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01 - Bases Ordenamento Centro Litoral

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  • NDICE

    Parte A - Base de Informao

    Caderno 1: Anlise biofsica 1 0 Introduo 1 1.1. Localizao geogrfica e organizao administrativa 2 1.2. Clima 4 1.2.1. Caracterizao climtica 4 1.2.2. Alteraes climticas 8 1.3. Orografia 12 1.4. Sistemas hdricos 15 1.5. Geomorfologia e solos 20 1.5.1. Litologia 20 1.5.2. Riscos de eroso 23 Caderno 2: Anlise socio-econmica 26 0. Introduo 26 2.1. Demografia 27 2.2. Enquadramento macro-econmico 33 2.3. Anlise do sector agrcola 41 2.3.1. Produtor agrcola 41 2.3.2. Propriedade agrcola 49 Caderno 3: Anlise do sector florestal 57 0. Introduo 57 3.1. Espaos florestais 60 3.1.1. Espaos florestais e sua evoluo 60 3.1.2. Ocupao florestal e sua evoluo 64

    3.1.3. Caracterizao biomtrica dos principais povoamentos florestais

    68

    3.1.4. Vegetao potencial (caracterizao biogeogrfica e sinfitossocilgica)

    75

    3.1.5. Potencial produtivo das principais espcies de rvores florestais

    85

    3.1.6. Arvoredo e povoamentos florestais de valor especial 95 3.1.7. Zonas sensveis do pontos de vista da conservao 97

    3.2. Recursos e produtos florestais 119 3.2.1. Madeira e resina 119

    3.2.2. Frutos cogumelos, mel e aromticas 124 3.2.3. Caa 131 3.2.4. Pesca em guas interiores 148 3.2.5. Silvopastorcia 153 3.2.6. Recreio e paisagem 163

    3.2.7.Biomassa para a energia 169

    3.2.8. Armazenamento de carbono nos povoamentos florestais 172

  • 3.3. Anlise da susceptibilidade aos incndios florestais 175

    3.4. Anlise socio-econmica 180 3.4.1. Produtores e associativismo florestal 180

    3.4.2. Propriedade florestal 184 3.4.3. Produo e emprego 189

    3.4.4. Apoios pblicos ao investimento nos espaos florestais 199 3.5. Infra-estruturas 206

    3.5.1. Infra-estruturas para preveno e combate aos incndios florestais

    206

    3.5.2. Rede viria e acessibilidade aos espaos florestais 208

    3.6. Indstria do sector florestal 210 3.7. Restries de utilidade pblica nos espaos florestais

    227

    Parte B - Sntese de Ordenamento

    Caderno 4: Sntese de Ordenamento 241

    0. Introduo 241

    4.1. Funcionalidades dos espaos florestais 241

    4.2. Sub-regies homogneas 248

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    0. Introduo

    Pgina 1 de 252

    O caderno dedicado anlise biofsica do territrio o primeiro de trs cadernos que

    constituem a base de informao de apoio ao exerccio de planeamento subjacente

    elaborao deste PROF. Como tal, possui informao que permite caracterizar a situao

    territorial de referncia e sobre a qual ter de ser feito o diagnstico e o delineamento de

    estratgias, medidas e aces para se atingir o modelo territorial desejado para os espaos

    florestais da regio. Esta informao diz respeito a variveis fundamentais para o

    ordenamento do territrio em geral, e do ordenamento florestal em particular.

    A anlise biofsica apresentada no presente caderno diz respeito ao territrio em geral,

    reservando-se a componente florestal deste para o terceiro caderno. Foi elaborada com base

    em variveis que descrevem as caractersticas fsicas do territrio e sobre as quais feita

    uma interpretao e uma anlise biofsicas. Estas variveis dizem respeito a elementos

    passivos em ordenamento do territrio e, em funo das suas caractersticas intrnsecas e

    das caractersticas socio-econmicas do local de ocorrncia, determinam a aptido ou

    potencialidade biofsica do territrio para o desenvolvimento de aces de ordenamento

    (Partidrio, 1999).

    Aps uma ficha onde se faz a localizao geogrfica da rea objecto de ordenamento e se faz

    a sua caracterizao administrativa, as restantes fichas do particular nfase s variveis

    fsicas naturais. Estas referem-se aos elementos do territrio cuja gnese decorre, na

    maioria dos casos, de processos naturais lentos escala humana. A estabilidade que

    apresentam s aces de ordenamento, bem como a sua sensibilidade e resistncia

    transformao, muito varivel e depende das caractersticas da prpria varivel, da forma

    e da intensidade do uso ou aco de ordenamento. As fichas correspondentes a estes

    variveis dizem respeito a clima, orografia, sistemas hdricos, geomorfologia e solos.

    Fontes de informao

    Partidrio, M.R. (1999). Introduo ao Ordenamento do Territrio. Universidade Aberta. 210

    pp.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.1 Localizao geogrfica e organizao administrativa

    Pgina 2 de 252

    Introduo

    A Regio PROF Centro Litoral abrange grande parte do Litoral da Regio Centro e ocupa

    cerca de 560 706 hectares (de acordo com a Carta Administrativa Oficial de Portugal).

    Relativamente diviso de regies agrrias, o Centro Litoral est inserido na Regio Agrria

    da Beira Litoral. Quanto Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatsticos est

    completamente abrangida por uma NUTS II (Centro) e trs NUTS III (Baixo Vouga, Baixo

    Mondego, Pinhal Litoral). constitudo por 25 concelhos e 299 freguesias (tabela 1),

    pertencentes aos Distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria.

    Resultados

    Tabela 1 - Concelhos da Regio do Centro Litoral (IGP, 2003).

    Concelhos Distrito NUTS III NUTS II rea total (ha)

    Freguesias (n.)

    rea mdia das freguesias (ha)

    gueda 33 529 20 1 676,5

    Albergaria-a-Velha 15 539 8 1 942,4

    Anadia 21 663 15 1 444,2

    Aveiro 19 987 14 1 427,6

    Estarreja 10 834 7 1 547,7

    lhavo 7 345 4 1 836,3

    Mealhada 11 065 8 1 383,1

    Murtosa 7 332 4 1 833,0

    Oliveira do Bairro 8 732 6 1 455,3

    Ovar 14 740 8 1 842,5

    Sever do Vouga 12 961 9 1 440,1

    Vagos

    Aveiro Baixo Vouga

    16 465 11 1 496,8

    Cantanhede 39 110 19 2 058,4

    Coimbra 31 942 31 1 030,4

    Condeixa-A-Nova 13 866 10 1 386,6

    Figueira da Foz 37 905 18 2 105,8

    Mira 12 410 4 3 102,5

    Montemor-o-Velho 22 895 14 1 635,4

    Penacova 21 675 11 1 970,5

    Soure

    Coimbra Baixo Mondego

    Centro

    26 505 12 2 208,8

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.1 Localizao geogrfica e organizao administrativa

    Pgina 3 de 252

    Concelhos Distrito NUTS III NUTS II rea total (ha)

    Freguesias (n.)

    rea mdia das freguesias (ha)

    Batalha 10 276 4 2 569,0

    Leiria 56 813 29 1 959,1

    Marinha Grande 18 536 3 6 178,7

    Pombal 62 567 17 3 680,4

    Porto de Ms

    Leiria Pinhal Litoral

    26 014 13 2 001,1

    Total 3 3 1 560 706 299 2 048,5

    Implicaes para o planeamento

    Da anlise da tabela 1 e do mapa dos limites administrativos, em anexo, verifica-se que o

    nmero de freguesias por concelho bastante varivel (varia entre quatro freguesias no

    concelho de lhavo, Mira e Batalha e trinta e uma no concelho de Coimbra). A rea mdia

    dos concelhos de 22 428,24 hectares. A rea mdia das freguesias de 2 048,5 hectares.

    Fontes de informao

    Instituto Geogrfico Portugus, 2003. Carta Administrativa Oficial de Portugal.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.1 Caracterizao climtica

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    Introduo

    Nesta ficha, faz-se a caracterizao climtica da regio do Centro Litoral, com base em dados

    de precipitao e temperatura para um perodo de 30 anos (1931-1960), provenientes das

    Normais Climatolgicas do Instituto de Meteorologia. So tambm apresentados valores

    mdios, extremos, nmero de dias com valores extremos para a temperatura e precipitao,

    bem como o nmero de dias com geada, para as estaes meteorolgicas representativas do

    clima do Centro Litoral. Dispe-se ainda de mapas da distribuio da temperatura mdia

    anual e da precipitao mdia anual.

    Apesar de s estarem disponveis valores mdios para estes parmetros, estes dados so de

    grande importncia para o planeamento das intervenes de ordenamento, particularmente

    ao permitirem determinar o leque de espcies possveis de utilizar na regio, prever o risco

    de eroso e estabelecer medidas para a sua mitigao.

