Upload
laraneto91
View
51
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
01 - Ponto Sem Retorno
Citation preview
SRIE MOMENTO DECISIVO 01 PONTO SEM RETORNO
Disponibilizao e Reviso Inicial: Mimi
Reviso Final: Angllica
Gnero: Homo/Contemporneo
2
Matthew Elliot um dos melhores detetives, resistente, homem gay enrustido
inteligente de Los Angeles. Quando ele se apaixona por seu instrutor de ginstica, no
com seus colegas, que deve estar preocupado que descubram... So os bandidos.
Matthew Elliot um dos melhores detetives de Los Angeles. Ele foi rotulado o
menino de ouro dos Quatro Fabulosos: uma equipe de quatro detetives que j fecharam
cartis de drogas em toda a cidade. Ele inteligente, resistente e extremamente bom em
seu trabalho.
Ele tambm um homem gay enrustido.
Apresentado a Kira Takeo Franco, o novo treinador de boxe na academia.
Matthew no pode negar sua atrao imediata para o homem, seus colegas policiais o
conhecem como Frankie. Mas, permitir se apaixonar por um homem conhecido por seus
colegas, Matthew arriscaria ambos.
Matt e Kira trabalham para manter seu relacionamento e vida privada escondidos
da vida muito pblica de Matt, temendo que isso seja prejudicial para suas carreiras.
Mas no com os outros policiais que Matthew deve estar preocupado em
encontrar o seu mais profundo e escuro segredo... So os bandidos.
3
COMENTRIOS DA REVISO
MIMI
Sou apaixonada nessa autora, adoro os livros dela. Ela sabe como escrever e te
prender na histria do inicio ao fim. Adorei Kira e Matt, juro que esse japons fez um
acerto no meu corao, muito fofo (ele me lembrou da boca impertinente do Cooper
kkkk). A histria emocionante e te deixa na expectativa da prxima pagina. Nota 1000
para Sra. NR Walker. Voc pode conferir outros livros dela no blog, j que a autora
uma das nossas estrelas e favoritas. RSRSRS.
ANGLLICA
NR Walker sempre surpreendendo no seu jeito de escrever, uma linda histria e
personagens que aprenderemos a amar, com certeza. Matt e sua sada do armrio um
tanto violenta, mas acho que se no fosse no tranco, no sairia. J Kira extremamente
cativante e carismtico.
De todos os livros que lanamos, este me lembrou muito F Cega e neste romance
a f teve que ser cega, o amor construdo aos poucos, conquistado a cada dia e a grande
prova de amor.
Romntico, no? Boa leitura e no deixem de comentar.
4
Captulo Um
Os quatro de ns fomos para a academia como sempre fizemos depois de um dia
estressante e fomos recebidos por uma salva de palmas dos outros policiais que estavam l
trabalhando. O ginsio em si foi um espao principal, com vrios equipamentos de ginstica,
um balco de servio e alguns quartos fora da parede distante para diferentes
classes. Cheirava a suor e meias sujas. Eu adorei.
Na parede de frente para as escadas rolantes havia uma fileira de telas de TV,
geralmente mostrando repeties de diferentes esportes. Mas no essa noite. As telas de TV
estavam sintonizadas com a notcia das cinco horas, e todos os caras l estavam assistindo os
quatro de ns de p em frente sede da West Street.
Um reprter introduziu a histria. "Quebrando outro ligao de uma das maiores
redes de drogas de Los Angeles, expatriado croata Pavao Tomic foi tirado do ar, em que s
poderia ser descrito como um bem sucedido golpe as droga pela polcia."
Acenei-os, indo direto para as escadas rolantes. Eu no precisava ver isso.
Estive l.
"Detetive Elliott, isso deve ser um alvio depois de semanas de trabalho duro para
finalmente ter esse fornecedor de drogas notrio sob custdia."
"Sim, ." Ouvi-me responder diplomaticamente na tela. "As ruas de LA so mais
seguras. O povo de LA est melhor com Tomic atrs das grades."
O que eu no poderia dizer no ar era que o nojento merecia tudo o que ele teve. Com
nenhum respeito pela vida humana, tipos como Pavao Tomic foram deixados para apodrecer
na cadeia.
5
Em vez disso, tudo se adequava na frente do distrito, a verso televisiva que cheguei a
dizer que no era s eu que fazia todo o trabalho, como a imprensa insinuou, mas um esforo
de equipe.
Eu no superei os outros trs homens na minha equipe. No fiz qualquer coisa que
eles no fizeram, mas que no era como a mdia retratou-o. Para eles, eu era o lder da
apelidada pela mdia 'Quatro fabulosos1' um dos quatro detetives da Diviso de Narcticos,
que tinha quebrado criminosos do outro lado da cidade. Meu parceiro, o detetive Mitch
Seaton, e os detetives parceiros Kurt Webber e Tony Milic compunham o resto da equipe,
que tinham visto um nmero recorde de criminosos atrs das grades.
"Sim." Mitch bufou da esteira ao meu lado. "O nico homem do show aqui fez tudo
por conta prpria."
Revirei os olhos antes de olhar para os outros caras. "Toda vez que qualquer um de
vocs trs idiotas querem falar quando as cmeras comeam a rolar, fiquem vontade."
Kurt riu. "Nenhum maldito caminho! Prefiro sua cara feia para estar em todos os
noticirios do que a minha."
"O pblico em geral iria tambm." Brincou Mitch. Ele estendeu a mo e tocou o lado
do meu rosto. "Este menino bonito faz todos ns policiais parecermos bons."
Tony riu de mim, e os trs comearam a falar merda, assim como a mdia fez. Mas
desistiram de tentar me incitar quando perceberam que no ia morder. Harmonizando-se e
em sintonia com o ritmo dos meus ps batendo na esteira em seu lugar.
Eles haviam se estabelecido em correr fora das esteiras comigo, quando Kurt nos disse
que ele no podia ficar muito tempo, porque tinha planos para o jantar com a namorada,
Rachel. "Treino em primeiro lugar, ento ns acertamos o bar, apenas um pouco. Tem sido
uma semana e tanto."
E isso tinha.
1 O fab four a banda de rock and roll do incio dos anos setenta. Tambm conhecida como os Beatles
6
Havamos passado meses assistindo Tomic, esperando a Intel ter xito, agarr-lo em
flagrante em uma apreenso de drogas de vrios milhes de dlares. Isso valeu a pena
hoje. Ningum foi ferido, sem vtimas, no valor de vrios milhes de dlares em cocana,
cristais de metanfetamina das ruas e mais um elo de crime na cadeia, atrs das grades.
Ento, ns fizemos o que sempre fizemos. Os quatro de ns acertamos o ginsio, ento
o bar. Eles no bebiam muito, e eu bebi at menos, mas desabafamos no ginsio, em seguida,
descontraamos no bar, falando besteira e tendo uma risada. Era um 'ginsio e um bar de
policiais'. Eu tinha sido um policial por dez dos meus 28 anos. O trabalho da polcia era tudo
que eu conhecia.
Os caras com quem trabalhei eram a minha famlia, como irmos. Eu sabia quase tudo
sobre eles, como fizeram comigo.
Quase tudo. Havia uma parte da minha vida que no sabiam nada.
Quando os outros rapazes comentaram sobre eu ser o loiro, playboy de olhos azuis da
fora policial, o que todas as mulheres queriam, eu me lembrei exatamente o que foi que eles
no sabiam sobre mim.
Porque no eram as senhoras que eu queria.
Isso foi o que eles no sabiam sobre mim. Isso foi o que eu mantinha em
segredo. Oculto. Privado. Ser que os caras com quem trabalhei me tratariam de forma
diferente se eles soubessem que eu era gay? Talvez... Provavelmente...
Eu no tinha vergonha. No estava com medo. No ostentava ser gay, porque no
queria que isso me precedesse. Queria ser conhecido por ser um bom policial, no um
policial gay. Mas acima de tudo, mantive a minha sexualidade para mim, porque no era
malditamente da conta de mais ningum.
Depois de vinte minutos na esteira, pulei fora, pronto para o meu saco de treino. O
boxe era a minha praia. O ginsio tinha uma sala disputa nenhum ringue, apenas tapetes e
almofadas. Foi na maior parte apenas uma forma de fitness, e um pouco de autodefesa. Os
7
outros caras da minha equipe no se preocupavam com isso. Eles me viam treinar algumas
vezes, e provocavam e insultavam-me, mas nenhum deles tinha bolas para treinar comigo.
Fui para a sala de boxe, e Chris, o proprietrio da academia, me seguiu. "Ei, Matt!" Ele
chamou da porta. "Haver um novo treinador, tendo a sua sesso de hoje."
"No se preocupe." Eu respondi. "Vinnie est bem?"
"Sim, sim." Chris balanou a cabea. "S uma mudana em seu calendrio, isso
tudo." Ele olhou por cima do ombro e chamou um cara novo. "Frankie, este aqui Matthew
Elliott. Ele o seu compromisso de cinco e meia. Matt, este Frankie."
Eu olhei para ele, em seguida, o meu novo treinador de boxe. E fiquei preso.
Jesus fodido Cristo.
Fiz uma dupla tomada, tentando no me entregar a distncia. Mas ele era fodidamente
bonito. Tinha cabelos escuros, pele escura, olhos escuros. Ele era europeu ou asitico. Ou os
dois.
Ele sorriu. Droga! Seu sorriso.
"O verdadeiro nome de Frankie eu no posso pronunciar." Chris passou a dizer com
uma risada. "Mas ele sabe que eu sou um ex-policial e no excessivamente brilhante, ento
me perdoa."
Esse cara Frankie estendeu a mo e se apresentou formalmente. "Kira Takeo
Franco." Eu no podia detectar um acento, mas seu nome rolou exoticamente fora da sua
lngua. Apertei sua mo, e nossos olhos se encontraram. Era como se eu no conseguisse
desviar o olhar. Seu olhar se aprofundou por apenas um segundo, e seus olhos brilharam,
como se pudesse dizer que o achava atraente. Ento ele sorriu e disse: "Voc o cara na TV."
"O nico e o mesmo." Disse Chris. "De qualquer forma." Continuou ele para mim, com
um sorriso. "Vi Frankie em ao, pensei em entrar e ver como ele faz com o nosso melhor
aluno."
Em seguida, a porta atrs de mim se abriu, Mitch, Kurt e Tony entraram.
8
Olhei para o meu time de p na porta, todos sorrindo, depois de volta para Chris. "E o
que eles fazem aqui?"
Chris respondeu hesitante. "Bem, Frankie muito bom. Eu poderia ter dito a eles que
poderia ser ... Divertido."
Olhei para os trs policiais sorrindo, meus chamados parceiros. "E vocs vieram para
ver se meu traseiro seria chutado?"
Eles acenaram e riram, e Mitch defendeu-me... Bem, mais ou menos. "Eu tenho vinte
em voc." Disse ele. Ele jogou o polegar para trs em Kurt e Tony. "Estes dois no so to
confiantes."
Revirei os olhos e sorri para eles, ento comecei a amarrar minhas mos. Quando me
virei e vi meu parceiro de treino, quase perdi o flego. Ele estava esticando os ombros largos
que foram mal disfarados por sua camiseta, revelando os msculos bem definidos e pele
bonita, verde-oliva. Meu pau se contorceu.
Maldio.
Um teso na frente da minha equipe foi a ltima coisa que eu precisava. Enfrentei a
parede, ricocheteei no meu p e sacudi-o, desejando como o inferno que meu antigo
treinador, o prprio no atraente Vinnie, ainda fosse o meu treinador.
