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Escola EB 2,3/Secundária Professor Mendes dos Remédios Direitos e deveres Laborais, Constitucionais, Económicos e de Mercado Trabalho elaborado por: Ricardo Miguel Pinto Serralha Curso E.F.A.-C.P./grupo A

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Escola EB 2,3/SecundáriaProfessor Mendes dos Remédios

Direitos e deveres

Laborais, Constitucionais, Económicos e de Mercado

Trabalho elaborado por:

Ricardo Miguel Pinto Serralha

Curso E.F.A.-C.P./grupo A

NISA

2008/2009

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Escola EB 2,3/SecundáriaProfessor Mendes dos Remédios

Cidadania e profissionalidade

Professores: Célia Mateus Vilhena Carla Sofia Santos Pedro

Direitos e deveres

Laborais

Constitucionais

Económicos

De Mercado

Elaborado por:

Ricardo Miguel Pinto Serralha

Nisa, 02 de Junho de 2008

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DireitosLaborais/Constitucionais vs Económicos/Mercado

Quase um milhão de pessoas no nosso país trabalha a recibos verdes. Foi no início dos anos 90 que os primeiros casos de ‘falsos recibos verdes’ proliferaram como cogumelos. Ou seja, trata-se de um trabalhador que

cumpre as mesmas funções dum empregado por conta de outrem, com horário, hierarquia, posto de trabalho e ordens de superiores. E hoje assiste-se a

novas tentativas de dissimulação do fenómeno, como a constituição de empresas subcontratadas para prestar serviços. Quantos trabalhadores a recibo verde existirão no nosso país? Sabe-se que representam mais do que a função pública, que tinha 580.291 funcionários em 2006. O INE não tem um método directo de apuramento de trabalhadores a recibos, mas adianta dados que permitem fazer contas: no 1.º trimestre de 2007, 646,7 mil pessoas tinham contrato de trabalho a termo, 188,7 mil contratos de prestação de serviços, e 66,1 mil pessoas estavam em subemprego visível. O que dá um total de 901 mil trabalhadores a recibo verde.

O período experimental, segundo o artigo 104.º, corresponde ao tempo inicial de execução do contrato e a sua duração obedece ao fixado nos

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artigos seguintes. As partes devem, no decurso do período experimental, agir de modo a permitir que se possa apreciar o interesse na manutenção do contrato de trabalho. A antiguidade do trabalhador conta-se desde o início do período experimental.

Diz o artigo 105.º, que durante o período experimental, qualquer das partes pode denunciar o contrato sem aviso prévio nem necessidade de invocação de justa causa, não havendo direito a indemnização, salvo acordo escrito em contrário. Tendo o período experimental durado mais de 60 dias, para denunciar o contrato nos termos previstos no número anterior, o empregador tem de dar um aviso prévio de 7 dias.

Já o artigo 106.º,diz que o período experimental, começa a contar-se a partir do início da execução da prestação do trabalhador, compreendendo as acções de formação ministradas pelo empregador ou frequentadas por determinação deste, desde que não excedam metade do período experimental. Para efeitos da contagem do período experimental não são tidos em conta os dias de faltas, ainda que justificadas, de licença e de dispensa, bem como de suspensão do contrato.

No que toca aos estagiários, são muitas vezes “usados e abusados”, não por ignorância mas por necessidade. Tendo em conta a escassez de trabalho, sujeitam-se a condições extremas a fim de agarrarem um emprego que

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muitas vezes é o primeiro, mas vejamos o que diz a lei, nesse caso em relação aos estagiários da administração pública.

O decreto-lei nº 94/2006 de 29 de Maio de 2006, DR 103 – Série 1 – A, emitido por Ministério da Administração Interna.

Adapta à administração local o regime jurídico constante do Decreto-Lei n.º 326/99, de 18 de Agosto, que institui o Programa Estágios Profissionais na Administração Pública. Como forma de contribuir para a inserção dos jovens na vida activa, complementando uma qualificação preexistente através de uma formação prática a decorrer no âmbito dos serviços públicos. Aí se estabelece que o estágio profissional é prioritariamente vocacionado para o exercício de funções correspondentes às carreiras técnica superior, técnica e técnico-profissional do regime geral da função pública. A adaptação do Programa Estágios Profissionais na Administração Pública que ora se procede confere à administração local a oportunidade de contribuir para o cumprimento da política de emprego e formação consagrada no Programa do XVII Governo Constitucional.

Uma grande injustiça que se pratica no nosso país e não só, é a dificuldade de encontrar emprego, agravada em função da idade. Por exemplo, um jovem que acaba a sua formação e começa à

procura de uma ocupação, uma das perguntas que lhe fazem à cabeça é sobre a “experiência”. Na altura da entrevista parece que a experiência é fundamental, básica, essencial, indispensável. Sem ela nada feito. No entanto, é uma verdade óbvia que antes de se começar a

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trabalhar não há experiência e, portanto, teria de se dar uma oportunidade para ver as qualidades do candidato.