    Resultados

    Tabela 1 - Temperatura do ar das estaes meteorolgicas da regio (Fonte: Normais climatolgicas, IM)

    Estao

    Max Min Mx Min

    Montemor-o-Velho 14,9 19,9 10,0 40,5 -6,0

    Coimbra/Geofsico 15,7 21,1 10,3 42,3 -3,8

    S. Jacinto/Base Area 14,4 18,1 10,7 39,3 -2,0

    S. Pedro de Moel 14,3 18,0 10,5 38,5 -5,5

    Monte Real/Base Area 14,7 19,4 9,9 42,3 -5,6

    Alcobaa 15,0 20,4 9,5 40,8 -5,5

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.1 Caracterizao climtica

    Pgina 5 de 252

    Tabela 2 - Nmero mdio de dias, por ano, com temperatura do ar das estaes meteorolgicas da regio (Fonte: Normais climatolgicas, IM)

    Estao

    25

    Montemor-o-Velho 11 61

    Coimbra/ Geofsico 3 107

    S. Jacinto/Base Area 1 17

    S. Pedro de Moel 3 13

    Monte Real/Base Area 11 45

    Alcobaa 16 64

    Tabela 3 - Precipitao mdia, por ano, nas estaes meteorolgicas da regio. (Fonte: Normais climatolgicas, IM)

    Montemor-o-Velho 925 73

    Coimbra/ Geofsico 1 016 79

    S. Jacinto/Base Area 841 74

    S. Pedro de Moel 678 68

    Monte Real/Base Area 806 72

    Alcobaa 834 56

    Tabela 4 - Nmero de dias, por ano, com precipitao para estaes meteorolgicas da regio. (Fonte: Normais climatolgicas, IM)

    Estao

    Montemor-o-Velho 121 98 32

    Coimbra/ Geofsico 147 104 36

    S. Jacinto/Base Area 124 96 30

    S. Pedro de Moel 121 89 21

    Monte Real/Base Area 135 95 27

    Alcobaa 121 94 28

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.1 Caracterizao climtica

    Pgina 6 de 252

    Tabela 5 - Nmero mdio de dias, por ano, com geada, para as estaes meteorolgicas da regio, para um perodo de 30 anos. (Fonte: Normais climatolgicas, IM)

    Ms Montemor-o-Velho Coimbra

    S. Pedrode Moel

    Monte Real/Base Area Alcobaa

    Jan 3,4 4,2 0,1 2,8 7,3

    Fev 1,1 1,8 0,0 0,7 4,1

    Mar 0,8 0,8 0,0 0,4 1,1

    Abr -- 0,1 0,0 -- 0,2

    Mai 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1

    Jun 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

    Jul 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

    Ago 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

    Set 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

    Out 0,0 -- 0,0 -- 0,0

    Nov 0,8 0,9 0,0 0,9 1,5

    Dez 3,2 3,2 0,2 3,5 5,8ANO 9,3 11,0 0,3 8,3 20,1

    Implicaes para o planeamento

    So muito importantes para a escolha das espcies arbreas no planeamento florestal, a

    determinao da temperatura mxima e mnima, do perodo estival e a quantidade e

    distribuio da precipitao, pois permitem seleccionar, de entre as espcies possveis, as

    que melhor se adaptam estao. Para alm destas deve ter-se em conta as caractersticas

    climticas locais, como a exposio do terreno e as geadas, potencial causa de graves

    prejuzos nas culturas em fases especficas do seu desenvolvimento vegetativo.

    Para a caracterizao climtica da regio usaram-se dados mdios das estaes

    meteorolgicas de Montemor-o-Velho, Coimbra, S. Jacinto, S. Pedro de Moel, Monte Real e

    Alcobaa, esta ltima situada fora da regio PROF. As mdias so calculadas tendo por base

    valores recolhidos em 30 anos. Na generalidade da regio, os invernos so suaves, com

    temperaturas mnimas, que rondam os 10C e veres no muito quentes, com temperaturas

    mdias que se situam aproximadamente nos 20C. A estao meteorolgica que apresenta

    temperaturas mais elevadas a de Coimbra, sendo a estao que se encontra mais afastada

    do litoral. Pode observar-se a distribuio da temperatura no mapa em anexo.

    Na tabela 2 observa-se o nmero de dias com temperatura do ar inferior a 0C, e superior a

    25C. Analisando os dados, evidencia-se novamente a estao de Coimbra apresentando um

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.1 Caracterizao climtica

    Pgina 7 de 252

    grande nmero de dias com temperatura superior a 25C, 107 dias, e apenas 3 dias com

    temperatura inferior a 0C.

    Para a precipitao, observa-se na tabela 3 que a mdia anual varia entre os 600 e os 1000

    mm, aproximadamente, sendo que o mximo dirio registado no ultrapassa os 80 mm. No

    mapa da distribuio da precipitao mdia anual para regio do Centro Litoral, que se

    encontra em anexo, observa-se que as zonas mais no interior e com maior cota apresentam

    uma precipitao mais elevada. Em mdia cerca de dois teros do ano contam com uma

    precipitao inferior a 0,1 mm (tabela 4).

    A geada pode ser um factor limitativo na escolha das espcies, dado algumas delas serem

    espcies que so sensveis s geadas tardias (Abril-Maio) e/ou s geadas precoces (Outubro-

    Novembro). Esta depende, em parte, do microclima (como a exposio), sendo necessrio

    ter precauo na generalizao da anlise de dados das estaes. Mesmo assim os dados

    podem dar uma noo da tendncia da regio. Neste caso, verifica-se a ocorrncia de

    geadas de Novembro a Maio (tabela 5). Destaca-se a estao de S. Pedro de Moel pelo seu

    baixo nmero de dias com geada, chegando a mdia anual a no completar um dia. No

    extremo oposto destaca-se Alcobaa por possuir um nmero de dias com geada bastante

    superior, sendo a nica do conjunto a registar geadas em Maio.

    Fontes de informao

    Daveau, S., 1977. Precipitao mdia anual (1931-1960). Centro de Estudos Geogrficos.

    1:500 000.

    DGF, 2001. Plano regional de ordenamento florestal do Centro Litoral, Estudos preliminares.

    Coimbra.

    Instituto de Meteorologia, 2000. Normais climatolgicas (1930-1960).

    Servio Metereolgico Nacional, 1974. Temperatura (temperatura mdia diria do ar) -

    valores mdios anuais (graus centgrados) (1931-1960), in Atlas do Ambiente. 1:1 000 000.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.2 Alteraes climticas

    Pgina 8 de 252

    Introduo

    O horizonte temporal de vigncia de um Plano Regional de Ordenamento Florestal de vinte

    anos, o que pressupe uma maior preocupao em delinear estratgias de desenvolvimento

    do sector florestal a mdio prazo. Todavia, no caso de algumas das medidas e aces

    propostas para implementar essas estratgias, faz sentido enquadr-las num contexto

    temporal mais alargado, como o caso da opo por espcies de longas revolues. Nessa

    perspectiva, torna-se relevante ter em considerao, nomeadamente, os possveis impactes

    das alteraes climticas.

    Um considervel nmero de estudos a diferentes escalas tm feito a avaliao dos impactes

    negativos destas alteraes, bem como a anlise da sua gravidade e das medidas de

    adaptao e de mitigao a adoptar. Os estudos de referncia realizados em Portugal

    incidiram sobre a anlise dos impactes biofsicos na floresta ao nvel continental. A sua

    compilao foi feita no relatrio multidisciplinar do projecto SIAM (Climate change in

    Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures). Os resultados nele apresentados

    sero aqui utilizados na sistematizao de alguns dos aspectos a ter em considerao no

    desenvolvimento de cenrios de alterao da ocupao dos espaos florestais e no seu

    planeamento num horizonte de planeamento de cerca de 100 anos. Com base na informao

    disponvel foram abordados possveis impactes ao nvel da produtividade florestal, da

    distribuio das espcies florestais, do regime de fogo, da capacidade de armazenamento de

    carbono, da incidncia de pragas e da biodiversidade.

    Resultados

    As projeces do Projecto SIAM (Santos et al., 2001) para um horizonte temporal de cerca

    de 100 anos (2080-2100) apontam para a possibilidade de um aumento generalizado de

    temperatura. A mdia das temperaturas mnimas no Inverno (Dezembro, Janeiro, Fevereiro)

    projectada pelos modelos varia entre 6-16C, enquanto que em simulaes sem o efeito

    das alteraes climticas a variao ocorre entre 2-12C. O mesmo se verifica em relao

    mdia da temperatura mxima no Vero (Junho, Julho, Agosto), a qual poder sofrer um

    aumento que pode ultrapassar os 9C em certas regies do interior centro. O nmero de dias

    em que a temperatura mxima excede os 35C poder aumentar em todo o pas.

    No que diz respeito precipitao, de prever uma diminuio da precipitao anual da

    ordem de 100 mm. Todavia, embora se preveja um decrscimo substancial de precipitao

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.2 Alteraes climticas

    Pgina 9 de 252

    na ordem dos 30% nos meses de Primavera e dos 35-60% no Outono, uma alterao do

    ciclo anual da precipitao poder implicar um aumento no Inverno na ordem dos 20-50%.

    Alm disso, a precipitao acumulada em dias de precipitao intensa (>10 mm/dia) tender

    a aumentar e a acumular-se, principalmente, nos meses de Inverno.

    Implicaes para o planeamento

    Apesar das condies conjunturais (nomeadamente relativas s emisses de gases com

    efeito de estufa) e da informao disponvel determinarem algum grau de incerteza

    associado s previses acima expostas, estas so contudo as nicas disponveis. As

    estimativas apresentadas traduzem, portanto, os dados de que se dispe neste momento

    para traar cenrios de alteraes climticas em Portugal. Tendo em considerao o

    conhecimento disponvel sobre a forma como o clima influencia a estrutura e composio dos

    espaos florestais, caso se verifiquem as alteraes na precipitao e na temperatura

    previstas, podero ser esperados impactes ao nvel de:

    a) Produtividade da floresta e balano de carbono

    O funcionamento do ecossistema, a produo de matrias primas industriais e de servios

    pela floresta, bem como a capacidade de sequestro de carbono dependem da produtividade

    primria (vegetal). Prev-se um decrscimo da Produtividade Primria Lquida (PPL)

    associado ao aumento da deficincia hdrica. Todavia, onde no se espera um decrscimo na

    disponibilidade hdrica at nveis limitantes (sobretudo nas zonas mais hmidas e frias do

    Pas), a ocorrncia de Invernos mais quentes e o aumento da concentrao de CO2

    atmosfrico podero contribuir para o aumento da PPL.

