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Data Proposta/coordenadores/ palestrantes Título Mesas Redondas Justificativa/Ementa 07/09/20 17 Coordenadora: Angela Maria Carneiro Araújo Professora do Depto de Ciência Política da Unicamp e Pesquisadora do Pagu – Núcleo de Estudos de Gênero. 1 Gênero, raça e classe: mudanças e permanências no mundo do trabalho Desde que estudiosas do trabalho proclamaram em seus escritos que “a classe operária tem dois sexos”, as mulheres trabalhadoras passaram a ser incluídas nos estudos sobre o trabalho, acabando com a longa invisibilidade de sua participação na produção e nas atividades remuneradas. O questionamento da visão parcial e da concepção estrutural do trabalho feminino predominantes nesses estudos só foi realizado a partir da introdução dos conceitos de gênero e de divisão sexual do trabalho nos anos 80. A abordagem relacional trazida pelo conceito de gênero permitiu uma ampliação das pesquisas que passaram a abordar as relações entre homens e mulheres nos distintos setores da economia, a divisão sexual entre segmentos produtivos e mesmo no interior das fábricas e empresas, trazendo assim uma contribuição significativa para a compreensão tanto das desigualdades vivenciadas no âmbito do trabalho produtivo e do trabalho reprodutivo, bem para a compreensão dos impactos no mundo do trabalho das mudanças que vinham ocorrendo nas relações de gênero nas sociedades ocidentais em decorrência das lutas feministas. Mais recentemente, a partir dos anos 2000 no Brasil, vêm ganhando corpo estudos teóricos e empíricos que procuram compreender

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Data Proposta/coordenadores/palestrantes Título Mesas Redondas Justificativa/Ementa

07/09/2017Coordenadora:Angela Maria Carneiro Araújo Professora do Depto de Ciência Política da Unicamp e Pesquisadora do Pagu – Núcleo de Estudos de Gênero.

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Gênero, raça e classe: mudanças e permanências no mundo do trabalho

Desde que estudiosas do trabalho proclamaram em seus escritos que “a classe operária tem dois sexos”, as mulheres trabalhadoras passaram a ser incluídas nos estudos sobre o trabalho, acabando com a longa invisibilidade de sua participação na produção e nas atividades remuneradas. O questionamento da visão parcial e da concepção estrutural do trabalho feminino predominantes nesses estudos só foi realizado a partir da introdução dos conceitos de gênero e de divisão sexual do trabalho nos anos 80. A abordagem relacional trazida pelo conceito de gênero permitiu uma ampliação das pesquisas que passaram a abordar as relações entre homens e mulheres nos distintos setores da economia, a divisão sexual entre segmentos produtivos e mesmo no interior das fábricas e empresas, trazendo assim uma contribuição significativa para a compreensão tanto das desigualdades vivenciadas no âmbito do trabalho produtivo e do trabalho reprodutivo, bem para a compreensão dos impactos no mundo do trabalho das mudanças que vinham ocorrendo nas relações de gênero nas sociedades ocidentais em decorrência das lutas feministas. Mais recentemente, a partir dos anos 2000 no Brasil, vêm ganhando corpo estudos teóricos e empíricos que procuram compreender as interconexões entre gênero, raça e classe na reprodução das desigualdades no universo do trabalho. O acúmulo de desvantagens define situações que implicam oportunidades e formas de vulnerabilidade diferenciadas para as pessoas. Não é possível explicar essa dinâmica considerando apenas uma das variáveis (gênero, raça ou classe) isoladamente. As desigualdades no acesso à escolarização superior, aos empregos formais, à renda compatível com uma melhor qualidade de vida, aos postos de trabalho melhor remunerados, a maior tempo livre, aos direitos trabalhistas e à proteção da seguridade social, à participação sindical e em outras organizações coletivas, correspondem a

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Expositoras:-Helena Hirata (Pesquisadora Emérita da Equipe Genre, Travail Mobilité do CRESPPA (Centre de Recherches Sociologiques et Politiques de Paris) CNRS e Professora Visitante no Depto de Sociologia da USP

formas de opressão e exploração, que são mais bem compreendidas quando se considera a interseccionalidade ou consubstancialidade das relações de classe, gênero e raça. A proposta da mesa é debater as concepções teóricas de interseccionalidade e consubstancialidade e as contribuições de pesquisas empíricas sobre a produção e a reprodução de vidas precárias de mulheres trabalhadoras, sobre os processos migratórios de trabalhadores/as das artes e do espetáculo e sobre a dinâmica recente de mudanças e permanências no mercado de trabalho brasileiro para a compreensão de como as interconexões entre gênero, classe, raça e outras relações como as de geração e de nacionalidade, entre outras, operam concretamente em distintas realidades e dimensões das relações de trabalho.

