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Quarta-feira, 1° de junho de 2011 páginas 4 e 5 A VOZ DOS BAIRROS Moradores do Borgo querem uma solução para o esgoto Bairros Um caminho diferente Para muitos, o destino final de plásticos, vidros e latas é a cesta de lixo. Mas, com a reciclagem, os objetos descartados percorrem um caminho diferente e ganham nova vida nas mãos de moradores da cidade. página 3 Inclusão Associação recebe conexão de internet página 3 FOTOS BETTINA SCHÜNKE Floriano O clube que encantou os moradores do bairro Conceição página 7 ARQUIVO Bolos A mão doce de Dona Terezinha página 6

01/06/2011 - Bairros

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Bairros- Edição 2725 - 01/06/2011 - Bento Gonçalves

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Quarta-feira, 1° de junho de 2011

páginas 4 e 5

A VOZ DOS BAIRROS

Moradores do Borgo querem uma solução para o esgoto

Bairros

Um caminho diferentePara muitos, o destino final de plásticos, vidros e latas é a cesta de lixo. Mas, com a reciclagem, os objetos descartados percorrem um caminho diferente e ganham nova vida nas mãos de moradores da cidade.

página 3

InclusãoAssociação recebe conexão de internet

página 3

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

FlorianoO clube que encantou os moradores do bairro Conceição

página 7

ARQUIVO

BolosA mão doce de Dona Terezinha

página 6

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Editorial

2 Quarta-feira, 1 de junho de 2011 Bairros

Violência que assustaartigo

Edição: Bettina Schünke [email protected]ção: Noemir Leitã[email protected]ção: Maiara Alvarez

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2725, de quarta-feira, 1 de junho de 2011, do Jornal Semanário

Bairros SEDEWolsir A. Antonini, 451Bairro Fenavinho - Bento Gonçalves, RSFone: 54 3455-4500

Enquete: Você faz a correta separação do lixo?fotos bettina schünke

A sociedade está assombrada com a onda de violência. Diz-se que as causas da criminalidade têm muitas variantes: questões sociais, desemprego, distribuição de renda, fatores de ordem religiosa. Inclusive, atingindo classes mais favorecidas materialmente. Preocupada com as questões educacionais, como mãe e professora, procuro buscar respostas que ajudem a explicar certas dúvidas, para orientar a mim e àqueles que me cercam. Segundo as obras básicas “kardecistas”, não haveria necessidade de leis mais severas se a educação fosse mais atuante. E ao se falar em educação, é necessário que não se leia escola (dever do Estado), mas sim educação familiar.

Como vemos nas palavras de Allan Kardec, no Evangelho Segundo o Espiritismo, “quantos pais são infelizes com seus filhos porque não combateram suas más tendências no princípio! Por fraqueza ou indiferença, deixaram se desenvolver neles os germes do orgulho, do egoísmo, e da tola vaidade que secam o coração; depois, mais tarde, recolheram o que semearam, se espantam e se afligem pela sua falta de respeito e ingratidão”.

Hoje, nas escolas (tanto públicas como privadas), nos deparamos com crianças, na mais tenra idade, agressivas, orgulhosas, teimosas e egoístas. Não é papel da escola trabalhar a lapidação destes valores, e sim exigi-los para o bom relacionamento. Estão se invertendo os papéis. Ou melhor, transferindo-se todo o papel da família para a escola. Se como

O lixo continua existindo depois que o jogamos na lixeira. Não há como não produzir lixo, mas podemos diminuir essa produção. Como? Reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que possível e separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva.

Só em Bento Gonçalves, são produzidas mais de 100 toneladas de lixo por dia! Em um mês, a cidade produz três mil toneladas! E apenas 15% desse montante é reciclado. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas. O que fazer e onde colocar tanto lixo é um dos maiores desafios deste século. A cidade precisa fazer mais, muito mais, para garantir a sobrevivência do meio ambiente.

A reciclagem é uma alternativa para amenizar o problema, porém, é necessário o engajamento da população. Cada indivíduo é responsável por aquilo que produz, inclusive pelo lixo. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras e a mais simples é separar o lixo orgânico do inorgânico. Esta é uma ação simples e de grande valor. Muitos saem ganhando com essa ação. Os recicladores de lixo, o meio ambiente e as futuras gerações.