    Aps um perodo razovel de tempo que permita a migrao natural das espcies, podero

    ocorrer alteraes dos tipos de espaos florestais e da distribuio das espcies florestais.

    Sendo pouco provvel que tal acontea nos prximos 100 anos, admissvel que a

    vegetao existente fique sujeita a maiores stresses ambientais.

    A frequncia de fenmenos climticos extremos, como por exemplo ciclones, secas severas

    ou ondas de calor prolongadas, em conjunto com o aumento do risco meteorolgico de

    incndio, poder vir a aumentar no futuro. Em consequncia deste possvel aumento, h um

    risco de perdas de produtividade pela mortalidade e subsequente degradao do solo.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.2 Alteraes climticas

    Pgina 10 de 252

    A capacidade actual das florestas nacionais de armazenar carbono elevada. No futuro,

    contudo, poder no ser to elevada devido a: 1) decrscimo ou aumentos ligeiros na PPL;

    2) diminuio da biomassa vegetal devido a alteraes na distribuio da vegetao e

    aumento da frequncia de incndios e 3) aumento da respirao do solo devido aos invernos

    mais quentes, diminuindo a importncia do carbono armazenado no solo.

    b) Alterao da mortalidade e adaptabilidade das espcies florestais chave

    Algumas espcies florestais podem sofrer mortalidade severa nos limites mais secos da sua

    distribuio actual. Alteraes na dominncia das espcies podero ocorrer em simultneo

    com alteraes nas reas de distribuio. As regies interiores e as meridionais estaro mais

    susceptveis devido ao maior aumento relativo da aridez. Enquanto que o declnio do sobreiro

    poder continuar a ocorrer, a azinheira poder tolerar melhor o aumento da deficincia

    hdrica e persistir em povoamentos abertos como os montados.

    c) Fogos florestais

    Prev-se um aumento do risco meteorolgico de incndio, que no centro poder

    corresponder a um aumento de trs a cinco vezes do nmero de dias com valores do ndice

    climtico de risco de incndio (FWI, Fire Weather Index) correspondentes a situaes de

    risco muito alto e extremo. Os resultados sugerem tambm o prolongamento da poca de

    incndios, uma vez que os valores do FWI so mais elevados que os actuais no final da

    Primavera e princpio do Outono.

    d) Pragas e doenas

    As taxas de crescimento das populaes de insectos existentes podem ser estimuladas pelo

    aumento da temperatura, principalmente nas espcies que produzem vrias geraes por

    ano, como os afdeos e adelgdeos. Nas regies interiores e meridionais, a maior aridez pode

    aumentar os danos causados por pragas, nomeadamente os perfuradores e outras espcies

    secundrias como os ambrosifagos.

    O aumento da temperatura invernal, quando acompanhada por humidade elevada, poder

    favorecer os surtos de fungos patognicos, causando a morte das rvores ou aumentando a

    vulnerabilidade secura estival e aos ataques por outras pragas. Invernos mais quentes e

    hmidos no norte e centro podero aumentar o risco de invaso de outros agentes

    patognicos.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.2 Clima 1.2.2 Alteraes climticas

    Pgina 11 de 252

    e) Biodiversidade e reas protegidas

    Algumas populaes animais, principalmente as que possuem distribuio geogrfica

    limitada, habitats especficos ou populaes reduzidas, podero no conseguir adaptar-se a

    alteraes rpidas no clima, existindo risco de extino principalmente em populaes com

    baixas capacidades de reproduo e disperso.

    As alteraes esperadas no coberto vegetal e a expanso das zonas semi-ridas tero

    consequncias importantes ao nvel dos habitats e das espcies das reas protegidas.

    Consideraram-se de elevada vulnerabilidade as comunidades vegetais e animais do Douro

    Internacional e de mdia vulnerabilidade as da Serra da Estrela e da Serra da Malcata.

    Fontes de informao

    Santos, F.D.; Forbes, K.; Moita, R. (editors, 2001). Climate change in Portugal. Scenarios,

    Impacts and Adaptation Measures - SIAM. Executive Summary and Conclusions, Gradiva,

    Lisbon, 24 pp.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.3 Orografia

    Pgina 12 de 252

    Introduo

    Apresenta-se, em seguida, a caracterizao orogrfica da regio PROF do Centro Litoral, no

    que respeita altimetria e declives. Em termos macrotopogrficos a regio plana na

    plataforma litoral, enquadrada a Leste por diversos relevos montanhosos, como Talhadas,

    Caramulo, Buaco e Sic. No extremo Sul predominam os planaltos e outros relevos crsicos.

    Resultados

    No mapa altimtrico, em anexo, distinguem-se quatro nveis altitudinais: Basal, Submontano

    e Montano (ver tabela 1).

    Tabela 1 Nveis de altitude

    Nvel Altitude (m) rea (ha) %

    Basal [0 400[ 533 973 95 Submontano [400 700[ 26 191 5 Montano [700 1000[ 542 0

    Total 560 706 100

    O Centro Litoral pertence maioritariamente ao nvel basal, ou seja, o seu relevo fica abaixo

    dos 400 m. No entanto a Sul no concelho de Porto de Ms a Serra dAire e Candeeiros

    pertence ao nvel submontano, assim como a Norte a Serra de Arestal do concelho de Sever

    do Vouga.

    No que respeita carta de declives a maior parte da regio tem declives entre 0-10% mas

    os concelhos de Sever do Vouga, gueda, Penacova e Porto de Ms apresentam alguns locais

    com declives superiores a 10%, de acordo com o mapa, em anexo.

    Implicaes para o planeamento

    A anlise da orografia do terreno permite identificar situaes limitantes, tais como a

    existncia de riscos de eroso ou de alagamento ou a exposio a ventos fortes. Permite

    ainda avaliar, em maior detalhe, as possibilidades de mecanizao das operaes florestais.

    Por outro lado, extremamente importante no que toca ao estudo do enquadramento

    paisagstico. Uma das suas componentes mais importantes o declive, directamente

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.3 Orografia

    Pgina 13 de 252

    relacionado com o risco de eroso e com a possibilidade de mecanizar os trabalhos (Correia

    & Oliveira, 2003).

    A mecanizao dos trabalhos, limitada directamente pelo declive, ocorre nas duas fases de

    preparao da estao para a arborizao: controlo da vegetao espontnea e mobilizao

    do solo. Poder tambm ser realizado no controle da vegetao espontnea nos primeiros

    anos aps a instalao. Esta preparao da estao visa fornecer s plantas as melhores

    condies para o crescimento, eliminando a competio da restante vegetao e melhorando

    as caractersticas do solo. A tabela 2 sintetiza as tcnicas mais recomendveis em Portugal

    para o controlo da vegetao espontnea. A informao das tabelas 2 e 3 deve ser

    interpretada tendo em conta a escala da informao cartogrfica, que foi calculada com base

    na altimetria, escala 1:250000.

    Tabela 2 Limpeza de vegetao espontnea (Correia & Oliveira, 2003)

    Vegetao Declive (d) Tipo de Operao Herbcea d

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.3 Orografia

    Pgina 14 de 252

    Tabela 3 Tcnicas de mobilizao do solo (Correia & Oliveira, 2003)

    Operaes Declive (d)

    d

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.4 Sistemas Hdricos (bacias e redes hidrogrficas)

    Pgina 15 de 252

    Introduo

    Apresenta-se nesta ficha temtica a descrio dos recursos hdricos da regio PROF do

    Centro Litoral. Estes englobam os rios mais importantes e as bacias hidrogrficas das

    principais linhas de gua e albufeiras. Os resultados apresentados tm como base a

    informao contida no Atlas do Ambiente do Instituto do Ambiente e no Sistema Nacional de

    Informao dos Recursos Hdricos Instituto da gua (SNIRH-INAG).

    Resultados

    Figura 1: rea ocupada pelas bacias hidrogrficas no Centro Litoral.

    No mapa, em anexo, podem ser consultadas as bacias hidrogrficas, as albufeiras e a rede

    hidrogrfica da regio do CL. Esta informao cartogrfica deve ser interpretada tendo em

    conta a respectiva escala, nomeadamente, 1:1 000 000 para a as bacias hidrogrficas e

    albufeiras e 1:250 000 para a rede hidrogrfica. Por esse motivo, nas tabelas seguintes so

    referidas albufeiras que no se encontram assinaladas no mapa, em anexo.

    65649 ha

    85601 ha

    193918 ha13815 ha

    199895 ha

    Vrios Lis Mondego Tejo Vouga

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.4 Sistemas Hdricos (bacias e redes hidrogrficas)

    Pgina 16 de 252

    Tabela 1 - Principais usos dos sistemas hdricos (SNIRH-INAG, 2004).

    Bacia Hidrogrfica

    Albufeira Linhas de gua Principais usos da gua

    Classificao das albufeiras

    Mondego Albufeira da Aguieira

    Mondego Abastecemento Domstico + Energia

    Protegida

    Albufeira da Raiva

    Mondego Energia Protegida

    Aude de Coimbra

    Mondego Energia+Rega Protegida

    Tabela 2: Actividades Secundrias(1) (SNIRH-INAG, 2004).

    Albufeira Pesca Banhos e Natao

    Navegao recreativa a remo e vela

    Navegao a Motor

    Competies Desportivas

    Albufeira da Aguieira Albufeira da Raiva Aude de Coimbra

    Permitidas com Restries(2) No

    permitidas Permitidas com Restries

    (1) - Ao abrigo da Lei n 58/ 2005, de 29 de Novembro e do Decreto Regulamentar 2/88 de 20 de Janeiro onde, para os efeitos referidos no Decreto-Lei n. 502/71, de 18 de Novembro, so considerados os seguintes grupos de actividades secundrias nas albufeiras de guas pblicas e servio pblico:

    a) Pesca;

    b) Banhos e natao;

    c) Navegao recreativa a remo e vela;

    d) Navegao a motor;

    e) Competies desportivas.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.4 Recursos Hdricos (bacias e redes hidrogrficas)

    Pgina 17 de 252

    Tabela 3: Plano de Ordenamento de Albufeiras (INAG, 2002).

