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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ANA CARLA FERREIRA SILVA DOS SANTOS VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM CONTROLE EMOCIONAL INSTÁVELNO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO ARACAJU (SE) 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ANA CARLA FERREIRA SILVA DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ‘CONTROLE EMOCIONAL

INSTÁVEL’ NO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

ARACAJU (SE)

2017

1

ANA CARLA FERREIRA SILVA DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ‘CONTROLE EMOCIONAL

INSTÁVEL’ NO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe

como um dos pré-requisitos para o Doutorado em Ciências

da Saúde.

Orientadora: Profª Drª Edilene Curvelo Hora Mota

ARACAJU (SE)

2017

2

Santos, Ana Carla Ferreira Silva dos S237v

Validação do diagnóstico de Enfermagem “controle emocional instável” para trauma cranioencefálico / Ana Carla Ferreira Silva dos Santos ; orientadora Edilene Curvelo Hora Mota. – Aracaju/SE, 2017.

85 f. : il.

Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, 2017.

1. Traumatismos craniocerebrais. 2. Emoções. 3. Diagnóstico de enfermagem 4. Estudos de validação. I. Mota, Edilene Curvelo Hora, orient. II. Título.

CDU 616-083:616.714.1

3

ANA CARLA FERREIRA SILVA DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ‘CONTROLE EMOCIONAL

INSTÁVEL’ NO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe

como requisito à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Saúde.

Aprovada em: / / .

Prof. Drª Edilene Curvelo Hora Mota

Presidente

Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Junior

1º Examinador

Profa Dra Valmira dos Santos

2ºExaminador

Profa Dra Anny Giselly Milhome da Costa Farre

3º Examinadora

Profa Dra Carla Kalline Alves Cartaxo Freitas

4º Examinadora

PARECER

4

Dedicatória

“Deus nos colocou no mundo para os

outros” (Dom Bosco). Profa. Dra. Edilene Curvelo

Hora Mota, todas as palavras seriam insuficientes

para agradecer sua ajuda, cuidado, carinho e amizade

ao longo dos anos...

Sou grata à Deus por ter colocado você

um dia no meu caminho! Nossa história começou há

quase dez anos quando fui sua primeira “petiana” e

recebo hoje, através de mais uma oportunidade

concedida por ti, o título de Doutora! Dedico-te

essa conquista com toda minha gratidão e amor.

Espero que Deus possa um dia recompensar sua

generosidade!

5

AGRADECIMENTOS

Durante os três anos e quatro meses da elaboração desta tese, várias pessoas auxiliaram-

me de maneira especial! A cada um expresso a minha gratidão!

“Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Obrigada meu Senhor e meu

Deus por sempre está ao meu lado, principalmente nos momentos de maiores dificuldades.

Sinto-me uma filha muito abençoada e protegida por ti.

Aos meus pais, José Carlos Santos e Maria de Fátima Santos por me amarem

incondicionalmente. Sou grata por todas as vezes que abdicaram de algo nas suas vidas para

que eu pudesse crescer como pessoa e profissionalmente. O meu amor por vocês é infinito e

essa vitória é nossa!

“O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade” (Provérbios 17:17).

Viviane Ferreira (amiga-irmã), esse versículo bíblico traduz a nossa amizade. Obrigada por

todos os momentos de alegria e por estender sua mão nos momentos de dificuldades.

Diego Santos (irmão querido), que nossa amizade seja uma fortaleza indestrutível em

qualquer adversidade. Obrigada pelas palavras de incentivo durante minha jornada e do riso

fácil que me proporciona. Meu amor por você é enorme!

Thaís Santos, você é um presente enviado do céu. Titia te ama tanto! Não precisa mais

reclamar comigo, pois o “dôtorado” como diz você acabou e agora podemos brincar.

A “Minha Preta” Valmira dos Santos. Levarei comigo todos os seus ensinamentos até o

fim da minha vida. Você é um exemplo de pessoa e profissional que me inspira a ser uma pessoa

melhor.

Aos meus amigos, em especial, Marilene Rocha, Tayanh Viana, Tasso Viana e Nicole

Viana (que perpassam qualquer laço sanguíneo), Carine Pereira (amiga na acepção da palavra),

Débora Fialho (amiga sergipana mais baiana que existe), Pe. Cristiano Santos (meu padre

querido), Kalline Freitas, Shirley Lima (UFS), Lyvia Santos, Ana Waleska Menezes, Geferson

Teles e Nicolau Silva (pupilos com ajuda valiosa) e Rita Vieira (amizade conquistada no meio

do percurso). Obrigada por compartilharem comigo esse momento!

À Liga Acadêmica de Trauma/REVIVA, em especial a: Lyvia Santos, Shirley Azevedo,

Leda Santos, Sindy Lamônie Reis, Lorranny Rodrigues, Bruno Melo, Adriellen Pinto, Iasmim

Franco, Karoline Cravo e Marise Cruz por auxílio na construção desse sonho e a Yara Mercedes

(DEN) por toda ajuda ao nosso projeto. Aos pacientes com trauma cranioencefálico, atendidos

pelo REVIVA, que participaram deste estudo e por compartilharem comigo suas experiências

e angústias.

6

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe bem como a todos os professores que fazem parte do curso e que contribuíram para

minha formação.

7

SANTOS, A. C. F. S. Validação do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional

Instável’ no trauma cranioencefálico. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) -

Universidade Federal de Sergipe, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2017.

RESUMO

As consequências advindas do Trauma Cranioencefálico (TCE) provocam deficiências ou

incapacidades físicas (motora, visual, entre outras), cognitivas (memoria, atenção,

aprendizagem, entre outras) e ou comportamentais/emocionais (perda de autoconfiança,

depressão, ansiedade, dificuldade de autocontrole, irritabilidade, agressão, entre outras) que

podem ser temporárias ou permanentes. O estudo objetivou realizar a validação de conteúdo e

clínica do diagnóstico de Enfermagem “Controle emocional instável” em pacientes com TCE

atendidos ambulatoriamente. Estudo metodológico e descritivo que utilizou o modelo de

Fehring para a validação. Foi desenvolvido em duas etapas: validação de conteúdo e clínica. Na

primeira, houve a participação de 31 experts para avaliar, por meio de questionário eletrônico,

a estrutura taxonômica da NANDA International relativo ao diagnóstico “Controle emocional

instável”. A segunda etapa foi realizada no ambulatório do Hospital Universitário da

Universidade Federal de Sergipe, entre os meses de agosto e setembro de 2016 com uma

amostra constituída por 40 pacientes em dois grupos distintos com TCE leve (n=20) e TCE

moderado (n=20). Para comparação de proporções entre grupos foi utilizado o teste Z (dois

grupos) e correção de Bonferroni (3 grupos). Os resultados apontaram que a maioria dos experts

considerou o domínio 05 (Percepção/cognição), a Classe 4 (Cognição) e o enunciado (Controle

emocional instável) adequados ao diagnóstico, embora tenham sugerido modificações na

definição atual do diagnóstico. Duas características definidoras foram consideradas principais

(afastamento da situação social e expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador)

e 11 secundárias (afastamento da situação profissional, ausência de contato com o olhar, choro

excessivo sem sentir tristeza, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar

expressões faciais, embaraço relativo à expressão das emoções, lágrimas, risadas em excesso

sem sentir felicidade, risadas incontroláveis e risadas involuntárias. O escore total do

diagnóstico “Controle emocional instável” foi de 0,69, considerado válido. Na validação clínica,

as características consideradas principais para o grupo do TCE leve foram: afastamento da

situação profissional, afastamento da situação social, embaraço relativo à expressão das

emoções, expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador e as secundários foram

ausência no contato pelo olhar, choro excessivo sem sentir tristeza, choro incontrolável, choro

involuntário, dificuldade de usar expressões faciais e lágrimas e as irrelevantes concerne a risada

em excesso sem sentir felicidade, risadas incontroláveis e risadas involuntárias. No grupo do

TCE moderado foram identificadas como características principais o afastamento da situação

profissional, afastamento da situação social, choro excessivo sem sentir tristeza, embaraço

relativo à expressão das emoções, expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador

e as secundárias foram ausência no contato pelo olhar, choro incontrolável, choro involuntário,

dificuldade de usar expressões faciais, lágrimas, risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

O escore total foi semelhante nos dois grupos, 0,74, considerado validado para a Taxonomia da

NANDA-I. Conclui-se que a quase totalidade das características definidoras foram consideradas

válidas para o diagnóstico “Controle emocional instável” no TCE.

Descritores: Traumatismos craniocerebrais, Emoções, Diagnóstico de Enfermagem, Estudos

de validação.

8

SANTOS, A. C. F. S. Validation of the nursing diagnosis of “Labile emotional control" on the

victims of Traumatic brain injury [Dissertation]. Sergipe. Federal University of Sergipe,

Graduate Program in Health Sciences, 2017.

ABSTRACT

The consequences resulting from Traumatic brain injury (TBI) cause disabilities or physical

disabilities (motor, visual, among others), cognitive (memory, attention, learning, among

others) and or behavioral/emotional (loss of self-confidence, depression, anxiety, difficulty of

Self-Control, irritability, aggression, among others) that can be temporary or permanent. The

study aimed to perform the validation of content and clinical aspects of nursing diagnosis of

""Labile emotional control" in treated TBI outpatients. Methodological and descriptive study

that used the model of Fehring for validation. The research was developed in two steps: Content

validation and clinical validation. In the former, there was the participation of 31 experts to

evaluate, by means of electronic questionnaire, the taxonomic structure of NANDA

International concerning the diagnosis "Labile emotional control". The later was performed in

the outpatient clinic of the University Hospital of the Federal University of Sergipe, between

the months of August and September 2016 with a sample consisting of 40 patients in two distinct

groups with mild TBI (n=20) and moderate TBI (n=20). For comparison of proportions among

groups the z test (two groups) was used and with Bonferroni correction (3 groups). The results

showed that the majority of experts considered the domain 05 (perception/cognition), Class 4

(cognition) and the wording (Labile emotional control) suitable for diagnosis, although they

suggested modifications in the current definition of diagnosis Two of the defining

characteristics were considered major (removal of the social situation and the expression of

incoherent emotions with the triggering factor) and 11 secondary (removal of the professional

situation, lack of contact with the eyes, crying without excessive feel sorrow, uncontrollable

crying, involuntary crying, difficulty using facial expressions, embarrassment on the expression

of emotions, tears, laughter in excess without feeling happiness, uncontrollable laughter and

involuntary laughter. The total score of the diagnosis “Labile emotional control” was 0.69,

considered valid. In the clinical validation, the characteristics that are considered important for

the mild TBI were: professional situation leave, avoidance of social situation, embarrassment

on the expression of emotions, expression of emotions would be inconsistent with the triggering

factor and the secondary were absence of eye contact, excessive crying without feeling sadness,

uncontrollable crying , involuntary crying, difficulty using facial expressions and tears and the

irrelevant ones were laughter in excess without feeling happiness, uncontrollable laughters

and involuntary laughter. In the moderate TBI group the following were identified as main

characteristics: professional situation leaves, avoidance of social situation, excessive crying

without feeling sadness, embarrassment on the expression of emotions, expression of emotions

would be inconsistent with the triggering factor and the secondary were absence of eye contact,

uncontrollable crying, involuntary crying, difficulty using facial expressions, tears,

uncontrollable laughter and involuntary laughter. The total score was similar in both groups,

0.74, considered to be validated for the NANDA Taxonomy-I. It is concluded that almost all of

the defining characteristics were considered valid for the diagnosis "Labile Emotional Control"

in TBI.

Descriptors: traumatic brain injury Emotions. Nursing diagnosis Validation studies.

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterização dos experts participantes da etapa validação de conteúdo do

diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ nas vítimas de

trauma cranioencefálico atendidas ambulatorialmente, Aracaju-SE, 2016.

36

Tabela 2 Pontuação obtida pelos experts participantes da pesquisa segundo os critérios

de Fehring (1994) segundo a pontuação obtida, Aracaju-SE, 2016.

37

Tabela 3 Titulação e critérios necessários para responder à validação de conteúdo dos

experts segundo critérios de Fehring, Aracaju-SE, 2016.

37

Tabela 4 Avaliação dos experts sobre o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ no domínio 5- Cognição, Aracaju-SE, 2016

38

Tabela 5

Avaliação dos experts sobre o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ na Classe 4- Cognição, Aracaju-SE, 2016

38

Tabela 6 Avaliação dos experts sobre o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ sobre o enunciado ‘Controle Emocional Instável’,

Aracaju-SE, 2016.

39

Tabela 7 Avaliação dos experts sobre o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ sobre a definição, Aracaju-SE, 2016.

39

Tabela 8 Distribuição das características definidora do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’, conforme a pontuação obtida na validação de

conteúdo, Aracaju-SE, 2016

40

Tabela 9 Caracterização dos pacientes quanto ao sexo, idade e anos de estudo das

vítimas de trauma cranioencefálico, Aracaju-SE, 2016

42

Tabela 10 Distribuição das médias ponderadas obtidas da pontuação dos pacientes às

características definidoras do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ dos grupo de pacientes com TCE leve e TCE moderado,

Aracaju-SE, 2016

43

Tabela 11 Distribuição das características definidoras do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ com os escores segundo grupo de pacientes

com TCE leve e moderado, Aracaju-SE, 2016.

44

Tabela 12 Comparação dos grupos: experts, TCE leve e moderado acerca das

características definidoras do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’, segundo os escores obtidos na validação de conteúdo e

validação clínica, Aracaju-SE, 2016.

45

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12

2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16

3 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 18

3.1 TCE e suas consequências comportamentais emocionais ........................................... 18

3.2 Diagnóstico de Enfermagem........................................................................................... 23

3.3 O modelo de validação de diagnóstico de Enfermagem de Fehring .............................. 24

4 CASUÍSTICA E MÉTODO .............................................................................................. 30

4.1 Tipo de estudo .............................................................................................................. 30

4.2 Autorização da NANDA-I ............................................................................................ 30

4.3 Etapa 1: Levantamento bibliográfico e validação de aparência dos instrumentos de

coleta .......................................................................................................................... 30

4.4 Etapa 2: Validação do conteúdo por especialistas ...................................................... 31

4.4.1 Amostra ................................................................................................................ 31

4.4.2 Instrumento de coleta de dados ............................................................................. 32

4.4.3 Procedimento de coleta de dados .......................................................................... 32

4.4.4 Análise dos dados ................................................................................................. 32

4.5 Etapa 2: Validação clínica do diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ ................ 33

4.5.1 Local e sujeitos da pesquisa .................................................................................. 33

4.5.2 Instrumentos de coleta de dados ............................................................................ 34

4.5.3 Procedimento de coleta de dados .......................................................................... 35

4.5.4 Análise dos dados ................................................................................................. 36

5 RESULTADOS ................................................................................................................ 38

5.1 Validação de conteúdo pelos experts ............................................................................ 38

5.2 Validação clínica .......................................................................................................... 43

7 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 48

6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 53

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 55

APÊNDICE A...................................................................................................................... 61

ANEXO ............................................................................................................................... 79

11

Introdução

12

1 INTRODUÇÃO

O Trauma Cranioencefálico (TCE) consiste em qualquer lesão decorrente de um trauma

externo que acarreta alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração do couro

cabeludo, comprometimento funcional das meninges, encéfalo e alterações cerebrais que podem

ser momentâneas ou permanentes de natureza cognitiva ou funcional (MENON et al., 2010).

As causas do TCE estão relacionadas dentro do grupo de doenças ocorridas por causas

externas. De acordo com o DATASUS, no Brasil, de janeiro a novembro de 2015, foram

realizadas 1.016.343 internações devido a causas externas variadas e dessas 250.763 formam

realizadas na região Nordeste do país. Para além disso, Sergipe obteve 7.037 de internações pela

mesma causa (MASCARENHAS et al., 2010; BRASIL, 2015).

As principais sequelas advindas do TCE podem ser divididas em três categorias: físicas,

cognitivas e comportamentais/emocionais. As primeiras são diversificadas e podem apresentar-

se em danos visuais e motores. As cognitivas incluem a diminuição da memória e as

dificuldades de aprendizagem. Por fim, as comportamentais/emocionais são a perda de

autoconfiança, depressão, ansiedade, dificuldade de autocontrole, além da irritabilidade e

agressão (FANN; HART; SCHOMER, 2009; PODELL et al., 2010).

Além das sequelas suso mencionadas, alterações de comportamento como apatia,

desinibição, impulsividade, agressividade, perseveração, irritabilidade, ansiedade, distúrbio do

sono, psicose e depressão podem estar presentes (FANN; HART; SCHOMER, 2009). O estresse

emocional pode ser visto como uma reação psicológica aos estressores após o TCE e suas

implicações (BRASIL, 2013).