É importante conhecer o processo e as regras quando queremos fazer a diferença. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estão se esgotando. Mesmo assim, o assunto parece não interessar grande parte da população.

A reciclagem é mais do que separar plásticos, vidros é latas. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que jogamos fora. É renovar a vida de produtos que demorariam anos para se desintegrarem. Para se ter uma ideia, um papel comum leva de duas a quatro semanas para ser absorvido pelo solo, latas de alumínio levam quase uma década, embalagens de plástico levam de 30 a 40 anos para serem consumidos pelo tempo e vidros mais de quatro mil anos. Todos esses produtos podem ganhar uma nova utilidade se forem corretamente descartados.

Encarar de frente os problemas ambientais é essencial, pois é dele que depende a qualidade de vida da população. É preciso que as pessoas conscientizem-se de preservar o meio ambiente, pois isto sim trará inúmeras melhorias em nossa vida. Se hoje não tivermos uma postura e uma consciência ambiental, reparando os danos causados ao meio ambiente e evitando novos desastres ecológicos, a continuidade e a qualidade de vida estarão comprometidas. Este sim, seria o maior erro que a humanidade poderia cometer contra ela própria.

pais não nos sentirmos responsáveis pelo ensinamento dos nossos filhos, não podemos criticar a violência na sociedade.

A família é a primeira instituição que participamos e, por isso, deve repassar as coordenadas iniciais e corretas para um melhor convívio. Sem estes princípios, como poderemos viver em grupo, respeitando o semelhante, obedecendo regras, cumprindo os deveres e até mesmo reivindicar direitos?

Santo Agostinho já dizia: “Pensai que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: “Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?”. Está na hora da família assumir seu papel de primeira educadora, ou seja, lapidadora destas joias, que são nossas crianças. É preciso ter a consciência da maravilhosa graça que Deus nos dá, oportunizando-nos o encaminhamento de vidas para o bem.

O papel da escola é continuar a lapidação, facilitando o aprendizado de conhecimentos científicos, aprimorando os sentimentos bons trazidos do seio familiar. Família e escola devem caminhar juntas, mas nunca invertendo os papéis, para que possamos construir uma sociedade mais justa e melhor.

Então, não se assombrem com a violência, busquem a PAZ, plantando a semente dos bons hábitos, valores e atitudes através do exemplo.

Iara Duarte Arte educadora

Escola Gen. Amaro Bittencourt

Projeto Gráfico: Maiara AlvarezSupervisão: Rogério Costa Arantes

Direção: Henrique Alfredo [email protected]

“Com certeza. Faço há uns cinco anos. até antes do caminhão passar”Maria Salete Benvenute, 54 anosBorgo

“a gente separa o lixo seco do orgânico. Só não sabemos direito o que fazer com as pilhas”Fábio Meazzi, 28 anosSão Francisco

“Faço toda a separação há anos. Sou professora e criei o hábito”Aneli Guerro, 68 anosJardim Glória

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3Quarta-feira, 1º de junho de 2011BairrosA VOZ DOS BAIRROS

Noemir Leitã[email protected]

ParceriaTecnologia auxilia na integração de criançasAssociação de Surdos de Bento Gonçalves ganhou acesso à internet

Sabendo da importância da web como meio de inte-

ração e inclusão social, a As-sociação de Surdos de Bento Gonçalves (ASBG) conta, des-de o dia 17 de maio, com rede de internet em sua sede, locali-zada no centro da cidade.

Em parceria com a Italnet, a entidade está recebendo o acesso gratuitamente. Confor-me explica Márcia Pessutto, coordenadora da ASBG, o ser-viço foi solicitado através de um ofício enviado a empresa. “A empresa nos atendeu rapi-damente. As crianças estão sú-per felizes, porque assim elas se

sentem mais próximas da so-ciedade”, disse Márcia. Através da parceria, será fornecido um serviço de banda larga via rá-dio, com frequência de 1Mbps de velocidade, em um contra-to com duração de 24 meses, sendo prorrogado, automatica-mente, a cada 12 meses.

