97
0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos aviários São Paulo 2006

0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

  • Upload
    lethien

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

0

LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO

Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus

entéricos aviários

São Paulo 2006

Page 2: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

1

LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO

Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos

aviários

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências

Departamento: Patologia Área de Concentração:

Patologia Experimental e Comparada

Orientador: Prof. Dr. Antonio José Piantino Ferreira

São Paulo 2006

Page 3: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.1779 Villarreal Buitrago, Laura Yaneth FMVZ Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte,

poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos aviários / Laura Yaneth Villarreal Buitrago. – São Paulo: L. Y. Villarreal Buitrago, 2006. 96 f. : il.

Tese (doutorado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Patologia, 2006. Programa de Pós-graduação: Patologia Experimental e Comparada. Área de concentração: Patologia Experimental e Comparada. Orientador: Prof. Dr. Antonio José Piantino Ferreira.

1. Avicultura. 2. Enterites. 3. Vírus entéricos. 4. Coronavírus. 5. CECoV. I. Título.

Page 4: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

3

Page 5: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

4

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: Villarreal Buitrago, Laura Yaneth Título: Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e

matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos aviários

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências

Data:___/___/___

Banca Examinadora Prof. Dr.______________________________ Instituição_________________________ Assinatura____________________________ Julgamento________________________

Prof. Dr.______________________________ Instituição_________________________ Assinatura____________________________ Julgamento________________________

Prof. Dr.______________________________ Instituição_________________________ Assinatura____________________________ Julgamento________________________

Prof. Dr.______________________________ Instituição_________________________ Assinatura____________________________ Julgamento________________________

Prof. Dr.______________________________ Instituição_________________________ Assinatura____________________________ Julgamento________________________

Page 6: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

5

A Paulo,

Exemplo, apoio, guia e meu Grande amor.

Obrigada.

Page 7: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

6

A Deus,

Guia constante da minha vida e das

minhas decisões

Page 8: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

7

AGRADECIMENTOS

À minha família na Colômbia e no Brasil, por sempre estar do meu lado, mesmo de longe.

Ao meu orientador Prof. Dr. Antonio José Piantino Ferreira pelo constante apoio, ensinos e por

acreditar em mim durante todos estes anos de trabalho.

Ao pesquisador e amigo Jorge Luis Chacón Villanueva (P), pela grande amizade e trabalho

compartilhado.

Aos amigos Alexandre Sanches (Finicho), Sibele Souza (Sibs) e André Saidenberg (Tomas) pelo

apoio, amizade e ajuda incondicional.

Aos amigos Antonio Carlos Pedroso (Don Ramón) e Carina Nishio (Carininha) pelos constantes

risos, momentos inesqueciveis e por estarem sempre dispostos a ajudar.

Aos amigos do laboratório de ornitopatologia: Claudete, Maria José, Mauricio, Lidiane, Gabriela,

Amarílis, Marcelo, Terezinha, Liliana, Sabrina, Mario Sergio, Marcobacter, Eliana (chuchuca)

com quem convivi 4 anos da minha vida e de quem guardo grande estima.

Ao pessoal do laboratório de suínos: Andréa, Cleise, Renatas, Thais, Luciane, Karina e Rafael,

pelos momentos agradáveis.

Ao prof. Dr. José Antonio Jerez, pelas constantes dicas e pelo carinho.

Page 9: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

8

A todo o pessoal do VPS de quem tanto gosto e de quem eu me sinto parte.

A todos aqueles que me acolheram tão afetuosamente no Brasil, minha segunda pátria!.

À FAPESP, pelo apoio financeiro.

À Universidade de São Paulo, por ter aberto as portas a quem sempre quis ir para frente.

OBRIGADA!

Page 10: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

9

RESUMO

VILLARREAL BUITRAGO, L. Y. Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos aviários. [Detection of an enteric coronavirus in broiler chickens, laying hens and broiler breeders: distribution, molecular diversity and diferential diagnosis with other avian enteric viruses]. 2006. 96 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Doenças infecciosas entéricas das aves comerciais apresentam uma etiologia complexa e são

distribuídas mundialmente, acarretando elevadas perdas econômicas. Aliadas à possibilidade de

infecções únicas ou concomitantes entre diversos patógenos, as gastroenterites podem se refletir

em outros sistemas, contribuindo ainda mais para a queda da performance dos lotes.

Recentemente, foi detectado um coronavírus no conteúdo intestinal de aves apresentando

despigmentação e diarréia. Este vírus, denominado de CECoV (chicken enteric coronavírus) é

sugestivo de pertencer ao grupo 2, divergente dos demais coronavírus comuns em aves,

pertencentes ao grupo 3 do gênero Coronavirus. No Brasil, há uma grande necessidade no

conhecimento acerca da participação dos agentes virais nas diarréias de aves, sendo este um

passo fundamental para o estabelecimento de medidas profiláticas específicas e para a exportação

de produtos avícolas. Este estudo teve por objetivos detectar este coronavírus do grupo 2 em aves

de corte, poedeiras comerciais e matrizes com e sem diarréia pela técnica de PCR dirigida ao

gene codificador da RNA-polimerase RNA-dependente (gene RdRp) dos coronavírus do grupo 2,

estabelecer a relação genealógica entre diversas amostras detectadas deste vírus com base em

seqüências dos genes RdRp, gene codificador da proteína de espícula (S), gene codificador da

Page 11: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

10

proteína hemaglutinina-esterase (HE), gene 5, gene 3 e região 3'UTR e realizar o diagnóstico

diferencial com reovírus, rotavírus, variedades enterotrópicas do vírus da bronquite infecciosa das

galinhas (VBIG), astrovírus e adenovírus. O coronavírus CECoV foi detectado em 25 de 119

amostras de conteúdo entérico de aves de corte, matrizes e poedeiras com e sem diarréia, em

diversas granjas produtoras no Brasil, pela técnica da reação em cadeia pela polimerase dirigida

ao gene RdRp. O CECoV tem papel como agente primário e secundário em processos patológicos

do trato digestório de aves e, ao serem analisadas filogeneticamente, diferentes amostras de

CECoV formaram um grupo único com base no gene RdRp dentro do grupo 2 do gênero

Coronavirus, possuindo homologia com coronavírus do grupo 3 na região 3'UTR, sendo sua

origem sugerida como um evento de recombinação entre coronavírus dos grupos 2 e 3. Através

do estabelecimento de uma rotina de diagnóstico diferencial, as freqüências de ocorrência de

vírus entéricos em aves de produção criadas nas 119 granjas no Brasil foram: rotavírus=48,74%,

reovírus=2,52%, VBIG=65,54%, CECoV=21% e astrovírus=3,36%.

Palavras - chave: Avicultura. Enterites. Vírus entéricos. Coronavírus. CECoV.

Page 12: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

11

ABSTRACT

VILLARREAL BUITRAGO, L. Y. Detection of an enteric coronavirus in broiler chickens, laying hens and broiler breeders: distribution, molecular diversity and diferential diagnosis with other avian enteric viruses. [Detecção de um coronavírus entérico aviário em aves de corte, poedeiras comerciais e matrizes: distribuição, diversidade molecular e diagnóstico diferencial com outros vírus entéricos aviários]. 2006. 96 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

Infectious enteric diseases in poultry have a complex etiology and a worldwide distribution,

causing large economic losses. Along with the possibility of single or multiple infections by

different pathogens, enteric diseases may also be reflected in other systems, contributing even

more to the fall of performance in the affected flocks. Recently, a coronavirus was detected in the

intestinal contents of chickens with depigmentation and diarrhea. This virus, named CECoV

(chicken enteric coronavirus), has been suggested as belonging to group 2, divergent of the

common avian coronaviruses, which belongs to the group 3 of the genus Coronavirus. In Brazil,

there is a great need for the knowledge on the role of viral agents in diarrhea of poultry, what is a

fundamental step for the establishment of specific prophylactic measures and for the exportation

of poultry-derived products. The present study aimed the detection of this group 2 coronavirus in

broilers, laying hens and breeders with and without diarrhea using a PCR targeted to the gene

coding for the RNA-dependent RNA-polymerase (RdRp) of group 2 coronaviruses, the

establishment of the genealogical relationship among the different strains detected based on

sequences of the RdRp, the genes coding for the spike protein (S gene), hemagglutinin-esterase

protein (HE gene), gene 5, gene 3 and the 3' UTR and the differential diagnosis with reovirus,

rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus.

CECoV was found in 25 out of 119 samples of enteric contents of broilers, breeders and laying

Page 13: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

12

hens in different farms in Brazil using the PCR to the RdRp. CECoV has a role as a primary and

secondary pathogen in pathological processes of the enteric tract of poultry and the phylogenetic

analysis showed that different strains of CECoV formed an unique cluster based on the RdRp

inside the group 2 of coronaviruses, harboring homology with group 3 coronaviruses in the

3'UTR, being its origin suggested as a recombination event between coronaviruses of groups 2

and 3. By the establishment of a routine of diagnosis, the frequencies of enteric viruses in the 119

poultry farms surveyed were: rotavirus = 48.74%, reovirus = 2.52%, IBV = 65.54%, CECoV =

21% and astrovirus = 3.36%.

Keywords: Poultry. Enteritis. Enteric viruses. Coronavirus. CECoV.

Page 14: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

13

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa geopolítico do Brasil mostrando os oito Estados e o Distrito Federal nos quais foram colhidas as amostras para a pesquisa de vírus entéricos no presente estudo. Fonte: http://www.mapsofworld.com/brazil/brazil-political-map.html. São Paulo, 2006..............................................................................

29

Figura 2 - Diagrama de fluxo de atividades para a pesquisa dos vírus entéricos nas amostras fecais. São Paulo, 2006..............................

32

Figura 3 - Representação esquemática do genoma dos coronavírus do grupo 2 e das regiões amplificadas pela PCR do RdRp (primers 2Bp + 4Bm e CV2L + CV2U) e pela PCR para o gene codificador da proteína hemaglutinina-esterase (primers CHES e CHEA) (adaptado de LAI; CAVANAGH, 1997). São Paulo, 2003..........

43

Figura 4 - Gel de agarose 1,5% corado com brometo de etídeo mostrando o fragmento esperado de 796 pb para o BCoV do gene HE em gradiente de temperatura para os primers CHES e CHEA. São Paulo, 2006.....................................................................................

48

Figura 5 - Representação esquemática do genoma dos coronavírus do grupo 3 e das regiões amplificadas pela PCR dos genes 3 e 5 e da região 3´UTR. São Paulo, 2006......................................................

56

Figura 6 - Gel de agarose da PCR para detecção do gene codificador da RdRp dos coronavírus do grupo 2. 1:100bp DNA ladder; 2: CCoV; 3:BCoV; 4:BIG; 5: água ultra-pura. São Paulo, 2006................................................................................................

60

Figura 7 - Gel de poliacrilamida apresentando uma das amostras de rotavírus aviário isolado em células MA-104. O numero 1 é o controle positivo de rotavírus, e dos números 2-6, a amostra na 5a, 4a, 3a, 2a, 1a passagem em células e o número 7 é a amostra de fezes original. São Paulo, 2006..................................................

67

Figura 8 - Árvore filogenética de distância com algoritmo Neighbor – Joining e modelo evolutivo K2P para uma região da ORF 1b do gênero Coronavírus, mostrando os diferentes grupos e, em destaque, as amostras de campo do CECoV e a amostra isolada (CECoV/BR03/USP-01 6thp). Os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) e a barra representa o numero de substituições por sitio de nucleotídeos. São Paulo, 2006..............................................................................

71

Page 15: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

14

Figura 9 - Árvore filogenética de distância com algoritmo Neighbor – Joining e modelo evolutivo Jukes e Cantor para um segmento da região 3'UTR do gênero Coronavirus, mostrando os diferentes grupos e, em destaque, a amostra isolada de CECoV. Os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) e a escala representa o número de substituições por sitio de nucleotídeos. São Paulo, 2006.....................................

73

Figura 10 - Árvore filogenética enraizada construída com o método da máxima parcimônia e algoritmo Heurístico, mostrando espécies de coronavírus dos grupos 1, 2, 3 e SARS e diferentes amostras de CECoV, tendo como grupo externo bredavírus bovino; os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) . São Paulo, 2006...............................................

74

Page 16: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

15

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados totais da detecção de vírus entéricos no conteúdo entérico de matrizes, poedeiras e frangos de corte colhidos para o presente estudo. São Paulo, 2006....................................................................................

62

Tabela 2 - Amostras de conteúdo entérico nas quais apenas um dos vírus pesquisados foi encontrado. São Paulo, 2006............

62

Tabela 3 - Resultados das diferentes co-infecções de vírus entéricos encontradas em matrizes, poedeiras e frangos de corte utilizados no presente estudo, São Paulo, 2006..................

62

Tabela 4 - Estado sanitário dos lotes de matrizes, poedeiras e frangos de corte amostrados para o presente estudo. São Paulo, 2006.........................................................................

63

Tabela 5 - Características das infecções virais das aves com diarréia e retardo de crescimento. São Paulo, 2006.........................

63

Tabela 6 - Características das infecções virais das aves com retardo de crescimento.São Paulo, 2006.........................................

64

Tabela 7 - Características das infecções virais das aves aparentemente sadias (sem sintomas entéricos ou de retardo do crescimento). São Paulo, 2006..........................

64

Tabela 8 - Estado sanitário das aves de acordo com a idade. São Paulo, 2006.........................................................................

65

Tabela 9 - Ocorrência de diferentes vírus entéricos de acordo com o tipo de ave amostrada. São Paulo, 2006.............................

65

Tabela 10 - Identidade de nucleotídeos para um segmento do gene RdRp dos coronavírus dos grupos 1, 2, 3, SARS e CECoV. São Paulo, 2006...................................................

72

Tabela 11 - Identidade de nucleotídeos para uma segmento da região 3'UTR dos coronavírus dos grupos 1, 2, 3, SARS e CECoV. São Paulo, 2006...................................................

72

Page 17: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

16

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Amostras de vírus entéricos de referência. São Paulo, 2006..........................................................

31

Quadro 2 - Primers utilizados nas reações de PCR para a detecção de vírus entéricos e para a caracterização do coronavírus do grupo 2 (CECoV). São Paulo, 2006..................................

56

Quadro 3 - Resultados das PCRs dirigidas para a caracterização do coronavírus CECoV. São Paulo, 2006..........................................................

69

Page 18: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

17

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

aa = aminoácido

BSA = Bovine serum albumin

µg = micrograma

µL = microlitro

DEPC = dietil-piro-carbonato

dNTP = base nitrogenada (A, G, T ou C)

g = aceleração da gravidade terrestre (9,8 m/s2)

M = molar

mg = miligrama

mL = mililitro

mM = milimolar

ORF = Open reading frame

PBS = solução tampão fosfato

PCR = reação em cadeia pela polimerase

q.s.p = quantidade suficiente para

RNA = ácido ribonucléico

dsRNA = Ácido ribonucléico de cadeia dupla

RT = transcrição reversa

SDS = dodecilsultato de sódio

SPF = specific pathogen free

TE = Tampão TRIS-EDTA

TRIS = hidroximetil-aminometano

Nota: Em função do uso consagrado na literatura técnica, algumas abreviaturas utilizadas

seguem as iniciais da sua grafia no idioma inglês.

Page 19: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

18

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 20 2 OBJETIVOS...................................................................................................... 27 3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 283.1 CONTATO COM AS GRANJAS...................................................................... 283.2 AMOSTRAGEM................................................................................................ 303.3 AMOSTRAS DE VÍRUS DE REFERÊNCIA .................................................. 313.4 EXTRAÇÃO DE RNA E DNA PARA AS REAÇÕES DE PCR...................... 333.5 EXTRAÇÃO DE RNA PARA PAGE................................................................ 343.6 DETECÇCÃO DE VIRUS ENTÉRICOS AVIÁRIOS...................................... 353.6.1 Detecção de variantes entéricas do vírus da bronquite infecciosa das

galinhas.............................................................................................................. 353.6.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)............................................................... 353.6.1.2 Primeira amplificação......................................................................................... 363.6.1.3 Segunda amplificação......................................................................................... 363.6.2 Detecção de astrovírus...................................................................................... 363.6.2.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)............................................................... 373.6.2.2 Primeira amplificação......................................................................................... 373.6.3 Detecção de reovírus......................................................................................... 383.6.3.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)............................................................... 383.6.3.2 Primeira amplificação......................................................................................... 383.6.3.3 Segunda amplificação......................................................................................... 393.6.4 Detecção de adenovírus ................................................................................... 393.6.5 Detecção de rotavírus ...................................................................................... 403.6.6 Isolamento de rotavírus.................................................................................... 403.6.6.1 Protocolo de inoculação do vírus em cultivo celular.......................................... 403.6.7 Detecção de coronavírus do grupo 2 (CECoV).............................................. 413.6.7.1 Validação e utilização da PCR para detecção do gene codificador da RNA-

polimerase RNA-dependente (RdRp) dos coronavírus do grupo 2.....................42

3.6.7.1.1 Primers................................................................................................................ 423.6.7.1.2 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 433.6.7.1.3 Primeira amplificação........................................................................................ 443.6.7.1.4 Segunda amplificação......................................................................................... 443.7 CARACTERIZAÇÃO DOS CORONAVÍRUS AVIÁRIOS

PERTENCENTES AO GRUPO 2 (CECoV)...................................................... 453.7.1 Isolamento do coronavírus do grupo 2 em cultivo celular............................ 453.7.2 Inoculação em ovos embrionados.................................................................... 463.7.3 PCR para detecção do gene codificador da proteína Hemaglutinina-

Esterase (HE) dos coronavírus do grupo 2 .................................................... 463.7.3.1 Temperatura ótima de hibridação....................................................................... 473.7.3.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 473.7.3.1.2 Primeira amplificação........................................................................................ 473.7.3.1.3 Limiar de detecção.............................................................................................. 483.7.3.1.4 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 49

Page 20: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

19

3.7.3.1.5 Primeira amplificação........................................................................................ 493.7.4 PCR para detecção do gene codificador da proteína S................................. 493.7.4.1 PCR para a amplificação da região S1 do gene S (S1A).................................... 503.7.4.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 503.7.4.1.2 Primeira amplificação........................................................................................ 503.7.4.2 PCR para a amplificação da região S1 do gene S (S1B).................................... 513.7.4.2.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 513.7.4.2.2 Primeira amplificação........................................................................................ 513.7.5 PCR para a detecção da região 3’UTR dos coronavírus do grupo 3........... 523.7.6 PCR para amplificação do RdRp dos coronavírus do grupos 1, 2 e 3.......... 523.7.7 PCR para a amplificação do gene 3 dos coronavírus do grupo 3................. 533.7.7.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa).............................................................. 543.7.7.2 Primeira amplificação......................................................................................... 543.7.8 PCR para a amplificação do gene 5 dos coronavírus do grupo 3................. 543.7.8.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)............................................................... 553.7.8.2 Primeira amplificação......................................................................................... 553.8 FILOGENIA DO CECoV BASEADA EM SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO

GENE RdRp E DA REGIÃO 3’ UTR................................................................ 583.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................. 59 4 RESULTADOS................................................................................................. 604.1 VALIDAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA PCR PARA DETECÇÃO DO GENE

CODIFICADOR DA RdRp DOS CORONAVÍRUS DO GRUPO 2................ 604.2 DETECÇÃO DE VIRUS ENTÉRICOS NAS AMOSTRAS DE CAMPO....... 614.3 ISOLAMENTO DE ROTAVÍRUS.................................................................... 664.4 INOCULAÇÃO DO CECoV INICIAL ENCONTRADO EM CAMPO EM

CÉLULAS HRT-18............................................................................................ 674.5 INOCULAÇÃO DO CECoV INICIAL ENCONTRADO EM CAMPO EM

OVOS EMBRIONADOS................................................................................... 684.6 CARACTERIZAÇÃO DO CECoV ATRAVÉS DE PCRs DIRIGIDAS

PARA OS GENES S, HE, 3, 5 E RdRp.............................................................. 684.7 SEQÜENCIAMENTO E FILOGENIA DO CECoV INICIAL

ENCONTRADO EM CAMPO E DO ISOLADO EM CÉLULAS HRT-18 BASEADO NAS SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO GENE DA PROTEÍNA RdRp E DA REGIÃO 3’UTR............................................................................ 69

4.8 SEQÜENCIAMENTO E FILOGENIA DOS CORONAVÍRUS DO GRUPO 2 ENCONTRADOS EM CAMPO BASEADOS NAS SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO GENE RdRp.............................................................................. 70

4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................. 75 5 DISCUSSÃO...................................................................................................... 76 6 CONCLUSÕES................................................................................................. 85 REFERÊNCIAS................................................................................................ 86 APÊNDICE........................................................................................................ 94

Page 21: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

20

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre doenças do trato gastrointestinal das aves comerciais teve um

grande incremento nas duas últimas décadas. Porém, estudos no Brasil focados neste tema são,

até o momento, raros, sobretudo quando são considerados processos de etiologia viral.