"Ok, vamos comear no saco. Frankie me contou.
Ele segurou o saco de pancadas ainda enquanto eu praticava jabs e sequncias,
sorriu. Seus olhos escuros eram brilhantes e sorrindo enquanto segurava o saco
firme. Mesmo que eu soubesse que ele estava olhando diretamente para mim, eu
deliberadamente no olhei para ele, e mantive meus olhos no saco em seu lugar.
Mas, ento, que ele pediu tempo e pegou almofadas de mo. Ele ficou pronto, suas
mos cobertas entre ns, esperando por mim mirar a prtica dos jabs nas almofadas. E na
frente do nosso pblico, ns passamos os movimentos. Apontei, ele desviou. Mas sorriu
como se estivesse me desafiando.
9
Era como se seus lbios carnudos, olhos amendoados, o cabelo preto brilhante e a
covinha na bochecha esquerda estivessem me incitando. Atraindo-me.
E meu pau estremeceu novamente.
Foda-se!
"Ok, Frankie. Chris chamou. "Mostre a ele o que voc tem."
Deslizando as mos das luvas acolchoadas e jogando-as na parede lateral, Frankie
virou-se para mim. Eu o enfrentei, levantando as mos para proteger o meu queixo,
enquanto ele fazia o mesmo.
Ns danamos ao redor um do outro por um tempo, oferecendo alguns jabs cada, e eu
o vi levantar o p direito ligeiramente, para que o calcanhar deixasse o tapete, mas no os
dedos dos ps.
Ele no era apenas um boxeador. Ele era um kick-boxer.
"Mantenha os ps no cho." Disse ele.
Suas sobrancelhas levantaram e ele sorriu, fazendo meu pau se contrair novamente. E
ento ele me espetou duas vezes na boca.
Os outros caras aplaudiram quando puxei de volta, redimensionando o meu
adversrio. "Mantenha os cotovelos dentro. Ele instruiu. "E mantenha as mos para cima."
Eu entrei rapidamente, jogando uma curva esquerda. Ele se esquivou facilmente e
sorriu novamente, mas desta vez riu. E eu podia sentir-me ficando duro.
Trocamos algumas pancadas, contornando ao redor do outro. Eu desembarquei
alguns bons tiros, assim como ele. Mas eu estava distrado, e ele conseguiu alguns tiros nas
costelas e alguns tiros no rosto. No que ele me bateu duro, apenas um toque suave para
provar que realmente poderia me bater se quisesse.
Uma coisa que aprendi bem rpido- se batido no rosto e cravado nas costelas faz
pouco duro. Quanto mais ele me bateu, menos excitado, eu ficava.
E s assim no tive um plenamente desenvolvido teso, eu o deixei vencer.
10
Baixei minhas mos, s um pouco, e no me mexi.
"Oh, vamos l. Mitch gritou comigo. "Que diabos voc pensa que est fazendo,
Elliott? Pode lutar melhor do que isso!"
Eu sabia que podia, e pensei que esse cara Frankie sabia disso tambm, porque no
muito depois disso, terminou.
Kurt e Tony cantaram sua vitria, e Chris orgulhosamente bateu seu novo treinador
no ombro. Mitch zombou de mim. "Sim, obrigado, parceiro. Voc me custou vinte dlares!
o seu grito de maldio. Portanto, obtenha o seu traseiro para o bar e obtenha-se
comprando."
Balancei a cabea, desembrulhando minhas mos. "Sim, sim." Murmurei, com uma
risada. "Encontramo-nos l em cinco minutos." Eu nem sequer os vi sair.
Porque, ento, era s ele e eu.
"Voc est bem?" Ele perguntou, puxando fita amarrando-lhe a mo. "Voc estava se
segurando comigo."
Pensei que ele tinha apanhado sobre isso. Ignorei sua pergunta. Ignorei o seu sorriso,
ignorei o fato de que estvamos sozinhos. "Voc faz artes marciais?"
Ele balanou a cabea e sorriu. "Sim."
"Eu poderia dizer. Disse. "A maneira como voc levanta o p. um movimento
defensivo para kick-boxers."
Eu o olhei, em seguida, e ele estava olhando para mim.
Foda-se!
"Um bom trabalho de detetive, policial." Disse ele com um sorriso. "Agora, por que
voc segurou? Voc no parece o tipo de ser intimidado por um pouco de artes marciais."
Eu bufei uma risada na probabilidade disso. "Eu no estou intimidado."
11
Ele sorriu e se aproximou de mim. Seus olhos eram to malditamente penetrantes,
ento eles eram marrom quase preto. Seu jato de cabelo preto estava mido e sujo, e os seus
lbios perfeitos estavam sorrindo, s um pouco, em um presunoso meio sorriso.
Logo em seguida, eu no era o tipo de policial que prendia o seu prprio. Eu era um
cervo travado nos faris, hipnotizado por este homem, como era lindo. Como ele estava
perto...
Sua voz era calma. "Ento, se voc no est intimidado, voc est interessado? Porque
voc me olha como se pudesse estar interessado. E tenho que dizer, eu no me importaria."
Jesus.
Fiz um passo automtico para longe dele, quebrando meu transe atordoado, e puxei
aproximadamente a fita em minhas mos. Limpei a garganta. "Eu hum... Eu na... Eu no
posso." Eu estava fodido com gagueira. E a respirao muito difcil. "Tenho que ir. Eles esto
me esperando."
Como algum menino de merda com medo, quase fugi para fora da porta e chuveiros.
Quinze minutos mais tarde, o banho frio e um pouco lcido, entrei no bar certo de
duas coisas.
Se ia ficar no meu armrio muito confortvel, eu precisava evitar o meu novo
treinador de boxe.
E precisava de uma fodida bebida.
12
Captulo Dois
Eu nunca bebo. Bem, correo... Eu raramente bebo. Quatro, no, tornaram isso cinco...
Cinco bebidas e eu estava sentindo isso.
Os caras estavam me olhando engraado.
Eu sabia que eles estavam olhando para mim engraado, mas eu estava fingindo que
no percebi. Estava mantendo silncio sobre a minha corrida com Frankie... Frankie... Esse
Frankie realmente muito sexy. Eu gemi e balancei a cabea.
Um Tony presunoso perguntou: "Ser que o sempre esquivo Matthew Elliott esta
tendo problemas com garota?"
"Sabe o qu?" Eu apontei minha cerveja para ele. "Foda-se." Bebi minha cerveja com
orgulho.
Tony zombou. "Ah, eu acho que pode ser."
"Sim, vamos l." Disse Kurt muito alegremente. "Primeiro voc leva uma surra do
novo cara treinador, ento voc bate a cerveja? Derrame os detalhes, Elliott."
Engoli o ltimo da minha bebida, e quando empurrei o meu banquinho, a sala
inclinou. Tentei chegar para a mesa, mas que de alguma forma no era to perto quanto eu
pensava. Ento a sala inclinou novamente, e Mitch me segurou.
Mitch. O melhor parceiro que um policial poderia ter. Eu disse-lhe isso, claro, e ele
concordou.
"Consiga-o para casa." Disse algum. Kurt. Kurt disse isso.
Eu disse a ele, muito a srio: "Eu posso me conseguir em casa, obrigado, Detetive
Webber."
13
Kurt e Tony riram de mim. Eles estavam rindo de mim, e isso deveria ter me
incomodado. Na verdade, isso me incomodou, mas Mitch foi me empurrando para fora da
porta.
Ah, Mitch. Meu parceiro. "Voc no tem um encontro para filme hoje noite com
Anna?" Perguntei.
Ele olhou para o relgio. "Muito tempo." Disse ele. "No mesmo oito."
Foda-se! No eram nem oito, e eu estava esmagado. O ar fresco e as luzes da cidade
fora do bar pareciam fazer-me bbado.
Olhei para Mitch. "De quem foi a ideia de ter cerveja?"
"Minha." Ele disse com um suspiro. "Mas foi a sua ideia de ter bourbon."
Nossa. Bourbon. Eu odiava bourbon.
"Oh, aqui est o Frankie."
No. No, no mais Frankie.
Mitch estava murmurando sobre o palet, e eu me virei e estava olhando em olhos
amendoados escuros e lbios perfeitos. E ento a calada inclinou.
Foda-se!
"Aqui, segure-o." Disse Mitch. "Eu deixei meu casaco no interior."
Ento, mos grandes estavam em mim. Mos estranhas, mos desconhecidas...
Quentes, mos fortes.
Eu assisti Mitch andar e olhei para esse cara Frankie. "A culpa sua." Eu disse a
ele. Porque era culpa dele.
"O que minha culpa?" Ele perguntou com um sorriso.
"Esse sorriso. Eu gemi. " muito bonito."
Ento, ele sorriu de novo. Claro que sim.
14
Ele no sabia o que estava fazendo para mim, quando sorria? Ser que ele no
entendia nada? "Voc vai se afastar de mim." Inclinei-me para que pudesse sussurrar,
"Ningum sabe sobre mim, ok? Ningum sabe."
"Ningum sabe o que?" A voz de Mitch veio atrs de mim.
Girando para enfrent-lo, brinquei: "Quo fodidamente bom eu sou."
"Sim, claro." Mitch riu de mim. "Ns todos sabemos o quo bom voc ." Ele olhou por
cima do ombro para este Frankie. "Ei, obrigado, cara."
"No se preocupe. Frankie disse, ento suas mos no estavam em mim. "Acabei de
terminar no ginsio e me dirigia para o estacionamento." Explicou. "Voc vai ficar bem com
ele?"
"Sim." Mitch riu, perto do meu ouvido. "Isto o que trs cervejas e dois bourbons
fazem para algum que no bebe."
"No bebe, no ?" Frankie perguntou, olhando para mim. Seus olhos escuros eram
todos cintilantes, e ele sorriu aquele maldito sorriso bonito. "Parece que ele controlou bem."
Mitch gemeu como se eu fosse difcil de segurar ou algo assim. "Tem sido uma grande
semana, mas alguma coisa teve debaixo de sua pele hoje."
" isso ento?" Perguntou Frankie. "E ele vai ficar doente amanh."
Eles estavam falando sobre mim, como se eu nem estivesse l. Bem, foda-se eles. Eu s
queria ir para casa. Revistei os bolsos. "Onde esto minhas chaves?"
Mitch riu novamente. "Voc no est dirigindo em qualquer lugar."
"Eu posso dirigir bem. Disse a ele. Ento olhei para a estrada. Parecia vacilante. "Se a
estrada fosse apenas ficar parada."
Mitch colocou o brao em volta de mim, e comeamos a andar. "E o meu carro?"
Ele balanou a cabea para mim. "Seu carro pode ter uma festa do pijama." Ele me
disse. "Vou busc-lo na parte da manh."
Nossa. Na manh. Eu ia ficar doente na parte da manh.
15
Mitch balbuciou: "Sei que voc vai ficar doente na parte da manh."
Argh. Devo ter dito isso em voz alta. Tentei no dizer nada, no caso de dizer a coisa
errada e, bbado, tropear fora do armrio. Eu nunca tinha sido to abalado por ningum
antes.
Olhei em volta. "Onde est aquele cara Frankie?"
"Ele nos deixou na calada." Disse Mitch. "Nossa, quo bbado voc est?"
Eu tive que pensar sobre isso. "Estou bbado pr caralho." Ento lhe disse: "Eu deixei
ele me bater."
Mitch apoiou-me contra um carro, o carro dele, e olhou para mim. "Eu sei que voc
fez. Custou-me vinte dlares."
Abri minha boca para falar, mas depois lembrei-me que eu estava tentando no falar,
no caso de falar demais. "Ssh, um segredo." Eu disse a ele, travando meus lbios e jogando
fora a chave.