Emoção é uma experiência subjetiva, associada a temperamento, personalidade e

motivação. A palavra deriva do latim emovere, onde o e- (variante de ex-) significa "fora" e

movere significa "movimento". Seja para lidar com estímulos ambientais, seja para comunicar

informações sociais biologicamente relevantes, as emoções apresentam diversos componentes

adaptativos para mamíferos com comportamento social complexo, sendo cruciais, até mesmo,

para a sua sobrevivência. Não existe uma taxionomia ou teoria para as emoções que seja geral

ou aceite de forma universal.

A partir da definição de emoções, destacam-se as consequências dos comprometimentos

emocionais que interferem no retorno às atividades de vida diária, em especial nas relações

sociais com a família e comunidade. Em função do comprometimento da qualidade de vida do

indivíduo, ancora-se a importância da validação do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’.

13

O aludido diagnóstico é um julgamento clínico sobre uma resposta humana as condições

de saúde/processo de vida, ou uma vulnerabilidade a tal resposta, de um indivíduo, uma família,

um grupo ou uma comunidade (HERDAMAN; KAMITSURU, 2015).

A referida diagnose constitui a segunda etapa do Processo de Enfermagem é composto

por cinco etapas: investigação, diagnóstico de Enfermagem, planejamento, implementação da

assistência e avaliação. Tais etapas representam um método sistemático que direciona e

organiza o trabalho do enfermeiro, sendo, portanto, considerado o instrumento e a metodologia

da profissão que auxilia na tomada de decisão, predição e avaliação do cuidado para o

atendimento das necessidades do paciente/cliente de modo global e eficaz (TANNURE;

PINHEIRO, 2011).

O ‘Controle Emocional Instável’ é um diagnóstico do tipo real e possui os seguintes

eixos: eixo 1- foco diagnóstico (controle emocional), eixo 2- indivíduo que pode está implícito,

eixo 7- situação do diagnóstico (diagnóstico real) pertencente ao domínio 5-

Percepção/Cognição e à classe 4- Cognição (HERDAMAN; KAMITSURU, 2015).

A Taxonomia II da NANDA-I (2015-2017) define o ‘Controle Emocional Instável’

como rompantes incontroláveis de expressão emocional exagerada e involuntária que tem como

características definidoras o afastamento da situação profissional; afastamento da situação

social; ausência de contato pelo olhar; choro excessivo sem sentir tristeza; choro incontrolável;

choro involuntário; dificuldade para usar expressões faciais; embaraço relativo à expressão de

emoções; expressão de emoções incoerente com o fator desencadeador; lágrimas; risadas em

excesso sem sentir felicidade; risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

Os fatores relacionados ao diagnóstico supracitado são o abuso de substância; agente

farmacológico; alteração na autoestima; conhecimento insuficiente sobre a doença;

conhecimento insuficiente sobre o controle dos sintomas; deficiência física; estressores; fadiga;

força muscular insuficiente; lesão cerebral; mal-estar social; perturbação emocional; prejuízo

funcional; prejuízo musculoesquelético; transtorno de humor e transtorno psiquiátrico

(HERDAMAN; KAMITSURU, 2015).

Os estudos de validação de um diagnóstico de Enfermagem assemelham-se aos

procedimentos utilizados para obtenção da validade e confiabilidade dos instrumentos de

medidas. Nesse sentido, validade se refere ao grau com que um instrumento de medição

mensura exatamente o que deve medir e confiabilidade é a precisão em que o instrumento

produz os mesmos resultados sobre medidas repetidas (LOBIONDO-WOOD; HABER, 2001;

POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

14

A motivação para esse estudo surgiu após a realização de um levantamento dos

diagnóstico de Enfermagem com as vítimas de TCE que ocorrem no atendimento

multidisciplinar do Projeto “Reviva” (Ressignificando Vidas) da Liga Acadêmica do Trauma

da Universidade Federal de Sergipe. Esse projeto foi criado com o intuito de assistir as vítimas

com essa especificidade, no qual foi evidenciado o diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’

como o segundo mais frequente, apenas ultrapassado pelo diagnóstico de dor.

A LITRAUMA/UFS é um projeto de extensão cadastro na Pró Reitoria de Extensão e

Assuntos Comunitários (PROEX) implantado em 2009 que desenvolve um trabalho

interdisciplinar com ações educativas de prevenção e reabilitação na área específica do TCE.

Possui em sua formação alunos de graduação e pós-graduação, profissionais e professores dos

cursos de Enfermagem, Medicina (Neurocirurgia e Psiquiatria), Fonoaudiologia e Psicologia.

O atendimento na área de reabilitação ocorre às sextas feiras a tarde, por meio de consultas

multidisciplinares.

Ademais, o referido diagnóstico foi inserido na última publicação da NANDA

Internacional 2015-2017, referência no sistema de classificação dos diagnóstico de

Enfermagem em escala mundial e não houve validação clínica em vítimas de TCE.

Dessa forma, pressupõe-se que às vítimas de TCE possuem o diagnóstico de

Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ com a presença de alguma característica definidora,

independente da gravidade (leve ou moderado).

A validação do referido diagnóstico evidenciará o grau com que as características

definidoras são indicativas e subsidiará a criação de protocolos na assistência de enfermagem e

direcionamento do cuidar às pessoas com TCE e suas famílias sendo usados com segurança na

clínica, além de moldar estratégias de prevenção, bem como suscitar novas pesquisas sobre a

temática.

.

15

Objetivos

16

2 OBJETIVOS

Validar o conteúdo do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’

junto à experts da área.

Validar clinicamente o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’

em vítimas de trauma cranioencefálico leve e moderado atendidas

ambulatorialmente.

17

Revisão da

Literatura

18

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 TCE e suas consequências comportamentais emocionais

O Trauma Cranioencefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por agressão

física externa, que pode produzir alteração no nível de consciência e resultar em

comprometimento das habilidades cognitivas, físicas, comportamentais e emocionais. É

definido como toda a lesão anatômica ou comprometimento funcional que envolve o crânio,

couro cabeludo, meninges e o encéfalo (MORENO et al., 2009).

A etiologia do TCE está relacionada dentro do grupo de doenças ocorridas por causas

externas, cujas principais são os acidentes automobilísticos em que a principal faixa etária são

os adolescentes e adultos jovens (dos 15 aos 24 anos) e são responsáveis por mais mortes que

todas as causas juntas; as quedas com ênfase no grande número de idosos e causas “violentas”

que elencam os ferimentos por projétil de arma de fogo e armas brancas (MASCARENHAS et

al., 2010).

Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Quanto aos

mecanismos promotores da lesão tem-se a lesão cerebral focal que resulta em contusão,

laceração e hemorragia intracraniana por trauma local direto; lesão cerebral difusa que causa a

lesão axonal difusa e aumento do tamanho do cérebro (edema) pelo mecanismo de

aceleração/desaceleração. O resultado da lesão cerebral é definido por estágios diferentes que

são a lesão primária ocorrida no momento do trauma e a lesão secundária cujo o processo

patológico iniciado no momento do trauma com manifestações clínicas tardias (HELMY;

VIZCAYCHIPI; GUPTA, 2007; MOPPETT, 2007).

O TCE classifica-se em leve, moderado ou grave de acordo com a pontuação na Escala

de Coma de Glasgow (ECGl). Esta escala neurológica parece constituir um método confiável e

objetivo de monitorizar alterações no nível de consciência das vítimas de trauma com base na

abertura ocular, nas melhores respostas verbais e motoras. A menor pontuação possível é três e

a mais alta é 15 (TEASDALE; JENNETT, 1974). Pela gradação obtida com a aplicação da

Escala de Glasgow, pode-se ter uma indicação dos cuidados assistenciais requeridos pela pessoa

com TCE. Assim, sabe-se, por exemplo, que todo o paciente com ECG < 8 deve ser intubado

para proteção de vias aéreas e manutenção da ventilação (BRASIL, 2013).

De acordo com Sousa (2006), em um ano, 77,2% das vítimas de TCE em geral

apresentaram boa recuperação e que 83,3% retornaram à produtividade, entretanto alguns

indivíduos continuaram incapazes após decorrido esse período, dessa forma vale ressaltar o

19

ônus social e financeiro pois o TCE afeta a vítima pessoalmente, interpessoalmente e o seu

sistema social.

As alterações decorrentes de TCE em geral afetam de modo significativo os seus

cuidadores, sendo os mais prevalentes o esquecimento, o temperamento explosivo,

agressividade, irritabilidade, ansiedade, dependência. Esse estudo também observou que 80%

dos familiares apresentaram moderado a grave nível de estresse (HORA; SOUSA, 2005).

Ademais aos prejuízos no processamento cognitivo, a cefaleia pós-traumática pode ser

um sintoma a ser considerado. Segundo Martins (2009), dos pacientes que a apresentaram,

48,7% surgiu até sete dias após o evento traumático e 24,3% relataram dor de cabeça além de

trinta dias. Ela pode ser classificada como esporádica, crônica tensional ou enxaqueca

intermitente (MARTINS; RIBAS; MARTINS, 2009).

Além dos prejuízos suso mencionados, foi realizado estudo que comparou a capacidade

de cinco medidas de gravidade da lesão para prever o retorno ao trabalho após TCE. Além da

lesão, não possuir autonomia para locomoção, o comprometimento cognitivo e o estado

depressivo foram associados ao não retorno do trabalho no decurso do primeiro ano após um

TCE. Para que as vítimas possam retornar aos empregos após um TCE, as intervenções de

reabilitação devem incluídas tanto no treinamento físico quanto no cognitivo, bem como ajustes

psicossociais (CHIEN; HWANGD; LINA, 2017).

Dentre os tipos de TCE, o leve constitui a principal causa de procura de assistência

médica de pacientes pós-traumático. Estima-se que esse tipo de trauma corresponde por 75 a

80% de todos TCEs, sendo que grande parte desses não serão diagnosticados ou serão

subavaliados. Somente nos Estados Unidos cerca de 1,5 de pessoas sofrem por ano esse

traumatismo, desse total apenas 25% necessitam de internação hospitalar (GERBERDING;

BINDER 2003).

Devido à escassez de dados infere-se que o TCE leve é subestimado uma vez que as

vítimas não necessitam de internação hospitalar ou quando ocorre, é por pequeno período de

tempo. Outro fator preponderante é que devido a seu menor grau de gravidade, os recursos

disponíveis são encaminhados aos TCE grave e moderado. Dessa forma os acometidos não

recebem a devida orientação nem o tratamento médico adequado e as sequelas advindas do

trauma são subavaliadas (GRIFFIN; REEKUM; MASANIC, 2003).

O TCE leve é comum e afeta aproximadamente 42 milhões de pessoas anualmente no

mundo todo. As definições do TCE leve entre os estudos ainda são inconsistentes e destaca-se

a necessidade de esforços contínuos para desenvolver e aperfeiçoar os dados. O TCE moderado

ou grave é um fator de risco estabelecido para doenças neurodegenerativas tal como a demência

20

e grandes estudos epidemiológicos têm relatado que o TCE leve também acarreta em fatores de

risco significativos para doenças neurodegenerativas, porém essas associações ainda não estão

bem estabelecidas e requerem mais estudos (GARDNER; YAFFE, 2015).

Mesmo quando não desenvolvem lesão intracraniana, pacientes com TCE leve podem

apresentar sintomas somáticos, cognitivos, emocionais e comportamentais por períodos

variáveis e há relatos de casos que permanecem com sequelas por meses ou anos. Logo, as

alterações neuropsicológicas pós-traumáticas constituem um dos principais fatores que

determinam o futuro dessas pessoas (KIESLICH et al., 2002; KORINTHENBERG; et al.,

2004). O retorno ao trabalho após o TCE é uma grande preocupação clínica e de saúde pública

por causa de suas implicações físicas, psicológicas e de saúde social (SALTYCHEV et al.,

2013).

Apesar de um grande número de pacientes conseguirem a recuperação total, diversas são

as consequências advindas de um TCE leve, entre elas podemos citar déficit de aprendizado e

memória, lentidão no processamento de diversas informações, descontrole emocional, fadiga

excessiva, sonolência entre outros. Estudo realizado mostrou que após seis meses do evento

ocorre estabilização na maioria das vítimas de TCE graves e não oferecem dados para os leves

(STERR, 2006).

Não existe um padrão definido acerca da recuperação desses pacientes. Muitos fatores

influenciam tal processo, entres eles, a demência simultânea, uso crônico de álcool e ou de

drogas, idade avançada, funcionamento intelectual limítrofe, efeito colateral de medicações,

condições psiquiátricas pré-existente, fatores de personalidade e sociais ou fatores demográficos

que interagem as circunstâncias do trauma (BERNSTEIN, 1999; WEIGHT, 1998).

Já as vítimas de TCE grave com frequência apresentam déficits cognitivos significativos

com prejuízos mais profundos na área da atenção, memória, aprendizagem e funções executivas.

A capacidade de detectar e corrigir os próprios erros no funcionamento diário e de usar o

feedback para melhorar ou corrigir o seu funcionamento e comportamento é comprometida.

Essas pessoas também apresentam dificuldade de auto regulação, orientação e conscientização

sobre o comportamento que interfere com a capacidade para participar do tratamento e retorno

ao trabalho (PODELL et al., 2010).

O TCE está associado a uma ampla variedade de distúrbios comportamentais durante os

períodos de pós-lesão precoces e tardios. Dentre esses distúrbios encontra-se o descontrole

comportamental pós-traumático que cursa com desinibição e agressão que podem ser crônicos

e perturbadores (ARCINIEGAS et al., 2013).

21

Diversas doenças encefálicas podem cursar com a desregulação afetiva como a esclerose

lateral amiotrófica, a esclerose múltipla, os acidentes vasculares encefálicos, os traumas

cranioencefálico, os tumores cerebrais entre outros (CUMMINGS et al., 2006).

O descontrole emocional é uma consequência comum do TCE e inclui riso e choro

patológico (PLC), labilidade afetiva e irritabilidade como umas das manifestações. Esse

descontrole é um problema agudo e crônico comum entre pessoas com TCE moderado ou grave

e são comuns nas vítimas de TCE leve, porém tais sintomas são solucionados com

acompanhamento adequado na maioria das pessoas (ARCINIEGAS; WORTZEL, 2014).

A incidência e prevalência do descontrole emocional que acometem as vítimas de TCE

com os sintomas de PLC ainda não estão bem estabelecidas. A frequência relatada durante o

primeiro ano após o trauma é de 5% a 11% e os relatos clínicos sugestionam que esse percentual

tenha uma variação nessa frequência e tende a diminuir no período mais tardio pós-lesão. Esse

período ainda não está especificado e as manifestações tardias se exteriorizam especialmente

com as vítimas de TCE grave (LAUTERBACH; CUMMINGS; KUPPUSWAMY, 2013;

TATENO; JORGE, ROBINSON, 2004).

A labilidade afetiva (também conhecida como labilidade emocional) presente como uma

das características do descontrole emocional refere-se às emoções intensas em resposta a

problemas pessoais ou sociais de forma desproporcional ao estímulo causador que normalmente

induzem a respostas emocionais mais modestas (HENRY et al., 2008).

A prevalência relatada de labilidade afetiva entre pessoas com TCE é altamente variável

no que concerne ao tipo de caso, métodos avaliativos, gravidade da lesão, tempo decorrido

desde à lesão até o momento da avaliação. Entre as pessoas com TCE leve, a labilidade afetiva

pode ser tão alta na primeira semana até três meses após o trauma ocorrido (VILLEMURE;

NOLIN; LE SAGE, 2011).

Além da labilidade afetiva, a irritabilidade e sintomas associados como o aborrecimento,

impaciência, raiva, perda de temperamento tendem a aumentar quer seja em frequência, quer

seja e gravidade após o TCE leve, moderado ou grave (YANG et al., 2013). A irritabilidade

pós-traumática também reflete distúrbios emocionais momentâneos em vez de uma mudança

persistente na emoção basal. Apesar dos pacientes que possuem a irritabilidade após o TCE de

forma exacerbada aos eventos da vida, não experimentam uma irritabilidade sustentada e são

independentes do contexto ou raiva com o fator desencadeador (ARCINIEGAS; WORTZEL,

2014).

Estudo que também avaliou vítimas de TCE acerca da irritabilidade observou maior

irritabilidade auto referida em pessoas com TCE leve em comparação das vítimas de TCE

22

moderado e grave. Porém, quando o relato de irritabilidade é realizado pelo cuidador das vítimas

de TCE moderado e grave é comparável ao relato das vítimas de TCE leve que possuem as

maiores frequências de irritabilidade o que sugere discrepância no auto relado em detrimento

ao relato informado pelo cuidador (YANG et al., 2013).

O descontrole comportamental emana uma tendência a agir impulsivamente em resposta

à estímulos externos que podem incluir a desinibição e a agressão para além de problemas

semelhantes. Esse descontrole pode ocorrer concomitante ao descontrole emocional

(ARCINIEGAS; ANDERSON; FILLEY, 2013). Tal comportamento acontece de maneira

corriqueira entre as vítimas de TCE e configura-se como um limitador funcional e um problema

de tratamento para as mesmas. Tem um caráter de doença neuropsiquiátrica e esses sintomas

são mais comuns no TCE moderado e grave em detrimento ao leve (HAMMOD et al., 2013).