Doenças infecciosas que afetam o trato digestivo de aves comerciais são importantes tanto

em função das perdas econômicas que estas causam quanto pela afecção de outros sistemas das

aves, o que, somado, leva à diminuição da produtividade. Mais tipicamente, doenças do trato

digestivo afetam o valor do lote pela queda da taxa de crescimento, utilização ineficiente do

alimento, diminuição da uniformidade do lote e incremento à susceptibilidade e ocorrência

relativas a outras doenças e incremento dos custos de medicação. Em geral, efeitos de doença no

trato digestivo continuam muito tempo depois da recuperação clinica, podendo a mortalidade ser

considerável (BARNES, 1997).

O alimento constitui um dos maiores investimentos no lote e, portanto, deficiências na sua

utilização são traduzidas num significante impacto econômico. Várias doenças entéricas

usualmente são acompanhadas pela cessação na ingestão de alimento. Outras doenças, no

entanto, afetam o crescimento enquanto as aves continuam consumindo o alimento, refletindo-se,

deste modo, em perdas por parte do produtor, além das causadas pela falta de uniformidade das

aves, o que faz difícil o mercado do produto final (BARNES, 1997).

Deficiências nutricionais que acontecem como resultado destas infecções também podem

causar disparidade no crescimento e desenvolvimento de órgãos linfóides, particularmente a

bursa de Fabrício e timo. O dano nestes órgãos linfóides pode resultar em deficiências

imunológicas e incremento na susceptibilidade a outras doenças infecciosas (GUY, 1998).

Uma grande variedade de agentes pode afetar o trato gastrointestinal das aves. Dentre os

patógenos entéricos estão as bactérias, as quais habitam em grande escala no trato gastrointestinal

das aves, causando também grandes perdas econômicas na indústria avícola, dentre as quais

podem ser nomeadas Escherichia coli, Salmonella spp, Clostridium spp, Mycobacterium

paratuberculosis etc (PORTER, 1998).

Entretanto, vírus são os mais comumente implicados na maioria de infecções que têm

grande impacto na sanidade da ave e na performance do lote. Estes incluem rotavírus,

coronavírus, enterovírus, adenovírus, astrovírus e reovírus (GUY, 1998).

Page 22: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

21

O conhecimento dos vírus que causam doença intestinal em aves comerciais, assim como

o entendimento da sua imunologia, patogenia e epidemiologia são necessários para o

desenvolvimento de adequados procedimentos de controle. A microscopia eletrônica tem

facilitado a identificação e posterior associação de outros vírus com doenças gastrointestinais de

aves. Entretanto, a caracterização destes vírus e a determinação da sua importância tem sido uma

tarefa monumental, já que a maioria é difícil ou impossível de cultivar usando procedimentos

convencionais in vitro (GUY, 1998).

Adicionalmente, infecções entéricas causadas por vírus são responsáveis pelo

desenvolvimento de grande número de doenças extra-gastrointestinais. Os vírus podem induzir

alteração da mucosa intestinal, tornando esta porta de entrada para outros patógenos potenciais

como Eschirichia coli e Salmonella spp. Como conseqüência desta alteração na mucosa

intestinal, podem ser desenvolvidas deficiências nutricionais, especialmente aquelas relacionadas

com vitaminas lipossolúveis e minerais. Osteoporose e outras anormalidades esqueléticas são

freqüentemente encontradas em frangos de corte jovens que experimentam enterite (BARNES,

1997).

As infecções por rotavírus em aves foram primeiramente relatadas em 1977 quando estes

vírus foram então associados a enterites em lotes de perus e, desde este momento, os mesmos têm

sido encontrados em diferentes espécies aviárias incluindo galinhas, faisões e patos (ESTES,

1990).

Rotavírus são classificados como um gênero na família Reoviridae, sendo vírus não

envelopados, esféricos e com um diâmetro de aproximadamente 70 nm. O genoma compreende

11 segmentos lineares de RNA de dupla fita (dsRNA). Em condições de campo normais, sinais

clínicos associados a infecções por rotavírus em frangos de corte variam de uma infecção

assintomática até surtos de diarréias severas, associadas com desidratação, diminuindo o ganho

de peso e incremento da mortalidade. (ALFIERI et al., 1989; BELLINZONI et al., 1987;

MCNULTY, 1997; MCNULTY et al.., 1979, 1980). O diagnóstico mais comum da infecção por

rotavírus é a demonstração dos segmentos do RNA a partir das fezes usando a técnica de PAGE

(Eletroforese em gel de poliacrilamida) (HERRING et al., 1982).

Enterovírus têm sido associados como causas de doença intestinal em galinhas e perus.

Estes vírus, nomeados como “enterovirus-like”, não foram completamente caracterizados

(MCNULTY; GUY, 1997, 2003). Enterovírus compreendem um dos seis gêneros da família

Page 23: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

22

Picornaviridae (VAN REGENMORTEL et al., 2000). São vírus não envelopados, icosaédricos

com 22 a 30 nm de diâmetro. O genoma é um RNA fita simples de aproximadamente 7,5 kb

(GUY; BARNES, 1991; VAN REGENMORTEL et al., 2000).

A maioria das infecções por enterovírus em aves comerciais foi identificada em aves

jovens durante as primeiras semanas de vida; no entanto, há indícios de que o vírus possa se

apresentar em aves adultas. Os sitios preferenciais para a replicação do vírus são o intestino

delgado e os rins. A infecção é disseminada horizontalmente através da ingestão de fezes

contaminadas, embora outras vias de disseminação não possam ser descartadas (SPACKMAN et

al., 1984).

Adenovírus são agentes infecciosos comuns em frangos. Muitos deles replicam-se em

aves sadias, apresentando poucos sintomas ou infecção assintomática, embora possam ter um

importante papel oportunista quando da presença de fatores predisponentes. Os adenovírus são

vírus não envelopados, icosaédricos, que possuim no seu genoma um DNA dupla fita e com um

diâmetro de 70 a 90 nm (WIGAND et al., 1982).

Os adenovírus aviários (AAV) compreendem três diferentes grupos (MCFERRAN, 1997).

O grupo I, referido como o adenovírus “convencional” é comumente identificado em fezes e

tecidos de aves com doenças intestinais. O adenovírus do grupo II é o causador da conhecida

enterite hemorrágica dos perus. Nos frangos, embora tenha sido descrita esplenomegalia por este

grupo particular de adenovírus, ainda falta pesquisar o seu papel nas enterites das aves comerciais

(PIERSON; DOMERMUTH, 1997). O adenovírus do grupo III é conhecido como o causador

pelo Síndrome de Queda de Postura das aves (EDS) (MCFERRAN, 1997).

Astrovírus são vírus pequenos, arredondados e não envelopados de um diâmetro de 28 a

30 nm com um genoma RNA fita simples de 6,8 a 7,9 kb (MATSUI; GREENBERG, 2001). O

nome astrovírus vem do termo “astron” (grego para estrela), descrevendo as 5-6 pontas

características projetadas na sua superfície, detectadas por microscopia eletrônica (MADELEY;

COSGROVE, 1975).

Astrovírus em galinhas foi inicialmente isolado de conteúdo retal de frangos de corte

sadios (YAMAGUCHI et al., 1979) e, posteriormente, foi comprovada a sua presença em fezes e

conteúdo intestinal de aves jovens com síndrome de mortalidade e enterite (KOCI et al., 2000).

Os sinais clínicos da infecção entérica por astrovírus em aves usualmente são

desenvolvidos entre a primeira e terceira semanas de vida e geralmente duram de 10 a 14 dias.

Page 24: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

23

Estes podem variar, mas basicamente incluem diarréia, emagrecimento, apatia, ingestão da cama

e nervosismo. A patogênese da diarréia associada com infecções por astrovírus é atribuída ao

efeito osmótico dos dissacarídeos (e outros nutrientes) inabsorbidos e indigeridos que atraem

água ao lúmen intestinal. O modo de transmissão dos astrovírus mais provável é o fecal-oral.

Experimentalmente, aves inoculadas oralmente com astrovírus desenvolveram diarréia e,.

adicionalmente, aves expostas à cama contaminada ou aves infectadas desenvolveram infecção

por astrovírus (REYNOLDS; SAIF, 1986; THOUVENELLE et al., 1995).

Os reovírus também são vírus não envelopados, cujo genoma é formado por 10 segmentos

lineares de RNA dupla fita (ds RNA) com um tamanho molecular de 18 kb, aproximadamente.

Uma vez que os reovirus apresentam RNA segmentado, também podem ser diagnosticados pela

técnica de PAGE (ROSENBERGER; OLSON, 1997).

Reovírus aviários já foram isolados de diferentes tecidos de frangos afetados por diversas

doenças, incluindo artrite viral/ tenosinovite/ doença respiratória, doença entérica,

imunossupressão e síndrome de má-absorção (ROESSLER; ROSSENBERGER, 1989;

STERNER, et al., 1989; VAN DER HEIDE, 1996, 2000). A magnitude da doença ocasionada por

reovírus depende diretamente do estado imune da ave, idade, patotipo do vírus e porta de entrada.

A interação com outros agentes já foi documentada e faz variar a natureza e a severidade da

doença e ficou demonstrada a transmissão vertical, embora esta seja pouco freqüente, sendo que

as aves assim infectadas passam a ser importante na epidemiologia do reovírus (ROESSLER,

ROSSENBERGER, 1989; VAN DER HEIDE, 1996, 2000).

A transmissão horizontal é o modo principal de transmissão de reovírus em aves

comerciais, levando a doença entérica, emplastramento cloacal e mortalidade em aves jovens

(DUTTA; POMEROY, 1967). O reovírus aviário é freqüentemente isolado de casos de síndrome

de má-absorção e PEMS (Poult enteritis and mortality syndrome), tendo sido demonstrado que o

mesmo aumenta a patogenicidade de uma variedade de outros agentes infecciosos, incluindo

coccídias (RUFF; ROSENBERGER, 1985), Cryptosporidium spp (GUY et al., 1987) e

Escherichia coli (ROSENBERGER et al., 1986).

Os coronavírus são classificados na ordem Nidovirales, família Coronaviridae, a qual

compreende os gêneros Coronavirus e Torovirus. Na mesma ordem, encontram-se também as

famílias Arteriviridae e Roniviridae (GONZÁLEZ et al., 2003; VAN REGENMORTEL et al.,

2000). O gênero Coronavirus é ainda subdividido em três grupos definidos por epítopos

Page 25: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

24

presentes nas glicoproteínas de envelope, seqüências de nucleotídeos e hospedeiros naturais

(HOLMES; LAI, 1996).

Os coronavírus são vírus envelopados, pleomórficos, aproximadamente arredondados,

com cerca de 100-150 nm de diâmetro e com cinco ou seis proteínas estruturais (N, M, sM, HE, S

e I), dependendo da espécie viral. O genoma é constituído por um RNA de fita simples não-

segmentado de sentido positivo com até 32 kb, originando um nucleocapsídeo de simetria

helicoidal em associação com a nucleoproteína N, uma fosfoproteína de 50-60kDa rica em

aminoácidos básicos (HOLMES; LAI, 1996; LAI; CAVANAGH, 1997).

A proteína de matriz ou membrana (M), antigamente nomeada de E1, varia entre 225 a

230 aminoácidos. Três domínios transmembrana são encontrados em M, enquanto que a porção

carboxi-terminal é o endodomínio da proteína. A proteína M desempenha função na montagem

da particula viral, formando a estrutura do envelope e o core, sendo uma proteína de baixa

variabilidade entre os coronavírus, na qual a ocorrência de mutações não leva a alterações na

patogenicidade e no tropismo por tecidos, ao contrário do que ocorre com a proteína S (CLARK,

1993; LAI; CAVANAGH, 1997; VABRET et al., 2001; YAMADA et al., 2000).

Em conjunto com a proteína M, a proteína pequena de membrana (“Small membrane

protein”, proteína sM ou E), composta de 84 a 109 aminoácidos, de acordo com a amostra viral,

também é essencial à estrutura do envelope, mas seu polimorfismo é menos intenso do que, por

exemplo, aquele relativo à proteína S (SIDDELL, 1995).

Como característica exclusiva de grupo, os coronavírus do grupo 2 apresentam uma

proteína de envelope denominada de hemaglutinina-esterase (HE), com cerca de 65 kDa,

encontrada sob a forma de dímeros (KING; POTTS; BRIAN, 1985).

A principal proteína estrutural de envelope dos coronavírus é a proteína S (“spike”),

antigamente nomeada de E2, formando projeções de cerca de 20nm de comprimento responsáveis

pela aparência espiculada do vírion e pela atividade hemaglutinante, sendo o principal alvo para

anticorpos neutralizantes (COLLINS et al., 1982). É também a proteína mais polimórfica entre os

coronavírus, organizada como dímeros ou trímeros. A proteína completa tem 180 kDa, mas , em

algumas espécies virais, é clivável nas subunidades S1 e S2, com cerca de 90 kDa cada

(CAVANAGH, 1995).

A mais importante e largamente estudada proteína não-estrutural dos coronavírus é a

RNA polimerase RNA-dependente, produto do gene RdRp, que contem duas ORF. Esta proteína,

Page 26: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

25

uma poliproteína de 740-800kDa co-traducionalmente processada, é responsável pela transcrição

e pela replicação virais, sendo altamente conservada entre os coronavírus, mesmo em se tratando

de espécies de grupos diferentes (STEPHENSEN; CASEBOLT; GANGOPADHYAY, 1999).

O vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBIG), um coronavírus aviário do grupo 3,

é relatado como tendo tropismo pelo trato entérico das aves, podendo mesmo se replicar no

tecido intestinal e ser excretado pelas fezes, ainda que normalmente não cause enterite ou

mudanças histopatológicas importantes (DHINAKAR; JONES, 1997).

Recentemente, foi detectado um coronavírus no conteúdo intestinal de aves apresentando

despigmentação e diarréia esporádica. Este vírus, chamado CECoV (Chicken Enteric

Coronavirus) foi inicialmente sugerido como pertencente ao grupo 2, divergente dos coronavírus

comuns em aves, pertencentes ao grupo 3 da família Coronaviridae. A seqüência parcial deste

vírus foi publicada no GenBank sob o número de acesso AY273903 e o relato do achado

publicado online no dia 3 de abril de 2003 no Promed (VILLARREAL; BRANDÃO, 2003;

VILLARREAL et al., 2003).

Até o momento, o papel deste coronavírus do grupo 2 na etiologia de enterites em aves de

produção permanece incógnito, bem como o seu impacto sobre a produção avícola. No entanto,

outros coronavírus do grupo 2, como o coronavírus bovino (BCoV), levam ao desencadeamento

de enterite por infecção de enterócitos das vilosidades intestinais, descamação epitelial,

culminando em diarréia por má-absorção (CLARK, 1993).

O conhecimento das características de patogenicidade e virulência dos coronavírus passa

necessariamente pelo seqüenciamento de genes codificadores de, por exemplo, as proteínas S e

HE, esta última restrita ao grupo 2 (LAI; CAVANAGH, 1997), a qual, se presente no genoma do

vírus em questão, o levaria a ser classificado em tal grupo definitivamente.

O impacto sobre a produção avícola que este novo coronavírus possa vir a ter deve ser

estudado não apenas se avaliando sua ocorrência e distribuição entre aves sintomáticas para

diarréias/ enterites, mas, também, pela associação deste vírus com outros agentes primários de

diarréias em aves como os adenovírus, rotavírus e astrovírus.

Pelo exposto até o momento, entende-se que o estudo de infecções únicas ou múltiplas

por vírus entéricos em aves de produção com sinais de enterite, como diarréia e retardo no

crescimento, é essencial para o delineamento de medidas profiláticas, de eleição em avicultura,

visando diminuir o impacto destas sobre a produtividade.

Page 27: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

26

Além disso, a pesquisa de tais patógenos em aves sadias justifica-se pela elucidação do

papel de tais aves como portadores que passam incógnitos nas unidades de produção e que são

fontes de infecção para outras aves.

Finalmente, a caracterização molecular do CECoV, bem como o estudo de sua

distribuição geográfica, é necessária para que se possam entender seus mecanismos patogênicos,

sua origem evolutiva e o papel que o mesmo representa dentre a ampla diversidade de patógenos

encontrados em aves.

Page 28: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

27

2 OBJETIVOS

• Detectar, pela técnica da reação em cadeia pela polimerase (PCR) dirigida ao gene codificador

da RNA-polimerase RNA-dependente (RdRp), o coronavírus CECoV em conteúdo entérico de

aves comerciais de corte, poedeiras e matrizes com ou sem diarréia em diversas granjas

produtoras no Brasil.

• Avaliar a participação do CECoV em processos entéricos das aves e seu papel como agente

etiológico dos mesmos.

• Analisar a relação entre as amostras de CECoV detectadas nos diferentes estabelecimentos de

produção avícola, com base na presença e no seqüenciamento dos genes codificadores das

proteínas de espícula (S), RNA-polimerase RNA-dependente (RdRp), hemaglutinina-esterase

(HE), 3, 5 e da região 3'UTR.

• Determinar a freqüência de ocorrência de rotavírus, reovírus, CECoV, amostras enterotrópicas

do vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBIG), adenovírus aviário e astrovírus através

do estabelecimento de uma rotina de diagnóstico diferencial em aves de produção criadas em

diversas granjas no Brasil.

• Avaliar a importância de cada um dos vírus pesquisados na etiologia de enterites em aves de

produção.

Page 29: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

28

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a obtenção de amostras, foram estabelecidos contatos com granjas para colheitas de

amostras de conteúdo entérico a serem submetidas a levantamento de ocorrências de vírus

entéricos e ao estudo de diversidade molecular de CECoV.

3.1 CONTATO COM AS GRANJAS

Foi estabelecido contato com granjas avícolas nos Estados de São Paulo, Rio Grande do

Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Pará, Ceará, Santa Catarina e no Distrito Federal

(Figura 1), para a colheita de amostras.

Page 30: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

29

Fonte: http://www.mapsofworld.com/brazil/brazil-political-map.html.-São Paulo- 2006.

Figura 1 - Mapa geopolítico do Brasil mostrando os oito Estados e o Distrito Federal nos quais

foram colhidas as amostras para a pesquisa de vírus entéricos no presente estudo

Page 31: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

30

3.2 AMOSTRAGEM

No total, foram estudadas 119 amostras, sendo cada amostra constituída por um pool de

conteúdo entérico de 5 frangos, poedeiras comerciais ou matrizes, com idades entre 1 dia e 106

semanas apresentando quadros de diarréia e retardo de crescimento, apenas retardo de

crescimento ou aves aparentemente normais (Apêndice A).

