42
METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

01-Metodologia de Pesquisa - Martins Fontes€¦ · TÍTULO ORIGINAL: Research methods for leisure and tourism ... Planejamento de projeto de pesquisa ... 222 6.5.2 Área

  • Upload
    lynhan

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

METODOLOGIA DE PESQUISA

EM LAZER E TURISMO

01-Metodologia de Pesquisa.indd 101-Metodologia de Pesquisa.indd 1 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

Tradução

Gleice Guerra

Mariana Aldrigui

A. J. Veal

01-Metodologia de Pesquisa.indd 301-Metodologia de Pesquisa.indd 3 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

Copyright © Longman Group Limited, 1992

Copyright © Financial Times Professional Limited, 1997

Copyright © Pearson Education Limited, 2006

Copyright © Editora Aleph, 2011

(edição em língua portuguesa para o Brasil)

TÍTULO ORIGINAL: Research methods for leisure and tourism

CAPA: Luiza Franco

AQUARELA DE CAPA: Meire de Oliveira

COPIDESQUE: Tânia Rejane A. Gonçalves

REVISÃO: Hebe Ester Lucas

PROJETO GRÁFICO: Neide Siqueira

EDITORAÇÃO: Join Bureau

EDITORES DE TURISMO: Guilherme Lohmann

Alexandre Panosso Netto

COORDENAÇÃO EDITORIAL: Débora Dutra Vieira

Marcos Fernando de Barros Lima

DIREÇÃO EDITORIAL: Betty Fromer Piazzi

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios.

Publicado mediante acordo com Pearson Education Limited. Edinburgh Gate, Harlow, Essex CM20 2JE.

EDITORA ALEPH LTDA.Rua Dr. Luiz Migliano, 1110 – Cj. 30105711-900 – São Paulo – SP – Brasil

Tel.: [55 11] 3743-3202Fax: [55 11] 3743-3263

www.editoraaleph.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Veal, A. J.Metodologia de pesquisa em lazer e turismo / A. J. Veal ; tradução Gleice Guerra, Mariana

Aldrigui. – São Paulo : Aleph, 2011. – Série turismo)

Título original: Research methods for leisure and tourism.Bibliografi a.ISBN 978-85-7657-107-0

1. Lazer – Pesquisa 2. Pesquisa – Metodologia 3. Turismo – Pesquisa I. Título. II. Série.

10-12947 CDD-790.072

Índices para catálogo sistemático:

1. Lazer e turismo : Métodos de pesquisa 790.0722. Lazer e turismo : Pesquisa : Metologia 790.072

01-Metodologia de Pesquisa.indd 401-Metodologia de Pesquisa.indd 4 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

7

SUMÁRIO

Introdução à edição brasileira ............................................................................................... 21

Prefácio .................................................................................................................................. 23

1. INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

Resumo ........................................................................................................................ 26

1.1 Introdução ........................................................................................................ 26

1.2 O que é pesquisa? ............................................................................................. 27

1.2.1 Defi nição de pesquisa ....................................................................... 27

1.2.2 Pesquisa científi ca ............................................................................. 28

1.2.3 Pesquisa em ciências sociais ............................................................ 28

1.2.4 Três tipos de pesquisa ....................................................................... 29

1.2.4.1. Pesquisa descritiva ............................................................ 29

1.2.4.2. Pesquisa explicativa .......................................................... 30

1.2.4.3. Pesquisa avaliativa ............................................................ 31

1.3 Por que estudar pesquisa? ............................................................................... 31

1.3.1 Em geral .............................................................................................. 31

1.3.2 Pesquisa em processos de defi nição de políticas,

planejamento e gestão ...................................................................... 32

1.3.3 Formatos de pesquisa em diferentes contextos .............................. 38

1.4 Quem pesquisa? ............................................................................................... 40

1.4.1 Acadêmicos ........................................................................................ 41

1.4.2 Estudantes .......................................................................................... 42

01-Metodologia de Pesquisa.indd 701-Metodologia de Pesquisa.indd 7 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

8

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

1.4.3 Organizações públicas e privadas .................................................... 43

1.4.4 Consultores ........................................................................................ 43

1.4.5 Gestores .............................................................................................. 43

1.4.6 Acadêmicos e o mundo da prática: a importância de

pesquisas publicadas para o planejamento e a gestão ................... 45

Questões ...................................................................................................................... 46

Exercícios .................................................................................................................... 46

Para saber mais ........................................................................................................... 47

2. ABORDAGENS DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

Resumo ........................................................................................................................ 50

2.1 Introdução ........................................................................................................ 50

2.2 As tradições disciplinares da pesquisa em turismo e lazer .......................... 51

2.2.1 Introdução .......................................................................................... 51

2.2.2 Estrutura interdisciplinar .................................................................. 51

2.2.3 Disciplinas no estudo de lazer e turismo ......................................... 52

2.3 Sociologia ......................................................................................................... 53

2.3.1 Sociologia do lazer I: pesquisas sociais e modelos

quantitativos ...................................................................................... 54

2.3.2 Sociologia do lazer II: explicando os motivos ................................. 55

2.3.3 Sociologia do lazer III: abordagem crítica ....................................... 56

2.3.4 Sociologia do turismo ....................................................................... 59

2.4 Geografi a .......................................................................................................... 60

2.5 Economia .......................................................................................................... 62

2.6 Psicologia/Psicologia social ............................................................................ 63

2.7 História e antropologia .................................................................................... 65

2.8 Ciências políticas ............................................................................................. 66

2.9 Abordagens e dimensões................................................................................. 66

2.9.1 Pesquisa teórica e aplicada ............................................................... 67

2.9.2 Pesquisa empírica e não empírica ................................................... 67

2.9.3 Indução e dedução ............................................................................ 68

2.9.4 Pesquisa descritiva e explicativa ...................................................... 71

2.9.5 Pesquisa positivista e interpretativa ................................................ 72

2.9.6 Métodos experimentais e não experimentais ................................. 73

2.9.7 Dados primários e secundários ........................................................ 74

01-Metodologia de Pesquisa.indd 801-Metodologia de Pesquisa.indd 8 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

9

2.9.8 Autoavaliação e observação .............................................................. 75

2.9.9 Pesquisa qualitativa e quantitativa .................................................. 75

2.9.10 Validade e confi abilidade .................................................................. 77

Questões ...................................................................................................................... 78

Exercícios .................................................................................................................... 78

Para saber mais ........................................................................................................... 79

3. O INÍCIO: PROJETOS E PLANEJAMENTO DE PESQUISA

Resumo ........................................................................................................................ 82

3.1 Introdução – O processo de pesquisa ............................................................ 82

3.2 Planejando um projeto de pesquisa ............................................................... 82

3.2.1 Seleção do tema ................................................................................. 83

3.2.2 Revisão bibliográfi ca ......................................................................... 91

3.2.3 Delimitação da estrutura conceitual ............................................... 93

3.2.4 Defi nição da(s) questão(ões) da pesquisa ....................................... 104

3.2.5 Relação das necessidades de informação ........................................ 108

3.2.6 Defi nição da estratégia de pesquisa ................................................. 109

3.2.7 Aprovação ética .................................................................................. 112

3.2.8 Condução da pesquisa ...................................................................... 118

3.2.9 Relato das descobertas ...................................................................... 119

3.3 Propostas de pesquisa ..................................................................................... 119

3.3.1 Introdução .......................................................................................... 119

3.3.2 Propostas de pesquisas autônomas ................................................. 120

3.3.3 Propostas responsivas – termos de referência e licitações ............. 120

3.4 Estudos de caso – Planejamento de projeto de pesquisa ............................. 123

Questões ...................................................................................................................... 124

Exercícios .................................................................................................................... 124

Para saber mais ........................................................................................................... 125

4. AMPLITUDE DOS MÉTODOS DE PESQUISA

Resumo ........................................................................................................................ 144

4.1 Introdução – Cada macaco no seu galho ....................................................... 144

4.2 Principais métodos de pesquisa ..................................................................... 146

4.2.1 Estudo científi co ................................................................................ 146

4.2.2 “Refl exão” ........................................................................................... 146

01-Metodologia de Pesquisa.indd 901-Metodologia de Pesquisa.indd 9 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

10

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

4.2.3 Fontes existentes – uso da bibliografi a ............................................ 147

4.2.4 Fontes existentes – dados secundários ............................................ 147

4.2.5 Observação ........................................................................................ 148

4.2.6 Métodos qualitativos ......................................................................... 149

4.2.7 Sondagens com aplicação de questionário ..................................... 150

4.3 Técnicas secundárias e transversais............................................................... 152

4.3.1 Sondagem por cupom/estudos de conversão ................................ 153

4.3.2 Sondagens no trajeto/interceptação ............................................... 153

4.3.3 Sondagens de orçamento de horas .................................................. 153

4.3.4 Método de amostragem por experiência ......................................... 153

4.3.5 Estudos tipo painel ............................................................................ 154

4.3.6 Estudos longitudinais ........................................................................ 154

4.3.7 Sondagens patrocinadas pela imprensa .......................................... 155

4.3.8 Pesquisa-ação .................................................................................... 155

4.3.9 Pesquisa histórica .............................................................................. 156

4.3.10 Análise de texto .................................................................................. 156

4.3.11 Técnica Delphi ................................................................................... 156

4.3.12 Técnicas projetivas ............................................................................ 157

4.3.13 Uso de escalas .................................................................................... 157

4.3.14 Meta-análise....................................................................................... 158

4.4 Métodos múltiplos ........................................................................................... 159

4.4.1 Triangulação ...................................................................................... 159

4.4.2 Estudo de caso ................................................................................... 160

4.4.3 Estudos de caso na prática ................................................................ 167

4.5 Escolha do método .......................................................................................... 170

4.5.1 Questões de pesquisa ou hipóteses ................................................. 170

4.5.2 Pesquisas anteriores .......................................................................... 170

4.5.3 Dados disponíveis/acesso ................................................................ 170

4.5.4 Recursos ............................................................................................. 171

4.5.5 Tempo ................................................................................................. 171

4.5.6 Validade, confi abilidade e generalização ........................................ 171

4.5.7 Ética .................................................................................................... 171

4.5.8 Usos/usuários das descobertas ........................................................ 172

Questões ...................................................................................................................... 172

Exercícios .................................................................................................................... 173

Para saber mais ........................................................................................................... 173

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1001-Metodologia de Pesquisa.indd 10 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

11

5. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Resumo ........................................................................................................................ 176

5.1 Introdução – Uma tarefa essencial ............................................................................ 176

5.2 O valor das bibliografi as .................................................................................. 177

5.3 Busca ................................................................................................................. 178

5.3.1 Catálogos de bibliotecas ................................................................... 178

5.3.2 Publicações de bibliografi a ............................................................... 179

5.3.3 Diretórios de publicações e bancos de dados eletrônicos ............. 179

5.3.4 Internet ............................................................................................... 180

5.3.5 Livros gerais sobre lazer/turismo ..................................................... 180

5.3.6 Listas de referências .......................................................................... 181

5.3.7 Além de lazer e turismo ..................................................................... 182

5.4 Obtenção de cópias do material ..................................................................... 182

5.5 Compilação e manutenção da bibliografi a ................................................... 183

5.6 Levantamento bibliográfi co ............................................................................ 183

5.6.1 Tipos de pesquisa bibliográfi ca ........................................................ 184

5.6.2 Leitura crítica e criativa ..................................................................... 187

5.6.3 Apresentação do resumo .................................................................. 189

5.7 Referências bibliográfi cas ............................................................................... 190

5.7.1 Para que servem? ............................................................................... 190

5.7.2 Elaborando referências ..................................................................... 191

5.7.3 Citações e notas ................................................................................. 195

Questões ...................................................................................................................... 198