"Voc vai me dizer por que o deixou bater em voc?"
Balancei minha cabea e apertei os lbios. "Mm-mm."
Ele riu de mim mais uma vez, balanou a cabea e me enfiou em seu carro. Quando
chegamos minha casa, ele me puxou para cima nos degraus da frente, reclamando todo o
caminho, e quando finalmente me teve l dentro, me jogou no sof.
"Minha cama. Eu disse, ouvi insultando-me. Porra, eu estava bbado.
Mitch bateu no meu rosto. Duas vezes. Ento, ele sorriu. "Eu no te amo tanto."
"V se foder." Eu disse, embora ele parecesse um pouco murmurou.
"Vou estar aqui s sete e meia da manh para lev-lo." Disse Mitch. " melhor voc
estar pronto."
A ltima coisa que eu lembrava era de ouvir o clique de minha porta da frente, e a
nica maneira que eu poderia parar a sala de girar era fechando meus olhos.
16
Quando Mitch chegou s sete e meia da manh, eu estava vestido e pronto para o
trabalho. E muito de ressaca.
Ele puxou as cortinas, de modo que o sol queimava minhas retinas e fez redemoinho
de poeira ao redor da minha sala de estar mobiliada. Fechei os olhos e segurei minha cabea.
"Voc est na terra dos vivos?" Ele perguntou tambm malditamente em voz alta,
quando me entregou um caf.
"Mal."
Ele riu de mim, balanando a cabea. "Vamos! Ns temos um monte de papelada para
passar."
Argh.
Assim, com uma cabea batendo e estmago enjoado, passei as prximas muitas horas
enterrado na papelada.
"Oh, inferno." Disse Mitch, distraindo-me dos meus pensamentos. "Voc tem esse
olhar."
"Que olhar?"
"Isso algo que no est certo. Olhar que voc consegue quando acha que perdi
alguma coisa."
"O que desta vez?" Kurt interveio, olhando para cima de sua mesa.
Eu joguei o arquivo que estava segurando na minha mesa e suspirei. "Ele no
trabalhava sozinho."
Mitch, Kurt e Tony todos gemeram. Eles sabiam do que eu estava falando.
Tentei o meu caso novamente. "Estou lhe dizendo, ele no poderia ter feito isso por
conta prpria."
17
"Ns j passamos por isso." Disse Tony. "No havia mais ningum. Tomic agiu
sozinho."
A testa de Kurt dobrou. "Matt, verificamos isso. No havia nada. "
Eu gemi. Sabia. Eu sabia que tnhamos passado por isso. Ns tnhamos verificado, mas
apenas algo no se somava. Algo estava faltando. Eu raramente estava errado em coisas
como essa, mas no tinha provas.
"Bem, voc tem cerca de quatro meses para provar isso." Disse Mitch. "Dura,
condenvel tipo de provas, prova fsica."
Mitch levantou de sua cadeira, jogou dois arquivos de casos na minha mesa e bateu as
mos sobre meus ombros. "Ento, enquanto voc est trabalhando nisso, temos alguns novos
casos com novos viles para passar por cima em seu tempo livre." Disse ele com um sorriso.
"Mmm. Eu bufei, sabendo que qualquer esperana de argumento construtivo tinha
acabado. Resignado, fechei o arquivo Tomic por agora e peguei um novo processo.
Novo caso. Novo vilo. Relatrio aps relatrio. Essa porra nunca terminava.
Encontrei-me absorvido com a Intel em um novo possvel cartel de drogas, e depois de
um tempo, Mitch jogou a caneta sobre a mesa. Fechando a pasta na frente dele, ele olhou
para mim. "So cinco horas, Matt. Ginsio e bar?"
Balancei minha cabea e esfreguei minha barriga. "No para mim. Hoje no."
"Ah, vamos l." Ele lamentou. " sexta-feira. No muito frequentemente temos noites
de sexta fora."
"Eu no estou para isso hoje noite. Disse a ele.
Tony zombou. "No est para bourbon? Ou no para outro traseiro chutado de no-
sei-o-nome?"
Frankie. Porra! Eu no havia pensado nele durante todo o dia.
Eu ri, mas eles no estavam me deixando de fora. Mitch sorriu. "O treino vai te fazer
bem."
18
"Sem cerveja, sem bourbon. Kurt acrescentou com uma risada.
Eu gemi. Realmente seria menos doloroso se eu s fosse junto com isso.
"Sem boxe." Disse Mitch srio. "Eu no posso pagar."
No, no posso, eu pensei. Considerando que eu no tinha um compromisso de boxe,
eu deveria ter sido seguramente capaz de ficar longe do novo treinador. Com um pouco de
sorte, ele no iria mesmo estar l.
Eu me levantei. "Mesmo de ressaca, eu poderia chutar seus traseiros na esteira."
Mitch riu, sorrindo para mim. "Aqui est ele! O presunoso, hipcrita filho da puta
que todos ns o amamos."
Vinte minutos depois, estvamos no ginsio. No havia nenhum sinal de Frankie e
estvamos todos de volta para o bem. Estvamos correndo para fora, rindo e brincando. Kurt
e Mitch ambos tinham algo com suas namoradas este fim de semana, e Tony tinha um jantar
com seus sogros.
Eu ri com eles. "Fico feliz em ser solteiro."
"Sim, bem. Kurt bufou. "Quando encontraremos a garota que teve voc todo fora de
forma e dobrado na noite passada?"
"O que?"
"Oh, vamos l. Tony bufou. "Para ver seu traseiro batido no tatame..." Ele deu um
aceno de cabea e apontou para a sala de boxe. "... e, em seguida, ficar bbado? Tem que ser
uma mulher."
Eu bati uma parada em minha esteira, desacelerando para um passeio.
Porra, porra, porra.
Como parte do jogo em linha reta eu joguei com esses caras, apenas sorri e no disse
nada, deixando-os assumir o que quisessem.
Nunca menti descaradamente para eles. Eu nunca disse ele ou ela. Eu sempre
mantive vago. Eles foram os nicos que assumiram.
19
Pulei fora da esteira e enxuguei o rosto com a toalha.
"Eu disse a vocs. Tony soprou para os outros dois. "Tem que haver problemas com
garotas. O playboy Matt Elliott tem uma namorada."
Revirei os olhos para ele e, a necessidade de pr fim a essa conversa, entrei na sala de
boxe. Felizmente, isso estava vazio. Prendi minhas mos e passei uns bons 20 minutos
socando o saco.
Eu podia sentir o suor escorrendo fora de mim. O estresse sem n em meus ombros e
do pnico induzido pelo lcool da noite anterior fez tambm.
Eu descarreguei no saco, depois de ter perdido o meu treino habitual, porque estava
to distrado com o novo treinador. Desencadeei combinaes de jab-soco, saboreando a
sensao de poder desistressando e queimando em meus msculos.
"Eu sabia que voc estava segurando." Disse uma voz suave atrs de mim.
Virei-me, embora eu j soubesse quem iria encontrar. Frankie sorriu para mim, e meu
peito apertou.
"Voc se sente bem hoje?" Ele perguntou. "Estava um pouco instvel em seus ps a
noite passada fora do bar."
Droga! Eu tinha esquecido sobre isso. Eu falei com ele... Merda. Corri minhas mos
pelo meu cabelo encharcado de suor. "Ontem noite, um pouco de um borro." Eu
admiti. "Desculpe-me se disse qualquer coisa..." Terminei em voz baixa. "Eu normalmente
no bebo."
Ele assentiu com a cabea. "Voc poderia ter dito alguma coisa."
Argh. Eu gemi.
"No se preocupe." Disse ele com um sorriso. "Voc fez algumas coisas bem claras."
Olhei para ele, tentando lembrar o que disse. Ele tirou alguns tapetes e almofadas,
jogando-os no cho. "Voc me disse que ningum sabe." Disse ele em voz baixa, mas a
srio. Ele pegou minha toalha, aproximou-se e entregou-a a mim. Eu era incapaz de mover
20
congelado no lugar. Sussurrando, ento s eu podia ouvir, ele disse: "E voc acha que eu
tenho um sorriso bonito."
Parecia que o ar tinha sido sugado para fora da sala. Porra! Eu fiz as minhas pernas se
moverem e dei um passo atrs dele. Eu podia sentir a drenagem de sangue do meu rosto, e
meu corao estava batendo em dobro. Tentei dizer-lhe que ele estava errado. Eu no teria
dito isso. No teria baixado a guarda, no importa o quo bonito eu pensava que ele era.
"Hey. Ele disse suavemente, com as mos para cima, com as palmas a
frente. "Ningum sabe. Eu entendi. No vou contar a ningum." Seus olhos escuros estavam
olhando diretamente nos meus. Eu sabia o suficiente sobre a leitura das pessoas para saber
que ele estava me dizendo a verdade.
"Eu gostaria de poder dizer o mesmo sobre o seu sorriso." Disse ele quase
melancolicamente, olhando para mim com aqueles malditos belos olhos. "Mas eu ainda estou
a v-lo. Eu realmente gostaria de ver voc sorrir."
Tentei engolir, mas no podia. Minha boca ficou subitamente muito seca. Ento eu
assenti em vez.
A porta se abriu atrs de ns, e isso impulsionou as pernas em movimento. Dei um
passo para longe dele, em direo porta, onde uma mulher se levantou.
"Ah." Disse Frankie atrs de mim. "Minha seis horas."
A menina, que eu no tinha certeza de quem era, balanou a cabea e se dirigiu a mim
com um curto. "Detetive Elliott."
Limpei a toalha sobre o meu rosto enquanto caminhava em direo porta.
"Matthew?"
Virei-me com o som de sua voz dizendo meu nome.
Ele sorriu para mim. "Seu prximo compromisso comigo segunda-feira. Vejo voc,
ento."
21
Balancei a cabea, quase trancando a porta. Merda. Meu prximo compromisso... Eu
tinha duas, s vezes trs, sesses de boxe por semana. O que significava que, se alguma coisa,
eu ia ter de v-lo pelo menos duas vezes por semana. O pensamento s me encheu com um
pouco de medo. Mas eu podia sentir algo mais se estabelecendo em meu estmago. Algo que
eu no queria admitir... Algo que poderia ter sido antecipao.
22
Captulo Trs
Passei o fim de semana tentando no pensar sobre ele. Eu mesmo considerei bater o
ginsio no domingo, ento no exigiria meu compromisso de segunda-feira com ele. Mas eu
no era de correr e me esconder. Certamente poderia enfrentar esse cara, no importa o quo
quente ele era, sem um, ficando de pau duro, e dois, sendo um idiota balbuciante. Ele deve
pensar que eu mal conseguia formar uma frase.
Eu era um detetive, pelo amor de Deus. Um bom detetive, porra. S precisava pegar
meu agir em conjunto quando estava ao seu redor.
Endureci minha determinao e meu compromisso de segunda-feira comeou muito
bem. Bati a esteira em primeiro lugar, como sempre, e quando tinha feito minhas cinco
milhas e fui direita as cinco e meia, e quando no poderia coloc-lo fora por mais tempo,
entrei na sala de boxe.
Ele estava l se aquecendo com uma corda de pular. Seu torso cor de mel flexionado e
seus ps mal bateram no cho. Ele era gil para algum do seu tamanho. No era grande,
mas era alto, com definio muscular grande.
Ele sorriu quando entrei, parou e pendurou a corda em um dos ganchos na parede de
trs. Tentei no pensar no seu sorriso ou o seu corpo, e precisando de uma distrao, comecei
a amarrar minhas mos.