RESUMO das Exposições:Helena HirataFeminismos materialistas e interseccionalidade: contribuições teóricas à analise do lugar das mulheres no(s) mundo(s) do trabalho O objetivo dessa comunicação é de indicar algumas contribuições teóricas das teorias da interseccionalidade e dos feminismos materialistas à analise das relações entre gênero e trabalho. Ampliando as relações sociais de sexo como relações de poder para as relações de classe e de raça, e afirmando sua interdependência, as teorias da interseccionalidade ou da consubstancialidade recusam a hierarquização em termos de preeminência de uma das dimensões sobre as outras. Da mesma maneira, os feminismos materialistas colocam em questão a preeminência da classe social sobre o gênero ou a raça, pois também recusam a hierarquização que, nos enfoques marxistas tradicionais, colocam a classe social como determinação em ultima instância. De que maneira essas teorias hoje de grande atualidade no debate entre as estudiosas sobre gênero e trabalho repercutem sobre as analises sobre o lugar das

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-Maria Betânia Ávila - Doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco, Pesquisadora do SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia. Membro do GT do CLACSO - Feminismos, Resistências e Processos Emancipatórios.

-Liliana Segnini – Professora Titular da Faculdade de Educação da Unicamp e docente da Pós Graduação da Faculdade de Educação e do Doutorado em Ciências Sociais do IFCH da Unicamp.

mulheres nos(s) mundo(s) do trabalho?

Maria Betânia Ávila“Divisão sexual do trabalho: produção e reprodução de vidas precárias”. Com base em resultados de pesquisas empíricas sobre mulheres inseridas em contextos de trabalhos precários, a exposição apresenta uma análise crítica sobre: os aspectos constitutivos de uma jornada de trabalho, intensiva, extensiva e intermitente na relação com a vida cotidiana e as trajetórias profissionais considerando os processos de desapossamento e exploração e os sentidos da autonomia econômica na percepção dos sujeitos. A elaboração terá como referência o conceito de divisão sexual do trabalho como elemento estruturante das relações sociais de sexo/gênero considerando a consubstancialidade com as relações de classe e raça (Kergoat), e ainda como inspiração a noção de “vidas precárias” de Butler.

Liliana SegniniContribuições teóricas para o mundo do trabalho: relações consubstanciais de classe e gênero nos processos migratórios

A proposta desta comunicação é analisar as contribuições teóricas para o campo do trabalho, a partir da singularidade dos resultados de pesquisa recentemente desenvolvida (2014/2017),considerando os processos migratórios vividos por músicos e musicistas, tendo o Brasil como referência. A perspectiva teórica da consubstancialidade nas relações sociais de classe, gênero e diferentes nacionalidades, informam a relevância dos processos migratórios na expansão da mundialização e das políticas neoliberais, a convergência com a desconstrução e a crise política do Leste europeu, as múltiplas formas de procura do trabalho artístico, o crescimento do desemprego e das formas intermitentes de trabalho.

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-Angela Maria Carneiro Araújo – Professora do Depto de Ciência Política da Unicamp e Pesquisadora do Pagu – Núcleo de Estudos de Gênero.

Na perspectiva da imigração foram analisadas as condições de trabalho e emprego dos músicos do Leste europeu, no Brasil. Quanto à emigração, foram pesquisadas as experiências vividas por brasileiros na França que se inscrevem no estatuto jurídico dos Intermitentes do Espetáculo. O que foi possível compreender na análise dos dados – estatísticas e entrevistas - que informam especificidades deste grupo de músicos selecionados, possibilitando ir além da singularidade de dois casos e trazer para a discussão elementos para a reflexão das mudanças observadas no trabalho, especialmente no trabalho altamente qualificado? Este é o desafio sociológico desta comunicação.

