64
PROVíNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIçãO DO BRASIL | SETEMBRO - 2016 | ANO LXIII • N o 09 | 01/09 Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 05/09 Dia da Amazônia

01/09 Dia Mundial de Oração c pelo Cuidado da Criação ... · paradigma pastoral da misericórdia: a acolhida e discernimento pastorais. Acolher o quê? É essa, sem dúvi-da,

Embed Size (px)

Citation preview

Pro

vín

cia

Fra

ncis

ca

na

da

im

acu

lad

a c

on

cei

çã

o d

o B

ra

sil

|

set

emBro

- 2

016 |

AN

O L

XIII

• N

o 0

9 |

01/09 Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

05/09 Dia da Amazônia

XxSumário

PrOvínCiA FrAnCisCAnA DA iMACulADA COnCeiçãO DO BrAsilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

Editorial O desafio de gerar paraísos........................................................................................................................ 471

Formação PErmanEntE “Misericórdia como paradigma pastoral”, de Frei João Fernandes Reinert ........... 472 Visita do Santo Padre à Porciúncula: “Aqui, tudo fala de perdão!” ................................ 474

Formação E Estudos Festa de Santa Clara reúne as três Ordens Franciscanas em Guaratinguetá ....... 476 FAV do Santuário Divino Espírito Santo acolhe aspirantes ................................................ 477 Postulantado Frei Galvão: Seminário realiza 4ª Festa Caipira ........................................... 478 Postulantes fazem experiência no Sefras ........................................................................................ 479 Frei Abel Schneider: 95 anos ..................................................................................................................... 480 ItF: Abertura da Igreja São Francisco de Assis ............................................................................. 481

sav Assembleia Provincial discute Plano Orgânico ........................................................................... 483

FratErnidadEs Ordenação Episcopal: Dom Evaristo Spengler, bispo do Marajó ................................. 484 Frei Felipinho se despede do Programa do Jô ............................................................................ 493 Blumenau: Santuário de Aparecida celebra Perdão de Assis .......................................... 494 Notícias de Bragança Paulista ................................................................................................................... 496 Convento da Penha: Caminhada de fé – Perdão de Assis ................................................. 498 Almoço do Dia dos Pais no Seminário de Agudos .................................................................. 501

EvangElização Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação .................................................................... 502 4º Encontro Provincial da Frente de Evangelização da Comunicação ..................... 504 Entrevista: Frei Claudino Gils e o “tempo franciscano no Bom Jesus” ....................... 510 Bom Jesus participa do dia ANEC ........................................................................................................ 512 Encontro Provincial da Frente de Evangelização da Educação ..................................... 513 Canarinhos: 74 anos ......................................................................................................................................... 514 Canarinhos: Meninas lançam CD na Alemanha ....................................................................... 516 Expansão do Campus Bragança Paulista......................................................................................... 518 Até o Panamá, Francisco! ............................................................................................................................. 520 A JMJ dos jovens franciscanos do Brasil........................................................................................... 522 Uma experiência da Porciúncula em Malange .......................................................................... 524 Encontro dos juniores da Família Franciscana de Angola .................................................. 525 Encontro dos Frades em Ano Missionário...................................................................................... 525

oFm Ordem dos Frades Menores cresce na áfrica e ásia ............................................................... 526 notícias E inFormaçõEs Frei Nilo Agostini lança seu 15° livro .................................................................................................... 528 Encontro dos Irmãos Leigos da Província ....................................................................................... 529

FalEcimEnto Frei Wilson Steiner ............................................................................................................................................. 530

agEnda ........................................................................................................................................................... 532

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 471

Editorial

“Queridos irmãos e irmãs, o perdão de que São Fran-cisco se fez ‘canal’ aqui na Porciúncula, continua

ainda a ‘gerar paraíso’ depois de oito séculos”. Estas são Palavras do Papa Francisco em Assis, na Porciúncula, onde esteve tão logo retornou da Jor-nada Mundial da Juventude, na Polô-nia. Segundo o Santo Padre, foi uma peregrinação simples, mas muito sig-nificativa neste Ano da Misericórdia. “Aqui tudo fala do perdão”, disse na sua mensagem. Misericórdia também é o tema de nosso artigo da Formação Permanente, desta vez numa aborda-gem pastoral realizada por Frei João Reinert, doutor em Teologia pela PUC do Rio de Janeiro e professor de Teologia do Instituto Teológico Fran-ciscano. Além de levar o Papa a Assis, a festa de Nossa Senhora dos Anjos, a Porciúncula, reuniu cerca de três mil fiéis, em procissão luminosa, no Mor-ro da Penha, em Vila Velha-ES, para celebrar também o Perdão de Assis.

Outro momento inesquecível foi a Jornada Mundial da Juventude, onde um grupo de jovens da Província, sob orientação do Serviço de Animação Vocacional, teve a chance de viver a alegria e a responsabilidade de ser uma Igreja Jovem comprometida com a mi-sericórdia. Na mesma peregrinação, os jovens estiveram em Assis. “Era bonito ver o quanto Assis falava profunda-mente a todos os corações. Tudo aqui-lo que até então era literatura, filmes, ideias e imaginação tornara-se concre-to e palpável. Mais ainda, o carisma de Francisco, tão encantador e profundo, continuava querendo seduzir e dizer

muito a cada um de que lá chegava”, contou Frei Diego Melo.

Neste número das Comunicações, também temos uma cobertura da Or-denação Episcopal de Frei Evaristo Spengler. Foram três horas de celebra-ção, tempo que passou despercebido pela leveza, riqueza do ritual e impor-tância do momento para o nosso que-rido confrade. Frei Evaristo entregue como dom à Igreja. Frei Wilson Stei-ner, por sua vez, entregue como dom à eternidade junto de Deus.

A Frente de Evangelização da Co-municação realizou seu 4º Encontro Provincial, com tema bem próprio para a época que vivemos: “Comuni-car e evangelizar em tempos de crise”.

Já a Frente de Evangelização da Edu-cação convida para o seu encontro anual. Nesta frente, destacamos os 74 anos dos Canarinhos e o “Tempo Franciscano” no Colégio Bom Jesus.

A capa é a bela imagem que ilustra o documento da Ordem “O Grito da Terra e o Grito dos Pobres”, subsídio da Ordem para o cuidado da Criação, exatamente no mês que celebramos o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação e o Dia da Amazônia. “É urgente a nossa resposta. A humani-dade e o planeta não podem esperar mais. Precisamos agir agora”, pede o Ministro Geral, Frei Michael Perry.

Frei Gustavo Medella

O DesAFiO De gerAr PArAísOs

472 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Formação Permanente

Passados seis meses da institui-ção do Ano Santo da Miseri-córdia pelo Papa Francisco, as reflexões teológico-pastorais

sobre o tema continuam, agora no in-tuito de analisar os primeiros resulta-dos pastorais desta louvável e original declaração. É preciso uma análise pas-toral que ultrapasse as muitas inicia-tivas pontuais, tais como as inúmeras celebrações, os jubileus da misericór-dia, as indulgências, as passagens pela Porta Santa, entre outras ações. Se es-sas e outras ações são sinais imediatos e visíveis daquilo que este ano quer ser, um ano da misericórdia é, por outro lado, insuficiente para alcançar a intenção do Papa Francisco e a natu-reza da própria palavra misericórdia.

Jon Sobrino, em seu livro ‘O Prin-cípio da Misericórdia’, chama aten-ção para os perigos, apesar das boas intenções, quando a misericórdia é entendida superficialmente como sentimento de compaixão sem ser acompanhada por uma práxis, ‘obras de misericórdia’; com o perigo de não atingir a transformação das estru-turas; e atitudes paternalistas. “Para evitar as limitações do conceito ‘mise-ricórdia’ e os mal-entendidos a que se presta, não falamos simplesmente de ‘misericórdia’, mas do ‘princípio mise-ricórdia’”1.

Pastoralmente urge assumir a misericórdia com paradigma e estilo evangelizador. Nesta perspectiva, o ‘ano’ da misericórdia perde sua força cronológica para se transformar em novo e permanente estilo pastoral, e parece ser esta a proposta de Francis-co já desde os primeiros dias de seu

Pontificado. Portanto, longe de ser tão-somente mais um de tantos anos pastorais temáticos, o Ano da Miseri-córdia sintetiza o ministério apostóli-co de Francisco, seu programa de go-verno, sua eclesiologia. É um ‘ano’ que veio para ficar, pois mais do que ano, vale insistir, trata-se de uma eclesio-logia, com opções pastorais bastante definidas. ‘O princípio misericórdia’ está na base de toda ação de Jesus e somente ela é capaz de recuperar o sentido da missão.

A pergunta que permanece é como traduzir o ‘princípio miseri-córdia’ no cotidiano da evangelização e como torná-lo palpável nas estru-turas eclesiais, o que nem sempre foi

possível em função da pesada carga burocrática que marcou a história da pastoral.

Uma primeira observação consiste em recordar que misericórdia não é primeiramente algo que a Igreja ofe-rece, mas aponta para aquilo que ela mesma é chamada a se transformar para então poder ser experimentada por todos como tal, ou seja, casa da misericórdia e da acolhida gratuita, da mesma forma que misericórdia em Jesus, muito mais do que algo que ele exercitava é o que está na origem de sua ação, é o que dá identidade a sua vida e missão.

Misericórdia como paradigma pastoral não consiste primeiramente

MiseriCórDiA COMO PArADigMA PAstOrAl

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 473

Formação Permanente

em dar algo, conceder be-nefícios aos ‘não merece-dores, mas permitir e opor-tunizar que o coração do Evangelho se aproxime das pessoas em suas situações concretas, com suas dores e alegrias, com seus limites e suas virtudes. O grande perigo, portanto, seria uma leitura moralizante da mi-sericórdia, transformando--a em responsável pela formação de dois grupos, os que dela não necessitam por estarem em ‘dia’ com Deus e com a religião, e o grupo dos beneficiários, ao passo que na sua essência o paradigma da misericórdia ou a misericórdia como paradigma evangelizador é o permanente esforço em ‘dar resposta às necessi-dades mais profundas das pessoas” (EG, 265).

Nas palavras de Pagola, autor que muito tem con-tribuído para recuperar a originalidade de Jesus, “precisamos dar ao Evan-gelho a oportunidade de

em suas atitudes e principalmente em sua cosmovisão. Diferentemente de João Batista, que esperava o juízo de Deus para um futuro próximo, Jesus o enxerga já presente sob a forma da misericórdia divina, e não a partir da expectativa de um grande juízo de fogo. Jesus anuncia que o Reino já está aqui, a misericórdia de Deus chegou. “Jesus oferece o perdão a todos. Após fazer um ‘estágio’ com João Batista, Je-sus se desloca do deserto e se direcio-na à terra habitada de Israel. “Sua vida itinerante pelos povoados da Galileia e seu entorno será o melhor símbolo da chegada de Deus, que como Pai vem inaugurar uma vida mais digna para todos os seus filhos”3. Enquanto que João era chamado de ‘batizador’ porque suas atividades giravam em torno do Jordão, Jesus é chamado ‘comilão e amigo de pecadores’ por-que costumava celebrar a acolhida de Deus comendo com os ‘indignos’.

No ministério de Jesus, a mesa, as curas, a acolhida incondicional, o perdão são a linguagem mais elo-quente daquilo que Deus mesmo é: Pai amoroso, cheio de misericórdia e de afeto a dar a todos. A partir desse pano de fundo, apontaremos duas ati-tudes pastorais através das quais mais visivelmente se pode captar o estilo/paradigma pastoral da misericórdia: a acolhida e discernimento pastorais.

Acolher o quê? É essa, sem dúvi-da, uma questão decisiva. A resposta obviamente vai dizer que se trata de acolher a pessoa. Contudo, pessoa do ponto de vista evangélico não é uma categoria abstrata; é sempre um ser concreto, com uma identidade e uma história. Acolhida é, portanto, aquela atitude de colocar o coração na situ-ação concreta de casa pessoa, sentir o coração de quem está aí, aproximar o coração daquela realidade, sem es-quemas predeterminados, que a prio-ri essa atitude valha universalmente para todas as situações. Em outras

palavras, acolher é se aproximar para ouvir as batidas existenciais do cora-ção do outro; é então, nesse momento, que a acolhida transforma-se em mi-sericórdia, em princípio, em ponto de partida.

Quando se acolhe ou se busca o ou-tro com esquemas predeterminados, não se está permitindo que o outro seja ele mesmo, nem que o Evangelho seja Boa Nova, pois nesse caso as normas e esquemas chegam antes do Evangelho. Olhar e acolher a pessoa na sua indivi-dualidade, na sua história particular, e a partir daí, juntos, traçar um percur-so pastoral a ser percorrido também conjuntamente, ou seja, encontrar juntos caminhos para que todos se encontrem com Deus, é o princípio da acolhida e da misericórdia. Portanto, acolher a pessoa não a partir de um conjunto articulado de doutrina, mas a partir de sua realidade e no respeito a seu ritmo, é atitude de quem sabe se colocar no lugar do outro. Muito do rigorismo pastoral e moral se deve ao pouco experimento da gratuidade de Deus. Nesse processo de sentir o coração alheio, nasce a descoberta do outro, de seu valor, de sua individuali-dade, de sua sacralidade, que por sua vez ajudará a pessoa a descobrir em si mesma essas dimensões.

Enfim, misericórdia não é algo que a Igreja oferece, mas é fundamen-talmente a purificação do olhar pasto-ral para se fixar no essencial. Acolher a vida na concretude da existência e somente depois, com discernimento pastoral, tentar oferecer as respostas de que se precisa e se busca é o princí-pio do princípio de misericórdia.

Frei João Fernandes Reinert

1- SOBRINO, J. O Princípio Misericórdia: des-cer da cruz os povos crucificados. Petrópolis: Vozes, 1992, p.33.

2 - PAGOLA, J. A. Voltar a Jesus. Para a reno-vação das paróquias e comunidades. Petró-polis: Vozes, 2016, p. 61.

3 - PAGOLA, J. A. Jesus, aproximação históri-ca. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 105.

entrar em contato direto e imediato com os homens e mulheres de hoje. Que sua força salvadora possa pene-trar em suas vidas, em seus problemas, crises, medos e esperanças”2. Tudo isso requer uma radical conversão da linguagem, das estruturas, das opções e dos pressupostos pastorais, sem os quais não será possível sentir o fres-cor e o perfume do Evangelho (EG 11; 39). A linguagem há de ser kerigmá-tica e mistagógica, as estruturas ecle-siais hão de ser flexibilizadas, os pres-supostos pastorais precisam partir da lógica de que misericórdia é princípio, antes de ser fim, tal como entendia Je-sus. Seu paradigma pastoral era clara-mente perceptível em sua linguagem,

474 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Formação Permanente

Gostaria hoje de começar, que-ridos irmãos e irmãs, por lembrar as palavras que, segundo uma antiga tradição, São Francisco pronunciou aqui mesmo, perante todo o povo e os bispos: «Quero mandar-vos todos para o paraíso». Que poderia o Pobre-zinho de Assis pedir de mais belo do que o dom da salvação, da vida eterna com Deus e da alegria sem fim, que Jesus nos conquistou com a sua morte e ressurreição?

Aliás, que é o paraíso senão o mis-

tério de amor que nos liga para sempre a Deus numa contemplação sem fim? Desde sempre a Igreja professa esta fé ao afirmar que acredita na comunhão dos santos. Na vivência da fé, nunca estamos sozinhos; fazem-nos compa-nhia os Santos e os Beatos – também os nossos entes queridos – que vive-ram com simplicidade e alegria a fé e a testemunharam na sua vida. Há um vínculo invisível – mas não por isso menos real – que, em virtude do único Batismo recebido, faz de nós «um só

corpo» animados por «um só Espírito» (cf. Ef 4, 4). São Francisco, ao pedir ao Papa Honório III o dom da indulgên-cia para quantos viessem à Porciúncu-la, talvez tivesse em mente estas pala-vras de Jesus aos seus discípulos: «Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu es-tou, vós estejais também» (Jo 14, 2-3).

“A via mestra para alcançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. E aqui, na Porci-úncula, tudo fala de perdão”.

No Jubileu dos 800 anos da Festa do Perdão de Assis, o Papa Francisco dedicou a tarde da quinta-feira (04/08) para rezar na Porciúncula, local que passou a ter um grande significado na vida de São Francisco e, posteriormen-te, foi considerada “cabeça e mãe dos Frades Menores”.