Segundo Alan Miguel, ges-tor corporativo de contas da Italnet, tanto o valor da men-salidade quanto o valor de ins-talação do serviço foram ban-cados pela empresa. “Existe uma prática da reciprocidade com cada cidadão da cidade. Devido ao fato de nossa em-presa estar completando 15 anos de atuação, acreditamos

Bettina Schünke que temos o dever de investir na cidade, desde eventos de cunho cultural até nas institui-ções de cunho social, tal como a Associação dos Surdos”, destaca Miguel.

Fundada em 2006, a ASBG é uma entidade que tem por finalidade promover e inte-grar crianças e adolescentes surdas e deficientes de audi-ção. Desenvolvendo trabalhos de ressocialização e de busca à igualdade de condições e de direitos, a entidade atende cerca de 20 crianças e suas fa-mílias e conta com a ajuda de empresas parceiras e associa-dos para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos.

Crianças e adolescentes surdas ou com deficiência auditiva podem interagir usando a internet

BOTAFOGO E SANTA RITA

Inscrição para concurso é sábadoMeninas que moram nos

bairros Botafogo e Santa Rita poderão se inscrever no sába-do, 4, para concorrer à faixa de “Rainha Comunitária”. É ne-cessário ter entre 14 e 24 anos e morar na região. As interes-sadas deverão comparecer no

salão da igreja Santa Rita, das 14h30min às 16h.

A escolha ocorrerá no dia 9 de julho. A selecionada concor-rerá ao título municipal, junto com as demais candidatas dos outros bairros. O evento con-tará com animação da dupla

Ênio e Léssio e fará ainda uma homenagem aos “Amigos do bairro”, moradores que se des-tacaram ajudando a comunida-de nos últimos dois anos. Os ingressos já podem ser com-prados no valor de R$ 15 com a associação de moradores.

BETTINA SCHÜNKE

Começaram a ser construídas as calçadas na avenida Presidente Costa e Silva, no bairro Planalto. Segundo os moradores que fazem suas tradicionais caminhadas pelo local, agora haverá mais espaço com segurança, já que era preciso caminhar no meio da rua. Porém, o importante será construir em todo o prolongamento da rua, pois nos dois lados há pessoas que usufruem deste trajeto sempre pela parte da manhã e ao final da tarde, onde há um gran-de fluxo de veículos.

Os moradores do bairro Juventude, mais precisamente da rua Luís Pedro Di Marco, querem uma solução para as lixeiras do local. O lixo orgânico fica depositado nas calçadas e nas encostas dos barrancos, bem próximos da escola. Há muito tempo que a comunidade solicita a colo-cação de lixeira maiores para evitar o acúmulo de lixo e a proliferação de insetos e mau cheiro nesta rua.

O grupo de idosos Tia Luiza realizou na segunda-feira, o tradicional almoço comunitário no salão de festas da associação São Roque. Muitas pessoas ligadas ao trabalho social deste grupo marcaram sua presença. O grupo Tia Luiza tem a coordenação do casal Ieda Casagranda e Al-tair Fernandes, o popular “Feijão”, e conta com idosos de várias partes dos bairros São Roque, Aparecida, Cembra-nel, Zatt e Ouro Verde. As atividades do grupo ocorrem durante todo o ano.

A rua Sete de Setembro, que estava tendo transtorno para os moradores e para os veículos que trafegam por este local, agora está liberada. Com a chegada da Expo-bento 2011, muitas pessoas poderão fazer o trajeto nor-malmente pelo bairro, usando a rua, que ficou intrafegá-vel em virtude das obras de recapeamento e canalização de esgoto. Agora, não será preciso mais usar a Castello Branco para ter acesso até aos pavilhões da Fundaparque. A Secretaria Municipal de Obras e Viação, através de sua equipe de trabalho está acelerando o máximo para encer-rar nesta semana estes trabalhos.

Moradores do bairro Conceição querem mais seguran-ça no local. Eles reclamam da situação na rodovia da RST 470, onde muitos usuários de drogas ficam até altas horas, com a intenção de cometer atos ilícitos nas residências da comunidade. Já foi solicitado junto a Brigada Militar uma ronda periódica para evitar esta situação desconfortável que assola os moradores e tira o sossego de todos. O pro-blema também é registrado na saída da escola do bairro, em que a segurança é frágil para os estudantes, principal-mente na parte da noite.