Quando ele pareceu entender o efeito que tinha sobre mim, ele era todo o negcio,
embora ainda sorrisse. Ele ainda era malditamente bonito, mas no perdeu tempo em me
colocar no saco, s que desta vez no segurou-o, para que no estivesse de frente para
mim. O que era muito melhor.
Achei mais fcil me concentrar quando no estava olhando diretamente em seus olhos.
23
Ele ficou ao meu lado e corrigiu meu p. Aparentemente meu p esquerdo virou
quando eu estava na posio, fazendo meu balano direito contrabalanar.
No momento em que a minha meia hora se foi, ele tinha melhorado o meu foco. Eu
mal tinha tido tempo para pensar sobre ele. Ele era bom no que fazia, disso no havia
nenhuma dvida.
Quando terminei, ele jogou a toalha para mim. "Assim melhor, detetive." Disse ele,
com um sorriso de uma covinha.
Ele tinha um brilho de suor sobre seus ombros, e sua parte superior do tanque mal o
cobria, seus peitorais, ombros...
"Sim, foi." Fingi limpar meu rosto com a toalha para cobrir o fato de que eu apenas o
verifiquei fora.
"Mais focado hoje." Disse ele.
Deixei escapar uma risada nervosa. "Algo como isso."
Quando olhei para ele, estava olhando para mim. "Oh, eu quase tive um sorriso
verdadeiro." Disse ele com um sorriso.
Eu podia sentir-me corar. Que droga! No pude deixar de sorrir um pouco. "Quase."
"Acho que voc deveria me chamar de Kira." Disse ele, sem rodeios no assunto.
"Por que?"
"Porque o meu primeiro nome. Ele disse com um encolher de ombros. "E todo
mundo aqui me chama de Frankie."
Ele deve ter visto a confuso no meu rosto, porque esclareceu. "Veja, se voc contar
aos seus amigos no trabalho que est jantando com Frankie, eles vo saber que sou eu. Mas
se voc lhes disser que est jantando com Kira, eles no tero a menor ideia."
"Voc sempre to sincero?"
Sim.
"Por que eu?"
24
Ele soltou uma gargalhada. "Voc j se viu ultimamente?" Ele perguntou. "E eu estou
intrigado com voc."
"Oh. Foi a coisa mais inteligente que eu poderia dizer.
"Ento, o que acontece com o jantar?"
E logo em seguida, outra pessoa, outro policial entrou na sala, poupando-me de
responder.
Kira sorriu para o seu prximo compromisso, e quando cheguei porta, ele me
chamou. "Matthew?"
Virei-me e esperei que ele continuasse.
"Pense no que eu disse. Ele disse, endireitando as esteiras. "E vou v-lo para seu
compromisso quarta-feira."
Porra!
Ele, basicamente, apenas me pediu para jantar com ele. Ele me pediu para cham-lo
pelo seu nome, assim os caras com quem trabalhei no iriam pegar. No era que eu estivesse
realmente considerando porque uma parte de mim j estava olhando a frente.
Mas no cheguei a v-lo na quarta-feira. Fiquei preso com o trabalho e perdi meu
compromisso. Meu trabalho no era de segunda a sexta-feira, das nove s cinco.
Mas ele era tudo que eu pensava, seu sorriso, seus lbios, seus olhos... Sua oferta.
E na sexta-feira tarde, depois de uma longa semana, fomos para o ginsio mais
cedo. Fiz o meu horrio habitual na esteira, antes de ir para a sala de boxe. Eu no tinha
certeza do que ia dizer a ele, se levaria sua oferta ou no. Eu queria... Deus, eu queria. Mas eu
tinha a minha reserva algo que eu sabia que deveria falar com ele sobre isso antes que fosse
mais longe. Se fosse mais longe.
Quando entrei na sala, ele estava com outro compromisso. "Oh, desculpe. Eu
murmurei. "No sabia que tinha algum aqui."
25
Ele sorriu quando me viu. Olhando para o relgio, em seguida, de volta para mim,
disse: "No, est tudo bem. Estamos quase terminando. Voc pode comear na corda para
mim, se voc quiser?" Ele perguntou, apontando para as cordas de pular na parede
oposta. "Teremos mais cinco minutos."
Jogando a toalha e garrafa de gua sobre o tapete no canto, peguei uma corda de pular
e encarei-o quando comecei a pular, e assisti-o com seu compromisso.
Era uma mulher. Ela era policial, do quarto andar, eu acho. Eu a tinha visto ao
redor. Ela era muito atraente, em um tipo fmea de forma loira, magra e em forma.
Ele a tinha, de costas para mim, apontando para o saco de pancadas, enquanto o
segurava. Ele estava na minha frente. Olhando para mim.
Ele ainda deu-lhe instrues como 'enquadre seus ombros', 'queixo para baixo', 'mova
seus ps.
Mas ele estava olhando diretamente sobre o ombro, diretamente para mim, enquanto
eu pulava corda. "Muito melhor. Parecendo bom." Ele disse, quase sorrindo. Seus olhos eram
intensos. Mesmo que estava dizendo a ela, ele no estava. Ele estava dizendo para mim.
Ele fez o meu pau pulsar.
Ento me virei, e enfrentei a parede espelhada, esperando que isso me distrasse o
suficiente. Mas enquanto eu observava a mim mesmo pular corda, eu podia v-lo no reflexo.
Mesmo que eu tivesse de costas para ele, seu olhar encontrou o meu no espelho, e que
de alguma forma fez pior. Ele estava me observando, discretamente, mas ainda assim...Eu
podia sentir seus olhos em mim, queimando em minha pele.
Eu o vi me assistir, nossos olhos se encontraram no espelho, at que a mulher que ele
estava treinando disse algo, seus olhos correram para ela, e a conexo entre ns foi quebrada.
Ele envolveu-se em seu compromisso, ento deixei a corda e comecei a amarrar
minhas mos, certo de uma coisa.
Este compromisso ia me matar.
26
Precisando me concentrar na tarefa em mos, comecei no saco enquanto ele falava com
Jenny, Jane, Janette, qualquer merda que era seu nome. Quando ela saiu, eu sabia que ele
estava atrs de mim, s me olhando, mas no disse nada.
Sabia que estvamos sozinhos na sala e meu corpo parecia saber disso. Parei de bater o
saco, segurei firme e descansei minha cabea no saco, no percebendo o quanto eu estava
respirando.
"O que voc est fazendo comigo?" Ouvi-me perguntar, no era realmente que tinha
inteno de dizer as palavras em voz alta.
Ele limpou a garganta, parecendo surpreso com minhas palavras. "O que voc quer
dizer com isso?"
Olhei para ele e percebi ento que talvez se eu dissesse esta merda em voz alta, iria
tir-lo do meu sistema. "Voc." Eu disse, quase em tom de acusao. "Voc tudo que eu
posso pensar."
Ele olhou para baixo para os tapetes. "Voc perdeu seu compromisso de quarta-
feira. Pensei que talvez estivesse me dizendo que no estava interessado."
Assim, no s ele tinha percebido que eu no estava aqui na quarta-feira, como
tambm sentiu minha falta. Eu gostei disso mais do que devia.
"Eu estava trabalhando." Expliquei. "Veja, essa a coisa comigo, e por isso nunca iria
funcionar. O meu trabalho."
Sua testa comprimiu. "Isso um motivo ou uma desculpa?"
"Olha, Frankie... Kira. Eu alterei, e ele quase sorriu. "Sou um detetive da
narcticos. Eu no trabalho horas definidas. Meu trabalho duro em relacionamentos. Basta
perguntar a qualquer um dos caras suas esposas e namoradas iro dizer-lhe que no
fcil."
Ele sorriu timidamente. "Enquanto eu gosto do som de um relacionamento, pensei que
talvez pudssemos comear com um jantar casual."
27
Soltei uma gargalhada, um pouco envergonhado. Ele estava do outro lado do saco de
pancadas e segurou-o entre ns. "Mas deixe-me adivinhar." Disse ele. "Voc se queimou uma
vez, talvez at mesmo teve seu corao partido, e jurou que nunca faria isso de novo."
Eu ignorei isso. "Kira, obrigado pela oferta, e acredite em mim..." Disse, olhando-o de
cima a baixo. "... estou muito interessado, mas tambm no estou fora, ningum no trabalho
sabe." Eu tentei explicar. "Na verdade, todos eles assumem que eu sou algum playboy com
uma garota diferente a cada fim de semana."
Ele olhou diretamente para mim. "Mas voc j teve outros encontros? Outros
namorados?"
Ento, optei pela mais pura verdade. Assenti com a cabea. "Sim, alguns. E sempre
termina no mesmo." Ento eu rapidamente acrescentei. "No quero me envolver s para voc
se virar em poucos meses e sair." Terminei em voz baixa. "Eu no esperava que algum desse
um passo atrs dentro do armrio por mim."
Kira bufou. "Bem, obrigado por nem mesmo me dar a chance. Voc sabe, pensei que
voc disse que estava interessado. "
Eu suspirei. Estava interessado. Muito interessado. "Acredite em mim, eu estou
fazendo um favor."
"Eu sou um menino grande. Posso cuidar de mim mesmo." Disse ele com um
machucado, sorriso um tanto defensivo.
"Eu sinto muito. Disse a ele. "Eu gostaria que fosse diferente."
"Voc pensa que isto fcil para mim?" Ele perguntou srio. "Voc sabe, eu te vi e
achei que seria algum que gostaria de conhecer. Eu no fao um hbito de apenas pedir s
pessoas aleatrias para sair, especialmente caras no meu trabalho. Ningum aqui sabe que eu
gosto de caras. Voc acha que eles teriam me contratado se soubessem? No ginsio de
polcia? "
Eu no tinha pensado nisso.
28
Ele entrou no meio da sala, virou-se e me olhou. "Acho que serei o nico a julgar o que
bom para mim." Ele ergueu a mo e fechou os dedos, fazendo-me sinal para ele. "Vamos l,
coloque suas mos para cima." Ele ficou na posio de treino pronto. "Desta vez no me deixe
ganhar."
Balancei minha cabea e exalei alto. Jesus, ele no estava me deixando sair disso. Ok,
eu disse a mim mesmo, posso fazer isso. Fui at ele e espelhei sua postura. Com as minhas
mos para cima, protegendo meu queixo, eu apontei algumas vezes com a minha esquerda e
consegui um pouco com a minha direita.
Ns brigamos por uns bons cinco minutos ou mais. Ele me deu alguns toques suaves
no rosto, e quando lhe dei de volta, sorriu para mim. "Agora, por que no poderia fazer isso a
primeira vez que brigamos?"
Ento disse a ele. "Porque a nica maneira de eu no conseguir uma ereo ao seu
redor era deixar voc me bater."
Ele riu realmente muito alto, e deixou cair s mos. Ento apontei para ele com
minha direita, no esperava que ele fosse to perto, e meu punho conectou com a boca.
"Oh, porra!" Disse ele, afastando-se rapidamente, segurando sua mo boca.
"Merda, eu sinto muito." Eu disse, mas tambm meio que ri ao mesmo tempo.
"Isso foi uma ttica diversionista?" Ele perguntou.
Eu ri novamente. No, srio. sensacional/incrvel. Quer dizer, eu quis dizer o que
eu disse sobre a ereo. Mas voc no deveria cair suas mos."
"Voc no deveria mencionar ereo."
Eu ri de novo, e ele riu. Mas ele ainda estava segurando a mo ao lbio, ento eu lhe
disse: "Deixe-me dar uma olhada." Puxei a mo dele para inspecionar o lbio. Foi dividido,
havia sangue, mas seus dentes ainda estavam intatos. Eu sorri para ele. "Voc vai
sobreviver."