“Uma peregrinação simples, mas muito significa-

tiva neste Ano da Misericórdia”, disse o Papa.Antes de se pronunciar, Francisco deteve-se longamen-

te em oração silenciosa dentro da Porciúncula, onde colo-cou flores no pequeno altar.

Paraíso, arrependimento, perdão. Três linhas mestras que guiaram toda a reflexão do Santo Padre em Assis, que iniciou recordando as palavras do Santo de Assis pronun-ciadas ali mesmo, perante os bispos e o povo: «Quero man-dar-vos todos para o paraíso».

visitA DO sAntO PADre À POrCiÚnCulA

“AQui, tuDO FAlA De PerDãO!”

íntegrA DA MensAgeM DO PAPA

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 475

Formação Permanente

A via mestra a seguir para al-cançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. É difícil perdoar… Quanto nos custa perdoar aos outros! Pensemos um pouco nis-to. E aqui, na Porciúncula, tudo fala de perdão. Que grande prenda nos deu o Senhor ao ensinar-nos a per-doar – ou, pelo menos, a ter o desejo de perdoar –, para tocar quase sensi-velmente a misericórdia do Pai! Ou-vimos a parábola com que Jesus nos ensina a perdoar (cf. Mt 18, 21-35). Por que deveremos perdoar a uma pessoa que nos fez mal? Porque antes fomos perdoados nós mesmos… e infinitamente mais. Não há ninguém aqui, entre nós, que não tenha sido perdoado. Cada um pense… pense-mos em silêncio quantas coisas más fizemos e como o Senhor nos per-doou. É isto mesmo que nos diz a parábola: tal como Deus nos perdoa a nós, assim também devemos per-doar a quem nos faz mal. É a carícia do perdão, o coração que perdoa. O coração que perdoa acaricia. Como estamos longe daquele gesto: «Hás de pagar-mas!». O perdão é outra coisa! Precisamente como dizemos na ora-ção que Jesus nos ensinou, o Pai Nos-so: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido» (Mt 6, 12). As ofensas são os nossos pecados diante de Deus, e, àqueles que nos ofende-ram, também nós devemos perdoar.

Cada um de nós poderia ser aque-le servo da parábola que tem uma dívida para pagar, mas tão grande, tão grande que nunca conseguiria satisfazê-la. Também nós, quando nos ajoelhamos aos pés do sacerdote no confessionário, estamos simplesmen-te a repetir o mesmo gesto daquele servo. Dizemos: «Senhor, tem paciên-cia comigo!» Já alguma vez pensastes na paciência de Deus? Tem tanta pa-ciência. Na realidade, sabemos bem que estamos cheios de defeitos e mui-

tas vezes recaímos nos mesmos peca-dos. E todavia Deus não se cansa de nos oferecer o seu perdão, sempre que Lho pedimos. É um perdão completo, total, dando-nos a certeza de que, não obstante podermos voltar a cair nos mesmos pecados, Ele tem piedade de nós e não cessa jamais de nos amar. Como o senhor da parábola, Deus compadece-Se, isto é, experimenta um sentimento de piedade combina-da com ternura: é uma expressão para indicar a sua misericórdia para conos-co. Com efeito, o nosso Pai sempre Se compadece, quando estamos arrepen-didos e manda-nos voltar para casa de coração tranquilo e sereno dizendo que todas as coisas nos foram remi-das e nos perdoou tudo. O perdão de Deus não tem limites; ultrapassa toda a nossa imaginação e alcança toda e qualquer pessoa que, no íntimo do coração, reconheça ter errado e queira voltar para Ele. Deus vê o coração que pede para ser perdoado.

O problema surge, infelizmente, quando nos encontramos com um irmão que nos fez um pequeno agra-vo. A reação que ouvimos na parábo-la é muito expressiva: «Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: “Paga o que me deves!”» (Mt 18, 28). Nesta cena, temos todo o drama das nossas relações humanas: quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida conosco, invocamos justiça. E todos fazemos assim, todos. Esta não é a reação do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cris-tãos. Jesus ensina-nos a perdoar, e a fazê-lo sem limites: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (v. 22). Em resumo, aquilo que nos propõe é o amor do Pai, não a nossa pretensão de justiça. Na verdade, de-ter-se nesta não nos faria reconhecer como discípulos de Cristo, que ob-tiveram misericórdia ao pé da Cruz

apenas em virtude do amor do Filho de Deus. Não esqueçamos, pois, as palavras severas com que termina a parábola: «Assim procederá convos-co meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração» (v. 35).

Queridos irmãos e irmãs, o per-dão, de que São Francisco se fez «ca-nal» aqui na Porciúncula, continua ainda a «gerar paraíso» depois de oito séculos. Neste Ano Santo da Miseri-córdia, torna-se ainda mais eviden-te como a estrada do perdão pode, verdadeiramente, renovar a Igreja e o mundo. Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se. Repito: oferecer o teste-munho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se. O mundo tem necessidade de perdão; demasiadas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque incapazes de perdão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a ale-gria da serenidade e da paz. Peçamos a São Francisco que interceda por nós, para que nunca renunciemos a ser si-nais humildes de perdão e instrumen-tos de misericórdia.

Podemos rezar sobre isto. Cada qual como o sentir. Convido os frades, os bispos a irem para os confessioná-rios – eu também vou – para estar à disposição do perdão. Far-nos-á bem recebê-lo hoje, aqui, todos juntos. Que o Senhor nos dê a graça de dizer aquela palavra que o Pai não nos dei-xa acabar… aquela que disse o filho pródigo «Pai, pequei contra…» e [o Pai] tapou-lhe a boca, abraçou-o. Nós começamos a falar, e Ele tapar-nos-á a boca e nos revestirá… «Mas, padre, tenho medo de fazer o mesmo ama-nhã!» E volta… O Pai olha sempre a estrada, olha à espera que volte o filho pródigo. E todos nós o somos. Que o Senhor nos dê esta graça.

476 [coMUNIcAÇÕES]

Formação e Estudos

A festa de Santa Clara reuniu as três Ordens fundadas por São Francisco no Mosteiro Mater Christi das Irmãs Clarissas,

na Fazenda da Esperança em Guara-tinguetá. Frades, irmãs, OFS, postu-lantes e jovens da Fazenda reuniram--se nos dias 10 e 11 de agosto para celebrar as festividades de Santa Cla-ra. A abadessa Irmã Maria Antonieta, anfitriã da casa, exprimiu grande ale-gria de poder reunir no Mosteiro a fa-mília franciscana de Guarantiguetá e juntos celebrarem esta tão importante festa franciscana.

Na noite do dia 11, dia de San-ta Clara, Frei Hans Stapel presidiu a Celebração Eucarística na Capela do Mosteiro. Concelebraram os frades do Seminário e padres da Fazenda da Esperança. Nessa mesma celebração emitiu os primeiros votos na Ordem de Santa Clara a Irmã Maria Margari-da do Sagrado Coração de Jesus.

Frei Hans em sua homilia questio-

nou os presentes a respeito do ainda presente e vivo interesse de tantas jo-vens em viver a vida de Santa Clara. A resposta para ele é o ardente dese-jo de Deus que permanece vivo num mundo que tenta eclipsá-lo. A radical opção de vida das Damas Pobres é tornar realidade esse íntimo desejo de Deus que ressoa no coração humano. Para Frei Hans o testemunho autên-tico da vida das Irmãs Clarissas é o

motivo do grande sucesso do carisma clareano nos dias de hoje.

Durante o rito de profissão, Frei Hans disse à Irmã Margarida que esses votos apenas confirmam tudo aquilo que ela já vive e ainda oferecem-lhe mais forças para alcançar a coroa da santidade a exemplo de Santa Clara.

Nos agradecimentos, Irmã Mar-garida agradeceu a graça de poder dividir com os presentes esse impor-

FestA De sAntA ClArA reÚne As trÊs OrDens FrAnCisCAnAs eM guArAtinguetÁ

Formação e Estudos

tante momento de sua caminhada vocacional. Pediu ainda que todos rezassem por ela e suas irmãs. Após a celebração, Irmã Maria Antonieta ofereceu um jantar recreio. Esse mo-mento de confraternização refletiu o clima dessa festividade, a certeza de que reuníamo-nos como uma ver-dadeira família que celebra sua Mãe. Santa Clara, rogai por nós!

João Manoel Zechinatto

Concluído o primeiro semestre no Seminário São Francisco, em Itu-poranga, e após muita expectativa, chegamos e fomos acolhidos na FAV Santuário do Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES).

Chegamos no dia 27 de julho no ae-roporto de Vitória e foram nos buscar.Frei Djalmo Fuck, Frei Nazareno Naza-reno José Lüdtke e, para nossa surpresa e felicidade, o aspirante Lucas Saraiva, que tivemos a graça de rever. Foi um dia de muita alegria e convivência. Fomos acolhidos com muito carinho pela fra-ternidade que nos esperava: fizeram até

FAv DO sAntuÁriO DivinO esPíritO sAntO ACOlHe AsPirAntesum recreio por cau-sa de nossa chegada.

Neste recreio pu-demos conhecer um pouco dos freis da casa e eles um pou-co de nós. E nesse pouco que pudemos conhecer da frater-nidade, tivemos a certeza de que essa seria uma marcante fase de nossa vida. Agora, já instalados na casa, estamos aproveitando e des-frutando de cada momento de oração, aprendendo com a inteligência e expe-

riência dos freis e ajudando da forma que podemos na manutenção da casa.

Roberto Rocha da Silva e Gabriel Antônio Barão da Costa, aspirantes

Lucas, Gabriel, Roberto e Frei Nazareno

478 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Formação e Estudos

Dentro da programação do calendário de atividades do Seminário Franciscano Frei Galvão, a Festa Caipira já en-

controu um espaço especial. A 4º Festa ocorreu nos dias 5, 6 e 7 de agosto na Praça do Seminário. Para organizar o evento, estiveram envolvidos os frades, postulantes, vocacionados, as equi-pes de Nossa Senhora, as pessoas que ajudam na liturgia, irmãs, os nossos colaboradores e um expressivo grupo da comunidade de Guaratinguetá, que participam da vida do Seminário.

Com muita música, brincadei-ras e comidas típicas divididas em mais de 15 barracas ornamenta-das, os quase cem voluntários se organizaram nos três dias de festa para, na graça do Senhor, servirem franciscanamente os convidados do “Arraiá”. Além da festa, procurou--se fazer alguns momentos de es-piritualidade. No sábado, tivemos a Missa com a família franciscana e os religiosos de Guaratinguetá e, no domingo, uma missa que reuniu as diversas equipes de Nossa Senhora

da região do Vale do Paraíba.As pessoas encontram um am-

biente acolhedor e fraterno, de-monstram gostar de participar e já pensam na próxima festa. Segundo o guardião, Frei João Francisco, os maiores frutos da Festa Caipira são os laços de fraternidade, generosi-dade e alegria que unem a fraterni-dade do Seminário com a comuni-dade local e os diversos grupos com quem trabalhamos.

Frei Jeâ Paulo Andrade

seMinÁriO reAliZA 4ª FestA CAiPirAPOstulAntADO Frei gAlvãO

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 479

Formação e Estudos

tulantado de nossa Província. No mês de julho, os postulantes realizaram uma experiência de convivência com os projetos do Sefras na capital paulista. Mais do que conhecer os projetos, nos-so grande objetivo é fazer uma atuali-zação daquele encontro que São Fran-cisco um dia teve com o leproso. Desse modo, estar nos projetos e participar do dia a dia deles é o modo pelo qual tentamos realizar um encontro verda-deiro com aqueles e aquelas que se en-contram com sua humanidade ferida.

Nos primeiros dias em São Paulo, participamos de um momento de for-mação com a responsável pelo setor de articulação do Sefras, Rosangela Pezoti, e com Frei José Francisco de C. dos Santos. Recebemos orienta-ções gerais sobre o contexto em que o Sefras se insere, tanto na questão do serviço social como também a identi-dade da instituição dentro do carisma franciscano. Depois desse momento de formação inicial, fizemos uma vi-sita a todos os projetos do Sefras na cidade de São Paulo.

Em grupos de dois ou três postu-lantes, dividimo-nos nos projetos, e as-

POstulAntes FAZeM exPeriÊnCiA nO seFrAs

mos de perto o peso e a responsabili-dade que o ser franciscano tem frente a todo o público que participa dos proje-tos e o diferencial que os mesmos têm frente aos demais serviços sociais em São Paulo. Estendemos também nosso agradecimento à Fraternidade Santo Antônio do Pari, pela generosa acolhi-da que nos proporcionou. Transborda em nós o espírito franciscano de grati-dão por tudo o que pudemos vivenciar nesse intenso mês.

Frei Jeâ Paulo Andrade

sim, fizemos durante todo o mês essa rica experiência de se defrontar com o “novo”. A cada partilha, o sentimen-to externado pelos postulantes era de aprendizado. Não um mero saber, mas uma sabedoria de vida que se aprende a partir das vivências daqueles que se fazem sinais vivos do Cristo chagado a partir de sua história. O que antes poderia “parecer amargo”, tornou--se doce! O mês passou muito rápido e voltamos para Guaratinguetá com aquele desejo de quero mais. E temos a certeza de que a caminhada continua!

no decorrer do grande itinerá-rio da vida fran-ciscana, as cenas

da vida de São Francisco fazem sempre grande eco dentro de cada um de nós. Cada detalhe diz algo de profundo para nossa vida e para o nosso “fazer-nos fra-des menores. Uma das cenas mais conhecidas e reproduzidas da vida de São Francisco é o “en-contro com o leproso”. Esta passagem ilumina um dos momentos mais fortes do tempo do pos-

Além da experi-ência nos projetos do Sefras, tivemos a opor-tunidade de conhecer as fraternidades, bem como o trabalho que muitos frades reali-zam em São Paulo, no Pari, no Convento São Francisco e na Sede Provincial.

Agradecemos a todos os educadores e colaboradores e frades do Sefras. Testemunha-

480 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Formação e Estudos

O noviciado franciscano São José de Rodeio amanheceu em fes-ta. No dia 19 de julho do ano de 1921, na cidade de Selbach,

SC, nasceu o homem de Deus Abel Schineider que, por graça de Deus e seus santos, faz 95 anos de idade.

Frei Abel, com seu jeito sereno e tranquilo, dedicado à oração, medita-ção, disponível para atender às confis-sões dos noviços, sempre foi exemplo de vida, modelo de perseverança não só para os noviços como também para o povo rodeense.

Está entre os noviços há quinze anos. Apesar do seu problema de au-dição, ele conversa, concelebra, “brin-ca” e reza o ofício com os noviços. Atualmente é o frade mais idoso da Fraternidade permanente.

Na manhã deste dia, como de costume, pelas 6h30, na Missa pre-sidida por Frei Rafael Spricigo, ele recebeu o sacramento da Unção dos Enfermos. No sacramento da Unção dos Enfermos celebramos a solidariedade. Há um ícone que ex-pressa em toda sua profundidade o mistério que transparece na Unção dos Enfermos: a parábola do Bom Samaritano, no Evangelho de Lu-cas 10, 30-35. Todas as vezes que celebramos este sacramento, Jesus, na pessoa do sacerdote, torna-se o

Frei ABel sCHneiDer: 95 AnOs

próximo de quem sofre e está gra-vemente doente, ou é idoso. Este mandato é reafirmado de maneira explícita e clara na carta de São Tia-go 5, 14-15.

A festa culminou com um almoço, onde os noviços puderam expressar seu afeto, carinho, pelo aniversariante, cantando “Feliz Aniversário” e o can-

to de ação de graças (Canto do Irmão Sol) em um coral de três vozes. Esteve entre nós Frei Evandro Balestrin, De-finidor, Frei Fabiano Kessin, Frei Mar-cos Prado dos Santos, Frei Erick, es-tagiário do segundo ano de Filosofia (Frades da Paróquia Santo Estêvão) e Frei Marcos de Melo, compondo a Fraternidade São Francisco de Assis, em Ituporanga. E não só, o Frei Ladí Antoniazzi e Sebastião Kremer, repre-sentando a Fraternidade Santa Inês, em Balneário Camboriú, também se fizeram presente. Todos se juntaram à Fraternidade local para bem celebrar-mos o aniversário do nosso “Velhiço”, carinhosamente assim chamado.