    Albufeira Plano de Ordenamento de Albufeiras

    Albufeira da Aguieira

    com plano em curso

    Albufeira da Raiva

    sem plano

    Aude de Coimbra sem plano

    Implicaes para o planeamento

    A Regio PROF Centro Litoral (CL) subdivide-se em quatro bacias hidrogrficas: Vouga a

    Norte, Mondego no Centro e Tejo e Lis a Sul. As bacias do Vouga e do Mondego representam

    a maior proporo da rea total do CL perfazendo, em conjunto, cerca de 70% da sua

    superfcie total (ver figura 1).

    Os rios mais importantes do CL so o Vouga e o gueda, a Norte e o rio Mondego na faixa

    central. Nas reas meridionais, os cursos de gua mais relevantes so o rio Liz e a ribeira de

    So Pedro.

    De acordo com a informao do SNIRH, existem nesta regio trs albufeiras. Estas podem

    ser classificadas como protegidas ou de utilizao livre (ver tabela 1). Consideram-se

    como albufeiras protegidas aquelas (a) cuja gua , ou prev-se que venha a ser, utilizada

    (2) - As restries a estabelecer para cada actividade sero devidamente sinalizadas no local, significando em termos genricos:

    a) Em relao pesca, que podero ser aplicadas, entre outras, restries anlogas s dos regulamentos das zonas de pesca reservada, a no ser que se trate de concesso de pesca, caso em que sero aplicveis as disposies do respectivo regulamento de concesso;

    b) Em relao a banhos e natao, que estas actividades podero ser limitadas ou suspensas, quer por razes de defesa contra a poluio ou contaminao das guas da albufeira, quer por razes de segurana dos prprios utentes;

    c) Relativamente navegao, que poder ser limitado o nmero de barcos que podero navegar na albufeira e, no que respeita navegao a motor, que as respectivas potncias sero limitadas a 18 kW (24,5 cv) nas albufeiras assinaladas como de superfcie reduzida e a 55 kW (74,8 cv) nas outras albufeiras;

    d) Relativamente s competies desportivas, que estas s sero permitidas se puderem ser asseguradas condies, mesmo com limitao de locais, pocas e durao, de modo a no resultarem inconvenientes para a albufeira e sua zona de proteco ou para as outras actividades principais ou secundrias.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.4 Recursos Hdricos (bacias e redes hidrogrficas)

    Pgina 18 de 252

    para abastecimento de populaes e (b) que so parte integrante de ecossistemas com

    elevado valor de conservao. A classificao de utilizao livre (caso da albufeira de

    Belver), indica que a albufeira dispe de condies que permitem, sem prejuzo dos seus

    principais usos e funes, a coexistncia das diversas modalidades recreativas. Todas as

    albufeiras do CL esto classificadas como protegida (ver tabela 1).

    Todas as albufeiras classificadas esto sujeitas a condicionantes legais na prtica das

    actividades secundrias (ver tabela 2). Estas actividades secundrias (pesca, banhos e

    natao, navegao recreativa a remo e vela, navegao a motor, competies desportivas)

    podero ser permitidas com restries ou proibidas, de acordo o impacto que tenham, ou

    no, na degradao dos recursos hdricos. A navegao recreativa a remo e a vela

    proibida, sendo as restantes (pesca, banhos e natao, navegao a motor e competies

    desportivas) permitidas mas com restries.

    A quantidade e qualidade dos recursos hdricos dependem, em grande medida do coberto

    vegetal e, muito particularmente, do estrato arbreo. Os povoamentos florestais, por

    aumentarem as taxas de infiltrao do solo e promoverem o escoamento no torrencial

    (causa de eroso), maximizam o aproveitamento das guas pluviais que atingem o solo.

    Estas funes so particularmente importantes nas zonas de maior altitude das bacias

    hidrogrficas.

    Ao longo das linhas de gua, a vegetao ripcola desempenha ainda um importante papel no

    funcionamento dos ecossistemas associados, proporcionando habitats de alimentao, abrigo

    e reproduo para um grande nmero de espcies terrestres, aquticas e anfbias, muitas

    delas com estatuto de conservao. A sua remoo ou artificializao conduz a uma perda de

    capacidade de suporte para a generalidade das espcies que dela dependem. Por outro lado,

    estas aces tero tambm impactos negativos ao nvel das funes de estabilizao e

    proteco das margens, filtrao de poluio difusa, ao controlo das cheias, regularizao

    climtica e a alteraes do grau de insolao do leito. Este ltimo aspecto poder levar a um

    aumento do nvel de eutrofizao das guas, comprometendo a persistncia dos pegos

    durante o perodo de estio, afectando muitas das espcies, sobretudo de anfbios, que

    dependem da sua existncia. A manuteno das galerias ripcolas tem ainda uma

    importncia fundamental na valorizao da paisagem e na produtividade dos cursos de gua

    com interesse piscatrio.

    Relativamente ao Plano de Ordenamento das Albufeiras (POA), na regio do CL apenas a

    albufeira da Aguieira tem o POA em curso (ver tabela 3), enquanto que as restantes esto

    sem plano.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.4 Recursos Hdricos (bacias e redes hidrogrficas)

    Pgina 19 de 252

    Fontes de informao

    Alves, A.A. Monteiro, 1988. Tcnicas de Produo Florestal. 2 Edio. Instituto Nacional de

    Investigao Cientfica Lisboa. 331 pp.

    D.G. dos Recursos Naturais, 1989. Carta da Hidrografia Continental Principais Bacias

    Hidrogrficas, in Atlas do Ambiente. 1: 1 000 000.

    IGeoE, s. d. Rede hidrogrfica de Portugal Continental. 1:250 000.

    INAG, MCOTA, Direco de Servios de Utilizaes do Domnio Hdrico - Diviso de

    Ordenamento e Proteco, 2002. Plano de Ordenamento das Albufeiras. Stio da Internet:

    Sistema Nacional de Informao dos Recursos Hdricos. http://snirh.inag.pt/ (pgina

    consultada a 18 de Maio de 2004).

    INAG/DSRH, 1998. Usos primrios das Albufeiras. Stio da Internet: Sistema Nacional de

    Informao dos Recursos Hdricos. http://snirh.inag.pt/ (pgina consultada a 12 de Abril de

    2004).

    INAG/DSRH, 1998. Usos secundrios das Albufeiras. Stio da Internet: Sistema Nacional de

    Informao dos Recursos Hdricos. http://snirh.inag.pt/ (pgina consultada a 12 de Abril de

    2004).

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.1 Litologia

    Pgina 20 de 252

    Introduo

    A caracterizao litolgica da estao encontra-se entre os factores que tm, em particular

    nos solos menos evoludos, um papel importante na determinao do respectivo potencial

    produtivo, identificao das espcies que a ela melhor se adaptam e conhecimento das

    limitaes naturais florestao. O material originrio do solo ir determinar, consoante os

    processos metamrficos que sobre ele actuem, as caractersticas futuras do solo. Embora a

    generalidade das rvores florestais consiga sobreviver em solos pobres, inadequados para as

    culturas agrcolas, apenas algumas espcies se desenvolvem com uma conformao

    adequada obteno de material lenhoso de valor (Correia & Oliveira, 2003). Deste modo, a

    caracterizao litolgica tem importncia na determinao do valor florestal do territrio e,

    assim, pode permitir escolhas mais acertadas em termos do seu uso e ordenamento.

    Apresenta-se em seguida a caracterizao litolgica da regio PROF Centro Litoral.

    Resultados

    Os resultados foram elaborados com base na Carta Litolgica do Atlas do Ambiente do

    Instituto do Ambiente. As cartas de litologia que se apresentam tm como base o tratamento

    da informao existente no qual foram considerados dois parmetros relativos rocha-me,

    o pH e a dureza. Este tratamento originou cinco unidades litolgicas rochas cidas brandas,

    rochas cidas duras, rochas bsicas brandas, rochas bsicas duras e rochas de dureza e

    acidez variada (ver tabela 1).

    Tabela 1 - Caracterizao litolgica do Centro Litoral relativamente aos parmetros pH e dureza (Fonte: Carta Litolgica do Atlas do Ambiente).

    pH Dureza rea (ha) % na regio

    cidas brandas 313665,8 55,9

    duras 86061,1 15,3

    Bsicas brandas 15409,9 2,7

    duras 62995,2 11,2

    outras outras 82574,0 14,7

    560706,0 100,0

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.1 Litologia

    Pgina 21 de 252

    Implicaes para o planeamento

    Do ponto de vista litolgico, a regio do Centro Litoral formada maioritariamente por

    rochas cidas (aproximadamente 71%) (tabela 1). As rochas cidas, por sua vez,

    subdividem-se em brandas (aproximadamente 56%) e duras (aproximadamente 15%). As

    rochas cidas brandas localizam-se mais no litoral, no qual por alguma influncia do oceano

    atlntico se acelera o fenmeno de meteorizao das rochas, originando na sua maior parte

    areias, arenitos e argilas. De um modo geral pode dizer-se que estas rochas vo originar

    solos arenosos pouco evoludos, ideais para espcies aptas a solos bem arejados, leves e

    ligeiramente cidos.

    Menos representativas, temos as rochas cidas duras de difcil meteorizao. Exemplo disso

    temos os granitos e rochas afins, complexos xisto-grauvquicos e quartzitos, localizados a

    Nordeste.