Moradores do Borgo querem uma solução na questão dos esgotos de diversas ruas. O mau cheiro e a prolifera-ção de insetos causam desconforto para os vizinhos. De outra parte, o coordenador do local Marino dos Santos, juntamente com a liderança do bairro está preparando no-vidades para a comunidade. Duas ruas de acesso ao local foram reformadas e o trânsito poderá fluir normalmente para os demais pontos da cidade.

Finalmente, o bairro São Roque terá sua feira ecoló-gica. Depois de muita luta da associação dos moradores e das lideranças locais, na próxima terça-feira, 7, a praça da matriz será o local para a feira inaugural, que já conta com sete pessoas inscritas para vender seus produtos hor-tifrutigranjeiros. O apoio da feira ecológica é da Emater e Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Agricultura. Essa é uma boa notícia para os moradores da região de São Roque e arredores.

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4 Quarta-feira, 1º de junho de 2011 Bairros

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Sustentabilidade

Um destino de luxo para o lixoO que você faz com a latinha, o plástico e a caixa? Vai tudo para a lata de lixo. O que parece ser o fim, é apenas o começo

Cerca de 100 toneladas de lixo são recolhidas em

Bento Gonçalves diariamente. Deste, 15% são de materiais que serão reaproveitados nova-mente. As questões ambientais tem sido uma busca constante de conhecimento e vem fazen-do parte cada vez mais da cons-ciência de muitas pessoas. Basta um simples gesto para salvar a vida da natureza e assim contri-buir para um ambiente melhor, menos poluído. Muito já foi fa-lado sobre a importância da re-

Bettina Schünke ciclagem. Muito se sabe sobre o que reciclar, como e onde. Mas é preciso fazer mais.

O lixo que chega à Associa-ção de Recicladores do bairro Jardim Glória vira geração de trabalho e renda para os 25 mo-radores que lá se encontram de segunda a sábado, das 7h30min às 17h30min. Fazendo um tra-balho que para muitos não é visto com bons olhos, mas que é fundamental para a vida e continuidade no planeta, Érica Rosseto, 35, presidente da co-operativa, sabe muito bem da importância do trabalho desen-

volvido no galpão. “No mundo de hoje, muitas pessoas não co-nhece o trabalho de uma reci-clagem, e eu gosto muito do eu faço. Comecei como voluntária, ajudando a minha mãe, e hoje me orgulho de ser a presidente da entidade”, disse. Ela conta que, quando morava em Flores da Cunha, não tinha o hábito de separar o lixo. Hoje, ela separa tudo e incentiva os vizinhos.

O processo dentro do gal-pão é simples. O lixo chega pelos caminhões da prefeitura de duas a três vezes por dia. “Quando o caminhão chega é

um tumulto só. Todos ajudam no descarregamento”, explica Érica. Depois disso, as mu-lheres vão para as mesas abrir as sacolas e fazer a separação dos objetos. Cada item tem seu lugar. As garrafas pets são se-paradas por cor e também por tipo. Alumínio de um lado, te-tra pak de outro. Os três ho-mens que lá trabalham são os encarregados de manusear a máquina da prensa e também de carregar os fardos.

Depois de tudo enfardado, cada produto é vendido sepa-radamente, por quilo. Segundo

Érica, cerca de 60 toneladas de lixo reciclado são comercializa-dos por mês. Os trabalhadores recebem, em média, 600 reais mensais. Cristiano dos Santos tem 17 anos e trabalha na asso-ciação há 6 meses. Ele diz gos-tar muito do que faz e está ali por opção. Vanderléia Araudi, 36, é a mais antiga do grupo. Está no galpão há quatro anos e trabalha com muita alegria e disposição. “Sei da importância desse serviço. Eu me orgulho do que faço”, disse Vanderléia.