Frei Evaristo Seque Joaquim

rODeiO

Formação e Estudos

CURSOS PARA O 2º SEMESTRE

O Deus Trindade: mistério de amor e comunhão?Refletir para melhor conhecer e amar o mistério da Santíssima Trindade, em diálogo com a cultura contemporânea. Captar de que forma as características do Deus Trindade são luzes permanen-tes para uma nova humanização. Horário: 19h30 às 22h00Dias: 19 a 23 de setembroFrei João reinert

Comunicação e PastoralO curso contempla o exercício de estu-do em torno da temática da Comunica-ção, especialmente no que diz respeito ao advento e avanço das novas tecnolo-gias e suas influências nas relações humanas e na vivência da fé cristã.Horário: 07h30 às 11h30Dias: 10 e 11 / 13 e 14 de outubroFrei gustavo Wayand medella

Com uma bela, significativa e tocante Celebração Euca-rística, presidida por Dom Gregório Paixão, dia 7 de

agosto de 2016, às 10h30m, ficou marcada a abertura da igreja de São Francisco de Assis ao povo de Deus.

A igreja dedicada a São Francis-co, após cuidadosa reforma volta a ser um lugar adequado e digno para sinalizar a centralidade do que é fei-to nesta casa de estudo teológico. Sabemos, e nos é sempre lembra-do, que, com efeito, uma verdadeira teologia se faz com reverência, ou seja, com oração, com contempla-ção do mistério amoroso e salvador de Deus.

Que esta Igreja, por sua significação, possa se tornar um lugar da misericór-dia de Deus, de acolhimento através da

itF: ABerturA DA igrejA sãO FrAnCisCO De Assis

partilha de vida entre todas as pessoas.Nesse sentido, o Instituto Teológi-

co Franciscano tem a alegria de con-vidar as famílias para participar aos domingos das missas que serão presi-

didas pelos frades do Instituto Teológi-co Franciscano e abertas à participação de todos. Frei Antonio Everaldo P. Marinho

Relacionamentos Amorosos - Uma abordagem psicológica e espiritualO curso livre sobre Relacionamentos Amorosos abordará os dinamismos presentes nesses tipos de interação. Se-rão apresentadas perspectivas teóricas sobre o sentimento amoroso, desde as primeiras pessoas com as quais o bebê interage até o compromisso com o côn-juge e os filhos, passando pelo amor a Deus, aos ideais, aos amigos, irmãos etc. Horário: 19h30 às 22h00Dias: 19 a 23 de setembroFrei Fernando de araújo lima

Meditação cristã: Exercícios e Reflexão Práticas iluminadas por textos místicos cristãosDuração: de 11 de agosto a 24 de novembroHorário: Quintas-feiras, das 19h30 às 21h30 Frei Fábio cesar gomes

RETIROS/2016 FRANCISCO DE ASSIS, O AMOR QUE DEIXA MARCASCom São Francisco, buscar inspiração para sentir, pensar e agir segundo o Evangelho de Jesus Cristo, ‘’amor que não é amado’’!Data: 17/09/2016 (Sábado)Horário: das 08h00 às 18h00Frei vitório mazzuco Filho COM MARIA, RUMO AO MILAGRE DE BELÉM Com Maria, refletir, meditar e orar a partir da experiência humana do limite e da impotência, para assim poder viver a experiência de salvação e gratidão que o Natal significa.Data: 17/12/2016 (Sábado)Horário: das 08h00 às 18h00Frei José ariovaldo da silva Informações:E-mail: [email protected]: www.itf.org.br

O rosto da Misericórdia em são Francisco e santa Clara de Assis

De 11 a 14 de outubro de 2016rondinha – Campo largo – Pr

insCrevA-sePor ocasião do “Ano santo da Misericórdia”, promulgado pelo Papa Francisco, a Fraternidade Franciscana são Boaventura - rondinha – Campo largo – Pr, oferece um Curso sobre o rosto da Misericórdia em são Francisco e santa Clara de Assis. Mais informações no site da Fraternidade são Boaventura: www.franciscanosrondinha.com.br

Frei joão Mannes

CursO De FrAnCisCAnisMO

É setembro, primavera de coloridas flores,Jardim de encantos, de sonhos e canções,trazendo em seus perfumes mais amores,diversidade de cores, a melhor das estações

o irmão sol brilhando em seu esplendorcom a linda irmã lua pela noite a luzirPassarinho canta a deus o seu louvore a irmã terra com fruto novo a surgir

então deixemos a primavera florirvenha de mansinho, em suave botãoFazendo do irmão o semblante sorrir

neste tempo novo pulse cada coraçãoacolhendo em novo abraço o existirretribuindo ao senhor com gratidão

Frei carlos nunes corrêa

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 483

SAV

da incapacidade de decisão por parte dos candidatos à Vida Religiosa. As reflexões se encaminharam a par-tir das provocações do texto que se referia a pessoas que podem passar a vida inteira sem tomar nenhuma decisão ou, ainda, querer que to-das as suas escolhas cumpram a sua vontade, ou seja, que aconteça uma aceitação rápida de seu querer ime-diato. O tempo atual é marcado pelas indecisões, e isto não seria diferente na Vida Religiosa, pois as decisões do candidato devem ser fundadas não em ideologias, mas na certeza de uma escolha que verdadeiramente seja sua vocação.

Na partilha dos animadores foi destacado que o Franciscanismo deve ser apresentado de modo atualizado, isto é, nos trabalhos atuais desenvolvi-dos pelos frades em nossas cinco Fren-tes de Evangelização e deve de forma concreta mostrar um “Francisco” que

está no meio do povo e da atualidade, sem perder o espírito de “oração e de-voção”. O trabalho vocacional não deve ser estritamente para “levar vocações ao seminário”, mas, antes disso, desem-penhar uma cultura vocacional, onde as diversas vocações sejam apresenta-das e discernidas. Ainda se destacou a importância do apoio de toda a frater-nidade local na animação vocacional e tê-la, como se pede, no projeto frater-no e, na medida do possível, promover uma equipe vocacional composta de religiosas, leigos, casados e jovens para melhor articular o serviço vocacional.

Na qu ar t a - fe i r a (10/08) in-vestimos um tempo no estudo do Plano Orgânico do SAV, desde a sua organização, passando pelas respon-sabilidades dos animadores locais, regionais e provinciais e chegando aos meios e objetivos que o SAV propõe. Entre os pontos discutidos, podemos elencar: A sensibilização com o povo

AsseMBleiA PrOvinCiAl DisCute PlAnO OrgâniCO

de Deus sobre a responsabilidade pela vocação de cada pessoa; a divulgação do carisma franciscano e o testemu-nho de vida fraterna. Partilhamos os trabalhos de cada fraternidade e os acompanhamentos que há em cada uma e os trabalhos desempenhados pelos animadores. Finalizamos o en-contro com o almoço e todos retorna-ram às suas fraternidades para conti-nuar os trabalhos pastorais.

“O Serviço de Animação Vocacio-nal é, antes de tudo, fruto do testemu-nho da vida franciscana, individual e comunitária, e consiste no conjunto de atividades pastorais desenvolvidas pelos frades e pelas fraternidades, a fim de que cada cristão possa seguir a própria vocação específica na Igreja e, de maneira especial, na proposta do carisma de São Francisco como proje-to de vida (CCGG 144; 145 §2)”.

Frei Raoni Freitas da Silva

entre os dias 09 e 10 de agosto, aconte-ceu no Convento São Boaventura,

em Rondinha Campo Largo – PR, a Assem-bleia Provincial do SAV (Serviço de Animação Vocacional), reunindo os animadores vocacionais da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Deu-se inicio aos trabalhos às 14h00 do dia 9 de agosto com a oração voltada para o ano da Misericórdia. Refletimos o texto do religioso Canossiano Amedeo Cencini acerca

484 [coMUNIcAÇÕES]

Fraternidades

gaspar (SC) - A bela e gran-diosa Matriz de São Pedro Apóstolo de Gaspar, no alto da colina no Vale do Itajaí,

foi testemunha da quinta ordenação de um bispo franciscano neste sá-bado (6/8), às 9 horas, quando Frei Evaristo Pascoal Spengler foi orde-nado bispo pelo Secretário Geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Ulrich Steiner (or-denante principal), e pelos bispos Dom Alberto Taveira Corrêa, Ar-cebispo Metropolitano de Belém (PA), e Dom Mauro Morelli, Bispo Emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ).

A igreja estava repleta pelos paroquianos de Gas-par e também pelos fiéis da Baixada Fluminense, RJ, um dos últimos locais de trabalho de Frei Evaristo, além de fami-liares e amigos do ordenando. A cerimônia contou ainda com a presença de 12 bispos além dos or-denantes, entre eles o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, que é natural de Gaspar, os con-

frades bispos de Frei Evaristo, Dom Severino Clasen, Dom Bernardo Bahlmann, Dom João Bosco, frades de toda a Província, especialmente de um grande grupo de Frades es-tudantes que vieram de Rondinha, os noviços de Rodeio, dezenas de padres, diáconos, seminaristas, reli-giosos e religiosas.

Nas palavras de boas vindas, o bispo anfitrião, Dom Rafael Bier-naski, da Diocese de Blumenau, Dom Evaristo é um presente de Deus. “Frei Evaristo é um filho des-ta terra e o quinto bispo escolhido desta região. E a destinatária desse presente de Deus é a Prelazia do Marajó”, saudou.

Obedecendo ao rito inicial, Frei Evaristo foi apresentado pelo Vigá-rio Geral da Prelazia do Marajó, Pe. José Antônio. A bula papal, assina-da pelo Papa Francisco, foi lida pelo

Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel. “Saudação e bênção apostólica. Dileto filho, queremos que mostre este nosso decreto ao clero e ao povo da tua Prelazia, aos quais exortamos que, sob tua dire-ção, de coração sincero, cumpram a vontade de Cristo na sua vida diá-ria”, leu Frei Fidêncio.

Um momento de silêncio tomou conta da assembleia durante a im-posição das mãos dos bispos, ante-cedida pela prostração e a Ladainha de Todos os Santos. Um momento central da celebração foi a prece de ordenação, quando Dom Evaristo ficou de joelhos, e os diáconos Frei Edvaldo Soares e Frei Robson Scu-dela seguraram aberto sobre sua ca-beça o livro dos Evangelhos e todos os bispos rezaram juntos: “Enviai agora sobre este eleito a força que de vós procede, o Espírito Sobera-no, que destes ao vosso amado Fi-lho, Jesus Cristo, e ele transmitiu aos santos Apóstolos, que fundaram a Igreja por toda a parte, como vosso templo, para glória e perene louvor ao vosso nome”.

Logo após, o eleito teve a cabeça ungida com o óleo santo e recebeu

OrDenAçãO ePisCOPAl

DOM evAristO sPengler

BisPO DO MArAjónosso ministério nos envia para as profundezas das misérias, dores e sofrimentos de nosso povo

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 485

Fraternidades

486 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

as insígnias: o anel, sinal de fidelidade, foi trazido pelos sobrinhos Antônio e Ketlyn (afilhada de Frei Evaristo); a mitra, sinal de santidade, pelas irmãs Maristela e Ânge-la; e o báculo, significando o cuidado do rebanho, pelos irmãos Carmen e Renato. A irmã Gertrudes fez a Pri-meira Leitura e o irmão Aloir fez a segunda.

A três horas de celebração não tiraram ânimo da assembleia. Em várias ocasiões, o público expressou a emoção e a alegria através de aplausos, como no mo-mento em que Dom Evaristo, já portando todas as in-sígnias episcopais (anel, báculo, mitra) andou entre o povo, distribuindo sorrisos e bênçãos. O riso constante, marca registrada de Frei Evaristo, davam sinais do con-

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 487

Fraternidades

tentamento e da gratidão que povoavam o coração do novo bispo.

Dom Leonardo fez uma bela homilia. “A fé, sugada no peito de tua mãe e embalada no colo de teu pai, par-tilhada com teus irmãos e irmãs, com a tua comunida-de de fé, pede que avances para águas mais profundas. A palavra ouvida que te despertou para a vida religiosa franciscana e para o presbiterado, pede que avances para águas da animação e santificação de uma Igreja parti-cular. Para águas mais profundas: mais doação, mais disponibilidade, mais meditação, mais atenção, mais generosidade, maior desprendimento, mais amor... Pede que seja Menor entre os menores”, exortou o Secretário

488 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

Geral da CNBB.Tomando como base o lema

episcopal do novo bispo, “Avança para águas profundas”, Dom Leo-nardo foi mais incisivo: “Ser bispo é um risco, quando permanecemos à margem, lavando as redes da noite do vazio de nós mesmos. Ser bispo é um risco, quando não nos entre-gamos de corpo e alma, por inteiro, todo inteiro ao serviço dos irmãos! É um risco, quando não chegamos até as periferias geográficas e exis-tenciais e deixamos de anunciar e proclamar que o ‘Amor não é ama-do’, disse, referindo-se à frase de São Francisco de Assis.

E Dom Leonardo continuou: “Nosso ministério nos envia para as profundezas das misérias, dores e sofrimentos de nosso povo. Na profundidade do drama humano, das entranhas do abandono, somos provocados a buscar, nas águas mi-sericordiosas e compadecidas do mistério do amor de Deus, o óleo do consolo e o vinho da proximidade para com o nosso povo. Descer para a profundidade do coração de cada

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 489

Fraternidades

um de teus irmãos e irmãs; compa-decido, toca, limpa, derrama o óleo da eleição, da unção nas feridas do corpo e do espírito; derrama o vi-nho da verdade, da alegria no cora-ção de teus irmãos e irmãs; conduz à casa da tua Igreja aqueles que são inúteis ao Estado e à sociedade (Ma-dre Teresa de Calcutá)”.

Quase no final da homilia, pres-tou uma bela homenagem ao ante-cessor de Dom Evaristo, Dom José Ascona Hermoso. “Quanto a nossa Igreja no Brasil é devedora a este ho-mem de Deus!”, disse, pedindo ora-ções e apoio ao novo bispo: “Certa-mente nos sentiremos ainda mais unidos a Dom Evaristo e à Igreja do Marajó se soubermos também par-tilhar além da oração, o afeto e os nossos bens”.

“nunCA AlMejei ser BisPO”Em seus agradecimentos finais,

Dom Evaristo começou agradecen-do carinhosamente a Deus, à Igreja, à Província Franciscana da Imacu-lada Conceição, aos seus confrades, familiares, ao povo que o conheceu

490 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

e ao novo rebanho de fiéis na Prelazia. “Ano passado, quando nossa Província Francisca-na se preparava para o Capítulo Provincial recebi a visita de Frei Nestor, o Visitador, re-presentando o Ministro Geral. Ele pergun-tou a cada frade onde gostaria de trabalhar nos próximos três anos. Eu lhe disse que era candidato a voltar à Missão de Angola. O Capítulo Provincial me elegeu Vigário Pro-vincial junto com o Ministro Provincial Frei Fidêncio. Dois meses depois de ter chegado a São Paulo, fui nomeado pelo Papa Fran-cisco para ser bispo da Prelazia do Marajó”, contou Dom Evaristo.

“Nunca almejei ser bispo. Entendo essa ta-refa não como uma promoção nem como um título, como podem alguns pensar, mas como uma missão, como um serviço que a Igreja me confia em função da própria Igreja e do povo de Marajó. Por isso, quando me perguntaram como será o bispo Frei Evaristo, respondi: continuarei a ser um frade menor, aberto a co-nhecer a Igreja, o povo, a história da Igreja do Marajó”, disse, recebendo um longo aplauso.

“Consciente de que Deus já fez aliança com aquele povo, já caminhou muito antes de mim naquelas terras e naquelas águas. Quero somar ao trabalho já desenvolvido pelo meu antecessor, Dom Azcona, ao tra-balho desenvolvido pela Ordem Regular de Santo Agostinho, aos padres diocesanos, aos religiosos e religiosas, aos missionários lei-gos, aos catequistas, ministros, às lideranças da Igreja e ao povo de Deus da Igreja do Ma-rajó”, prometeu.

Frei Evaristo recebeu uma homenagem dos fiéis da Baixada Fluminense, onde residiu por muitos anos, e dos doze sacerdotes que vieram da Prelazia. Ele não se esqueceu dos seus confrades com quem conviveu desde o Seminário, a conhecida turma dos “Gafanho-tos”: “Sempre foi uma turma alegre e unida. Unida para tudo: estudar, trabalhar, rezar, jogar e também para comer. Achavam que essa turma comia muito. Ficou conhecida na Província como Gafanhotos. São sempre um apoio na missão”. No final da Celebração, nas suas considerações, Dom Leonardo brincou: “Não pensei que pudesse sair um bispo da turma dos Gafanhotos”.