    Quanto s rochas bsicas (aproximadamente 14%) encontram-se dispersas em pequenos

    grupos do Centro e Sul. Sero estas reas, as que despertam maior ateno na introduo

    de espcies florestais, identificando-se como zonas calcrias. Porm, em zonas de calcrio

    lixiviado, denominadas margas, possvel a introduo de espcies calcfugas.

    restante rea (aproximadamente 15%) corresponde uma zona de rochas de dureza e

    acidez variada. Dado grande parte das espcies florestais serem intolerantes ao calcrio

    importante a identificao dessas zonas para um eficaz planeamento e ordenamento

    florestal.

    A litologia no fornece, de forma isolada, implicaes a nvel florestal, visto que mesma

    rocha correspondero solos de diferentes caractersticas. necessrio o conhecimento das

    diversas variveis biofsicas (clima, solo, orografia, entre outras) para um correcto

    planeamento e ordenamento florestal.

    Fontes de informao

    Correia, A.V. & Oliveira, A.C. (2003). Principais espcies florestais com interesse para

    Portugal. Zonas de Influncia Atlntica. Estudos e Informao n. 322. DGF, MADRP. Lisboa,

    187 pp.

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.1 Litologia

    Pgina 22 de 252

    Estao Agronmica Nacional, A. M. Soares da Silva, (1982). Litolgica, in Atlas do

    Ambiente. 1:1 000 000.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.2 Risco de eroso

    Pgina 23 de 252

    Introduo

    A degradao ambiental associada eroso acelerada dos solos uma das ameaas dos

    espaos florestais que deve ser abordada no planeamento florestal. A dificuldade reside em

    avaliar, de modo fivel e preciso, a extenso, a magnitude e as taxas de eroso do solo, bem

    como as suas consequncias econmicas e ambientais. A conjugao de uma forma expedita

    dos processos de degradao do solo, poder produzir um indicador que permita identificar

    as reas que incorrem em maior risco de eroso.

    Apresenta-se em seguida a caracterizao do risco de eroso da regio PROF do Centro

    Litoral. Elaborou-se uma carta de risco de eroso para a referida regio com base em

    informao cartogrfica sobre o coberto florestal e o declive do terreno, que se consideraram

    ser os factores de maior influncia na eroso dos solos florestais.

    Resultados

    A informao cartogrfica de base utilizada foi gerada pelo estudo das reas queimadas e

    risco de incndio em Portugal (Pereira & Santos, 2003), utilizando-se a cartografia das

    grandes classes de declive (%) e da densidade (km2/km2) de floresta e mato.

    A carta das grandes classes de declive 0-2, 2-5, 5-8, 8-13, 13-30 (%) foi calculada a partir

    dos dados altimtricos convertidos do formato vectorial 3D de curvas de nvel escala

    1:250.000, para uma quadrcula de 1 ha. De seguida, a resoluo espacial da carta de

    declive foi degradada para 1 km2 atravs do clculo do valor mdio de altitude em cada

    regio de 10x10 clulas (pixels) de 1 ha.

    A funcionalidade analtica do Sistema de Informao Geogrfica (SIG) permitiu organizar as

    grandes classes de declive em trs nveis (0-10, 10-20, 20-33%), de acordo com a

    classificao da Forestry Commission (1996). O grau de coberto tem origem na carta de

    densidade de ocupao com coberto vegetal susceptvel ao fogo, efectuada a partir da

    Cartografia de Ocupao do Solo de 1990 (COS90) (CNIG/DGF), estando por isso

    parcialmente desactualizada, tendo-se criado trs classes de coberto florestal (0-30, 30-50,>

    50%). Estas classes foram obtidas pelo clculo da percentagem de coberto florestal e de

    matos com uma resoluo de 1 Km2.

    Da combinao dos dois nveis temticos, por meio do SIG, criou-se a carta de risco de

    eroso com base no indicador de risco de eroso presente na tabela 1, tendo sido dado

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.2 Risco de eroso

    Pgina 24 de 252

    maior peso ao declive pois quando este aumenta o escoamento superficial vai igualmente

    aumentar, o que implica maior arrastamento das partculas do solo e, consequentemente,

    um maior nvel de eroso. Assim, definiram-se trs nveis de risco de eroso (tabela 2): alto,

    mdio e baixo.

    Tabela 1 Indicador de risco de eroso.

    Declive (%) Coberto (%)

    ]0 - 30] ]30 - 50] > 50

    [0 10[ 2 3 3

    [10 20[ 1 2 2

    [20 - 33[ 1 1 2

    Tabela 2 Indicador numrico de risco de eroso.

    Risco de eroso

    Indicador numrico

    Alto 1

    Mdio 2

    Baixo 3

    Como se pode observar nessa carta uma grande proporo da rea do Centro Litoral tem um

    indicador de risco de eroso mdio.

    Implicaes para o planeamento

    Uma das componentes mais importantes do risco de eroso o declive que tem grande

    influncia na mecanizao dos trabalhos florestais. A partir de declives mdios (> 8-10%)

    devem haver certos cuidados nas operaes mecanizadas que ocorrem nas duas fases de

    preparao da estao para a arborizao: controlo da vegetao espontnea e mobilizao

    do solo Na ficha da caracterizao orogrfica (1.3), apresentado um conjunto de

    recomendaes expeditas para estas operaes.

    O coberto florestal o outro factor que tem influncia nos valores do indicador de eroso. As

    grandes perdas no coberto florestal devido aos incndios tm um grande contributo no

    aumento do risco de eroso da regio. Nas regies de clima mediterrnico normal a

    ocorrncia de precipitaes em regime torrencial, o que agrava a erodibilidade dos solos

  • Caderno 1: Anlise biofsica

    1.5 Geomorfologia e solos 1.5.2 Risco de eroso

    Pgina 25 de 252

    florestais aps incndios. do conhecimento geral que esta uma regio bastante afectada

    por este problema pelo que o PROF tem um carcter urgente no seu ordenamento. Nas

    zonas em que se verifica um maior risco de eroso o aumento do coberto florestal

    (povoamentos ou matos) ter um papel importante na diminuio desse risco.

    Fontes de informao

    CNIG, 1990. Carta de Ocupao do Solo 1990. 1:25 000.

    Forestry Commission, 1996. Terrain Classification. Forestry Commission Technical Note

    16/95, Dumfries, 5 p.

    IGeoE, s. d. Altimetria de Portugal Continental. 1:250 000.

    Pereira, J.M.C. & Santos, M.T.N., 2003. reas Queimadas e Risco de Incndio em Portugal.

    DGF, MADRP. Lisboa, 64 pp.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 2: Anlise socio-econmica

    0. Introduo

    Pgina 26 de 252

    semelhana do caderno anterior, sero abordadas componentes fundamentais da

    caracterizao da situao territorial de referncia. Desta vez, ser dado nfase s variveis

    socio-econmicas que descrevem as caractersticas sociais e a estrutura da economia da

    regio objecto de ordenamento, as quais so tambm determinantes na potencialidade de

    desenvolvimento do sector florestal de um territrio.

    As variveis socio-econmicas constituem as variveis activas em ordenamento do territrio,

    uma vez que so responsveis pelos processos de transformao e impacte que caracterizam

    as aces de ordenamento. Exprimem directamente a dimenso populacional e as

    actividades econmicas no ordenamento territrio, e como tal influenciam ou conduzem a

    dinmica do ordenamento do territrio (Partidrio, 1999).

    As fichas correspondentes s variveis socio-econmicas dizem respeito a demografia e ao

    enquadramento macro-econmico. Sendo os espaos florestais uma componente do espao

    rstico, estando os usos de solo a ele associados frequentemente interligados em espaos

    agro-florestais e existindo dinmicas de converso de uso agrcola em uso florestal do solo

    incentivadas por polticas de incentivo florestao de terras agrcolas, considerou-se

    relevante a caracterizao do sector agrcola que lhe d enquadramento. Para tal foram

    tambm elaboradas fichas com informao sobre a produtor e a propriedade agrcola.

    Fontes de informao

    Pardal, S. (2002). Planeamento do espao rstico. Edio ADISA (Instituto Superior de

    Agronomia) e CESUR (Instituto Superior Tcnico). Lisboa. 143 pp.

    Partidrio, M.R. (1999). Introduo ao Ordenamento do Territrio. Universidade Aberta.

    Lisboa. 210 pp.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 27 de 252

    Introduo

    A populao um elemento estratgico que se inter-relaciona com o sistema econmico,

    social e territorial, interferindo na definio de uma poltica e de um esquema de

    ordenamento do territrio.

    No sentido de caracterizar a populao desta regio PROF, analisa-se a densidade

    populacional e o ndice de envelhecimento populacional, por concelho, em 2001 e respectivas

    variaes entre 1981 e 2001.

    A densidade populacional exprime o nmero de habitantes por quilmetro quadrado, sendo,

    por isso, um indicador da concentrao da populao altas densidades populacionais

    indicam um elevado nmero de habitantes por unidade de superfcie.

    O ndice de envelhecimento o nmero de habitantes com mais de 65 anos, por cada 100

    habitantes com menos de 15 anos. Valores superiores a 100 indicam que a populao est

    envelhecida.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 28 de 252

    Resultados

    Figura 1: Densidade populacional, por concelho, em 2001 - (INE, 2001).

    Tabela 1: Densidade populacional em 2001, para todas as regies PROF das Beiras, para a NUTS II Centro e para Portugal - (INE, 2001).

    Densidade Populacional 2001 (hab/km2)

    Centro Litoral 174 Do-Lafes 82 Pinhal Interior Norte 53 Pinhal Interior Sul 24 Beira Interior Norte 41 Beira Interior Sul 21 NUTS II Centro 83 Portugal 111

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 29 de 252

    Figura 2: Variao percentual da densidade populacional entre 1991 e 2001, por Concelho - (INE, 1991 e 2001).