Exercícios .................................................................................................................... 199

Para saber mais ........................................................................................................... 199

6. DADOS SECUNDÁRIOS: FONTES E ANÁLISE

Resumo ........................................................................................................................ 202

6.1 Introdução ........................................................................................................ 202

6.2 Sondagens nacionais de participação em lazer ............................................ 204

6.2.1 O fenômeno da sondagem nacional de lazer .................................. 204

6.2.2 Validade e confi abilidade .................................................................. 211

6.2.3 Tamanho da amostra ......................................................................... 212

6.2.4 Questão principal: período de referência da participação ............ 212

6.2.5 Faixa etária ......................................................................................... 213

6.2.6 Atividades individuais e limitações do tamanho da amostra ........ 214

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1101-Metodologia de Pesquisa.indd 11 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

12

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

6.2.7 Características sociais ....................................................................... 214

6.2.8 A importância das sondagens de participação ............................... 214

6.3 Sondagens de turismo ..................................................................................... 214

6.4 Sondagens econômicas ................................................................................... 219

6.5 Censo populacional ......................................................................................... 219

6.5.1 Planejamento das facilidades e a condução de estudos

de viabilidade ..................................................................................... 222

6.5.2 Área gerencial/marketing ................................................................. 222

6.5.3 Avaliação de desempenho ................................................................ 222

6.5.4 Segmentação de mercado ................................................................. 223

6.6 Gerenciamento de dados ................................................................................ 223

6.7 Fontes documentais ........................................................................................ 224

6.8 Uso de dados secundários............................................................................... 224

Questões ...................................................................................................................... 225

Exercícios .................................................................................................................... 225

Para saber mais ........................................................................................................... 226

7. OBSERVAÇÃO

Resumo ........................................................................................................................ 238

7.1 Introdução – A natureza e o propósito da pesquisa observatória ............... 238

7.2 Possibilidades ................................................................................................... 240

7.2.1 Brincadeiras de criança ..................................................................... 240

7.2.2 Uso de áreas informais de lazer/turismo......................................... 240

7.2.3 Uso espacial e funcional de locais .................................................... 242

7.2.4 Perfi l de usuário ................................................................................. 244

7.2.5 Comportamento desviante ............................................................... 244

7.2.6 Teste de consumidor/incógnito ....................................................... 246

7.2.7 Pesquisa complementar .................................................................... 247

7.2.8 Rotina ................................................................................................. 247

7.2.9 Comportamento social ..................................................................... 248

7.3 Principais elementos da pesquisa observatória ............................................ 248

7.3.1 Passo 1: Escolha do(s) local(is) ........................................................ 249

7.3.2 Passo 2: Escolha do(s) ponto(s) de observação ............................... 249

7.3.3 Passo 3: Escolha do(s) período(s) de observação ............................ 249

7.3.4 Passo 4: Observação contínua ou amostral? ................................... 250

7.3.5 Passo 5: Frequência da contagem .................................................... 250

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1201-Metodologia de Pesquisa.indd 12 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

13

7.3.6 Passo 6: O que observar..................................................................... 251

7.3.7 Passo 7: Divisão do local em zonas .................................................. 252

7.3.8 Passo 8: Registro da informação da observação ............................. 253

7.3.9 Passo 9: Condução da observação ................................................... 254

7.3.10 Passo 10: Análise dos dados .............................................................. 255

7.4 Fotografi a e vídeo ............................................................................................. 258

7.4.1 Fotografi a aérea ................................................................................. 258

7.4.2 Fotografi a simples ............................................................................. 259

7.4.3 Vídeos ................................................................................................. 259

7.4.4 Fotografi a time-lapsed ...................................................................... 259

7.5 Visão .................................................................................................................. 260

Questões ...................................................................................................................... 260

Exercícios .................................................................................................................... 261

Para saber mais ........................................................................................................... 261

8. MÉTODOS QUALITATIVOS

Resumo ........................................................................................................................ 264

8.1 Introdução – Qualidades e usos ...................................................................... 265

8.2 Méritos dos métodos qualitativos .................................................................. 267

8.3 Processo de pesquisa qualitativa .................................................................... 268

8.4 Variedade de métodos – Introdução .............................................................. 269

8.5 Entrevistas em profundidade.......................................................................... 271

8.5.1 Natureza ............................................................................................. 271

8.5.2 Finalidades e situações ..................................................................... 271

8.5.3 Roteiro ................................................................................................ 271

8.5.4 Processo de entrevista ....................................................................... 272

8.5.5 Registro ............................................................................................... 274

8.6 Grupos focais ................................................................................................... 274

8.6.1 Natureza ............................................................................................. 274

8.6.2 Finalidades ......................................................................................... 274

8.6.3 Métodos ............................................................................................. 275

8.7 Observação participante ................................................................................. 275

8.7.1 Natureza ............................................................................................. 275

8.7.2 Finalidades ......................................................................................... 275

8.7.3 Métodos .............................................................................................. 276

8.8 Análise de textos .............................................................................................. 276

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1301-Metodologia de Pesquisa.indd 13 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

14

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

8.8.1 Natureza ............................................................................................. 276

8.8.2 Romances e outras literaturas .......................................................... 277

8.8.3 Cobertura da mídia de massa ........................................................... 277

8.8.4 Filme ................................................................................................... 278

8.8.5 Material cultural ................................................................................ 278

8.9 Pesquisa biográfi ca .......................................................................................... 278

8.9.1 Natureza ............................................................................................. 278

8.9.2 Biografi a/autobiografi a ..................................................................... 278

8.9.3 História oral ....................................................................................... 279

8.9.4 Trabalho de memória ........................................................................ 279

8.9.5 Histórias de domínio pessoal ........................................................... 279

8.10 Etnografi a ......................................................................................................... 280

8.11 Análise de dados qualitativos ......................................................................... 280

8.11.1 Introdução .......................................................................................... 280

8.11.2 Armazenamento de dados e confi dencialidade ............................. 281

8.11.3 Exemplo de estudo de caso ............................................................... 282

8.12 Métodos manuais de análise .......................................................................... 285

8.12.1 Introdução .......................................................................................... 285

8.12.2 Leitura................................................................................................. 285

8.12.3 Temas emergentes ............................................................................. 285

8.12.4 Mecânica ............................................................................................ 286

8.12.5 Análise ................................................................................................ 287

8.13 Análise qualitativa usando software – introdução ........................................ 289

8.14 NVivo ................................................................................................................ 290

8.14.1 Introdução .......................................................................................... 290

8.14.2 Rodando o software NVivo ................................................................ 290

8.14.3 Início ................................................................................................... 291

8.14.4 Criação de um projeto ....................................................................... 291

8.14.5 Criação de documentos .................................................................... 293

8.14.6 Atributos do documento ................................................................... 294

8.14.7 Confi guração de um sistema de codifi cação ................................... 295

8.14.8 Codifi cação do texto .......................................................................... 299

8.14.9 Análise ................................................................................................ 300

Questões ...................................................................................................................... 305

Exercícios .................................................................................................................... 305

Para saber mais ........................................................................................................... 306

Apêndice 8.1 Exemplo de roteiro para entrevista em profundidade...................... 307

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1401-Metodologia de Pesquisa.indd 14 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

15

9. SONDAGENS COM QUESTIONÁRIO

Resumo ........................................................................................................................ 310

9.1 Introdução ........................................................................................................ 310

9.1.1 Importância e limitações .................................................................. 311

9.1.2 Méritos dos métodos de questionário ............................................. 312

9.1.3 Questionário preenchido pelo entrevistador ou pelo

respondente? ...................................................................................... 313

9.1.4 Tipos de sondagem com questionário ............................................. 315

9.2 Sondagem domiciliar com questionário ....................................................... 317

9.2.1 Natureza ............................................................................................. 317

9.2.2 Condução ........................................................................................... 317

9.2.3 Sondagens múltiplas ......................................................................... 318

9.2.4 Estudos de orçamento de horas ....................................................... 319

9.3 Sondagem de rua ............................................................................................. 319

9.3.1 Natureza ............................................................................................. 319

9.3.2 Condução ........................................................................................... 319

9.3.3 Amostragem por cota ........................................................................ 320

9.4 Sondagem por telefone ................................................................................... 321

9.4.1 Natureza ............................................................................................. 321

9.4.2 Condução ........................................................................................... 321

9.5 Sondagem por correspondência .................................................................... 322

9.5.1 Natureza ............................................................................................. 322

9.5.2 Problema dos baixos índices de resposta ........................................ 323

9.6 Sondagens eletrônicas ..................................................................................... 326

9.7 Sondagem com usuário/visitante/de local ................................................... 327

9.7.1 Natureza ............................................................................................. 327

9.7.2 Condução ........................................................................................... 328

9.7.3 Utilização das sondagens com usuários .......................................... 329

9.8 Sondagem de grupos cativos .......................................................................... 331

9.8.1 Natureza ............................................................................................. 331

9.8.2 Condução ........................................................................................... 332

9.9 Projeto do questionário ................................................................................... 332

9.9.1 Introdução: problemas de pesquisa e necessidades

de informação .................................................................................... 332

9.9.2 Tipos de informação .......................................................................... 333

9.9.3 Redação das perguntas ..................................................................... 335

9.9.4 Perguntas comuns ............................................................................. 340

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1501-Metodologia de Pesquisa.indd 15 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

16

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

9.10 Ordem das perguntas e disposição dos questionários ................................. 356

9.10.1 Comentários introdutórios ............................................................... 356

9.10.2 Ordem ................................................................................................. 357

9.10.3 Disposição .......................................................................................... 357

9.11 Codifi cação ....................................................................................................... 358

9.11.1 Perguntas de múltipla escolha ......................................................... 359

9.11.2 Perguntas abertas .............................................................................. 359

9.11.3 Registrando informações codifi cadas .............................................. 360

9.12 Validade dos dados a partir de questionários ................................................ 363

9.13 Arranjos do trabalho de campo ...................................................................... 365

9.14 Condução de uma sondagem piloto .............................................................. 369

Questões ...................................................................................................................... 370

Exercícios .................................................................................................................... 371

Para saber mais ........................................................................................................... 371

10. AMOSTRAGEM

Resumo ........................................................................................................................ 380

10.1 Introdução ........................................................................................................ 380

10.2 A ideia de amostragem .................................................................................... 380

10.3 Amostras e população ..................................................................................... 381

10.4 Representatividade .......................................................................................... 382

10.4.1 Amostragem para sondagem domiciliar ......................................... 382

10.4.2 Amostragem para sondagem de local/usuário/visitante ............... 383

10.4.3 Sondagem de rua e amostragem por cota ....................................... 385

10.4.4 Amostragem para sondagem por correio ........................................ 385

10.5 Tamanho da amostra ....................................................................................... 386

10.5.1 Nível de precisão – Intervalos de confi ança .................................... 386

10.5.2 Detalhamento da análise proposta .................................................. 391

10.5.3 Orçamento ......................................................................................... 391

10.6 Tamanho da amostra e populações pequenas .............................................. 392

10.7 Ponderação ....................................................................................................... 394