De cada granja, foram selecionadas, aleatoriamente, cinco (5) aves de cada galpão onde

havia histórico clínico de diarréia. Também foram selecionadas cinco (5) aves de galpões, da

mesma ou de diferentes propriedades onde não existia a descrição clínica de diarréia ou onde o

único sintoma era retardo do crescimento.

Os seguintes critérios foram utilizados para a seleção das aves:

1. Idade: frangos de corte com idades de 1 a 48 dias; poedeiras comerciais e matrizes entre 22 e

106 semanas de idade, exceto naqueles períodos onde houve manejo de seleção, como:

pesagem, vacinação e sangria para teste de pulorose.

2. Aspecto clínico: presença de despigmentação e heterogeneidade do lote, indicando nanismo

(aves “refugos”), retardo de crescimento, cloaca emplastrada, penas sujas e fezes aderidas à

região cloacal, sinais sugestivos de diarréia. Ausentes estes sintomas e sintomas de outras

doenças, as aves foram classificadas como sadias.

As aves foram sacrificadas por deslocamento cervical, necropsiadas na granja de origem e

o trato entérico foi colhido e enviado ao laboratório sob refrigeração (4°C – 10ºC) ou

congelamento (-20ºC). No laboratório, os conteúdos entéricos foram colhidos, preparados como

suspensões a 20% em PBS 0,01 M pH 7.2 e clarificados a 12.000 x g/ 30 minutos/4 ºC para a

obtenção do sobrenadante fecal. Todas as amostras foram mantidas a –80oC até o momento de

seu processamento. O fluxo de atividades encontra-se sumarizado na figura 2.

Page 32: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

31

3.3 AMOSTRAS DE VÍRUS DE REFERÊNCIA

As amostras de vírus de referência utilizadas como controles positivos para diagnóstico de

vírus entéricos encontram-se descritas no quadro 1.

Rotavírus, coronavírus bovinos (BCoV), reovírus e CECoV foram mantidos em cultivos

celulares no Laboratório de Ornitopatologia (FMVZ-USP), monitoradas mediante as provas de

PCR e PAGE descritas abaixo.

A amostra EDS 76 de adenovírus foi produzida em ovos embrionados de pata,

gentilmente cedida por J. F. Laboratório, Campinas, SP.

O sorotipo Massachusetts de VBIG, bem como o coronavírus canino, foram obtidos de

vacinas comerciais vivas produzidas em ovos embrionados e cultivo celular, respectivamente.

Em relação ao astrovírus, utilizou-se como controle positivo uma amostra fecal de campo

de perus positiva para este vírus (VILLARREAL et al., 2004b).

Vírus Amostra padrão Origem / Manutenção Rotavírus NCDV (Nebraska Calf

Diarrhea Vírus) Amostra de rotavírus aviário de campo

Cultura em células da linhagem MA-104 Cultura em células da linhagem MA-104

Coronavírus do grupo 2 Coronavírus bovino Kakegawa CECoV (Chicken Enteric Coronavírus)

Cultura de células da linhagem HmLu-1 Cultura de células da linhagem HRT-18

Adenovirus Adenovirus EDS 76 Ovos embrionados de pata Reovírus Virus da artrite viral das

galinhas Cultura em células da linhagem MA-104

Astrovírus TAstV2 (PEMS) Vírus de campo – amostra de conteúdo intestinal Vírus da bronquite infecciosa (VBIG)

Estirpe vacinal Massachussetts Vacina H120 – Biovet

Coronavirus canino Coronavirus canino Vacina Nobivac® Corona – Intervet

Quadro 1 - Amostras de vírus entéricos de referência – São Paulo - 2006

Page 33: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

32

Figura 2 - Diagrama de fluxo de atividades para a pesquisa dos vírus entéricos nas amostras fecais– São Paulo - 2006

Analise Filogenética

AMOSTRAS FECAIS

Suspensão fezes 20% PBS 0,01 M

Extração RNA - PAGE Extração DNA - PCR

Rotavírus Adenovírus

Hexon

Seqüenciamento

Extração RNA - PCR

Astrovírus Reovírus CECoV

RdRp

3’UTR

HE

S

BIG

3’UTR RdRp S1

Gene 5

Gene 3

Page 34: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

33

3.4 EXTRAÇÃO DE RNA E DNA PARA AS REAÇÕES DE PCR

O RNA das suspensões das amostras fecais para a detecção dos coronavírus (VBIG e

CECoV), astrovírus e reovírus seguiu o protocolo de extração do TRIzol (Invitrogen™),

conforme instruções do fabricante.

A extração de DNA das amostras fecais para a detecção de adenovírus seguiu o seguinte

protocolo (CHOMKSINSKY et al., 1993):

1) homogeneizar 600 µl de Tiocianato de Guanidina + fenol pH 7,5 e 200 µl da suspensão de

fezes.

2) Vortex por 15 segundos.

3) Adicionar 100 µl de clorofórmio.

4) Vortex por 15 segundos.

5) Centrifugar 12.000 x g por 5 minutos a 4oC.

6) Transferir o sobrenadante (+/- 400µl) para outro tubo com 600 µl de propanol.

7) Vortex por 15 segundos.

8) Freezer -20 oC por 2 horas.

9) Centrifugar 12.000 g por 20 minutos a 4oC.

10) Descartar o sobrenadante.

11) Adicionar 500 µl de etanol ao 70%.

12) Vortex por 15 segundos.

13) Centrifugar 12.000 g por 10 minutos a 4oC.

14) Descartar o sobrenadante e secar.

15) Ressuspender o pellet com 30 µl de TE (TRIS 10 mM/ EDTA 1mM pH 8,0).

16) Incubar a 56 °C por 15 minutos.

Page 35: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

34

3.5 EXTRAÇAO DE RNA PARA PAGE

A extração de RNA viral para a prova de PAGE consistiu em:

1) tomar 0,4 mL da suspensão fecal e adicionar 40 µL de SDS, este último previamente diluído à

concentração de 10% (p/v) em água bidestilada.

2) Incubar por 30 minutos em banho-maria a 37 ºC.

3) Adicionar 0,2 mL de fenol destilado e 0,2 mL de clorofórmio.

4) Incubar em temperatura ambiente (aproximadamente 25 ºC) por 15 minutos agitando a cada 5

minutos em agitador de tubos tipo “vórtex”.

5) Centrifugar a 12.000 x g por 10 minutos a 4°C.

6) Transferir o sobrenadante para tubo tipo “eppendorf” e adicionar 40 µL de NaCl, previamente

diluído à concentração de 20% (p/v) em água bidestilada.

7) Adicionar a cada tubo 1,0 mL de etanol absoluto.

8) Incubar a -20 ºC por 18 horas.

9) Centrifugar a 12.000 x g por 30 minutos a 4°C.

10) Desprezar o sobrenadante.

11) Deixar os tubos secando, invertidos sobre um papel de filtro, visando o esgotamento de

todo o sobrenadante.

12) Ressuspender o sedimento em 40 µL do dissociador da amostra (SDS 0,3%, 2-

Mercaptoetanol 0,5%, Glicerol 4% e Azul de bromofenol 0,0005%).

13) Incubar 30 minutos em banho-maria a 37 ºC.

14) Adicionar 40 µL de cada amostra nas canaletas da placa de gel de poliacrilamida.

Page 36: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

35

3.6 DETECÇCÃO DE VIRUS ENTÉRICOS AVIÁRIOS

Para o diagnostico de vírus entéricos aviários, foram utilizadas técnicas de PCR e PAGE

como descritas a seguir.

3.6.1 Detecção de variantes entéricas do vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas

Para o diagnóstico de triagem do vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (VBIG), foi

utilizada a reação de RT-PCR dirigida para a região 3’UTR do genoma dos coronavírus do grupo

3, realizada de acordo com o proposto por Cavanagh et al. (2002) com algumas modificações.

Como controle positivo da reação foi utilizada a amostra vacinal viva Massachussetts de

Bronquite infecciosa e como controle negativo, PBS 0,01M pH 7.2. As seqüências dos primers

senso UTR41+ e anti-senso UTR11- e UTR31- encontram-se no quadro 2.

3.6.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA a 95 ºC durante 5 minutos e adicionados ao mix de

transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP, 10mM

DTT, 1pmol/µL de cada primer (UTR41+ e UTR11-) e 200U de M-MLV Reverse Transcriptase

(InvitrogenTM) para um volume de reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa a

45ºC/60 minutos seguidos de 72ºC/10 minutos.

Page 37: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

36

3.6.1.2 Primeira amplificação

A seguir, 5 µL de cada cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (UTR41+ e UTR11-), 1,5mM

MgCl2, 25,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)

para uma reação final de 50µL] e submetidos a 35 ciclos de 94ºC/ 1 minuto, 48ºC/1,5 minutos e

72ºC/2 minutos, seguidos por 72ºC/10 minutos para extensão final.

3.6.1.3 Segunda amplificação

A seguir, 5 µL de cada DNA amplificado foram adicionados ao mix de nested [1 x PCR

Buffer (InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (UTR31- e UTR41+),

1,5mM MgCl2, 20,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase

(InvitrogenTM) para uma reação final de 50µL] e submetidos a 35 ciclos de 94ºC/ 1minuto,

48ºC/1,5minutos e 72ºC/2minutos, seguidos por 72ºC/ 10 minutos para extensão final. Nesta

etapa, foram adicionados tubos com água ultra-pura a cada três amostras para se avaliarem

contaminações por DNA amplificado.

Foram consideradas positivas as amostras que resultaram na banda correspondente de 179

pb em gel de agarose a 1,5% corado com brometo de etídeo 0,5 µg/mL.

3.6.2 Detecção de astrovírus

Astrovírus entéricos foram detectados por uma reação de RT-PCR dirigida ao gene

codificador da RNA-polimerase RNA-dependente (RdRp), localizado na ORF1b, altamente

conservado entre os astrovírus, de acordo com o proposto por Koci et al. (2000). Como controle

Page 38: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

37

positivo da reação foi usada a amostra TAstV2 de astrovírus aviário (amostra de campo positiva)

e, como negativo, PBS 0,01M pH 7.2.

3.6.2.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer MKPol11 e MKPol10, (Quadro 2) e 200U de M-MLV

Reverse Transcriptase (InvitrogenTM) para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição

reversa a 45ºC/60 minutos seguidos de 72ºC/10 minutos.

3.6.2.2. Primeira amplificação

A seguir, 2 µL de cada cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (MKPol11 e MKPol10),

1,5mM MgCl2, 28,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase

(InvitrogenTM) para uma reação final de 50µL] e submetidos a 35 ciclos de 94ºC/30 segundos,

56ºC/30 segundos e 72ºC/2 minutos, seguidos por 72ºC/10 minutos para extensão final. As

amostras que resultaram na banda de 802 pb em gel de agarose a 1,5% corado com brometo de

etídeo 0,5 µg/mL foram consideradas positivas.

Page 39: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

38

3.6.3 Detecção de Reovírus

Dois pares de primers (Quadro 2) designados para RT e PCR e Nested descritos por

Shapouri et al. (1995) foram empregados para a amplificação de um segmento do gene S1 dos

reovírus aviários.

3.6.3.1 Síntese de cDNA (Transcrição reversa)

Foi realizada a 42ºC/60 minutos em um mix contendo 1 x First Strand Buffer

(InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP, 10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (S1C e S1D), 7 µL

de RNA extraído (item 3.4) e 200U de M-MLV Reverse Transcriptase (InvitrogenTM) para uma

reação final de 20µL.

3.6.3.2. Primeira amplificação

A seguir, 5 µL de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (S1C e S1D), 1,5mM MgCl2,

25,25 µL de água ultrapura e 1,25U Taq DNA polimerase para uma reação final de 50µL] e

submetidos 30 ciclos de 94ºC/1 minuto, 60ºC/1 minuto e 72ºC/1 minuto, seguidos por 72ºC/10

minutos para a extensão final.

Page 40: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

39

3.6.3.3. Segunda amplificação

Foi realizada com 5 µL do produto da primeira amplificação adicionados ao mix contendo

1 x PCR Buffer (InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer S1E e S1F,

1,5mM MgCl2, 25,25 µL de água ultrapura e 1,25U Taq DNA polimerase e submetidos a 30

ciclos de 94ºC/1 minuto, 62ºC/1 minuto e 72ºC/1 minuto seguidos por 72ºC/10 minutos para a

extensão final. Nesta etapa, foram incluídas amostras de água ultrapura a cada três amostras para

se avaliarem contaminações por DNA amplificado.

Dez microlitros da reação foram colocados em gel de agarose 1.5% corado com brometo

de etideo 0,5µg/mL para eletroforese e subseqüente visualização em transluminador UV. O

tamanho de banda esperado para a reação de nested foi de 342 pb.

3.6.4 Detecção de Adenovírus

Foi realizada pela prova de PCR utilizando-se os primers descritos por Zhixun et al.

(1999) para a detecção de adenovírus aviários (Quadro 2) que amplificam um fragmento de 421

pb do gene codificador do hexon dos adenovírus, sem reação cruzada com adenovírus de

mamíferos. A amostra EDS de adenovírus aviário foi utilizada como controle positivo e PBS

0.01M/BSA 0.1% pH 7.2 como negativo. O DNA total das amostras foi extraído pelo método do

tiocianato de guadinida (Item 3.4) e 5 µL do DNA assim extraído foram adicionados ao mix de

PCR contendo 1 x PCR Buffer (InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada

primer MK89 e MK90, 3,2 mM MgCl2 e 2,5U de Taq DNA polimerase para uma reação final de

50µL, seguindo-se 40 ciclos de 94ºC/1’, 63,1ºC /1.5’ e 72ºC/2’ seguidos de 72ºC/10’ para

extensão final. Dez microlitros do produto de PCR foram analisados em electroforese em gel de

agarose a 1.5 % corado com brometo de etídio a 0,5 µg/mL e observado sob luz ultra-violeta.

Serão consideradas positivas as amostras que resultarem a banda de 421 pb.

Page 41: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

40

3.6.5 Detecção de rotavírus

A pesquisa de rotavírus nas amostras fecais foi realizada usando a técnica de eletroforese

em gel de poliacrilamida (PAGE) descrita por Herring et al. (1982) capaz de detectar todos os

sorogrupos de rotavírus de conformidade com o perfil de migração eletroforética de dsRNA.

Suspensões fecais a 20% foram preparadas em TRIS/CaCl2 pH 7,2, centrifugando-se a 12.000 x

g/30 minutos, extraindo-se o RNA do sobrenadante com fenol-clorofórmio (item 3.5),

procedendo-se a eletroforese em gel de poliacrilamida descontínuo a 3,5%/7,5% e corando-se

com nitrato de prata. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram padrão de

migração das bandas de dsRNA similares aos observados à amostra NCDV de rotavírus (MEBUS

et al., 1969), ou à amostra de rotavírus aviário incluídas como controles positivos. Como controle

negativo da reação, foi utilizado o TRIS/CaCl2 pH 7,2.

3.6.6 Isolamento de rotavírus

Para o isolamento de rotavírus, foram utilizadas culturas de células da linhagem MA-104

(rim fetal de macaco Rhesus) cultivas em garrafas de 25 cm2. Como amostra padrão foi utilizada

a amostra NCDV (Nebraska Calf Diarrhea Virus) de rotavírus bovino, sorogrupo A. Entre as

amostras positivas na PAGE para rotavírus, detectadas conforme o item 3.6.5, nove foram

escolhidas aleatoriamente e submetidas ao isolamento viral.

3.6.6.1 Protocolo de inoculação do vírus em cultivo celular

Para o isolamento de rotavírus foram seguidos os procedimentos descritos por Rodriguez

et al. (2004), com algumas modificações.

Page 42: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

41

Ao inóculo viral filtrado em membranas de 0,22µm, foi adicionado V.A.S. (Virus

Activation Solution), na proporção 1:3, contendo tripsina cristalina na concentração de 5 mg/mL

em meio MEM, para a clivagem da VP-4 em VP-5 e VP-8, sendo incubado em banho-maria a

37°C por 30 minutos.

Em seguida, desprezou-se o meio de crescimento das monocamadas de MA-104 com 48

horas de incubação, lavando-se a monocamada com PBS 0,01 M pH 7.2 esterilizado, transferindo

posteriormente 1mL do inóculo para as monocamadas de células.

Para promover a adsorção dos vírus às células, as garrafas foram mantidas por 60 minutos

em estufa a 37°C, com agitações periódicas. Adicionou-se, a seguir, meio de manutenção (meio

Eagle sem soro) contendo tripsina cristalina na proporção de 10 µg/mL de meio, sem dispensar o

inóculo e observaram-se as garrafas que foram incubadas em estufa a 37°C para o

acompanhamento do efeito citopático.

Todas as inoculações foram acompanhadas até o aparecimento de efeito citopático

característico, ou seja, aspecto “rendilhado” da monocamada, realizando-se até 5 passagens

sucessivas, seguindo-se o protocolo descrito acima. As garrafas foram então congeladas e

monitoradas por PAGE, seguindo-se os procedimentos do item 3.6.5, com algumas modificações,

para a detecção de dsRNA viral, para se ter certeza de que o efeito observado sobre a

monocamada não fora ação da tripsina presente no V.A.S.

3.6.7 Detecção de coronavírus do grupo 2 (CECoV)

O coronavírus do grupo 2, CECoV, foi pesquisado nos conteúdos entéricos de todas as

aves amostradas, utilizando-se uma reação de PCR dirigida ao gene codificador da RNA

polimerase RNA dependente.

Page 43: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

42

3.6.7.1 Validação e utilização da PCR para detecção do gene codificador da RNA-polimerase

RNA-dependente (RdRp) dos coronavírus do grupo 2

Para avaliar se a PCR para a detecção de coronavírus pertencentes ao grupo 2 é específica

para este grupo, foram testadas as amostras vacinais de coronavírus canino (Nobivac®Corona)

pertencente ao grupo 1, a amostra de coronavírus bovino (Kakegawa) pertencente ao grupo 2 e a

amostra vacinal de bronquite infecciosa (Massachussetts) pertencente ao grupo 3 dos

coronavírus, com o correspondente controle negativo PBS 0,01 M pH 7,2. Foram testadas

também as 119 amostras de conteúdo entérico (item 3.2).

3.6.7.1.1 Primers

Como primers externos, foram utilizados aqueles descritos por Stephensen, Casebolt e

Gangopadhyay (1999) (Quadro 2) para a amplificação de um fragmento de 251 pb do gene da

RNA-polimerase RNA-dependente (gene RdRp) dos coronavírus. Como primers internos, foram

utilizados os primers denominados de CV2L e CV2U (Quadro 2), descritos por Brandão et al.

(2005) obtidos a partir das seqüências recuperadas no GenBank dos coronavírus do grupo 2

coronavírus bovino BCoV, coronavírus humano OC-43, vírus hemaglutinante da encefalomielite

suína e coronavírus da sialodacrioadenite murina (accession numbers AF124985, AF124989,

AF124988 e AF124990). Tais primers CV2L e CV2U resultam em um fragmento de 136 pb

(Figura 3). Como controle negativo, foi usado PBS 0,01 M pH 7,2.

Page 44: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

43

Figura 3 – Representação esquemática do genoma dos coronavírus do grupo 2 e das regiões

amplificadas pela PCR do RdRp (primers 2Bp + 4Bm e CV2L + CV2U) e pela PCR para o gene codificador da proteína hemaglutinina-esterase (primers CHES e CHEA) (adaptado de LAI; CAVANAGH, 1997) - São Paulo - 2003

3.6.7.1.2 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (4Bm e 2Bp) e 200U de M-MLV Reverse Transcriptase

(Invitrogen™) para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa a 42ºC/60

minutos.