Mas temos o outro prato da balança também muito carregado: a pessoa que procura trabalho mas é “menos nova ” . É outro grave problema, sobretudo quando o trabalho não é lá muito qualificado. E os casos são muitos como se sabe, sobretudo com mulheres mas também encontramos muitos outros casos com homens. O problema é geral.

Outros dos abusos frequentes no universo profissional, são as exigências dos patrões em requerer material próprio ao trabalhador, como tal fica o exemplo desta oferta de trabalho para um operador de câmara:

Operador de câmara (com equipamento próprio)

Produtora de TV com programas de televisão diários procura operador de câmara com experiência local de trabalho: Lisboa

Produtora: Companhia de Ideias (www.companhiadeideias.com)

Condições: recibo verde; full-time

Remuneração: a combinar

Exige-se: experiência de, pelo menos, dois anos; disponibilidade imediata; residência na Grande Lisboa; equipamento próprio (câmara, lentes, etc.); noções de iluminação e áudio

Características do candidato: idade inferior a 35 anos; capacidade para trabalhar sob stress; grande sentido de responsabilidade

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Dá-se preferência a quem tiver veículo próprio

Os sindicalistas são também outras das vítimas de despedimentos, numa tentativa das entidades empregadoras em “cortar o mal pela raiz”, como se pode constatar no seguinte excerto:

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“O presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP), António Ramos, e o secretário regional da mesma estrutura sindical para o Algarve e Alentejo, António Cartaxo, foram reformados compulsivamente das funções policiais, na sequência de processos disciplinares que lhes foram movidos por declarações à comunicação social consideradas desrespeitosas, nomeadamente, para o primeiro-ministro, José Sócrates. António Ramos e António Cartaxo foram notificados ontem e hoje da decisão do Governo."Não conheço o despacho de pronúncia. No entanto, se se confirmar que a decisão governamental se deve ao desenvolvimento da actividade sindical, é muito grave e põe em causa o direito constitucional da liberdade sindical", afirmou o presidente do SINAPOL.Armando Ferreira lembrou que António Ramos e António Cartaxo falaram à comunicação social enquanto dirigentes sindicais "e não como funcionários da PSP". "Temos de ter liberdade sindical, senão acaba a democracia", defendeu, acrescentando que "andam a querer silenciar os sindicalistas da PSP" e a decisão do Governo é "um aviso à navegação, quem fizer igual tem o mesmo destino".”

São também os regimes de turnos, outra das “tácticas” do patronato para rentabilizar ao máximo quer o dia de trabalho, quer a maquinaria. Abusando muitas vezes da necessidade de trabalhar dos empregados, impõem-lhes turnos pesados que desacertam por completo o nosso relógio biológico, trazendo posteriormente problemas de saúde. Vamos portanto conhecer algumas regras que não são cumpridas.

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O descanso semanal no regime de turnosPara evitar que o número de dias de trabalho efectivo de cada trabalhador ultrapasse o limite anual de horas previsto na regulamentação aplicável e ainda, para impedir a ocorrência de prejuízos ou sacrifícios graves para a saúde, o legislador estipulou que só pode ocorrer uma mudança de turno para qualquer trabalhador, desde que ele beneficie, antecipadamente, do descanso semanal a que tem direito (cf. art. 27 nº.4 do DL 409/71).

Assim, se o trabalhador se encontra adstrito a um regime de três turnos rotativos, só deverá percorrer os diferentes horários de trabalho previstos na escala após o descanso semanal a que tem direito.

Nos termos do art. 6-A do DL 409/71 (na redacção que lhe foi dada e 1999), os critérios aferidores da dispensa do trabalho em regime de turnos aplica-se às seguintes pessoas:a) Aos menores;b) Aos deficientes;c) Às grávidas;d) Às trabalhadoras puérperas (ou em situação de parto);e) Às trabalhadoras lactantes e durante o tempo em que amamentem.

Interpretação de leis

Artigo 15º

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Permite ao trabalhador exprimir-se livremente, sempre que tal situação não ponha em causa o desenvolvimento laboral nem o respeito mútuo, entre colegas e patrões.

Artigo 16º

O respeito deve reinar entre ambos os extremos da hierarquia de uma empresa, a vida íntima de cada um deve ser preservada e não ser exposta entre colegas.

Artigo 17º

Informações da vida privada, sejam de saúde ou de gravidez, só poderão ser pedidas pelo empregador em situações extremas, ou seja quando as mesmas sejam

necessárias para o momento laboral, devendo essas ser escritas.

Artigo 18º

A integridade física e moral é assegurada pela lei, tanto ao empregado como ao patrão.

Artigo 19º

O empregador, não pode exigir ao empregado que efectue testes médicos, sejam eles despistagem de doenças, testes de gravidez ou exames psíquicos, para comprovar as condições físicas e/ou psicológicas do trabalhador, excepto quando é posta em causa a integridade física quer do próprio, quer de terceiros, devendo o trabalhador ser previamente avisado de forma escrita.

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Artigo 20º

O empregador não pode vigiar através de CCTV (Circuito Fechado de Televisão) os empregados no seu local de trabalho, excepto se os

empregados o permitirem ou se a acção seja feita com a intenção de proteger os mesmos.