10.7.1 Amostragem para pesquisa qualitativa ........................................... 395

Questões ...................................................................................................................... 397

Exercícios .................................................................................................................... 397

Para saber mais ........................................................................................................... 397

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1601-Metodologia de Pesquisa.indd 16 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

17

Apêndice 10.1 Apêndice sugerido sobre tamanho da amostra e

intervalos de confi ança ................................................................................... 398

11. ANÁLISE DE SONDAGENS

Resumo ........................................................................................................................ 400

11.1 Introdução – SPSS ............................................................................................. 400

11.2 Preparação ........................................................................................................ 402

11.2.1 Casos e variáveis ................................................................................ 402

11.2.2 Determinando variáveis .................................................................... 403

11.2.3 Começando ........................................................................................ 409

11.2.4 Inserindo informações sobre variáveis – Janela para

visualização da variável ..................................................................... 409

11.2.5 Salvando o trabalho ........................................................................... 411

11.2.6 Inserindo dados – Janela para visualização de dados..................... 411

11.3 Análise de dados de sondagem e tipos de pesquisa ..................................... 411

11.3.1 Pesquisa descritiva ............................................................................ 412

11.3.2 Pesquisa explicativa ........................................................................... 412

11.3.3 Pesquisa avaliativa ............................................................................. 413

11.3.4 Sobreposições .................................................................................... 413

11.3.5 Confi abilidade ................................................................................... 414

11.4 Procedimentos SPSS ......................................................................................... 414

11.4.1 Iniciando uma sessão de análise SPSS .............................................. 414

11.4.2 Frequências ........................................................................................ 415

11.4.3 Verifi cação de erros ........................................................................... 417

11.4.4 Múltiplas respostas ............................................................................ 417

11.4.5 Recodifi cação ..................................................................................... 419

11.4.6 Médias ................................................................................................ 423

11.4.7 Apresentação dos resultados: resumo estatístico ........................... 424

11.4.8 Tabulação cruzada ............................................................................. 427

11.4.9 Ponderação ........................................................................................ 430

11.4.10 Gráfi cos............................................................................................... 431

11.5 Processo de análise .......................................................................................... 435

Questões ...................................................................................................................... 436

Exercícios .................................................................................................................... 436

Para saber mais ........................................................................................................... 437

Apêndice 11.1 Arquivo de resultado das frequências do SPSS ................................. 438

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1701-Metodologia de Pesquisa.indd 17 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

18

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

12. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Resumo ........................................................................................................................ 446

12.1 Introdução ........................................................................................................ 446

12.2 Abordagem estatística ..................................................................................... 447

12.2.1 Estimativas probabilísticas ............................................................... 447

12.2.2 Distribuição normal .......................................................................... 448

12.2.3 Signifi cância ....................................................................................... 450

12.2.4 Hipótese nula ..................................................................................... 451

12.2.5 Variáveis dependentes e independentes ......................................... 452

12.3 Testes estatísticos ............................................................................................. 453

12.3.1 Quais testes? ....................................................................................... 453

12.3.2 Qui-quadrado .................................................................................... 454

12.3.3 Comparação de duas médias: teste t ............................................... 460

12.3.4 Diversas médias: análise unilateral de variância (ANOVA) .............. 465

12.3.5 Uma tabela de médias: análise fatorial de variância (ANOVA) ........ 469

12.3.6 Correlação .......................................................................................... 472

12.3.7 Regressão linear ................................................................................. 477

12.3.8 Regressão múltipla ............................................................................ 484

12.3.9 Análise cluster e fatorial .................................................................... 486

12.4 Conclusão ......................................................................................................... 489

Exercícios .................................................................................................................... 490

Para saber mais ........................................................................................................... 490

Apêndice 12.1 Detalhes do exemplo de arquivo de dados utilizado –

Detalhes das variáveis e dos dados ................................................................ 491

Apêndice 12.2 Fórmulas estatísticas ......................................................................... 497

13. RELATÓRIO DE PESQUISA

Resumo ........................................................................................................................ 500

13.1 Introdução ........................................................................................................ 500

13.2 Começando ...................................................................................................... 502

13.3 Componentes do relatório .............................................................................. 502

13.3.1 Capa .................................................................................................... 502

13.3.2 Folha de rosto..................................................................................... 505

13.3.3 Sumário .............................................................................................. 505

13.3.4 Resumo ............................................................................................... 506

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1801-Metodologia de Pesquisa.indd 18 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

SUMÁRIO

19

13.3.5 Prefácio/Apresentação ...................................................................... 507

13.3.6 Agradecimentos ................................................................................. 507

13.4 Parte principal dos relatórios: aspectos técnicos .......................................... 507

13.4.1 Numeração de seções ........................................................................ 508

13.4.2 Numeração de parágrafos ................................................................. 508

13.4.3 Listas de tópicos ................................................................................ 508

13.4.4 Numeração de páginas ...................................................................... 509

13.4.5 Cabeçalhos e rodapés ........................................................................ 509

13.4.6 Hierarquia de títulos.......................................................................... 509

13.4.7 Formatação e espaçamento da digitação ........................................ 510

13.4.8 Tabelas e gráfi cos ............................................................................... 510

13.4.9 Referências ......................................................................................... 513

13.4.10 Quem? ................................................................................................ 513

13.5 Corpo do texto: estrutura e conteúdo ............................................................ 513

13.5.1 Estrutura ............................................................................................. 513

13.5.2 Entre métodos e resultados .............................................................. 515

13.5.3 Público e estilo ................................................................................... 516

13.5.4 Funções do relatório: narrativa e registro ........................................ 516

13.5.5 Conclusão ........................................................................................... 519

13.6 Outras mídias ................................................................................................... 519

13.7 Comentário fi nal .............................................................................................. 520

Exercícios .................................................................................................................... 520

Para saber mais ........................................................................................................... 520

Referências ........................................................................................................................... 521

01-Metodologia de Pesquisa.indd 1901-Metodologia de Pesquisa.indd 19 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

21

INTRODUÇÃO ÀEDIÇÃO BRASILEIRA

Existe certa crítica justifi cada de que a pesquisa acadêmica/científi ca em lazer e tu-rismo no Brasil precisa amadurecer, apesar de todo o esforço que muitos programas de graduação e pós-graduação, acadêmicos, pesquisadores e associações de pesquisa em-preenderam para o avanço dessas áreas na última década.

Parte dessa crítica está fundada em dois motivos principais: falta de um melhor entendimento do corpo teórico-conceitual, que está disponível na literatura interna-cional sobre lazer e turismo; e pouco conhecimento e uso de uma metodologia de pesquisa mais ampla e sofi sticada. No que tange aos aspectos teórico-conceituais, a Aleph – editora com mais títulos acadêmicos/científi cos sobre turismo publicados no Brasil – lançou, em 2008, o livro Teoria do Turismo: conceitos, modelos e sistemas. Agora, decidiu publicar um livro que aportasse sólido embasamento científi co e técnico ao arcabouço metodológico da pesquisa em lazer e turismo.

A escolha pela tradução da obra do professor Anthony Veal ocorreu por duas ra-zões. A primeira, é a de que, não obstante a evidente evolução do uso de métodos de pesquisa em lazer e turismo no Brasil, nossos principais pesquisadores e centros de pesquisa ainda possuem, com raras exceções, uma forte tendência de abarcar o lazer e o turismo com acentuado senso descritivo, sem necessariamente apresentar técnicas sofi sticadas de coleta e análise das informações que possibilitem um estudo crítico e fundamentado. Dessa forma, ferramentas amplamente utilizadas na análise de dados qualitativos e quantitativos pelas ciências sociais ainda não foram plenamente incor-poradas à pesquisa em lazer e turismo. Apenas para citar um exemplo, o uso de softwa-res como SPSS e N-Vivo, descritos neste livro, raramente são aplicados nas publicações científi cas, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso em nossa área. Assim, neste momento, publicar um autor estrangeiro nos pareceu a melhor opção.

A segunda razão foi que, apesar de existirem pelo menos três bons livros publica-dos em inglês sobre o tema, esta obra já se encontra em sua quarta edição – a ser lan-

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2101-Metodologia de Pesquisa.indd 21 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

22

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

çada em inglês no ano de 2011 (a presente tradução se baseia na terceira edição) –, e que seu conteúdo tem evoluído signifi cativamente a cada nova edição. Ademais, a pró-pria estrutura dos capítulos, quase em formato de um roteiro em que os diversos as-pectos metodológicos são explicados passo a passo, pareceu-nos mais adequada não só para ser adotada na disciplina de Metodologia de Pesquisa, mas também para que pesquisadores independentes possam ser bem-sucedidos ao explorar o rico universo da metodologia de pesquisa, principalmente nas áreas das ciências sociais aplicadas e ciências humanas.

Ao ler e, principalmente, ao estudar essa obra, esperamos que o leitor aprecie o enorme trabalho desenvolvido pela equipe da editora Aleph, a começar pela própria tradução, que foi muito bem executada, passando pelo nosso trabalho meticuloso como editores, quando, em determinados momentos, inclusive contatamos o próprio autor para obter alguns esclarecimentos. Dentro do possível, não medimos esforços para adaptar a obra para a realidade brasileira. Neste sentido, agradecemos à profes-sora Valéria Barbosa de Magalhães (Curso de Lazer e Turismo da EACH/USP) pela cola-boração com a inclusão do texto sobre as normas da ABNT, no Capítulo 5. Por outro lado, no Capítulo 11, infelizmente não conseguimos cópias dos softwares SPSS e N-Vivo em português para traduzir as fi guras apresentadas no original. De qualquer forma, muitos leitores acabarão eventualmente utilizando cópias do software em inglês; ou mesmo aqueles que vierem a fazê-lo com a versão em português perceberão que o mais difícil não será a falta de tradução desses comandos, mas “quebrar a cabeça” para decifrar os processos utilizados para se chegar aos resultados almejados. Para aqueles que chegarem lá, podem ter certeza de que se divertirão muito “brincando” com nú-meros e palavras.

Este é um livro fundamental para estar na biblioteca de nossas instituições e nas mãos de todo acadêmico sério em lazer e turismo, seja ele discente do último ano de graduação, pós-graduando ou pesquisador-doutor.

Boa leitura e bons estudos!

Novembro de 2010.

Guilherme LohmannSchool of Tourism and Hospitality Management,

Southern Cross University, Austrália

Alexandre Panosso NettoEscola de Artes, Ciências e Humanidades,

Universidade de São Paulo

Editores de Turismo da Editora Aleph

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2201-Metodologia de Pesquisa.indd 22 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

23

PREFÁCIO

A primeira edição do livro Metodologia de pesquisa em lazer e turismo foi publicada em meados de 1992, e a segunda em 1997. Nesta edição, diversas alterações foram feitas, entre elas:

• atualização das diretrizes do Statistical Package for the Social Sciences1 (SPSS) para a versão 12;

• acréscimo de mais detalhes sobre análise de dados qualitativos, incluindo um guia de utilização do programa de computador NVivo;

• utilização de exemplos concisos de estudos de casos de pesquisas na área de turismo e lazer tirados de publicações específi cas do setor.

Inúmeras outras mudanças foram feitas a partir da minha experiência e da de outras pessoas que dão aulas no ensino médio e na graduação com base neste livro. Sou particularmente grato ao meu colega da UTS, Dr. Simon Darcy, pelas diversas con-tribuições pertinentes para o desenvolvimento desta edição do livro.