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 30 de 252

    Figura 3: ndice de envelhecimento, por concelho, em 2001 - (INE, 2001).

    Tabela 2: ndice de envelhecimento, em 2001, para todas as regies PROF das Beiras, para a NUTS II Centro e para Portugal - (INE, 2001).

    ndice de Envelhecimento 2001 Centro Litoral 108 Do-Lafes 125 Pinhal Interior Norte 163 Pinhal Interior Sul 257 Beira Interior Norte 173 Beira Interior Sul 229 NUTS II Centro 130 Portugal 105

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 31 de 252

    Figura 4: Variao percentual do ndice de envelhecimento, entre 1991 e 2001, por concelho - (INE, 1991 e 2001).

    Implicaes para o planeamento

    Analisando a figura 1, possvel verificar que os concelhos com maior presso humana por

    unidade de superfcie so os concelhos de lhavo e Coimbra, com densidades populacionais

    acima dos 420 hab/km2. Estes dois concelhos tm densidades populacionais superiores, em

    mais de duas vezes, mdia da regio Centro Litoral e, aproximadamente, quatro vezes

    maiores do que a mdia nacional (Tabela 2).

    Os concelhos com menor densidade populacional so os concelhos de Penacova, Soure,

    Pombal, Porto de Ms, Cantanhede, Sever do Vouga, Mira, Condeixa-a-Nova, Montemor-o-

    Velho, Murtosa, Vagos, Anadia, Batalha, gueda e Albergaria-a-Velha. Nestes concelhos a

    densidade populacional inferior a 163 hab/km2.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.1. Demografia

    Pgina 32 de 252

    tambm de salientar que a regio Centro Litoral apresenta uma densidade populacional

    superior densidade populacional de qualquer outra regio PROF, nas Beiras, verificando-se

    o mesmo fenmeno na comparao do Centro Litoral com a NUTS II Centro e com Portugal .

    A figura 2 permite verificar que, apenas nos concelhos de Soure, Montemor-o-Velho, Sever

    do Vouga, Murtosa, Penacova, Mira e Cantanhede (7 concelhos em 25, representando cerca

    de da rea total da regio PROF) que a densidade populacional decresceu, nas duas

    ltimas dcadas, tendo aumentado, em todos os outros concelhos, sobretudo nos concelhos

    de lhavo, Vagos, Batalha, Oliveira do Bairro, Ovar, Aveiro e Leiria, onde o acrscimo foi

    superior aos 15 pontos percentuais.

    Observando a figura 3, conclumos que apenas nos concelhos de Ovar, Aveiro, lhavo, Vagos,

    Albergaria-a-Velha, gueda e Leiria, que a populao no est envelhecida. Por outro lado,

    o concelho de Soure o concelho com populao mais envelhecida.

    Comparando o ndice de envelhecimento do Centro Litoral (Tabela 2) com o de outras

    regies PROF na zona Centro, verifica-se que, esta regio apresenta uma populao menos

    envelhecida do que a de qualquer uma das restantes regies PROF analisadas, sendo

    bastante semelhante populao nacional.

    A figura IV indica que o ndice de envelhecimento aumentou, mais de 30%, em todos os

    concelhos ao longo dos ltimos 20 anos, sobretudo nos concelhos da Marinha Grande e de

    Anadia onde a variao foi superior a 64 pontos percentuais.

    Numa anlise global destes indicadores, e respectiva evoluo, podemos afirmar que a

    presso humana no Centro Litoral aumentou nas duas ltimas dcadas, verificando-se,

    simultaneamente, um envelhecimento global da populao, com tendncia para aumentar.

    Desta forma, ao nvel do planeamento urge dotar esta regio de estruturas de recreio e

    lazer.

    ainda de salientar que esta regio muito diferente, em termos de estrutura demogrfica,

    das restantes regies PROF das Beiras.

    Fontes de informao

    INE, 2001, Recenseamento Geral da Populao.

    INE, 1981, Recenseamento Geral da Populao.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 33 de 252

    Introduo

    Tendo como base os dados da publicao Contas Regionais 1995-2001 (base 1995) do INE

    (2004), realiza-se um enquadramento macro-econmico da regio PROF do Centro Litoral.

    Pretende-se identificar e analisar as dinmicas que, a este nvel, podero reflectir ou

    influenciar o sector florestal.

    Caracterizando, em maior detalhe, o sector primrio (Classificao das Actividades

    Econmicas - Rev. 2 - A3), enquanto enquadramento macro-econmico do sector florestal,

    analisa-se a evoluo e importncia relativa do Produto Interno Bruto (PIB) a preos de

    mercado, Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preos base de 1995 e Emprego.

    Resultados

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    No Centro Em Portugal

    Figura 1: Importncia relativa do PIB do Centro Litoral, na regio Centro e em Portugal.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 34 de 252

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001

    Centro Litoral Centro Portugal

    Figura 2: Variao do PIB a preos de mercado por regio.

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    No Centro Em Portugal

    Figura 3: Importncia relativa do VAB do Centro Litoral, na regio Centro e em Portugal.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 35 de 252

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Primrio Secundrio Tercirio

    Figura 4: Importncia relativa dos sectores de actividade no VAB do Centro Litoral.

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001

    Primrio Secundrio Tercirio Total

    Figura 5: Variao do VAB sectorial e total no Centro Litoral.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 36 de 252

    0%

    1%

    2%

    3%

    4%

    5%

    6%

    7%

    8%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Centro Litoral Centro Portugal

    Figura 6: Importncia relativa do VAB do sector primrio por regio.

    -15%

    -10%

    -5%

    0%

    5%

    10%

    15%

    1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001

    Centro Litoral Centro Portugal

    Figura 7: Variao do VAB do sector primrio por regio.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 37 de 252

    0%

    6%

    12%

    18%

    24%

    30%

    36%

    42%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    No Centro Em Portugal

    Figura 8: Importncia relativa do emprego do Centro Litoral, na regio Centro e em Portugal.

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Primrio Secundrio Tercirio

    Figura 9: Importncia relativa do emprego por sector de actividade, no Centro Litoral.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 38 de 252

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001

    Primrio Secundrio Tercirio Total

    Figura 10: Variao do emprego sectorial e total no Centro Litoral.

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Centro Litoral Centro Litoral Portugal

    Figura 11: Importncia relativa do emprego do sector primrio por regio.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 39 de 252

    -8%

    -7%

    -6%

    -5%

    -4%

    -3%

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    -1%

    0%

    1%

    1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000

    Centro Litoral Centro Portugal

    Figura 12: Variao do emprego do sector primrio por regio.

    Implicaes para o planeamento

    O PIB da regio PROF de Centro Litoral em 2001, representa 63,3% do PIB da NUTS II

    Centro e 8,8% do de Portugal. A sua importncia relativa na regio Centro e em Portugal

    tem-se mantido relativamente constante. De facto a sua evoluo, tem acompanhado a

    dinmica das regies referidas e com variaes muito prximas destas sendo mesmo

    superior a ambas no ano de 1999.

    Quanto ao VAB, a importncia relativa de Centro Litoral na regio Centro em 2001 de

    43,3% e em Portugal de 7,2%, tendo a sua evoluo sido semelhante do PIB. Ao nvel da

    sua composio, verificamos que o VAB do sector primrio representa apenas 3% do VAB

    total, reflexo de uma tendncia de diminuio da sua importncia relativa no VAB total do

    Centro Litoral. Este facto no no entanto indicador da evoluo do VAB do sector primrio,

    que tem apresentado variaes anuais de sentido contrrio em vrios anos, mas onde se

    destacam pela sua maior magnitude as variaes negativas. Pelo contrrio, os restantes

    sectores, so constantes na sua tendncia de crescimento e mais expressivos na sua

    variao percentual, destacando-se o sector tercirio em 2000 e 2001.

    Ao nvel do emprego total, a regio PROF representa em 2001, cerca de 38,9% do da regio

    Centro e 10,6% do de Portugal, situao que foi semelhante aos anos anteriores. A sua

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.2 Enquadramento macro-econmico

    Pgina 40 de 252

    evoluo tem sido de crescimento muito ligeiro mas consistente, com uma variao mxima

    de 3,3% nos anos de 1998 e 1999.

    Analisando a sua composio verificamos que o emprego do sector primrio tem uma

    importncia relativa de 10,7% em Centro Litoral, o que inferior ao valor para a regio

    Centro e semelhante ao de Portugal Centro. Este facto coloca o emprego do sector primrio

    destacadamente no ltimo lugar de importncia relativa do emprego sectorial nesta regio. A

    importncia relativa do emprego por sectores de actividade tem sido constante, pois para os

    sete anos em anlise a variao mais elevada foi a diminuio do sector primrio em 2,7%.

    De referir que o sector tercirio domina o emprego no Centro Litoral com 54,1% mas tendo

    crescido apenas 2,5% na sua importncia relativa, neste perodo. no entanto de referir que

    a importncia do emprego no se reflecte na mesma proporo nos indicadores de produo,

    o que poder ser reflexo da importncia, essencialmente social, do emprego no sector

    primrio.

    A variao do nmero de empregados do sector primrio, neste perodo foi de -10,9%,

    apesar de em 1996 se ter verificado um crescimento de 3% que foi largamente compensado

    pelas diminuies registadas nos anos de 1998, 1999 e 2000. Esta dinmica foi semelhante

    registada na regio Centro e em Portugal para este sector. Ao nvel da regio os restantes

    sectores apresentaram variaes positivas, o que foi mais relevante em 1998 e 1999.

    No que concerne ao planeamento, a anlise do enquadramento macro-econmico estabelece

    algumas indicaes de carcter estratgico nomeadamente ao nvel da distribuio de

    recursos pelas diferentes medidas a implementar. Neste caso o factor que mais se evidencia

    a discrepncia entre a importncia relativa do emprego e a dos indicadores de produo,

    no sector primrio. Ser portanto de esperar, que polticas de optimizao dos recursos

    humanos tenham em conta a importncia social do emprego neste sector de actividade.