Para além da desinibição, um comportamento relativo ao descontrole comportamental é

a impulsividade. A mesma é apenas uma das várias características da desinibição que inclui o

déficit de paciência e baixa tolerância à frustração concernente à cognição social e

comportamental. Embora a desinibição e a agressão ocorram com frequência nas vítimas de

TCE, são categorias distintas no descontrole comportamental (CASTANO et al., 2012; CIURLI

et al., 2011).

Dentre as consequências do descontrole comportamental que está entre as mais

desafiadoras para realizar gerenciamento no período da reabilitação é a agressão, pois a mesma

compromete o apoio social. O descontrole em forma de agressão é uma síndrome de agressão

pós-traumática que se configura por ser não proposital e intencional como consequência do TCE

(WORTZEL; BRENNER; ARCINIEGAS, 2013). Em estudo realizado com amostra de

membros do serviço militar nos seis primeiros meses após ter sofrido um TCE leve, foi estimado

que 5 a 8% realizaram algum tipo de agressão nos primeiros três meses (LANGE; BRICKELL;

FRENCH, 2012).

A agressão pode ser uma consequência neuropsiquiátrica direta nessas vítimas, porém,

seu desenvolvimento é influenciado pelas comorbidades ocorridas dos ferimentos e após a lesão

que inserem os distúrbios de humor e psicóticos, transtornos de personalidade, uso de drogas de

abuso e medicamentos que possuam efeitos comportamentais adversos (MONSALVE et al.,

2012; WEYER; SCHROEDER; RUFF, 2013).

São consequências comuns do TCE tanto o descontrole emocional quanto o

comportamental e se caracterizam pelas consequências incapacitantes que acarretam esses

pacientes. Esses descontroles ocorrem em alguns casos simultaneamente a outras perturbações

neuropsiquiátricas que necessitam tratamento simultâneo para reduzir a frequência e gravidade

23

dos sintomas. O controle desses sintomas proporciona a essas vítimas e seus familiares um

alívio pós-trauma dos descontroles emocionais e comportamentais (ARCINIEGAS;

WORTZEL, 2014).

3.2 Diagnóstico de Enfermagem

Para a NANDA International (2015-2017) “o diagnóstico de Enfermagem é um

julgamento clínico sobre uma resposta humana a condições de saúde/processo de vida, ou uma

vulnerabilidade a tal resposta, de um indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade. Os

enfermeiros diagnosticam problemas de saúde, estados de risco e disposição para a promoção à

saúde (NANDA, 2015).

Constitui a segunda etapa do processo de enfermagem. Nessa etapa, os dados coletados

no momento da investigação são analisados e interpretados para subsidiar o diagnóstico

adequado. Ressalta-se que o enfermeiro deve estar capacitado para analisar, julgar, sintetizar e

acurácia na percepção para interpretar os dados clínicos (TANNURE; PINHEIRO, 2011).

O Conselho Federal de Enfermagem em 2009, instituiu a Resolução 358 que

regulamenta a obrigatoriedade da aplicação das etapas do processo de enfermagem em todos os

ambientes da assistência de enfermagem e estabeleceu ainda o diagnóstico de Enfermagem

como ação privativa do Enfermeiro (COFEN, 2009).

Para um diagnóstico de Enfermagem ser incluído na Taxonomia da NANDA-I ou passar

por processo de revisão, necessita ser baseado em pesquisas, tais como análises de conceito,

validação de conteúdo, validação de construto e critérios relativos, validação por consenso e

estudos sobre precisão diagnóstica (NANDA-I, 2015).

Taxonomia é a prática e a ciência de categorização e classificação. A taxonomia da

NANDA-I atualmente inclui 234 diagnósticos de Enfermagem que são agrupados

(classificados) em 13 domínios (categorias) da prática de enfermagem: Promoção da Saúde;

Nutrição; Eliminação e Troca; Atividade/Repouso; Percepção/Cognição; Auto percepção;

Papéis e Relacionamentos; Sexualidade; Enfrentamento/Tolerância ao Estresse; Princípios de

vida; Segurança/Proteção; Conforto; Crescimento/Desenvolvimento (NANDA-I, 2015).

O diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ apareceu pela primeira

vez na NANDA-I em 2013 e pertence ao Domínio “Percepção/Cognição”. Ainda não passou

por processo de revisão. O ‘Controle Emocional Instável’ é um diagnóstico do tipo real e possui

os seguintes eixos: eixo 1- foco diagnóstico (controle emocional), eixo 2- indivíduo que pode

24

está implícito, eixo 7 – situação do diagnóstico (diagnóstico real) (HERDAMAN;

KAMITSURU, 2015).

O desenvolvimento de estudo de validação clínica dos diagnósticos de Enfermagem

norteiam ações de enfermagem que se direcionam às situações reais da população que os

representa. Diagnósticos que possuem caráter subjetivo das suas características definidoras

influenciam na identificação diagnóstica devido à dificuldade dos enfermeiros em reconhece-

los (SILVA; GORINI, 2012).

A validação de diagnóstico de Enfermagem possui limitações e torna-se necessário

discutir estas limitações e descrever abordagens alternativas para superar as críticas aos modelos

tradicionais. São descritos métodos alternativos para a análise de conceitos aplicada aos

processos de validação de diagnóstico de Enfermagem; métodos para a análise de conteúdo

diagnóstico por juízes proficientes; e métodos de validação clínica de indicadores e fatores

etiológicos (LOPES; SILVA; ARAÚJO, 2013).

Ressalta-se a importância da validação dos diagnósticos da NANDA-I, bem como os

estudos de revisão dos mesmos. Torna-se salutar o desenvolvimento de validações que

contribuam para utilização do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ no

intuito de maior acurácia na identificação de suas características definidoras subjetivas.

3.3 O modelo de validação de diagnóstico de Enfermagem de Fehring

Para Fehring (1987), desde que os enfermeiros iniciaram oficialmente a nomear e a

diagnosticar os fenômenos por eles tratados há a necessidade de validá-los (FEHRING, 1987).

O referido autor propôs uma metodologia para validação de diagnóstico de Enfermagem

baseado nos conceitos de Gordon e Sweeney (1979). Toda metodologia surgiu da preocupação

com as evidências empíricas dos diagnósticos propostos pela NANDA-I.

O modelo de validação de Fehing (1987), parte do pressuposto de que os estudos de

validação necessitam de três características essenciais que são a evidência, validade e

confiabilidade. A primeira é caracterizada como algo confiável, testemunho ou o fato para

aprovar ou desaprovar alguma conclusão (CLOSS; CHEATER, 1999). A segunda consiste no

grau em que um instrumento mede o que suspostamente deve medir e possibilita inferir o quanto

os resultados representam ou não na realidade e por fim a confiabilidade que se refere à

consistência com que o instrumento mensurará o atributo (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

De acordo com esse método, a validade de um diagnóstico indica o grau com que um

grupo de características definidoras descrevem a realidade investigada na interação com o

25

ambiente/cliente. As características são consideradas válidas quando ocorrem e podem ser

identificadas como um grupo em uma situação clínica. Se há evidências de que um grupo de

características definidoras indicam a existência de um dado diagnóstico, os enfermeiros estão

embasados para usá-los em sua prática clínica com confiança (FEHRING, 1987; GORDON,

1994).

A proposta metodológica de Fehring foi desenvolvida em 1986, seguida de revisões em

1987 e 1994. Propôs métodos de validação de diagnóstico de Enfermagem que são a Validação

de Conteúdo de Diagnóstico (Diagnostic Content Validation - DCV) e Validação Clínica de

Diagnóstico (Clinical Diagnostic Validity - CDV).

A Validação de Conteúdo Diagnóstico baseia-se na obtenção de opiniões de enfermeiros

experts ou juízes acerca do grau em que certas características definidoras são indicativas de um

determinado diagnóstico. O autor reforça a necessidade da realização de uma revisão de

literatura para que se tenha o suporte teórico tanto do diagnóstico quanto das características

definidoras. Ressalta-se ainda a importância da construção de definições operacionais para cada

característica estudada no intuito de padronizar as evidências estudadas pelo modelo de

validação (FEHRING, 1987).

Após essa fase, inicia-se a avaliação pelos experts ou juízes que consiste no grupo de

especialistas do diagnóstico em estudo que indicarão o quanto cada característica definidora ou

fator de risco é pertinente ao diagnóstico em questão. Para essa etapa sugere a utilização de uma

escala que varia de um a cinco pontos (1: não é indicativa do diagnóstico; 2: é muito pouco

indicativa; 3: de algum modo indicativa; 4: consideravelmente indicativa; 5: muitíssimo

indicativa). Para cada alternativa é atribuída um peso, sendo respectivamente: 1=0; 2=0,25;

3=0,5; 4=0,75; 5=1 (FEHRING, 1987).

A partir dos pesos atribuídos às respostas dos especialistas é calculada numa média

ponderal de cada característica definidora classificando-as conforme o escore. As características

definidoras com escore maior ou igual a 0,80 serão classificadas como maiores e as menores

que 0,80 e maiores que 0,50 serão menores (FEHRING, 1987). Vale destacar que os termos

“maiores” e “menores” foram substituídas pela Taxonomia II da NANDA-I (NANDA, 2010)

por características principais e características secundárias respectivamente.

Para finalizar essa etapa, Fehring (1987) propõe a obtenção do escore total do

diagnóstico que consiste na somatória das médias ponderadas de todas as características

definidoras, exceto daquelas que obtiveram um escore menor que 0,5. O autor considera

adequado o diagnóstico obtenha valor acima de 0,60.

26

O modelo de Validação de Conteúdo Diagnóstico apresenta como dificuldades para

sua implementação a obtenção de enfermeiros experts ou juízes em análise. Por esse motivo,

Fehring (1994) propõe alguns critérios para identificar os enfermeiros considerados experts em

diagnóstico de Enfermagem que determina uma pontuação mínima de cinco pontos para ser

considerado, porém quanto maior for a pontuação, maior será a força da evidência em análise,

conforme descrito no Quadro 1.

Quadro 1- Critérios para identificação de experts proposto por Fehring (1994).

Critérios Pontuação

Titulação de mestre em enfermagem 04

Titulação de mestre em enfermagem com dissertação direcionada ao conteúdo

relevante ao diagnóstico em estudo

01

Publicação de artigo sobre diagnóstico de Enfermagem em periódicos de

referência

02

Artigo publicado sobre diagnóstico de Enfermagem e com conteúdo relevante

à área em foco

02

Doutorado versando sobre diagnóstico de Enfermagem 02

Experiência clínica de pelo menos 01 ano na área do diagnóstico em estudo 01

Certificado de prática clínica relevante à área do diagnóstico em estudo 02 Fonte: Fehring (1994).

No que concerne ao tamanho amostral, o autor recomenda que seja ampla e de variadas

regiões geográficas. Segundo o mesmo autor, não basta ao perito possuir titulação, é necessário

que possua conhecimento sobre o diagnóstico de Enfermagem em estudo, em área relevante ou

relacionada ao mesmo, obtido por meio de sua experiência clínica, produções científicas,

formação acadêmica e participações em organizações relacionadas a diagnósticos (FEHRING,

1994).

O modelo de Validação Clínica de Diagnóstico está baseado na obtenção de evidências

da existência do diagnóstico de interesse situado no ambiente clínico real. Nessa perspectiva,

Fehring (1987) propõe dois modelos a partir da natureza do diagnóstico de Enfermagem que

serão analisado que podem ser de natureza fisiológica e cognitivo/afetiva (FEHRING, 1994).

O primeiro modelo é indicado a utilização do modelo original, descrito em 1986 por

Fehring, na avaliação dos diagnósticos de Enfermagem de natureza fisiológica em que dois

enfermeiros experts realizam essas observações. A recomendação é que os enfermeiros clínicos

experts em relação à frequência da presença ou ausência de característica definidora realizem

suas avaliações de forma individual (FEHRING, 1987).

Após essa fase, é calculado o coeficiente de fidedignidade entre as observações para

cada variável investigada e é determinada pela seguinte fórmula:

27

A F1 ÷ N + F2 ÷ N

R = _______ X ________(1)____________

A + D 2

Considerando-se:

A: número de concordância entre os dois observadores;

D: número de discordâncias entre os dois observadores;

F1: frequência de variáveis identificadas pelo primeiro observador;

F2: frequência de variáveis identificadas pelo segundo observador;

N: número de sujeitos observados;

R: Coeficiente de confiabilidade entre os dois observadores.

O segundo modelo proposto está relacionado a utilização do modelo modificado,

descrito em 1987 por Fehring, também conhecido como “Modelo de Avaliação Clínica Focada

no Paciente” na avaliação dos diagnóstico de Enfermagem de natureza cognitiva ou afetiva

em que o pesquisador realiza a observação clínica direta do paciente por meio de entrevista e/ou

questionário.

Antes de iniciar a coleta de dados, sugere-se que o pesquisador submeta o instrumento

que será utilizado para avaliação do paciente a um processo de validação para melhor acurácia

e confiabilidade. Fehring (1994) recomenda o uso de uma mensuração equivalente, por meio de

instrumento validado para assegurar a acurácia diagnóstica, pois se o diagnóstico não estiver

correto a evidência pode não existir (FEHRING, 1987).

Posteriormente a elaboração da lista de componentes diagnósticos que foram testados,

foi solicitado ao paciente que indicasse o quanto cada característica definidora representa seu

estado ou sentimento numa escala tipo Likert. Essa escala varia de um a cinco pontos (1: muito

característico em mim; 2: consideravelmente característico; 3: de algum modo característico; 4:

muito pouco característico; 5: não é nada característico em mim).

Para cada alternativa foi atribuído um peso de acordo com o Modelo de Validação de

Conteúdo e calculada a média ponderada dos valores atribuídos pelo paciente em cada

característica analisada classificando-as em: 1- muito característico em mim; 0,75-

consideravelmente característico;0,50- de algum modo característico; 0,25 - muito pouco

característico; 0- não é nada característico em mim. As evidências clínicas com peso maior ou

igual a 0,80 foram classificadas como principais e as que compreende o intervalo entre 0,51 e

28

0,79 foram consideradas secundárias e as médias menor ou igual a 0,50 são consideradas

irrelevantes (FEHRING, 1987).

A depender do tipo de diagnóstico que se pretenda realizar a validação, pode ser

necessária a utilização da combinação das duas abordagens. Existe também o Modelo de

Validação Diferencial de Diagnósticos que de alguma forma está relacionado como por

exemplo, ansiedade e medo, ou na identificação de intensidades diferentes num dado

diagnóstico como é o caso da dor (FEHRING, 1987; POMPEO, 2012).

29

Casuística e

Método

30

4 CASUÍSTICA E MÉTODO

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de estudo metodológico, descritivo, cuja finalidade é observar, descrever, e

documentar os aspectos da situação (POLIT; BECK, HENGLER, 2004). A pesquisa

metodológica inclui o desenvolvimento, a validação e avaliação de instrumentos e métodos de

estudo (POLIT; BECK 2011).

A pesquisa foi realizada em duas etapas que foram a Validação de Conteúdo de

Diagnóstico e Validação Clínica de Diagnóstico.

4.2 Autorização da NANDA-I

Antes do início da pesquisa, foi realizado o pedido de autorização segundo as Diretrizes

Internacionais para Concessão de Permissão de Direitos Autorais da NANDA-I no que concerne

à autorização para realização do estudo.

A terminologia NANDA-I é uma terminologia com direitos autorais, portanto, nenhuma

parte da publicação da NANDA-I, Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: Definições e

Classificação, pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida

por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a autorização prévia

do editor.

O primeiro contato para obtenção da autorização ocorreu em janeiro de 2016 e a

finalização da tramitação do processo no mês de maio de 2017 (cinco meses).

4.3 Etapa 1: Levantamento bibliográfico e validação de aparência dos instrumentos de

coleta

A primeira etapa consistiu no levantamento bibliográfico para a criação das definições

operacionais das características definidoras do diagnóstico. A busca foi embasada pelos

seguintes descritores: controle emocional instável, emoções manifestas e trauma

cranioencefálico visando a criação do arcabouço teórico. Após essa fase, houve uma avaliação

com uma psiquiatra (mestre) e psicóloga (doutora) na área do estudo em questão para adequação

das definições das características comportamentais construídas com o intuito de validá-las no

que concerne aos modelos comportamentais.

31

Foi realizada a validação do instrumento executada por cinco enfermeiros doutores em

trauma cranioencefálico que foram considerados juízes com a finalidade de avaliar o

instrumento de coleta de dados a quanto à clareza, facilidade de leitura, apresentação e

confiabilidade das definições operacionais criadas pela pesquisadora. Vale salientar que esses

profissionais não eram pertencentes à amostra de experts da etapa de validação de conteúdo

(APÊNDICE A). Após o refinamento do instrumento realizado pelos juízes, foram analisadas

as sugestões e adequações pertinentes que resultaram na versão final do instrumento.