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 491

Fraternidades

O bispo emérito de Duque de Caxias, Dom Mauro Morelli, destacou o espírito fra-terno de Frei Evaristo. “Deus nos chama para confirmar a Igreja na fé, abrir o caminho e unir o povo no reino de Deus. Conheço Frei Evaristo há muito tempo e ele sempre olhou muito pelo povo. Sempre foi solidário e aten-to. É um frade com grande espírito de comu-nhão”.

Após a celebração, foi oferecido pela fa-mília um almoço festivo nas dependências da empresa Associação da Bunge Alimentos.

HOMenAgensA Câmara de Vereadores de Gaspar ho-

menageou o ilustre gasparense Frei Evaristo no dia 2 de agosto. Acompanhado da família e amigos, Frei Evaristo recebeu a homenagem e agradeceu aos gasparenses pelo apoio. No seu discurso disse que, mesmo distante da cidade, leva Gaspar consigo. “Já faz quase 42 anos que sai de Gaspar, mas a cidade sempre foi uma referência para mim. Quando escuto o nome Gaspar, o coração se alegra”.

A iniciativa, aprovada por unanimidade, foi do vereador Luis Carlos Spengler Filho, que considera muito importante a homena-gem. “O Frei Evaristo leva o nome da cidade para todo lado no seu trabalho de evangeli-zação”.

PriMeirA MissA nO POçO grAnDeA Igreja Santa Clara, no bairro Poço

Grande, ficou lotada de fiéis na manhã de domingo, 7 de agosto, para a primeira missa celebrada por Dom Evaristo Spengler após sua ordenação episcopal. A celebração teve a presença de familiares, amigos e da comuni-dade gasparense, que participou em peso de toda a programação do importante momento para a cidade.

Pouco antes do final da celebração, Dom Evaristo foi surpreendido por uma homenagem e por uma encenação repre-sentando momentos importantes da sua vida. Tudo foi organizado por Francisco Hostins Junior.

Frei Augusto Luiz Gabriel (fotos) e Moacir Beggo

Fraternidades

Descrição do Brasãona parte superior, a Bíblia revela o nome de Deus-Pai: “Eu sou”. O Filho-Jesus, repre-sentado pelas letras Alfa e Ômega, assegura a Sua presença diária no caminhar profético da Igreja. O Espírito Santo (raios de luz) ilu-mina e fortalece a missão.

À esquerda, a igreja São Pedro Apóstolo, no alto da colina, sinaliza a comunidade de fé gasparense, de onde surge a vocação.

À direita, a comunidade ribeirinha e as palmeiras representam a Igreja viva do ar-quipélago do Marajó, presente na terra e nas águas, irradiando o Evangelho e defenden-do a vida ameaçada.

na parte inferior, a abundância das águas. À esquerda, o Rio Itajaí no Vale Catarinen-se, e, à direita, as águas que circundam o arquipélago do Marajó. O pescador lança as redes para as águas profundas, obedecendo à ordem de Jesus. Seu corpo está voltado para a missão, com os braços erguidos em atitude de louvor e agradecimento. O azul das águas e nas bordas da rede aberta, o terço, representam a proteção de Maria a seus filhos, e a oração, alimento que susten-ta a missão. A barca representa a Igreja, em nome da qual se navega para águas profun-das.

O tau no centro do brasão remete ao so-nho de Francisco de Assis por um mundo de Paz e Bem, onde todas as criaturas são

O espírito de fé e religiosidade do povo gasparense deu à Igreja muitas vocações, entre elas cin-

co bispos franciscanos: Dom Daniel Hostin, Dom Quirino Adolfo Sch-

mitz, Dom Carlos Schmidt, Dom Jai-me Spengler e Dom Evaristo Spengler. Todos são filhos de São Francisco de Assis e professaram solenemente na Ordem Franciscana pela Província

Franciscana da Imaculada Conceição. A presença franciscana definitiva em Gaspar aconteceu no dia 17 de setem-bro de 1900, festa da Impressão das Chagas de São Francisco.

DOM evAristO é O QuintO BisPO FrAnCisCAnO De gAsPAr

irmãos e irmãs, e a Mãe Terra clama por respeito como nossa Casa Comum.

no brasão, o escudo está apoiado na Cruz episcopal. O chapéu eclesiástico na

cor verde simboliza o serviço do bispo e as borlas representam os doze apóstolos. Abaixo, a faixa com o lema: “Avança para águas profundas”, citação inspirada no Evangelho de Lucas 5,4.

O primeiro bispo franciscano de Gaspar é Dom Daniel Hostin. Foi nomeado bispo aos 40 anos de idade e foi ordenado no dia 29 de setembro de 1929, em Blumenau (SC). Faleceu em Lages (SC) no dia 8 de novembro de 1973, onde serviu a Diocese por 44 anos, marcando profundamente não só a história religiosa, como também social e politicamente.

O segundo bispo franciscano nasceu no dia 22 de novembro de 1918. Foi nomeado bispo de Teófilo Otoni aos 43 anos. Ordenado bispo em 25 de abril de 1961, promoveu na Diocese mineira um brilhante trabalho de evangelização onde fez a opção pelos pobres por mais de 20 anos. No dia 20 de junho de 2007, a irmã morte visitou Dom Quirino quanto tinha 88 anos.

O terceiro bispo nasceu dia 27 de janeiro de 1919 e foi batizado com o nome de Stanislau Hostin Schmitt. No dia 29 de agosto de 1960, Dom Carlos era surpreendido com a grata notícia de que o Papa João XXIII o elegera Bispo de Dourados. Foi ordenado em Roma no dia 28 de outubro de 1960. Em Mato Grosso ficou até 1970, quando renunciou, voltando ao Sul.

Dom jaime spengler é o quarto bispo de Gas-par. Foi ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011, exatamente nos 150 anos de fundação da Paróquia de Gaspar. No dia 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco o elevou à dignidade de arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Porto Alegre.

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 493

Fraternidades

nagens a alguns convidados”, explicou o apresentador. Sempre com muita leveza e alegria, o apresentador

brincou e questionou o frade, conhecido por sua esponta-neidade e atualmente pela série de pequenas novenas po-pulares publicadas pela Editora Vozes.

Entre os temas, o hábito, diaconisas, Pedro e Paulo, a formalidade dos textos evangélicos, a vida do frade no Se-minário e a arte de fazer licores.

Sobre o hábito, Jô disse que não entendia por que o fra-de “tinha a vantagem” de usar a veste religiosa e estava “de calça, blusa e cueca”. Felipinho responde: “Mas é claro. An-dar pelado fica feio!” (risos)

Falando baixinho, Jô se dirige a Felipinho: “Entre a Igreja de São Paulo e a Igreja de São Pedro, com qual você fica?”. Ele responde de pronto: “Com a de Jesus Cristo!” (aplausos).

- “Se saiu muito bem, Frei Filipinho”, responde Jô.- “Jesus está com Paulo e com Pedro”, diz Filipinho.Jô emenda: “Está mais com Pedro...” (risos)Para o apresentador, Paulo era muito rigído. “Jesus ja-

mais seria tão severo”, diz Jô.- “São Paulo era um homem do povo. Sofreu muito e

não desistiu. Ele foi corajoso e levou a Igreja aos pagãos. Ele continua firme sustentando a Igreja”, diz Felipinho.

“Eu acho que a Igreja deveria seguir mais Pedro do que Paulo”, diz Jô.

Ainda sobre os textos evangélicos, Jô disse que tem “vontade de reescrever, fazer uma readaptação do Evange-lho, de como o vê como uma notícia alegre. De alegria, de

Frei FeliPinHO se DesPeDe DO jô

boas vindas. Já notou: não tem uma imagem de Jesus rin-do? Ele devia sorrir porque tinha senso de humor. Imagine andar com aquela tropa?!”, pergunta Jô.

“Com as anedotas e burradas de Pedro devia dar garga-lhadas”, diz Felipinho.

“Claro”, responde Jô.Jô quis saber do entrevistado quando surgiu o hábito

de criar licores (o frade é mineiro de Santa Rita de Caldas). O frade respondeu que nunca cozinhou, mas morando em São Paulo, onde ficou 13 anos, resolveu fazer licores. “E deu certo. Meu licor criou nome no convento e todos os frades me aplaudiram”, contou.

- Todos eles beberam do seu licor?, pergunta Jô.“Todos não, porque tem uns frades ultrapassados, meio

fanáticos” (risos). A participação de Felipinho agradou o público que la-

mentou o final com o sonoro “ahhhhh”.

Frei Felipe Gabriel Alves, ou sim-plesmente Frei Felipinho, como é mais conhecido, é um assíduo fre-quentador do “Programa do Jô”.

Volte e meia ele aparece com seu amigo e apresentador Jô Soares, como foi no últi-mo dia 5 de agosto, quando Jô Soares jus-tificou mais este convite, lembrando que neste último ano do talk show “não pode-ria ficar sem a presença do frade”. A Globo anunciou que o ‘Programa do Jô’, depois de 16 anos, acabará em dezembro de 2016. Segundo a emissora, o acordo foi feito por ambas as partes em 2015, durante a última renovação de contrato. Até o final do ano, o programa contará com comemorações de despedida. “Farei esta última tempora-da com muito carinho e prestando home-

494 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida de Blumenau, em Itoupava Norte, celebrou no último dia 2 de agosto o Per-

dão de Assis, uma devoção francisca-na que se tornou um dos pontos altos do Ano da Misericórdia. Além dis-so, o Santuário dos Franciscanos em Blumenau foi escolhido como Porta Santa especial durante este Ano Santo extraordinário.

A celebração da Festa do Perdão de Assis, realizada às 19 horas, reuniu a comunidade, as Irmãs Franciscanas Catequistas e as duas Fraternidades da Ordem Franciscana Secular em Blu-menau. Foi presidida pelo pároco Frei Nelson José Hillesheim e concelebrada pelos vigários paroquiais Frei Pascoal Fusinato e Frei José Bertoldi. Durante

a Missa, foi lida a carta dos Ministros Gerais da Ordem Franciscana para esta data, lembrando que “com esse pedido de Francisco ao Papa de uma indulgência extraordinária para a pe-quena igreja da Porciúncula, ele inven-tou uma nova maneira para celebrar a superabundância do perdão e da mise-ricórdia de Deus para conosco.

A igrejinha da Porciúncula, que significa “pequena porção”, está loca-lizada dentro da Basílica Santa Maria dos Anjos, em Assis. Ela é conside-rada o berço da Ordem Franciscana. Devido à Jornada Mundial da Juven-tude, o Papa Francisco visitou a Porci-úncula para um momento de oração neste dia 4 de agosto, Dia do Padre.

Na celebração no Santuário de Aparecida não faltaram os símbolos

franciscanos, como a imagem de São Francisco, o Tau, a relíquia de São Francisco e a Cruz de São Damião. Se-gundo o pároco Frei Nelson José Hille-sheim, foi um momento de muita fé e “gerou na comunidade um sentimento de pertença do carisma franciscano”. “Isso também pôde ser visto durante a festa de Santo Antônio, onde tivemos uma participação do povo que supe-rou todas as expectativas. Para se ter uma ideia, o bolo de Santo Antônio tinha 20 metros e não foi suficiente”, explicou o pároco, animado com o povo acolhedor que encontrou desde o início do ano, quando passou a residir em Blumenau.

A Paróquia de Nossa Senhora Aparecida de Blumenau foi criada em 8 de maio de 1965 e se tornou Santu-

sAntuÁriO De APAreCiDACeleBrA PerDãO De Assis

BluMenAu

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 495

Fraternidades

ário em 12 de outubro de 1997. Além da Fraternidade, conta com dois diá-conos: Alcebíades Roncáglio e Moacir Gazaniga, que atendem também as comunidades: Santa Maria, São João Maria Vianney, São João Batista e São José.

DiA De FestAOs três frades da Paróquia Santuá-

rio de Nossa Senhora Aparecida - Frei Nélson, Frei Pascoal e Frei José - fo-ram homenageados no Dia do Padre, assim como as duas secretárias, Vânia Santiago, aniversariante do dia, e Ni-cole Zunino, que fez aniversário no dia 3. A paroquiana Suzana Mendon-ça, conhecida como Irmã Jacoba (refe-rência a Fra Jacoba, uma senhora que tinha muita proximidade aos frades e era considerada “um frade” na Or-dem, ajudou a preparar a homenagem aos padres e às aniversariantes.

Moacir Beggo

Rua Paris, 150 – Itoupava NorteCaixa Postal 4525 – CEP 89 052-510Blumenau – SCFone/Fax (47) 3323 3236/3378 3930e-mail: [email protected]

ENDEREÇO

496 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

A PAssAgeM De Frei BenjAMiM

no dia 12 de julho recebemos um telefonema do Frei Mário Tagliari,

guardião do convento São Francis-co em São Paulo, pedindo um lugar para Frei Benjamim Francisco Anso-lim. Não podíamos negar o pedido e o trouxemos para cá. Já no dia 14, o seu estado de saúde piorou, de ma-neira que o internarmos no Hospital da USF. Foi para a UTI e faleceu no dia 18 de julho. Celebramos a Missa de corpo presente com a fraternida-de no dia 18. À noite do dia 19 leva-mos o seu corpo para São Paulo para o descanso eterno. Lá, no Convento, celebrou-se o Réquiem às 7h30 e, logo em seguida, foi feito o sepultamento. Descanse em paz!

O juBileu De Frei CiríACO tOKArsKi

Festejamos, no dia 26 de julho, os 65 anos de vida sacerdotal do Frei

Ciríaco Tokarski. Foram momentos inesquecíveis. Duas sobrinhas de Frei Ciríaco chegaram no dia 20 de julho para o jubileu (26 de julho) e o aniver-sário (28 de julho) do tio.

No dia 24 de julho, chegaram mais oito parentes do Frei Ciríaco para participar da Missa e passar o dia com ele. Frei Carlos fez a primeira homenagem ao jubilado e, no fim da Missa, passou a palavra a Frei Ciríaco para dirigir umas palavras aos paren-tes.

Frei Ciríaco passou o dia todo com seus familiares.

Terça-feira, dia do jubileu, foi um dia totalmente diferente. A frater-nidade se reuniu para a oração das Laudes e, em seguida, tomou o café da manhã. Às 10 horas, realizou--se celebração da Missa solene em Ação de Graças. Membros da OFS participaram deste momento tão so-lene e tão significativo para a nossa Fraternidade. Frei Carlos presidiu a celebração e, ao seu lado, estava Frei

nOtíCiAs De BrAgAnçAsei que todos os confrades partilham da nossa vida aqui em Bragança Paulista. Por isso sentimos a obrigação de comunicar as riquezas da nossa vida fraterna.

[coMUNIcAÇÕES] 497

Fraternidades

Ciríaco paramentado. Na sua homilia, Frei Carlos falou sobre o “aqui estou” na ordenação sacerdotal e como Frei Ciríaco realizou esta entrega ao longo da sua vida. No fim da Missa, deu a palavra a Frei Ciríaco, que, com voz firme e forte, deu louvores a Deus e agradeceu pelos bens recebido por ele em prol do próximo. Deu a bênção fi-nal e, logo depois, nos reunimos para

o aperitivo e almoço bem especial. Terminamos estes dias de festa

com a celebração do aniversário do Frei Ciríaco no dia 28. As sobrinhas voltaram logo depois do almoço para Brasília.

reFOrMA DA CAsA

no dia 26 de julho se iniciaram as obras da reforma da casa. Depois

de muitas reuniões de planejamento, troca de ideias sobre a necessidade da ampliação, chegou o momento de começar. Serão feitos cinco quartos de enfermaria; será readaptado o es-paço da capela no andar térreo para salas de atendimento e depósitos; será instalado um elevador e reativada a capela no andar superior. Esperamos, que dentro de cinco meses, possamos inaugurar as novas instalações. Até lá vamos conviver com barulho e a poei-ra, fazendo a contagem regressiva até o momento da utilização do espaço em obras.

DiA DO PerDãO De Assis

no dia 2 de agosto celebramos a fes-ta da Porciúncula. De manhã cedo,

com a presença da OFS, celebramos a Eucaristia presidida por Frei Carlos.