29
Peguei a garrafa de bebida e atirei-a para ele. E quando lhe entreguei a toalha, ele
limpou o rosto, enxugando-o para o lbio.
"Eu ainda sou bonito?" Ele perguntou com um sorriso. Sua lngua saiu para lamber os
lbios inchados.
Eu olhei para ele, lbio cortado e tudo, e assenti.
Ele sorriu, em seguida, fazendo com que seu lbio sangrasse novamente. "Merda." Ele
amaldioou, segurando a toalha de volta para o lbio. "Eu no sei." Murmurou atravs do
material. "Acho que isso vai custar-lhe o jantar."
Eu suspirei, e ele gemeu. "Agora, se voc no se importa, preciso preencher um
relatrio de incidente." Disse ele, levantando a toalha para me mostrar. "O sangue
derramado."
Ele saiu da sala, e eu presumi que nosso treino tinha acabado. Porra, que era apenas
um lbio cortado.
Puxei a fita de minhas mos, coletei minhas coisas e fui para a sala principal, onde
Kira estava atrs do balco escrevendo em algum livro. Chris, o dono da academia, sorriu e
balanou a cabea para mim. "O que voc est fazendo dando ao meu pessoal um lbio
sangrando?"
Eu encolhi os ombros. "Ele zig. Ele deveria ter zag." Eu disse, fazendo Chris rir.
Mitch pulou do cross-trainer2. Ele tentou recuperar o flego. "Voc no poderia ter
feito isso na semana passada? Quando isso me custou vinte dlares?"
2
30
Revirei os olhos para o meu parceiro. Ele nunca ia me deixar esquecer isso. Ignorando
Mitch, andei at o balco, onde Kira ainda estava escrevendo. "Voc realmente tem que
preencher um relatrio de incidente para um lbio cortado?"
Ele sorriu e me entregou um pedao de papel. "Algo como isso."
Abri o bilhete dobrado para descobrir que no havia qualquer tipo de relatrio de
incidente. Foi um endereo e nmero de telefone. E trs palavras.
Jantar. Oito horas.
Dobrei o pedao de papel e no pude deixar de sorrir. Eu o escondi na minha mo,
assim que Mitch se aproximou. Ele estava murmurando para mim, algo sobre ser a minha
vez de comprar no bar. "Frankie..." O meu parceiro disse. "... voc deve vir para o bar com a
gente. Elliott aqui lhe deve uma bebida pelo lbio inchado."
Kira olhou para mim, em seguida, de volta para Mitch. Seu lbio inchado se curvou
em um sorriso. "Obrigado. Mas ter que ser outra vez, pessoal. Eu tenho um encontro hoje
noite."
31
Captulo Quatro
Parei no complexo de apartamentos de Kira, ainda no sabendo o que estava
fazendo. Era grande o suficiente para que se fosse flagrado estacionado aqui ou sequer visto
ir dentro, no havia nenhuma maneira que qualquer um pudesse saber quem eu estava
visitando. Mas eu ainda estava nervoso. Isso estava prestes a violar as regras que eu tinha
vivido por anos.
Mas havia algo sobre ele, seus olhos escuros, seu sorriso...
O que quer que fosse tinha-me sentado no meu carro, todo nervoso sobre ir
dentro. Parte de mim estava pensando que isso era imprudente. Ele estava muito perto dos
caras no trabalho, da academia, minha vida real. Se isso terminasse mal, ou se ele fosse
negligente com um olhar, um toque, um comentrio, ele podia me expor. Ele poderia se
expor.
Eu estava esperando a parte racional do meu crebro me dizer para continuar
dirigindo e esquec-lo.
Mas ele era to vulnervel quanto eu. Ele no estava no trabalho tambm. Estava
mantendo o mesmo segredo.
Era to diferente de mim, mas eu estava atrado por ele no segundo em que o
vi. Nunca senti uma atrao to imediata a qualquer um antes como tinha com ele.
No tinha certeza do que era, mas a prxima coisa que sabia, eu estava atravessando a
rua em seu prdio e batendo na porta sete F.
"Ah, espere." Sua voz chamou de algum lugar dentro.
Saltando no meu p, eu me perguntei brevemente o que diabos estava fazendo,
quando ele abriu a porta. E ele estava l. Porra!
Cala jeans azul escuro, um boto branco para baixo os ps descalos e camisa.
32
"Voc est adiantado." Disse ele.
Olhei o meu relgio. 07h52min. "Voc disse oito?"
E quando olhei para ele, estava sorrindo. Isto roubou minha respirao, fazendo meu
pau contrair, o tipo de sorriso. Eu exalei lentamente, e ele ficou para trs, em silncio,
convidando-me para entrar.
Havia sapatos na porta, e dado que ele estava descalo, eu peguei que tinha uma
poltica de no sapato. Eu rapidamente tirei os sapatos e os deixei perto da porta, e quando
o olhei, ele ainda estava sorrindo.
Seus olhos brilhavam. "Eu no tinha certeza se voc iria aparecer."
Assenti com a cabea. "Nem eu."
Ele sorriu para mim. Estava nervoso, e ele poderia dizer. Respirei fundo e olhei para o
apartamento dele, em busca de uma distrao. Foi bom, no era enorme, mas suave,
decorada com bom gosto e limpeza e algo cheirava fantstico.
"Algo cheira muito bem." Eu disse a ele.
"Algo vai queimar." Disse ele, caminhando para a cozinha. "Espero que voc goste de
paella."
Meu estmago roncou, bem na hora. "Hum, sim. Eu gosto, na verdade."
E quando o segui at a pequena cozinha, podia ver a enorme panela no fogo. "Voc
cozinhou?"
Ele mexeu a panela e deu uma risadinha. "Claro que sim." Ele olhou para mim, e mais
uma vez, fiquei impressionado com o quo perto estvamos...Quo sozinhos estvamos.
"Quer uma cerveja ou vinho?" Ele perguntou. "Ou tem refrigerante ou gua." Ele
assentiu incisivamente para a geladeira, e eu presumi que era para servir a mim mesmo.
Havia uma garrafa quase vazia de Sam sobre o balco ao lado dele, assim que eu
escolhi duas de sua geladeira e entreguei-lhe uma. Imaginei que a cerveja me relaxaria e me
33
daria alguma coisa a fazer com as minhas mos, para que meus nervos no me dessem de
afastasse.
Ele parecia pegar no meu nervosismo ou isso, ou eu era realmente bvio, porque
comeou a falar.
Ele falou sobre esportes, o seu trabalho, o meu trabalho e os caras na academia
enquanto terminava de cozinhar a paella.
"Voc cozinha?" Ele perguntou.
Eu bufei. "Uh, no. Na verdade no. Nunca foi bom nisso, e eles tm essas coisas
chamadas cafs e delicatessens, restaurantes e para viagem. Eles fazem tudo para mim."
Kira sorriu e balanou a cabea. "Oh, certo." Disse ele. "Dieta dos policias de caf e
rosquinhas, certo? Esqueci-me."
Revirei os olhos. "O caf sim, rosquinhas nem tanto."
Ele torceu o nariz. "Sim, elas so nojentas."
"Voc come qualquer coisa que no bom para voc?" Perguntei. "Voc sabe, ser um
personal trainer e tudo, e considerando como est apto, eu presumo que no come nada com
trans."
"Eu como de forma saudvel." Defendeu-se. "Mas eu ainda sou humano. Eu sempre
vou comer pizza."
"Pizza bom."
Kira sorriu calorosamente. "Ento, voc e os outros caras saem muito?"
"Sim, eles so como meus irmos." Disse-lhe. "Mas eles tm namoradas... Bem, Tony
casado, mas todos eles so engatados."
"E voc..."
"Eu sou o playboy do departamento de polcia, lembra?" Eu disse, tomando minha
cerveja. "Garota diferente a cada fim de semana."
As sobrancelhas de Kira piscaram. "Essas so meninas de sorte."
34
"Essas so meninas que no existem." Ento admiti: "Bem, eu levei um 'encontro' para
o jantar formal do Departamento uma vez. Foi irm de algum funcionrio. Ela queria a
fama de estar nos jornais, e eu precisava de algo feminino para combinar com a gravata."
Disse eu, fingindo arrumar uma gravata inexistente. "Desculpe, isso no foi engraado."
Kira riu. "Deve ser um bocado horrvel passar por isso."
"Parte do acordo, eu acho." Ento perguntei: "Voc?"
"Bem, meus pais sabem que eu sou gay, mas no estou fora no trabalho,
obviamente. Nunca tive acessrio com algo feminino, se isso que voc est perguntando."
"Nunca?"
"No." Ele disse com aquele sorriso sexy. "Sabia que era para os acessrios masculinos
desde tenra idade."
Eu tomei um gole da minha cerveja. "Quo cedo?"
"Desde Baywatch3."
Eu bufei. "Baywatch? Foi simplesmente Pamela Anderson no fazendo isso para
voc?"
Kira teve um olhar sonhador em seus olhos e suspirou. "O Hoff4..."
Comecei a rir. "Oh, meu Deus! Voc jamais deveria admitir isso!"
Kira jogou a cabea para trs e riu. "Ok, ento no era o Hoff. Ele era o cara que fez o
Cody5...O que posso dizer?" Ele olhou para mim e balanou as sobrancelhas. "Eu tenho uma
coisa para cabelos loiros e olhos azuis."
3 Sria chamada SOS Malibu aqui no Brasil.
4
5
35
Corei com suas palavras, e seus olhos brilharam como se ele me achasse
divertido. Felizmente ele no me deixou esperando por muito tempo. "Ei, voc pode me
passar esses pratos?" Perguntou, apontando para o balco.
"Claro."
No momento em que estvamos sentados mesa, eu estava muito mais vontade ao
seu redor. Apesar de estar um pouco embaraado, ele me fez sentir confortvel. Distrado,
mas confortvel.
Eu ainda me perdi quando olhei para ele. Ele tomou um bocado de arroz, e eu estava
paralisado pela bifurcao entre os lbios. Ele sorriu enquanto mastigado e engolido. "Voc
vai com-lo, ou apenas assistir-me comer o meu?" Ele perguntou, claramente se divertindo.
Envergonhado, balancei a cabea e rapidamente enfiei uma garfada na boca. E, oh,
meu Deus, era to fodidamente bom. Eu gemi. Ele sorriu. "Isso muito bom." Disse-lhe com
a boca cheia de comida.
"Voc parece surpreso." Ele riu.
Engoli em seco e alterei rapidamente. "Oh, no. Eu s quis dizer que isso melhor do
que um restaurante pode fazer."
Ele sorriu enquanto comia. "Receita de famlia."
"Espanhol?" Eu quis saber sobre sua herana, se ele era mais asitico ou europeu.
Ele assentiu com a cabea. "Meu pai espanhol, japons da minha me. Pensei em
jogar pelo seguro com paella em vez de sashimi."
Eu pensei que ele estava brincando. Foi meio difcil dizer, ele sorria o tempo todo. Dei
de ombros para ele. "Eu gosto de sashimi, tambm. Disse a ele quando peguei outra garfada
de arroz. "Mas isso divino."
Ele sorriu com orgulho. "Estou feliz que voc gosta."
Olhamos um para o outro, ento, e nenhum de ns falou. Olhei para ele. Seus escuros,
olhos perfeitos, lbios perfeitos...
36
Seu dividido lbio inchado perfeito.
"Sinto muito sobre o seu lbio."
Sua mo automaticamente tocou sua boca. "Eu no."