    Nota: Os dados referentes NUTS II - Centro, dizem respeito diviso administrativa

    anterior 5-11-2002.

    Fontes de informao

    INE, 2004. Contas Regionais 1995-2001 (base 1995).

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 41 de 252

    Introduo

    A anlise das dinmicas sociais regionais, no mbito do planeamento florestal, passa pela

    caracterizao e identificao de tendncias dos principais agentes do sector. A informao

    mais sistematizada que possvel encontrar est disponvel nos Recenseamentos Gerais da

    Agricultura (RGA) e tem como objecto os produtores agrcolas. A rea de floresta que estes

    produtores representam constitui cerca de 24% da rea arborizada total da regio PROF do

    Centro Litoral (ver ficha Propriedade agrcola).

    Nesta ficha, procura-se analisar as caractersticas que tero maiores implicaes ao nvel do

    planeamento florestal. As dinmicas verificadas em cada uma, no so geralmente atribudas

    a uma s causa, mas antes interaco de vrias, das quais se destacam as variaes da

    populao residente total e da populao agrcola em particular.

    Resultados

    0

    1.000

    2.000

    3.000

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    5.000

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    gue

    da

    Alberg

    aria-a

    -Velh

    a

    Anad

    iaAv

    eiro

    Batal

    ha

    Canta

    nhed

    e

    Coim

    bra

    Cond

    eixa-a

    -Nov

    a

    Estar

    reja

    Figue

    ira da

    Fozlh

    avoLe

    iria

    Marin

    ha G

    rande

    Mealh

    ada

    Mira

    Monte

    mor-o

    -Velh

    o

    Murto

    sa

    Olive

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    Bair

    roOv

    ar

    Pena

    cova

    Pomb

    al

    Porto

    de M

    s

    Seve

    r do V

    ouga

    Soure

    Vago

    s

    1989 1999

    Figura 1: Nmero de produtores singulares por concelho.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 42 de 252

    70%

    75%

    80%

    85%

    90%

    95%

    100%

    gue

    da

    Alberg

    aria-a

    -Velh

    a

    Anad

    iaAv

    eiro

    Batal

    ha

    Canta

    nhed

    e

    Coim

    bra

    Cond

    eixa-a

    -Nov

    a

    Estar

    reja

    Figue

    ira da

    Fozlh

    avoLe

    iria

    Marin

    ha G

    rande

    Mealh

    adaMi

    ra

    Monte

    mor-o

    -Velh

    o

    Murto

    sa

    Olive

    ira do

    Bair

    roOv

    ar

    Pena

    cova

    Pomb

    al

    Porto

    de M

    s

    Seve

    r do V

    ougaSo

    ureVa

    gos

    Centr

    o Lito

    ral

    Beira

    Litor

    al

    Centr

    o

    Conti

    nente

    1989 1999

    Figura 2: Importncia relativa dos produtores dirigentes por regio.

    Dirigente da explorao - a pessoa responsvel pela gesto corrente e quotidiana da explorao agrcola. O dirigente tem como idade mnima 15 anos e tem sempre actividade na explorao, (RGA, 1999).

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    35%

    15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 >=65

    Classes de idade (anos)

    1989 1999

    Figura 3: Distribuio relativa dos produtores singulares por classes de idade.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 43 de 252

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    35%

    40%

    15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 >=65

    Classes de idade (anos)

    Centro Litoral Beira Litoral Centro Continente

    Figura 4: Distribuio relativa dos produtores singulares por classes de idade (1999).

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    No sabe ler Sabe ler eescrever

    1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo Superior ao 3 ciclo

    1989 1999

    Figura 5: Distribuio relativa dos produtores singulares por nvel de instruo (para 1989 no existem dados relativos aos nveis: 3 ciclo e superior ao 3 ciclo).

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 44 de 252

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    No sabe ler Sabe ler eescrever

    1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo Superior ao 3 ciclo

    Centro Litoral Beira Litoral Centro Continente

    Figura 6: Distribuio relativa dos produtores singulares por nvel de instruo (1999).

    0,0%

    0,5%

    1,0%

    1,5%

    2,0%

    2,5%

    Centro Litoral Beira Litoral Centro Continente

    Curta durao Longa durao Curta e longa dur. Completa

    Figura 7: Distribuio relativa dos produtores singulares por tipo de formao profissional (1999).

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 45 de 252

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    14%

    gue

    da

    Alberg

    aria-a

    -Velh

    a

    Anad

    iaAv

    eiro

    Batal

    ha

    Canta

    nhed

    e

    Coim

    bra

    Cond

    eixa-a

    -Nov

    a

    Estar

    reja

    Figue

    ira da

    Fozlh

    avoLe

    iria

    Marin

    ha G

    rande

    Mealh

    ada

    Mira

    Monte

    mor-o

    -Velh

    o

    Murto

    sa

    Olive

    ira do

    Bair

    roOv

    ar

    Pena

    cova

    Pomb

    al

    Porto

    de M

    s

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    Figura 8: Importncia relativa dos produtores singulares com formao profissional (1999).

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    ]0, 25[ [25, 50[ [50, 75[ [75, 100[ A tempo completo

    Classes de tempo de actividade (%)

    Pro

    duto

    res

    Centro Litoral Beira Litoral Centro Continente

    Figura 9: Distribuio relativa dos produtores singulares por classe de tempo de actividade agrcola (1989).

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

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    ]0, 25[ [25, 50[ [50, 75[ [75, 100[ A tempocompleto

    Classes de tempo de actividade

    Prod

    utor

    es

    Centro Litoral Beira Litoral Centro Continente

    Figura 10: Distribuio relativa dos produtores singulares por classe de tempo de actividade agrcola (1999).

    Implicaes para o planeamento

    Na regio PROF do Centro Litoral, a diminuio do nmero de produtores singulares entre

    1989 e 1999 foi de 39,1%, no entanto de salientar que so vrios os concelhos onde esta

    diminuio superior a 50%, nomeadamente lhavo (-67,3%), Marinha Grande (-58,8%),

    Ovar (-56,5%) e Aveiro (-56%). No que diz respeito importncia relativa dos concelhos

    destacam-se claramente os de Pombal (10,6%), Leiria (10,3%) e de Cantanhede (9,9%).

    A relao dos produtores com a gesto das exploraes maioritariamente a de produtor

    dirigente, verificando-se esta situao em 96,3% dos casos em 1999 para a regio PROF. Em

    relao aos produtores do sexo masculino verificou-se uma diminuio generalizada da sua

    importncia relativa em 11,2% entre 1989 e 1999 quando atingiu o valor de 77,6% do total

    de produtores. Destacam-se alguns concelhos por apresentarem valores claramente

    inferiores ao da regio PROF, nomeadamente os da Murtosa (55,3%) e de Sever do Vouga

    (56,1%).

    Analisando a estrutura etria ao nvel da regio PROF verifica-se a importncia das classes

    55-64 anos e igual/superior a 65 anos que representam respectivamente 30,3% e 31,5% do

    total de produtores em 1999. Estas duas classes foram as nicas a apresentar uma variao

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 47 de 252

    positiva da sua importncia relativa em 3,9% e 45,8% respectivamente, no perodo 1989-

    1999. A variao na classe 55-64 anos deveu-se fundamentalmente aos concelhos de

    Condeixa-a-Nova, Albergaria-a-Velha, Mira, Vagos e Sever do Vouga. ainda de referir a

    acentuada diminuio da importncia relativa das classes 15-24 (-77,8%) e 25-34 anos (-

    68,7%), representando apenas 0,2 e 2%, respectivamente, do total de produtores em 1999.

    A dinmica populacional dos produtores agrcolas tem evoludo no sentido da sua reduo e

    envelhecimento, o que poder ter consequncias ao nvel do planeamento florestal, pelo

    abandono das terras agrcolas que so potencialmente terrenos arborizveis.

    estrutura populacional envelhecida acresce o reduzido nvel de instruo escolar formal dos

    produtores que em 1999 se situa maioritariamente no 1 ciclo (58,6%) existindo ainda uma

    classe importante sem qualquer nvel de instruo formal (28,2%). A anlise comparativa

    1989-1999 do nvel de instruo s pode ser realizada at ao 2 ciclo de ensino devido ao

    facto dos restantes nveis no terem sido considerados como rubricas do RGA de 1989. A

    comparao ao nvel da regio PROF permite verificar o aumento considervel de produtores

    com o 2 ciclo (53,8%) no perodo 1989-1999, e uma tendncia importante na diminuio do

    peso relativo dos produtores sem nenhum nvel de instruo formal, em especial na classe

    dos que no sabem ler nem escrever (37,6%). Em 1999 a importncia relativa dos

    produtores detentores de nvel de instruo superior ao 2 ciclo atinge o valor de 6% sendo

    que cerca de metade destes tm apenas o 3 ciclo. As tendncias verificadas ao nvel desta

    regio PROF so generalizveis ao nvel concelhio, exceptuando os concelhos de Abergaria-a-

    Velha, gueda, Penacova e principalmente lhavo, em que a classe dos produtores que

    apenas sabem ler e escrever, aumentou e a dos com o 1 ciclo, diminuiu. A dinmica de

    evoluo do nvel de instruo dos produtores nesta regio PROF vai no sentido da sua

    melhoria, que poder resultar do mais elevado nvel de instruo dos produtores mais novos

    em 1999 relativamente a 1989, ou ainda de um esforo de alfabetizao dos produtores de

    uma forma geral.