4.4 Etapa 2: Validação do conteúdo por especialistas

O objetivo da etapa de validação de conteúdo por experts foi verificar a adequação e

pertinência das características definidoras encontradas na primeira etapa do estudo relacionadas

ao diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de TCE atendidas

ambulatoriamente.

4.4.1 Amostra

Foi composta por experts sobre o diagnóstico de Enfermagem estudado e constituída de

31 enfermeiros. É relevante ressaltar que a validação de conteúdo não necessita de cálculo

amostral (FEHRING, 1087). Foram enviados 114 e-mails convidando os experts para a

participação da validação de conteúdo do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional

Instável’. Destes, 31 responderam ao formulário enviado.

A seleção foi feita por meio de busca ativa de profissionais experts da área supracitada,

na Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

CNPq (Currículo Lattes e Diretório de Grupos de Pesquisa) que possibilitou a localização da

maioria dos potenciais experts e por meio de amostragem tipo de “bola de neve”. A referida

amostragem consiste na seleção dos sujeitos, por meio de indicação ou recomendação dos

sujeitos anteriores que consistiu de uma amostra de conveniência (POLIT; BECK, HENGLER,

2004). Logo após foi emitido um convite para a participação da validação por especialistas

realizado via e-mail para cada participante com envio do formulário eletrônico para realização

da pesquisa.

Os critérios de inclusão da validação do conteúdo por experts estabelecidos para a

seleção da amostragem foram: enfermeiros que consentiram formalmente participar do estudo

por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE

32

B), que possuíam no mínimo a titulação acadêmica de mestre, ter experiência prática com

diagnóstico de Enfermagem na área do referido estudo (TCE, politraumatismo e/ou emoções) e

alcançar uma pontuação mínima de cinco pontos, embasado no modelo proposto por Fehring

em 1994 (Quadro 1).

4.4.2 Instrumento de coleta de dados

Constitui um questionário semiestruturado composto por duas partes: a primeira

composta por dados de identificação do sujeito e sua experiência profissional em diagnóstico

de Enfermagem e ‘Controle Emocional Instável’ e a segunda parte consistiu na validação do

diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ com enunciado, definição proposta,

classificação do diagnóstico na estrutura da Taxonomia II da NANDA (2015-2017), lista de

características definidoras propostas para o referido diagnóstico e suas definições operacionais.

O avaliador atribuiu para cada característica definidora do diagnóstico estudado em uma escala

tipo Likert compreendida de um a cinco da seguinte forma: nada pertinente, muito pouco

pertinente, de algum modo pertinente, muito pertinente e muitíssimo pertinente. Em função

disso a avaliação do enunciado, da definição e da estrutura taxonômica foi realizada com base

em três julgamentos (“concordo”, “concordo parcialmente” e “não concordo”) (APÊNDICE C).

4.4.3 Procedimento de coleta de dados

O início da coleta de dados ocorreu por meio de mensagens via e-mail e foi realizada a

identificação do pesquisador e pedido de indicação de outros enfermeiros com perfil de experts

para dar continuidade à pesquisa e os seus objetivos. Após aceite, foi enviando um link que

direcionava para uma planilha eletrônica do “Google Docs” e continha o TCLE e o questionário

semiestruturado eletrônico específico (APÊNDICE C) elaborados no Microsoft Word e a

duração da coleta foi de dois meses (junho e julho de 2016).

4.4.4 Análise dos dados

Após a entrega de todos os questionários respondidos da pesquisa pelos experts, foi

utilizada a escala de média ponderal dos escores idealizada por Fehring (1987). A resposta

assinalada em cada item da escala foi multiplicada por seus respectivos pesos: 1: não pertinente;

2: muito pouco pertinente; 3: de algum modo pertinente; 4: muito pertinente e 5: muitíssimo

33

pertinente. Para cada alternativa é atribuída um peso, sendo respectivamente (1=0; 2=0,25;

3=0,5; 4=0,75; 5=1).

Logo após essa etapa, foram calculadas as médias ponderadas e a realização da

classificação em: média ponderada maior igual a 0,80: características principais; médias entre

0,50 e 0,79: características secundárias e média menor que 0,50 considerada uma característica

irrelevantes. Os dados foram descritos por meio de frequências simples e percentuais quando

categóricas ou proporções quando da validação de conteúdo. Para avaliar diferenças nas

proporções foi utilizado o teste binomial.

4.5 Etapa 2: Validação clínica do diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’

4.5.1 Local e sujeitos da pesquisa

O estudo foi desenvolvido na sala do ambulatório da Liga Acadêmica do Trauma da

UFS-LITRAUMA/REVIVA situado no Hospital Universitário da Universidade Federal de

Sergipe (HU-UFS) em Aracaju SE. Trata-se de um hospital escola vinculado à Universidade

Federal de Sergipe desde 1984, que presta assistência médico-hospitalar de média e alta

complexidade, sendo referência no Sistema Único de Saúde. A responsabilidade pelos

atendimentos das vítimas de TCE foi realizada pelos ligantes e colaboradores.

A LITRAUMA/UFS é um projeto de extensão cadastro na Pró Reitoria de Extensão e

Assuntos Comunitários (PROEX) implantado em 2009 que desenvolve um trabalho

interdisciplinar com ações educativas de prevenção e reabilitação na área específica do TCE.

Possui em sua formação alunos de graduação e pós-graduação, profissionais e professores dos

cursos de Enfermagem, Medicina (Neurocirurgia e Psiquiatria), Fonoaudiologia e Psicologia.

O atendimento na área de reabilitação ocorre às sextas feiras a tarde, por meio de consultas

multidisciplinares.

Em 23 de maio de 2011, por meio do Decreto Municipal de Aracaju Nº 3.470 a

LITRAUMA foi inserida como participante do Comitê Municipal de Mobilização pela Saúde,

Segurança e Paz no trânsito (COMSEPAT) em conjunto com 41 outras entidades públicas e

privadas. Em 22 de abril de 2015, por meio da Portaria 018 publicada no Diário Oficial do

Município de Aracaju. Em 10 de agosto de 2015, a LITRAUMA passou a integrar o Comitê

Gestor Intersetorial do Projeto Vida no Trânsito da Prefeitura Municipal de Aracaju.

A amostra foi constituída de 40 vítimas de TCE subdivididas em dois grupos: TCE leve

(n=20) e TCE moderado (n=20) que foram avaliadas no momento da alta hospitalar com a

34

utilização da Escala de Coma de Glasgow (ECGl) em que o TCE leve possui a pontuação de 13

a 15 pontos e o moderado de 9 a 12 pontos em uma escala máxima de 15 pontos) e foram

atendidos pelo projeto de extensão LITRAUMA/REVIVA. No que concerne aos critérios de

inclusão destacam-se os seguintes: maiores de 18 anos, ter condições cognitivas e expressões

verbais que consigam atender as solicitações no momento de aplicação dos instrumentos de

avaliação. Foram excluídos os pacientes com TCE grave, que apresentaram relatos de

transtornos psiquiátricos e transtornos de humor anteriores ao TCE e desorientados e com

comprometimentos cognitivos no momento da entrevista que foram avaliados por meio da

Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica (Brief Psychiatric Rating Scale-BPRS-Ancorada-1998)

para certificação.

4.5.2 Instrumentos de coleta de dados

A escala BPRS-A, conforme descrição anterior, foi utilizada somente como critério de

exclusão. Foi criada em 1962 por Overall e Gorham, composta inicialmente por 16 itens. Nesse

período uma nova versão foi acrescida de mais dois itens (“excitação e desorientação) sendo

conhecida atualmente pelo seu formato com 18 itens de avaliação. Cada item psicopatológico

da BPRS possui sete níveis de gravidade (ausente, muito leve, leve, moderado, moderado para

grave, grave e muito grave (ANEXO A).

A tradução para o português da BPRS baseou-se na versão ancorada Woerner et al.,

(1998) com os escores de zero a seis para os níveis de gravidade (ROMANO; ELKIS, 1996). A

escala possui uma distinção entre os sintomas objetivos, que são derivados da observação com

comportamento do paciente e aqueles denominados subjetivos que são avaliados a partir do

relato verbal do paciente.

Foi elaborado também um questionário composto por duas partes. A primeira

compreendeu os dados de identificação do paciente e a segunda referiu-se a características

definidoras descritas na NANDA-I (2015-2017) que são: afastamento da situação profissional,

afastamento da situação social, ausência de contato pelo olhar, choro excessivo sem sentir

tristeza, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade para usar expressões faciais,

embaraço relativo à expressão de emoções, expressão de emoções incoerentes com o fator

desencadeador, lágrimas, risadas em excesso sem sentir felicidade, risadas incontroláveis e

risadas involuntárias que possui cinco possibilidades de respostas, numa escala de um a cinco

(muitíssimo característico ou verdadeiro para mim, muito característico para mim, de algum

35

modo característico ou verdadeiro para mim, pouco característico ou verdadeiro para mim, não

é característico ou verdadeiro para mim, respectivamente) (APÊNDICE E).

Assim como o instrumento de validação de conteúdo, o questionário clínico de avaliação

passou por validação da aparência e conteúdo por cinco enfermeiros considerados juízes em

diagnóstico de Enfermagem e ‘Controle Emocional Instável’ com a finalidade de avaliar o

instrumento de coleta de dados a quanto à sua clareza, facilidade de leitura e à apresentação.

Além da análise realizada pelos enfermeiros juízes, o instrumento foi analisado por uma

psiquiatra e uma psicóloga que validaram à pertinência das definições operacionais embasadas

através de levantamento bibliográfico (APÊNDICE F).

4.5.3 Procedimento de coleta de dados

Inicialmente foi enviado à Direção do Hospital Universitário o Termo de

Confidencialidade (APÊNCIDE D) com objetivo de angariar autorização para o acesso aos

prontuários das vítimas de trauma que foram admitidas na pesquisa. O Termo de

Confidencialidade contém os dados da pesquisa e da pesquisadora e assegura o direito a

esclarecimento e anonimato. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa de

Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe pelo Parecer nº 1.486.065.

A identidade e os direitos dos participantes desta pesquisa foram preservados atendendo

a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério

de Saúde - Brasília – DF. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE F), com garantia de recusa a qualquer momento, sem sofrer

qualquer dano.

A pesquisa foi considerada com risco mínimo para os envolvidos no estudo, pois as

perguntas relacionadas as emoções podem causar desconforto. Durante cinco (05) anos, os

dados coletados serão arquivados em local seguro sob a guarda das pesquisadoras.

A coleta de dados teve início com a abordagem dos pacientes e a explicação do propósito

do estudo com ênfase nos objetivos estabelecidos para o estudo. Após o aceite, o paciente foi

convidado a participar da pesquisa com assinatura do TCLE (APÊNDICE F). O instrumento de

avaliação contém a primeira parte de identificação do paciente e a segunda parte consiste do

julgamento das características definidoras do diagnóstico de Enfermagem em estudo e foram

questionadas ao paciente quanto às manifestações no mesmo (APÊNDICE G).

A entrevista foi realizada pelo pesquisador principal no que concerne aos relatos do

paciente. A coleta teve duração de dois meses (agosto e setembro de 2016).

36

A seguir é apresentado uma súmula da coleta de dados no Quadro 2

Quadro 2- Súmula das etapas de validação de conteúdo e clínica.

4.5.4 Análise dos dados

Os dados foram digitados em banco de dados do Microsoft Office Excel 2013 e

analisados no programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) ® versão 21. Os

resultados foram avaliados por meio de estatística descritiva, com a utilização de frequências e

tabelas de contingência para as variáveis nominais e médias de tendência central para as

variáveis quantitativas (média, mediana desvio-padrão e valores mínimo e máximo). Para

comparação de proporções entre grupos foi utilizado o teste Z (dois grupos) e com correção de

Bonferroni (quando 3 grupos).

Por se tratar de características definidoras que possuem natureza cognitiva, sua

relevância foi mensurada pelo cálculo da média ponderada.

Para todo o estudo, o risco alfa ≤ a 5 % de cometer erro tipo I foi considerado.

37

Resultados

38

5 RESULTADOS

Os resultados são apresentados de acordo com cada fase de validação proposta pelo

método de Fehring. A fase de validação de conteúdo e clínica apresentaram características e

resultados distintos e serão descritas por ordem cronológica de acontecimentos do estudo.

5.1 Validação de conteúdo pelos experts

. Conforme a Tabela 1, entre os 31 experts respondentes, 26 (83,8%) eram do sexo

feminino, idade média de 39,81±11,08 anos e tempo de experiência profissional mínimo de

cinco anos e máximo de 40 anos.

Tabela 1 - Caracterização dos experts participantes da etapa validação de conteúdo do

diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ nas vítimas de trauma

cranioencefálico atendidas ambulatorialmente, Aracaju-SE, 2016.

Quanto aos experts respondentes, a quase totalidade cursou Mestrado (96,77%), seguido

do Doutorado (58,06%) e tinha associado a especialização (83,87%) na área de diagnóstico

enfermagem, trauma, TCE e/ou assuntos ligados às emoções. No que concerne a atividade

profissional exercida, 29,03% trabalhavam com ensino, pesquisa e extensão, 32,25 % com

ensino e pesquisa, 6,45% com pesquisa e assistência, igual valor com ensino e assistência,

apenas ensino com 12, 90% e apenas pesquisa 6,45% e outras atividades 6,47%.

Dos 31 experts que responderam à pesquisa, 83,87% identificam diagnóstico de

Enfermagem em sua prática clínica e os que utilizam a Taxonomia da NANDA-I perfizeram o

total de 70,96% seguido da Taxonomia da classificação internacional para a Prática de

Enfermagem (CIPE®) com 9,67% e 19,35% não identificam diagnóstico de Enfermagem em

suas práticas clínicas. Ainda, entre os experts respondentes, quanto a identificação do

diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ na atuação profissional, 3,22% relataram que sempre

identificam, 35,48% frequentemente, 35,48% poucas vezes e nunca 25,80%.

A Tabela 2 apresenta os critérios de Fehring (1994) como necessários para serem

considerados experts e as pontuações elencadas pelo sistema de validação.

Dados dos experts

Média

Mediana

_____________

Desvio Padrão

Valor máx.

Valor mín.

Idade 39,81 36,00 11,08 63,00 28,00

Tempo de experiência 15,61 10,00 11,70 40,00 5,00

39

Tabela 2 - Avaliação obtida pelos experts participantes da pesquisa segundo os critérios de

Fehring (1994) segundo a pontuação obtida, Aracaju-SE, 2016.

Pontuação Frequência ______

(%)

14 1 3,23

13 9 29,03

12 3 9,68

11 4 12,90

10 6 19,35

9 3 9,68

8 1 3,23

6 3 9,68

4 1 3,23

31 (100)

Em relação à pontuação dos experts, 74,19% tiveram uma pontuação igual ou superior

à 11 pontos com variação de 4 a 14 pontos.

Os critérios de eleição para classificação dos experts, bem como a titulação que são

propostas pelo modelo de Fehring seguem na Tabela 3. Segundo os critérios estabelecidos, a

pontuação mínima para ser considerado um expert consiste em quatro pontos.

Tabela 3 - Titulação e critérios necessários para responder à validação de conteúdo dos experts

segundo critérios de Fehring, Aracaju-SE, 2016.

Na Tabela 4 é apresentada a melhor posição do diagnóstico “Controle emocional

instável” na classificação da Taxonomia II da NANDA-I. Com relação à localização do

diagnóstico pertencer ao domínio 5- Cognição/Percepção houve concordância pela grande

maioria (80,65%). Dentre os experts que concordaram parcialmente houve relatos de que o

domínio não especifica a emoção e há necessidade da criação do domínio comportamento.

Critérios n _____

(%)

Titulação de mestre em Enfermagem 30 96,77

Artigo publicado sobre diagnóstico de Enfermagem e com

conteúdo relevante à área em foco 25 80,64

Publicação de artigo sobre diagnóstico de Enfermagem em

periódico de referência 18 58,06

Doutorado versando sobre diagnóstico de Enfermagem 18 58,06

Titulação de mestre em Enfermagem com dissertação

direcionada ao conteúdo relevante ao diagnóstico em estudo 16 51,61

Certificado de prática clínica (especialização) relevante à área do

diagnóstico em estudo 6 19,35

40

Já a localização na classe, 54,84% concordaram com o encontrar-se inserida na classe

4-Cognição/Percepção. Dentre os experts que apontaram sugestões do posicionamento na classe

Taxonomia da NANDA-I houve divergências quanto ao pertencimento da classe e até sugestão

de criação da classe “comportamento”.

Quanto ao enunciado proposto pela NANDA-I a grande maioria dos experts (83,87%)

concordou com a taxonomia. Os concordantes acreditam que o enunciado é condizente com a

sintomatologia identificada nas vítimas de TCE, bem como em outras doenças mentais e

enfatizaram o diagnóstico para a construção do plano terapêutico. Já os que divergiram apontam

que o melhor qualificador seria a permuta da terminologia “instável” por “disfuncional”.