À tarde, nos reunimos para a nossa celebração mensal. Realizamos uma celebração penitencial para rece-ber o “perdão de Assis” e, em seguida, absolvidos dos nossos pecados, a bên-ção do Santíssimo. Os frades termina-ram o dia com uma confraternização no refeitório.

Se você, caro confrade, quiser nos visitar, seja bem-vindo. Pedimos que avise com antecedência para que pos-samos receber você adequadamente. Muito obrigado!

Frei Carlos José Körber

498 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

A paróquia do Rosário de Vila Velha encontrou três grandes razões para uma romaria no-turna ao Campinho do Con-

vento. Não foi a primeira vez. Mas desta vez as três razões eram gritantes: celebrar os 800 anos do Perdão de As-sis, celebrar a abertura dos 400 anos da família vicentina e abrir o mês de preparação para a passagem comuni-tária da Porta Santa da Misericórdia que, em Vila Velha, está dentro da nossa paróquia e foi escolhida por fa-zer parte da primeira igreja do Espíri-to Santo, levantada em 1535 e até hoje em função religiosa.

O dia 5 de agosto de 2016 ficará para a história de Vila Velha. Não só pela encantadora abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, mas também porque, no mesmo horário, a Família Franciscana celebrava com extrema piedade e beleza, os 800 anos do Perdão de Assis. Os Confrades das três Fraternidades do Espírito Santo (Santuário, Convento e Colatina) se fizeram presentes, além dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular. Às 19 h já não havia mais espaço em

CAMinHADA De Fé – PerDãO De Assisfrente ao Portão do Convento, ao sopé do morro. Cerca de três mil pessoas, de todas as idades, com destaque para os jovens, preparavam suas velas para entrar no escuro da caminhada. Com cânticos marianos e orações, o povo foi-se inserindo, pouco a pouco, no espírito da romaria penitencial.

Vale destacar também a presen-ça significativa das irmãs religiosas e alunos do Colégio São José, localizado dentro da paróquia, aos cuidados das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. No próximo ano a família vi-centina celebra 400 anos de fundação e nascimento de seu carisma. Junta-mente com os Franciscanos de Vila

Velha, as Irmãs quiserem marcar o início de suas comemorações, mesmo porque há grande elo entre a Família Vicentina e os Franciscanos: o amor ao Cristo pobre e, por causa dele, a todos os empobrecidos.

Nas dez comunidades que com-põem a paróquia haviam sido distri-buídos folhetos sobre o Perdão de As-sis e o significado especial da romaria penitencial deste ano. Pontualmente às 19h30 a caminhada teve seu início. Frei Djalmo, guardião e pároco, deu as boas-vindas e reacentuou a motiva-ção espiritual da romaria noturna. Em seguida, fez a bênção e o acendimento das velas. A chama foi sendo passada

COnventO DA PenHA

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 499

Fraternidades

de mão em mão e iluminando a subi-da do morro. À frente o carro de som, com cânticos escolhidos e entoados por Frei Florival e equipe. Em seguida os estandartes de São Francisco, Santa Clara e Nossa Senhora da Penha. No meio do povo, uma enorme cruz, de sete metros, carregada em reveza-mento pelos penitentes estrada acima.

Durante o percurso, fizemos qua-tro paradas com cenas vivas francis-canas, ao encargo dos jovens. Sem dizer palavra, nossos jovens disseram tudo. A primeira: Francisco e o beijo no leproso; a segunda: Francisco e o crucificado de São Damião; a terceira: Francisco e a construção da Igreja de São Damião; a quarta: Francisco e o encontro com Clara. Frei Djalmo, Frei Nazareno e uma irmã da OFS se re-vezaram, tecendo breves comentários nas paradas. Desnecessários, aliás, porque as cenas por si só falavam e comoviam. Os quadros vivos estavam sinalizados por duas tochas acesas e iluminados com um foco de luz saído de dentro do escuro da mata.

Os cantos ou antecediam ou acompanhavam as quatro cenas. Um deles foi ‘O Enfermo é meu irmão’, do CD Perfeita Alegria; o outro foi do hi-nário da Família Franciscana: ‘O fogo do amor ardeu no peito’; o outro, ‘A Igrejinha de São Damião’, de Marcos Viana. E o já famoso ‘Doce é sentir’. Entre um quadro e outro, outras mú-sicas ajudavam os fiéis a refletir sobre a penitência, o perdão, a vivência da

presença de Deus, a caminhada hu-mana de cada. Uma equipe, ao som do violão, comandava o canto a partir do carro de som.

Às 20h20 a procissão luminosa, cantando e rezando, chegou ao Cam-pinho iluminado, recebida por Frei Vunibaldo, Frei Clarêncio e muitos cadeirantes e idosos que antecede-ram de carro a subida. A lua, nova de dois dias, não se destacava no céu, mas se compensava na multidão in-contável de luzes de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Viana e na es-teira dos navios ancorados na entrada do Tubarão. O vento estava suave e ameno como aquele do Monte Ho-reb, em cujas asas Deus baixou para falar com Elias. Nessa noite, Deus desceu ao Campinho, enquanto falá-vamos da alegria do perdão, da força da misericórdia, da necessidade da reconciliação, olhando com os olhos da fé os grandes modelos de perdão e ternura na pessoa de Jesus, de Ma-

ria, de Francisco, de Clara, de Vicente.A grande cruz de madeira foi pos-

ta aos pés do altar armado no Campi-nho, como símbolo da deposição no altar do Senhor das nossas dificulda-des e pecados. Frei Pedro de Oliveira saudou os romeiros em nome dos Franciscanos. Frei Clarêncio compa-rou a luminosidade das velas à graça da reconciliação, pregada e procura-da nas dez comunidades do Rosário, já quase prontas para passar juntas a Porta Santa da Misericórdia, no pró-ximo dia 3 de setembro. A Irmã Ri-zomar Bonfim Figueiredo explicou ao povo o sentido dos quatrocentos anos vicentinos. Frei Djalmo apontou a pequena ermida de São Francisco, de repente toda ornada de luzes e flo-res, como sendo a nossa Porciúncula. Dela saíram os jovens e um bando de anjos trazendo balaios de pão, símbo-lo da comum união de todos os re-conciliados. O pão foi abençoado por Frei Pedro Engel e distribuído, depois que juntos renovamos a fé, rezamos pela igreja inteira e recebemos a ab-solvição da nossa miserabilidade. E já então não precisávamos mais das ve-las acesas, porque se tornara realidade a promessa do Apocalipse: a glória de Deus cobriu o Campinho. O injusto tornou-se justo. O santo ficou mais santo. E todos nós recebemos graça sobre graça.

Frades de Vila Velha

500 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Fraternidades

FAleCiDOs

Meu Deus, o que vejo!Vejo o Cristo pobre, desnudo,entre inocentes animais nascido,pelas elites corrutas deste chão perseguido, varrido,pelo poder de Deus reerguidoe, por mim, de si, ele deu tudo,o mal já foi todo vencido.Se soubessem o que vejo e sinto!Abdicariam da depravação maldita,da ganância por riqueza e poder,das preconceituosas falácias,do orgulho sádico, vão prazer.Se soubessem o que vejo e sinto!Tudo isso devolveriam, quanto antes,a quem mesmo de direito:ao diabo.Oxalá o façam algum dia.Por viverem cegos.Ou, talvez, nem queiram ver.Escolha sua.Paciência.Tenho pena dessa gente.Vão sofrer.Talvez um dia acordempara o belo de uma nova ordem,ordem de Deus, tempos melhores,ordem dos menores.Tive pena de mim.Acordei.Dono de nada, pouco a pouco, me sinto quase bem-aventurado.Para mim, foi-se o passado.Futuro, ao Altíssimo pertence.Agora, sou o que sou:apenas muito amado.

Frei José Ariovaldo da Silva

PerDer Ou gAnHAr?

1) Faleceu na madrugada do dia 15 de agosto, em Tim-bó, SC, Alfredo Beckhäuser, ex Frei Boaventura, irmão de Frei Alberto. Durante cerca de quinze anos Alfredo fora irmão na Ordem e na Provín-cia. Os confrades mais idosos o conheceram em Rodeio, dedicado à casa, na roça, na horta, no pomar, praticamente suprindo às necessidades do Convento do Noviciado du-rante anos. Muitas vezes, can-sado, no ofício da meia-noite, acabava dormindo o tempo todo. Deixou a Ordem, porém

continuou fiel à Igreja como veterinário em Timbó, onde constituiu família. Faleceu aos 83 anos e meio, deixando a esposa Gertrudes Giovanella, duas filhas, genros e cinco ne-tos. Exercia grande liderança na comunidade eclesial, bem como na sociedade de Timbó.

2) Faleceu no dia 15 de agosto, aos 85 anos de idade, vítima de AVC, D. Orisa Mon-teiro Belo, mãe de Frei Athayl-ton (Tatá).

Atendendo ao pedido de nosso pai Francisco, rezemos pelos falecidos!

O Seminário Frei Gal-vão, em Guaratinguetá, apresenta o livro “Rezan-do com Frei Galvão”. Dele fazem parte novenas, ora-ções, invocações, bênçãos, ladainhas e hinos. “Torne--se um missionário de Frei Galvão e ajude a divulgar o exemplo bonito de vida que ele deu para o Brasil. É importante que todos os brasileiros conheçam melhor a vida do primei-ro santo nascido na nossa pátria e que façam dele modelo de vida”, motiva a mensagem inicial.

Entre outros temas, o livro ensina como enten-

reZAnDO COM Frei gAlvãO

der e ter fé nas pílulas de Frei Galvão.O livro pode ser adquirido no Seminário, pelo número (12)

3132-6233.

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 501

AguDOs

Dia 14 de agosto, a Fraternidade do Seminário Santo Antônio promoveu um almoço de con-fraternização e comemoração

pelo dia do Pais. A resposta da comu-nidade da cidade e região foi imediata. Foram feitos trezentos convites que já no começo de agosto se esgotaram. Se tivéssemos a oferecer mais uns 100 ou 150, sem dúvidas, teriam sido vendidos.

O refeitório do Seminário ficou cheio. Famílias inteiras vieram come-morar o dia dos Pais. Nossa cozinha como sempre correspondeu à altura e a comida foi muito elogiada por todos. Após o almoço todos tiveram a opor-tunidade de passear pelas dependên-

cias do Seminário. Um “pé de livro” posicionado numa frondosa árvore entre a igreja e a primeira ala atraiu a atenção de crianças e adultos que ali puderam, sob a refrescante e generosa sombra, ler e contar histórias a partir de bons livros infantis. No campo, uma tenda colorida foi montada e ali fez-se a distribuição de pipas e carretéis para que pais e filhos brincassem juntos. Também dois “pipeiros” estavam à dis-posição daqueles que quisessem apren-der a fazer uma pipa e colocá-las no ar. Faltou vento, mas sobrou disposição e diversão. Num outro canto do campo, pais e filhos, com suas sanfonas, toca-vam modas caipiras tradicionais.

Uma outra grande atração foi o museu Frei Gregório Jonscher, visita-do por aproximadamente 160 pessoas e ali, pelas assinaturas no livro de visi-tantes, pudemos ver que o evento não se limitou a Agudos. Tínhamos pes-soas de Lençóis Paulista, Pederneiras, Bauru, Jaú e Mineiros do Tiête. Todos saíram felizes pela oportunidade de passarem um dia, em família, num local acolhedor e aprazível, felizes por verem que o Seminário, ao contrário do que se fala, não está fechado, e já saíram perguntando e esperando pela próxima promoção do Seminário.

Frei James Gomes Neto

AlMOçO DO DiA DOs PAis nO seMinÁriO

Fraternidades

502 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Anthony Perry, assina o prefá-cio do livreto “O Grito da Ter-

ra e o Grito dos Pobres”, um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação, que, segundo o sucessor de São Fran-cisco, é uma exortação para sermos abertos ao mundo que nos circunda, para escutar com atenção a todas as criaturas que habitam este pequeno planeta, a nossa casa comum. “Este nasce de uma preocupação urgente que “O grito da Terra e os Gritos dos Pobres” são ignorados e que, como Franciscanos, precisamos ser colabo-radores no diálogo, oferecendo a nos-sa contribuição específica à cura do

01/09 - Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação05/09 - Dia da Amazônia

O gritO DA terrAe O gritO DOs POBres

um subsídio da Ordem para o cuidado da Criaçãonosso mundo e das pesso-as que vivem nele”.

Segundo Frei Michael, este breve documento tem suas raízes nas tradições franciscanas e bíblicas, e exprime intencionalmen-te a mesma tradição em colaboração com a ciên-cia contemporânea. “Este era o desejo expresso pelo Capítulo Geral de 2015 (Rumo às Periferias com a Alegria do Evangelho), que pediu um subsídio para o estudo sobre o cui-dado da Criação que tives-se uma sólida base bíblica, eclesial, franciscana e cien-tífica. A teologia e a ciên-

cês, meus irmãos, serem capazes de responder aos desafios ecológicos do nosso tempo. Gostaria de sublinhar este aspecto particular do nosso em-penho franciscano no mundo. Ins-pirados pelo exemplo de São Fran-cisco, nós, Frades Menores, somos chamados a “fazer” de modo tal que possamos compreender mais profun-damente os gritos do povo de Deus, o grito da Criação de Deus. Somos convidados, através de nossas ações, a nos tornarmos místicos e homens de fé, capazes de perceber a beleza e a maravilha da obra de Deus na vida de nossos irmãos e irmãs e em cada ser vivo, todos criados para participar juntos na glorificação de Deus e para oferecer um serviço de amor e cuida-do um do outro”.

Frei Michael encoraja a todos aqueles que usam dos recursos natu-rais a reavaliar o seu modo de perce-ber e de agir, e de reestruturar o seu estilo de vida, a fim de permitir que o Espírito de Deus modele em cada um de nós uma “visão ecológica integral” que abrace tudo, na caridade e na jus-tiça; para que possamos permitir que Deus trabalhe o maravilhoso mistério de amor e de misericórdia que está dentro de nós, de modo que possamos remover os obstáculos que nos fazem surdos ao Grito da Terra e aos Gritos dos Pobres. É urgente a nossa resposta. A humanidade e o planeta não podem esperar mais. Precisamos agir agora!”, exortou o Ministro Geral.

cia são duas perspectivas diversas que juntas, nos permitem ver o universo em sua profundidade tridimensional. Como disse o Rabino Jonathan Sacks: “A ciência é a busca de uma explica-ção. A religião é a busca de sentido” (“The Great Partnership. God, Scien-ce and the Search for Meaning, 2011)

“Nós, Franciscanos, precisamos empenhar-nos de modo inteligen-te, com todas as ciências, a fim de integrar as nossas intuições. Em concomitância com os documentos precedentes da Igreja e da Ordem – especialmente com a Laudato si’ – este opúsculo tem o objetivo de for-necer uma orientação sobre o modo de as nossas Entidades e todos vo-

Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão poderosa.

São vossas e estão repletas da vossa presença e da vossa ternura.

Louvado sejais!

Filho de Deus, Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas.

Fostes formado no seio materno de Maria, Vos fizestes parte desta terra,

e contemplastes este mundo com olhos humanos. Hoje estais vivo em cada criatura

com a vossa glória de ressuscitado. Louvado sejais!

Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai e acompanhais o gemido da criação,

Vós viveis também nos nossos corações a fim de nos impelir para o bem.

Louvado sejais!

Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito,

ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo,

onde tudo nos fala de Vós.

Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão por cada ser que criastes.

Dai-nos a graça de nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe.

Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo como instrumentos do vosso carinho

por todos os seres desta terra, porque nem um deles sequer é esquecido por Vós.

Iluminai os donos do poder e do dinheiro para que não caiam no pecado da indiferença, amem o bem comum, promovam os fracos,

e cuidem deste mundo que habitamos.

Os pobres e a terra estão gritando: Senhor, tomai-nos sob o vosso poder e a vossa luz,

para proteger cada vida, para preparar um futuro melhor,

para que venha o vosso Reino de justiça, paz, amor e beleza.

Louvado sejais! Amém!

ORAÇÃO CRISTÃ pelA CRIAÇÃO

*Ora

ção

tirad

a do

livre

to “O

Grit

o da

Ter

ra e

o G

rito

dos P

obre

s”.