Angela M. C. AraújoRelações de Gênero e raça na dinâmica recente do mercado de trabalho brasileiro A exposição pretende discutir as mudanças no mercado de trabalho no Brasil, em um cenário de crescente formalização do emprego, a partir de um estudo quantitativo com base nos dados das PNADs do período 2003-2014. O objetivo da apresentação é discutir como se reconfigura, no contexto do crescimento econômico ocorrido nos governos Lula e Dilma, as relações entre os seguimentos organizados/formais da economia e as atividades informais e como essa reconfiguração afeta os modos de inserção, a renda e as condições de trabalho de homens e mulheres, brancos e negros. A partir do recorte de gênero e raça, e das variáveis de escolaridade e idade, serão abordadas as mudanças no perfil dos/as trabalhadores/as inseridos/as nas relações de trabalho formais e no trabalho informal, assim como serão identificados os segmentos econômicos e as ocupações nas quais ocorreu maior crescimento do trabalho formal ou da informalidade. Além disso, considerando a interconexão entre gênero e raça, a exposição pretende mostrar como as desigualdades de rendimentos entre homens brancos, homens negros, mulheres

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brancas e mulheres negras, permanece ou se aprofunda independentemente do grau de escolaridade e da idade dos/as trabalhadores/as. A análise dos dados revela também que a formalidade e a informalidade aprofundaram sua heterogeneidade devido às diferentes posições que nela ocupam trabalhadores e trabalhadoras, brancos e negros, com distintos perfis de idade, escolaridade e remuneração, bem como devido às suas interconexões decorrentes dos processos de globalização, de flexibilização do trabalho e dos processos de terceirização. Mostrou também a persistência das chances desiguais que ali têm as mulheres e, em especial, as negras, quando comparadas às dos homens brancos ou mesmo dos homens negros.

07/09/2017

Coordenadora: Maria Aparecida Bridi (UFPR)

Convidados:-José Dari Krein (UNICAMP)

-Sayonara Grillo Coutinho Silva (TRT/RJ –UFRJ)

- Roberto Véras de Oliveira (UFPB)

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Mudanças no Trabalho no período pós-Dilma: balanços e perspectivas

Ainda que não tenha existido de forma homogênea para a maioria dos trabalhadores nos diversos países, em algumas partes do mundo, os trabalhadores tiveram uma “época dourada”, ou o chamado “anos gloriosos”, na medida em que conquistaram direitos pela via do trabalho regulamentado. Tais direitos representaram cunhas contra a exploração desenfreada e envolveram conquistas de alguma segurança, da possibilidade de fazer carreira, de salários e jornadas de trabalho fixos, entre outros. No contexto global, no entanto, desde os anos 1970 e de modos distintos, a classe trabalhadora vem experimentando a espoliação de direitos. Vem sofrendo reveses a partir de um amplo movimento de tentativas de desconstrução dos direitos do trabalho. Esta mesa tem como objetivo se debruçar sobre o período recente do Brasil, marcado pelas mudanças políticas e seu rebatimento no trabalho e nas relações de trabalho. Com o propósito de fazer um balanço sobre as mudanças em curso no âmbito do trabalho, a mesa possibilitará o debate sobre os desafios que se impõe para os trabalhadores e suas organizações sindicais.

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07/09/2017

Coordenadora:Ariane Larentis – Pós-Doutorado em Engenharia Química pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguêz de Mello, CENPES, Doutorado em Engenharia Química pela UFRJ, Pesquisadora em Saúde Pública do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.

Expositores: -Mara Takahashi – Pós-Doutorado em Saúde do Trabalhador e Saúde Ambiental pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Doutorado em Saúde Coletiva pela UNICAMP, Socióloga do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Piracicaba-SP.

-Sara Granemann – Pós-Doutorado em História Contemporânea no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, Doutorado em Serviço Social pela UFRJ, Professora da Escola de Serviço Social da UFRJ.