O objetivo do livro permanece o mesmo: oferecer um texto de “como fazer” e, tam-bém, auxiliar a compreender como os resultados de pesquisas são gerados, a fi m de ajudar estudantes e gerentes atuantes a se benefi ciarem da pesquisa de outras pessoas.

A. J. VealUniversity of Technology, Sydney

Maio, 2005

1 Programas de computador (softwares) de Estatística para Ciências Sociais. [N. do T.]

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2301-Metodologia de Pesquisa.indd 23 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

CAPÍTULO

Introdução à pesquisa: o quê, por que e quem?

1

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2501-Metodologia de Pesquisa.indd 25 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

26

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

■ ■ RESUMO

Este capítulo aborda o ”O quê?” da pesquisa, introduzindo e defi nindo seu con-ceito, e descreve três tipos de pesquisa que serão estudados neste livro: a des-critiva, a explicativa e a avaliativa. O ”Por quê?” da pesquisa é discutido, principalmente, no contexto da defi nição de políticas, planejamento e gestão, já que a maioria dos usuários do livro estudará para se colocar no mercado. As relações entre a pesquisa e as diversas etapas da defi nição de políticas, planeja-mento e gestão são discutidas usando o modelo racional-abrangente como es-trutura, destacando também as diversas formas que os relatórios de pesquisa podem assumir no ambiente gerencial. “Quem” conduz a pesquisa é um as-pecto importante e geralmente negligenciado: neste capítulo, os papéis dos aca-dêmicos, dos estudantes, das organizações públicas e privadas, dos consultores e dos gestores são discutidos.

1.1 ■ INTRODUÇÃO

Informação, conhecimento e entendimento a respeito do ambiente natural, social e econômico vêm se tornando a principal base de desenvolvimento cultural e material em sociedades e economias contemporâneas. A compreensão de como a informação e o conhecimento são gerados e utilizados, somada à habilidade de contribuir para essa base de informação e conhecimento por meio da pesquisa, podem, portanto, ser com-petências essenciais para gestores, em qualquer setor econômico, e um componente--chave da formação do profi ssional moderno. A pesquisa não é, no entanto, apenas um pacote de habilidades sem estrutura: ela existe e é desenvolvida em uma grande varie-dade de contextos sociais, políticos e econômicos.

O objetivo deste livro é oferecer uma introdução para o mundo da pesquisa social inserida no contexto do lazer e do turismo, vistos como negócios, temas de políticas públicas ou campos de investigação e refl exão acadêmica. A proposta é fornecer um guia para a condução de pesquisas, uma apreciação crítica da pesquisa teórica e apli-cada existente e um entendimento do papel da pesquisa nos processos de formulação de políticas, planejamento e gestão das atividades de turismo e lazer. O primeiro capí-tulo, portanto, dedica-se a responder a questões preliminares: o que é, por que é feita e quem faz pesquisa.

O foco do livro é lazer e turismo. Se, por um lado, a metodologia de pesquisa pode ser vista como universal, por outro, vários campos de pesquisa – incluindo estudosde lazer e turismo – desenvolveram suas próprias linhas metodológicas e corpos de conhecimento. Em algumas áreas de investigação a norma é realizar experiências de laboratório, enquanto em outras as sondagens sociais são mais comuns. Emboraa maioria dos princípios de pesquisa seja universal, um livro especializado, como

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2601-Metodologia de Pesquisa.indd 26 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

27

este, refl ete as tradições e práticas e se concentra em exemplos de aplicações relevan-tes de métodos em uma área específi ca, e nos problemas e questões que surgem em tais aplicações.

A área de lazer e turismo é enorme, englobando um amplo leque de atividades humanas individuais e coletivas. É uma área cheia de problemas conceituais – por exemplo, em alguns contextos a palavra recreação é usada como um sinônimo de lazer, mas em outros a recreação é vista como uma parte distinta e limitada do lazer ou, até, como completamente separada dele. Em alguns países, o termo tempo livre é asso-ciado preferencialmente à palavra lazer. Em algumas defi nições, turismo inclui viagens a negócios, enquanto em outras não. Em algumas situações, viagens de um dia são con-sideradas como turismo, embora em outras sejam excluídas do conceito. O objetivo deste livro é ser muito mais abrangente do que excludente.

O lazer engloba atividades como recreação; jogos; brincadeiras; envolvimento em esportes e artes, como espectador, público ou participante; uso de mídia eletrônica e impressa; entretenimento ao vivo; hobbies; sociabilização; ato de beber; jogos de azar; visita a pontos turísticos; passeio a parques, litoral e campo; bricolagem; artes e ativi-dades manuais; atividades em casa e fora dela; atividades com propósitos comerciais ou não; e a opção de não fazer nada em particular.

O turismo é visto, essencialmente, como uma atividade de lazer que envolve uma viagem para longe do local normal de residência de uma pessoa. Mas o turismo tam-bém compreende atividades como viagens a negócios, participações em eventos e vi-sitas a amigos e parentes: nesses casos, a pessoa, no mínimo e invariavelmente, envolve-se em atividades de lazer como complemento às atividades que foram as principais motivadoras da viagem. Considerando-se que este livro trata de turismo e lazer, excursões1 estão incluídas, independentemente de serem consideradas como parte do turismo. Lazer e turismo são atividades realizadas por indivíduos e grupos, mas também é um setor de serviços que envolve os setores público, privado e o ter-ceiro setor.

A maior parte do livro está preocupada em como pesquisar. Assim, o objetivo deste capítulo de abertura é apresentar “o quê, por que e quem” da pesquisa: O que é pes-quisa? Por que estudar pesquisa? Quem faz pesquisa?

1.2 ■ O QUE É PESQUISA?

1.2.1 Defi nição de pesquisa

O que é pesquisa? O sociólogo Norbert Elias (1986, p. 20) defi niu pesquisa em ter-mos de seus objetivos, da seguinte forma:

1 Viagens de um dia. [N. do T.]

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2701-Metodologia de Pesquisa.indd 27 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

28

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

O objetivo, da maneira como entendo, é o mesmo em todas as ciências. Dito de modo

rápido e simples, o objetivo é tornar conhecido algo anteriormente desconhecido à

raça humana. É avançar o conhecimento humano, para torná-lo mais preciso ou mais

apropriado […] O objetivo é […] a descoberta.

A descoberta – tornar conhecido algo anteriormente desconhecido – pode ocorrer

em inúmeras atividades, por exemplo, no trabalho de jornalistas ou de detetives. Elias,

entretanto, também indicou que a pesquisa é uma ferramenta da “ciência” e que seu

propósito é “avançar o conhecimento humano” – aspecto que distingue a pesquisa de

outras atividades investigativas.

1.2.2 Pesquisa científi ca

A pesquisa científi ca é a pesquisa conduzida seguindo regras e convenções da

ciência. Isso signifi ca que é baseada na lógica, na razão e na análise sistemática de

evidências. De forma ideal, o modelo científi co dita que os mesmos ou outros pes-

quisadores devem conseguir reproduzir a pesquisa, chegando a conclusões similares

(embora isso nem sempre seja possível ou viável). A pesquisa deve também contribuir

para o conhecimento cumulativo de uma área ou um assunto. Esse modelo de pes-

quisa científi ca se encaixa melhor em ciências naturais, como física ou química. Na

área de ciências sociais, que lida com pessoas como agentes sociais e membros de co-

munidades, o modelo científi co precisa ser adaptado e modifi cado e, em alguns

casos, abandonado.

1.2.3 Pesquisa em ciências sociais

A pesquisa em ciências sociais é conduzida utilizando métodos e tradições da ci-

ência social, que difere das ciências naturais por tratar de pessoas e de seus comporta-

mentos sociais; pessoas são menos previsíveis que fenômenos inumanos. Pessoas

podem saber a respeito de uma pesquisa realizada sobre elas e, portanto, deixarem de

ser objetos puramente passivos; podem reagir aos resultados da pesquisa e alterar seu

comportamento de acordo com eles. Pessoas em diferentes lugares no mundo e em

diferentes épocas agem de forma diferente. O mundo social está em constante mu-

dança, de modo que raramente é possível reproduzir uma pesquisa em uma época di-

ferente ou em um local diferente e obter resultados similares.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2801-Metodologia de Pesquisa.indd 28 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

29

1.2.4 Três tipos de pesquisa

O termo descoberta utilizado por Elias (1986) pode ser visto, primeiro, como o pro-

cesso de investigação – a pesquisa pode, portanto, na sua forma mais simples, somente

fazer a descrição do que já existe. Mas para “avançar o conhecimento humano e torná-

lo mais preciso ou apropriado” é necessário mais do que o acúmulo de informações ou

fatos. O objetivo também é oferecer uma explicação – explicar por que as coisas são

como são e como elas poderiam ser. Neste livro, também existe a preocupação com a

terceira função de uma pesquisa, chamada de avaliação – isto é, medir o sucesso ou o

valor de políticas ou programas.

Os três tipos de pesquisas correspondem a essas três funções, conforme ilustrado

no Quadro 1.1. Em alguns casos, determinados projetos de pesquisa concentram-se

em apenas uma dessas funções, mas com frequência duas ou mais abordagens são

utilizadas no mesmo projeto de pesquisa.

Quadro 1.1 Tipos de pesquisa

1. Pesquisa descritiva Investigar, descrever o que é

2. Pesquisa explicativa Explicar como ou por que as coisas são como são (e usar essa informação para fazer previsões)

3. Pesquisa avaliativa Avaliar políticas e programas

1.2.4.1 Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva é muito comum na área de lazer e turismo por três motivos:

o caráter incipiente do ramo, a natureza mutante dos fenômenos estudados e a fre-

quente separação entre pesquisa e ação.

Como lazer e turismo são campos de estudo relativamente novos, há a necessi-

dade de mapear o território. Por essa razão, grande parte da pesquisa descritiva da área

pode ser considerada exploratória: procura descobrir, descrever ou mapear padrões de

comportamento em áreas ou atividades que não foram previamente estudadas. Expli-

cações sobre o que é descoberto, descrito ou mapeado são, em geral, deixadas para ser

trabalhadas em um próximo trabalho ou para outros pesquisadores.

Os fenômenos de lazer e turismo são passíveis de constantes mudanças. Mudam

com o passar do tempo, por exemplo: a popularidade de diferentes atividades de lazer

se modifi ca; as preferências de lazer de diferentes grupos sociais (como jovens ou mu-

lheres) se alteram; e muda o sucesso relativo de diferentes destinos turísticos. Por esse

motivo, existe um grande esforço das pesquisas em rastrear – ou monitorar – padrões

básicos de comportamento. Embora fosse ideal entender completamente esses

01-Metodologia de Pesquisa.indd 2901-Metodologia de Pesquisa.indd 29 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

30

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

padrões de mudanças, os fornecedores de serviços de lazer e turismo precisam ter

consciência das alterações nas condições do mercado e reagir a elas, quer sejam expli-

cáveis e compreensíveis, quer não; portanto, eles se baseiam no andamento de pesqui-

sas descritivas para ter informações atualizadas.