    Tambm o nvel da formao profissional bastante reduzido exceptuando a generalizada

    formao prtica dos produtores nas suas exploraes. Apesar de tudo destacam-se alguns

    concelhos ao nvel da formao de curta e da de longa durao, nomeadamente Sever do

    Vouga, Ovar e Murtosa, mas tambm Batalha e Estarreja. Numa leitura mais abrangente, a

    regio do Centro Litoral no difere muito da situao ao nvel da NUTS II Centro e da NUTS

    I Continente, onde os nveis de formao profissional tambm so reduzidos.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.1 Produtor agrcola

    Pgina 48 de 252

    O nvel de formao escolar bsica e profissional so reduzidos o que aliado estrutura

    envelhecida e em regresso, levantar dificuldades de adaptao e de proactividade em

    relao s novas tcnicas de gesto e de planeamento em geral e do florestal em particular.

    Ao nvel do tempo de actividade agrcola, nesta regio PROF destaca-se a variao na classe

    de 75-100%, que cresceu de importncia relativa em 34,1%. Numa perspectiva mais

    abrangente pode-se verificar uma diminuio da importncia das classes inferiores a 75% do

    tempo e o crescimento das classes acima dos 75%. As dinmicas ao nvel dos concelhos so

    bastante heterogneas sendo possvel destacar dois agrupamentos principais, de concelhos

    com alguma semelhana entre eles, nomeadamente: Soure, gueda Oliveira do Bairro e

    Pombal em que a classe 75-100% cresce, mais do que na regio PROF, e a de tempo

    completo diminui bastante. Outro conjunto formado pelos concelhos de Albergaria-a-Velha,

    Batalha, Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Marinha Grande, Porto de Ms e Vagos (com

    menos intensidade) em que se verifica um crescimento significativo da importncia dos

    produtores a tempo completo. Ao nvel da regio PROF distinguem-se ligeiramente duas

    classes a de 0-25% com 26,1% dos produtores e a de 50-75% com apenas 12,2%. Ao nvel

    concelhio existem trs grupos que se distinguem da composio ao nvel da regio PROF, so

    eles: Mira, Figueira da Foz, lhavo, Montemor-o-Velho, Murtosa e Sever do Vouga pela maior

    importncia relativa dos produtores a tempo completo; gueda, Penacova e Soure pela

    menor importncia relativa desta mesma classe; e Anadia, Leiria e Porto de Ms que se

    distinguem pela maior importncia da classe 0-25% de tempo dedicado actividade agrcola.

    A anlise conjunta, desta caracterstica dos produtores com as caractersticas anteriormente

    analisadas, poder levar concluso de que os que ainda permanecem na actividade agrcola

    dedicam mais do seu tempo a essa actividade, apesar da importncia relativa dos que o

    fazem a tempo parcial ser ainda muito mais importante dos que se dedicam a tempo

    completo.

    Fontes de informao

    INE, 2001. Recenseamentos Gerais da Agricultura Dados comparativos 1989 1999.

  • Plano Regional de Ordenamento Florestal | Centro Litoral

    Parte A Base de informao Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.2 Propriedade agrcola

    Pgina 49 de 252

    Introduo

    Tendo por base os dados dos Recenseamentos Gerais da Agricultura (RGA) de 1989 e 1999

    (INE) realiza-se uma anlise das exploraes agrcolas e da floresta nas exploraes

    agrcolas para os concelhos da regio Centro Litoral. Pretende-se caracterizar a estrutura e

    composio das exploraes agrcolas com especial relevo para a importncia da

    componente florestal.

    So apresentadas frequncias absolutas para o nmero e rea de exploraes bem como

    propores destes e outros parmetros, tanto nas exploraes agrcolas como nos concelhos.

    A rea de floresta considerada resulta do somatrio das rubricas do Recenseamento Geral da

    Agricultura: Total de culturas sobcoberto de matas e florestas e Matas e florestas sem

    culturas de sobcoberto. Estes dados no englobam toda a rea de floresta da regio, mas

    apenas a que faz parte das exploraes agrcolas.

    Matas e florestas - so terras arborizadas com espcies florestais, quer se trate de povoamentos puros (com uma s espcie), quer se trate de povoamentos mistos (com espcies diversas). Exclui: as reas com rvores isoladas, pequenos grupos e linhas de rvores, as nogueiras e castanheiros que se destinam principalmente produo de frutos e as plantas para entranar (vime, cana, junco, etc.), (RGA, 1999).

    Resultados

    Tabela 1: Disperso da superfcie agrcola utilizada no Centro Litoral (1999)

    Classes de rea de SAU (ha)

    Importncia relativa das exploraes com blocos

    N mdio de blocos com SAU por explorao

    Importncia relativa do n. de blocos

    [0,01, 0,2[ 84,6% 4,2 51,9% [0,2, 0,5[ 79,0% 2,9 33,9% [0,5, 1[ 38,1% 1,7 9,6% [1, 2[ 15,2% 1,4 9.845 [2, 5[ 4,9% 1,4 3,2% >= 5 1,5% 1,6 1,0% Total 98,9% 6,8 304.852 SAU (Superfcie Agrcola Utilizada) - Superfcie da explorao que inclui terras arveis (limpas e sob coberto de matas e florestas), culturas permanentes, prados e pastagens permanentes, (RGA, 1999).

    Explorao agrcola uma unidade tcnico-econmica que utiliza mo-de-obra e factores de produo prprios e que deve, entre outros critrios, atingir ou ultrapassar uma certa dimenso (rea, n. de animais), (RGA, 1999).

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.2 Propriedade agrcola

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    Figura 1: Importncia relativa da superfcie total das exploraes agrcolas, na rea total da

    unidade geogrfica onde se insere.

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    Figura 2: Importncia relativa da rea de floresta das exploraes agrcolas, na rea total da unidade geogrfica onde se insere.

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    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.2 Propriedade agrcola

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    Figura 3: Superfcie mdia das exploraes agrcolas por freguesia em 1999.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

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    Matas e florestas sem culturas sobcoberto Matas e florestas com culturas sobcobertoSAU (excepto culturas sobcoberto) SANUOutras formas de utilizao

    Figura 4: Importncia relativa dos tipos de utilizao das terras, nas exploraes agrcolas em 1999.

    01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.000

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    Figura 5: Nmero de exploraes agrcolas por concelho.

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    1989 1999

    Figura 6: Nmero de exploraes agrcolas com SAU por concelho.

    02.0004.0006.0008.000

    10.00012.00014.00016.00018.00020.000

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    Figura 7: rea total das exploraes agrcolas por concelho.

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    Figura 8: Superfcie agrcola utilizada por concelho.

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    Figura 9: Importncia relativa da SAU na rea total das exploraes agrcolas.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

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    1989 1999

    Figura 10: Importncia relativa da rea de floresta na rea total das exploraes agrcolas.

    0

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    1989 1999

    Figura 11: rea de floresta nas exploraes agrcolas.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.2 Propriedade agrcola

    Pgina 56 de 252

    Implicaes para o planeamento

    Na regio PROF do Centro Litoral, a superfcie das exploraes agrcolas ocupa 30% da rea

    total da regio (figura 1) sendo que a floresta nas exploraes agrcolas representa 11%

    (figura 2).

    Ao nvel da estrutura fundiria, verifica-se que a superfcie agrcola utilizada (SAU) apresenta

    uma elevada disperso (tabela 1), sendo que cerca de 86% dos blocos tm menos de 0,5 ha.

    Na distribuio geogrfica da superfcie total mdia das exploraes (figura 3) verifica-se

    uma predominncia da classe de rea ]2,5 5]ha, que se distribui por toda a rea do

    PROF. Em termos da utilizao das terras (figura 4), ao nvel da regio PROF, domina a SAU

    com a excepo dos concelhos de gueda, Anadia, Penacova e Sever do Vouga, onde a rea

    de floresta se destaca.

    Ao nvel das dinmicas registadas no perodo 1989-1999, o nmero de exploraes agrcolas

    nesta regio PROF sofreu uma diminuio generalizada de 39,3%, para a qual mais

    contriburam os concelhos de Pombal, Leiria, Cantanhede e Figueira da Foz.

    No que concerne superfcie das exploraes, as tendncias verificadas so semelhantes.

    Tal como pode ser observado nas figuras 7 e 8 notrio o decrscimo na superfcie total das

    exploraes (-20,5%) e na SAU (-20,1%), entre os anos de 1989 e 1999. Se analisarmos

    esta variao em conjunto com a dinmica populacional dos produtores (ver ficha Produtor

    agrcola), em termos do uso do solo, verificar-se- aparentemente um aumento da rea

    sem gesto que, num curto espao de tempo, se poder converter em reas de incultos.

    As concluses a retirar desta informao para a floresta devem, no entanto, ser analisadas

    com alguma cautela. Elas traduzem a realidade florestal mas apenas dentro das exploraes

    agrcolas pois para estas ltimas que o RGA se encontra vocacionado, ou seja esta

    informao diz apenas respeito a cerca de 24% (1) da rea arborizada total da regio PROF.

    No Centro Litoral, em termos de uso do solo nas exploraes agrcolas, a floresta menos

    importante que a SAU (figuras 9 e 10), tendo mantido o seu nvel de importncia relativo de

    1989 para 1999 quando ocupava 37% da superfcie das exploraes agrcolas. J em termos

    absolutos, a rea total de floresta das exploraes agrcolas diminuiu 22,8%, no perodo

    1989-1999 (figura 11).

    Tendo em conta a diminuio registada na superfcie total das exploraes poderemos

    considerar que existiu uma ligeira deslocao do uso florestal para outros tipos de uso, uma

    vez que a diminuio da rea de floresta foi superior da rea total das exploraes.

  • Caderno 2: Anlise socio-econmica

    2.3 Anlise do sector agrcola 2.3.2 Propriedade agrcola

    Pgina 57 de 252

    Na generalidade dos conc