-Vitor Filgueiras - Pós-Doutorado em Economia pela Unicamp, Doutorado em Ciências Sociais pela UFBA, Auditor Fiscal do Ministério do Trabalho e Pesquisador Colaborador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da UNICAMP

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Trabalho, crise e consequências à seguridade social e a saúde dos trabalhadores no capitalismo contemporâneo

A atual crise de longa duração e intensidade desencadeia uma série de transformações políticas, econômicas, produtivas com consequência à proteção social e a saúde dos trabalhadores. A mesa-redonda tem por objetivo colocar questões relativas aos impactos no trabalho, na seguridade social é na saúde dos trabalhadores decorrentes de mudanças em curso como a ampliação da terceirização, reforma trabalhista e da previdência social, além de transformações nos processos produtivos e nas formas de organização do trabalho.

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08/09/2017Coordenadoras-Moema Guedes (UFRRJ)

Palestrantes:-Jurema Brites (UFSM)

-Maria Betânia Ávila (SOS Corpo)

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Trabalho doméstico remunerado no Brasil: para onde caminhamos?

O emprego doméstico remunerado configurou-se historicamente como uma marca das desigualdades de gênero no mercado de trabalho brasileiro. O contingente de empregadas domésticas representa uma ocupação (ainda) precarizada, com pouco acesso aos direitos trabalhistas, longas jornadas de trabalho e baixos salários. Em uma perspectiva mais ampla, o peso deste tipo de emprego segue influenciando diretamente nos indicadores laborais femininos e nas desigualdades em relação aos trabalhadores homens. Outra dimensão importante deste trabalho é desincumbir as mulheres de camadas médias e altas da população das tarefas domésticas e com isso libera-las para o mercado de trabalho, possibilitando uma dedicação mais intensa às suas carreiras. Nesse sentido, é interessante pensar a polarização no interior da mão-de-obra feminina, com uma tendência de distanciamento entre trabalhadoras do topo e da base. O ciclo econômico virtuoso que marca a primeira década dos 2000 influencia diretamente na melhora das condições de trabalho das empregadas domésticas. Com o aumento real do salário mínimo e a maior formalização propiciada pelos avanços na legislação esse contingente personifica de forma clara a diminuição das desigualdades sociais e o aumento do poder de compra dos trabalhadores da base. O incremento da escolaridade, por outro lado, possibilita que a geração mais jovem de mulheres pobres não tenha como horizonte de trabalho o emprego doméstico remunerado.Diante do atual quadro de crise econômica, aumento do desemprego e do próprio exército industrial de reserva feminino a presente mesa redonda se propõe a pensar possíveis retrocessos e as mudanças no perfil das empregadas domésticas, suas condições de trabalho e o modo como as dinâmicas laborais deste segmento se articulam e refletem tendências mais amplas do mundo do trabalho. Outro lócus privilegiado de análise será a interseccionalidade das identidades de gênero, classe e raça que podem ser articuladas e pensadas a partir do cotidiano e dinâmicas

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laborais vivenciadas por este segmento de mulheres. Nesse sentido, privilegiaremos o eixo de análise que pensa as desigualdades tanto em relação aos trabalhadores homens quanto entre as próprias mulheres, através do processo de heterogeneização da mão-de-obra feminina.

08/09/2017

Coordenadora:-Hildete Pereira de Melo, professora da Faculdade de Economia/UFF

Palestrantes-Denise Gentil – professora do Instituto de Economia/UFRJ

-Eduardo Fagnani – professor do Instituto de Economia – UNICAMP

-Rosa Maria Marques – professora da PUC/SP

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Previdência Social: Reforma e Impasses

Ementa: O tema da crise da previdência social é, nos dias atuais, um dos pontos centrais do debate econômico, social e político da sociedade brasileira. E esta se transformou no instrumento maior da política econômica do governo atual, cujo mote é a destruição dos pilares dos direitos sociais do Brasil. A Seguridade Social brasileira inscrita na Constituição Federal de 1988, nunca se constituiu de fato na prática, pois foi constrangida nas suas ações, no seu financiamento e nos seus gastos ao longo destas décadas. Em dezembro de 2016 ogoverno Temer enviou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 para o Congresso Nacional, uma Reforma draconiana e excludente que impõe regras mais duras que as vigentes em países igualitários e desenvolvidos. “Inspirar” a reforma brasileira nesses países é uma impropriedade, pois há um abismo a separar o contexto histórico e as condições de vida daquelas nações e o contexto histórico e condições de vida vigentes no Brasil. Uma sociedade com um longo passado escravagista, de industrialização tardia e com incipiente experiência democrática; essas diferentes condições traduzem-se em profundas desigualdades e heterogeneidades socioeconômicas, demográficas e regionais. O propósito da Mesa Redonda é avaliar o estágio da tramitação da PEC 287 no Congresso Nacional. E, caso ela já tenha sido aprovada, avaliar suas implicações na destituição social pela desproteção dos idosos na velhice. Que país teremos em 2060?