L 1 2 2-1 3 4 5 5-1 6 7

1a 1b HE S a b E M N S1 S2

251pb

2Bp

4Bm

136pb CV2U

CV2L

796-826 pb CHES

CHEA

Page 45: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

44

3.6.7.1.3 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cada cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (4Bm e 2Bp), 1,5mM MgCl2,

25,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase (Invitrogen™) para uma

reação final de 50µL] e submetidos a 6 ciclos de 94ºC/1 minuto, 40ºC /2 minutos e 72ºC/1

minuto, 36 ciclos de 94ºC/1 minuto, 50ºC /1,5 minuto e 72ºC/1 minuto, seguidos por 72ºC/10

minutos para extensão final.

3.6.7.1.4 Segunda amplificação

Adicionaram-se 5 µL do produto da primeira amplificação ao mix de PCR [1 x PCR

Buffer (InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer CV2L e CV2U,

1,5mM MgCl2, 25,25 µL de água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase

(InvitrogenTM) para uma reação final de 50µL] submetidos a 26 ciclos de 94ºC/1 minuto, 54,8ºC

/1.5 minuto e 72ºC/1 minuto seguidos de 72ºC/10’ para extensão final.

Um tubo contendo água ultra-pura esterilizada foi adicionado a cada 3 amostras na reação

de nested para o monitoramento de contaminações, também adicionada de mix de nested PCR e

levado ao termociclador. Dez microlitros do produto do PCR e do nested foram analisados em

eletroforese em gel de agarose a 1,5 % corado com brometo de etídeo 0,5 µg/mL e observado sob

luz ultra-violeta. Foram consideradas positivas as amostras que resultaram na banda de 136 pb.

Page 46: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

45

3.7 CARACTERIZAÇÃO DOS CORONAVÍRUS AVIÁRIOS PERTENCENTES AO GRUPO

2 (CECoV)

Todos os testes utilizados para a caracterização dos coronavírus do grupo 2 (CECoV)

foram realizados na amostra de CECoV detectada antes do início deste estudo, originária de

matrizes de 18 semanas apresentado problemas de despigmentação e diarréia (VILLARREAL et

al., 2003), denominada de CECoV⁄BR03⁄USP-01.

3.7.1 Isolamento do coronavírus do grupo 2 em cultivo celular

A amostra CECoV⁄BR03⁄USP-01 foi preparada como uma suspensão ao 20% em PBS

0,01 M pH 7,2 e centrifugada a 12.000 x g durante 30 minutos a 4ºC. O sobrenadante foi

adicionado de gentamicina para uma concentração final de 0,1 mg/mL e filtrado em membranas

esterilizada Millex, com porosidade de 0,22 µm.

A amostra assim preparada foi inoculada em volume de 1mL para uma garrafa de cultivo

celular de 25 cm2 contendo monocamadas confluentes com 48 horas de crescimento de células

HRT-18 (células de tumor retal humano), procedendo-se a adsorção durante 1 hora a 37ºC, após

o que se adicionaram 6 mL de meio MEM modificado com 5% de soro fetal bovino, mantendo-se

a 37ºC e observando-se o aparecimento de alterações na monocamada por até 15 dias.

Após esse período, as células foram congeladas a –80ºC e uma nova passagem foi feita,

inoculando-se 1 mL da passagem anterior, até um limite de 6 passagens seriadas. As inoculações

foram monitoradas a cada passagem pela técnica de PCR, procurando amplificar o gene da RdRp

do coronavírus do grupo 2 (item 3.6.7).

Page 47: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

46

3.7.2 Inoculação em ovos embrionados

Foram utilizados ovos embrionados de galinhas SPF com 8 dias de incubação fornecidos

pelo Laboratório BIOVET (Vargem Grande Paulista – SP) para a tentativa de isolamento do

coronavírus. Pelas cavidades alantóide foram inoculados 0,2 mL da mesma suspensão da

amostra CECoVBR03USP-01 utilizada para o isolamento em cultivo celular (Item 3.7.1).

Os ovos foram observados sob ovoscopia diariamente, duas vezes ao dia, durante um

período de 7 dias, sendo eliminados os ovos que apresentassem morte embrionária nas primeiras

24 horas. Após o período de 7 dias, foram colhidos os líquidos alantóides dos ovos com

embriões vivos e submetidos a uma nova passagem pela mesma via, inoculando-se 0,2 µL da

passagem anterior, num total de 4 passagens seriadas.

A cada passagem, os ovos inoculados foram testados para a presença do Coronavírus pela

técnica da PCR buscando amplificar o gene da Rd Rp dos coronavírus do grupo 2 (item 3.6.7).

3.7.3 PCR para detecção do gene codificador da proteína Hemaglutinina-Esterase (HE) dos

coronavírus do grupo 2

Foi utilizada uma reação de PCR segundo Villarreal et al. (2004a) para a detecção do gene

HE presente em algumas espécies dos coronavírus do grupo 2.

Como controles positivos foram utilizadas amostras de coronavírus bovino e o

correspondente controle negativo PBS 0,01M pH 7,2.

Em função da existência de eventos de inserção/deleção na região alvo, o tamanho

esperado do fragmento amplificado foi variável: 796 pb para os vírus HCoV-OC43, BCoV, HEV

e HCoV-4408 e 826 pb para os vírus SDAV, MHV e Vírus da Pufinose.

Page 48: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

47

3.7.3.1 Temperatura ótima de hibridação

A temperatura ótima de hibridação para os primers para a detecção do gene HE foi

determinada utilizando-se gradiente de temperatura.

3.7.3.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (CHES e CHEA) e 200U de M-MLV Reverse

Transcriptase (InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa

a 42ºC/60 minutos.

3.7.3.1.2 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (CHES e CHEA), 1,5mM

MgCl2, 25,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)],

para uma reação final de 50µL e submetidos a 35 ciclos de 94ºC/1 minuto, 50ºC/1,5 minutos

(com gradiente de 5ºC) e 72ºC/1 minuto, seguidos por 72ºC/10 minutos para a extensão final.

Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram a banda entre 796 e 826 pb em gel

de agarose a 1,5% corado com brometo de etídeo 0,5 µg/mL

A temperatura ótima de hibridação dos primers CHES e CHEA foi de 58,5ºC (Figura 4).

Page 49: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

48

Figura 4 - Gel de agarose 1,5% corado com brometo de etídeo

mostrando o fragmento esperado de 796 pb para o BCoV do gene HE em gradiente de temperatura para os primers CHES e CHEA – São Paulo – 2006

3.7.3.1.3 Limiar de detecção

A amostra Kakegawa de BCoV com titulo hemaglutinante de 256 foi diluída em base 2 de

1:10 a 1:160 em PBS 0,01 M pH 7,2. A seguir, cada diluição foi testada em PCR com o protocolo

acima descrito, utilizando a temperatura de hibridação ótima encontrada (58,5ºC).

A reação já padronizada e testada quanto ao seu limiar de detecção utilizando primers

genéricos para este grupo de coronavírus desenhados a partir de seqüências dos coronavírus

grupo 2 foi aplicada à amostra de CECoVBR03USP-01 isolada em células HRT-18, seguindo-se

o protocolo abaixo.

58,5ºC

796 pb

Page 50: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

49

3.7.3.1.4 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (CHES e CHEA) (Quadro 2) e 200U de M-MLV Reverse

Transcriptase (InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa

a 42ºC/60 minutos.

3.7.3.1.5 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (CHES e CHEA), 1,5mM

MgCl2, 25,25 µL água ultra-pura esterilizada e 1,25U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)],

para uma reação final de 50µL,. sendo submetidos a 35 ciclos de 94ºC/ 1 minuto, 58,5ºC/1

minuto, e 72ºC/1 minuto, seguidos por 72ºC/10 minutos para a extensão final.

3.7.4 PCR para detecção do gene codificador da proteína S

Foram utilizadas duas reações de PCR para amplificar o gene codificador da proteína S

dos coronavírus do grupo 3. Tais reações foram aplicadas à amostra CECoVBR03USP-01 isolada

em células HRT-18. Os primers usados foram aqueles descritos por Keeler et al. (1998) e Ziegler

et al. (2002), em reações descritas como S1A e S1B (Quadro 2), respectivamente, com condições

de reação diferentes para cada par de primer. Como controle positivo foi utilizada a amostra de

bronquite infecciosa das galinhas Massachussetts e controle negativo, PBS 0,01M, pH 7,2.

Page 51: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

50

Em função da existência de grande variedade genotípica dos vírus da bronquite infecciosa,

o tamanho esperado do fragmento amplificado foi variável, entre 573 e 601 pares de bases para a

reação S1A e de 706 pb para a reação S1B.

3.7.4.1 PCR para a amplificação da região S1 do gene S (S1A)

A PCR denominada de S1A dirigida à região codificadora da subunidade S1 da proteína

S, foi realizada na amostra inoculada em células da linhagem HRT-18, seguindo-se o protocolo

descrito abaixo.

3.7.4.1.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95 ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (CK4 e CK2) e 200 U de M-MLV Reverse Transcriptase

(InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa a 45ºC/60

minutos e 72ºC por 10 minutos.

3.7.4.1.2 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 2 pmol/µL de cada primer (CK4 e CK2), 2 mM MgCl2, 9

µL água ultra-pura esterilizada e 2,5U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)], para uma reação

final de 50µL, sendo submetidos a 35 ciclos de 94ºC/1 minuto, 50ºC/1 minuto e 72ºC/1,5

minutos, seguidos por 72ºC/10 minutos para a extensão final. Foram consideradas positivas as

Page 52: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

51

amostras que apresentaram a banda entre 573 e 601 pb em gel de agarose a 1,5% corado com

brometo de etídeo 0,5 µg/mL.

3.7.4.2 PCR para a amplificação da região S1 do gene S (S1B)

A PCR denominada de S1B dirigida à região codificadora da subunidade S1 da proteína

S, foi realizada na amostra inoculada em células da linhagem HRT-18, seguindo-se o protocolo

descrito abaixo.

3.7.4.2.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (S1BIG e CK2) e 200 U de M-MLV Reverse

Transcriptase (InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa

a 45ºC/60 minutos e 72ºC por 10 minutos.

3.7.4.2.2 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 2 pmol/µL de cada primer (S1BIG e CK2), 2,5mM

MgCl2, 9 µL água ultra-pura esterilizada e 2,5U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)], para

uma reação final de 50µL, sendo submetidos a 35 ciclos de 94ºC/ 30 segundos, 60ºC/30 segundos

e 72ºC/1 minuto, seguidos por 72ºC/10 minutos para a extensão final. Foram consideradas

Page 53: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

52

positivas as amostras que apresentaram a banda de 706 pb em gel de agarose a 1,5% corado com

brometo de etídeo 0,5 µg/mL.

3.7.5 PCR para a detecção da região 3’UTR dos coronavírus do grupo 3

Para detecção da região 3’UTR (Figura 5), na amostra de CECoV/BR03/USP-01 inicial

isolada em células HRT-18, foi utilizada a reação de PCR de acordo com o proposto por

Cavanagh et al. (2002). As condições de reação estão descritas no item 3.6.1.

3.7.6 PCR para amplificação do RdRp dos coronavírus do grupos 1, 2 e 3

Foi desenvolvida uma nova reação de RT-PCR para a detecção de um segmento de 420

pb do gene que codifica a proteína RNA-polimerase RNA-dependente (RdRp), localizada na

ORF1b, altamente conservada entre os três grupos existentes de coronavírus.

Os primers foram desenhados a partir de seqüências parciais do gene RdRp de coronavírus

dos três grupos encontradas no GenBank referentes ao coronavírus causador da SARS,

coronavírus bovino, coronavírus de murinos, coronavírus humano OC43, vírus da bronquite

infecciosa das galinhas, coronavírus da gastroenterite transmisivel dos suínos, coronavírus felino

e coronavírus da diarréia epidêmica suína (números de acesso AY502931, NC004718,

NC005147, AY903460, NC006577, NC003045, NC001846, NC006852, AY700211, AF201929,

U00735, AF391542, AF391541, AY391777, NC002306, NC007025, AY994055, NC003436,

AF353511, NC001451, DQ001339, DQ001338, AY851295, AY514485, AY319651, M95169,

M94356).

As seqüências foram alinhadas pelo método Clustal/W com o programa Bioedit v. 5.0.9

(HALL, 1999) e os primers foram desenhados com o auxílio do programa FastPCR (1999-2004

PCR Team), obtendo-se um par de primers degenerados denominados de RdRp1+ e RdRp3-

(Quadro 2), com um produto esperado de 420 pb. Cada primer foi submetido ao BLASTn para

Page 54: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

53

pesquisa das seqüências mais similares e possíveis identidades não relacionadas ao gênero

Coronavírus, não tendo sido encontradas seqüências de maior escore do que aquelas referentes ao

gene da RdRp dos coronavírus dos grupos 1, 2 e 3.

A transcrição reversa (síntese de cDNA) foi realizada a 45ºC/60 minutos seguidos de

72ºC/10 minutos em um mix contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada

dNTP, 10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (RdRp1+ e RdRp3), 7 µL de RNA extraído pelo

método do TRIzol (InvitrogenTM) (de acordo com as instruções do fabricante e desnaturados

previamente a 95Cº/5 minutos) e 200U de M-MLV Reverse Transcriptase (InvitrogenTM) para

uma reação final de 20µL.

A seguir, 5 µL de cDNA assim obtido foram adicionados ao PCR mix [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (RdRp1+ e RdRp3-), 1,5mM

MgCl2, 25,25 µL de água ultra-pura e 1,25U Taq DNA polimerase] para uma reação final de

50µL e submetidos a 5 ciclos de 94ºC/1 minuto para desnaturação do DNA, 40ºC/2 minutos para

hibridação dos primers e 72ºC/1 minuto para extensão do DNA, seguidas de 35 ciclos de 94ºC/1

minuto, 50ºC/1,5 minutos e 72ºC/1 minuto e após o ciclo, 72ºC/10 minutos para extensão final.

Como controles positivos, foram examinadas as amostras vacinais de coronavírus canino

(Nobivac®corona) pertencente ao grupo 1, a amostra de coronavírus bovino (Kakegawa)

pertencente ao grupo 2 e a amostra vacinal de bronquite infecciosa (Massachussetts) pertencente

ao grupo 3 dos coronavírus, com o correspondente controle negativo PBS, sendo testada,

também, a amostra CECoV/BR03/USP-01 isolada em HRT-18.

3.7.7 PCR para a amplificação do gene 3 dos coronavírus do grupo 3

A presença do gene 3 dos coronavirus aviários do grupo 3 (Figura 5), foi pesquisada na

amostra CECoV/BR03/USP-01 isolada em células HRT-18 (item 4.4) conforme o protocolo

descrito a seguir, utilizando-se a amostra Massachussets de VBIG como controle positivo e PBS

0,01M, pH 7,2 como controle negativo.

Page 55: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

54

3.7.7.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer – um par de primers por reação (PS1+ e PM5-; PS1+ e

PM4-; PS4+ e PM4-) (CAVANAGH et al., 2001) (Quadro 2) e 200 U de M-MLV Reverse

Transcriptase (InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição reversa

a 45ºC/60 minutos e 72ºC por 10 minutos.

3.7.7.2 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada combinação de primers (PS1+ e

PM5-; PS1+ e PM4-; PS4+ e PM4-), 1,5mM MgCl2, 25,25 µL água ultra-pura esterilizada e

1,25U de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)], para uma reação final de 50µL, sendo submetidos

a 39 ciclos de 94ºC/ 1 minuto, 48ºC/1 minuto e 72ºC/2 minutos, seguidos por 72ºC/ 10 minutos

para a extensão final. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram a banda de

1062 pb (combinação PS1+ e PM5-), 1048 pb (combinação PS1+ e PM4-) ou 912 pb

(combinação PS4+ e PM4-) em gel de agarose a 1,5% corado com brometo de etídeo 0,5 µg/mL.

3.7.8 PCR para a amplificação do gene 5 dos coronavírus do grupo 3

A presença do gene 5 dos coronavirus aviários do grupo 3 (Figura 5), foi pesquisada na

amostra CECoVBR03USP-01 isolada em células HRT-18, conforme o protocolo descrito a

seguir, utilizando-se a amostra Massachussets de VBIG como controle positivo e PBS 0,01M, pH

7,2 como controle negativo.

Page 56: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

55

3.7.8.1 Síntese de cDNA (transcrição-reversa)

Foram desnaturados 7µL do RNA extraído a 95ºC durante 5 minutos e adicionados ao

mix de transcrição reversa contendo 1 x First Strand Buffer (InvitrogenTM), 1mM de cada dNTP,

10mM DTT, 1pmol/µL de cada primer (PM1+ e PN3-; PM1+ e PN2-; PM3+ e PN2-)

(CAVANAGH et al., 2001) (Quadro 2), um par de primers por reação e 200 U de M-MLV

Reverse Transcriptase (InvitrogenTM), para uma reação final de 20µL, realizando-se a transcrição

reversa a 45ºC/60 minutos e 72ºC por 10 minutos.

3.7.8.2 Primeira amplificação

Cinco microlitros de cDNA foram adicionados ao mix de PCR [1 x PCR Buffer

(InvitrogenTM), 0,2mM de cada dNTP, 0,3 pmol/µL de cada combinação de primer (PM1+ e

PN3-; PM1+ e PN2-; PM3+ e PN2-), 2 mM MgCl2, 26,25 µL água ultra-pura esterilizada e 2,5U

de Taq DNA polimerase (InvitrogenTM)], para uma reação final de 50µL, sendo submetidos a 39

ciclos de 94ºC/1 minuto, 48ºC/1 minuto e 72ºC/2 minutos, seguidos por 72ºC/10 minutos para a

extensão final. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram a banda de 861 pb

(combinação PM1+ e PN3-), 849 pb (combinação PM1+ e PN2-) ou 803 pb (combinação PM3+

e PN2-) em gel de agarose a 1,5% corado com brometo de etídeo 0,5 µg/mL.