Há, com frequência, uma separação entre pesquisar e defi nir políticas, planejar

ou gerir a atividade, o que leva à delegação da pesquisa. Então, por exemplo, uma em-

presa pode encomendar um estudo de perfi l de mercado, ou um conselho consultivo

local pode requerer um estudo de necessidades de recreação para um grupo de pesquisa

– mas o uso fi nal dos resultados do estudo, seja para marketing ou para planejamento,

é uma atividade que não compete aos pesquisadores: pode-se solicitar ao grupo de

pesquisa que faça somente o estudo descritivo.

1.2.4.2 Pesquisa explicativa

A pesquisa explicativa vai além da descrição para tentar esclarecer os padrões e

tendências observados. Por que um determinado tipo de atividade ou destino está dei-

xando de ser procurado? Como determinados desenvolvimentos turísticos sobrepõem-

se às vontades da comunidade local? Por que as artes são patrocinadas por alguns grupos

sociais e não por outros? Tais perguntas levam ao turbulento tema da causalidade: o

objetivo é poder dizer, por exemplo, que houve um aumento em A por conta de uma

queda correspondente em B. Uma coisa é descobrir que A aumentou enquanto B dimi-

nuiu; mas estabelecer que o crescimento em A foi causado pela queda em B é, em geral,

uma tarefa muito mais trabalhosa. Estabelecer causalidade, ou a possibilidade de causa-

lidade, requer rigor dos pesquisadores na coleta, análise e interpretação dos dados. Tam-

bém requer, geralmente, algum tipo de modelo teórico para relacionar o fenômeno em

estudo com processos sociais, econômicos e políticos mais abrangentes. O tema da cau-

salidade e o papel da teoria em pesquisa são discutidos em capítulos posteriores.

Uma vez compreendidas as causas, o conhecimento pode ser usado para pre-

visões. Isso é bastante claro em ciências naturais: sabe-se que o calor faz o metal expan-

dir (explicação) – portanto, sabe-se que, se for aplicada certa quantidade de calor a

uma barra de metal, ela se expandirá até certo ponto (previsão). Nas ciências médicas

e biológicas esse raciocínio também pode ser seguido, porém com menos precisão:

pode-se prever que, se determinado tratamento é dado a um paciente com certa do-

ença, então é provável que ele seja, em certa medida, curado. Nas ciências sociais essa

abordagem também é utilizada, mas com menos precisão ainda. Por exemplo, econo-

mistas descobriram que a demanda por bens e serviços, incluindo os relacionados a

lazer e turismo, reagem a níveis de preços, de forma que se o preço de um bem ou ser-

viço é reduzido, as vendas frequentemente aumentam. Mas isso nem sempre ocorre,

pois existem muitos outros fatores envolvidos – como qualidade ou alguma ação dos

concorrentes. Seres humanos tomam suas próprias decisões e são muito menos previ-

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3001-Metodologia de Pesquisa.indd 30 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

31

síveis que fenômenos inanimados. De qualquer forma, previsão é um objetivo-chave em muitas das pesquisas realizadas na área de lazer e turismo.

1.2.4.3 Pesquisa avaliativa

A pesquisa avaliativa surge da necessidade de julgar o sucesso ou a efi cácia de políticas ou programas – por exemplo, se determinada infraestrutura de lazer ou de um programa está de acordo com padrões de desempenho desejáveis ou se uma campa-nha promocional turística valeu a pena. A pesquisa analítica é muito desenvolvida em algumas áreas de política pública, como educação, mas não é tão bem desenvolvida na área de lazer e turismo (SHADISH et al., 1991). Novamente, as questões relacionadas à pesquisa avaliativa serão discutidas nos próximos capítulos, particularmente nos capí-tulos 3 e 14.

1.3 POR QUE ESTUDAR PESQUISA?

1.3.1 Em geral

Por que estudar pesquisa? A pesquisa e seus métodos poderiam ser estudados por inúmeras razões, como indicado no Quadro 1.2. Em primeiro lugar, é útil poder com-preender e avaliar relatórios de pesquisa e artigos que possam aparecer no contexto profi ssional ou acadêmico. Portanto, é uma vantagem entender os fundamentos des-ses relatórios e artigos. Em segundo lugar, muitos leitores deste livro podem se engajar em pesquisas no ambiente acadêmico, onde são realizadas com o intuito de aumentar o conhecimento – por exemplo, para uma tese. Em terceiro, a maior parte dos leitores vai acabar precisando de pesquisas, feitas internamente ou contratadas de terceiros, por motivos profi ssionais, como gestores. É, assim, especialmente adequado conside-rar o papel da pesquisa nos processos de defi nição de políticas, planejamento e gestão.

Quadro 1.2 Por que estudar pesquisa?

• Compreender relatórios de pesquisa etc.

• Projetos acadêmicos de pesquisa

• Ferramenta gerencial:

– defi nição de políticas

– planejamento

– gestão

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3101-Metodologia de Pesquisa.indd 31 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

32

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

1.3.2 Pesquisa em processos de defi nição de políticas, planejamento e gestão

Todas as organizações, incluindo as da indústria de lazer e turismo, envolvem-se com defi nição de políticas, planejamento e gestão de recursos para atingir seus objeti-vos. A respeito desses temas, diversos termos são utilizados e seus signifi cados variam de acordo com o contexto e seu usuário. Neste livro:

• políticas são consideradas como sendo declarações de princípios, intenções e compromissos de uma organização;

• planos são estratégias detalhadas, desenvolvidas para implementar políticas de uma determinada maneira, durante certo período de tempo;

• gestão é vista como o processo de implantação das políticas e dos planos.

Embora planejamento seja, com frequência, associado pelo senso comum com estruturas governamentais nacionais, regionais e locais, planejar também é uma ativi-dade desenvolvida pelo setor privado. Organizações como redes de cinemas, empreen-dedores de resorts ou promotores esportivos estão sempre envolvidas em planejamento, mas suas atividades têm um caráter público menor do que as desenvolvidas pelos ór-gãos governamentais (HENRY e SPINK, 1990). Organizações privadas, em geral, só estão preocupadas com suas próprias atividades, enquanto órgãos públicos têm a responsa-bilidade mais ampla de planejar estruturas para apoiar as atividades de muitas organi-zações, tanto do setor público quanto do privado. Exemplos de políticas, planos e atividades de gestão em lazer e turismo aparecem no Quadro 1.3.

Tanto políticas quanto planos podem ser muito diferentes nos níveis de detalha-mento, complexidade e formalidade. Neste livro, o processo será considerado apenas superfi cialmente, com o objetivo de analisar o papel desempenhado pela pesquisa. Dos muitos modelos de processos de defi nição de políticas, planejamento e gestão existentes, o racional-abrangente, ilustrado pela Figura 1.1, é o modelo mais tradicio-nal e “ideal”. Está fora do escopo deste livro discutir os diversos modelos alternativos que buscam retratar de modo mais acurado o processo decisório do mundo real, mas ao fi nal do capítulo estão disponíveis indicações de leitura sobre esse assunto. É sufi -ciente dizer que esses outros modelos são, no geral, versões “resumidas” do modelo racional-abrangente, que enfatizam, minimizam ou omitem determinados aspectos. Assim, alguns modelos mostram que é praticamente impossível ser abrangente na ava-liação de políticas alternativas; outros salientam o fato de que interesses políticos fre-quentemente interferem em decisões “racionais” ou “objetivas”; outros, ainda, alçam a participação da comunidade para o papel principal, no lugar do papel de apoio. Em quase todos os casos, os modelos são apresentados como uma alternativa ao modelo racional-abrangente, de modo que ele continua como ponto de referência universal mesmo quando é rejeitado.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3201-Metodologia de Pesquisa.indd 32 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

33

Na maioria dos modelos, a pesquisa desempenha algum papel – algumas vezes restrito, em outras realçado. É raro, no mundo real, que os noves passos mostrados aqui sejam seguidos. E é raro que uma pesquisa descreva todas as etapas do processo discu-tidas a seguir. Os nove passos descritos na Figura 1.1 servem de pauta para discutir os diversos papéis da pesquisa nos processos de defi nição de políticas, planejamento e gestão. Dois exemplos de como isso aconteceria na área de lazer e turismo são apresen-tados no Quadro 1.4.

1. Termos de referência/resumo: o “termo de referência” ou “resumo” de um deter-minado planejamento ou tarefa gerencial defi ne o escopo e o propósito da ação. A pesquisa pode estar envolvida desde o início do processo, auxiliando a especifi car os termos de referência. Por exemplo, pesquisas sobre níveis de en-volvimento em esportes de uma comunidade podem resultar em uma política pública que vise alterar esses níveis; ou uma pesquisa sobre o crescente im-pacto do turismo sobre o meio ambiente pode levar os governantes a desen-volver um plano de turismo sustentável.

2. Avaliação do ambiente: a avaliação do ambiente envolve a coleta de todas as informações pertinentes ao contexto da tarefa em questão. Podem estar rela-cionadas aos afazeres internos da organização ou a temas externos, incluindo clientes atuais e potenciais, recursos naturais e atividades públicas e da con-

Quadro 1.3 Exemplos de políticas, planos e gestão

Nível Centro de lazerComissão de

turismoCentro de artes Parque nacional

Política Maximizar o uso de todas as faixas etárias

Prolongar a altatemporada

Incentivarcompositorescontemporâneos

Aumentar receita não governamental

Plano Plano bienal para aumentar as visitas de idosos em 50%

Plano de três anospara aumentar asvisitas na médiaestação por meioda promoção denovos festivais

Plano de três anos para patrocinar novos trabalhos de compositorescontemporâneos

Plano de três anos para implantarprograma decobrança de taxasdo usuário

Gestão Implementar sessões matinais de exercícios para idosos

Escolher e implantar festivais temáticos

Escolhercompositores,patrocinar eproduzir

Implantar o programa de cobrança de taxas do usuário

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3301-Metodologia de Pesquisa.indd 33 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

34

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

1. Termo de referência

2. Avaliação do ambiente

3. Missão/objetivos

5. Desenvolvimento de opções

4. Consulta às partes interessadas

6. Avaliação de opções e definição de estratégias

7. Implantação – gestão

8. Monitoramento/avaliação

9. Controle (feedback)

Figura 1.1 Modelo racional-abrangente d e planejamento/gestão

corrência. Tais informações podem já estar coletadas e requerer somente uma sistematização, ou pode ser necessária uma ampla pesquisa.

3. Missão/objetivos: a missão ou os objetivos da organização podem já estar defi -nidos formalmente se a tarefa em questão for relativamente pequena; mas, quando se trata de uma grande realização, como o desenvolvimento de um plano estratégico para toda a empresa, então a defi nição do enunciado da mis-são e dos objetivos pode ser necessária. Estabelecer a missão e os objetivos da empresa é uma tarefa grandiosa para o grupo responsável (uma diretoria ou um conselho, por exemplo) pela tomada de decisões. Pesquisadores podem se envolver diretamente no processo quando existe um grande número de partes interessadas a serem consultadas, conforme o item 4.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3401-Metodologia de Pesquisa.indd 34 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

35

4. Consulta às partes interessadas: consultar os stakeholders é considerado vital para a maioria das organizações e é, inclusive, um requisito obrigatório em muitas formas de planejamento público. As partes interessadas podem incluir

funcionários, clientes, público em geral, membros de juntas e conselhos ou

associações de bairro. A pesquisa pode ter um papel signifi cativo para essa fase

de consulta, especialmente quando um grande número de indivíduos ou orga-

nizações está envolvido.