Levantei minhas sobrancelhas na questo, e ele riu. "Eu tenho voc concordando em
jantar comigo."
Eu ri e lhe dei um aceno de cabea. "Isso voc fez."
Ele pegou a garrafa de cerveja e brindou-o com a minha. "Para dividir lbios e
encontros de jantar."
Eu no pude deixar de sorrir quando bati minha garrafa na dele.
Ento Kira comeou a falar sobre como ele entrou em fitness, como viajou e como
comeou a trabalhar no ginsio. "Eu sempre fiz esportes na escola, e estava sempre ativo, ou
fazendo alguma coisa. Por isso, foi uma progresso natural para mim entrar no fitness. Meus
pais me meteram em karate quando eu era criana. Eu estava sempre me metendo em
brigas."
Pelo que?
"A forma dos meus olhos, a cor da minha pele, o fato de que eu era gay." Disse ele, o
assunto com naturalidade. "Eles no precisavam de qualquer fundamentao." Ele tomou um
bocado de comida e engoliu antes de falar novamente. "Assim, em cerca de meu segundo ano
do ensino mdio, meus pais me levaram para o karate. Foi bom por alguns anos, mas eu
progredi para kick-boxing, e... Bem, vamos apenas dizer que, s fui pego uma vez depois
disso."
"O que aconteceu?"
"O cara que estava pegando no meu p por anos alinhou-me no vestirio aps a
academia. Fazia um tempo desde que ele tinha tido uma chance comigo, e eu s assumi que
tinha encontrado algum para intimidar. Ele disse que eu devia estar trabalhando para
37
impressionar um dos caras. Ele me empurrou um pouco, e avisei-lhe que no. Mas ele no
quis ouvir."
Eu sorri. "O que voc fez com ele?"
Kira colocou as mos em uma priso simulada. "Nada oficial, eu juro. Eu no sei como
ele chegou a estar deitado no cho com o nariz quebrado e todo inconsciente assim. Ele deve
ter tropeado ou algo assim."
Eu ri. "Voc o pegou?"
"Ele teve o que mereceu." Disse Kira com um encolher de ombros. "Eu no sou de
defender a violncia, realmente. Mas ele parou de implicar com outras crianas depois disso."
"Ser que voc entrou em apuros?"
Ele balanou a cabea. "O treinador do ginsio que entrou sabia que tinha sido
intimidado por aquele idiota por dois anos, ento ele meio que deixou-o ir. Ele me disse mais
tarde que desejava que tivesse me visto fazer. No para me pegar fora nem nada, mas para
assistir esse cara ter sua bunda entregue a ele."
Ento ele me contou sobre o treinamento kick-boxing que fez, e como ele acabou
aplicando para o trabalho na academia de Chris para a posio do supervisor.
Encontrei-me encantado com sua histria, sua voz e a maneira como os msculos do
pescoo moviam sob o colarinho da camisa. Ento eu notei, um pouco tarde, que ele parou de
falar.
Eu tinha sido pego olhando novamente.
Ele ergueu as sobrancelhas e riu.
Envergonhado, eu deixei escapar um suspiro, e podia sentir o calor fluindo sobre meu
rosto. Jesus. Balancei a cabea e olhei abaixo na mesa. Descobrindo que eu poderia usar a
distrao, comecei a limpar.
"Deixe-o." Disse ele.
"Voc cozinhou, eu limpo." Disse ele. "Justo justo."
38
Coloquei os pratos sujos na pia e virei a gua, enquanto olhei atravs do armrio sob a
pia pelo detergente. Quando descobri isso, olhei para cima, e ele estava me
observando. Ocupei-me enchendo a pia e comecei a lavar, e sem dizer uma palavra, Kira
pegou um pano de prato e comeou a secar.
Ele estava bem ao meu lado. Eu podia sentir o calor de seu corpo. Podia sentir seu
perfume, seu desodorante, seu cheiro. Tentei me concentrar no que estava fazendo, mas no
momento em que terminei e limpei a pia, eu sabia o que era isso.
Sabia que se ele me tocasse, ou me beijasse, eu teria atravessado a fronteira de trabalho
/ vida pessoal com ele. Eu estaria arriscando minha confortvel, embora enrustida, vida.
Eu poderia ter facilmente agradecido-lhe o jantar e feito uma desculpa para sair. Mas
eu no queria.
Quando o olhei, ele me deu um sorriso tmido... Meu Deus, esses malditos lbios.
Voltei-me para a pia, tentando me recompor. Sua voz me assustou. "Se voc quiser
sair, s dizer."
Eu me virei e olhei para ele. Meu corao estava batendo, minha boca estava seca, e
tive que engolir para que pudesse falar. "Eu no quero ir embora."
Ele se aproximou de mim e estendeu a mo para o lado do meu rosto. "Eu no quero
que voc v." Disse ele em voz baixa. E oh-to-fodidamente devagar, ele se inclinou e
pressionou seus lbios nos meus.
Eu no podia me mover. Eu no conseguia respirar.
Seus lbios se moviam contra o meu, apenas uma frao, e ento ele se afastou. Estava
ferido e confuso em seus olhos. Ele achou que eu no queria isso. "Voc no...?"
"Muito." Disse sem pensar. "Eu quero isso demais."
Ento, minhas mos estavam em seu rosto, no pescoo, e eu o beijei. Ah, porra... Como
eu o beijei.
39
Meus lbios abriram os seus, e a minha lngua invadiu sua boca. Seus lbios, a lngua,
o seu gosto.
Ele gemeu. Aquele som... Meu Deus, esse som.
Ento suas mos estavam em mim e seus braos estavam em volta de mim. Eu podia
senti-lo, tudo dele. Foi to fodidamente bom. Desejo. Sua necessidade, dura contra a minha.
Apenas quando eu pensei que no queria que isso nunca terminasse, ele puxou sua
boca da minha.
Eu estava to rasgado. Queria que ele me levasse para a cama. Queria isso com
ele. Queria conhec-lo, queria isso com ele. Sabia que era muito cedo para pensar em
relacionamento, mas eu queria algo mais com ele. Uma vez nunca seria o bastante.
Como se entendesse, ele sorriu. "Caramba." Ele suspirou com uma risada. "Isso...
Hum... Eu pensei por um minuto que eu tinha lido os sinais errados. Pensei que no comeo,
quando voc no me beijou de volta..."
Eu ri, um pouco envergonhado com a minha reao a ele. "No muitas vezes que
estou catatnico por um beijo."
Ele riu. "Voc certamente no estava catatnico pela segunda vez."
Corei novamente. Jesus, o que havia sobre esse cara?
Ele tocou o lado do meu rosto com a ponta do polegar. "Ento, o mais duro policial da
cidade no to duro, afinal. Murmurou. "Na verdade, ele muito tmido." Ele se inclinou e
pressionou seus lbios na minha bochecha j aquecida. "Este rubor lhe d afastado."
Eu no respondi. Bem, eu no poderia responder, as palavras no saam.
"Normalmente, eu um..." Ele comeou com um encolher de ombros. "Bem,
normalmente eu teria acabado de perguntar se voc queria transar." Meus olhos se
arregalaram com suas palavras grosseiras, e ele sorriu. "Mas eu no quero."
Oh. Eu senti a pontada de decepo torcer no meu intestino.
40
"Oh, no." Disse ele, alarmado. Ele envolveu sua mo ao redor da minha mandbula e
puxou meu rosto para o dele. "O que eu quis dizer que sim, eu quero isso. Eu realmente
quero isso." Ele bicou os meus lbios com os dele. "Mas eu quero te conhecer, tambm."
Oh. Eu deixei escapar um suspiro, aliviado. Assenti com a cabea. "Eu tambm."
Ele sorriu e me beijou profundamente. Docemente. Quando ele se afastou, deu um
passo para trs, colocando alguma distncia entre ns. Ele riu e balanou a cabea, parecia
surpreendido pela atrao entre ns, como eu estava.
"Tenho aulas de manh." Disse ele. "Mas estou livre para o almoo."
Ele queria me ver amanh. Eu sorri, mas depois lembrei-me... "Eu, uh, eu no posso
correr o risco de ser visto com um cara. Sinto muito."
"Tudo bem." Disse ele genuinamente. "Voc pode trazer o almoo aqui. Estarei em casa
ao meio-dia."
Eu no pude deixar de sorrir. "Fechado."
"Olha, Matt. Ele sussurrou. "Eu sei que voc est preocupado com os caras
descobrindo. Mas prometo-lhe isso." Ele olhou para mim com tanta ateno. "Eles no vo
ouvir de mim."
Eu no sabia o que havia sobre ele, mas seus olhos, eu podia ver apenas honestidade
neles. Balancei a cabea, e antes que eu fosse atormentado por pensamentos de que no iria
demorar, ele estar doente de se esconder, estendeu a mo. "Posso ter o seu telefone?" Ele riu
da minha expresso e revirou os olhos. "So todos policiais to desconfiados?"
Bem... Sim. Principalmente. Mas lhe entreguei o meu celular independentemente. Ele
trabalhou com o polegar sobre a tela e me mostrou. Colocou em seu nmero sob o nome de
Kira. "Agora eu sei que voc tem meu nmero." Disse ele. Ele apertou o boto de chamada, e
o telefone no balco, seu telefone celular, tocou. Ele sorriu. "E agora eu tenho o seu. Se
algum ler o nome Kira." Ele passou a dizer. ... eles s vo pensar que mais um admirador
do sexo feminino."
41
"Obrigado, Kira. Eu disse, e ele sorriu quando o chamei pelo seu nome. Embora eu
no tinha certeza do que eu estava agradecendo o jantar, por dar uma chance a mim, por
ser to compreensivo. Ou todos os trs. "Voc est sendo muito gentil..."
Ele balanou a cabea. "Como eu disse antes, ns estamos mantendo o mesmo
segredo."
Eu olhei para ele. Podia ver a ascenso e queda de seu peito, mas eu estava perdido
em seus olhos. Toquei o lado de seu rosto, e seus lbios se curvaram para cima.
As palavras saram antes que eu pudesse det-las. "Voc tem um sorriso to
bonito." Beijei seus lbios sorridentes, apenas um beijo rpido, e depois outro. "Eu deveria
ir. Disse a ele. "Se eu no for agora, voc vai cozinhar-me o caf da manh."
Ele riu, e sua mo repousou em meu quadril. "Eu no me importo."
Ele sorriu quando eu gemi. "No me tente."
Ele riu baixinho, mas seu sorriso morreu e seus olhos se intensificaram. Ele
murmurou. "O que isso sobre voc?"
Depois foi a minha vez de rir. "Eu estava pensando a mesma coisa."
E de alguma forma, com o autocontrole e fora de vontade que no sabia que tinha, eu
o beijei mais uma vez, e fui embora.
42
Captulo Cinco
Eu estava em p na frente de sua porta s 12h05min. Tinha recolhido uma variedade
de alimentos a partir das delicatessie, e no sabia o que ele gostava e o que no, eu s peguei
um pouco de tudo.
Eu tambm tinha feito nada alm de pensar sobre esse cara desde que tinha deixado
na noite passada. Eu me masturbei j duas vezes naquela manh, e o pensamento de v-lo
novamente fez meu pau se contorcer.
Bati de novo, e no houve resposta. Merda.
Chequei meu telefone. No houve mensagens dele. Considerei brevemente a cham-
lo, mas pensei que poderia me fazer parecer desesperado. Talvez um texto fosse
suficiente? S quando eu estava pensando em mensagens de texto, ele veio correndo ao virar
da esquina.
"Oh, hey!" Ele disse com um sorriso surpreso.
Foda-me.