Palavras-chave: previdência social, financiamento, desigualdades, heterogeneidades do mercado de trabalho brasileiro

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08/09/2017

Coordenador: Mario Henrique Guedes Ladosky, Doutor em Sociologia, Unidade Acadêmica de Ciências Sociais/UFCG, Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/UFCG

-Tadeu Gomes Teixeira, Doutor em Ciências Sociais, Departamento de Administração e Ciências Contábeis/UFMA.E-mail: [email protected]

-Cristiano Wellington Noberto Ramalho, Doutor em Ciências Sociais, Departamento de Sociologia/UFPE.E-mail: [email protected]

-José Raimundo Barreto Trindade, Doutor em Desenvolvimento Econômico, UFPA, Programa de Pós-Graduação em Economia da UFPA.E-mail: [email protected]

-Francisco Eduardo Beckenkamp Vargas, Doutor em Sociologia, Instituto de Filosofia, Sociologia e Política /UFPel. E-mail: [email protected]

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Mercado de trabalho no Brasil: Dimensão Regional e Diversidade nas Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda

O mercado de trabalho no Brasil tem como uma de suas características estruturais a precariedade das relações de trabalho e a resiliência da informalidade. Para compreender melhor a especificidade das diferentes dinâmicas do mercado de trabalho em contextos regionais, o então Ministério do Trabalho e Emprego buscou, em 2015, estabelecer termos de cooperação com diversas Universidades Federais – UFPA, UFMA, UFCG, UFPE e UFPel – para constituir unidades locais do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho, órgão vinculado à Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE) do Ministério, e sob assessoria do Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (DIEESE).

Os Observatórios têm como objetivo acompanhar indicadores do mercado de trabalho em municípios dos respectivos estados e subsidiar os gestores públicos no debate e tomada de decisão, tendo em vista o fortalecimento de políticas públicas de emprego, trabalho e renda.

Nesse sentido, a mesa “Mercado de trabalho no Brasil: Dimensão Regional e Diversidade nas Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda” tem o propósito de apresentar os primeiros resultados dos Observatórios e socializar a metodologia usada no desenvolvimento das pesquisas.

Considerando os efeitos drásticos da crise econômica sobre o mercado de trabalho nacional nos últimos anos, o resultado das atividades investigativas dos Observatórios tem o efeito de nuançar aspectos locais que tornem visíveis algumas possíveis tendências de configuração do mercado de trabalho no país.

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08/09/2017

Coordenador:José Ricardo Ramalho (IFCS-UFRJ)

Convidados:-Enrique de La Garza Toledo (UAM-México);

-Jacob Lima (UFSCAR-SP)

-Roberto Véras de Oliveira (UFPB-Paraíba);

-Iram Jácome Rodrigues (USP-SP)

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“Novas expressões no mundo do trabalho, globalização e ação coletiva.”

Resumo: A mesa vai abordar os debates contemporâneos sobre o mundo do trabalho e os efeitos da globalização econômica sobre a sua configuração em escalas transnacional e global.Pretende discutir os desdobramentos desse processo sobre a flexibilização do trabalho, a redução de direitos laborais, o deslocamento geográfico dos empregos e o enfraquecimento da capacidade de negociação dos sindicatos.

09/09/2017

Coordenador: Marco Aurélio Santana (UFRJ) .

-Ricardo Antunes (UNICAMP)

-Graça Druck (UFBA)

-Ruy Braga (USP)

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Trabalho, crise e políticas de austeridade no Brasil recente

A proposta da mesa é discutir os efeitos das políticas estabelecidas para o mundo do trabalho pelos governos de Lula, Dilma e Temer, bem como as respostas dadas pela classe trabalhadora diante de tais iniciativas. Estarão em tela os contextos de crise social, política e econômica enfrentados por estes governos. A mesa buscará discutir os limites e possibilidades apresentados em termos do mundo do trabalho pelos governos do Partido do Trabalhadores (PT), e o cenário aberto pelo governo Temer.