Page 57: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

56

R e p S

3 a

3 b

E3 c

M

5 a

5 b

N3 ’ U T R

S gene 3 M

PS1+

PS3+

PS4+ PM4-

PM5-

M gene 5 N

PM1+PM2+PM3+ PN2-

PN3-

UTR41+

UTR11-

3'UTR

Figura 5 - Representação esquemática do genoma dos coronavírus do grupo 3 e das regiões amplificadas pela PCR dos genes 3 e 5 e da região 3´UTR. Adaptado de Cavanagh et al. (2001) - São Paulo- 2006

(continua) Gene Agente Nome

primer

Seqüência Fragmento

amplificado

4Bm 5’ TCACAYTTWGGATARTCCCA 3’

2Bp 5’ ACTCARWTRAATYTNAAATAYGC 3’

251 pb

CV2U 5’ TACTATGACTGGCAGAATGTTTCA 3´

RdRp

CEC

oV

CV2L 5´AACATCTTTAATAAGGCGRCGTAA 3´

136 pb

*UTR41+ 5’ ATGTCTATCGCCAGGGAAATGTC 3’

UTR11- 5’ GCTCTAACTCTATACTAGCCTA 3’

266 pb

Região

3´UTR

VB

IG E

CEC

oV

*UTR 31- 5’ GGG CGT CCA AGT GCT GTA CCC 3’ 179 pb * Quando

combinado com UTR 41+

Quadro 2 - Primers utilizados nas reações de PCR para a detecção de vírus entéricos e

para a caracterização do coronavírus do grupo 2 (CECoV) - São Paulo - 2006

Page 58: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

57

(Continua) Gene Agente Nome

primer

Seqüência Fragmento

amplificado

MKPol11 5’AATAAGGTCTGCACAGGTCG 3’

RdRp

Ast

roví

rus

MKPol10 5’TGGCGGCGAACTCCTCAACA 3’

802 pb

S1C 5’ TCTGTTATCTCAACCTTG 3’

S1D 5’ GTTGAGAACAGAAGTAGG 3’

738 pb

S1E 5’ ATCGCAGCGAAGAGAGGTCG 3’

S1

Reo

víru

s

S1F 5’ AGTATCGCCGCGTGCGCAG 3’

342 pb

MK89 5’CCCTCCCACCGCTTACCA 3’

Hexon

Ade

noví

rus

MK90 5’CACGTTGCCCTTATCTTGC 3’

421 pb

CHES 5’TMTTTGGYGACAGTCGTTC3’

HE

Cor

onav

irus

do g

rupo

2

CHEA 5’TTATCMGAMTGCYTRGCATT3’

796-826 pb

*CK4 5’CANGGNGGNGCNTA 3’ S1

CK2 5’CNGTRTTRTAYTGRCA 3’

573-601 pb

S1

VB

IG E

CEC

oV

* S1BIG 5' TGAAAACTGAACAAAAGAC 3' 706 pb * Quando

combinado com CK2-

* PS1+ 5’ TATATTAAGTGGCCTTGGTATGT 3’

PM5- 5’ CAATGTTAAGGGGCCAAAAGCA 3’

1062 pb

* Quando combinado com PM4- = 1048 pb

*PM4- 5’ CAAAAGCACCATAACACTATCAT 3’

3

VB

IG E

CEC

oV

PS4+ 5’ TGAGTAAGTGTGGTAAGAAATC 3’

912 pb

Quadro 2 - Primers utilizados nas reações de PCR para a detecção de vírus entéricos

e para a caracterização do coronavírus do grupo 2 (CECoV) - São Paulo - 2006

Page 59: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

58

(Conclusão) * PM1+ 5’ CTGGCGAGCTAGAAAGTGTA 3’

PN3- 5’GCTTTTATTGCTTGAAACCAAGAT 3’

861 pb

* Quando combinado com PN2- = 849 pb

* PN2- 5’ TGAAACCAAGATGCATTTCC 3’

5

VB

IG E

CEC

oV

PM3+ 5’ ATAAATGTGTGTGTGTAGAGAG 3’

803 pb

Quadro 2 - Primers utilizados nas reações de PCR para a detecção de vírus entéricos

e para a caracterização do coronavírus do grupo 2 (CECoV) - São Paulo - 2006

3.8 FILOGENIA DO CECOV BASEADA EM SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO GENE RdRp E

DA REGIÃO 3’ UTR

Os fragmentos correspondentes ao gene RdRp (136 pb) do CECoV inicial (amostra

CECoV/BR03/USP-01) e da mesma amostra isolada em células HRT-18 (amostra

CECoV/BR03/USP-01 6thp) e outras 5 amostras de campo de CECoV (amostras

CECoV/BR05/USP-02, CECoV/BR05/USP-03 CECoV/BR05/USP-04 e CECoV/BR05/USP-05)

detectadas durante este estudo e à região 3’UTR da amostra CECoV/BR03/USP-01 (179 pb)

foram purificados com o kit GFX™ PCR DNA and Gel Band Purification Kit (GE Healthcare®),

quantificados visualmente com Low Mass DNA Ladder (Invitrogen) de acordo com as

instruções do fabricante e submetidos à reação de sequenciamento utilizando DYEnamic ET Dye

Terminator Kit (com Thermo Sequenase™ II DNA Polimerase-GE Healthcare®) segundo as

recomendações do fabricante sendo as seqüências resolvidas em seqüenciador automático

MegaBACE™ 1000 (Amersham).

Os cromatogramas gerados para cada uma das seqüências senso e antisenso de cada

amostra foram conferidos manualmente com o programa Chromas v. 2.23 ( 1998-2002

Technelysiumm Pty LTD) para a busca por erros de interpretação e discrepâncias entre cada uma

das fitas seqüenciadas. A seqüência consenso final de cada amostra foi obtida a partir das

seqüências senso e o reverso-complemento do anti-senso de cada amostra alinhado com o método

CLUSTAL⁄W com o programa Bioedit v. 5.0.9 (HALL, 1999), sendo a mesma submetida ao

Page 60: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

59

BLASTn para confirmação do seqüenciamento. As seqüências obtidas foram depositadas no

GenBank sob os números de acesso DQ401280 a DQ401286.

As árvores genealógicas para cada os segmentos do gene RdRp e a região 3' UTR foram

construídas com as seqüências consensuais de cada amostra alinhadas com o método

CLUSTAL⁄W com o programa Bioedit, conferindo-se manualmente o alinhamento, obtendo-se a

árvore de distância com o algoritmo Neighbor - Joining e os valores de “bootstrap” com 1000

repetições com o programa Mega (KUMAR; TAMURA; NEI, 2004), com os modelos evolutivos

Kimura - 2 – parâmetros e Jukes e Cantor, respectivamente. As identidades entre as seqüências

alinhadas foram calculadas com o programa Bioedit.

A árvore enraizada para o segmento do gene RdRp foi realizada com o método da

máxima parcimônia, com algoritmo Heurístico, utilizando uma seqüência homóloga de

Bredavírus bovino (AJ575373.1 ) como grupo externo alinhada com as seqüências de coronavírus

CECoV e os coronavírus dos grupos 1, 2, 3 e SARS utilizando o método CLUSTAL/W com o

programa Bioedit, com 1000 repetições de bootstrap com o programa PAUP (SWOFFORD,

2000).

Todos os números de acesso das seqüências recuperadas do GenBank utilizadas para a

construção das árvores filogenéticas encontram-se nas figuras 8, 9 e 10.

3.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise da significância das diferenças de número de positivos para rotavírus, VBIG,

CECoV, reovírus, astrovírus e adenovírus em relação aos grupos amostrados apresentando

diarréia com retardo de crescimento, apenas retardo de crescimento e aves sadias, bem como das

diferenças de positividade para cada um dos vírus em relação às classes frango, aves de postura e

matriz foi realizada aplicado-se o teste de Chi-quadrado com valor de alfa de 0,05, utilizando-se o

programa Minitab (Minitab Versão 14.1 (©1972-2003, Minitab INC).

Page 61: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

60

4 RESULTADOS

Os resultados obtidos para o levantamento de ocorrência de vírus entéricos, bem como para

a caracterização e a diversidade molecular de CECoV, encontram-se descritos nos itens a seguir

sob a forma de tabelas, quadros e figuras.

4.1 VALIDAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA RT-PCR PARA DETECÇÃO DO GENE

CODIFICADOR DA RdRp DOS CORONAVÍRUS DO GRUPO 2

A técnica foi validada como exclusiva para a detecção de coronavírus do grupo 2 testando

coronavírus canino - CCoV (Nobivac® Corona) pertencente ao grupo 1, a amostra de coronavírus

bovino- BCoV (Kakegawa) pertencente ao grupo 2 e a amostra vacinal de bronquite infecciosa-

BIG (Massachussetts) pertencente ao grupo 3 dos coronavírus, com o correspondente controle

negativo PBS 0,01 M, pH 7,2. Esta técnica detectou somente a amostra correspondente ao

coronavírus bovino, amplificando um fragmento de 136 pb como esperado (Figura 6), indicando

que a PCR aqui descrita é especifica para coronavírus do grupo 2.

Figura 6 - Gel de agarose do RT-PCR para detecção do gene codificador do RdRp dos coronavírus do grupo 2. 1:100bp DNA ladder; 2: CCoV; 3:BCoV; 4:BIG; 5: água ultra-pura – São Paulo - 2006

1 2 3 4 5

Page 62: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

61

As 119 amostras de campo foram testadas para CECoV, utilizando a PCR acima citada,

sendo que foram positivas 25 amostras em total (Tabela 1), seja em infecção única, ou em

associação com outros agentes aqui estudados (Tabelas 2 e 3).

4.2 DETECÇÃO DE VIRUS ENTÉRICOS NAS AMOSTRAS DE CAMPO

Os resultados dos testes de PCR e PAGE para o diagnostico dos vírus entéricos em 119

amostras de conteúdo intestinal testadas encontram-se resumidos no apêndice A.

De 119 amostras testadas, o número de amostras positivas para rotavírus aviário foi de 58

amostras, para reovírus aviário foi de 3 amostras, para astrovírus foi de 4 amostras, para

adenovírus foi de 2 amostras, para bronquite infecciosa das galinhas foi de 78 amostras e para

CECoV foi de 25 amostras (Tabela 1). As reações referentes a controle negativo (PBS 0,01 M,

pH 7,2) e os controles incluídos na fase de nested não apresentaram quaisquer bandas. Os

correspondentes controles positivos utilizados em cada reação apresentaram os padrões

esperados.

Foram evidentes diferentes níveis de infecção nas aves, desde as causadas por apenas um

vírus até co-infecções causadas por três diferentes vírus (Tabelas 2 e 3), sendo a mais comum a

co-infecção rotavírus/VBIG e as menos freqüentes rotavírus/astrovírus/CECoV e astrovírus-

CECoV. A associação mais freqüente do CECoV encontrada no presente estudo foi a infecção

tripla CECoV/VBIG/rotavírus (Tabela 3).

As infecções únicas pelo vírus da bronquite infecciosa das galinhas apresentaram a maior

freqüência de ocorrência, seguindo-se das infecções únicas por rotavírus, CECoV e, com apenas

1 caso, infecção única por reovírus. No caso de astrovírus, não houve nenhum caso onde apenas

este vírus foi encontrado (Tabela 3).

Page 63: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

62

Tabela 1 - Resultados totais da detecção de vírus entéricos no conteúdo entérico das matrizes e poedeiras e dos frangos de corte colhidos para o presente estudo - São Paulo - 2006

Vírus Numero de amostras positivas

Rotavírus 58/119 Reovírus 3/119 Astrovírus 4/119 VBIG 78/119 CECoV 25/119 Adenovírus 2/119 Nenhum 16/119

Tabela 2 - Amostras de conteúdo entérico nas quais apenas um dos vírus pesquisados foi

encontrado- São Paulo - 2006

Vírus Numero de positivas Rotavírus 17/58 Reovírus 1/3 Adenovírus 0/2 Astrovírus 0/4 VBIG 30/78 CECoV 3/25

Tabela 3 - Resultados das diferentes co-infecções de vírus entéricos encontradas nas matrizes e

poedeiras e dos frangos de corte utilizados no presente estudo- São Paulo - 2006

Co-infecção de vírus Numero de amostras positivas

Rotavírus + VBIG 26 Rotavírus + VBIG + CECoV 12 Rotavírus + Adenovírus 1 Rotavírus + Astrovírus + CECoV 1 VBIG + CECoV 6 Astrovírus + VBIG 2 Astrovírus + CECoV 1 Rotavírus + CECoV 2 Reovirus + Adenovírus 1 Reovírus + VBIG 2

Page 64: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

63

As 119 amostras de estudo eram procedentes de 76 (63,9%) aves com diarréia e retardo

do crescimento, 27 (22,7%) de aves com apenas retardo do crescimento e 16 (13,4%) de aves sem

diarréia (Tabela 4).

Tabela 4 - Estado sanitário dos lotes de matrizes e poedeiras e dos frangos de corte colhidos para

o presente estudo- São Paulo - 2006

As aves que apresentavam diarréia e retardo do crescimento tiveram o maior número de

infecções causadas tanto por um vírus quanto por até três vírus em associação (Tabela 5),

seguidas pelas aves que apresentavam apenas retardo do crescimento (Tabela 6) e aves sadias

(Tabela 7).

Tabela 5 - Características das infecções virais das aves com diarréia e retardo de crescimento -

São Paulo - 2006

Vírus Total Rotavírus 9 Rotavírus + VBIG 18 Rotavírus + VBIG + CECoV 9 Rotavírus + Astrovírus + CECoV 1 Rotavírus + CECoV 2 Rotavírus + Adenovírus 1 Reovírus 1 Astrovírus 0 VBIG 20 CECoV 2 VBIG + CECoV 5 Astrovírus + CECoV 1 Astrovírus + VBIG 0 Reovírus + VBIG 1 Reovírus + Adenovírus 1 Nenhum 7

Estado clínico Total Com diarréia e Retardo do crescimento 76/119 (63,9%) Com retardo do crescimento unicamente 27/119 (22,7%) Sadio (sem alteração clínica) 16/119 (13,4%)

Page 65: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

64

Tabela 6 - Características das infecções virais das aves com retardo de crescimento- São Paulo - 2006

Vírus Total Rotavírus 6 Rotavírus + VBIG 6 Rotavírus + VBIG + CECoV 1 Rotavírus + Astrovírus + CECoV 0 Rotavírus + CECoV 0 Reovírus 0 Astrovírus 0 VBIG 5 CECoV 0 BIG + CECoV 1 Astrovírus + CECoV 0 Astrovírus + VBIG 0 Reovírus + VBIG 1 Nenhum 7

Tabela 7 - Características das infecções virais das aves aparentemente sadias (sem sintomas

entéricos ou de retardo do crescimento) - São Paulo - 2006

Vírus Total Rotavírus 2 Rotavírus + VBIG 2 Rotavírus + VBIG + CECoV 2 Rotavírus + Astrovírus + CECoV 0 Rotavírus + CECoV 0 Reovírus 0 Astrovírus 0 VBIG 5 CECoV 1 VBIG + CECoV 0 Astrovírus + CECoV 0 Astrovírus + VBIG 2 Reovírus + VBIG 0 Nenhum 2

Nas aves com idades entre 1 e 42 dias, encontrou-se a maior freqüência de rotavírus,

reovírus, VBIG, CECoV, adenovírus e astrovírus, sendo acometidas com maior freqüência as

aves que apresentavam diarréia e retardo do crescimento, sendo que, nestas últimas, o vírus

Page 66: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

65

causador da bronquite infecciosa das galinhas apresentou-se uma maior freqüência de ocorrência

(Tabela 8).

Tabela 8 - Estado sanitário das aves de acordo à idade- São Paulo - 2006 Dias Rotavírus Reovírus BIG CECoV Astrovírus Adenovírus

D+RC RC SD D+RC RC SD D+RC RC SD D+RC RC SD D+RC RC SD D+RC RC SD

1-42 27 0 6 2 0 0 39 0 6 12 0 3 2 0 0 2 0 0 43-60 6 0 0 - - - 7 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 61 e + 6 0 0 - - - 7 1 5 6 0 0 - - - 0 0 0 NI 0 13 0 0 1 0 0 13 0 0 0 2 - - - 0 0 0 Total 58 3 78 25 4 2 NI: Não informada; D: Diarréia; RC: Retardo do Crescimento; SD: Sem Diarréia

Apesar da grande diferença no número de frangos de corte, poedeiras e matrizes na

composição da amostragem, considerando-se a finalidade das aves, a maior freqüência de

positividade ocorreu em frangos de corte, exceto por astrovírus e CECoV, cujas freqüências

foram maiores em matrizes (Tabela 9).

Tabela 9 - Ocorrência de diferentes vírus entéricos de acordo com o tipo de ave amostrada- São

Paulo - 2006 Finalidade zootécnica

Número Rotavírus Reovírus BIG CECoV Adenovírus Astrovírus

Frango de corte

94 51 (54,25%)

3 (3,19%)

64 (68%)

19 (20,21%)

2 (2,12%)

3 (3,19%)

Postura 5 2 (40%)

0 (0%)

3 (60%)

1 (20%)

0 (0%)

0 (0%)

Matriz 20 5 (25%)

0 (0%)

9 (45%)

5 (25%)

0 (0%)

1 (5%)

TOTAL 119 58 3 78 25 2 4

Page 67: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

66

4.3 ISOLAMENTO DE ROTAVÍRUS

Todas as nove amostras de rotavírus escolhidas aleatoriamente para isolamento foram

isoladas em células MA-104 em até no máximo 5 passagens.

Na primeira e segunda passagens, todas as amostras inoculadas mostraram efeito citopático de

baixa intensidade, característico de rotavírus, com aspecto rendilhado da monocamada, entre 48 a

60 horas pós-inoculação, alcançando efeito máximo em 5 dias pós-inoculação. Na quinta

passagem de todas as nove amostras, o efeito citopático atingiu 100% da monocamada,

destruindo completamente as monocamadas em 48 horas após a inoculação.

A PAGE utilizada para monitorar cada passagem foi positiva para todas as amostras em

todas as passagens, apresentando eletroferótipo característico de rotavírus do sorogrupo A, com

intensidade de bandas de RNA aumentado de acordo com o número da passagem (Figura 7).

Page 68: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

67

1 2 3 4 5 6 71 2 3 4 5 6 7

Figura 7 - Gel de poliacrilamida apresentando uma das amostras de rotavírus aviário isolado em células MA-104. O numero 1 é o controle positivo de rotavírus, e dos números 2-6, a amostra na 5a, 4a, 3a, 2a, 1a passagem em células e o número 7 é a amostra de fezes original- São Paulo - 2006

4.4 INOCULAÇÃO DO CECoV INICIAL ENCONTRADO EM CAMPO EM CÉLULAS HRT-

18

Foram feitas 6 passagens da amostra de CECoV denominada CECoV/BR03/USP-01 em

cultivo de células HRT-18. Quando acompanhadas por um período de até 15 dias, a partir da

segunda passagem, foi evidente efeito sincicial moderado. A partir da quinta passagem, o efeito

citopático sincicial apresentou-se mais acentuado, atingindo aproximadamente 50% da

monocamada, sendo evidente a partir de 3 dias após a inoculação.

Ainda, quando examinadas pelas PCRs para a detecção do gene codificador da RdRp dos

coronavírus do grupo 2 (Item 3.6.7) e para a região 3'UTR (item 3.6.1), as passagens de 2 a 7

apresentaram as bandas esperadas de 136 e 179 pb, respectivamente.

Page 69: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

68

4.5 INOCULAÇÃO DO CECoV INICIAL ENCONTRADO EM CAMPO EM OVOS

EMBRIONADOS

Realizaram-se 4 passagens sucessivas da amostra CECoV/BR03/USP-01 em ovos

embrionados de galinha SPF de 8 dias de idade, pela cavidade alantóide. Quando avaliados após

7 dias de incubação em cada passagem, não foram observadas alterações de desenvolvimento dos

embriões. O líquido alantóide de cada passagem foi examinado por PCRs para detecção do gene

codificador da RdRp dos coronavírus do grupo 2 (Item 3.6.7) e para a região 3'UTR (item 3.6.1),

as quais resultaram negativas.

4.6 CARACTERIZAÇÃO DO CECoV ATRAVÉS DE PCRs DIRIGIDAS PARA OS GENES S,

HE, 3, 5 E RdRp

A amostra CECoV/BR03/USP-01 isolada em sexta passagem em células HRT-18 resultou

negativa para as PCRs gênero-específicas dirigidas para o gene codificador da RdRp (3.7.6), bem

como para as PCRs para os genes S, 3 e 5 dos coronavírus do grupo 3 e HE, exclusivo dos

coronavírus do grupo 2 (e positiva para BCoV Kakegawa até a diluição 1:160) , tendo sido

positiva apenas para a PCR para o gene RdRp dos coronavirus do grupo 2 e positivo para a região

3´UTR dos coronavirus do grupo 3. Os resultados destas PCR encontram-se sumarizados no

quadro 3.