Foi solicitado aos avaliadores que julgassem a definição proposta pela Taxonomia da

NANDA-I acerca do “Controle emocional instável”. Entre os enfermeiros respondentes, mais

da metade concordou com a definição, entretanto, alguns não concordaram com alegação de

que seria necessário optar na definição entre “expressão exagerada” ou “involuntária”, ou até

mesmo a retirada da última. Ademais, houve quem questionasse que a instabilidade emocional

pode ser demonstrada de forma mais contida e não necessariamente com rompantes como exibe

a descrição.

Tabela 4- Avaliação dos experts quanto ao diagnóstico de enfermagem “Controle emocional

instável” acerca do domínio, classe, enunciado e definição na Taxonomia da NANDA-I.

Aracaju-SE, 2016.

Avaliação dos experts acerca do diagnóstico “Controle

emocional instável” pertencer ao domínio 5-cognição

n (%)

Concorda 25 (80,65)

) Concorda parcialmente 5 (16,13)

Não concorda 1 (3,23)

TOTAL 31 (100)

Avaliação dos experts acerca do diagnóstico “Controle

emocional instável” pertencer à Classe 4-Cognição

n (%)

Concorda 17 (54,84)

Concorda parcialmente 12 (38,71)

Não concorda 2 (6,45)

TOTAL 31 (100)

Avaliação dos experts acerca do diagnóstico “Controle

emocional instável” acerca do enunciado

n (%)

41

Concorda 26 (83,87)

Concorda parcialmente 4 (12,90)

Não concorda 1 (3,23)

TOTAL 31 (100)

Avaliação dos expertos acerca do diagnóstico “Controle

emocional instável” acerca da definição

n (%)

Concorda 17 (54,84)

Concorda parcialmente 6 (19,35)

Não concorda 8 (25,81)

TOTAL 31 (100)

A partir das características definidoras propostas pela taxonomia da NANDA-I que

foram geradas após levantamento bibliográfico das mesmas, foi solicitado aos experts que

julgassem a pertinência de cada uma das 13 características que possui o diagnóstico de

Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ conforme Tabela 5. Conforme média geral obtida,

duas características definidoras foram consideradas principais (afastamento da situação social e

expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador) e 11 secundárias (afastamento

da situação profissional, ausência de contato com o olhar, choro excessivo sem sentir tristeza,

choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar expressões faciais, embaraço

relativo à expressão das emoções, lágrimas, risadas em excesso sem sentir felicidade, risadas

incontroláveis e risadas involuntárias. Nenhuma das características avaliadas pelos experts

apresentou escore menor que 0,50 que é considerada uma característica irrelevante. O escore

total do diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ foi de 0,69.

Tabela 5 - Distribuição das características definidora do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’, conforme a pontuação obtida na validação de conteúdo,

Aracaju-SE, 2016

Características definidoras *MP p-valor

MP<0,5

1 - Afastamento da situação profissional: O paciente relata

impossibilidade do desempenho das funções específicas de uma

atividade (ou ocupação), em consequência de alterações

morfopsicofisiológicas provocadas pela lesão cerebral.

0,694 0,015

2 - Afastamento da situação social: Paciente relata que tem dificuldade

para interagir com outras pessoas e muitas vezes comportam-se de forma

estranha em situações sociais afastando-se da situação.

0,806 <0,001

42

3 - Ausência de contato pelo olhar: A falta de contato pode variar desde

um olhar estranho até o constante evitar dos estímulos visuais, ou seja,

desvia os olhares diretos, não olhando nos olhos (não estabelece contato

visual). O paciente desvia o olhar tanto com os familiares e pessoas

próximas quanto no momento da entrevista com o profissional de saúde.

0,613 0,075

4- Choro excessivo sem sentir tristeza: Paciente verbaliza a ocorrência

de episódios de choro que não têm uma clara associação com o

prevalente estado de humor.

0,613 0,075

5 - Choro incontrolável: Paciente verbaliza a ocorrência de episódios de

choro incontrolável, frequentes e breves, que são incongruentes com o

humor ou, mais comumente, congruentes, porém excessivos. As

respostas do choro incontrolável são induzidos por qualquer estímulo

inespecífico ou, quando provocada por estímulo apropriado, a

intensidade da resposta emocional foi fora de proporção com a

intensidade do estímulo.

0,774 <0,001

6 - Choro involuntário: Paciente verbaliza a ocorrência de episódios de

choro independentes ou exagerados, com relação ao estímulo

provocador, com instalação súbita, duração breve (segundos a minutos).

A ocorrência de frequentes episódios de choro de forma súbita e

incontrolável da expressão emocional.

0,766 0,002

7 - Dificuldade para usar expressões faciais 0,605 0,141

8 - Embaraço relativo à expressão das emoções: Paciente verbaliza

vivência amargurada e bastante sofrida da experiência de não conseguir

sentir emoções. Relata saber que deveria estar se emocionando em

determinada situação, mas não consegue.

0,629 0,075

9 - Expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador:

Paciente verbaliza estado no qual ocorre mudança súbita e imotivadas

de humor, sentimentos e emoções. O indivíduo oscila de forma abrupta,

rápida e inesperada de um estado afetivo para o outro. Mudanças rápidas

e imotivadas das emoções e sentimentos, que ocorre na maioria das

vezes diante de estímulos reais, porém de forma desproporcional e

exagerada e oscilação de uma reação emocional para outra.

0,815 <0,001

10 - Lágrimas: Eliminação lacrimal caracterizada por liberação de

substâncias por meio das lágrimas.

0,581 0,141

11 - Risadas em excesso sem sentir felicidade: Paciente verbaliza

episódios de risos que não têm uma clara associação com o prevalente

estado de humor.

0,718 0,005

12 - Risadas incontroláveis: Paciente verbaliza episódios de riso

incontroláveis, frequentes e breves, que são incongruentes com o humor

ou, mais comumente, congruentes, porém excessivos. As respostas do

riso incontrolável são induzidas por qualquer estímulo inespecífico ou,

0,702 0,015

43

quando provocada por estímulo apropriado, a intensidade da resposta

emocional foi fora de proporção com a intensidade do estímulo.

*MP= Média Ponderada

5.2 Validação clínica

A etapa de validação clínica foi constituída por 40 pacientes em dois grupos distintos de

TCE leve (n=20) e TCE moderado (n=20). Dos participantes, 70% eram do sexo masculino,

com idade média de 40±14,25 anos, mediana de 38 anos, desvio padrão de 14,25. Foi verificado

que mais da metade (52,5%) possuía entre 5 a 8 anos de estudos seguidos de 40 % que relataram

ter entre 9 a 11 anos de estudos e 5% mais que 11 anos de estudo o que confirma a baixa

escolaridade dos sujeitos que compuseram o estudo como mostra a Tabela 6.

Tabela 6- Caracterização dos pacientes quanto ao sexo, idade e anos de estudo das vítimas de

trauma cranioencefálico, Aracaju-SE, 2016.

Variáveis n (%) Média Mediana ______________

Desvio padrão

Sexo

Masculino 28 70

Feminino

12 30

Idade (anos) 40 38 14,25

20-29 12 30

30-39 10 25

40-49 10 25

50-59 4 10

60-69 3 7,5

80-89 1 2,5

Anos de estudo 8,9 9 2,45

Zero 1 2,5

5 a 8 21 52,5

9 a 11 16 40

Maior que 11

anos

2 5

As características consideradas principais para o grupo de TCE leve foram: afastamento

da situação profissional, afastamento da situação social, embaraço relativo à expressão das

emoções, expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador. Já os secundários:

44

ausência no contato pelo olhar, choro excessivo sem sentir tristeza, choro incontrolável, choro

involuntário, dificuldade de usar expressões faciais e lágrimas e as irrelevantes concerne a risada

em excesso sem sentir felicidade, risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

Quanto ao grupo de TCE moderado foram identificadas as seguintes características

principais: afastamento da situação profissional, afastamento da situação social, choro

excessivo sem sentir tristeza, embaraço relativo à expressão das emoções, expressão de emoções

incoerentes com o fator desencadeador. Sete características definidoras foram consideradas

secundárias: ausência no contato pelo olhar, choro incontrolável, choro involuntário,

dificuldade de usar expressões faciais, lágrimas, risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

Tem-se como escore total para os grupos de TCE leve moderado o escore total de 0,74

considerado validado para a Taxonomia da NANDA-I. Para comparação de proporções entre

grupos foi utilizado o teste Z (dois grupos) elencadas na Tabela 07 a seguir.

Tabela 07 - Distribuição das médias ponderadas obtidas da pontuação dos pacientes às

características definidoras do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional

Instável’ dos grupos de pacientes com TCE leve e TCE moderado, Aracaju-SE,

2016.

Características definidoras

Amplitude Média ponderada _______ Desvio padrão

Mín. Máx. TCE

leve

TCE

Moderado

TCE

leve

TCE

Moderado

1-Afastamento da situação

profissional:

0 1 0,95 0,98 0,22 0,05

2-Afastamento da situação

social

0,5 1 0,80 0,86 0,17 0,12

3-Ausência de contato pelo

olhar

0 1 0,62 0,53 0,19 0,18

4-Choro excessivo sem sentir

tristeza

0 1 0,77 0,86 0,29 0,12

5-Choro incontrolável. 0 1 0,77 0,70 0,29 0,17

6-Choro involuntário da

expressão emocional.

0 1 0,66 0,72 0,28 0,17

7-Difuldade em usar

expressões faciais

0,25 1 0,66 0,52 0,14 0,13

8-Embaraço relativo à

expressão das emoções

0 1 0,80 0,93 0,29 0,11

9-Expressão de emoções

incoerentes com o fator

0,75 1 0,90 0,98 0,12 0,05

10-Lágrimas 0 1 0,61 0,73 0,24 0,12

11-Risadas em excesso sem

sentir felicidade

0 0,5 0,15 0,05 0,17 0,10

12-Risadas incontroláveis 0 0,25 0,08 0,97 0,12 0,07

13-Risadas involuntárias 0 0,75 0,16 0,88 0,23 0,12

45

A Tabela 08 demonstra as médias ponderadas da validação clínica do grupo de TCE leve

e TCE moderado. Para o grupo de TCE leve, ‘Risadas em excesso sem sentir felicidade”,

“Risadas incontroláveis” e Risadas involuntárias” segundo média ponderada, foram

características irrelevantes (MP<0,5). No grupo de TCE moderado, a característica irrelevante

foi apenas “Risadas em excesso sem sentir felicidade”.

Tabela 08 - Distribuição das características definidoras do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ com os escores segundo grupo de pacientes com

TCE leve e moderado, Aracaju-SE, 2016.

TCE (Média

ponderada)

TCE leve TCE

Moderado

Características

definidoras

Leve Moderado p-valor*

(MP<0,5)

p-valor*

(MP<0,5)

p-valor**

Afastamento da

situação profissional 0,950 0,988 0,000 0,000 0,248

Afastamento da

situação social 0,800 0,863 0,001 0,000 0,299

Ausência de contato

pelo olhar 0,625 0,538 0,132 0,412 0,713

Choro excessivo sem

sentir tristeza 0,775 0,863 0,006 0,000 0,236

Choro incontrolável 0,700 0,700 0,021 0,021 0,500

Choro involuntário 0,663 0,725 0,058 0,021 0,334

Dificuldade para usar

expressões faciais 0,663 0,525 0,058 0,412 0,812

Embaraço relativo à

expressão das emoções 0,800 0,938 0,001 0,000 0,099

Expressão de emoções

incoerentes com o

fator desencadeador

0,900 0,988 0,000 0,000 0,115

Lágrimas 0,613 0,738 0,132 0,021 0,199

Risadas em excesso

sem sentir felicidade 0,150 0,050 0,999 1,000 0,854

Risadas incontroláveis 0,088 0,975 1,000 0,000 0,000

Risadas involuntárias 0,163 0,888 0,999 0,000 0,000

* Teste Binomial;

**Teste Z;

Foi realizada uma análise comparativa dos escores das características definidoras do

estudo em questão no que concerne à validação de conteúdo realizada pelos experts e a

validação clínica que foi dividida em dois grupos distintos conforme a tabela 09. Para

46

comparação de proporções entre grupos foi utilizado o teste Z (dois grupos) e com correção de

Bonferroni (quando três grupos).

Tabela 09- Comparação dos grupos: experts, TCE leve e moderado acerca das características

definidoras do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’,

segundo os escores obtidos na validação de conteúdo e validação clínica, Aracaju-

SE, 2016.

Características definidoras

___________

IVC

Experts TCE

Leve

TCE

Moderado

Afastamento da situação profissional 0,694a 0,950b 0,988b

Afastamento da situação social 0,806 0,800 0,863

Ausência de contato pelo olhar 0,613 0,625 0,538

Choro excessivo sem sentir tristeza 0,613 0,775 0,863

Choro incontrolável 0,774 0,700 0,700

Choro involuntário 0,766 0,663 0,725

Dificuldade para usar expressões faciais 0,605 0,663 0,525

Embaraço relativo à expressão das emoções 0,629a 0,800a,b 0,938b

Expressão de emoções incoerentes com o fator

desencadeador

0,815 0,900 0,988

Lágrimas 0,581 0,613 0,738

Risadas em excesso sem sentir felicidade 0,718a 0,150b 0,050b

Risadas incontroláveis 0,702b 0,088a 0,975c

Risadas involuntárias 0,677b 0,163a 0,888b

a,b,c Subgrupos distintos a 5% para o teste Z de Bonferroni.

As características definidoras que obtiveram escores discordantes nas validações

(conteúdo, clínica dos grupos de TCE leve e moderado) afastamento da situação profissional,

embaraço relativo à expressão das emoções, risadas em excesso sem sentir felicidade, risadas

incontroláveis e risadas involuntária o que denota percepções diferentes entre o avaliador e o

avaliado.

47

Discussão

48

7 DISCUSSÃO

A validação de conteúdo se fundamenta na opinião de experts sobre o tema em estudo,

portanto a identificação e a escolha desses profissionais tornam-se o cerne em pesquisas que

utilizam essa abordagem metodológica. Dessa maneira a escolha inadequada dos critérios de

seleção dos experts interfere na fidedignidade dos resultados, já que cabe a esses a função de

julgar o quanto cada componente estudado representa a categoria diagnóstica em questão e,

consequentemente, o que deverá ser investigado na validação clínica (GALDEANO; ROSSI;

SANTOS; DANTAS, 2016.).

No que concerne à identificação do diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ na

atuação profissional do enfermeiro, apenas 3,22% relatou que “sempre” havia identificado o

diagnóstico e 25,80% mencionaram que “poucas vezes ou nunca”. Como o diagnóstico estudado

foi inserido pela primeira vez na 10ª edição da NANDA-I (2015-2017), constitui-se de um

diagnóstico novo na prática dos enfermeiros e sua identificação pode ser despercebida pelos

profissionais, o que evidencia a necessidade da melhoria da percepção para identificá-lo nas

vítimas de TCE.

Em concordância com a avaliação dos experts, as duas características definidoras

consideradas principais foram o afastamento da situação social (0,80) e expressão de emoções

incoerentes com o fator desencadeador (0,81) que segundo o modelo adotado pelo estudo os

considera como adequados. São consequências comuns do TCE tanto o descontrole emocional

quanto o comportamental e se caracterizam pelas consequências incapacitantes que acarretam

as vítimas (JORGE; ARCINIEGAS, 2014).

Visando a resolução dessas consequências, o entendimento do fenômeno bem como sua

epidemiologia são necessárias com avaliações psicométricas válidas e confiáveis. Esses

descontroles ocorrem em alguns casos simultaneamente a outras perturbações

neuropsiquiátricas que necessitam de tratamento concomitante para reduzir a frequência e a

gravidade dos sintomas. O controle desses sintomas proporciona às vítimas com TCE e seus

familiares um alívio pós-trauma dos descontroles emocionais e comportamentais

(ARCINIEGAS; WORTZEL, 2014).

Conforme a média geral ponderada obtida após o julgamento dos experts, 11

características definidoras foram classificadas como secundárias por estarem compreendidas no

intervalo entre 0,51 e 0,79 do método de Fehring (1987) que as considera secundárias:

afastamento da situação profissional, ausência de contato com o olhar, choro excessivo sem

sentir tristeza, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar expressões faciais,

49

embaraço relativo à expressão das emoções, lágrimas , risadas em excesso sem sentir felicidade,

risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

Dentre as características definidoras o “afastamento da situação profissional” foi

classificado como principal pelos experts. As consequências do TCE, a exemplo da falta de

autonomia para locomoção, o comprometimento cognitivo e o estado depressivo foram

associados ao não retorno do trabalho durante o primeiro ano após a lesão. Para que as vítimas

possam retornar ao trabalho após trauma, as intervenções de reabilitação devem ser incluídas

tanto no tratamento físico e cognitivo, bem como nos ajustes psicossociais (CHIEN;

HWANGD; LINA, 2017).