Cerca de 25 pessoas, trabalhadoras da Associação de Recicladores do bairro Jardim Glória, tiram da coleta seletiva o sustento da família. O salário, em média é de 600 reais

BETTINA SCHÜNKE

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5Quarta-feira, 1º de junho de 2011Bairros

Se os moradores de Bento Gonçalves precisassem de

exemplos a serem seguidos para começar a separar corretamen-te o lixo, não faltariam casos de pessoas e famílias inteiras que es-tão engajados na causa. A sepa-ração do lixo é um ato que virou rotina nas residências dos bento--gonçalvenses. Muitas famílias separam o lixo seco do orgânico e reciclam materiais para serem reaproveitados novamente.

A família de dona Neiva Valente Giotto é um ótimo exemplo a ser seguido quando se trata de reciclar. Moradores do bairro Santa Rita, todos estão envolvidos e colaboram para que o lixo produzido pela casa tenha seu destino correto. A matriarca, de 55 anos, con-ta que separa os produtos de origem biológica para colocar em um tanque, nos fundos de casa. “Eu tenho dois lixos na cozinha, um para produtos se-cos e outro para o orgânico. As sobras de comida, como casca e vegetais, eu coloco em um tanque, que misturo com terra e com algumas minhocas, que viram adubo para a hor-ta”, disse Neiva.

Há 18 anos no bairro, Neiva explica que a consciência da

Alunos do Colégio Sagrado Coração de Jesus aprendem a reciclar

Bettina Schünke

FotoS Bettina Schünke

Divulgação

Moradores dão o exemplo de que é possível reaproveitar o lixo

Educação ambiental é foco de entidades

Ensino

Para o presidente da Asso-ciação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Na-tural, Luiz Augusto Signor, reciclar é muito mais do que separar o lixo seco do orgâni-co. “O processo de reciclagem tem que começar no momen-to da compra, dentro do su-permercado. Levar a menor quantidade de lixo para casa, como comprar produtos com embalagens que possam ser recicladas e utilizar a menor quantidade de sacolas plásticas já é um tipo de reciclagem”, defende Signor.

A entidade conta com di-versos projetos de educação ambiental, com foco princi-palmente em crianças e ado-lescentes. Um deles é o “Lixo que alimenta – amigo da ter-ra”, destinado aos alunos de 4ª à 8ª série de escolas da cidade. Só nesse ano, a entidade já vi-sitou mais de 10 instituições, como o Colégio Sagrado Co-ração de Jesus. “Passamos um filme para os estudantes e le-vamos uma sacola com lixo e pedimos para os próprios alu-nos nos ajudarem a separá-lo, assim os alunos podem ver na prática como realizar a correta separação do lixo doméstico”, disse Signor. Além disso, a en-tidade também dá suporte as hortas escolares, alimentando com mudas e adubo. “A socie-dade precisa se reciclar. Mas estamos avançando bem. As pessoas e empresas já estão adquirindo essa consciência de que é importante reciclar. O problema é dentro de casa. Cada família deveria de ter um

‘fiscal’ para controlar o lixo”, sugere.

A secretaria municipal de Meio Ambiente (Smmam) também aposta na educação ambiental. O órgão conta com 16 projetos voltados para crianças, jovens e até idosos. Um desses projetos é o Agen-tes Ecológicos. Trabalhando com crianças e idosos, ele visa minimizar os impactos am-bientais, fazendo com que a população reconheça a impor-tância e a necessidade da sepa-ração dos resíduos, bem como o consumo consciente, através de visitas a residências, escolas, setores públicos, empresas e comércio. “Os agentes mirins participam de atividades prá-ticas, palestras educativas e jo-gos com materiais recicláveis. Já os agentes da terceira idade são os nossos fiscais voluntá-rios da coleta seletiva”, disse Caroline Todeschini, do setor de educação ambiental da Sm-mam. Além disso, a secretaria conta com dez agentes focados na sensibilização, visitando os moradores em suas casas, ex-plicando como separar, reciclar e destinar o lixo doméstico.

Segundo explica o secretá-rio adjunto Adriano Nunes, Bento Gonçalves conta com oito associações de recicla-dores e uma entidade que recolhe materiais eletrônicos, localizado em Faria Lemos. “Essa parceria com as coo-perativas está dando muito certo. Nós ajudamos finan-ceiramente as recicladoras e elas nos ajudam a manter a cidade limpa”, disse Nunes.