Após um período de estabilidade e crescimento na primeira década dos anos 2000, o Brasil entrou em um período de profunda crise econômica, social, política e institucional. Assim como seu período de bonança deveu-se, em grande medida, às condições internacionais, as causas mais profundas da atual crise brasileira possuem fortes componentes globais.

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Elas são parte do movimento efetuado pelo capitalismo, nas últimas décadas do século XX, em busca por impulsionar seus ciclos de acumulação e desviar-se, mesmo que temporariamente, de seus próprios limites, expressos em crises com profunda repercussão mundial. Na era em que a mundialização e financeirização do capital atingiram seu ponto alto, essas crises têm se tornado mais frequentes e profundas ao redor do globo.

O advento da crise de 2008 e seu impacto nos diferentes países do globo é parte desse processo. Inicialmente, atingiu os países capitalistas centrais, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, entre outros. Mas, dada sua conformação global, desigual e combinada, projetou-se para as diversas nações do mundo asiático, atingindo também países de desenvolvimento intermediário, como os que compõem o chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e, mais acentuadamente, o conjunto da periferia do sistema As repercussões da crise no Brasil, considerada de início como “marolinha” pelo governo Lula, foram pouco a pouco solapando o projeto do PT, vigente desde 2003. Implantado ao longo dos dois mandatos presidenciais consecutivos de Lula e, a partir de 2011, por sua sucessora, Dilma Rousseff, o projeto começou a dar sinais claros de desmoronamento em 2013, quando as rebeliões de rua atingiram, em junho, seu ápice. O quadro ficou ainda mais grave após as eleições de 2014. Apesar do defendido na campanha, Dilma empreendeu políticas austeras, capitaneadas por um representante dos banqueiros, Joaquim Levi, que poucos resultados trouxe, a não ser aqueles duríssimo sobre a classe trabalhadora. Em meio à crise política e econômica, uma articulação golpista parlamentar, judiciária e midiática apeou Dilma Roussef do poder, pondo fim há 13 anos de governos do PT. O governo Temer já assumiu apresentando suas armas e defendendo projetos de austeridade que aprofundam aqueles

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já oferecidos pelo governo Dilma. Recompondo a volátil base de apoio parlamentar, Temer vai avançando no parlamento no sentido do controle dos gastos, que terão impactos óbvios sobre os investimentos em educação e saúde. Já estão sinalizadas as reformas trabalhista e previdenciária que afetarão fortemente o mundo dos trabalhadoras e trabalhadores. Após papel de destaque na destituição da presidente, o Poder Judiciário continua em sua atuação marcada pela seletividade, que visa ao PT e aos movimentos sociais, implementando uma legislação de exceção que busca garantir tranquilidade e paz social ao novo governo. Estamos claramente retornados ao cenário do neoliberalismo mais puro, agora em fase 2.0

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09/09/2017

Coordenadora: Magda Barros Biavaschi

Convidados:-Márcia de Paula Leite, Doutora, Professora Titular do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação da Universidade Estadual de Campinas;

-Hugo Barretto Ghione, Doutor, Professor Titular Catedrático de Direito do Trabalho e de Seguridade Social da Universidade da República;

-Gabriela Neves Delgado, Doutora, Professora Associada de Direito do Trabalho dos Programas de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UNB;

-Alisson Droppa, Doutor, Pós Doutorando em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP – Bolsista FAPESP;

-Marilane Oliveira Teixeira, economista, mestre em economia política e doutoranda do programa de economia social e do trabalho da IE/UNICAMP, pesquisadora do tema de relações de trabalho e gênero, assessora sindical e colaboradora da OIT/ACTRAV e da Industrial no Brasil

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O capitalismo contemporâneo e a terceirização: novas abordagens e fontes para pesquisa