5. Desenvolvimento de opções: para desenvolver um plano ou uma estratégia, é

preciso considerar quais opções de políticas estão disponíveis para que a em-

presa alcance seus objetivos, suas necessidades, suas possíveis contribuições,

a fi m de que as metas sejam atingidas e implantadas da melhor forma. A pes-

quisa pode ser envolvida no processo de identifi car políticas alternativas ou

opções de planejamento, fornecendo, por exemplo, dados sobre a extensão

dos problemas ou sobre as preferências das partes interessadas.

6. Avaliação de opções e defi nição de estratégias: decidir por uma estratégia im-

plica selecionar um ou mais cursos de ação dentre todas as opções identifi ca-

das. Esse processo de escolha pode ser complexo e demandar uma pesquisa

para avaliar as alternativas. Algumas técnicas tradicionais de avaliação formal

são as seguintes: análise de custo-benefício, de impacto econômico, ambiental

e social (vide SHADISH et al., 1991; VEAL, 2002, p. 185-210), e a técnica de impor-

tância-desempenho (MARTILLA e JAMES, 1977; HARPER e BALMER, 1989) ou aná-

lise conjunta (CLAXTON, 1994).

7. Implantação – gestão: ao implantar um plano ou uma estratégia na área de ges-

tão, a pesquisa pode estar relacionada à gestão do dia a dia, buscando melho-

res maneiras de mobilizar recursos e fornecendo retroalimentação (feedback)

contínua sobre o processo de gestão – por exemplo, aplicando questionários

de avaliação junto aos clientes. Entretanto, é difícil determinar a linha que se-

para a pesquisa do processo de monitoramento e avaliação.

8. Monitoramento/avaliação: monitorar o progresso e avaliar a implantação de

estratégias é, sem dúvida, um processo que provavelmente envolve pesquisas.

9. Controle (feedback): o ciclo se completa com a etapa de controle. Os dados da

etapa de monitoramento e avaliação podem ser utilizados no ciclo de planeja-

mento ou gestão e podem levar a revisões de qualquer ou de todas as decisões

tomadas anteriormente. O processo de monitoria e avaliação pode indicar o

sucesso total, pode sugerir pequenas alterações em alguns detalhes das políti-

cas e planos adotados, ou ainda pode resultar em uma reestruturação com-

pleta, obrigando a começar de novo.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3501-Metodologia de Pesquisa.indd 35 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

36

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

Qua

dro

1.4

Exem

plos

de

tare

fas

de p

lane

jam

ento

/ges

tão

e pe

squi

sas

asso

ciad

as

Pass

os n

o pr

oces

so d

e

plan

ejam

ento

/ ge

stão

(vid

e Fi

gura

1.1

)

Jove

ns e

esp

orte

s em

um

a co

mun

idad

e lo

cal

Turi

smo

sust

entá

vel e

m u

m d

esti

no t

urís

tico

Polít

ica/

plan

ejam

ento

/

gest

ãoPe

squi

sa r

elac

iona

daPo

lític

a/pl

anej

amen

to/g

estã

oPe

squi

sa r

elac

iona

da

1. T

erm

o de

ref

erên

cia

Aum

enta

r a

part

icip

ação

de

jove

ns e

m a

tivid

ades

es

port

ivas

Pesq

uisa

s ex

iste

ntes

indi

cam

gr

au d

e pa

rtic

ipaç

ão d

e 40

%D

esen

volv

er e

stra

tégi

a de

tu

rism

o su

sten

táve

l loc

alPe

squi

sa d

e ca

mpo

indi

ca

que

a ca

paci

dade

da

estr

ada

foi a

lcan

çada

2. A

valia

ção

doam

bien

teR

econ

side

rar

a of

erta

dem

anda

exi

sten

tePr

ogra

mas

e in

frae

stru

tura

ex

iste

ntes

tota

lmen

teut

iliza

dos

Exam

inar

os

impa

ctos

cau

sado

s ao

mei

o am

bien

te p

elo

turi

smo

no m

omen

to e

em

pro

jeçõ

es d

o fu

turo

Am

pla

pesq

uisa

de

cam

po

(tráf

ego

+ o

utro

s te

mas

am

bien

tais

) +

dese

nvol

vim

ento

de

proj

eçõe

s de

dem

anda

tu

ríst

ica

3. D

efi n

ição

de

mis

-sã

o/ o

bjet

ivos

Aum

enta

r o

grau

de

part

icip

ação

par

a 60

%em

cin

co a

nos

Des

envo

lver

pol

ítica

par

a au

men

tar

o tu

rism

o em

50%

, em

de

z an

os, d

entr

o de

par

âmet

ros

ambi

enta

is a

ceitá

veis

Estu

dos

de c

resc

imen

to

prov

ável

da

dem

anda

tu

ríst

ica

em d

ez a

nos

4. C

onsu

lta à

s pa

rtes

inte

ress

adas

Con

sulta

r cl

ubes

es

port

ivos

, esc

olas

, jov

ens

Sond

agem

indi

ca a

poio

de

todo

s os

gru

pos

e co

nfi r

ma

viab

ilida

de

Con

sulta

r a

com

unid

ade

e fo

rnec

edor

es d

a in

dúst

ria

turí

stic

a

Sond

agem

+ r

euni

ões

com

a c

omun

idad

e e

forn

eced

ores

da

indú

stri

a tu

ríst

ica

5. D

esen

volv

imen

tode

opç

ões

1. C

ampa

nha

publ

icitá

ria

2. In

gres

sos

grat

uito

s3.

Con

stru

ção

de m

ais

infr

aest

rutu

ra n

aco

mun

idad

e

Ver

ifi ca

ção

da e

xper

iênc

ia d

e ca

da u

ma

das

opçõ

es e

m

outr

as r

egiõ

es, a

par

tir d

e da

dos

publ

icad

os e

sond

agen

s

1. P

rogr

ama

de g

estã

o de

cons

truç

ão d

e es

trad

as/

tráf

ego

2. S

oluç

ão p

ara

tran

spor

tepú

blic

o lo

cal

Sond

agem

de

expe

riên

cias

em

des

tinos

si

mila

res,

em

nív

eis

de

dese

nvol

vim

ento

turí

stic

o si

mila

r

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3601-Metodologia de Pesquisa.indd 36 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

37

Pass

os n

o pr

oces

so d

e

plan

ejam

ento

/ ge

stão

(vid

e Fi

gura

1.1

)

Jove

ns e

esp

orte

s em

um

a co

mun

idad

e lo

cal

Turi

smo

sust

entá

vel e

m u

m d

esti

no t

urís

tico

Polít

ica/

plan

ejam

ento

/

gest

ãoPe

squi

sa r

elac

iona

daPo

lític

a/pl

anej

amen

to/g

estã

oPe

squi

sa r

elac

iona

da

4. A

poio

a c

lube

s e

esco

las

5. T

rein

amen

to d

e líd

eres

/té

cnic

os/p

rofe

ssor

es

3. E

stra

tégi

as a

ltern

ativ

as d

e de

senv

olvi

men

to d

eac

omod

açõe

s

6. A

valia

ção

deop

ções

/defi

niç

ão d

e es

trat

égia

s

Ava

liar

opçõ

es 1

a 5

Ado

tar

opçõ

es 3

e 4

Cus

teio

de

cada

opç

ão; a

part

ir d

e so

ndag

em, e

stim

ar

cust

o x

bene

fício

de

cada

op

ção

Opç

ões

3 e

4 re

com

enda

das

Ava

liar

opçõ

es 1

e 2

e c

ompa

rar

com

opç

ões

do 3

Opç

ões

esco

lhid

as c

om b

ase

em p

esqu

isa

aval

iativ

a

Opç

ões

1 e

2 cu

stea

das

e co

mpa

rada

s às

est

raté

gias

de

des

envo

lvim

ento

de

acom

odaç

ões

(3)

Opç

ões

colo

cada

s em

or

dem

de

efi c

ácia

e

impa

cto

ambi

enta

l

7. Im

plan

taçã

o/ge

stão

Impl

anta

r op

ções

3 e

4—

Impl

anta

r tr

ansp

orte

púb

lico

e op

ção

de h

ospe

dage

m 3

est

rela

s—

8. M

onito

ram

ento

/av

alia

ção

Ava

liar

o su

cess

o de

ac

ordo

com

o a

umen

toda

par

ticip

ação

Sond

agem

indi

ca q

ue

part

icip

ação

sub

iu p

ara

45%

ap

ós u

m a

no, m

as a

pont

a di

min

uiçã

o de

técn

icos

/líde

res

Ava

liar

o su

cess

o de

aco

rdo

com

o

núm

ero

de tu

rist

as e

co

nges

tiona

men

to

Pesq

uisa

anu

al d

as

cond

içõe

s do

tráf

ego

e nú

mer

o de

turi

stas

. D

etec

tado

pro

blem

a re

corr

ente

de

cong

estio

nam

ento

em

alta

tem

pora

da

9. C

ontr

ole

(feed

back

)C

ontin

uar

o pr

ogra

ma:

au

men

tar

recu

rsos

par

a tr

eina

men

to d

e té

cnic

os/

líder

es

Des

envo

lver

pla

no d

e ge

stão

do

tráf

ego

em a

lta te

mpo

rada

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3701-Metodologia de Pesquisa.indd 37 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

38

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

1.3.3 Formatos de pesquisa em diferentes contextos

A pesquisa para o planejamento/gestão de lazer e turismo é apresentada sob mui-

tas formas e contextos. Alguns exemplos estão listados no Quadro 1.5 e serão breve-mente discutidos a seguir. Os formatos não são mutuamente exclusivos: podem aparecer diversos deles em um único projeto de pesquisa.

Quadro 1.5 Formatos de relatórios de pesquisa

• Diagnósticos

• Perfi s de mercado

• Pesquisa de mercado

• Segmentação de mercado/estudos de estilo de vida

• Estudo de viabilidade

• Prognósticos

• Estudo de necessidades em lazer/recreação

• Estratégias de turismo/planos de marketing turístico

Dia gnósticos são similares às avaliações de ambiente, já discutidas. São compila-ções de informações da situação atual com foco em um tópico ou uma questão em particular; são criados para auxiliar os responsáveis pelas decisões a terem ciência so-bre o assunto e para fazer um balanço de dados, como políticas em vigor, níveis de abastecimento e demanda. Por exemplo, se uma autoridade local deseja desenvolver novas políticas de conservação de patrimônio cultural em sua área, um diagnóstico poderia relacionar quais os patrimônios existentes, quem são os proprietários, quais as condições, natureza e estado de preservação, políticas, regras e regulamentações exis-tentes e tipos de uso.

Perfi s de mercado são parecidos com diagnósticos, mas são especifi camente rela-cionados com o mercado, em especial com consumidores atuais e potenciais, mas tam-bém com fornecedores. Se uma organização deseja iniciar um projeto em um determinado mercado de turismo e lazer, em geral será necessário um “perfi l” desse setor de mercado. Qual o tamanho do mercado? Qual é a perspectiva de crescimento? Quem são os consumidores? Quais são os subsetores desse mercado? Quão rentável ele é? Quem são os fornecedores atuais? Em geral, tal levantamento demanda uma pes-quisa considerável, que pode ser vista como um dos elementos entre as muitas ativida-des da pesquisa de mercado.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3801-Metodologia de Pesquisa.indd 38 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

39

Pesquisa de mercado é uma atividade mais focada. Pesquisas sobre o mercado atual ou potencial de um projeto podem ser feitas antes de ele ser implantado, mas também podem acontecer como parte de um monitoramento contínuo do desempe-nho de uma operação. A pesquisa de mercado tem por objetivo estabelecer a dimen-são e a natureza de um mercado (o número de pessoas que usam ou tendem a usar um bem ou serviço e suas características), bem como as exigências e atitudes do con-sumidor (as expectativas e gostos específi cos dos usuários reais ou potenciais de um bem ou serviço).