Exemplos que vão além da lata de lixo

Dedicação

Moradores são belos exemplos de cidadãos que têm consciência ambiental

importância da reciclagem sur-giu a muito tempo. “Não sei di-zer a quanto tempo eu reciclo. Com tanta campanha e propa-ganda que vemos na TV é im-possível não separar o lixo. Se todos fizessem assim, o mundo seria bem melhor”, finaliza.

O casal Banhara, moradores do bairro Universitário, tam-bém tem essa consciência e sabe muito bem o que fazer com todo o resíduo que sobra em sua casa. Além de separar plás-ticos, vidros e papel Antônio, 60, e Edite, 59, reaproveitam o óleo de cozinha usado para fa-zer sabão. “O sabão que usamos para lavar louça e roupas é feito por nós mesmos, em casa, com o óleo que separamos. Além de ajudarmos a preservar o nosso meio ambiente também econo-mizamos”, disse Antônio.

Mas a separação não para por aí: a dupla de aposentados tam-bém reaproveita os alimentos para adubar a horta de casa, em que colhem alimentos como alface, tomate e diversas horta-liças. “Nós temos que ser res-ponsáveis por aquilo que con-sumimos. É muito importante cuidar do planeta. É dar um futuro para os nossos netos”, completa Edite.

o lixo é muito mais que lixo nas mãos de dona Giorgina Alves, 61. É também matéria prima. Moradora do bairro Zatt, ela sabe muito bem como reaproveitar os itens que são descartados por muitas pessoas.

Garrafas de plástico, latinhas, papel, pneu, alumínio e outros objetos recebem um tratamento especial nas mãos de Giorgina. Trabalhando com reciclagem há mais de dez anos, ela transforma objetos sem uso em utilidades para toda a família. “Eu sempre tive a preocupação ambiental. A Terra pede para que nós destinemos o lixo adequadamente”, disse.

sofás de garrafa pet, pufs de caixa de leite, porta-garrafa de jornal, enfeites de latinhas são alguns dos trabalhos feitos com o reaproveitamento de material. “Quando comecei a trabalhar na associação do bairro, em 2000, eu via o lixo espalhado em todos os lugares, nas barrancas, no mato, nos bueiros. Então comecei um trabalho de conscientiza-

ção com as crianças e assim fomos mudando o modo de agir e pensar dos moradores”, explica.

A partir daí, Giorgina não parou mais. A garagem da sua casa virou o atelier, em que guarda os objetos descartados pe-los vizinhos. “É possível fazer muitos objetos e aproveitar todo o lixo reciclado. nada é descartado. o reciclado é uma ótima ferramenta. sem muito custo e com pouca verba se consegue criar algo útil. Além disso, renova a vida daquele material que seria rejeitado”, destaca.

As ideias são tiradas de revistas e cursos. A aposentada hoje ensina crianças e mulheres do bairro a reaproveitar o lixo.

A arte que se origina do lixo

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6 Quarta-feira, 1º de junho de 2011 Bairros

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Anônimos

Os doces de Dona TerezinhaDoceira de mão cheia, moradora do bairro São Francisco encanta os olhos de todos os comilões que passam pela sua cozinha

BETTINA SCHÜNKE

Os bolos artísticos feitos pelas mãos de Terezinha Meazzi

Os quadros com os retra-tos dos bolos e tortas

enfeitados de Terezinha Mea-zzi, 48, pendurados na pare-de, logo chamam a atenção e deixam os fregueses com água na boca quando chegam à sua cozinha. A doceira do bairro São Francisco está no ramo de confeitaria há mais de 18 anos e sua paixão por doces e pelo trabalho sempre foi vi-sível, unindo o útil a algo que ela gostava de fazer e comer.

O seu trabalho com os bo-los artísticos começou após um acidente de carro, que acabou prejudicando a sua coluna. Com o repouso for-çado em casa, Terezinha as-sistia televisão todos os dias e começou a se interessar por programas de culinária, vol-tados especialmente para do-ces. “Sempre gostei de cozi-nhar. Vi um programa de TV e resolvi testar a receita. Os primeiros bolos eu fiz para parentes e amigos, que foram espalhando e divulgando o

meu trabalho”, disse.Fazendo bolos dos mais

variados sabores, o cliente é quem escolhe como será a decoração do prato. Pode ser temas como animais, futebol, personagens infantis, artistas, princesas e heróis. Nada é im-possível para Terezinha.