Page 70: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

69

a. Para coronavírus do grupo 2 b. Coronavírus do grupo 3 c. Coronavírus dos grupos 1, 2 e 3

Quadro 3 - Resultados das PCRs dirigidas para a caracterização do coronavírus do grupo 2 CECoV- São Paulo - 2006

4.7 SEQÜENCIAMENTO E FILOGENIA DO CECoV INICIAL ENCONTRADO EM CAMPO

E DO ISOLADO EM CÉLULAS HRT-18 BASEADO NAS SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO

GENE DA PROTEÍNA RdRp E DA REGIÃO 3’UTR

O seqüenciamento do fragmento obtido pelas reações de PCR para o gene RdRp (item

3.7.6) da amostra CECoV/BR03/USP-01 original das fezes e da mesma isolada em sexta

passagem em HRT-18 (CECoV/BR03/USP-01) e para a região 3´UTR (Item 3.7.1) para a

amostra CECoV/BR03/USP-01 original das fezes resultou em seqüências de 88, 88 e 137

nucleotídeos, respectivamente.

A árvore filogenética obtida para as seqüências de RdRp da amostra em questão em

conjunto com seqüências homólogas de coronavírus de todos os grupos conhecidos demonstrou

que tal amostra segregou dentro do grupo 2 do gênero Coronavirus (Figura 8) com identidaes

médias de 68%, 94,24% e 67,2% com os grupos 1, 2 e 3, respectivamente (Tabela 10), enquanto

que a árvore filogenética obtida para as seqüências da região 3´UTR da amostra em questão em

conjunto com seqüências homólogas de coronavírus de todos os grupos conhecidos demonstrou

que tal amostra segregou dentro do grupo 3 do mesmo gênero (Figura 9), com uma identidade

media de 35,55%, 28,96% e 98,04% com os grupos 1, 2 e 3 respectivamente (Tabela 11).

Regiões pesquisadas Amostra

RdRpa 3´UTRb S1Ab S1Bb HEa 5b 3b RdRpc

CECoV/BR03/USP-01 Positivo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo

Page 71: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

70

4.8 SEQÜENCIAMENTO E FILOGENIA DOS CORONAVÍRUS DO GRUPO 2

ENCONTRADOS EM CAMPO BASEADOS NAS SEQÜÊNCIAS PARCIAIS DO GENE

RdRp

Foram obtidas seqüências para cinco amostras de campo positivas para a PCR que

amplifica o gene RdRp (3.6.7) além da amostra de CECoV inicial, sendo as amostras

denominadas de CECoV/BR05/USP-02, CECoV/BR05/USP-03, CECoV/BR05/USP-04,

CECoV/BR05/USP-05 e CECoV/BR05/USP-06. Tais seqüências resultaram em fragmentos entre

84 e 88 nucleotídeos.

A árvore filogenética obtida para as seqüências de RdRp das amostras em questão em

conjunto com seqüências homólogas de coronavírus de todos os grupos conhecidos demonstrou

que tais amostras segregaram dentro do grupo 2 do gênero coronavírus (Figura 8), próxima aos

coronavírus bovinos, formando um cluster único, dentro do qual se encontra a amostra Mebus de

coronavírus bovino, com uma identidade media de nucleotídeos 68%, 94,24% e 67,2% com os

grupos 1, 2 e 3, respectivamente (Tabela 10).

O padrão de segregação das diversas espécies de coronavírus na árvore para o gene RdRp

resultou na topologia descrita em relação à taxonomia dos coronavírus segundo os grupos 1, 2, 3

e SARS. A árvore enraizada (Figura 10) apresenta o cluster que agrupa as diferentes amostras de

CECoV como originário de um único evento evolutivo.

Page 72: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

71

Grupo 2

Grupo 1

Grupo 3

SARS

CECoVBR05USP -03

CECoVBR05USP -05

CECoVBR05USP -06

CECoVBR03USP -016thp

U00735 -BCoVMebus

CECovBR03USP -01

CECoVBR05USP -04

CECoVBR05USP -02

AF391541 -BCoV

AY150273 -CRCoV

NC007732 -PHEV

NC005147 -HCoVOC43

AY903460 -HCoVOC43

AF124990 -SDAV

AY700211 -MHVA59

NC006852 -MHVJHM

NC006577 -HCoVHKU1

AY572035 -SARScivet10

NC004718 -SARS

AY686863 -SARSA022

AY572038 -SARS

AY994055 -FIPV

AF124987 -FIPV

AY874541 -CCoV

AJ271965 -TGEV

NC003436 -PEDV

NC005831 -HCoVNL63

AF124991 -TCoV

AY514485 -AIBVCal99

AY851295 -AIBVMass41

NC001451 -AIBV

8387

94

5872

99

99

50

39

64

6498

99

66

8661

7240

35

65

0.05

Figura 8 - Árvore filogenética de distância com algoritmo Neighbor – Joining e modelo evolutivo

K2P para uma região da ORF 1b do gênero Coronavírus, mostrando os diferentes grupos e, em destaque, as amostras de campo do CECoV e a amostra isolada (CECoV/BR03/USP-01 6thp). Os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) e a barra representa o numero de substituições por sitio de nucleotídeos- São Paulo - 2006

Page 73: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

72

Tabela 10 - Identidade de nucleotídeos para um segmento do gene RdRp dos coronavírus do

grupo 1, 2, 3, SARS e CECoV- São Paulo - 2006

Grupo CECoV Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 SARS CECoV 100% 68% 94,24% 67,2% 70,2%

Tabela 11 - Identidade de nucleotídeos para uma segmento da região 3'UTR dos coronavírus do

grupo 1, 2, 3, SARS e CECoV

Grupo CECoV Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 SARS

CECoV 100% 35,55% 28,96% 98,04% 24,2%

Page 74: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

73

AJ278335.1IBVD207

AF322368IBVD41

AF203007

CECoVBR03USP-01 6thp

AJ278336.1IBVH120

AJ310642.1TCoV

AJ278337.1IBVHV10

U04804.1IBV

AJ278338.1IBVHVI140

AF203002IBVDE072

AJ619580.1PhCoV

AF353511.1PEDV

AF304460.1HCoV229E

NC002306.2TGEV

D13096.1CCoV

AF523847.1HCoVOC43

U00735.2BCoV

AF208067.1MHV

AY572038.1SARScivet020

AY572035.1SARScivet010

AY686863.1SARSA02299

6589

96

9544

64

100

59

34

55

0.2

Grupo 3

Grupo 1

Grupo 2

SARS

Figura 9 - Árvore filogenética de distância com algoritmo Neighbor – Joining e modelo evolutivo Jukes e Cantor para um segmento da região 3'UTR do gênero Coronavírus, mostrando os diferentes grupos e, em destaque, a amostra de campo isolada de CECoV. Os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) e a barra representa o número de substituições por sitio de nucleotídeos- São Paulo - 2006

Page 75: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

74

BREDAVIRUSNC003436-PEDVNC005831-HCoVNL63NC006577-HCoVHKU1

CECoVBR03USP-01CECoVBR03USP-016thpCECoVBR05USP-02CECoVBR05USP-03CECoVBR05USP-04CECoVBR05USP-05CECoVBR05USP-06U00735-BCoVMebusAF391541-BCoVNC005147-HCoVOC43AY903460-HCoVOC43NC007732-PHEV

AY150273-CRCoVAF124990-SDAVAY700211-MHVA59

NC006852-MHVJHMAY572038-SARSAY572035-SARS-civet10NC004718-SARS

AY686863-SARSA022AF124991-TCoVAY514485-AIBVCal99AY851295-AIBVMass41NC001451-AIBVAJ271965-TGEVAY874541-CCoV

AY994055-FIPVAF124987-FIPV

9761

71

51

96

62

100

94

55

95

82

Figura 10 - Árvore filogenética enraizada construída com o método da máxima parcimônia e algoritmo Heurístico, mostrando espécies de coronavírus dos grupos 1, 2, 3 e SARS e diferentes amostras de CECoV, tendo como grupo externo bredavírus bovino; os números acima de cada nó representam os valores de bootstrap (1000 repetições) - São Paulo - 2006

Page 76: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

75

4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a comparação entre as positividades para cada um dos vírus e os diferentes estados

sanitários das aves amostradas, foi encontrada como estatisticamente significativa apenas a

ocorrência maior de CECoV nas aves com diarréia e retardo de crescimento quando estas foram

comparadas com aves apenas com retardo de crescimento (p = 0,003), bem como a menor

ocorrência de este vírus em aves com retardo do crescimento e sadias (p = 0,002).

Em relação à comparação entre a ocorrência de cada um dos vírus para cada uma das

classes zootécnicas a única que resultou estatisticamente significativa foi a maior ocorrência de

rotavírus em frangos quando comparados às matrizes (p = 0,017).

Page 77: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

76

5 DISCUSSÃO

No presente estudo, rotavírus, astrovírus, reovírus, adenovírus, vírus da bronquite

infecciosa das galinhas e um coronavírus aviário denominado de CECoV (Chicken Enteric

Coronavírus) foram encontrados em aves de corte, de postura e matrizes apresentando diarréia,

retardo no crescimento e também em aves assintomáticas.

Rotavírus do grupo A foi encontrado em 58 de 119 amostras de aves, sendo 39 das aves

com sinal clínico de diarréia, 13 das aves com retardo de crescimento e 6 das aves assintomáticas.

O encontro de rotavírus do sorogrupo A em aves já foi relatado no Brasil (ALFIERI et al.,

1989; TAMEHIRO et al., 2003), onde é reconhecido como um dos vírus mais freqüentemente

encontrados em problemas entéricos em frangos de corte, relatos estes que são concordantes com

os resultados encontrados no presente estudo, onde a ocorrência de rotavírus foi estatisticamente

significativamente maior em frangos de corte quando comparados à matrizes (p = 0,017). Tal

resultado pode ser explicado pelas diferenças entre sistemas de criação e níveis de biossegurança,

uma vez que em matrizes estes últimos são muito mais estritos e na criação deste tipo de aves, há

uma densidade populacional menor, o que diminui a probabilidade de trasmissão.

Sabe-se que aves menores de duas semanas não excretam normalmente rotavírus pelas

fezes, provavelmente pela modulação da imunidade passiva (MCNULTY et al., 1983), no

entanto, em concordância com o que foi relatado por Tamehiro et al. (2003), no presente estudo

foram encontradas amostras de rotavírus em aves menores de 15 dias de idade.

O encontro de rotavírus em aves apresentando diarréia e retardo de crescimento observado

nas amostras estudadas permite sugerir que o mesmo tenha tido um papel primário na etiologia

destas doenças, uma vez que os rotavírus se replicam no epitélio intestinal levando a diarréia e

má absorção (BARNES, 1997). Além disso, os rotavírus afetam o valor do lote por redução do

ganho de peso, diminuição da uniformidade do lote, incremento da susceptibilidade a doenças e,

portanto, incremento no custo de medicamentos, permanecendo os efeitos da doença por longo

tempo após o desaparecimento dos sintomas clínicos (BARNES, 1997).

Conseqüentemente, neste estudo, considerando as aves sintomáticas nas quais os rotavírus

foram encontrados, pode ser sugerido que tanto a diarréia quanto o retardo do crescimento podem

ser atribuídos, pelo menos parcialmente a este vírus.

Page 78: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

77

O achado de rotavírus em aves assintomáticas pode ser explicado mais provavelmente

pelo fato de que estas aves estavam no início da infecção, já eliminando vírus através das fezes,

mas ainda no período de incubação de dois a cinco dias (MCNULTY, 2003). Outra possibilidade

é que as aves tenham se recuperado do período de doença clinica, mas ainda estivessem

eliminando vírus, o qual foi, então, detectado.

Reovírus foi encontrado em 3 de 119 amostras, sendo 2 amostras das aves que

apresentavam sintomas de diarréia e 1 de uma ave com apenas retardo de crescimento. A

detecção de reovírus em aves de produção com sintoma de enterite também foi relatada no Brasil

por Tamehiro et al., 2003 e nos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Suécia, Alemanha (APPLE

et al., 1991; BAGUST; WESTBURY, 1975; LENZ et al., 1998).

Os reovírus estão associados à síndrome de má absorção em aves jovens; no entanto, tal

vírus parece ser apenas um agente secundário nesta síndrome, uma vez que apenas alguns relatos

indicam que isolados de reovírus podem causar algum grau de enterite (RUFF;

ROSENBERGER, 1985). Tal síndrome é mais comum em aves menores de 15 dias, o que é

concordante com a idade em que foi detectado este vírus nas amostras do estudo aqui

apresentado.

Os reovírus também estão associados com problemas de artrite viral, uma doença

importante economicamente e que causa problemas principalmente em frangos de corte, sendo os

principais sintomas a ruptura do tendão gastrocnêmico, pericardite, miocardite, hidropericárdio,

retardo no crescimento e mortalidade (ROSENBERGER, 2003).

Assim, como apenas uma das três amostras positivas para reovírus (amostra 81) era

proveniente de aves com sintomas de diarréia simultâneos a artrite, não se permite descartar que

o reovírus encontrado na amostra em questão possa estar relacionado à artrite viral.

Duas de 119 amostras foram positivas para adenovírus, sendo que estas apresentaram co-

infecção por reovírus e rotavírus; portanto, os quadros apresentados pelas aves podem ter sido

exacerbados pelo adenovírus, uma vez que este está relacionado com imunossupressão, levando

ao aumento na incidência de infecções secundarias (ZHIXUN et al., 1999). O papel dos

adenovírus nas alterações intestinais ainda não foi amplamente reconhecido e/ ou estudado.

Assim sendo, um estudo mais aprofundado utilizando as duas amostras positivas levaria a um

esclarecimento da patogenia deste vírus. Ainda, a caracterização destes vírus encontrados é

necessária para determinar o grupo de adenovírus envolvido na infecção nas aves.

Page 79: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

78

As quatro amostras de astrovírus detectadas entre as 119 amostras estudadas

apresentaram-se todas em co-infecção com outros vírus, sugerindo um papel como agente

secundário nas enterites virais. Os astrovírus afetam mais freqüentemente lotes de perus entre 1 e

3 semanas de idade causando diarréia aguda, perda de peso, refugagem e freqüentemente alta

mortalidade, sumarizando-se em uma síndrome conhecida como síndrome de enterite e

mortalidade em perus (KOCI; SEAL; SCHULTZ-CHERRY, 2000; VILLARREAL et al., 2006).

Em frangos e matrizes, até o momento, os astrovírus não foram relatados como

causadores de enterite, mas sim como agente causador de nefrite. No entanto, no presente estudo,

os lotes que foram positivos para astrovírus não estavam apresentando problema renal e sim

problema entérico, sendo este, portanto, o primeiro relato de astrovírus causando doença entérica

nestes tipos de aves.

A patogenia dos astrovírus em enterites pode ser atribuída, ao menos em parte, ao efeito

osmótico de dissacarídeos não digeridos e não absorvidos e outros nutrientes que atraem água

para o lúmem intestinal (REYNOLDS; SCHULTZ-CHERRY, 2003).

O astrovírus detectado em aves sem diarréia (2 amostras) pode ser explicado pelo fato de

as aves estarem em estágios iniciais da infecção ou por serem estas aves portadores

convalescentes. Como não há criações de perus nas proximidades das granjas de onde foram

colhidas estas amostras, não há possibilidade de que estas aves portassem assintomaticamente

astrovírus de perus.

O vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBIG) foi detectado em 78 das 119

amostras testadas, sendo o vírus mais freqüentemente detectado nos conteúdos intestinais das

aves. Destas, 30 amostras apresentavam como agente único o VBIG.

Este vírus é de distribuição universal (CAVANAGH; NAQI, 2003), com maior

prevalência em regiões com maior densidade populacional.

O sitio primário para a replicação do vírus de bronquite infecciosa das galinhas (VBIG) é

o trato respiratório, mas afinidade pelos rins também pode ser observada, acometendo o sistema

urinário com lesões renais e urolitíase, do mesmo modo que apresenta afinidade pelo trato

reprodutivo de aves, causando problemas de ovos sem casca, com casca fina e falsas poedeiras

(IGNJATOVIC, SAPATS, ASHTON, 1997; WANG, 1997). Além disso, este vírus é relatado

como tendo tropismo pelo trato entérico das aves, podendo mesmo se replicar no intestino e ser

Page 80: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

79

excretado pelas fezes, ainda que normalmente não cause enterite ou alterações histopatológicas

importantes (DHINAKAR; JONES, 1997).

No entanto, das 30 amostras positivas exclusivamente para VBIG, 20 delas foram

encontradas em aves apresentando diarréia e retardo do crescimento simultaneamente, em 5

amostras de aves com apenas retardo de crescimento e em 5 amostras de aves aparentemente

sadias, todas estas sem os sintomas clássicos associados a este vírus. Estes resultados indicam

que o papel do vírus da bronquite infecciosa das galinhas em processos entéricos está sendo

subestimado até o momento (VILLARREAL et. al., 2004a).

A PCR dirigida para o gene codificador da RdRp dos coronavírus do grupo 2 (item

3.6.7.1) apresentou-se específica para os coronavírus deste grupo, uma vez que apenas o

representante do grupo 2, BCoV, resultou na banda esperada de 136 pb, sendo a mesma negativa

para VBIG, pertencente ao grupo 3, e coronavírus canino (CCoV), classificado no grupo 1.

Aplicando-se a PCR acima citada, o vírus denominado de CECoV foi detectado em 25 de

119 amostras testadas, sendo que em 3 destas 25 amostras este foi encontrado como o único

agente viral. Nas aves que apresentavam diarréia e retardo de crescimento foram detectadas 20

amostras positivas para o CECoV, sugerindo o papel destes vírus nos quadros entéricos, o que é

suportado pelo fato de ter sido encontrada uma diferença significativa entre aves com quadro

mais severo de diarréia e retardo de crescimento em relação à aquelas com apenas retardo de

crescimento (p = 0,003).

O fato de um número maior e estatisticamente significativo de amostras positivas para

CECoV ter sido encontradas em aves sadias quando comparadas às aves com retardo de

crescimento (p = 0,002) pode ser explicado pelo fato das aves estarem em um período inicial de

replicação viral no qual o vírus ainda não tivesse levado a alterações fisiológicas ou histológicas

que acarretassem diarréia e por tanto retardo no crescimento. O fato da amostragem ter sido por

conveniência pode também ter levado a um viés de amostragem que pode causado a não detecção

de amostras positivas de CECoV em aves com apenas retardo do crescimento, como apresentado

na tabela 8.

Ainda, é de destacar o fato de o CECoV ter sido detectado em diferentes Estados

brasileiros (SP, PR, RJ, PA e SC) e não ser apenas um achado único, num momento específico,

apresentando uma mais abrangente visão da epidemiologia deste vírus, com uma distribuição

mais ampla do que aquela relatada inicialmente por Villarreal et al. (2003).

Page 81: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

80

Co-infecções como as encontradas em 52 das 119 amostras no presente estudo são um

fator importante para o entendimento do surgimento dos sintomas aqui relatados (Tabela 3). Por

exemplo, a associação rotavírus e astrovírus pode exacerbar os sintomas entéricos por haver

alteração das diferentes áreas da histologia intestinal. Como conhecido, os rotavírus replicam-se

no terço superior dos vilos intestinais (MCNULTY, 2003) e os astrovírus replicam-se ao longo

dos enterócitos e nas criptas intestinais (REYNOLDS; SCHULTZ-CHERRY, 2003); portanto, o

quadro entérico poderia ser facilmente exacerbado pela co-infecção por estes dois vírus.

Uma vez que os astrovírus colonizam as criptas das vilosidades intestinais (REYNOLDS;

SCHULTZ-CHERRY, 2003), o tempo de regeneração das vilosidades não é suficiente e,

portanto, o problema de diarréia aumenta nas aves com co-infecções por astrovírus e rotavírus.