Segmentação de mercado/estudos de estilo de vida, também chamados de estudos de perfi s psicográfi cos. Tradicionalmente, os profi ssionais de marketing tentam classifi -car os consumidores em subgrupos ou segmentos, com base em características como idade, gênero, profi ssão e renda. Mais tarde, tentaram classifi car as pessoas conside-rando não só essas características socioeconômicas, mas também a partir de seus valo-res, atitudes e comportamento, incluindo atividades de lazer e comportamento nas férias e feriados. O estudo mais conhecido desse ramo, a tipologia VALS (do inglês va-lues, attitudes and life styles, MITCHELL, 1985), classifi cou os norte-americanos em nove grupos comportamentais: sobrevivente, provedor, conservador, emulador, realizador, eu-e-apenas-eu, experimentador, consciente social e integrado2. Esse sistema tem sido amplamente utilizado em pesquisas de mercado, incluindo pesquisas em turismo (por exemplo, SHIH, 1986). Outros “sistemas” que analisam o estilo de vida são o ACORN, desenvolvido na Inglaterra a partir do censo (SHAW, 1984) e a tipologia comportamen-tal australiana Age (THE AGE, 1982).

Estudos de viabilidade pesquisam não somente as características e exigências do consumidor atual, como faz o perfi l de mercado, mas também a demanda futura e as-pectos tais como viabilidade econômica e impactos ambientais de projetos de investi-mento ou de desenvolvimento. A decisão de construir ou não uma nova instalação de lazer ou lançar um novo produto turístico está frequentemente baseada em um estudo de viabilidade (KELSEY e GRAY, 1986b).

Prognósticos são cruciais para muitos planos. Podem fornecer, por exemplo, proje-ções de demanda para uma determinada atividade de lazer ou por um tipo específi co de acomodação turística para um período de dez anos. Fazer previsões depende intrin-secamente de pesquisa, e pode envolver predizer os efeitos prováveis do aumento e das mudanças na população futura, dos resultados das alterações de preferências, das alte-rações no nível de renda ou de desenvolvimentos tecnológicos. Prognósticos em lazer e turismo tornaram-se, merecidamente, um campo de estudo signifi cativo (VEAL, 2002, p. 154-184; ARCHER, 1994).

2 Há distintas traduções desses tipos. Aqui se está adotando a nomenclatura que consta em KARSAKLIAN, E. Comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. [N. do T.]

01-Metodologia de Pesquisa.indd 3901-Metodologia de Pesquisa.indd 39 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

40

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

Estudo de necessidades em lazer/recreação é um tipo de pesquisa comum no plane-jamento de lazer. São estudos abrangentes, geralmente realizados para instâncias lo-cais, que examinam a oferta e o uso das instalações e dos serviços, grau de participação nas atividades de lazer e aspirações e opiniões da população em relação à oferta de la-zer. Em alguns casos, o estudo de “necessidades” também inclui um “plano” de lazer ou recreação, em que são feitas recomendações em relação à oferta futura; em outros ca-sos, o plano é um documento separado.

Estratégias turísticas/planos de marketing turístico são o equivalente ao estudo de necessidades em recreação, porém voltado para o turismo. A diferença é que o estudo de necessidades em recreação e lazer refere-se às exigências da comunidade local, que são, em grande parte, solucionadas no âmbito local, frequentemente pelo setor público; estratégias turísticas ou planos de marketing referem-se à demanda turística, geradas potencialmente em diversas regiões e cujas exigências se refl etem na região de destino na qual a área receptora está localizada, tanto no âmbito público como no privado. Tais estudos turísticos geralmente consideram a capacidade da região receptora de suprir a demanda crescente de turistas, em termos de acomodação, transporte, impactos am-bientais e atrações existentes e potenciais.

1.4 ■ QUEM PESQUISA?

Este livro preocupa-se, principalmente, com a forma de conduzir uma pesquisa, mas também objetiva esclarecer o processo de pesquisa, fato que ajudará o leitor a se tornar um cliente mais crítico e consciente em relação às pesquisas realizadas por ou-tros. Na leitura de artigos e relatórios de pesquisa, é útil ter em mente o porquê de a pesquisa ter sido realizada, o que é altamente infl uenciado por quem a fez e por quem pagou por ela. Pesquisas em lazer e turismo são feitas por uma grande variedade de indivíduos e instituições, incluindo acadêmicos e estudantes, departamentos de pes-quisa dos setores público e privado, consultores e gestores de instalações e serviços de lazer e turismo, conforme ilustra o Quadro 1.6. O respectivo papel de cada um será discutido a seguir.

Quadro 1.6 Quem pesquisa?

• Acadêmicos

• Estudantes

• Organizações públicas e privadas

• Consultores

• Gestores

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4001-Metodologia de Pesquisa.indd 40 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

41

1.4. 1 Acadêmicos

Acadêmicos, ou seja, membros do corpo docente de instituições educacionais, in-cluem catedráticos, professores, conferencistas, tutores e pesquisadores – de forma geral, o “professorado”. Na maioria das universidades, espera-se que os professores, como parte de seu contrato de trabalho, ministrem aulas e realizem pesquisas. Nor-malmente, um terço ou um quarto do tempo de um acadêmico deve ser destinado à pesquisa e a publicações. Promoção e segurança no trabalho dependem parcialmente (alguns diriam principalmente) da conquista de um número satisfatório de pesquisas publicadas. Os trabalhos podem ser publicados em vários lugares: periódicos especia-lizados, periódicos não especializados (como revistas profi ssionais), livros, relatórios/monografi as (publicadas por instituições acadêmicas ou outras) e artigos.

A publicação de pesquisa em periódico especializado é considerada a forma mais prestigiosa em termos acadêmicos, em função do que é chamado de “avaliação por pares” ou, em inglês, peer review. Os artigos enviados aos periódicos são analisados, de forma anônima, por dois ou três especialistas da área, assim como pelos editores. As atividades editoriais são supervisionadas por um grupo de pesquisadores da área. Os principais periódicos no ramo de lazer e turismo são: Journal of Leisure Research (Esta-dos Unidos), Annals of Tourism Research (Reino Unido), Leisure Sciences (Estados Uni-dos), Tourism Management (Reino Unido), Leisure Studies (Reino Unido), Journal of Travel Research (Estados Unidos) e Society and Leisure (Canadá).

Algumas pesquisas conduzidas por acadêmicos requerem pouco ou nenhum re-curso fi nanceiro específi co além do salário recebido – por exemplo, trabalho teórico e estudos usando os estudantes como tema. Mas muitas pesquisas requerem recursos fi nanceiros adicionais para, por exemplo, pagar assistentes de meio período ou de pe-ríodo integral, para pagar entrevistadores ou uma empresa de pesquisa de mercado a fi m de conduzir as entrevistas, ou para cobrir custos de viagem ou com equipamentos. As principais fontes de recursos são os fundos das universidades/faculdades; conse-lhos públicos de pesquisa; fundações; órgãos e departamentos públicos; empresas pri-vadas; e organizações sem fi ns lucrativos.

As universidades tendem a usar seus próprios recursos para apoiar pesquisas ini-ciadas por membros acadêmicos e que tenham como principal objetivo “o avanço do conhecimento”. A maioria das universidades e faculdades tem fundos de pesquisa, para os quais os membros de suas equipes podem se candidatar. O poder público ge-ralmente institui organizações para fi nanciar pesquisas científi cas – por exemplo, o Conselho de Pesquisas Socioeconômicas do Reino Unido ou o Conselho Australiano de Pesquisa3. Alguns fundos privados ou fundações também fi nanciam pesquisas – por

3 No Brasil, esse papel é desempenhado, por exemplo, pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo e pelo CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecno-lógico. [N. do T.]

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4101-Metodologia de Pesquisa.indd 41 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

42

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

exemplo, a Fundação Ford e o Leverhulme Trust. Os fi nanciamentos podem visar obje-tivos práticos – como os de órgãos e departamentos públicos, de empresas privadas ou de organizações não governamentais, como de uma secretaria estadual de esportes. Nesse caso, a pesquisa tenderá a ser mais focada em sua aplicação prática. O poder público, empresas privadas e organizações não governamentais fi nanciam pesquisas

para resolver problemas específi cos que enfrentam ou para informá-los sobre determi-

nados temas considerados relevantes.

Em geral, acadêmicos se envolvem em pesquisas de natureza prática quando seus

próprios interesses coincidem com os das agências fi nanciadoras. Por exemplo, um

acadêmico pode ter interesse em formas de mensurar o que motiva as pessoas a se

envolverem com determinadas atividades recreativas ao ar livre, e isso pode coincidir

com as necessidades de pesquisa de uma agência de recreação para desenvolver sua

estratégia de marketing. Alguns acadêmicos são especializados em áreas aplicadas –

como marketing ou planejamento –, de forma que fi cam em melhores condições de

conseguir atrair fi nanciamentos do “mundo prático”. Os acadêmicos podem usar os

recursos para empregar um ou mais pesquisadores-assistentes, que podem também

estar matriculados em cursos de pós-graduação, em geral doutorado. Isso aponta para

a segunda fonte acadêmica de pesquisa, os estudantes.

1.4.2 Estudantes

Estudantes de doutorado e mestrado contribuem enormemente para a pesquisa.

Periódicos publicam relações de teses e dissertações defendidas na área com deter-

minada frequência (VAN DOREN e STUBBLES, 1976; VAN DOREN e SOLAN, 1979; JAFARI e

AASER, 1988). Teses de grande parte das universidades norte-americanas e inglesas es-

tão catalogadas e, cada vez mais, disponíveis on-line. Na área de pesquisa científi ca, os

estudantes geralmente trabalham como parte de uma equipe, sob os cuidados de um

supervisor, que determina quais tópicos serão pesquisados por quais estudantes em

um programa específi co de pesquisa. Nas ciências sociais, essa abordagem é mais rara,

tendo os estudantes mais liberdade para escolher seus temas de pesquisa.

Teses de doutorado são o resultado mais signifi cativo da pesquisa estudantil, mas

pesquisas realizadas por mestres e estudantes graduados – e mesmo por não graduados

– podem contribuir para o conhecimento. Lazer e turismo geralmente não são áreas

muito agraciadas com fundos de pesquisa, de modo que, por exemplo, uma pequena

pesquisa conduzida por um grupo de estudantes de graduação sobre determinada ati-

vidade de lazer ou sobre uma localidade específi ca, ou ainda uma revisão bibliográfi ca

completa sobre determinada área, pode ser do interesse de outros pesquisadores.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4201-Metodologia de Pesquisa.indd 42 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

43

1.4.3 Organizações públicas e privadas

As organizações públicas e privadas têm, com frequência, seus próprios departa-

mentos de pesquisa – por exemplo, o Escritório Nacional de Estatísticas no Reino

Unido, o antigo Bureau de Pesquisa em Turismo na Austrália e as Estações Experimen-

tais do Serviço Florestal Norte-Americano4. Empresas privadas da área de lazer e tu-

rismo tendem a contratar consultores para pesquisas socioeconômicas e de mercado,

embora indústrias de equipamentos esportivos, por exemplo, possam conduzir suas

próprias pesquisas científi cas voltadas ao desenvolvimento do produto.