A doceira já conquistou dois prêmios de melhor confeiteira da região, o primeiro em 2008 e o outro em 2009. Além dis-so, ela se aperfeiçoou fazendo cursos de culinária em Porto Alegre e em São Paulo.

Trabalhando sozinha, ela conta que passa muitas horas dentro da cozinha. “É um tra-balho que exige tempo e dedi-cação. Primeiro faço os enfei-tes, depois a massa. Diferente dos bolos de padaria, eles têm que ter uma consistência dife-rente”, explica Terezinha.

Fazendo tortas para eventos de grandes empresas da cida-de, ela já chegou a ter quatro encomendas por sábado É ela também quem faz os bolos de aniversário da família. “Adoro o que eu faço. Minha alegria

é ver a satisfação das pessoas quando recebem o bolo pron-to. Mas infelizmente estou di-

minuindo o ritmo de trabalho. Por isso, quero ensinar uma pessoa que queira aprender o

Bettina Schünke

Mais de 700 pessoas prestigiaram o tradicional prato italiano

SANTO ANTÔNIO

Na noite de sexta-feira, 27 de maio, o salão paroquial da igreja Santo Antônio foi palco de mais uma edição do Jantar do Co-deguin. O evento faz parte das comemorações da 133ª festa do padroeiro da cidade.

Mais de 700 pessoas presti-

giaram a programação que teve como marca principal o prato típico.

De acordo com o casal de fes-teiros responsáveis pela comis-são de alimentação, Rene e Sir-lei Balestro, foram preparados mais de 300 quilos de Codeguin.

O Codeguin foi introduzido na festa na década de 70 com a vinda dos imigrantes italianos, que trouxeram na bagagem a fé, a cultura e a gastronomia. O codeguin surgiu da necessidade que os colonos tinham de apro-veitar tudo que fosse possível dos animais que eram criados em suas propriedades. A ma-téria prima é a carne de porco. O prato é preparado após cozi-mento em água. É uma espécie de linguiça de carne de porco. O cardápio incluiu ainda fortaia, polenta mole, queijo, salame, sa-ladas, vinho e sobremesas.

O evento foi uma das últi-mas programações antes festa, no dia 13 de junho. Continua apenas a visitação da imagem do padroeiro nas localidades e haverá a trezena tradicional, distribuídas nas residências do interior da cidade.

Codeguin para os festeiros

NOEMIR LEITÃO

SANTA MARTA

Atendimento no posto de saúde começará em julho

Com uma área de 240,70m² a Unidade de Estratégia de Saú-de da Família do bairro Santa Marta deve iniciar atendimen-to a partir da segunda quin-zena de julho. Localizada na rua Francisco de Carli, a ESF tem capacidade para atender até 3,5 mil pessoas na sua área

de abrangência. A unidade foi apontada como demanda na assembleia do Orçamento Par-ticipativo em 2009 e contará com um médico, enfermeiro e técnicos de enfermagem. Além de estrutura física de consultó-rios, salas de vacinas, armaze-namento e medicamentos.

Unidade de saúde terá capacidade para atender mais de 3 mil pessoas

DIVULGAÇÃO

que eu sei”, propõe a doceira.

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7Quarta-feira, 1º de junho de 2011Bairros ESPORTES

Memória Esportiva

Time criado na década de 1960, a Sociedade Esportiva e Cultural Floriano, durou quatro décadas até ser extinto nos anos 1990

Floriano: o campeão do Conceição

Clube Floriano durou 40 anos e conquistou, entre outros títulos, o tetracampeonato municipal, um ato histórico da época para o futebol

Fundado em um bairro chamado de Juventude

da Enologia, surgiu um time – consagrado nos gramados de Bento Gonçalves – cha-mado de Conceição. O clube criado na década de 1960 não imaginava os anos de glória que teria pela frente e a pai-xão que despertaria nos mo-radores do bairro, através do brasão da Sociedade Esporti-va e Cultural Floriano.