Do mesmo modo, a co-infecção de rotavírus, astrovírus e CECoV provavelmente leve a quadros

mais severos de diarréia, uma vez que são afetados os vilos e as criptas intestinais em toda a sua

extensão.

A caracterização do CECoV demonstrou que este vírus se agrupa entre os coronavírus do

grupo 2 próximo ao BCoV, quando é analisado um fragmento de 88 nucleotídeos

correspondentes à ORF1b, na região codificadora da RNA-polimerase RNA-dependente (Figura

8), em 6 amostras de campo e 1 amostra isolada em células HRT-18.

Visto que a árvore apresentada na figura 8 resultou nos agrupamentos corretos das

diversas espécies de coronavírus em grupos 1, 2 e 3, apoiados em altos valores de bootstrap, com

a mesma topologia que seria esperada se todo o gene 1 (ORFs 1a e 1b) ou se todo o genoma dos

vírus em questão fosse utilizado (GONZÁLEZ et al., 2003) a região utilizada para a classificação

do CECoV pode ser considerada como validada. Além disso, um outro achado que valida a área

do gene RdRp utilizada no presente estudo é que a filogenia baseada no mesmo resultou no

agrupamento próximo do coronavírus da SARS e dos coronavírus do grupo 2, o que está em

acordo com uma das propostas de classificação do coronavírus da SARS como pertencente ao

grupo 2 do gênero coronavírus (GORBALENYA et al., 2004).

A filogenia para um segmento de 137 nucleotídeos da região 3' UTR obtida por primers

específicos para coronavírus do grupo 3 a partir de uma amostra isolada em células HRT-18

(amostra CECoV/BR03/USP-01) permitiu agrupar a mesma entre os coronavírus do grupo 3

(Figura 9); a região utilizada para a construção da árvore resultou também, como foi o caso da

Page 82: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

81

região do gene da RdRp utilizada, no correto agrupamento dos coronavírus segundo a taxonomia

vigente (GORBALENYA et al., 2004), o que valida a utilização da mesma no presente estudo.

A mesma amostra CECoV/BR03/USP-01 isolada em HRT-18 resultou negativa para duas

PCRs dirigidas para a região codificadora da subunidade S1 da proteína S capaz de detectar vírus

da bronquite infecciosa das galinhas tanto de amostras de campo quanto de amostras isoladas

(KEELER et al., 1998; ZIEGLER et al., 2002) e para PCRs para os genes 5 e 3 do VBIG, o que

confirma que o vírus em questão não pode ser classificado como VBIG.

Paralelamente, a PCR para o gene da hemaglutinina-esterase (HE) também resultou

negativa para a amostra em questão; o gene HE está presente na maioria dos coronavírus do

grupo 2 (LAI; CAVANAGH, 1997) e a ausência do mesmo no CECoV não permite sua

classificação conclusiva no grupo 2.

Os resultados dos isolamentos em células HRT-18 e ovos embrionados também trazem

algumas bases para a caracterização do CECoV. Por um lado, o vírus foi isolado com sucesso em

HRT-18, células comumente utilizadas para isolamento de coronavírus bovino, o que pode

significar que o CECoV compartilhe o mesmo receptor celular utilizado pelo BCoV. Entretanto, a

adaptação do VBIG em células de mamíferos é possível por mutações pontuais no gene S e

seleção dos mutantes mais adaptados (FANG et al., 2005).

Por outro lado, o CECoV não pôde ser isolado em ovos embrionados, uma vez que não

resultou em alterações morfológicas dos embriões pela via de inoculação clássica para VBIG

(alantóide), o que concorda com os resultados das PCRs para os genes S, 3 e 5 que não

classificaram o CECoV como VBIG.

Somando-se estes resultados, podem ser sugeridas duas possibilidades em relação ao vírus

em estudo: uma é que se trate de uma co-infecção por um coronavírus do grupo 2 e por outro do

grupo 3 e a outra é que o CECoV seja derivado de um evento de recombinação entre os dois

grupos de coronavírus citados.

As PCR negativas para o genes S, 5 e 3 (específicos para Bronquite infecciosa) e HE

(específico para coronavírus do grupo 2) descartam a possibilidade de que existam dois virus co-

infectando as aves, visto que, se VBIG estivesse presente na amostra, seria esperado que tais

PCRs resultassem positivas, como observadom para os controles positivos.

Page 83: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

82

Assim, a hipótese mais provável é que o CECoV tenha se originado de um evento de

recombinação entre coronavírus do grupo 2 e 3, onde o CECoV adquiriu a 3'UTR do VBIG e um

segmento do gene RdRp de um coronavírus do grupo 2, como, por exemplo, o BCoV. Apoiando

esta hipótese, está o fato de que a árvore enraizada apresentada na figura 10, baseada no gene

RdRp, ainda que tenha resultado um padrão de segregação exato quanto à taxonomia dos

coronavírus, apresenta os coronavírus do grupo 3 emergindo após os coronavirus do grupo 1,

sendo que o esperado seria a separação inicial dos coronavirus do grupo 3 daqueles encontrados

em mamíferos (GORBALENYA; SNIJDER; SPAAN, 2004). Estes achados concordam com o

conhecimento de que diferentes padrões de emergência dos grupos de coronavírus podem ser

notados se áreas do genoma de um coronavírus originadas de recombinação fossem utilizadas

para filogenia (ZHANG; DANCHIN, 2005).

A recombinação entre os coronavírus é um atributo do gênero e a mesma contribui com a

emergência de novos patotipos e, além disso, os vírus RNA são conhecidos pela sua alta taxa de

mutação devido à ausência da atividade corretiva (proofreading) das suas replicases (MOYA,

HOLMES; GONZÁLEZ-CANDELAS, 2004).

Estes eventos de recombinação foram descritos apenas entre espécies do mesmo grupo,

como, por exemplo, entre coronavírus entéricos felinos e caninos (HERREWEGH et al., 1998),

entre amostras de MHV (KECK et al., 1988) e entre amostras de bronquite infecciosa das

galinhas (JIA, 1995), mas recombinação intergrupos de coronavírus ainda é possível baseada em

experimentos de genética reversa (WU et al., 2003).

É fato comprovado que coronavírus do grupo 2 podem infetar aves, uma vez que já foram

descritos experimentos em que coronavírus bovino inoculado em perus se replica no intestino e

produz enterite (CAVANAGH, 2005; ISMAIL et al., 2001). Assim, o fato da infecção natural

com coronavírus de bovinos acontecer em aves é uma possibilidade que não deve ser descartada.

Além disso, as aves de produção podem ser susceptíveis à infecção com coronavírus

diferentes aos do grupo 3 ou coronavírus ainda não descobertos e é possível ainda que as aves

sejam susceptíveis a coronavírus do grupo 1 e coronavírus que não pertençam aos grupos já

existentes (CAVANAGH, 2005).

Recombinações da região 3' UTR inteira já foram relatadas no MHV (Vírus da hepatite

murina) e no BCoV; estes eventos não afetam a capacidade de replicação nem a viabilidade viral

(HSUE; HARTSHORNE; MASTERS, 2000), o que confirma a possibilidade de um evento de

Page 84: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

83

inserção da região 3' UTR de um vírus de bronquite infecciosa das galinhas no genoma de um

coronavírus do grupo 2 ou um coronavírus ainda não relatado.

Interessantemente, um coronavírus encontrado em papagaios no Reino Unido, com base

em 251 nucleotídeos do gene RdRp, em uma região que comporta a região aqui utilizada para o

CECoV, não pôde ser classificado em nenhum dos grupos conhecidos de coronavírus, sendo

também negativo para PCRs dirigidas para diferentes regiões de diferentes genes do VBIG

(GOUGH et al., 2006).

Considerando-se o estabelecimento de uma rotina de diagnóstico para vírus entéricos, as

diferentes PCRs e a PAGE mostraram-se úteis para o diagnostico de triagem, uma vez que as

PCRs estavam dirigidas a genes conservados do genoma dos vírus pesquisados e a PAGE é

classicamente utilizada para detecção de vírus de dsRNA segmentado e permitiram encontrar

pelo menos um agente etiológico em 103 das 119 amostras analisadas.

A PAGE para triagem de rotavírus, apesar de simples e de baixo custo em relação à PCR,

não apresenta suficiente resolução no caso de amostras aviárias, sendo de auxílio o isolamento

para a confirmação dos eletroferótipos de rotavírus; mesmo assim, apresenta-se como a técnica

de eleição para triagem de vírus dsRNA segmentados aviários por ser uma técnica sensível,

rápida e barata, além de ser uma técnica facilmente implementável.

A técnica de PCR é amplamente utilizada porque possui uma alta sensibilidade e

especificidade; no caso dos reovírus aviários, esta técnica, visada para amplificar o gene S1,

identifica de maneira sensível qualquer reovírus aviário, alem de permitir a classificação genética

entre as amostras positivas para reovírus. No caso dos astrovírus e bronquite infecciosa das

galinhas, foram amplificados no presente estudo o gene da RdRp e a região 3’UTR,

respectivamente, conservados no respectivo genoma viral e, portanto, são ideais para reações de

triagem.

Apesar de medidas profiláticas ambientais, de biossegurança e vacinais, processos

patológicos do trato entérico de aves de produção continuam infligindo severos prejuízos à

avicultura.

Neste sentido, o levantamento da ocorrência de vírus entéricos aqui apresentado, quer em

relação a vírus classicamente associados a tais processos, que em relação a vírus ainda não

completamente caracterizados, como o CECoV, permitirá conhecer com mais profundidade a

Page 85: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

84

realidade sanitária da avicultura brasileira, abrindo perspectivas para estudos continuados em

diagnóstico e patologia de viroses entéricas de aves comerciais.

Page 86: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

85

6 CONCLUSÕES

• O coronavírus CECoV (Chicken Enteric Coronavírus) foi detectado em 25 amostras de

conteúdo entérico de aves de corte, matrizes e poedeiras com e sem diarréia, em diversas

granjas produtoras no Brasil, pela técnica da reação em cadeia pela polimerase (PCR) dirigida

ao gene codificador da RNA-polimerase RNA-dependente (RdRp).

• O CECoV tem papel como agente primário e secundário em processos patológicos do trato

digestório de aves.

• Diferentes amostras de CECoV estudadas formam um grupo filogenético único com base no

gene RdRp dentro do grupo 2 do gênero Coronavirus, possuindo homologia com coronavírus

do grupo 3 na região 3'UTR, sendo sua origem mais provável um evento de recombinação

entre coronavírus dos grupos 2 e 3.

• Através do estabelecimento de uma rotina de diagnóstico diferencial, as freqüências de

ocorrência de vírus entéricos em aves de produção criadas nas 119 granjas no Brasil foram:

rotavírus=48,74%, reovírus=2,52%, VBIG=65,54%, CECoV=21% e astrovírus=3,36%.

• Adenovírus, astrovírus e reovírus não apresentam uma freqüência de ocorrência significativa

em aves de corte, poedeiras comerciais ou matrizes, sugerindo que os mesmos não têm uma

ampla importância na etiologia das enterites virais nestas aves, sendo os rotavírus, as variantes

entéricas do vírus da bronquite infecciosa das galinhas e o CECoV os principais responsáveis

pelas mesmas no Brasil.

Page 87: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

86

REFERÊNCIAS

ALFIERI, A. F.; RESENDE, M.; RESENDE, J. S.; ALFIERI, A. Atypical rotavírus infections among broiler chickens in Brazil. Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinaria e Zootecnia, v. 41, n. 1, n. 1, p. 81-82, 1989. ANDERSON, A. A. Comparative diagnosis of viral diseases. New York: Academic Press, 1981. p. 4–66. APPLE, R. O.; SKEELES, J. K.; HOUGHTEN, G. E.; BEESLEY, J. N.; KIM, K. S. Investigation of a chronic feed-passage problem in a broiler farm in Northwest Arkansas. Avian Diseases, v. 35, n. 2, p. 422-425. 1991. BAGUST, T. J.; WESTBURY, H. A. Isolation of reoviruses associated with diseases of chickens in Victoria. Australian Veterinary Journal, v. 51, n. 8, p. 406-407, 1975. BARNES, H. J. Viral enteric infections. In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of poultry. 10th ed. Ames: Iowa state University Press, 1997. p. 685 - 686. BELLINZONI, R.; MATTION, N.; VALLEJOS, L.; LA TORRE, J. L.; SCODELLER, E. A. Atypical Rotavírus in chickens in Argentina. Research in Veterinary Science, v. 43, n. 1, p. 130-131, 1987. BRANDÃO, P. E.; GREGORI, F.; VILLARREAL, L. Y. B.; RODRIGUEZ, C. A. R; SOARES, R. M.; JEREZ, J. A. A nested polymerase chain reaction to bovine coronavirus diagnosis. Virus Reviews & Research, v. 10, n. 1, p. 45-49, 2005. CAVANAGH, D. Coronaviruses in poultry and other birds. Review. Avian Pathology, v. 34, n. 6, p. 439-448, 2005. CAVANAGH, D. The coronavirus surface glycoprotein. In: SIDDELL, S. G. The coronaviridae. New York: Plenum, 1995. p. 73-113. CAVANAGH, D.; MAWDITT, K.; SHARMA, M.; DRURY, S. E.; AINSWORTH, H. L.; BRITTON, P.; GOUGH, R. E. Detection of a coronavírus from turkey poults in Europe genetically related to infectious bronchitis virus of chickens. Avian Pathology, v. 30, n. 4, p. 355-368, 2001. CAVANAGH, D.; MAWDITT, K.; WELCHMAN, D. B.; BRITTON, P.; GOUGH, R. E. Coronaviruses from pheasants (Phasianus colchicus) are genetically closely related to Coronaviruses of domestic fowl (Infectious Bronquitis Virus) and turkeys. Avian Pathology, v. 31, n. 1, p. 81-93, 2002.

Page 88: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

87

CAVANAGH, D.; NAQI, S. A. Infectious bronchitis. In: SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; MCDOUGALD, L. R.; SWAYNE, D. E. Diseases of poultry. 11th ed. Ames: Iowa State Press, 2003. p. 101-119. CHOMKCYNSKI, P. A. A reagent for the single-step simultaneous isolation of RNA, DNA and protein from the cell and tissues samples. Biotechniques, v. 15, n. 3, p. 532-537, 1993. CLARK, M. A. Bovine coronavírus. British Veterinary Journal, v. 149, n. 1, p. 51-70, 1993. COLLINS, A. R.; KNOBLER, R. L.; POWELL, H.; BUCHMEIER, M. J. Monoclonal antibodies to murine hepatitis virus-4 (strain JHM) define the viral glycoprotein responsible for cell attachment and cell-cell fusion. Virology, v. 119, n. 2, p. 358-371, 1982. DHINAKAR, G.; JONES, R. C. Infectious Bronchitis virus: immunopathogenesis of infection in the chicken. Avian Pathology, v. 26, n. 3, p. 677-706. 1997. DUTTA, S. K.; POMEROY, B. S. Isolation and characterization of an enterovirus of baby chicks having an enteric infection. I. Isolation and pathogenicity. Avian Diseases, v. 11, n. 1, p. 1-9, 1967. ESTES, M. K. Reoviridae: the viruses and their replication. In: FIELDS, B. N.; KNIPE, D. M.; HOWLEY, P. M. Virology. 2. ed. New York: Raven Press, 1990. p. 1329-1352. FANG, S. G.; SHEN, S.; TAY, F. P. L.; LIU, D. X. Selection of and recombination between minor variants lead to the adaptation of an avian coronavirus to primate cells. Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 336, p. 417-423, 2005. GONZÁLEZ, J. M.; GOMEZ-PUERTAS, P.; CAVANAGH, D.; GORBALENYA, A. E.; ENJUANES, L. A comparative sequence analysis to revise the current taxonomy of the family Coronaviridae. Archives of Virology, v. 148, p. 2207-2235, 2003. GORBALENYA, A. E.; SNIJDER, E. J.; SPAAN, W. J. M. Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavírus phylogeny: toward consensus. Journal of Virology, v. 78, n. 15, p. 7863-7866, 2004. GOUGH, R. E.; DRURY, S. E.; CULVER, F.; BRITTON, P.; CAVANAGH, D. Isolation of a coronavírus from a green –cheeked Amazon Parrot (Amazon Viridigenalis Cassin). Avian Pathology, v. 35, n. 2, p. 122-126, 2006. GUY, J. S. Virus infections of the gastrointestinal tract of poultry. Poultry Science, v. 77, n. 8, p. 1166-1175, 1998. GUY, J. S.; BARNES, H. J. Partial characterization of a turkey enterovirus-like virus. Avian Diseases, v. 35, n. 1, p. 197-203, 1991.

Page 89: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

88

GUY, J. S.; LEVY, M. G.; LEY, D. H.; BARNES, H. J.; GERIG, T. M. Experimental reproduction of enteritis in bobwhite quail (colinus virginianus) with Cryptosporidium and reovírus. Avian Diseases, v. 31, n. 4, p. 713-722, 1987. HALL, T. A. BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and analysis program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids Symposium Series, v. 41, n. 2, p. 95-98, 1999. HERREWEGH, A. A.; SMEENK, I.; HORZINEK, M. C.; ROTTIER, P. J.; GROOT, R. J. Feline coronavirus type II strains 79-1683 and 79-1146 originate from a double recombination between feline coronavirus type I and canine coronavirus. Journal of Virology, v. 72, p. 4508-4514, 1998. HERRING, A. J.; INGLIS, N. F.; OJEH, C. K.; SNODGRASS, D. R.; MENZIES, J. D. Rapid diagnosis of rotavírus infection by direct detection of viral nucleic acid in silver-stained poliacrylamide gels. Journal of Clinical Microbiology, v. 16, n. 3, p. 473-477, 1982. HLINAK, A.; MULLER, T.; KRAMER, M.; MUHLE, R. U.; LIEBHERR, H.; ZIEDLER, K. Serological survey of viral pathogens in bean and white-fronted geese from Germany. Journal of Wildlife Diseases, v. 34, n. 3, p. 479-486, 1998. HOLMES, K. V.; LAI, M. M. C. Coronaviridae: the viruses and their replication. In: FIELDS, B. N.; KNIPE, D. M.; HOWLEY, P. M. Virology. 3er. ed. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers, 1996. p. 1075-1093. HSUE, B.; HARTSHORNE, T.; MASTERS, P. S. Characterization of an essential RNA secondary structure in the 3' untranslated region of murine coronavírus genome. Journal of Virology, v. 74, n. 15, p. 6911-6921. 2000. IGNJATOVIC, J.; SAPATS, S. I.; ASHTON, F. A long-term study of Australian infectious bronchitis viruses indicates major antigenic change in recently isolates strains. Avian Pathology, v. 26, n. 3, p. 535-552, 1997. ISMAIL, M. M.; CHO, K. O.; WARD, L. A.; SAIF, L. J.; SAIF, Y. M. Experimental bovine coronavirus in turkey poults and young chickens. Avian diseases, v. 45, n. 1, p. 157-163, 2001. KECK, J. G.; MATSUSHIMA, G. K.; MAKINO, S.; FLEMING, J. O.; VANNIER, D. M.; STOHLAMAN, S. A.; LAI, M. M. In vivo RNA-RNA recombination of coronavirus in mouse brain. Journal of Virology, v. 62, n. 5, p. 1810-1813, 1988. KEELER, C. L.; REED, K. L.; NIX, W. A.; GELB JR., J. Serotype identification of avian infectious bronchitis virus by RT-PCR of the peplomer (S-1) gene. Avian Diseases, v. 42, n. p. 275-284, 1998. KING, B.; POTTS, B. J.; BRIAN, D. A. Bovine coronavirus hemagglutinin protein. Virus Research, v. 2, n. 1, p. 53-59, 1985.