Artigo 21º

O empregado pode receber e enviar mensagens de diversas formas, contudo convém não abusar e ter em conta que tal não prejudique o trabalho, podendo o patronato restringir certas acções.

Artigo 22º

Todos os trabalhadores têm deveres e direitos iguais, bem como igualdade de oportunidades, independentemente das suas origens religiosas, raciais, politicas, clubistas, entre outras.

Artigo 23º

A entidade patronal não pode descriminar um trabalhador, qualquer que seja a sua condição

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social, politica, sexual, religiosa, étnica, física. Cabe ao suposto lesado de descriminação “prova-la” á entidade patronal, indicando quem a fez, e como se passou, a fim de se averiguar a situação.

Perfil profissional

Eu trabalho por conta própria. Assim, tento cumprir com a minha pontualidade, principalmente no que toca ao prazo de entrega de trabalhos que eu próprio determino. Comecei este negócio (comércio a retalho de ferragens e vidro plano, ao qual anexei o emolduramento), há cerca de dez anos quando me candidatei a uma I.L.E. (Iniciativa Local de Emprego), no I.E.F.P. de Portalegre.

Não tinha quaisquer aptidões para o ramo, mas evoluí com a ajuda dos fornecedores e com ideias e espírito de iniciativa. A criatividade é a base da continuidade neste tipo de negócio, que consiste em emoldurar tudo o que os clientes solicitem, desde diplomas, bordados, naperões, fotos, etc. Há alturas em que o negócio anda mal. Aí é preciso persistir e resistir. É nas más alturas que o poder de decisão é mais importante. Por vezes, investir numa altura baixa do negócio é um bom chamamento para a clientela. Um bom sentido de organização é meio caminho andado para o sucesso laboral.

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Como trabalhador independente não me baseio muito em direitos ou deveres, devendo porém saber como funcionam por exemplo as reclamações, tanto da parte dos clientes como da minha parte. Reconheço que, noutros casos, os direitos e deveres são uma importante disciplina para o bom funcionamento, quer de uma empresa, quer de uma sociedade.

Despedimentos

No que toca aos despedimentos, não tendo casos pessoais a referir, dou a título de exemplo as seguintes hipóteses.

a) Um patrão que despede o empregado por ele chegar repetidamente atrasado, é um despedimento com justa causa para a parte patronal. (Artigo 231º do código de trabalho).

b) Um patrão que despede um trabalhador por ele reclamar em relação às horas que faz a mais, é um despedimento injusto. (Artigo 15º do código de trabalho).

c) Um empregado que se despede por o patrão o obrigar a fazer horas extras contra a sua vontade, é justa causa. (Artigo 171º do código de trabalho).

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d)Um empregado que se despede por não estar de acordo com o salário que recebe, sendo este o acordado no contrato de trabalho, não é justa causa. (Artigo 94º do código de trabalho).

O que diz a lei:

a)Artigo 231.º (Do Código de Trabalho)

Efeitos das faltas injustificada

No caso de a apresentação do trabalhador, para início ou reinício da prestação de trabalho, se verificar com atraso injustificado superior a trinta ou sessenta minutos, pode o empregador recusar a aceitação da prestação durante parte ou todo o período normal de trabalho, respectivamente.

Artigo 396.º (Do Código de Trabalho)

Justa causa de despedimento

Faltas não justificadas ao trabalho que determinem directamente prejuízos ou riscos graves para a empresa ou, independentemente de qualquer prejuízo ou risco, quando o número de faltas injustificadas atingir, em cada ano civil, 5 seguidas ou 10 interpoladas

b)

Artigo 15.º (Do Código de Trabalho)

Liberdade de expressão e de opiniãoÉ reconhecida no âmbito da empresa a liberdade de expressão e de divulgação do pensamento e opinião, com respeito dos direitos de personalidade do trabalhador e empregador, incluindo as pessoas

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singulares que o representam, e do normal funcionamento da empresa.

c)Artigo 171.º (Do Código de Trabalho)Horário de trabalho e períodos de

funcionamentoO empregador legalmente sujeito a regime de período de funcionamento deve respeitar esse regime na organização dos horários de trabalho para os trabalhadores ao seu serviço.

d)

Artigo 94.º (Do Código de Trabalho)

Promessa de contrato de trabalhoA promessa de contrato de trabalho só é válida se constar de documento no qual se exprima, em termos inequívocos, a vontade de o promitente ou promitentes se obrigarem a celebrar o contrato definitivo, a espécie de trabalho a prestar e a respectiva retribuição.

Conclusão

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Os direitos laborais e sociais em uso em Portugal são um património de todos os trabalhadores portugueses, alcançados durante anos e anos de luta e sacrifícios. Tais direitos representam um pilar insubstituível e indispensável ao exercício da democracia e das liberdades conquistadas.

Cabe ao trabalhador estar informado e consciente dos direitos laborais em vigor na altura, nunca abdicando deles. Convém salvaguardar a sua durabilidade e exercer o seu poder de forma justa e transparente, para que de futuro se possa melhorar o aspecto laboral de cada um.