O descontrole emocional é uma consequência comum do TCE e inclui riso e choro

patológico, labilidade afetiva e irritabilidade como manifestações. Esse descontrole é um

problema agudo ou crônico comum entre pessoas com TCE independente da gravidade, todavia

tais sintomas são solucionados com acompanhamento adequado (ARCINIEGAS; WORTZEL,

2014).

Além da labilidade afetiva, a irritabilidade e sintomas associados como o aborrecimento,

a impaciência, raiva, perda de temperamento tendem a aumentar quer seja em frequência ou

gravidade após o TCE (YANG et al., 2013). Os pacientes que possuem a irritabilidade não a

experimentam de forma sustentada e são independentes do contexto ou raiva com o fator

desencadeador (ARCINIEGAS; WORTZEL, 2014).

As características definidoras validadas ratificaram os achados científicos no que

concerne a mudança de humor e variação das emoções como o choro e riso desses pacientes. A

depressão pós-lesão é uma característica que afeta a qualidade de vida dos indivíduos um ano

pós ocorrência do trauma. Para tanto, os enfermeiros devem fornecer orientações aos pacientes

ainda na fase aguda da lesão, a exemplo do aparecimento de sintomas como a tristeza e

encaminhá-los a cuidados específicos (RICHMOND et al., 2014).

A labilidade emocional afeta não apenas as pessoas acometidas pelo TCE, mas também

seus familiares e cuidadores. Comparou-se à percepção dos pacientes e cuidadores vários meses

após o trauma e percebeu-se que ambos eram pessimistas quanto às sequelas da lesão. Os

cuidadores que não compartilhavam suas responsabilidades tinham percepções mais negativas

do que aqueles que compartilhavam com outras pessoas. De modo semelhante, as intervenções

devem destacar as necessidades dos pacientes e cuidadores após lesão (LEE et al., 2016).

Dentre as 13 características definidoras avaliadas pelos experts nenhuma foi considerada

irrelevante.

50

Na validação clínica com os pacientes de TCE, as características definidoras do

diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ consideradas como principais coincidiram nos dois

grupos, exceto o choro excessivo sem sentir tristeza, validado clinicamente somente no grupo

moderado. As demais assim intituladas: afastamento da situação profissional, afastamento da

situação social, embaraço relativo à expressão das emoções e expressão de emoções incoerentes

com o fator desencadeador.

Quanto ao afastamento da situação profissional vale destacar que o retorno à atividade

laboral após TCE é uma grande preocupação clínica e de saúde pública devido suas implicações

físicas, psicológicas e de saúde social (SALTYCHEV et al., 2013).

Estudo comparativo da capacidade de cinco medidas de gravidade da lesão para previsão

do retorno ao trabalho após TCE evidenciou pacientes sem autonomia para locomoção,

comprometimento cognitivo e estado depressivo como fatores associados ao não retorno ao

trabalho após um ano de TCE (CHIENA et al., 2017).

O descontrole emocional e/ou comportamental também se caracteriza pelas

consequências incapacitantes que acarretam os pacientes. Eles ocorrem em alguns casos

simultaneamente a outras perturbações neuropsiquiátricas e necessitam de tratamento

simultâneo para reduzir a frequência e gravidade dos sintomas. O controle desses sintomas

proporciona as pessoas com TCE e seus familiares um alívio pós-trauma (ARCINIEGAS;

WORTZEL, 2014).

A labilidade afetiva entre pessoas com TCE é altamente variável no que concerne ao

tipo de caso, métodos avaliativos, gravidade da lesão, tempo decorrido desde à lesão até o

momento da avaliação. Entre as pessoas com TCE leve, a labilidade afetiva pode ser alta na

primeira semana até três meses após o trauma ocorrido (VILLEMURE; NOLIN; LE SAGE;

2011).

Quanto a irritabilidade observou-se que é auto referida pelos pacientes como aumentada

no grau leve em comparação aos graus moderados e graves. Em contrapartida, para os

cuidadores a irritabilidade independente do grau de gravidade, o que sugere discrepância de

percepções (YANG et al., 2013).

Os pacientes que possuem irritabilidade após o TCE de forma exacerbada aos eventos

cotidianos não a experimentam de forma contínua e sua ocorrência independe do contexto ou

raiva como fator desencadeador (ARCINIEGAS; WORTZEL, 2014).

O descontrole comportamental emana uma tendência de agir impulsivamente em

resposta à estímulos externos que podem incluir a desinibição e agressão para além de

problemas semelhantes. Esse descontrole pode ocorrer concomitante ao descontrole emocional

51

e tem um caráter de doença neuropsiquiátrica (ARCINIEGAS; ANDERSON; FILLEY, 2013;

HAMMOND; BICKETT; NORTON; PERSHAD, 2014).

Em relação ao choro excessivo sem sentir tristeza nos grupos estudados, tal

característica foi elencada como principal apenas no grupo de TCE moderado. Ressalta-se que

o descontrole emocional é uma consequência comum do TCE e inclui riso e choro patológico,

labilidade afetiva e irritabilidade como uma das manifestações. Esse descontrole é um problema

agudo e crônico comum entre pessoas com TCE, notadamente o moderado ou grave

(ARCINIEGAS; WORTZEL, 2014).

É importante destacar que os sintomas de riso e choro patológico ainda não estão bem

estabelecidos. A frequência relatada durante o primeiro ano após o trauma é de 5 a 11% e os

relatos clínicos indicam que esse percentual pode variar e diminuir no período mais tardio pós-

lesão (LAUTERBACH; CUMMINGS; KUPPUSWAMY, 2013; TATENO; JORGE;

ROBINSON, 2004).

Por conseguinte, o ‘Controle Emocional Instável’ configura-se como uma consequência

evidente nas vítimas de TCE com notória diminuição da qualidade de vida não apenas aos

acometidos, como também seus familiares.

Desponta a necessidade de profissionais da saúde, em especial os enfermeiros, com

conhecimento específico para identificação precoce desses sinais e sintomas com vistas à

criação de um plano de cuidados voltados ao tratamento dessas vítimas.

52

Conclusão

53

6 CONCLUSÃO

Na validação de conteúdo, o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’,

de acordo com os experts, deve pertencer ao domínio 5-Cognição e à classe 4 – Cognição. O

enunciado ‘Controle Emocional Instável’ foi claro para a grande maioria. A definição ‘Controle

Emocional Instável’ foi considerada adequada. Quanto à estrutura taxonômica maioria dos

experts considerou o domínio 05 (Percepção/cognição), a Classe 4 (Cognição) e o enunciado

(Controle emocional instável) adequados ao diagnóstico.

Duas características definidoras foram consideradas principais (afastamento da situação

social e expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador) e 11 secundárias

(afastamento da situação profissional, ausência de contato com o olhar, choro excessivo sem

sentir tristeza, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar expressões faciais,

embaraço relativo à expressão das emoções, lágrimas, risadas em excesso sem sentir felicidade,

risadas incontroláveis e risadas involuntárias. O escore total do diagnóstico ‘Controle

Emocional Instável’ foi de 0,69.

Na etapa de validação clínica, as características consideradas principais para o grupo de

TCE leve foram: afastamento da situação profissional, afastamento da situação social, embaraço

relativo à expressão das emoções, expressão de emoções incoerentes com o fator

desencadeador. Já os secundários: ausência no contato pelo olhar, choro excessivo sem sentir

tristeza, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar expressões faciais e

lágrimas e as irrelevantes concerne a risada em excesso sem sentir felicidade, risadas

incontroláveis e risadas involuntárias.

No grupo de TCE moderado foram identificadas as seguintes características principais:

afastamento da situação profissional, afastamento da situação social, choro excessivo sem sentir

tristeza, embaraço relativo à expressão das emoções, expressão de emoções incoerentes com o

fator desencadeador. Sete características definidoras foram consideradas secundárias: ausência

no contato pelo olhar, choro incontrolável, choro involuntário, dificuldade de usar expressões

faciais, lágrimas, risadas incontroláveis e risadas involuntárias.

O escore total para o grupo de TCE leve e TCE moderado foram iguais: 0,74,

considerado válido para a Taxonomia da NANDA-I. Conclui-se que são evidências fortes do

diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ o afastamento da situação profissional, afastamento

da situação social, embaraço relativo à expressão das emoções, expressão de emoções

incoerentes com o fator desencadeador nos pacientes com TCE leve e moderado.

54

Referências

55

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60

Apêndices

61

APÊNDICE A –Refinamento do Instrumento de Coleta de dados da Validação de conteúdo

por especialistas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prezado (a) Enfermeiro (a),

Estamos realizando um estudo denominado “Validação do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas

ambulatorialmente” e gostaríamos de solicitar à sua ajuda para a avaliação do instrumento a ser

destinado à coleta de dados pelos enfermeiros experts com o intuito de realizar a validação do

conteúdo do diagnóstico em estudo.

O instrumento que irá realizar a validação do conteúdo segue o modelo proposto por

Fehring (1987)* e nesse momento estamos realizando a validação da aparência e conteúdo desse

instrumento. A sua avaliação deve ser efetuada quanto à apresentação do instrumento, facilidade

de leitura, clareza e objetividade no intuito de validação de aparência e conteúdo e será de

grande importância devido ao seu conhecimento e experiência clínica para realizar o

refinamento do instrumento antes da avaliação pelos experts.

O modelo proposto consiste na obtenção de opiniões de enfermeiros experts em

determinada área/assunto em relação ao grau em que determinadas características definidoras

representam um diagnóstico de Enfermagem.

Doutoranda: Profª Ma. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos ([email protected])

Orientadora: Profª Dra. Edilene Curvelo Hora Mota ([email protected])

*FEHRING; R.J. Methods to validate nursing diagnoisis. Heart & Lung, v. 16, n. 6, p. 625-9, Nov, 1987.

62

ROTEIRO DE REFINAMENTO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

1. A avaliação para o enunciado, definição, e estrutura taxonômica é apresentada de forma

clara e objetiva? As opções de respostas são suficientes para o experto expressar a sua

opinião?

2. As características definidoras são suficientes para representar o diagnóstico de

Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’?

3. Em sua opinião, existem outras características definidoras que poderiam acrescentadas

no instrumento? Quais?

4. As definições operacionais estão descritas de forma clara e objetiva? Representam

coerentemente as características definidoras?

5. Alguma alteração deverá ser feita para melhorar o instrumento?

ASPECTOS GERAIS

ITENS/AVALIAÇÃO Compreensão Formato/

Apresentação

Pertinência Sugestões

Título do instrumento ( )Sim

( )Não

( ) Adequado

( ) Inadequado

( )Sim

( )Não

Aparência do

Instrumento

( )Sim

( )Não

( ) Adequado

( ) Inadequado

( )Sim

( )Não

Identificação do sujeito ( )Sim

( )Não

( ) Adequado

( ) Inadequado

( )Sim

( )Não

Orientações oferecidas ( )Sim

( )Não

( ) Adequado

( ) Inadequado

( )Sim

( )Não

Conceitos utilizados ( )Sim

( )Não

( ) Adequado

( ) Inadequado

( )Sim

( )Não

63

ITENS DO INSTRUMENTO

Características

definidoras

Rótulo Formato/

Apresentação

Conceito

Apresentado

Sugestões

1. Afastamento da

situação profissional

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

2. Afastamento da

situação social

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

3. Ausência de

contato pelo olhar

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

4.Choro excessivo

sem sentir tristeza

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

5.Choro

incontrolável

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

6. Choro

involuntário

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

7. Dificuldade para

usar expressões

faciais

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

8.Embaraço relativo

à expressão das

emoções

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

9. Expressão de

emoções incoerentes

com o fator

desencadeador

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

10. Lágrimas ( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

11. Risadas em

excesso sem sentir

felicidade

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

12. Risadas

incontroláveis

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

13. Risadas

involuntárias

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

( ) Adequado

( ) Inadequado

64

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- Para enfermeiros experts

(Validação de conteúdo)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

I – Termo de Consentimento

Estamos realizando uma pesquisa intitulada “Validação do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas

ambulatorialmente” que tem como objetivo realizar a validação por especialistas e validação

clínica do referido diagnóstico.

Caso aceite em participar do nosso estudo, o senhor (a) deverá responder um

questionário constituído de duas partes, em que a primeira será de identificação e a segunda

referirá à sua avaliação sobre alguns componentes do diagnóstico ‘Controle Emocional

Instável’. O material será enviado por correio eletrônico (e-mail) ou correios, de acordo com a

sua preferência.

As informações obtidas serão confidenciais e utilizadas apenas com propósito científico,

conforme recomenda a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O senhor (a) não terá quaisquer despesa, benefícios ou direitos financeiros pela sua

participação nesse estudo. Os resultados serão publicados com garantia de anonimato dos

sujeitos da pesquisa. Você poderá ter acesso, a qualquer tempo, aos dados da pesquisa,

eliminando possíveis dúvidas.

Além de que o senhor (a) tem a liberdade de desistir a qualquer momento, deixando de

participar da pesquisa, sem qualquer prejuízo, e poderá ter acesso, a qualquer tempo, às

informações sobre a pesquisa, eliminando possíveis dúvidas. Os resultados serão publicados

com garantia de anonimato dos sujeitos da pesquisa.

II– Informações dos nomes, endereços e telefones dos responsáveis pelo acompanhamento

da pesquisa.

1. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos. Profª. Ma. Departamento de Enfermagem da

Universidade Federal de Sergipe. Campus Prof. Antônio Garcia Filho: Avenida Universitária

Marcelo Deda Chagas,13, Jardim Campo Novo, Lagarto-SE, Brasil. Telefone (79) 99868789.

2. Edilene Curvelo Hora Mota. Profª. Drª do Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista, SN – Bairro: Sanatório – Aracaju/Se. Telefones (79)

2105-1813 (comercial).

III – Consentimento pós-esclarecido

Declaro que, após convenientemente esclarecido(a) pela pesquisadora, e, tendo entendido o

que me foi explicado, consinto a referida pesquisa.

Aracaju/Se, ______ de _________________ de 2016

_______________________________ __________________________________

Assinatura Assinatura da pesquisadora

65

APÊNDICE C – Instrumento de coleta de dados da Validação de Conteúdo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prezado (a) Enfermeiro (a),

Estamos realizando um estudo denominado “Validação do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas

ambulatorialmente” cujo o propósito é validar e aperfeiçoar o referido diagnóstico. A primeira

fase do estudo foi efetuada por meio de uma revisão integrativa com a realização da análise do

conceito do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’.

Para colaborar com o presente estudo, pedimos a gentileza de responder ao instrumento

que tem por objetivo de realizar a validação do conteúdo por especialistas no que concerne as

características definidoras do diagnóstico estudado, pertinência do seu enunciado, definição e

sua disposição na taxonomia proposta pela NANDA-I (2015-2017).

O instrumento de avaliação é composto por duas partes, cuja primeira relaciona-se à

caracterização do respondente e a segunda a validação do diagnóstico de Enfermagem a ser

validado ‘Controle Emocional Instável’.

O material após avaliação deverá ser devolvido, exceto uma das cópias do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que deverá ficar com o senhor (a). O material

devidamente preenchido deverá ser colocado em envelope selado, lacrado e encaminhado à

postagem no prazo (30 dias a contar à data de recebimento do mesmo). Caso seja da sua

preferência, poderá enviar todo o material por e-mail (O TCLE deve ser escaneado com a sua

assinatura e o instrumento após respondido em formato PDF). O endereço eletrônico para

devolução é: [email protected]

Agradecemos a sua valiosa contribuição e nos colocamos à disposição para quaisquer

esclarecimentos.

Doutoranda: Profª Ma. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos ([email protected])

Orientadora: Profª Dra. Edilene Curvelo Hora Mota ([email protected])

66

PARTE 1: CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

1. Idade (anos completos): _____________________________________________________

2. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

3. Tempo de experiência profissional (em anos completos):____________________________

4. Atividade profissional (pode ser escolhida mais de uma opção):

( ) Ensino ( ) Pesquisa ( ) Assistência ( ) Outra: ___________________________

5. O Trabalho de Conclusão de Curso ou Monografia de graduação refere-se aos temas de

“diagnóstico de Enfermagem, traumatismo cranioencefálico e/ou controle emocional”?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não realizei

6. Realizou especialização?

( ) Sim ( ) Não

7. Em caso afirmativo, seu Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização refere-se aos

temas de “diagnóstico de Enfermagem, traumatismo cranioencefálico e/ou controle

emocional”?

( ) Sim ( ) Não

8. Realizou Mestrado?

( ) Sim ( ) Não

9. Em caso afirmativo, sua dissertação envolve temas de “diagnóstico de Enfermagem,

traumatismo cranioencefálico e/ou controle emocional”?

( ) Sim ( ) Não

10. Realizou Doutorado?

( ) Sim ( ) Não

11. Em caso afirmativo, sua tese envolve temas de “diagnóstico de Enfermagem, traumatismo

cranioencefálico e/ou controle emocional”?

( ) Sim ( ) Não

12. Possui trabalhos publicados em periódicos sobre os temas de “diagnóstico de Enfermagem,

traumatismo cranioencefálico e/ou controle emocional”?