É normal que pesquisas conduzidas por empresas privadas sejam confi denciais,

mas as conduzidas pelo poder público geralmente estão disponíveis ao público. Os

relatórios de pesquisa dessas organizações podem, portanto, ser fontes importantes de

conhecimento, especialmente de conhecimento prático. Por exemplo, em quase todos

os países desenvolvidos, alguma agência do governo é responsável por realizar sonda-

gens, por todo o país, sobre padrões de turismo e índices de participação em lazer

(CUSHMAN et al., 2005a). Essa é uma pesquisa descritiva que nenhuma outra organiza-

ção teria recursos para desenvolver.

1.4.4 Consultores

Os consultores servem para oferecer suas pesquisas e recomendações para o setor

do lazer e turismo. Algumas empresas de consultoria são de grande porte, multinacio-

nais, geralmente envolvidas em trabalhos de gestão fi nanceira, operacional e de desen-

volvimento de instalações, que montam departamentos especializados para atuar em

pesquisas na área de lazer e turismo. A Lybrand e a PriceWaterhouseCoopers são alguns

exemplos. Mas há muitas outras empresas de consultoria pequenas, que se especializam

em alguma área. Alguns acadêmicos atuam em empresas de consultoria como um traba-

lho “paralelo”, seja pelo interesse acadêmico em determinada área, seja pela renda com-

plementar, ou por ambos. A atividade de consultor autônomo é comum entre profi ssionais

do setor do lazer e turismo que saíram precocemente de seus empregos formais.

1.4.5 Gestores

Gestores em lazer e turismo que reconhecem o processo de gestão em sua totali-

dade devem encarar a pesquisa como parte de suas responsabilidades. Eles podem

coordenar a execução de pesquisas sobre uma diversidade de temas, conforme indi-

cado no Quadro 1.7. Considerando-se que a maioria dos leitores deste livro serão ges-

tores ou trainees, é importante saber disso.

4 No Brasil, um exemplo seria o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística. [N. do T.]

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4301-Metodologia de Pesquisa.indd 43 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

44

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

Quadro 1.7 Gestores e pesquisa

• Pesquisa sobre clientes

• Pesquisa sobre clientes em potencial

• Pesquisa sobre funcionários

• Pesquisa de desempenho

• Pesquisa sobre a concorrência

• Pesquisa de produtos

A ges tão bem-sucedida depende de informações de qualidade. Muita informação

– por exemplo, estatísticas de vendas – está disponível aos gerentes como parte da ro-

tina e não requer pesquisa. Entretanto, a utilização criativa desses dados – por exemplo,

estabelecer tendências de mercado – pode levar à pesquisa. Por outro lado, outros tipos

de informação somente podem ser obtidos por meio de projetos de pesquisas específi -

cas. Em algumas áreas da gestão de lazer e turismo, até mesmo a mais básica das infor-

mações precisa ser obtida por meio de pesquisa. Por exemplo, gestores de teatros ou

resorts recebem rotineiramente informações sobre o nível de uso das instalações, a par-

tir de dados de vendas ou de reservas, mas o mesmo não ocorre em um parque urbano

ou uma praia. Para se obterem informações sobre o número de usuários desse tipo de

local é necessário fazer um esforço específi co de coleta de dados. A coleta de dados

pode não ser muito sofi sticada e muitas pessoas podem dizer que isso não se trata de

pesquisa, por ser apenas parte do sistema de informação gerencial. No entanto, desde

que envolva descobertas, e algumas vezes explicações, é uma pesquisa para os propósi-

tos deste livro.

Muitos gestores precisam realizar – ou subcontratar – pesquisas quando querem

informações sobre seus usuários ou clientes; por exemplo, de onde eles vêm (a área de

“captação de demanda” do estabelecimento) ou quais suas características socioeconô-

micas. Também é uma forma de saber como os clientes avaliam as instalações ou o

serviço. Pode-se argumentar que gestores não precisam ter habilidades para pesquisas,

uma vez que podem sempre contratar consultores para desenvolvê-las. No entanto, os

gestores estarão mais bem preparados para delegar uma boa pesquisa e para avaliar os

resultados se estiverem familiarizados com o processo. Além disso, apenas poucos ges-

tores em lazer e turismo trabalham em um mundo ideal, onde há recursos fi nanceiros

para contratar todas as pesquisas de que gostariam; em geral, a única forma de obter

uma pesquisa é o próprio gestor realizá-la.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4401-Metodologia de Pesquisa.indd 44 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

45

1.4.6 Acadêmicos e o mundo da prática: a importância de pesquisas publicadas para o planejamento e a gestão

Quem realiza a pesquisa é um fator importante, porque a forma de conduzi-la

afeta sua natureza e, por consequência, tem um grande impacto no que constitui o

corpo de conhecimento que estudantes de lazer e turismo devem absorver e no qual os

gestores se baseiam.

A pesquisa e a publicação acadêmica são, em grande medida, um “sistema fe-

chado”. São acadêmicos que avaliam propostas de livros de outros acadêmicos para

editores comerciais; são eles os editores de periódicos especializados e eles que for-

mam o conselho editorial e o painel de especialistas. Eles, portanto, determinam quais

pesquisas são aceitáveis para publicação. Por essa razão, com frequência os profi ssio-

nais do mercado acham as pesquisas acadêmicas irrelevantes para suas necessidades

– isso não é surpreendente, uma vez que a maior parte delas não é destinada a profi s-

sionais, mas ao mundo acadêmico. O estudante que quer ser um profi ssional de mer-

cado na área de lazer ou turismo não deve, portanto, se surpreender ao se deparar com

artigos acadêmicos que não sejam aplicáveis de forma prática a políticas, planeja-

mento e gestão. Isso não signifi ca que sejam irrelevantes, mas simplesmente que não

focam, necessariamente, problemas práticos imediatos.

Algumas pesquisas surgem do interesse acadêmico e algumas surgem de proble-

mas imediatos enfrentados por fornecedores de serviços de lazer e turismo. Muitas das

pesquisas acadêmicas publicadas tendem a contemplar as preocupações de diversas

disciplinas teóricas, como sociologia, economia ou psicologia, o que pode ou não coin-

cidir com as preocupações do dia a dia da indústria de lazer e turismo. Na verdade,

parte do papel da pesquisa acadêmica é “fi car de fora” do resto do mundo e oferecer

análises independentes, as quais podem ser críticas e, assim, não ser vistas como um

apoio para aqueles que trabalham na indústria. Entretanto, o que alguns veem como

excessivamente crítico e desnecessário, ou simplesmente irrelevante, outros podem

ver como perspicaz e construtivo.

Contudo, há disciplinas aplicadas que focam especifi camente em aspectos de de-

fi nição de políticas, planejamento e gestão, como Planejamento, Administração, Ges-

tão de Marketing ou Gestão Financeira. Embora a pesquisa acadêmica nessas áreas

também possa ter um caráter mais crítico do que instrumental, é provável que seja

mais direcionada a assuntos que preocupam a indústria. Em cada uma dessas discipli-

nas teóricas e aplicadas há uma estrutura distinta de pesquisa em lazer e turismo. Além

disso, há pesquisas formuladas para atender a mais de uma disciplina (multidiscipli-

nar) e há as que ocupam um nicho entre duas ou mais disciplinas (interdisciplinar). E

mais, nas áreas de estudos de lazer e estudos de turismo, algumas pesquisas não reco-

nhecem nenhuma fi liação disciplinar. Os aspectos disciplinares da pesquisa em lazer e

turismo serão examinados no Capítulo 2.

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4501-Metodologia de Pesquisa.indd 45 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

46

METODOLOGIA DE PESQUISA EM LAZER E TURISMO

1. Qual é a diferença entre pesquisa e jornalismo?

2. Aponte as diferenças entre pesquisa descritiva, explicativa e avaliativa.

3. Quais são as principais diferenças entre defi nição de políticas, planejamento e ges-tão, de acordo com este capítulo?

4. Resuma o papel potencial da pesquisa em três dos nove estágios do modelo “racio-nal-abrangente”, em relação aos processos de defi nição de políticas/planejamento/gestão apresentados neste capítulo.

5. Relacione três dos seis formatos que um relatório de pesquisa pode ter, conforme apresentado neste capítulo, e descreva suas principais características.

6. Relacione três dos seis motivos, descritos neste capítulo, pelos quais os gestores podem conduzir ou contratar uma pesquisa.

7. Por que a pesquisa acadêmica normalmente parece irrelevante para as necessidades de um profi ssional do mercado?

QUESTÕES

1. Escolha uma empresa de lazer ou turismo que você conheça e aponte como ela poderia usar a pesquisa para alcançar seus objetivos.

2. Escolha uma empresa de turismo ou lazer e descubra suas atividades de pesquisa. Qual proporção do orçamento é destinada à pesquisa? Quais pesquisas foram feitas? Como os resultados das pesquisas são utilizados pela empresa ou por outras pessoas?

3. Consulte um periódico de turismo e lazer, como Leisure Studies ou Annals of Tou-rism Research, e apure, para cada artigo: por que a pesquisa foi realizada; como ela foi fi nanciada; quem ou quais organizações poderiam se benefi ciar da pes-quisa e como.

4. Repita o Exercício 3, mas aplicando-o a um periódico de outra área do conheci-mento, como sociologia ou física.

5. Usando o mesmo periódico do Exercício 4, examine cada artigo e identifi que se a pesquisa é descritiva, explicativa ou avaliativa.

EXERCÍCIOS

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4601-Metodologia de Pesquisa.indd 46 24/03/11 16:0024/03/11 16:00

INTRODUÇÃO À PESQUISA: O QUÊ, POR QUE E QUEM?

47

PARA SABER MAIS

Modelos de planejamento e defi nição de políticas: para discussões introdutórias, Parsons (1995, p. 248 e seguintes) e Veal (2002, p. 76-86); para discussões mais avançadas, veja Treuren e Lane (2003).

Métodos de pesquisa em turismo: veja Smith (1989) para uma abordagem quantitativa e geográfi ca; Ryan (1994) para uma abordagem similar à deste livro; Dann, Nash e Pearce (1988) e Pearce e Butler (1993) para diversos artigos metodológicos; e, para uma mina de informações sobre todos os aspectos de pesquisa em turismo, veja a abrangente coleção de artigos organizada por Ritchie e Goeldner (1994).

Prognósticos de lazer e turismo: veja Archer (1994), Veal (1987; 2002), Kelly (1987b), Martin e Mason (anual), Henley Centre for Forecasting (trimestral).

Pesquisa no processo de planejamento: Kelsey e Gray (1986a), Marriott (1987), Veal (1994).

Estudos de viabilidade: Kelsey e Gray (1986b).

Estudos de perfi s psicológicos/estilo de vida: Wells (1974), Veal (1989a, 1993a, 2000), Chisnall (1991).

Pesquisa avaliativa: Loomis (1987), Henderson e Bialeschki (1995), Pollard (1987), Shadish, Cook e Leviton (1991), Veal (2002, p. 185-210).

01-Metodologia de Pesquisa.indd 4701-Metodologia de Pesquisa.indd 47 24/03/11 16:0024/03/11 16:00