504 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

A frase de Frei Volney Berkenbrock, diretor da Editora Vozes, no final do primeiro dia do 4º Encon-

tro da Frente de Comunicação da Província da Imaculada Conceição, em Rondinha (PR), serviu de resu-mo conclusivo de todas as reflexões que abordaram o tema “Comunicar e evangelizar em tempos de crise”.

Só na parte da manhã, o tema foi abordado por três diferentes aspec-tos. Frei Vagner Sassi, professor e doutor em Filosofia, abordou a cri-se no campo da ética; Élson Faxina, jornalista e professor da Universida-de Federal do Paraná, falou sobre a crise nos aspectos político, econô-mico e social; e Moisés Sbardelot-

to, doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), inseriu a crise no grande redemoi-nho de transformações que sofre a sociedade com as novas tecnologias e de como elas mexem com a comu-nicação.

étiCA MAis HuMAnASegundo Frei Vagner, hoje em

todas as pautas são tantos os “usos e abusos” do termo ética. Para ele, é importante conhecer bem o seu sig-nificado, já que na práxis humana ele pode significar “casa, habitação” ou “usos e costumes”. “Essa segun-da significação é mais corrente e traz o nome de ‘moral’. Usos e cos-

tumes são sistematizados em códi-gos morais (mandamentos, regras, princípios etc), sejam religiosos ou laicos”, explicou, acrescentando que quando se fala de ‘crise no campo da ética’, num primeiro momento, toma-se ética por moral.

“Essa abordagem é válida, cor-reta e necessária. Diante de uma economia que desconsidera o hu-mano, há que se fazer alguma coisa. Diante de um procedimento médi-co que desumaniza, há que se fazer alguma coisa. Diante de um meio de comunicação de massa que alie-na as pessoas, há que se fazer algu-ma coisa... Mas há que se atentar para o modo de se fazer tudo isso, justamente para não se recair na

4º enCOntrO PrOvinCiAl DA Frente De evAngeliZAçãO

“A Crise é uMA CHAnCe e nãO uMA AMeAçA”

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 505

Evangelização

mesma lógica que se combate, para não se entrar no mesmo jogo, ‘olho por olho, dente por dente’...”, aler-tou o frade.

Para ele, é então que surge uma outra situação de crise: a ausência e o esquecimento do significado ori-ginário do termo ética, que diz res-peito não a um “juízo/julgamento da razão”, mas ao que chamaria de uma “prática de inclusão”, onde se acolhe o outro como que “em casa” (ethos)”. “Tenho para mim que, no encontro com Jesus, sua ‘prática de acolhida’ falava mais alto do que seu ‘discurso moralizante’, se é que este existia...”, emendou.

Segundo o frade, parece que essa foi a metodologia ética de Je-

sus e de São Francisco. “Quando Je-sus não joga pedra na pecadora, ele não está compactuando com ela: Eu acredito que não. Ele está sendo hu-mano com ela. Será que não foi isso que mudou a vida dela?”, perguntou. Para o frade, as pessoas se transfor-mavam a partir do encontro com Ele. “Essa crise ética, no fundo, tem uma resposta e essa resposta, certa-mente, não passa pela moralização. Tem que passar por uma prática de transformar as nossas práticas edu-cativas, as nossas atitudes na comu-nicação. “Como é que, a partir disso, a gente pode trocar uma atitude de poder, de mando, de força, por uma estrutura mais humana e sensível?”. Para ele, há pistas para uma nova

metodologia ética mais livre, menos condicionada e menos moralizante.

O COMeçO DA sOluçãONeste quarto encontro provin-

cial, o professor Faxina voltou a dar a sua contribuição na formação de profissionais e pessoas ligadas à co-municação da Província, já que par-ticipou do segundo encontro. Ele lembrou logo no início de sua pales-tra que não é economista, político, filósofo, sociólogo, mas jornalista e professor da Universidade Federal do Paraná. Faz parte de um grupo de estudos que tenta fazer essas re-flexões sobre esse momento que se vive no Brasil. “Mas quanto mais a gente estuda, mais a gente faz per-

Frei Vagner Sassi, professor e doutor em Filosofia

506 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

guntas, porque mais dúvidas apare-cem”, ressaltou.

Segundo o professor, sintetizar al-guma coisa nas áreas como política, social e econômica é muito comple-xo. Mas ele acredita que o Brasil, as-sim como a América Latina, vive um “momento de pêndulo”, que por um tempo pendeu mais para a esquerda e está agora voltando para a direita.

“Como a esquerda na América Latina não conseguiu dar respostas a todas demandas históricas da so-ciedade - deu parte, não deu tudo que precisava - busca agora soluções em outro lado. Daqui a um tempo, o pêndulo volta. É assim que funciona a política”, explicou, especialmente porque ela está muito vinculada à economia no mundo ocidental. “E a economia capitalista não vive sem crise. É da natureza do capitalismo. Ele precisa da crise”, enfatizou, ci-tando exemplos de crises produzi-das como o boom imobiliário etc. Esse é um momento de refluxo.

Faxina pergunta qual a forma de se tentar entender essa crise, es-pecialmente num momento em que há muito mais gente falando pelas mídias sociais. “É muito difícil, em tempo de crise, ter em quem confiar porque são muitas verbalizações. Qualquer babaca (sic) entra na rede social, posta alguma coisa e viraliza”, disse, citando que no último domin-go, em Curitiba, um grupo pequeno pregava a volta ao regime militar com argumentos como: “Nós tínha-mos melhor educação etc...”.

Para ele, esse é o grande proble-ma: Quais são as fontes confiáveis a serem buscadas? Nesse momento, mais do que a gente botar fogo - “vamos tirar governo, vamos botar governo” -, é hora de tentar devol-ver para a sociedade as informações corretas sobre economia, política e repensar como nós orientamos as massas: como sujeitos de transfor-

mações ou massas de manobra? Para o jornalista, toda crise é o

começo da solução. “Não é o fim dos tempos. Toda crise vem nos alertar: ‘olha, algo precisa ser transforma-do’. É hora de buscar informações corretas e confiáveis e desenhar um novo futuro”, completou, lembrando que nenhum problema é rápido de se resolver, mas é preciso entender a crise para se construir lá na frente.

O DesAFiO DAs MíDiAs

O também jornalista Moisés Sbar-delotto fechou a manhã abordando outro aspecto de crise. O doutor e mestre na linha de pesquisa da midia-tização e processos sociais, e autor do livro “E o Verbo se fez bit: A comu-nicação e a experiência religiosa na internet” (Editora Santuário, 2012),

lembrou que as tecnologias invadiram a vida das pessoas e das famílias. Não tem mais como fugir disso: Mudou-se a forma de aprendermos e de nos re-lacionarmos. “É preciso estar atentos para responder melhor a esses desa-fios”, disse o colaborador do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Moisés deu um panorama de como estamos vivendo como socie-dade e depois passou a falar especi-ficamente sobre a revolução digital, que no Brasil registra os dados de 110 milhões de usuários de internet e 96 milhões de pessoas utilizando as mídias sociais, só para citar alguns.

Moisés reconhece que essa mu-dança rápida gerou uma crise na sociedade. “Ela nos tomou e mudou a nossa forma de conexão, a nossa forma de entrar em contato com a

Élson Faxina, jornalista e professor da Universidade Federal do Paraná

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 507

Evangelização

informação, então muitas coisas estão em cheque. Mas não temos muitos horizontes para saber onde vai dar isso, que desdobramentos vai gerar”, ponderou, frisando que é preciso estar sempre atento às pe-quenas mudanças que vão acontecer em nosso cotidiano e de como isso nos afetará, especialmente as crian-ças: “A questão é mais profunda. A vida delas está mudando também. Essas crianças aprendem de um modo diferente, se relacionam de modo diferente. Isso afeta tudo. É um choque cultural mesmo. Mas isso não significa que é uma geração pior, mas uma geração que desafia a nós mesmos”, explicou.

Moisés abordou também a ques-tão comunicacional do Papa Fran-cisco e lembrou que ele vem fazer a

gente acordar para um mundo mais plural. No final, ele apresentou algu-mas luzes que o Pontífice lança:

1. Dentro da ecologia integral. Pensar a comunicação a partir dessa perspectiva. Não dá mais para pen-sar a TV, o rádio nos seus quadra-dos; se a gente não pensar isso inte-grado, como disse na Laudato Sí, vai ser difícil sobreviver na complexi-dade midiática de hoje; 2. Processos tentativos. Ninguém tem a fórmula, a receita dourada para dar o como agir no mundo contemporâneo. Pode haver seus erros e acertos; 3. Um processo de experimentação/invenção. O Papa vai dizer que dar prioridade ao tempo é ocupar-se mais com iniciar processos do que possuir espaços (Evangelii Gau-dium); 4. O jornalista tem o papel

de transformar o caos no cosmos. Precisamos harmonizar as diferen-ças por meio de formas de diálogo que nos permitam crescer na com-preensão e respeito.

Moisés voltou na parte da tarde para fazer as considerações finais antes de viajar para São Leopoldo, onde reside.

COMO A Crise DesAFiA nOssA evAngeliZAçãO

Na segunda parte desta terça--feira, Frei Volney Berkenbrock, professor de Teologia e diretor da Editora Vozes, e Frei Neuri Reinis-ch, diretor da Fundação Celinauta, abordaram o tema no contexto da evangelização na Província.

Falando da experiência da Fun-

Moisés Sbardelotto, doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

508 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

dação Celinauta, Frei Neuri lem-brou que iniciativas voltadas para o bem também dão audiência e ajudam nas transformações sociais. Citando o Papa Francisco, lembrou que podemos e devemos julgar situ-ações de pecado - violência, corrup-ção, exploração -, mas não podemos julgar as pessoas porque só Deus pode ler o coração delas.

Frey Volney encerrou o dia fa-zendo uma avaliação teórica da cri-se nas instituições religiosas. Sem fazer citações de locais, informou que gostaria de fazer uma leitura da ideia da crise como descompas-so entre a realidade e organização e como se poderia pensar essas duas coisas juntas de alguma forma.

“O mundo é uma construção so-cial de sentido. Isso não sou eu que digo. É o sociólogo da religião Peter Berger. Eu queria utilizar um pouco a teoria dele para inspirar esse momen-

to”, propôs. “Da mesma forma, uma instituição é um pequeno mundo, que se mantém coeso por ser uma estrutu-ra de sentido socialmente construída. Ou seja, é uma instituição que de-pende totalmente do espírito de seus participantes”, disse, citando alguns li-vros do autor publicados pela Editora Vozes no Brasil, como “A construção social da realidade”, “O dossel sagra-do”, “Um rumor de anjos”, “Os muitos altares da pós-modernidade”, “O Im-perativo herético”.

O processo dialético da socie-dade define-se para Berger em três momentos: exteriorização, objetiva-ção e interiorização. “Se uma insti-tuição se constitui através destes três momentos, ela se mantém somente enquanto esta estrutura for plausível para as pessoas que fazem parte da instituição”, disse. O frade disse que exteriorizar não é voltar atrás, voltar às fontes. “É ter novamente a clare-

za sobre o que inspira a instituição hoje, ou seja, qual projeto que ela deseja ver realizado”.

“O primeiro elemento de análi-se de uma instituição em crise, não seria analisar a crise, mas buscar a atualização do projeto inspirador”, completou, frisando que a crise é a chance de se reinventar.

O encontro na Fraternidade São Boaventura, em Rondinha, reu-niu profissionais e pessoas ligadas à comunicação em diferentes áreas da Província: Pró-Vocações, Ser-viço Franciscano de Solidariedade (Sefras), Fundação Celinauta de Pato Branco, (TV e Rádio), Fun-dação Frei Rogério (Curitibanos), Paróquias e Santuários, Editora Vozes, Associação Bom Jesus e FAE, Universidade São Francisco, Comunicação do Instituto Teológi-co Franciscano (ITF), Secretaria e Comunicação da Sede Provincial.

Evangelização

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 509

Além deste encontro provincial, são realizados encontros regionais de comunicação. A Frente de Evange-lização da Comunicação é coorde-nada por Frei Gustavo Medella.

FestA FrAnCisCAnAO Encontro de Comunicação, na

verdade, começou cedo com a cele-bração festiva da Missa de Nossa Se-nhora dos Anjos, a festa franciscana da Porciúncula, presidida por Frei Gustavo Medella e concelebrada por Frei Rodrigo da Silva Santos e pelo aniversariantes Frei Valdir Lauren-tino, que fez a homilia do dia e ex-plicou que “aquela pequena porção” de Assis foi desígnio divino, o berço da Ordem Franciscana.

“Ali o Senhor foi dando para Francisco confrades”, disse. “Neste lugar de minoridade, Francisco bus-ca o Sumo Bem. O bem é difusivo. E ele é um comunicador. São Francis-

co queria ver comunicado o Reino de Deus para todos. E ali ele clama o perdão para todos. E conseguiu através da indulgência plenária no ano de 1216”, acrescentou.

2º DiA: evangelização e Comunicação

Depois das reflexões que abor-daram o tema “Comunicar e evan-gelizar em tempos de crise” no pri-meiro dia do 4º Encontro da Frente de Comunicação da Província da Imaculada Conceição, em Ron-dinha (PR), o coordenador Frei Gustavo Medella proporcionou aos dezessete leigos que participaram do evento, e que são profissionais e pessoas ligadas à comunicação da Província, a chance de conhecer melhor o significado de evangeliza-ção antes dos trabalhos em grupo e do encerramento do encontro. Além dos estudantes de Filosofia

que residem na Fraternidade São Boaventura, oito frades que traba-lham na área se inscreveram para o encontro.

Frei Gustavo abriu este dia com um documentário sobre a Evange-lii Gaudium, mostrando que, para o Papa Francisco, evangelizar é sempre uma experiência feita com alegria. Nesta Exortação, o Papa afirma: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os esti-los, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal voltado mais à evangelização do mundo atual que à autopreserva-ção” (EG 27).

Frei Medella também tomou como base o Plano de Evangeliza-ção da Província, que foi votado no último Capítulo Provincial no início deste ano, que propõe avançar no diálogo e na comunhão em torno de nossa presença e atuação no mundo da comunicação. Frei Medella fez um pequeno aceno da riqueza do termo evangelização através de al-gumas citações do Evangelho, como Jo 10,10 - promover a qualidade de vida integral; Lc 19,5, despertar as qualidades do outro; Lc 22,27, cons-cientizar para a partilha, a doação e o serviço; Mt 5,38-42, crítica dos valores antievangélicos; Mc 4,22, testemunho de vida pautado na coe-rência e na transparência etc.

Nos trabalhos em grupo, o coor-denador da Frente de Comunicação pediu para que se apontassem pos-síveis encaminhamentos práticos, para este ano e para o triênio, que qualifiquem ainda mais o nosso ser-viço evangelizador na comunicação. O encontro terminou ao meio-dia com um festivo almoço da Fraterni-dade São Boaventura.

Por Moacir Beggo e Érika Augusto (fotos)

Evangelização

510 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

COMuniCAções - Qual a proposta do “tempo Franciscano” 2016?

Frei Claudino - A proposta do Tempo Franciscano 2016 decorre da própria missão do Colégio Bom Jesus, ou seja, promover a formação integral de cada aluno de acordo com os princípios cristãos e franciscanos. Neste ano de 2016, o tema escolhido para o Tempo Franciscano foi: “Com São Francisco de Assis no Cântico ao Senhor e às Criaturas da Casa Comum”. Tema esse assim definido com base no “O Cântico do Irmão Sol”, escrito pelo próprio São Francisco, entre 1224 e 1225. Vale dizer, é um dos principais textos es-critos por São Francisco que chegou até nós. Por meio de tal escrito, Francisco se apresenta ao leitor como que pessoal-mente, sem intermediários, com suas próprias palavras, ple-nas de gratidão e louvor a Deus. Por essas e outras razões, o Cântico do Irmão Sol pode também ser aos alunos e a todos nós – envolvidos com as atividades educacionais – o ponto de partida para inúmeras aprendizagens e reflexões, o objeti-vo por excelência do Tempo Franciscano de 2016.

COMuniCAções - Quando começa e termina esse “tempo Franciscano” no Bom jesus e a quem se destina?