( ) Sim. Quantidade________________ ( ) Não

13. Possui trabalhos apresentados em eventos científicos sobre os temas de “diagnóstico de

Enfermagem, traumatismo cranioencefálico e/ou controle emocional”?

( ) Sim. Quantidade________________ ( ) Não

14. Em sua prática clínica identifica diagnóstico de Enfermagem cotidianamente?

( ) Sim ( ) Não

67

15. Em caso afirmativo qual classe utiliza?

( ) NANDA-I ( ) CIPE® ( ) Omaha ( ) Outra. Especificar____________________

16. Já identificou o diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’ em sua prática clínica?

( ) Nunca ( ) Poucas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre

PARTE 2: VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

‘Controle Emocional Instável’.

1. O primeiro item se refere ao ENUNCIADO do diagnóstico ‘Controle Emocional Instável’.

Na tabela abaixo, ao coluna da esquerda apresenta o enunciado proposto pela NANDA-I, a

coluna do centro é destinado à sua opinião quanto à concordância do mesmo e, a da direita,

contém um espaço destinado a comentários.

Enunciado proposto pela

NANDA-I (2015)

‘Controle Emocional

Instável’

( ) concordo

( ) concordo parcialmente

( ) não concordo

Comentários:

2. A definição de um diagnóstico deve ser consistente com o título, oferecendo uma descrição

clara e precisa do conceito. Leia atentamente a DEFINIÇÃO do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ e dê a sua opinião. Na tabela abaixo, ao coluna da esquerda

apresenta a definição proposta pela NANDA-I, a coluna do centro é destinado à sua opinião

quanto à concordância do mesmo e, a da direita, contém um espaço destinado a comentários.

Definição proposta pela

NANDA-I (2015)

Rompantes incontroláveis de

expressão emocional

exagerada e involuntária.

( ) concordo

( ) concordo parcialmente

( ) não concordo

Comentários:

3. A estrutura taxonômica da NANDA-I é dividida em três níveis: domínios, classes e

diagnóstico de Enfermagem. Um domínio é uma esfera de atividade, estudo ou interesse; classe

é uma subdivisão de um grupo maior por qualidade, classificação ou grau. A tabela seguinte

apresenta na coluna da esquerda o domínio em que o diagnóstico de Enfermagem ‘Controle

Emocional Instável’ está alocado e as classes pertencentes a este domínio. A coluna central é

destinada a sua opinião e da direita a comentários.

68

Domínio proposto pela

NANDA-I (2015)

Domínio 5-

Percepção/Cognição

Sistema humano de

processamento de

informações que inclui

atenção, orientação,

sensações, percepção,

cognição e comunicação.

( ) concordo

( ) concordo parcialmente

( ) não concordo

Comentários:

Classes (NANDA-I, 2015)

Classe 1-Atenção:

Disposição mental para

perceber ou observar

Classe 2-Orientação:

percepção de tempo, local e

pessoa

Classe 3-

Sensação/percepção:

recebimento de informações

pelos sentidos do tato,

paladar, olfato, visão,

audição e cinestesia e a

compreensão de dados

sensoriais, resultando em

atribuição de nomes,

associação e/ou

reconhecimento de padrão

Classe 4-Cognição: Uso da

memória, aprendizagem,

raciocínio, solução de

problemas, abstração,

julgamento, insight,

capacidade intelectual,

cálculos e linguagem

Classe 5- Comunicação:

Envio e recebimento de

informações verbais e não

verbais

Você concorda que o

diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional

Instável’ pertence à classe 4-

Cognição?

( ) concordo

( ) concordo parcialmente

( ) não concordo

Comentários:

69

4. Com base no seu conhecimento e experiência profissional, assinale a opção que melhor

represente sua opinião em relação a característica definidora (CD) do diagnóstico de

Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’. As respostas estão constituídas por cinco

possibilidades, que correspondem ao grau que cada CD caracteriza a categoria ‘Controle

Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas ambulatorialmente.

Assinalar apenas uma alternativa para cada CD;

Caso queria acrescentar uma CD diferente das apresentadas, faça-o no final, no item

sugestões, fundamentando a inclusão.

CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS E SUA RESPECTIVA FUNDAMENTAÇÃO

1. Afastamento da situação profissional

Definição operacional: O paciente relata impossibilidade do desempenho das funções

específicas de uma atividade (ou ocupação), em consequência de alterações

morfopsicofisiológicas provocadas pela lesão cerebral.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

2. Afastamento da situação social

Definição operacional: Paciente relata que tem dificuldade para interagir com outras pessoas

e muitas vezes comportam-se de forma estranha em situações sociais afastando-se da situação.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

3. Ausência de contato pelo olhar

Definição operacional: A falta de contato pode variar desde um olhar estranho até o constante

evitar dos estímulos visuais, ou seja, desvia os olhares diretos, não olhando nos olhos (não

estabelece contato visual). O paciente desvia o olhar tanto com os familiares e pessoas próximas

quanto no momento da entrevista com o profissional de saúde.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

4. Choro excessivo sem sentir tristeza

Definição operacional: Paciente verbaliza a ocorrência de episódios de risos que não têm uma

clara associação com o prevalente estado de humor .

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

70

5.Choro incontrolável

Definição operacional: Paciente verbaliza a ocorrência de episódios de choro incontrolável,

frequentes e breves, que são incongruentes com o humor ou, mais comumente, congruentes

porém excessivos. As respostas do choro incontrolável são induzidos por qualquer estímulo

inespecífico ou, quando provocada por estímulo apropriado, a intensidade da resposta

emocional foi fora de proporção com a intensidade do estímulo.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

6. Choro involuntário

Definição operacional: Paciente verbaliza a ocorrência de episódios de choro independentes

ou exagerados, com relação ao estímulo provocador, com instalação súbita, duração breve

(segundos a minutos). A ocorrência de frequentes episódios de choro de forma súbita e

incontrolável da expressão emocional.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

7. Dificuldade para usar expressões faciais

Definição operacional: Paciente relata possuir problemas ao usar expressões faciais e ao

gesticular, bem como podem apresentar dificuldade para compreender a linguagem corporal e

a linguagem dentro de um determinado contexto.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

8. Embaraço relativo à expressão das emoções

Definição operacional: Paciente verbaliza vivência amargurada e bastante sofrida da

experiência de não conseguir sentir emoções. Relata saber que deveria estar se emocionando

em determinada situação, mas não consegue.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

9. Expressão de emoções incoerentes com o fator desencadeador

Definição operacional: Paciente verbaliza estado no qual ocorre mudança súbita e imotivadas

de humor, sentimentos e emoções. O indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de

um estado afetivo para o outro. Mudanças rápidas e imotivadas das emoções e sentimentos, que

ocorre na maioria das vezes diante de estímulos reais, porém de forma desproporcional e

exagerada e oscilação de uma reação emocional para outra.

71

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

10. Lágrimas

Definição operacional: Eliminação lacrimal caracterizada por liberação de substâncias por

meio das lágrimas.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

11. Risadas em excesso sem sentir felicidade

Definição operacional: Paciente verbaliza episódios de risos que não têm uma clara associação

com o prevalente estado de humor.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

12. Risadas incontroláveis

Definição operacional: Paciente verbaliza episódios de riso incontroláveis, frequentes e

breves, que são incongruentes com o humor ou, mais comumente, congruentes, porém

excessivos. As respostas do riso incontrolável são induzidos por qualquer estímulo inespecífico

ou, quando provocada por estímulo apropriado, a intensidade da resposta emocional foi fora de

proporção com a intensidade do estímulo.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

13. Risadas involuntárias

Definição operacional: Paciente verbaliza episódios de risos independentes ou exagerados,

com relação ao estímulo provocador, com instalação súbita, duração breve (segundos a minutos.

A ocorrência de frequentes episódios de risos de forma súbita e incontrolável da expressão

emocional.

( ) Nada

pertinente

( ) Muito pouco

pertinente

( ) De algum

modo pertinente

( ) Muito

pertinente

( ) Muitíssimo

pertinente

*Layout adaptado de Pompeo, Daniele Alcalá. Validação do diagnóstico de Enfermagem

Náusea no pós-operatório imediato [tese]. São Paulo (SP): Escola de enfermagem de

Ribeirão Preto da USP, 2012.

72

APÊNDICE D- Termo de Confidencialidade para a Direção do Hospital Universitário (UFS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

I–Dados sobre a pesquisa científica

Título: “Validação do diagnóstico de Enfermagem ‘Controle Emocional Instável’ em vítimas

de traumatismo cranioencefálico atendidas ambulatorialmente”

Pesquisadora: Ana Carla Ferreira Silva dos Santos

Orientadora: Profa. Drª. Edilene Curvelo Hora Mota

II–Termo de Confidencialidade

Estamos realizando uma pesquisa intitulada “Validação do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas

ambulatorialmente” que tem como objetivo realizar a validação por especialistas e validação

clínica do referido diagnóstico.

Os resultados do estudo serão importantes para entender a gravidade do trauma em

acidentes de trânsito causados por motocicletas e por ciclomotores, com os fatores

correlacionados a esse. As informações obtidas serão confidenciais e utilizadas apenas com

propósito científico, conforme recomenda a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

(CNS). Os resultados serão publicados com garantia de anonimato dos sujeitos da pesquisa. O

Senhor (Sra.) poderá ter acesso a qualquer tempo aos dados da pesquisa, eliminando possíveis

dúvidas.

III – Informações dos nomes, endereços e telefones dos responsáveis pelo

acompanhamento da pesquisa.

1. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos. Profª. Ma. Departamento de Enfermagem da

Universidade Federal de Sergipe. Campus Prof. Antônio Garcia Filho: Avenida Universitária

Marcelo Deda Chagas,13, Jardim Campo Novo, Lagarto-SE, Brasil. Telefone (79) 99868789.

2. Edilene Curvelo Hora Mota. Profª. Drª do Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista, SN – Bairro: Sanatório – Aracaju/Se. Telefones (79)

2105-1813 (comercial).

IV–Consentimento

Declaro que após convenientemente esclarecido (a) pela pesquisadora, e, tendo entendido o que

me foi explicado, consinto o acesso aos prontuários para a referida pesquisa.

Aracaju/Se, ______ de _________________ de 2016

_________________________________ _________________________________

Assinatura do responsável Assinatura da pesquisadora

73

APÊNDICE E – Instrumento de Coleta de dados da Validação de clínica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Parte 1: Identificação do paciente

Nome:

DN: Idade:

Gênero: (1) Masculino (2) Feminino Estado civil:

Endereço:

Data do trauma: Data do atendimento ambulatorial:

Mecanismo do Trauma:

Tempo de permanência hospitalar: Data da alta:

Diagnóstico médico:

Escolaridade: ( )Nunca estudou ( )Fundamental incompleto ( )Fundamental completo ( )Ensino médio incompleto ( )Ensino médio completo ( )Superior incompleto ( )Superior completo ( )Pós-graduação Anos de estudos:

Profissão/ocupação:

Doenças prévias: ( )Sim ( )Não Quais?

Já realizou tratamento psiquiátrico: ( )Sim Tempo: ( )Não

Já realizou tratamento psicológico: ( )Sim Tempo: ( )Não

Avaliação pela Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica (BPRS-Âncorada/Anexo A

Parte 2: Características definidoras

O objetivo dessa etapa do estudo consiste em verificar a sua opinião sobre seu controle

emocional após o traumatismo cranioencefálico. São cinco as possibilidades de respostas e o

senhor deverá marcar um “X” na opção que melhor represente seu controle emocional.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Após a leitura atenciosa, responda os itens de acordo com sua opinião sobre seu controle

emocional. Marque apenas uma possibilidade de resposta para cada item e não há resposta certa

ou errada, queremos avaliar apenas sua opinião.

Item 1. Afastei-me das minhas atividades profissionais/ocupacionais.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

( ) Este item é

muito

característico ou

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

( ) Este item é

pouco

característico ou

( ) Este item

não é

característico ou

74

verdadeiro para

mim

verdadeiro para

mim

verdadeiro para

mim

verdadeiro para

mim

verdadeiro para

mim

Item 2. Afastei-me dos meus amigos e das pessoas que convivia.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 3. Não consigo olhar nos olhos das pessoas.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 4. Às vezes choro muito sem sentir tristeza.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 5. Quando começo a chorar não consigo me controlar.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 6. Às choro sem querer (choro involuntário).

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 7. Tenho dificuldade de usar as expressões faciais (sorrir, chorar, gesticular etc).

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

75

Item 8. Fico envergonhado para expressar minhas emoções.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 9. Não consigo expressar minhas emoções de forma coerente.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 10. Lágrimas sempre estão presentes no meu cotidiano.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 11. Dou risada em excesso sem está feliz.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 12. Dou risadas sem conseguir me controlar.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

Item 13. Dou risadas de forma involuntária, sem motivo aparente.

( ) Este item é

muitíssimo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

muito

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

de algum modo

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item é

pouco

característico ou

verdadeiro para

mim

( ) Este item

não é

característico ou

verdadeiro para

mim

76

APÊNDICE F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Vítimas de traumatismo

cranioencefálico (Validação clínica).

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

I – Termo de Consentimento

Estamos realizando uma pesquisa sobre o controle das emoções das vítimas de

traumatismo cranioencefálico, ou seja, das pessoas que sofreram alguma “pancada na cabeça”

e que estão realizando tratamento no ambulatório do Hospital Universitário (HU).

Caso aceite em participar do nosso estudo, o senhor (a) deverá responder um

questionário que contém de duas partes, em que a primeira parte será de identificação e a

segunda será sua avaliação sobre alguns as características do controle das emoções.

As informações obtidas serão confidenciais e utilizadas apenas com propósito científico,

conforme recomenda a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O senhor (a) não terá quaisquer despesa, benefícios ou direitos financeiros pela sua

participação nesse estudo. Os resultados serão publicados com garantia de anonimato (sem

divulgação) dos sujeitos da pesquisa. Você poderá ter acesso, a qualquer tempo, aos dados da

pesquisa, eliminando possíveis dúvidas.

Além de que o senhor (a) tem a liberdade de desistir a qualquer momento, deixando de

participar da pesquisa, sem qualquer prejuízo, e poderá ter acesso, a qualquer tempo, às

informações sobre a pesquisa, eliminando possíveis dúvidas. Os resultados serão publicados

com garantia de anonimato dos sujeitos da pesquisa.

II– Informações dos nomes, endereços e telefones dos responsáveis pelo acompanhamento

da pesquisa.

1. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos. Profª. Ma. Departamento de Enfermagem da

Universidade Federal de Sergipe. Campus Prof. Antônio Garcia Filho: Avenida Universitária

Marcelo Deda Chagas,13, Jardim Campo Novo, Lagarto-SE, Brasil. Telefone (79) 99868789.

2. Edilene Curvelo Hora Mota. Profª. Drª do Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista, SN – Bairro: Sanatório – Aracaju/Se. Telefones (79)

2105-1813 (comercial).

III – Consentimento pós-esclarecido

Declaro que, após convenientemente esclarecido(a) pela pesquisadora, e, tendo entendido o

que me foi explicado, consinto a referida pesquisa

Aracaju/Se, ______ de _________________ de 2016

_______________________________ __________________________________

Assinatura Assinatura da pesquisadora

77

APÊNDICE G –Refinamento do Instrumento de Coleta de dados da Validação de clínica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prezado (a) Enfermeiro (a),

Estamos realizando um estudo denominado “Validação do diagnóstico de Enfermagem

‘Controle Emocional Instável’ em vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidas

ambulatorialmente” e gostaríamos de solicitar à sua ajuda para a avaliação do instrumento a ser

destinado à coleta de dados pelos enfermeiros experts com o intuito de realizar a validação do

conteúdo do diagnóstico em estudo.

O instrumento que irá realizar a validação do conteúdo segue o modelo proposto por

Fehring (1987)* e nesse momento estamos realizando a validação da aparência e conteúdo desse

instrumento. A sua avaliação deve ser efetuada quanto à apresentação do instrumento, facilidade

de leitura, clareza e objetividade no intuito de validação de aparência e conteúdo e será de

grande importância devido ao seu conhecimento e experiência clínica para realizar o

refinamento do instrumento antes da avaliação pelos experts.

O modelo proposto consiste na obtenção de opiniões de enfermeiros experts em

determinada área/assunto em relação ao grau em que determinadas características definidoras

representam um diagnóstico de Enfermagem.

Doutoranda: Profª Ma. Ana Carla Ferreira Silva dos Santos ([email protected])

Orientadora: Profª Dra. Edilene Curvelo Hora Mota ([email protected])

*FEHRING; R.J. Methods to validate nursing diagnoisis. Heart & Lung, v.16, n.6, p.625-9,

Nov, 1987.