Ele ainda estava usando seu equipamento de ginstica, ainda suado e parecendo um
pouco corado. Deus, meu pau latejava. Eu fiquei boquiaberto para ele, antes que pudesse
pensar para falar. "Hey."
"Chris queria que eu fizesse uma aula extra." Explicou. "Desculpe o atraso."
Olhei-o, descaradamente valorizando seu corpo. "Eu no me importo."
Ele sorriu para mim quando abriu a porta de seu apartamento. "Eu normalmente teria
um chuveiro no trabalho, mas no queria que voc pensasse que estava te fazendo de bobo."
Disse ele, segurando a porta aberta para eu entrar. "Eu s vou tomar uma ducha rpida
agora, se quiser configurar o almoo." Ele olhou para os sacos do supermercado fino em
minhas mos. "Sirva-se de qualquer coisa que voc precisar na cozinha."
43
Ele me deixou sozinho, e um pouco fora de lugar, em sua sala de estar. Entrei na
cozinha, e ento de repente ele foi atrs de mim. Eu me virei para encar-lo e ele rapidamente
bicou os meus lbios com os dele. "Eu esqueci de dizer Ol." Disse ele com um sorriso. "No
vou demorar."
Ele me deixou sozinho, pela segunda vez, mas desta vez eu sorri. Encontrei alguns
pratos e ouvi o comeo da gua no banheiro. Tentei muito, muito difcil no pensar nele estar
molhado e nu a poucos metros de mim. Enquanto a gua corria por seu corpo, nos msculos,
a pele ficaria molhada...
Balanando a cabea para limp-la, me concentrei no que estava fazendo em seu
lugar. E pelo tempo que tinha o almoo espalhado sobre a mesa com pratos e talheres, eu
pensei que tinha a reao do meu corpo para ele sob controle.
Isso foi at que ele saiu.
Foda-se!
Um Kira recm-banhado era to quente como um suado, corado Kira. Ele estava
vestindo uma polo simples, puro branco e cqui. Nada de extraordinrio, mas muito
marcante mesmo.
"Caramba." Disse ele, olhando para a mesa. "Para quantas pessoas voc comprou o
almoo?"
Mas eu estava preso olhando para ele. Foda-me, ele era lindo.
Ele olhou para mim com expectativa. "Hum. Eu comecei, tentando lembrar-me sua
pergunta. "Eu no tinha certeza do que voc gostava, ento comprei um pouco de tudo."
Ele sorriu para mim. "Voc est bem? Parece um pouco confuso."
Corei, dando-me afastado, e ri da minha prpria vergonha.
Kira pegou uma azeitona e colocou na boca. Ele sorriu enquanto mastigava. "Mmm,
estas so boas. Estou morrendo de fome!
44
Ele sentou-se na mesa de jantar e comeou a falar sobre a comida da deli, sua
mercearia local e receitas favoritas. E assim, ele me colocou vontade. Mas seus olhos
danavam enquanto ele falava e um sorriso brincou em seus lbios, como se soubesse o meu
esforo para ser coerente em torno dele. Eu pensei que o divertia.
Tentei no notar como seu sorriso iluminou todo o seu rosto, ou a forma como a
camisa brincou em seus ossos da clavcula, ou como o branco de sua camisa contrastava
lindamente com a cor de sua pele. Eu tentei realmente duro no notar o quo bem definidos
seus braos eram, quo forte suas mos eram.
Apesar do meu incio lento na conversa, ns conversamos durante a tarde sobre tudo e
qualquer coisa. Era to fcil, e eu no tinha dvida de que poderia ir a algum lugar. Eu podia
me ver gastando muito tempo com ele.
"Minha me e meu pai so muito divertidos." Disse ele. "Nunca h um momento de
tdio. Eles sempre foram muito legais com tudo. E voc?"
"Foi sempre apenas eu e minha me." Eu disse a ele. "Ela faleceu quando eu tinha
dezessete anos."
"Oh, merda. Sinto muito."
"Est tudo bem." Garanti-lhe. "J se passaram dez anos."
"Voc esteve em sua prpria conta desde ento?"
"Bem, mais ou menos. Eu tive a minha famlia da polcia."
"Eu no posso imaginar." Ele disse calmamente. "No posso imaginar no ter a minha
famlia." Ento, ele tomou outro bocado de sua salada. "Irmos ou irms?"
"No. Voc?"
"No, mame no podia ter mais filhos depois de mim, ento sou isso. O primeiro e
nico."
Eu mordi um pouco de po turco fresco. "Sem presso, ento?"
45
Kira sorriu e balanou a cabea. "Nah, no de meus pais. Eles so bastante
descontrados com tudo." Ele espetou alguns pastrami em fatias, e mordeu o lbio. "Posso te
perguntar uma coisa?"
De repente eu estava nervoso. "Claro."
"O que voc fez quando sua me morreu?" Ele perguntou. "Quero dizer, voc tinha
apenas dezessete anos."
Eu respirei fundo e disse-lhe o que apenas um punhado de outras pessoas sabiam. "Eu
tinha dois policiais vindo me dizer que a minha me estava em um acidente de
carro. Perguntaram-me quem eles poderiam chamar, e bem, no havia ningum. Eu tinha
apenas trs semanas de folga pra virar dezoito anos, e herdei a casa. Expliquei que a casa era
meio grande, mas depois que minha me morreu, isso nunca tinha realmente se sentido
casa. "Eu s vivia l." Disse ele com um encolher de ombros. "Mas no era realmente uma
casa."
Ento, muito ao contrrio de mim, eu continuei falando. "Eu ainda estava na escola e
tinha um trabalho tarde, e disse-lhes que no estava deixando a casa, pelo que eles
finalmente cederam e disseram que eu podia ficar e eles viriam para me verificar todos os
dias. Eles realmente me ajudaram e me apoiaram." Tomei um gole de bebida e dei de
ombros. "Eu entrei para a polcia no dia em que completei dezoito anos. Eles foram a minha
famlia desde ento."
Ele ouviu como eu segurei os segredos para o mundo. Eu me senti um pouco tolo por
derramar minha histria de vida a um homem que mal conhecia, mas havia algo sobre ele.
"Voc se sente s?" Ele perguntou. "Estar tanto em sua prpria conta?" Questes
pessoais, obviamente, no o perturbavam.
Eu sacudi minha cabea. "Na verdade no. Quer dizer, eu raramente tenho tempo fora,
e se o patro sempre nos faz tomar pausa de alguns dias, acabamos na casa de algum
jogando cartas e cozinhando fora ou eu usando esse tempo para pegar um sono."
46
Kira sorriu enquanto comia. "Ento, no h muito tempo para namorados?"
Corei novamente. Porra! "Na verdade no. Como eu disse antes, meu trabalho no
exatamente relao amigvel."
"Mas voc est trabalhando nisso?"
Eu sorri para ele. Talvez.
"Assim, talvez?" Ele perguntou com um sorriso. "Pensei que estava fazendo melhor do
que apenas um talvez."
Eu no conseguia parar o sorriso. "Bem, pode ser. Ainda no sei. Vai depender
exclusivamente sobre o que equipe de esporte que ele segue."
Kira sorriu para mim. "Qual esporte?"
"O futebol, basquete, beisebol, hquei no gelo."
Ele respondeu imediatamente. "Steelers, Lakers, Dodgers e os Kings."
Eu no pude deixar de sorrir para ele. "Bem, os Steelers eu vou aceitar, o Lakers sim,
os Dodgers talvez, mas os Kings poderia ser um rompimento infeliz."
Ele riu, mas em seguida, apontou para a comida sobre a mesa. "Ainda bem que voc
comprou o almoo."
"Sim, bem, eu no tinha certeza do que levar. Nunca tive exatamente uma grande
quantidade de segundo encontro tambm." Eu admiti. "Quero dizer, havia uma abundncia
de segundo encontro, mas no encontro."
Kira balanou as sobrancelhas e sorriu. "Ento, o que voc est dizendo que eu devo
ser algo especial, se est quebrando suas prprias regras para mim."
Eu quis que no corasse, no para me dar afastado. Escondi meu embarao com uma
risada e fingi que meu prato foi a coisa mais interessante do mundo.
Kira apenas sorriu. Eventualmente, ele comeou a arrumar o que restou do almoo, e
quando levou-o para a cozinha, eu o segui. Mas, depois de toda a conversa que tinha feito,
quando ele se virou na cozinha, para me encontrar apenas alguns centmetros de distncia,
47
todas as conversas pararam. Estvamos to perto que me perguntava se ele podia ouvir meu
corao batendo no meu peito. Quando ele sorriu, eu tinha certeza que podia.
Ele lambeu os lbios, seus lbios perfeitos, e eu olhava para eles. Eu mal podia ver a
marca que bati nele ontem. "Seu lbio melhorou." Eu disse.
Ele sorriu e disse: "Ningum me deu um soco na boca hoje."
Mas estava olhando para mim com aqueles olhos to castanhos, e, quando lambeu os
lbios outra vez, eu sabia que ele estava prestes a me beijar.
"Se voc me beijar." Eu disse calmamente. "No vou voltar para casa to cedo."
"Bom." Ele murmurou, antes que segurou meu rosto e apertou a boca na minha. Doce
Jesus, como ele me beijou.
Suas mos, seus lbios, sua lngua.
Quando deslizei meus braos em torno dele e puxei-nos juntos, podia sentir o seu
desejo, o seu querer, sua necessidade dura contra meu quadril. Ele gemeu e beijou-me com
mais fora. Derreti contra ele, seu corpo, seu calor, sua fora.
Aquele beijo era tudo que eu tinha pensado. Ele era tudo o que eu tinha pensado.
Eu o queria. Queria que ele me tivesse.
Deslizando minhas mos sobre os msculos de suas costas, deslizei meus dedos em
seu cabelo, e puxei a boca da minha. "Quarto. Era tudo que eu poderia dizer.
Ele descansou sua testa contra a minha. Seu peito arfava, seus lbios estavam
inchados. "Matt." Disse ele, apenas um suspiro. "Se eu te levar para o meu quarto, vou
saborear voc." Minha respirao engatou, e minha barriga apertou. Ele embalou meu rosto e
roou seus lbios contra os meus. "Vou ter voc."
"Por favor." Deus, parecia que eu estava implorando. Talvez estivesse. "Oh, Deus. Por
favor."
Ele agarrou minha mo, levou-me para fora da cozinha e ao quarto. O meu
nervosismo em torno dele desapareceu. Eu tinha tanta certeza sobre isso.
48
Desta vez, quando ele me beijou, foi diferente. Mais lento, mais duro, mais
profundo. Tomou seu tempo me despindo, como se estivesse saboreando cada centmetro de
pele que ele descobriu, beijando e lambendo enquanto explorava. Quando eu estava deitado
em sua cama, completamente sua merc, seus lbios estavam arrastando do meu peito,
abaixo, para baixo, at que eu estava segurando os lenis ao meu lado.
Eu no podia deixar de observ-lo. Foi a coisa mais ertica que j vi. Quando seus
lbios perfeitos abriram para levar meu pau em sua boca, eu estava perdido para a
sensao. Sua boca quente e mida foi abrangente, chupando enquanto sua lngua estava
rodando e batendo, seus dedos estavam escorregadios e deliciosos, pressionando e
sondando.
Eu gemia descaradamente, contorcendo-me sob seu toque. Seus dedos estavam dentro
de mim. Um, dois, movendo-se e bombeando enquanto sua boca trabalhava para cima e
abaixo do meu pau. Chupando e deslizando, sua boca estava pondo o meu sangue em
chamas, eu estava aquecido atravs dele.