Frei Claudino - Já há vários anos elabora-se um proje-

Frei ClAuDinO gilsentrevistA

teMPO FrAnCisCAnO nO BOM jesus

to para o Tempo Franciscano a ser desenvolvido em cada Unidade Bom Jesus ao longo de sete semanas com início na primeira semana de setembro até a terceira semana de outubro. O Tempo Franciscano destina-se aos alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e Ensino Médio de cada Unidade Bom Jesus. Em 2016, o projeto do Tempo Franciscano deverá atingir aproximadamente 23 mil alunos nessas referidas semanas, além dos familiares desses alunos, funcionários e professores do Colégio Bom Jesus.

COMuniCAções - Que tipo de atividades serão realizadas?

Frei Claudino - Elaboramos com muito zelo um livreto de 76 páginas para o Tempo Franciscano em que constam: os objetivos do Tempo Franciscano; uma breve fundamen-tação com base em publicações de pesquisas sobre o tema já mencionado; uma seção de propostas de atividades es-pecíficas para alunos dos segmentos da Educação Infantil, outra seção também específica para os alunos do Ensino Fundamental e outra para os alunos do Ensino Médio; e, ao final, uma seção com algumas ilustrações inéditas à luz de cada estrofe do Cântico do Irmão Sol, seja para impressão no formato de banner, de faixa ou de cartaz.

Além das propostas de atividades para serem desenvol-

“na educação, o segredo é não querer falar tudo de São Francisco a todo instante”, ensina o co-ordenador de Ensino Religioso da Associação Bom Jesus, Frei Claudino Gils, ao explicar, nes-

ta entrevista, como vai ser o “Tempo Franciscano” de 2016 nas unidades do Colégio Bom Jesus. Neste ano, o pano de fundo desta formação é o Cântico das Criaturas, com um roteiro de atividades que tem início no dia 12 de setembro e se estende até 14 de outubro.

Na frente deste projeto está Frei Claudino, que além de coordenador do ensino religioso no Bom Jesus, represen-ta a entidade na diretoria da ANEC (Associação Nacional de Educação Católica - gestão 2014-2017). Hoje, com 25 anos de vida religiosa franciscana e quase 19 anos de sacer-dote, Frei Claudino é pedagogo e mestre em Educação pela PUC-PR e atualmente cursa o Doutorado em Educação pela Universidade São Francisco (Itatiba - SP). Conheça mais o projeto!

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 511

Evangelização

vidas especificamente em sala de aula, constam no referido livreto sugestões de atividades a serem realizadas no início de cada período letivo ou nos intervalos das aulas tais como: montagem do Espaço Francisco, breves orações, reflexões, jograis, canções, teatros, painéis, paródias, declamação de poesias, caricaturas de Francisco, confecção de breves men-sagens franciscanas a serem entregues às famílias próximas às Unidades Bom Jesus, celebrações ou bênçãos.

Em cada uma dessas mencionadas atividades ou mo-mentos, os objetivos estabelecidos convergem para: fa-vorecer uma relação entre o Cântico do Irmão Sol de São Francisco de Assis e a proposta educacional do Colégio Bom Jesus junto aos alunos; identificar em São Francisco de As-

bém – tal como São Francisco em seu tempo – a cuidar da criação de Deus, a ir ao encontro dos menos favorecidos, a servir cada pessoa com alegria e humildade, a cantar e a en-volver todas as criaturas no louvor a Deus.

Na educação, o segredo é não querer falar tudo de São Francisco a todo instante. Mas, tal como fizemos para a elaboração do livreto do Tempo Franciscano desse ano de 2016, identificar um tema franciscano que seja oportuno e, com base nas Fontes e na Espiritualidade Franciscana, propor e desenvolver atividades afins com os alunos e seus familiares.

Moacir Beggo

sis uma inspiração à convocação divina tanto para o discernimento do sentido da vida, quanto à instauração de uma convi-vência fraterna e respeitosa no cotidiano educacional; refletir sobre a importância do Cântico do Irmão Sol, de São Fran-cisco de Assis, em meio às relações hu-manas, seja no âmbito familiar, seja no educacional, social ou religioso; fazer do Tempo Franciscano (setembro e outubro de 2016) um momento propício para se aprender de São Francisco de Assis a amar a vida e a bendizer a Deus com to-das as suas criaturas, entre outras coisas.

COMuniCAções - Que contribuições a espiritualidade franciscana traz para a educação?

Frei Claudino - Inúmeras podem ser as contribuições das Fontes Franciscanas à educação das atuais gerações. Enquan-to as disciplinas escolares oportunizam a aprendizagem fragmentada de cada área do conhecimento, as Fontes Franciscanas possibilitam encontrar fundamentos à formação integral do aluno de hoje. Pos-sibilitam – com a devida transposição didática – ajudar os alunos a identificar na trajetória do menino e jovem Francis-co um exemplo de como perseverar no caminho da fé e no cultivo de virtudes tais como a cortesia para com todos, a generosidade com os pobres, o cuidado com os leprosos, a alegria, a humildade, a fraternidade, entre outras. Possibilitam, enfim, encantar os alunos de hoje a tam-

512 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

no dia 28 de julho, o Bom Jesus foi convidado para uma pales-tra do teólogo, escritor e pro-fessor Leonardo Boff, no teatro

do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba, sobre a encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.

O evento fez parte da comemora-ção do Dia Anec, realizado pela Asso-ciação Nacional de Educação Católica do Brasil, e contou com a presença de aproximadamente 700 pessoas de vá-rias instituições católicas de ensino da capital paranaense e da região metro-politana da cidade.

A abertura do evento foi realizada pelo coordenador de Ensino Religioso do Colégio Bom Jesus e membro da di-retoria da Anec, Frei Claudino Gilz: “A Anec vem historicamente, por meio da união entre as instituições associadas, contribuindo com a formação de inú-meros alunos, sensibilizando-os sobre a importância do cuidado com a vida nas suas mais variadas dimensões”. Antes de finalizar, Frei Claudino ainda agradeceu aos membros do Conselho Estadual da Anec-PR pelo empenho na organização e na realização do evento.

Em seguida, Leonardo Boff deu início à sua apresentação com o vídeo O Cuidado Essencial, que mostra o

funcionamento do Universo e as con-sequências de nossos descuidos com a “casa comum”, ou seja, o planeta.

A encíclica Laudato Si’ é um do-cumento escrito pelo Papa Francisco sobre os cuidados com a casa comum e seus habitantes, em que ele critica também o consumismo e o desenvol-vimento irresponsável, fazendo, assim, um apelo à mudança por parte de to-dos para se combaterem os desastres ambientais.

“A Terra é pequena, limitada. Rece-bemos tudo para viver aqui, mas não nos damos conta de que somos res-ponsáveis por essa casa comum e por nossos descendentes. Hoje, o planeta mostra seu desequilíbrio e entramos em um processo de crise”, afirmou Leonardo, que explicou por que sua palestra foi pautada nesse documento escrito pelo pontífice: “O Papa traz ale-gria, espiritualidade, esperança com a casa comum. É o grande líder da hu-manidade”.

Segundo o palestrante, os dias

que pode não ter mais volta. Precisa-mos de uma razão sensível, por meio da qual o ser humano deve sentir as dores da Terra, dos oprimidos, saber se colocar no lugar do outro, ter piedade, saber chorar”, enfatizou ele, que conti-nuou: “O Papa diz que a cultura mo-derna parece que se tornou arrogante, em uma espécie de antropocentrismo, no qual o ser humano é o centro do mundo”.

O palestrante também citou que, na encíclica, o Papa é rigoroso ao abordar essas questões, porém tem esperança de que podemos salvar o planeta por meio da tradição de Je-sus: “ensinar a viver”, que nada mais é que espalhar o amor, a misericórdia e a solidariedade. “É disto que preci-samos: uma nova consciência sobre o tema, mas não com a mão estendida, e sim com a mão que ergue o caído, a dos cuidados, dos direitos e dos de-veres com a casa comum. E isso vem do coração, do amor e da liberdade de diálogo”, afirmou.

AnecA Associação Nacional de Edu-

cação Católica do Brasil, conforme o estatuto da instituição, tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, assim como promover uma educação cristã evan-gélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana, sujeito e agente de construção de uma sociedade jus-ta, fraterna, solidária e pacífica, se-gundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.

BOM jesus PArtiCiPA DO DiA AneC

atuais mostram si-tuações de grande gravidade: desastres ecológicos, guerras, misérias, etc. “Te-mos de ter consciên-cia de um caminho

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 513

Evangelização

Estimados confrades,Paz e bem!

tenho a alegria de comunicar que nos dias 14 e 15 de se-tembro de 2016 realizar-se-á o Encontro Provincial da Frente

da Educação, na Fraternidade São Bo-aventura, em Rondinha, PR.

Para esse Encontro convido a

enCOntrO PrOvinCiAl DA Frente DA eDuCAçãO

todos os frades que trabalham dire-tamente em nossas Escolas e Uni-versidades, os professores dos nossos Institutos de Filosofia e Teologia, e de-mais confrades que fazem algum tipo de trabalho em entidades educacio-nais. Ressalto que o convite se estende também a todos os leigos compro-metidos com a nossa missão evan-

gelizadora no âmbito da Educação.O Encontro iniciará às 9 horas do

dia 14 de setembro com uma apresen-tação geral da Província e o seu Plano de Evangelização, pelo Vigário Pro-vincial Frei César Külkamp. Em se-guida, devido à necessidade de se re-pensar o conceito de “evangelização”, também no âmbito da educação, Frei Vitório Mazzuco Filho proferirá uma

palestra sobre a evangelização na Edu-cação, na perspectiva Franciscana.

Ressalto também que na manhã do dia 15 de setembro haverá uma mesa-redonda cuja temática será “A presença das Frentes de Evangeliza-ção da Província na Educação”. Para participar desse debate convidamos especialmente o secretário do Secre-

tariado para a Evangelização (Frei Cé-sar K.), o coordenador de cada Frente de Evangelização da Província (Frei José Francisco, Frei Gustavo Medella, Frei Alexandre Magno, Frei Ger-mano Guesser, Frei João Mannes), e também o secretário do Secretariado para a Formação e os Estudos (Frei João Francisco da Silva). Ao discor-rer sobre o tema proposto pretende-

-se aprofundar, ampliar e visibilizar ainda mais a presença de cada Frente de Evangelização em nossas presenças na Educação.

Desde já agradeço pela presença e efetiva participação de todos.

Frei João MannesCoordenador da Frente da Educação

514 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

Ao chegar em Petrópolis, o alemão Frei Leto trouxe consigo a vontade de criar um coro de meninos, sonho

que se tornou realidade no dia 15 de agosto de 1942, quando o Coral dos Canarinhos de Petrópolis se apre-sentou pela primeira vez na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Era o início de uma trajetória marcada pelo pioneirismo e tradição, mas

Criado em 1942, coro se consagrou como um grande patrimônio de Petrópolis

também cercada de amor, dedicação e orgulho daqueles que estamparam no peito o símbolo do coro, que co-memora agora seus 74 anos.

O grupo vocal, que se consagrou como um dos maiores patrimônios da cidade, é o mais antigo e tradicio-nal coro de meninos do Brasil. Para o público, sinônimo de qualidade técnica e encantamento, para os co-ralistas, uma escola da vida. O Coral dos Canarinhos, que hoje pertence ao Instituto dos Meninos Canto-res de Petrópolis (IMCP), deu uma nova oportunidade para milhares de crianças e adolescentes, que tiveram a chance de contar com um ensino

musical exemplar inteiramente gra-tuito, abrindo portas e mudando o destino de muitos jovens.

Seu Geraldo de Mello foi um Canarinho entre 1953 e 1955. Hoje, também completa 74 anos e lembra com saudade de sua época no coral. “No meu tempo, éramos muito ca-rentes, minha família era muito po-bre. Eu pegava os sapatos da minha irmã e enchia de jornal para poder me apresentar. No entanto, esse era o mo-mento que me fazia feliz. O coro me ensinou a admirar a música clássica e a valorizar a cultura. Uma época dou-rada da minha vida e infância”.

Mas a formação de quem passa

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 515

Evangelização

pelo coral vai muito além da música. É o que conta o maestro Marco Auré-lio Lischt. A frente do grupo vocal há 18 anos, Lischt já esteve do outro lado, se apresentando como um canarinho. “Aqui, as crianças têm noção de mun-do, aprendem o que é responsabili-dade e disciplina. É difícil encontrar alguém que não se sinta grato pela oportunidade de ter tido os Canari-nhos como parte de sua educação. As experiências adquiridas e o contato com a cultura daqui e de outros países proporcionam uma vivência única na vida desses meninos”, declarou.

As vozes angelicais do Coral dos Canarinhos de Petrópolis já per-

correm o Brasil e o mundo, com turnês na América Latina, Europa e Estados Unidos. Cerca de três mil coralistas fizeram parte da história do grupo vocal, que coleciona uma ampla discografia com 18 CD’s gra-vados, incluindo álbuns lançados na Alemanha.

Grandes concertos abrilhantam o currículo do coro, como três apre-sentações para o Papa João Paulo II. Os Canarinhos também participaram diversas vezes do Projeto Aquarius, destacando-se o da praia de Copaca-bana em 2006 com as Orquestras Pe-trobras Sinfônica e Sinfônica de Porto Alegre, e do projeto “+Criança na Rio +20”. Em 2014, o grupo vocal voltou a se encontrar com a Orquestra Petro-bras Sinfônica, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para apresentações da clássica obra “O Messias”, de Han-del. Recentemente, em 2016, o Coral apresentou, ao lado das Meninas dos Canarinhos, da Orquestra Filarmôni-ca de Petrópolis e de solistas convida-dos, o oratório “A Paixão segundo São João”, obra-prima de Johann Sebas-tian Bach, apresentada pela primeira vez em Petrópolis.

As emoções de se apresentar como um Canarinho também fo-

ram sentidas um dia pelo Sr. Renato Pitzer, que, no final do ano, soma a mesma idade do grupo vocal do qual fez parte. “Entrei no coral em 1951 e lá permaneci até 1959, saí muito bem preparado. O nível de ensino daquela época era excelente, coisa que é difícil de encontrar hoje em dia”.

Seu Gilberto Amaro foi um Cana-rinho por 9 anos e ingressou no coro na década de 50. Até hoje, carrega a alegria de ter feito parte do grupo vocal. Tanto que ele sempre dá um jeitinho de ficar perto do coral. “Me apresentei no coro dos ex-canarinhos e sempre que posso, assisto aos con-certos. Tenho saudade, foram bons tempos, a escola era muito boa. Hoje, aprecio a música graças às aulas”, re-lembrou.

“A nossa história não para por aqui. Muito pelo contrário, vamos alçar voos muito maiores e continu-ar encantando o público e transfor-mando a vida desses meninos. Essa é a missão do Coral dos Canarinhos. Muitas outras vozes e corações che-garão para continuar construindo nossa trajetória, sem esquecer de to-dos aqueles que contribuíram para que chegássemos até aqui”, declarou Lischt.

516 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Evangelização

As vozes do Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis se preparam para atravessar o oceano e encantar o públi-

co europeu. Em agosto, o grupo vocal entra em estúdio para gravar o seu novo CD, o segundo em dois anos. Desta vez, o trabalho, patrocinado por uma entidade católica, será lança-do na Alemanha. O desafio consagra ainda mais a trajetória de um dos co-rais de meninas mais conhecidos do Brasil que, em 2016, comemora seus 28 anos de história.

O CD contará com 15 faixas nata-

linas, incluindo canções alemãs, ame-ricanas e de compositores brasileiros. “É uma responsabilidade enorme gravar um trabalho que estará regis-trado para a vida toda, ainda mais re-presentar o Brasil frente a um público tão exigente, com uma tradição sólida e muito conhecimento musical”, co-mentou o maestro Marcelo Vizani, regente do Coral das Meninas dos Canarinhos desde 1998.

Obras como Christus ist gebo-ren, de Franz Liszt, Verbum caro factum est, do Padre José Maurício Nunes Garcia, Ave Maria, de Henri-que Oswald, Veni Domine, de Felix Mendelssohn, e O Jesulein, de Al-bert Becker, fazem parte do reper-tório do disco.

O álbum será patrocinado pela

Missionszentrale der Franziskaner, ou Central das Missões dos Francisca-nos, uma entidade católica apoiado-ra de países em desenvolvimento. A mesma instituição já havia patrocina-do dois CDs do Coral dos Canarinhos destinados à Alemanha. “Ó Vinde ver já nasceu”, em 2012, e “Christus est Natus”, em 2009, com tiragem de 300 mil exemplares. O sucesso da parceria com o Instituto dos Meninos Canto-res de Petrópolis (IMCP), mantene-dor dos dois corais, fez com que, dessa vez, a entidade convidasse as Meninas dos Canarinhos para estrelarem o ál-bum. Um orgulho para a instituição que, novamente, tem a missão de le-var o nome de Petrópolis e do Brasil para outros públicos e países.

