastos e

eficiência gerencial

Implantado nas regiões consideradas ‘pobres’: Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Se articula com o Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE > planejamento estratégico

Fundescola: pesquisa em 9 escolas de Goiás, em 3 municípios

PAIE (Decreto 8036/97): pesquisa em 4 escolas de MG> descentralização pedagógica das escolas em consonância com o PDE> programa pró-qualidade > base para o Fundescola

Autonomia Gestão

Cultura de descentralização e autonomia;

Perfil requerido do Diretor: liderança para administrar carências financeiras;

BIRD:

Capacitação de Diretores em planejamento

estratégico

Utilização de know-how privado para parcerias

com o setor público para melhorar qualidade do

ensino público

Propostas de descentralização e autonomia:

LDB 9394/96: menciona ‘proposta pedagógica’, em vez de PPP > autonomia

Programa Dinheiro Direto

na Escola PDRF

Fundescola Pró-

qualidade

Iniciativas nacionais

Acordos com o BIRD

Recursos para as escolas > construção e reforma, compra de materiais e equipamentos;

Dotar o quadro administrativo a tomar decisões que afetam materialmente as escolas;

PDE: é o projeto nuclear do Fundescola > redução de gastos, racionalização e eficiência administrativa

Estado, município e escola, em regime de cooperação recíproca, como responsáveis pelo sucesso ou insucesso na implementação do projeto;

Escola produz diagnóstico e elabora plano> planejamento estratégico > recursos destinados a escolas com mais de 200 alunos;

Autonomia por meio da gestão dos recursos pelo conselho escolar

Acordo internacional:

Ênfase na liderança do Diretor: manuais de planejamento, prestação de contas dos recursos, usaod do s materiais e do espaço escolar;

Questão: onde se encontram as decisões autônomas?

Inicialmente, os recursos provinham integralmente

do acordo com o BIRD

Por último, incorporam o financiamento e a metodologia

do PDE como se fosse sua

Posteriormente, estados passam a assumir as despesas

BIRD

BID

MEC

Fundescola

(PDE)

• Centralidade na escolha de diretores = concurso e currículo, em vez de eleições;

• Conselho escolar

• Tocantins: avaliação de professores e equipe

• Resultados semelhantes ao Pro-qualidade (PAIE), em MG

• PDE tornou o planejamento das atividades mais organizado e participativo:

• Adoção de modelos e técnicas; • Burocracia; • Não estabelece processo crítico

reflexivo da realidade.

Fundescola

em TO

• Não solucionou as causas do fracasso escolar; • Não questionou as origens dos problemas; • Significou apenas experiências ‘modernizadoras’,

‘agradáveis’; • Atende apenas demandas circunstanciais,

superficiais; • Não contribuiu para novos sentidos na ação

educativa.

PAIE = Fundescola = organização taylorista do trabalho escolar > divisão pormenorizada:

quem decide < > quem executa Gerência técnico-científica Dirigentes veem PDE como instrumento para facilitar a

administração física da escola; Professores veem PDE como não incentivador de mudanças

no trabalho pedagógico; apenas mais carga horária de exigências burocráticas;

A gestão de recursos públicos é feita mediante entidade de direito privado – APM;

Diretor é um líder que busca outras fontes de recursos e parcerias público-privadas

Fundescola e PDE se contrapõem à idéia de PPP (que seria autonomia, projeto próprio, identidade da escola);

Ambos valorizam a burocracia e a orientação à resultados e produtos;

Orientações implícitas = adoção de modelos gerencialistas da iniciativa privada

Estudos anteriores demonstram que os resultados práticos dos acordos com o BIRD, iniciados na década de 70, não justificam seus custos nem sua continuidade;

“vantagens” não se concretizaram, uma vez que os “ganhos” não duram mais que a vigência dos projetos, indicando o caráter transitório e fugaz da cooperação internacional;

Os relatórios dos próprios bancos financiadores reconhecem tais insuficiências em seus projetos

Revela-se a ‘mística’ que reveste a imagem política e financeira das agências internacionais, e critica a ‘aura’ do BIRD como ‘provedor de recursos’ aos que ‘precisam’.

Por quê a continuidade

desses acordos? Quais seus efeitos?

Por quê a sobreposição do

PDE ao PPP?

Necessidade de se assumir o debate

sobre a escola pública

FONSECA, Marilia. O projeto político-pedagógico e o plano de Desenvolvimento da escola: duas concepções antagônicas de gestão escolar In Cadernos Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 302-318, dezembro 2003