O Floriano tinha as cores azul e branco e sua camisa muito se parecia com a do Esportivo de Bento Gon-çalves. O clube chegou a ter sede própria, em uma área doada pelo então prefeito da época Achilles Mincarone e depois homologada por Pau-lo Mincarone.

Um terreno que teve uma construção com sede social, bar e salas de reuniões, além de banheiros e acomodações, que sempre recebiam os atle-tas e dirigentes das equipes de fora. Hoje, a atual sede deu lugar a unidade de saúde do bairro Conceição, isso devi-do a um acordo feito entre os dirigentes do clube, que pre-via uma permuta em dinheiro para que quando acabasse o Floriano, a área fosse doada novamente para o município.

O grande Floriano durou até metade dos anos 1990, período que disputava jogos amistosos na cidade e no in-terior, além de campeonatos e torneios fora do município.

Noemir Letião FOTOS ARQUIVO

Envolvido pela linha invísi-vel da paixão pelo clube, Darci da Silva, teve dentro de casa o exemplo do pai, Aristides Rosa da Silva - que foi patro-no e presidente do clube nos primórdios – lembra com exatidão as quatro conquistas do Campeonato Municipal, a Copa Libertadores do Nor-deste, uma espécie de campe-onato regional.

Ele guarda na memória partidas inesquecíveis de um grupo que não se entregava. “Éramos um grupo forte e tínhamos muita determinação

Títulos e consagraçõesem tudo, jamais perdíamos quando a torcida estava conos-co”, afirma.

Hoje, o torcedor Darci ressal-ta que o Floriano encerrou suas atividades esportivas por várias questões, uma delas, foi quando os atletas passaram a receber dinheiro para atuarem “Infe-lizmente, tivemos que encerrar nossa equipe, já que não havia mais condições de mantermos um plantel para dois times e em-polgação dos atletas para conti-nuar jogando na cidade, mas foi um bom tempo que ficou mar-cado”, afirma.

O Floriano do bairro Con-ceição revelou muitos atletas que fizeram a alegria da co-munidade durante décadas. Como é o caso do atacante Juarez. Ele atuou inclusive no Clube Esportivo. Além dele, Pedrinho Cordeiro um dos bons meias esquerda da época que poucos viram jogar, tam-bém o consagrado Arilson.

Atletas de pontaUm outro nome de des-

taque no clube foi Cleci da Fonseca Rodrigues, 58, e que iniciou no time em 1971. Fonseca atuou no meio cam-po e também como zagueiro numa época em que o rival era o Botafogo. “Era uma verdadeira guerra atuar dian-te do Botafogo, pois sempre virava um clássico, já que eles

tinham um bom time e eram coniderados imbatíveis na época”, destaca Darci. Para o ex-jogador do Floriano, vencer o Botafogo era uma façanha. “No dia de clássico contra o Botafogo, a coisa increspava, mesmo assim era muito disputado e divertido, tenho saudades deste tem-po”, concluiu.

Floriano revelou muitos atletas que fizeram a alegria da comunidade

Com as cores azul e branco, sua camisa se parecia com a do Esportivo

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8 Quarta-feira, 1º de junho de 2011 Bairros

Sociais

Vila NovaA equipe de saúde da Unidade de Estratégia de Saúde da Família do bairro Vila Nova é composta por enfermeira, médica, técnica e auxiliar de enfermagem, secretária, higienizadora e agentes de saúde.

Pequena amizadeAs amigas Tais Eberhardt, de 5 anos, e Yasmin Silva, de 4 anos.

Fé e bençãoO pastor Sérgio Lauri Patzer, na inauguração do novo templo da Comunidade Evangélica Luterana Cristo, localizada no bairro Santa Helena.

HomenagemAs três ex-diretoras, Therezinha Bettoni,

Terezinha Puerari e Ana Luiza

Brandelli, da Escola Estadual de Ensino

Fundamental Luiz Fornasier,

localizada no bairro Botafogo, foram

homenageadas no aniversário da

instituição.

BETTINA SCHÜNKE

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