78

Anexos

79

ANEXO A- Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica-BPRS-Ancorada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ESCALA BREVE DE AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA-VERSÃO ANCORADA Brief Psychiatric Rating Scale-Anchored-BPRS-A (Woerner et al., 1998) - tradução de Romano e Elkis (1996)

Paciente: Nº Data:

Entrevistado por: Fase:

Instruções: A escala é composta de 18 itens a serem avaliados. Metade destes (itens

3,4,7,13,14,16,17 e 18- em negrito) deve ser avaliada por base nas observações feitas durante

a entrevista. Para os itens, 0=não observado. Os demais itens (em itálico) deve ser avaliados a

partir de informação relatada (ou seja, subjetiva) referente aos últimos. Nesses itens, 0=não

relatado.

1. PREOCUPAÇÃO SOMÁTICA

Grau de preocupação com a saúde física. Avaliar o grau no qual a saúde física é percebida como

um problema pelo paciente, quer as queixas sejam baseadas na realidade ou não. Não pontuar o

simples relato de sintomas físicos. Avaliar apenas apreensão (ou preocupação) sobre problemas

físicos (reais ou imaginários). Pontuar a partir de informações relatadas (isto é, subjetiva).

0-Não relatado.

1-Muito leve: Ocasionalmente fica levemente preocupado com o corpo, sintomas ou doenças

físicas.

2-Leve: Ocasionalmente fica preocupado com o corpo de forma moderada ou frequentemente

fica levemente apreensivo.

3-Moderado: Ocasionalmente fica muito preocupado ou moderadamente preocupado com

frequência.

4-Moderadamente grave: Frequentemente fica muito preocupado.

5-Grave: Fica muito preocupado a maior parte do tempo.

6-Muito grave: Fica muito preocupado praticamente o tempo todo.

2-ANSIEDADE

Preocupação, medo ou preocupação excessiva acerca do presente ou futuro. Pontuar somente

a partir de relato verbal das experiências subjetivas do paciente. Não inferir ansiedade a

partir de sinais físicos ou mecanismos de defesa neuróticos. Não pontuar se restrito a

preocupação somática.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente ansioso.

2-Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente ansioso ou frequentemente se sente

levemente ansioso.

3-Moderado: Ocasionalmente se sente muito ansioso ou frequentemente se sente

moderadamente ansioso.

4-Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito ansioso

5-Grave: Sente-se muito ansioso a maior parte do tempo.

3-RETRAIMENTO AFETIVO

80

Deficiência no relacionamento com o entrevistador e na situação da entrevista. Manifestações

evidentes dessa deficiência incluem: falta de contato visual (troca de olhares); o paciente não se

aproxima do entrevistador; apresenta uma falta de envolvimento e compromisso com a

entrevista. Diferenciar de AFETO EMBOTADO, no qual são pontuados deficiências na

expressão facial, gestualidade e tom de voz. Pontuar a partir de observações feitas durante

a entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Ocasionalmente deixa de encarar o entrevistador.

2-Leve: Como acima, porém mais frequente.

3-Moderado: Demonstra dificuldade em encarar o entrevistador, mas ainda parece engajado na

entrevista e responde apropriadamente a todas as questões.

4-Moderadamente grave: Olha fixamente o chão e afasta-se do entrevistador, mas ainda

parece moderadamente engajado na entrevista.

5-Grave: Como acima, porém mais persistente e disseminado.

6-Muito grave: Parece estar “aéreo”, “nas nuvens” ou “viajando” (total ausência de vínculo

emocional) e desproporcionalmente não envolvido ou não comprometido com a situação da

entrevista. (Não pontuar se explicado pela desorientação.)

4-DESORGANIZAÇÃO CONCEITUAL

Grau de incompreensibilidade da fala. Incluir qualquer tipo de desordem formal de pensamento

(por exemplo, associações frouxas, incoerência, fuga de ideias, neologismos). NÃO incluir mera

circunstancialidade ou fala maníaca, mesmo que acentuada. NÃO pontuar a partir de impressões

subjetivas do paciente (por exemplo, “meus pensamentos estão voando”, “não consigo manter

o pensamento”, “meus pensamentos se misturam todos”). Pontuar SOMENTE a partir de

observações feitas durante a entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Levemente vago, todavia de significação clínica duvidosa.

2-Leve: Frequentemente vago, mas é possível prosseguir a entrevista.

3-Moderado: Ocasionalmente faz afirmações irrelevantes, uso infrequente de neologismos ou

associações moderadamente frouxas.

4-Moderadamente grave: Como acima, porém mais frequente.

5-Grave: Desordem formal do pensamento presente a maior parte da entrevista, tornando-a

muito difícil.

6-Muito grave: Muito pouca informação coerente pode ser obtida.

5-SENTIMENTOS DE CULPA Preocupação ou remorso desproporcional pelo passado. Pontuar a partir das experiências

subjetivas de culpa evidenciadas por meio de relato verbal. Não inferir sentimento de culpa

a partir de depressão, ansiedade ou defesas neuróticas.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente culpado.

2-Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente culpado ou frequentemente se sente

levemente culpado.

3-Moderado: Ocasionalmente se sente muito culpado ou frequentemente se sente

moderadamente culpado.

4-Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito culpado.

5-Grave: Sente-se muito culpado a maior parte do tempo ou apresenta delírio de culpa

encapsulado.

6-Muito grave: Apresenta sentimento de culpa angustiante e constante ou delírios de culpa

disseminados.

81

6-TENSÃO

Avaliar inquietação motora (agitação) observada durante a entrevista. Não pontuar a partir

de experiências subjetivas relatadas pelo paciente. Desconsiderar patogênese presumida (por

exemplo, discinesia tardia).

0-Não observado.

1-Muito leve: Fica ocasionalmente agitado.

2-Leve: Fica frequentemente agitado.

3-Moderado: Agita-se constantemente ou frequentemente; torce as mãos e puxa a roupa.

4-Moderadamente grave: Agita-se constantemente; torce as mãos e puxa a roupa.

5-Grave: Não consegue ficar sentado, isto é, precisa andar.

6-Muito grave: Anda de maneira frenética.

7-MANEIRISMOS E POSTURA

Comportamento motor incomum ou não natural. Pontuar apenas anormalidade de

movimento. NÃO pontuar aqui simples aumento da atividade motora. Considerar frequência,

duração e grau do caráter bizarro. Desconsiderar patogênese presumida.

0-Não observado.

1-Muito leve: Comportamento estranho, mas de significação clínica duvidosa (por exemplo,

um riso imotivado ocasional, movimentos de lábio infrequentes).

2-Leve: Comportamento estranho, mas não obviamente bizarro (por exemplo, às vezes balança

a cabeça ritmadamente de um lado para outro, movimenta os dedos de maneira anormal

intermitentemente).

3-Moderado: Adota posição de ioga por um breve período, às vezes põe a língua para fora,

balança o corpo.

4-Moderadamente grave: Como acima, porém mais frequente, intenso ou disseminado.

5-Grave: Como acima, porém mais frequente, intenso ou disseminado.

6-Muito grave: Postura bizarra durante a maior parte da entrevista, movimentos anormais

constantes em várias áreas do corpo.

8-IDEIAS DE GRANDEZA

Autoestima (autoconfiança) exagerada ou apreciação desmedida dos próprios talentos, poderes,

habilidades, conquistas, conhecimento, importância ou identidade. NÃO pontuar mera

qualidade grandiosa de alegações (por exemplo, “sou o pior pecador do mundo”, “todo o país

está tentando me matar”) a menos que a culpa/persecutoriedade esteja relacionada a algum

atributo especial exagerado do indivíduo. O paciente deve declarar atributos exagerados; se

negar talentos, poderes, etc., mesmo que afirme que outros digam que ele possui tais qualidades,

este item não deve ser pontuado. Pontuar a partir de informação relatada, ou seja, subjetiva.

0-Não relatado.

1-Muito leve: É mais confiante do que a maioria, mas isso é apenas de possível significância

clínica.

2-Leve: Autoestima definitivamente aumentada ou talentos exagerados de modo levemente

desproporcional às circunstâncias.

3-Moderado: Autoestima aumentada de modo claramente desproporcional às circunstâncias,

ou suspeita-se de delírio de grandeza.

4-Moderadamente grave: Um único (e claramente definido) delírio de grandeza encasulado

ou múltiplos delírios de grandeza fragmentários (claramente definidos).

5-Grave: Um único e claro delírio / sistema delirante ou múltiplos e claros delírios de grandeza

com os quais o paciente parece preocupado.

6-Muito grave: Como acima, mas a quase totalidade da conversa é dirigida aos delírios de

grandeza do paciente.

82

9-HUMOR DEPRESSIVO: Relato subjetivo de sentimento de depressão, tristeza, “estar na

fossa”, etc. Pontuar apenas o grau de depressão relatada. Não pontuar inferências de depressão

feitas a partir de lentificação geral e queixas somáticas. Pontuar a partir de informação

relatada, ou seja, subjetiva.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente deprimido.

2-Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente deprimido ou frequentemente se sente

levemente deprimido.

3-Moderado: Ocasionalmente se sente muito deprimido ou frequentemente se sente

moderadamente deprimido.

4-Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito deprimido.

5-Grave: Sente-se muito deprimido a maior parte do tempo.

6-Muito grave: Sente-se muito deprimido quase todo o tempo.

10-HOSTILIDADE Animosidade, desprezo, agressividade, desdém por outras pessoas fora da situação da

entrevista. Pontuar somente a partir de relato verbal de sentimentos e atos do paciente em

relação aos outros. Não inferir hostilidade a partir de defesas neuróticas, ansiedade ou queixas

somáticas.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Ocasionalmente sente um pouco de raiva.

2-Leve: Frequentemente sente um pouco de raiva ou ocasionalmente sente raiva moderada.

3-Moderado: Ocasionalmente sente muita raiva ou frequentemente sente raiva moderada.

4-Moderadamente grave: Frequentemente sente muita raiva.

5-Grave: Expressou sua raiva tornando-se verbal ou fisicamente agressivo em uma ou duas

ocasiões.

6-Muito grave: Expressou sua raiva em várias ocasiões.

11-DESCONFIANÇA Crença (delirante ou não) de que outros têm agora ou tiveram no passado intenções

discriminatórias ou maldosas em relação ao paciente. Pontuar apenas se o paciente relatar

verbalmente desconfianças atuais, quer elas se refiram a circunstâncias presentes ou passadas.

Pontuar a partir da informação relatada, ou seja, subjetiva.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Raras circunstâncias de desconfiança que podem ou não corresponder à

realidade.

2-Leve: Situações de desconfiança ocasionais que definitivamente não correspondem à

realidade.

3-Moderado: Desconfiança mais frequente ou ideias de referência passageiras.

4-Moderadamente grave: Desconfiança disseminada ou ideias de referência frequentes.

5-Grave: Claros delírios de perseguição ou referência não totalmente disseminados (por

exemplo, um delírio encapsulado).

6-Muito grave: Como acima, porém mais abrangente, frequente ou intenso.

12-COMPORTAMENTO ALUCINATÓRIO (ALUCINAÇÕES)

Percepções (em qualquer modalidade dos sentidos) na ausência de um estímulo externo

identificável. Pontuar apenas as experiências que ocorreram na última semana. NÃO

pontuar “vozes na minha cabeça” ou “visões em minha mente” a menos que o paciente saiba

diferenciar entre essas experiências e seus pensamentos.

0-Não relatado.

83

1-Muito leve: Apenas se suspeita de alucinação.

2-Leve: Alucinações definidas, porém insignificantes, infrequentes ou transitórias.

3-Moderado: Como acima, porém mais frequentes (por exemplo, frequentemente vê a cara do

diabo; duas vozes travam uma longa conversa).

4-Moderadamente grave: Alucinações são vividas quase todo o dia ou são fontes de incômodo

extremo.

5-Grave: Como acima e exercem impacto moderado no comportamento do paciente (por

exemplo, dificuldades de concentração que levam a um comprometimento no trabalho).

6-Muito grave: Como acima, com grave impacto (por exemplo, tentativas de suicídio como

resposta a ordens alucinatórias).

13-RETARDAMENTO MOTOR

Redução do nível de energia evidenciada por movimentos mais lentos. Pontuar apenas a partir

de comportamento observado no paciente. NÃO pontuar a partir de impressões subjetivas do

paciente sobre seu próprio nível de energia.

0-Não observado.

1-Muito leve: Significação clínica duvidosa.

2-Leve: Conversa um pouco mais lentamente, movimentos levemente mais lentos.

3-Moderado: Conversa notavelmente mais lenta, mas não arrastada.

4-Moderadamente grave: Conversa arrastada, movimenta-se muito lentamente.

5-Grave: É difícil manter a conversa, quase não se movimenta.

6-Muito grave: Conversa quase impossível, não se move durante toda a entrevista.

14-FALTA DE COOPERAÇÃO COM A ENTREVISTA Evidência de resistência, indelicadeza, ressentimento e falta de prontidão para cooperar com os

entrevistados. Pontuar exclusivamente a partir das atitudes do paciente e das reações ao

entrevistador e à situação de entrevista. NÃO pontuar a partir de relato de ressentimento e

recusa à cooperação fora de situação de entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Não parece motivado.

2-Leve: Parece evasivo em certos assuntos.

3-Moderado: Monossilábico, fracassa em cooperar espontaneamente.

4-Moderadamente grave: Expressa ressentimento e é indelicado durante a entrevista.

5-Grave: Recusa-se a responder a algumas questões.

6-Muito grave: Recusa-se a responder à maior parte das questões.

15-ALTERAÇÃO DE CONTEÚDO DO PENSAMENTO (DELÍRIOS): Gravidade de

qualquer tipo de delírio. Considerar convicção e seu efeito em ações. Pressupor convicção total

se o paciente agiu baseado em suas crenças. Pontuar a partir de informação relatada, ou

seja, subjetiva.

0-Não relatado.

1-Muito leve: Suspeita-se ou há probabilidade de delírio.

2-Leve: Às vezes o paciente questiona suas crenças (delírios parciais).

3-Moderado: Plena convicção delirante, porém delírios têm pouca ou nenhuma influência sobre

o comportamento.

4-Moderadamente grave: Plena convicção delirante, porém os delírios têm impacto apenas

ocasional sobre o comportamento.

84

5-Grave: Delírios têm efeito significativo (por exemplo, negligencia responsabilidades por

causa de preocupações com a crença de que é Deus).

6-Muito grave: Delírios têm impacto marcante (por exemplo, para de comer porque acredita

que a comida está envenenada).

16-AFETO EMBOTADO Responsividade afetiva diminuída, caracterizada por déficits na expressão facial, gestualidade e

tom de voz. Diferenciar de RETRAIMENTO AFETIVO no qual o foco está no

comprometimento interpessoal mais do que no afetivo. Considerar grau e consistência no

comprometimento. Pontuar a partir de observações feitas durante a entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Ocasionalmente parece indiferente a assuntos que são normalmente

acompanhados por demonstração de emoção.

2-Leve: Expressão facial levemente diminuída ou voz levemente monótona ou gestualidade

levemente limitada.

3-Moderado: Como acima, porém de forma mais intensa, prolongada ou frequente.

4-Moderadamente grave: Achatamento de afeto, incluindo pelo menos duas ou três

características (falta acentuada de expressão facial, voz monótona ou gestualidade limitada).

5-Grave: Profundo achatamento de afeto.

6-Muito grave: Voz totalmente monótona e total falta de gestualidade expressiva durante toda

a avaliação.

17-EXCITAÇÃO Tom emocional aumentado, incluindo irritabilidade e expansividade (afeto hipomaníaco). Não

inferir afeto de afirmações a partir de delírios de grandeza. Pontuar a partir de observações

feitas durante a entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Significação clínica duvidosa.

2-Leve: Às vezes irritadiço ou expansivo.

3-Moderado: Frequentemente irritadiço ou expansivo.

4-Moderadamente grave: Constantemente irritadiço ou expansivo, às vezes enfurecido ou

eufórico.

5-Grave: Enfurecido ou eufórico durante maior parte da entrevista.

6-Muito grave: Como acima, porém de tal modo que a entrevista precisa ser interrompida

prematuramente.

18-DESORIENTAÇÃO: Confusão ou falta de orientação adequada em relação a pessoas,

lugares e tempo. Pontuar a partir de observações feitas durante a entrevista.

0-Não observado.

1-Muito leve: Parece um pouco confuso.

2-Leve: Indica 2003 quando é na verdade 2004.

3-Moderado: Indica 1992.

4-Moderadamente grave: Não sabe ao certo onde está.

5-Grave: Não faz ideia de onde está.

6-Muito grave: Não sabe quem é

DATA ESCORE

1. Preocupação somática

2. Ansiedade

3. Retraimento afetivo

85

4. Desorganização conceitual

5. Sentimentos de culpa

6. Tensão

7. Maneirismos e postura

8. Ideias de grandeza

9. Humor depressivo

10. Hostilidade

11. Desconfiança

12.Comportamento alucinatório (alucinações)

13. Retardamento psicomotor/motor

14. Falta de cooperação com a entrevista

15. Alteração de conteúdo do pensamento (delírios)

16. Afeto embotado

17. Excitação

18. Desorientação

Escore Total