Em seguida, ele chupou duro e me bombeou, uma vez, duas vezes. E eu estava
perdido. No conseguia pensar, no podia falar. Agarrei seu cabelo, tentando avis-lo, mas
ele s fez me olhar. Seus olhos escuros e os lbios perfeitos em volta do meu pau fez-me
gozar.
Em seguida, ele gemeu.
Eu gozei to duro.
O mundo desapareceu, toda viso, todo o som. A nica coisa que havia, era a sua
boca... E lngua, e seus gemidos enquanto bebia o que lhe dei.
Ento ele se foi. Tentei abrir os olhos e levantar a minha mo, mas era muito
pesado. Ouvi-o rir, ouvi o rasgo de papel alumnio e, em seguida, como se eu no pesasse
nada, ele virou meu corpo desossado.
49
Eu estava de bruos em sua cama. Ele estava entre as minhas coxas, suas mos
estavam em meus lados e inclinou-se sobre minhas costas. Podia sentir seu pau pressionando
contra a minha bunda, ento levantei meus quadris para ele e se apertou em mim.
Porra!
Ele empurrou e empurrou at que tinha todo o caminho dentro de mim. S ento ele
pareceu respirar. Caindo para frente, ento ele estava deitado em cima de mim, apertou os
quadris na minha bunda, seu longo pnis quente estava agora dentro de mim.
Ofegante, ele correu as mos para cima de meus lados, enganchando os dedos sob os
meus ombros, e ento comeou a empurrar dentro de mim. Era tudo o que eu imaginava que
seria.
" to bom." Ele murmurou na parte de trs do meu pescoo. "Oh, porra. Matt..." Ele
gemeu em meu ombro enquanto empurrou mais forte, mais rpido. Ento ele beijou atrs da
minha orelha e abaixo na parte de trs do meu pescoo, e estava empurrando to duro, to
bom. Minha bunda subiu para encontr-lo, concedendo-lhe um melhor acesso, mais
profundo, mais tempo. Em seguida, ele gemia muito e alto. "Oh, vou gozar." E eu podia
sentir seu pau inchar e desaguar no preservativo dentro de mim.
Ele caiu em cima de mim, descansando todo o seu peso nas minhas costas. Entre
respirao irregular, ele beijou meu ombro, meu pescoo e as costas da minha cabea antes
que tirasse de mim. Ele nos rolou para nossos lados, passou os braos em volta de mim
completamente e ns adormecemos.
Eu no estava brincando quando lhe disse em sua cozinha, que se ele me beijasse eu
no estaria saindo em breve. Porque no foi at quase meia-noite na noite de domingo, que
me arrastei para fora de seu quarto, depois de um fim de semana inteiro de sexo, fiz-me ir
para casa.
50
Captulo Seis
Ao longo das prximas quatro semanas, ns vimos um ao outro quase que
constantemente. Quando eu no estava trabalhando, fiquei no lugar dele. Ele tinha estado na
minha casa algumas vezes, mas considerando que era provvel, que qualquer um dos caras
com quem trabalhava, s poderia aparecer sem ser convidado, optamos por ficar em seu
lugar. Passvamos o dia conversando, rindo e horas noturnas explorando o corpo um do
outro. Mantivemos nossas sesses de boxe como por normal. Os caras do trabalho gostavam
dele, e trataram-no como um dos meninos.
Ningum suspeitou de nada.
Exceto Mitch. Ele sabia que algo estava diferente. Eu era mais feliz, disse ele. Ele me
pegava sorrindo, e me chamava nisso. Ele presumiu, como todos fizeram, que havia uma
mulher atrs da minha felicidade recm-descoberta, mas no admiti nada.
Eu no negava ou confirmava as suspeitas de Mitch, que segundo ele, confirmou suas
suspeitas.
Ele tinha sido meu parceiro por dois anos, ento claro que iria notar. Mas tambm
sabia que eu era um cara privado, felizmente ele no me empurrava nisso. Eu certamente no
trouxe isso.
Mas ele comentou sobre como ela deve ser algum especial, porque nunca tinha me
visto to feliz.
E para alm da distino 'ela', ele era muito fodidamente certo. Eu nunca tinha sido to
feliz.
Foi uma manh muito preguiosa de domingo, na cama tnhamos estado juntos
durante quatro semanas e disse a Kira como Mitch podia ver como eu estava
51
feliz. Expliquei como ele continuou fazendo comentrios sobre 'ela' ser a razo por trs do
meu presumido sorriso.
Disse a ele: "Ele diz que sabe que estou vendo algum, por causa de quo mais fcil eu
estou de se conviver.
Kira sorriu, e quando traou os dedos ao longo da minha mandbula, disse. "Voc quer
dizer, que menos sexualmente frustrado."
Eu ri e acenei com a cabea. "Isso tambm."
Ele enganchou a perna sobre a minha. "No tem nada a ver com o seu namorado
sonhador preparando o jantar ou colocando-se com o seu gosto de merda no cinema."
Namorado sonhador.
Namorado.
No tnhamos usado rtulos antes. "Namorado, n?"
Pela primeira vez, eu vi dvida em seus olhos. Normalmente to confiante e sincero,
ele engoliu em seco e assentiu. Com hesitao e esperana em seus olhos, ele disse. "Bem, eu,
Hum... Meio que pensei..."
Sorri quando puxei o brao dele para que deslizasse em cima de mim, juntei minhas
pernas ao redor de suas coxas. "Bem, namorado. Eu disse com um sorriso na minha voz. "...
por que voc no me fode como um namorado deveria?"
Ele riu em meu pescoo, brincando de me morder, mordendo e beijando toda a pele
que poderia alcanar. Quando ele finalmente, finalmente empurrou dentro de mim, com as
mos me agarrando quando ele enterrou-se, to profundo, to certo. Seus dedos cravaram
em minha pele conforme me segurou com muita fora, mas ainda no era firme o
suficiente. Seus lbios e sua lngua estavam fodendo minha boca, enquanto ele fodia minha
bunda com seu pau, e consumia tudo de mim.
Ele empurrou minhas pernas mais altas, quase me dobrando ao meio, e cada
centmetro dele foi enterrado em mim. Balanou e apertou os quadris, perfurando-me mais e
52
mais, e segurei seu rosto entre minhas mos. Sussurrei contra seus lbios. "Voc se sente to
bem dentro de mim."
Ele resmungou e estremeceu, todo o seu corpo em convulso quando se acalmou em
cima de mim, enchendo o preservativo de novo e de novo.
Ento ele me levou para o banheiro e ao chuveiro. "Um orgasmo entre ns no est em
qualquer lugar perto do suficiente." Declarou Kira. Ele caiu de joelhos na minha frente, e eu
segurei as paredes ao meu lado. E, quando a gua quente caiu sobre minha cabea, ele
segurou minhas bolas em uma mo e bombeava meu eixo na outra, enquanto chupava a
cabea.
Exceto que levei minhas mos fora das paredes para segurar seu cabelo enquanto meu
pau explodia em sua garganta, e desequilibrei, ou cai ou escorreguei, algo assim, porque ns
acabamos no cho no chuveiro, uma baguna confusa de membros e risos.
Ns ainda estvamos rindo conforme fomos at a cozinha, para encontrar algo que
comer, quando houve uma batida na porta.
Eu congelei.
S assim, esta pequena bolha perfeita que eu tinha vivido dentro pelas ltimas quatro
semanas estourar. Eu no podia ser visto aqui. No houve nenhuma explicao que eu
pudesse dar, para justificar por que eu estava na casa de Kira.
"Esperando algum?"
Kira olhou para mim, e ele poderia dizer que eu estava preocupado.
Em seguida, uma voz feminina disse: "Kira! Est em casa?"
Kira gemeu. " apenas a minha me."
Oh. A me dele.
Ser que namorados atendem as mes? Imaginei que eles fizeram. Bem, imaginei que
eu estava prestes a fazer.
53
Kira desapareceu, e pelo tempo que tenho a porta da cozinha, uma pequena cilndrica
mulher japonesa. Ela tinha cabelo preto reto at os ombros, e estava deixando Kira ter um
pedao de sua mente. Ela apontou o dedo para ele. "No nos ligou ou veio nos ver em
semanas!" Ento ela ergueu as mos e falou em quebrado Japons/Ingls. "Por qu? Por que
voc no me ligou? Eu fico doente de preocupao, Kira."
Kira olhou para mim, tentando no sorrir. "Ah, me, eu gostaria que voc conhecesse
Matthew Elliott." Disse ele. Ento, sorriu. "Meu namorado. Matt, esta a minha me, Yumi."
Yumi se virou para me olhar. Seus olhos estavam arregalados e boca aberta. "Oh. Ela
disse calmamente. "Oh, voc o menino da televiso."
Atravessei o cmodo e estendi minha mo para ela. "Prazer em conhec-la."
Ela pegou minha mo em uma pequena, mas firme aderncia. "Ento, voc a razo
pela qual meu Kira desapareceu por quatro semanas?"
"Um..."
Kira interrompeu, me salvando. "Me, onde est meu pai?"
"Ele est estacionando o carro. Eu vim para ver se voc ainda est vivo." Ela jogou as
mos no ar. "Poderia ter sido morto por tudo que eu sei."
Kira sorriu e revirou os olhos. "Est tudo bem, me. Eu estive em mos muito
seguras." Em seguida, ele se inclinou e sussurrou-lhe: "Matt um policial."
Oh, meu Deus! Eu no podia acreditar que ele tinha acabado de dizer isso!
Yumi golpeou o brao de seu filho. "No quero mais detalhes." Kira riu, e Yumi
balanou a cabea para ele. "Por que voc no me ligou, para me dizer que tem um
namorado?"
Ele no respondeu a sua pergunta, mas acalmou com um abrao em seu lugar. Ela
resmungou para ele, mas sorriu assim quando houve outra batida na porta. Kira foi at a
porta da frente e voltou com um homem, que s poderia ser seu pai. Eu sabia onde Kira tinha
54
a sua altura. O homem que entrou era alto, cerca de um metro e noventa e dois, cabelo
escuro, pele cor de oliva.
"Matt, este o meu pai, Salvidore Franco. Ns o chamamos de Sal." Explicou Kira,
mas, em seguida, moveu-se rapidamente com as mos, e eu percebi um pouco tardiamente,
que estava fazendo sinal. O pai de Kira era surdo.
Eu apertei sua mo, murmurei meu ol, completamente despreparado para me
encontrar com os pais. No acho que conheci os pais antes. Foi um pouco assustador.
O pai de Kira, Sal, fez sinal rapidamente de algo a que Yumi riu, e Kira sorriu para
mim. "Meu pai diz que voc parece mais alto na TV."
Eu pensei que bufei, e podia sentir meu rosto ruborizar de vergonha, quando os trs
olharam para mim e sorriram.
Durante as prximas duas horas, vim a perceber que a famlia de Kira era muito
prxima, muito aberta sobre tudo e muito, muito engraada. Eu sabia agora por que Kira
estava sempre sorrindo, porque a sua me e seu pai faziam muito tambm.
Yumi, todos os um metro e cinquenta e dois de altura, ainda incomodava Kira sobre
ser to distrado e, pelo menos, no chamando para que eles soubessem que estava
bem. Ento ela se virou para mim, fazendo-me prometer cham-los.
Eu rapidamente deduzi que Sal lia os lbios, porque no fiz gesto de tudo o que disse,
mas quando Sal tinha algo a dizer, Kira traduziu a linguagem de sinais para mim. Sal me
disse quando Kira no telefonava a sua me, ele era o nico que sofria. Sal sorriu, Kira riu e
Yum