Page 90: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

89

KOCI, M. D.; SEAL, B. S.; SCHULTZ-CHERRY, S. Detection of turkey astrovirus by RT-PCR. Journal of virological Methods, v. 90, n. 1, p. 79-83, 2000. KUMAR, S.; TAMURA, K; NEI, M. MEGA3: Integrated software for Molecular Evolutionary Genetics Analysis and sequence alignment. Briefings in Bioinformatics, v. 5, n. 2, p.150-163, 2004. LAI, M.; CAVANAGH, D. The molecular biology of coronaviruses. Advances in Virus Research, v. 48, n. 1, p. 1-100, 1997. LENZ, S. D.; HOERR, F. J.; ELLIS, A. C.; TOIVIO-KINNUCAN, M. A.; YU, M. Gastrointestinal pathogenicity of adenoviruses and reoviruses isolated from broiler chickens in Alabama. Avian Diseases, v. 10, n. 2, p. 145-151, 1998. MADELEY, C. R.; COSGROVE, B. P. 28 nm particles in faeces in infantile gastroenteritis. Letter: Lancet, v. 2, n. 7932, p. 451-452, 1975. MATSUI, S. M.; GREENBERG, H. B. Astroviruses. In: KNIPE, D. M.; HOWLEY, P. M. (Ed.). Fields virology, 4th ed. Baltimore, MD: Lippincott Willians & Wilkins, 2001. v. 1, p. 875–893. MCFERRAN, J. B. Adenovirus infections. In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of poultry. 10th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 1997, p. 607 – 620 MCNULTY, M. S. Rotavirus infections. In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of poultry. 10th ed. Ames IA: Iowa State University Press, 1997. p. 692-701. MCNULTY, M. S. Avian Rotavirus infections. In: Diseases of poultry. 11th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 2003. p. 308-320. MCNULTY, M. S.; ALLAN, G. M.; MCCRACKEN, R. M. Experimental infection of chickens with rotaviruses: clinical and virological findings. Avian Pathology, v.12, n. 1, p. 45-54, 1983. MCNULTY, M. S.; ALLAN, G. M.; TODD, D.; MCFERRAN, J. B. Isolation and cell culture propagation of rotaviruses from turkeys and chickens. Archives of Virology, v. 61, n. 1, p. 13-21, 1979. MCNULTY, M. S.; ALLAN, G. M.; TODD, D.; MCFERRAN, J. B.; MCKILLOP, E. R.; COLLINS, D. S.; MCCRACKEN, R. M. Isolation of rotaviruses from turkeys and chickens: demonstration of distinct serotypes and RNA electropherotypes. Avian Pathology, v. 9, n. 3, p. 363-375, 1980. MCNULTY, M. S.; GUY, J. Avian enterovirus-like viruses In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of poultry. 10th Ames, IA: Iowa State University Press, 1997. p. 706-710.

Page 91: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

90

MCNULTY, M. S.; GUY, J. Avian enteroviruslike viruses. In: SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; MCDOUGALD, L. R.; SWAYNE, D. E. Diseases of poultry. 11th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 2003. p. 326-332. MEBUS, C. A.; UNDERDAHL, N. R.; RHODES, M. B.; TWIEHAUS, M. J. Further studies on neonatal calf diarrhea virus. Proceedings, annual meeting of the United States Animal Health Association, v. 1, n. 73, p. 97-99, 1969. MOYA, A.; HOLMES, E. C.; GONZALES-CANDELAS, F. The population genetics and evolutionary epidemiology of RNA viruses. Nature Review of microbiology, v. 2, n. 4, p. 279-288, 2004. PIERSON, F. W.; DOMERMUTH, C. H. Avian adenoviruses. In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C.W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of poultry. 10th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 1997. p. 624-633. PORTER, R. E. Bacterial enteritis of poultry. Poultry Science, v. 77, n. 8, p. 1159-1165, 1998. REYNOLDS, D. L.; SAIF, Y. M. Astrovirus: a cause of an enteric disease in turkey poults. Avian Diseases, v. 30, n. 4, p. 728- 735, 1986. REYNOLDS, D. L.; SCHULTZ-CHERRY, S. L. Astrovirus infections. In: SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; MCDOUGALD, L. R.; SWAYNE, D. E. Diseases of poultry. 11th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 2003. p. 326-332. ROESSLER, D. E.; ROSENBERGER, J. K. In vitro and in vivo characterization of avian reoviruses. III. Host factors affecting virulence and persistence. Avian Diseases, v. 33, p. 555-565, 1989. RODRIGUEZ, C. A. R.; BRANDÃO, P. E.; FERREIRA, F.; GREGORI, F.; BUZINARO, M. G.; JEREZ, J. A. Improved animal rotavirus isolation in MA-104 cells using different trypsin concentrations. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 71, n. 4, p. 437-441, 2004. ROSENBERGER, J. K. Reovirus infections. In: SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; MCDOUGALD, L. R.; SWAYNE, D. E. Diseases of poultry. 11th ed. Ames, IA: Iowa State University Press, 2003. p. 326-332. ROSENBERGER, J. K.; FRIES, P. A.; CLOUD, S. S.; WILSON, R. A. In vitro and in vivo characterization of Escherichia coli. II. Factors associated with pathogenicity. Avian Diseases, v. 29, p. 1094-1107, 1986. ROSENBERGER, J. K.; OLSON, N. O. Reovirus infections. In: CALNEK, B. W.; BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; MCDOUGALD, L. R.; SAIF, Y. M. Diseases of Poultry. 10th ed. Ames, IA: Iowa state University Press, 1997. p. 711–719. RUFF, M. D.; ROSENBERGER, J. K. Concurrent infections with reoviruses and coccidia in broilers. Avian Diseases, v. 29, n. 2, p. 465-478, 1985.

Page 92: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

91

SIDDELL, S. G. The small membrane glycoprotein. In: SIDDELL, S. G. The coronaviridae. New York: Plenum, 1995. p. 181-1905. SPACKMAN, D.; GOUGH, R. E.; COLLINS; LANNING, D. Isolation of an enterovirus-like agent from the meconium of dead-in-shell chicken embryos. Veterinary Record, v. 114, p. 216-218. 1984. STEPHENSEN, C. B.; CASEBOLT, D. B.; GANGOPADHYAY N. N. Phylogenetic analysis of a highly conserved region of the polymerase gene from 11 coronaviruses and development of a consensus polymerase chain reaction assay. Virus Research, v. 60, n. 2, p. 181-189. 1999. STERNER, F. J.; ROSENBERGER, J. K.; MARGOLIN, A.; RUFF, M. D. In vitro and in vivo characterization of avian reoviruses. II Clinical evaluation of chickens infected with two avian reovírus pathotypes. Avian Diseases, v. 33, n. 3, p. 545-554. 1989 SWOFFORD, D. L. PAUP*. Phylogenetic analysis using parsimony (*and Other Methods). Version 4. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 2000. 1 CD-ROM. TAMEHIRO, C. Y.; ALFIERI, A. F.; MÉDICI, K. C.; ALFIERI, A. A. Segmented double-stranded genomic RNA viruses in fecal samples from broiler chickens. Brazilian Journal of Microbiology, v. 34, n. 3, p. 349-353, 2003. THOUVENELLE, M. L.; HAYNES, J. S.; SELL, J. L.; REYNOLDS, D. L. Astrovirus infections in hatchling turkeys: Alterations in intestinal maltase activity. Avian Diseases, v. 39, p. 343-348, 1995. VABRET, A.; MOUTHON, F.; MOUREZ, T.; GOUARIN, S.; PETITJEAN, J.; FREYMUTH, F. Direct diagnosis of human respiratory coronaviruses 229E and OC43 by the polymerase chain reaction. Journal of Virological Methods, v. 97, p. 59-66, 2001. VAN DER HEIDE, L. Introduction on avian reovirus. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON ADENOVIRUS AND REOVIRUS INFECTIONS IN POULTRY, 1996, Rauischholzhausen. Germany. Proceedings… Rauischholzhausen. Germany, 1996. p.138-142. VAN DER HEIDE, L. The history of avian Reovirus. Avian Diseases, v. 44, p. 638-641, 2000.

Page 93: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

92

VAN REGENMORTEL, M. H. V.; FAUQUET, C. M.; BISHOP, D. H. L.; CARSTENS, E. B.; ESTES, M. K.; LEMON, S. M.; MANILOFF, J.; MAYO, M. A.; MCGEOCH, D. J.; PRINGLE, C. R.; WICKNER, R. B. Virus taxonomy: the classification and nomenclature of viruses. The Seventh Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. San Diego: Academic Press, 2000. 1167 p. VILLARREAL, L. Y. B.; ASSAYAG JR., M. S.; BRANDÃO, P. E.; CHACÓN, J. L. V.; BUNGER, A. N. D.; ASTOLFI-FERREIRA, C. S.; GOMES, C. R.; JONES, R. C.; FERREIRA, A. J. P. Identification of turkey astrovirus and turkey coronavírus in an outbreak of poult enteritis and mortality syndrome. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 8, n. 2, p. 131-135, 2006. VILLARREAL, L. Y. B.; ASSAYAG JR., M. S.; BRANDÃO, P. E.; CHACÓN, J. L. V.; D’ELBOUX, A. N.; GOMES, C. R.; FERREIRA, A. J. P. Infectious Bronchitis Virus (Coronavirus: Coronaviridae) as causative agent of enteric disease in poultry. In: ENCONTRO NACIONAL DE VIROLOGIA, 15., 2004, São Pedro. Virus Reviews and Research, 2004a. v. 9, p. 101. VILLARREAL, L. Y. B.; ASSAYAG JR, M. S.; BRANDÃO, P. E.; CHACÓN, J. L. V.; FERREIRA, C. S. A.; GRANDO, N.; PEQUINI, M. R. S.; SONCINI, R.; SOUZA, M.; FERREIRA, A. J. P. Identification of turkey astrovirus and coronavirus co-infections in Brazil. In: ENCONTRO NACIONAL DE VIROLOGIA, 15., 2004, São Pedro. Virus Reviews and Research, 2004b. v. 9, p. 100. VILLARREAL, L. Y. B.; BRANDÃO, P. E.; JEREZ, J.A.; FERREIRA, A. J. P. A universal polymerase chain reaction to group 2 coronaviruses targeted to the hemagglutinin-esterase gene. In: ENCONTRO NACIONAL DE VIROLOGIA, 15., 2004. São Pedro. Virus Reviews and Research, 2004c. v. 9, p. 101. VILLARREAL, L. Y. B.; BRANDÃO, P. E. Coronavirus, chicken, new–Brazil. ProMED-mail 2003: 3 april: 20030403.0816, disponível em: <http://www.promedmail.org>. Accesado em: 3 abr. 2003. VILLARREAL, L. Y. B.; BRANDÃO, P. E.; FREITAS, P. H. B.; GREGORI, F.; KNOBL, T.; ROSALES, C. A. R.; JEREZ, J. A.; ASTOLFI-FERREIRA, C. S.; RICHTZENHAIN, L. J.; FERREIRA, A. J. P. Identification of a group II coronavirus in broiler breeders. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 22., 2003, Florianópolis: Polo Editora, 2003. p. 223. WANG, H. N.; WU, Q. Z.; HUANG, Y.; LIU, P. Isolation and identification of infectious bronchitis virus from chickens in Sichuan, China. Avian Diseases, v.41, p. 279-282, 1997. WHITE, R. G.; MEBUS, C. A.; TWIEHAUS, M. J. Incidence of herds infected with a neonatal Calf Diarrhea Virus (NCDV). Veterinary. Medicine. Small Animal Clinician, v. 65, p. 487-490, 1970.

Page 94: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

93

WIGAND, R.; BARTHA, R. S.; CREIZIN, R. S.; ESCHE, H.; GINSBERG, H. S.; GREEN, M.; HIERHOLZER, J. C.; KALTER, S. S.; McFERRAN, J. B.; PETTERSSON, U.; RUSSELL, W. C.; WADELL, G. Adenoviridae: second report. Intervirology, v. 18, p. 169-176, 1982. WU, H. Y.; GUY, J. S.; YOO, D.; VLASAK, R.; URBACH, E.; BRIAN, D. A. Common RNA replication signals exist among group 2 coronaviruses: evidence for in vivo recombination between animal and human coronavirus molecules. Virology, v. 315, p. 174-183, 2003. YAMADA, Y. K.; YABE, M.; OHTSUKI, T.; TAGUCHI, F. Unique N-linked glycosylation of murine coronavirus MHV-2 membrane protein at the conserved O-linked glycosylattion site. Virus Research, v. 66, p. 149-154, 2000. YAMAGUCHI, S.; IMADA, T.; KAWAMURA, H. Characterization of a picornavirus isolated from broiler chicks. Avian Diseases, v. 23, p. 571–581, 1979. ZHANG, X. W.; YAP, Y. L.; DANCHIN, A. Testing the hypothesis of a recombinant origin of the SARS-associated coronavirus. Archives of Virology, v. 150, p. 1–20, 2005. ZHIXUN, X.; FADL, A. A.; GIRSHICK, T.; KHAN, M. I. Detection of avian adenovirus by polimerase chain reaction. Avian Diseases, v. 43, p. 98-105, 1999. ZIEGLER, A. F.; LADMAN, B. S.; DUNN, P. A.; SCHNEIDER, A.; DAVISON, S.; MILLER, P. G.; LU, H.; WEINSTOCK, D.; SALEM, M.; ECKROADE, R. J.; GELB JR, J. Nephropathogenic infectious bronchitis in Pennsylvania chickens 1997-2000. Avian Diseases, v. 46, n. 4, p. 847-858, 2002.

Page 95: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

94

APÊNDICE A - Resultado da pesquisa de vírus entéricos em amostras de conteúdo intestinal obtidos de frangos, poedeiras e matrizes- São Paulo- 2006.

(Continua)

Coronavirus Amostra Idade Origem Diarreia Rotavírus Reovirus Adenovírus Astrovirus 3’UTR RdRp

1 20 dias RS sim P N N N P N 2 5 dias RS sim P N N N P N 3 5 dias RS Sim N P N N P N 4 36 dias MG sim P N N N P N 5 41 sem SP RC N N N N N N 6 41 sem SP RC N N N N N N 7 41 sem SP RC N N N N N N 8 36 sem SP Sim N N N N N N 9 37 sem SP Sim P N N N N P 10 37 sem SP Sim P N N N N N 11 32 sem SP sim N N N N N P 12 32 sem SP sim P N N N N P 13 35 sem PR sim P N N N P P 14 Múltipla RJ sim P N N N P N 15 Múltipla RJ sim N N N N P N 16 Múltipla RJ Sim P N N N P P 17 Múltipla RJ Sim P N N N P N 18 Múltipla RJ Sim P N N N P N 19 Múltipla RJ Sim P N N N P P 20 Múltipla RJ sim P N N N P N 21 Múltipla RJ sim P N N N P N 22 29 dias PA Sim P N N N P P 23 20 sem MG Sim N N N N N N 24 20 sem MG sim N N N N P N 25 38 dias PR Sim P N N N P P 26 40 dias PR Não P N N N N N 27 41 dias PR sim P N N N P P 28 42 dias PR Sim P N N N P P 29 43 dias PR Sim P N N N P P 30 38 dias PR Sim P N N N N N 31 36 dias PR Não P N N N P P 32 37 sem PR RC N N N N P N 33 39 sem SP Não N N N N N N 34 Múltipla SP Sim N N N N N N 35 45 dias PR Sim P N N N P N 36 47 dias CE Sim P N N N P N 37 35 dias DF Sim N N N N P N 38 36 dias SP Sim N N N N P N 39 28 dias SP Sim N N N N P N

Page 96: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

95

Coronavirus Amostra Idade Origem Diarreia Rotavírus Reovirus Adenovírus Astrovirus 3’UTR RdRp

40 29 dias SP Sim N N N N P N 41 44 dias SP Sim N N N N P N 42 57 sem SP Sim P N N N P N 43 26 dias SP Não P N N N N N 44 25 dias SP Não P N N N P N 45 36 dias MG Sim N N N N N N 46 40 sem PR Sim N N N N P N 47 Múltipla SP Sim P N N N P N 48 106 sem SP Sim P N N N P N 49 93 sem SP Sim N N N N P P 50 28 dias SP Sim N N N N P N 51 28 dias SP Sim N N N N P P 52 14 dias SP Não N N N N P N 53 7 dias SP Não P N N N P P 54 28 dias SP Sim N N N N P N 55 42 dias SP Sim N N N N P P 56 27 dias SP Sim N N N N P N 57 7 dias SP Sim N N N N P N 58 12 dias SP Sim N N N N P N 59 26 dias SP Sim N N N N P N 60 36 dias SP Sim N N N N P P 61 48 dias SP Sim P N N N P P 62 45 sem SC Sim N N N N P N 63 58 sem SC Sim N N N N N P 64 41 dias PR Sim N N N N N N 65 38 dias PR Sim N P P N N N 66 41 dias PR Sim N N N N P N 67 40 dias PR Sim N N N N N N 68 3 dias SP Sim P N N N N N 69 5 dias SP Sim P N N N P N 70 6 dias SP Sim P N N N N N 71 8 dias SP Sim N N N N N N 72 18 dias SP Sim N N N N P N 73 19 dias SP Sim N N N N P N 74 51 sem SP não N N N P P N 75 22 sem SP Não N N N P P N 76 34 sem SP Não N N N N P N 77 22 dias SC Sim P N P N N N 78 41 dias PR sim P N N N P N 79 39 dias PR sim P N N N N N 80 43 dias PR sim P N N N N N 81 38 dias PR sim P N N N N N 82 38 dias PR sim P N N N N N

(Continua)

Page 97: 0 LAURA YANETH VILLARREAL BUITRAGO - teses.usp.br · rotavirus, enterotropic strains of infectious bronchitis virus (IBV), astrovirus and adenovirus. ... de CECoV, tendo como grupo

96

Coronavirus Amostra Idade Origem Diarreia Rotavírus Reovirus Adenovírus Astrovirus 3’UTR RdRp

83 42 dias SP sim P N N N P N 84 36 dias SP Não N N N N P N 85 42 dias SP Não P N N N P N 86 36 dias SP Não N N N N N N 87 40 sem SP Não N N N N P N 88 32 sem SP Não N N N N P N 89 44 dias SP sim P N N N P N 90 48 dias SP sim N N N N P N 91 1 dia NI Não N N N N N P 92 12 dias NI Sim P N N N P N 93 NI NI RC N N N N P N 94 NI NI RC N N N N P P 95 NI NI RC P N N N P N 96 NI NI RC N P N N P N 97 NI NI RC P N N N P N 98 NI NI RC P N N N P N 99 NI NI RC N N N N N N 100 NI NI RC N N N N N N 101 NI NI RC P N N N N N 102 15 dias SP Sim N N N N P N 103 16 dias SP Sim N N N N P P 104 NI NI RC P N N N P P 105 16 dias SP Sim N N N P N P 106 NI NI RC N N N N N N 107 NI NI RC N N N N N N 108 15 dias NI Sim P N N P N P 109 NI NI RC P N N N N N 110 NI NI RC P N N N P N 111 NI NI RC P N N N P N 112 36 dias NI NI RC P N N N N 113 40 dias NI NI RC N N N N P 114 35 dias NI NI RC P N N N P 115 25 dias NI NI RC P N N N N 116 34 dias NI NI RC P N N N N 117 30 dias NI NI RC N N N N P 118 31 dias NI NI RC P N N N N 119 27 dias NI NI RC N N N N P

P: Positivo N: Negativo RC: retardo de crescimento NI: Não informada

(Conclusão)