A presente mesa busca trazer ao debate discussões e dados coletados no âmbito do eixo Terceirização do Projeto temático: “Contradições do Trabalho no Brasil Atual. Formalização, precariedade, terceirização e regulação”, coordenado pela Professora Márcia de Paula Leite, no qual seus pesquisadores, em diversos eixos temáticos, buscam elucidar os impactos das transformações mais atuais do capitalismo nas relações de trabalho a partir de aspectos como: desigualdades de gênero, informalidade, terceirização e papel das instituições publicas sobre essa modalidade de contratar, organização sindical, cadeias produtivas de alta tecnologia e relações de trabalho, regulação social e políticas públicas de mercado de trabalho. Esta mesa, focando os estudos do eixo terceirização, propõe-se a um debate sobre essa forma de contratar a partir dos seguintes aspectos: capitalismo contemporâneo e abordagem econômica da terceirização; terceirização em setores de alta tecnologia; formas burladas de terceirização e o papel das instituições públicas que atuam no mundo do trabalho, com foco na Justiça do Trabalho; metodologia do estudo das fontes produzidas da justiça do trabalho e seu papel diante das demandas envolvendo terceirização; regulação do trabalho sobre terceirização em perspectiva comparada; correspondentes bancários como forma burlada de terceirização; e, aspectos constitucionais do uso da terceirização e, nesse cenário, o papel do Supremo Tribunal Federal.

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09/09/2017Coordenador:Leonardo Cavalcanti - Professor da Universidade de Brasília (UnB) - Instituto de Ciências Sociais - Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC).Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra)

Convidados:-Antonio Tadeu de Oliveira - Pesquisador do IBGE.

-Tania Tonhati: Doutoranda em Sociologia na Universidade de Londres, Goldsmiths College

-Delia Dutra, pós-doutoranda (CAPES) no Programa sobre Estudos Comparados sobre as Américas (CEPPAC), Universidade de Brasília/ Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília.

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A presença e inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro

As migrações internacionais no Brasil tem se tornado mais complexa nos últimos anos. A crise econômica iniciada no ano de 2007 nos Estados Unidos, a qual também afetou de forma substancial a Europa e o Japão, introduz uma maior complexidade nos eixos de deslocamentos das migrações sul-americanas, especialmente no Brasil. Além disso, o desenvolvimento econômico e social do país e o seu reposicionamento geopolítico nos últimos anos, tem tornado a migração muito mais diversa. Na atualidade, o Brasil conjuga diferentes cenários migratórios: continua havendo emigração; ao mesmo tempo em que o país passa a receber novos e diversificados fluxos de imigrantes; além de projetos migratórios de retorno por parte dos emigrados, influenciados, sobretudo, pela crise econômica pós 2007, nos Estados Unidos, Europa e Japão. Na presente década, o Brasil vem recebendo novos e diversificados fluxos migratórios. Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) demonstram um aumento do número de imigrantes formalmente empregados nos últimos anos, passando de 69.015 em 2010 a 155.982 em 2014, o que representou um crescimento de 126,01% entre 2010 e 2014 (CAVALCANTI, OLIVEIRA e TONHATI, 2015). Uma parte significativa desses imigrantes procedem do chamado sul global. O caso mais emblemático é do coletivo haitiano que passaram de pouco mais de algumas dezenas de imigrantes no mercado de trabalho formal em 2010 a ser a primeira nacionalidade em 2013, superando imigrações clássicas no país, como é o caso dos portugueses. As taxas de crescimento anual dos haitianos foram de: 406,50% (2012/11), 255,98% (2013/12) e 107,44% (2014/13). (CAVALCANTI, OLIVEIRA e TONHATI, 2015). A presente mesa se propõe a pensar e fazer pensar sobre um tema de máxima relevância no cenário nacional e que provoca múltiplos impactos e desafios: demográficos, políticos, sociais, econômicos, entre outros Analisar a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro se coaduna com os objetivos da ABET,

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especialmente no que diz respeito aos eixos temáticos: 13) Dinâmicas demográficas e trabalho; 3) Trabalho, desigualdade e pobreza e 11) Emprego, estrutura ocupacional e rendimentos.

Ementa: A mesa será realizada pelo Observatório das Migrações Internacionais, uma parceria entre o Ministério do Trabalho (MT) por meio do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) e a Universidade de Brasília (UnB) e que tem como meta ampliar o conhecimento sobre os fluxos migratórios internacionais no Brasil, mediante estudos teóricos e empíricos, e apontar estratégias para a inovação social de políticas públicas dirigidas as migrações internacionais.

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MESAS REDONDAS

XV-ENCONTRO NACIONAL DA ABET

Rio de Janeiro- UFRJ- de 6 a 9 de setembro de 2017.