“Esse é um momento muito im-

CAnArinHOs: MeninAs lAnçAM CD nA AleMAnHACoral comemora seus 28 anos com álbum de canções natalinas

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 517

Evangelização

portante para nós e para a música clássica mundial, que ganha mais um trabalho de muita qualidade. Ainda não sabemos a data para o lança-mento oficial na Alemanha, mas com certeza será ainda antes do final deste ano. Além disso, pretendemos lançar o álbum também para os brasileiros, que sempre nos prestigiam em apre-sentações ao redor do Brasil”, promete o maestro Marco Aurélio Lischt, dire-tor artístico do IMCP.

Para garantir um trabalho técnico de qualidade, as coralistas passaram por um período intenso de ensaio e as gravações ocorreram ao longo de uma semana. Um ano antes, o Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópo-lis lançava seu primeiro CD, o “Me-morare”. O trabalho reúne 11 faixas,

entre composições clássicas da músi-ca erudita e obras inéditas, compostas especialmente para o álbum.

“Demoramos mais de 25 anos para gravar nosso primeiro CD, por-que acreditamos que o coral deve es-tar muito maduro para encarar um desafio como esse. É claro que, para o segundo álbum, a expectativa é a mes-ma e estamos trabalhando para fazer jus à preparação técnica que o grupo vocal tem”, declarou Vizani.

Uma alegria que também é com-partilhada pelas coralistas. Clara Maia, de 17 anos de idade, está no grupo vo-cal há 8 anos e participou da gravação do primeiro álbum. Agora, embarca com o coro em mais este projeto. “Ter o nome em um CD, como uma me-mória que vai ficar para sempre, é uma

experiência diferente e única. A nos-sa preparação é cansativa, ensaiamos muito para que tudo saia perfeito. Mas no fim o trabalho é gratificante”.

uma história de sucesso O Coral das Meninas dos Canari-

nhos completa 28 anos no dia 21 de outubro. Mantido pelo Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, o grupo vocal foi fundado em 1988 por Frei José Luiz Prim, importante nome da história da instituição. Atualmente, 67 cantoras integram o grupo vocal, que já protagonizou grandes apre-sentações nacionais e internacionais, encantando plateias de diferentes re-giões do Brasil e de Portugal.

Bruna Fernandes

CAnArinHOs: MeninAs lAnçAM CD nA AleMAnHA

518 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Marcando os 40 anos de Pre-sença Franciscana na Uni-versidade São Francisco (USF), o Campus Bragan-

ça Paulista iniciou uma série de obras que visam a ampliação dos cenários de aprendizagem prática e de serviço à comunidade. A conclusão da primeira etapa das obras ocorreu no dia 11 de agosto.

Foram inaugurados o Salão Nobre Frei Agostinho Salvador Piccolo (in memoriam), a segunda Sala Web de Aprendizagem e o Anfiteatro Frei Fá-bio Panini (in memoriam). Participa-ram da cerimônia o diretor presidente da CNSP-ASF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa; o diretor secretário, Frei Nilo Agostini; o diretor executivo da CNSP-ASF e reitor da FAE- Centro Universitário de Curitiba, professor Jorge Apóstolos Siarcos; o reitor da USF, Joel Alves de Sousa Júnior; a

de diretores de Campus, coordenado-res de Núcleos, docentes, vereadores e autoridades locais.

Durante a abertura, Frei José Fran-cisco destacou o papel da educação na evangelização franciscana. “A educação é um instrumento especial de evange-lização. Quando nós promovemos um evento como o de hoje e dedicamos duas salas em memória de dois frades, nós não estamos fazendo apenas a me-mória desses dois homens que foram entusiastas da educação, mas estamos trazendo para o dia a dia o projeto que esses homens representam. Foram en-tusiastas e dedicaram suas vidas para que um projeto de educação francisca-na existisse”, afirmou o Frei.

O Reitor da USF ressaltou que as novas instalações fazem parte das atividades de comemoração dos 40 anos de Presença Franciscana da Uni-versidade. “Este não é um simples

momento de inauguração de espaços. Faz parte desse momento a nossa co-memoração de Presença dos francis-canos na Universidade e isso demons-tra que a universidade está viva e se desenvolvendo e crescendo”, disse o professor Joel.

Para o professor Jorge Siarcos, da Administração Geral e reitor da FAE, a união das entidades educacionais é fundamental para a missão francis-cana. “Essa força e união de gestões das entidades educacionais com os frades e leigos aplicam os pilares já citados pelo Papa Francisco, nunca perdendo o foco na nossa missão”, explicou.

Na sequência, a diretora do Cam-pus Bragança Paulista, professora Már-cia Aparecida Antônio e o Assessor Administrativo do Campus, Rodrigo Paiva, conduziram os convidados para o Anfiteatro Frei Fábio Panini. O novo

pró-reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão, professora Iara Andrea Alvares Fernandes; o pró-reitor de Administração e Planejamen-to, Adriel de Moura Cabral; o Definidor da Província e diretor--presidente do Serviço Francis-cano de Solidariedade (Sefras), Frei José Francisco dos Santos; a vice-prefeita de Bragança Paulista, Huguette Theodoro da Silva; além

Anfiteatro tem 170m², com capa-cidade de 155 lugares. O descerra-mento da placa foi realizado pelo Reitor da USF, professor Joel de Sousa Júnior e pela Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão, pro-fessora Iara Fernandes.

Em seguida, os convidados foram até o Salão Nobre que foi revitalizado. O Pró-Reitor de Ad-ministração, Adriel de Moura Ca-

exPAnsãO DO CAMPus BrAgAnçA PAulistA

Evangelização

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 519

Xx

bral e um representante da Família do Frei Agostinho Piccolo descerraram a placa. Todos os convidados e comunidade aca-dêmica e externa puderam assistir à peça Bárbara e Divina, nas novas instalações. O Salão Nobre tem 448m², com capacidade para 400 pessoas. Todos os espaços também foram projetados com acessibilidade.

Ainda para este semestre está prevista a inauguração do Centro Tecnológico “Frei Constâncio Nogara”, que tem o obje-tivo de oferecer aos estudantes das Engenharias e Arquitetura e Urbanismo atividades práticas durante toda a graduação. Tam-bém está sendo construído o Centro de Simulação Realística, um novo espaço para os alunos da área da saúde.

COnHeçA A BiOgrAFiA

Frei Fábio PaniniNasceu na cidade de Rodeio, Santa Catarina, em 4 de no-

vembro de 1929. Tornou-se frade menor no ano de 1949. Foi ordenado presbítero em 2 de julho de 1956, na igreja matriz do convento franciscano Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, Rio de Janeiro. Em Roma, especializou-se em Teologia Francis-cana e doutorou-se em Direito Canônico. De volta a Petrópolis, em 1968, concluiu o Curso de Direito. Em 1976, assumiu fun-ções de Diretor Jurídico e Diretor Acadêmico das Faculdades Franciscanas. Foi vice-reitor e assumiu interinamente em 2000 a reitoria da USF. Atuou na USF até julho de 2002. Faleceu, no Rio de Janeiro, em 19 de março de 2009.

Frei Agostinho PiccoloNasceu no tradicional bairro do Pari, em São Paulo, no

dia 1º de janeiro de 1930. Tornou-se frade menor no ano de 1950. Ordenou-se presbítero em 2 de julho de 1957. Em 1960, licenciou-se em letras neolatinas. De 1989 a 1991, coordenou o Instituto Franciscano de Antropologia da Universidade São Francisco – função que ocupou até 2008. Foi vice-reitor da USF de 2004 a 2006. Faleceu no dia 28 de novembro de 2014, em São Paulo.

APrenDiZADO PrÁtiCOOs alunos do 2º e do 6º semestres do Curso de Medicina da Universidade São Francisco (USF) realizaram no pri-meiro semestre deste ano ações que promoveram o de-senvolvimento do aprendizado prático na comunidade de Bragança Paulista. Nas disciplinas Prática Médica e Sociedade II e VI, os es-tudantes atuaram respectivamente em contato direto com adolescentes em escolas da cidade e com idosos nas uni-dades de saúde, promovendo orientações e cuidados com a saúde. Ambas disciplinas são ministradas pelas profes-soras Beatriz Verri e Estela Márcia Flores Gianesella.

CAlOurOsA Universidade São Francisco (USF) promoveu, de 1º a 5 de agosto, a acolhida aos calouros do segundo semestre de 2016. Ao longo dessa semana, foram realizadas ativi-dades especiais, como visitas monitoradas, aula magna e apresentações musicais, de dança e teatro, com intuito de apresentar a universidade e incentivar a integração entre os alunos e a prática de ações solidárias e artísticas.

DestAQue O docente do Curso de Engenharia Química da Uni-versidade São Francisco (USF), professor André Beati foi um dos destaques do Prêmio Inventores, promovido pela Unicamp, no 1º semestre. O evento tem o objetivo de homenagear os profissionais envolvidos em ativida-des de proteção e transferência de tecnologia e, com isso, promover o estímulo à inovação junto à comuni-dade acadêmica.

520 [coMUNIcAÇÕES]

O Papa Francisco presidiu no domingo, 31 de julho, a Missa de Envio da 31ª Jornada Mun-dial da Juventude, realizada em

Cracóvia, na Polônia, desde o último dia 25. O Papa frisou aos jovens, em torno de 1,5 milhão, que a JMJ não ter-minava ali, mas ela estava começando, pois é na casa de cada jovem que Jesus quer habitar todos os dias.

“Não tenhais medo de dizer ‘sim’ a Jesus com todo o entusiasmo do cora-ção, de Lhe responder generosamente, de O seguir. Não vos deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor formoso, que requer também a renúncia, e um ‘não’ forte ao doping do sucesso a todo o custo e à droga de pensar só em si mesmo e nas próprias comodidades”, disse. Durante a oração do Angelus, o Pontífice anunciou oficialmente que o Panamá acolherá a próxima edição do evento, em 2019.

No sábado, durante a Vigília, para mais de um milhão e meio de jovens, o Papa passou pela Porta Santa junto

com cinco jovens que representavam os continentes; depois, quebrou o pro-tocolo e convidou-os para um giro no papamóvel. Surpresos, os jovens embarcaram para um passeio com o Pontífice.

Aos jovens que falaram da guer-ra, disse que o medo não deve causar paralisia. “A paralisia faz-nos perder o gosto de desfrutar do encontro, da amizade, o gosto de sonhar juntos, de caminhar com os outros”.

Mas, para o Papa, há outra paralisia ainda mais perigosa e difícil de identi-ficar: a paralisia que brota quando se

confunde a felicidade com um sofá! “Sim, julgar que, para sermos felizes, temos necessidade de um bom sofá”.

“Certamente, para muitos, é mais fácil e vantajoso ter jovens pasmados e entontecidos que confundem a feli-cidade com um sofá; para muitos, isto resulta mais conveniente do que ter jo-vens vigilantes, desejosos de responder ao sonho de Deus e a todas as aspira-ções do coração”, afirmou o Papa.

“Mas a verdade é outra! Queridos jovens, não viemos ao mundo para ‘ve-getar’, para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que

Principais momentos da jMj com o Papa Francisco

Até O PAnAMÁ, FrAnCisCO!

Evangelização

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 521

Evangelização

nos adormeça; pelo contrário, viemos com outra finalidade, para deixar uma marca. É muito triste passar pela vida sem deixar uma marca. Mas, quando escolhemos a comodidade, confundindo felicidade com consumo, então o preço que pagamos é muito, mas muito caro: perdemos a liberdade”, completou.

Como de costume, a Via-Sacra com os jovens seguiu as 14 estações que contemplam o caminho de Cristo até a morte no Calvário. Este foi o segundo ato central da Jornada Mundial da Juventude.

O Santo Padre destacou a necessidade que a humanida-de tem de homens e mulheres, particularmente de jovens, que não queiram viver a sua existência pela metade, mas que estejam prontos para gastar a vida no serviço gratuito aos ir-mãos mais pobres e vulneráveis.

Em visita a hospital pediátrico de Cracóvia, disse: “Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de perma-necer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração”.

O Papa Francisco visitou, na terça-feira, 29, os campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau, na Polônia. Fazendo uma pausa no clima de festa por ocasião da JMJ, Francisco refletiu, em silêncio e oração, o sofrimento humano, recor-dando tantas vidas tiradas nesses campos durante o regime nazista.

O Santo Padre não fez discurso, optando pelo silêncio e oração. Ao fim da visita, assinou o livro de honra, onde escreveu as seguintes palavras, em espanhol: “Senhor, tenha piedade do Seu povo! Senhor, perdão por tanta crueldade”.

O Papa Francisco participou na quinta-feira, 28, da ce-rimônia de acolhida dos jovens da JMJ. Com sua típica sim-plicidade, se deslocou de trem até o Parque Blonia, local do encontro. E sabendo da paixão que os jovens colocam em sua missão, o Papa enfatizou que a misericórdia tem sempre o rosto jovem, uma vez que um coração misericordioso não se acomoda, mas sabe ir ao encontro dos outros.

Na manhã desta quinta, Francisco presidiu a primeira Missa em terras polonesas, no Santuário mariano de Jasna Gora, em Czestochowa. Um susto logo no início da celebra-ção: ao subir os degraus do altar, o Papa caiu, mas logo foi ajudado e pôde presidir a celebração normalmente.

Antes de se dirigir a Czestochowa, Polônia, na manhã da quinta-feira, 28, para a Missa, o Papa Francisco foi ao Convento das Irmãs da Apresentação, na Diocese de Bali-ce, a cerca de 17km de Cracóvia. As religiosas se dedicam à instrução e à educação cristã da juventude na Polônia, Itália e Ucrânia.

O primeiro compromisso do Papa Francisco após sua chegada a Cracóvia, Polônia, na quarta-feira, 27, foi o encon-tro com as autoridades e o corpo diplomático.

522 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

embora as palavras sejam in-capazes de exprimir a gran-deza de certas experiências, gostaria de compartilhar com

a nossa Província um pouco daqui-lo que era um sonho acalentado há mais de dois anos e que acabamos por torná-lo realidade: participar da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, na Polônia.

Desde o início, o nosso grupo teve um diferencial, pois se tratava do grupo dos ‘franciscanos’. Além da expectativa de estar na JMJ, nosso grande desejo era poder passar por Assis e conhecer alguns lugares tão caros à nossa espiri-tualidade. Viajamos em um grupo de 30 jovens, dos quais a metade era liga-da diretamente à nossa Província, sen-do que os demais provinham de outros estados do Brasil, que juntos embarca-

ram para uma verdadeira aventura de 16 dias pela Itália e Polônia.

De São Paulo, embarcamos direta-mente para Roma, onde fizemos uma rápida e obrigatória passagem e, em se-guida, nos dirigimos para Assis, certa-mente o local mais ansiado por todos.

Silêncio, emoção, lágrimas, alegria, júbilo e gratidão eram sentimentos que nasciam espontaneamente ao descer-mos do ônibus aos pés da cidade natal de Clara, Francisco e os seus primeiros companheiros. Era bonito ver o quan-to Assis falava profundamente a todos os corações. Tudo aquilo que até então era literatura, filmes, ideias e imagi-nação tornara-se concreto e palpável. Mais ainda, o carisma de Francisco, tão encantador e profundo, continuava querendo seduzir e dizer muito a cada um de que lá chegava.

Depois de um dia e meio em As-sis, por providência divina, e algumas articulações humanas, conseguimos adaptar nosso roteiro e subir ao Monte Alverne. Naquele local onde o amante tornou-se igual ao amado, pudemos sentir novamente a grandeza e a bele-za dessa proposta de vida franciscana, que não poderia ser perfeita se não tivesse experimentado a dor e o amor da cruz. Mais uma vez Francisco falava forte aos nossos corações. Lá almoça-mos, contemplamos, participamos da tradicional procissão das 15 horas e fechamos o ciclo dos passos de Fran-cisco. Descendo daquela montanha sagrada pernoitamos e celebramos em Cássia, terra de Santa Rita, e no dia se-guinte voltamos a Roma de onde parti-mos para a Polônia.

No voo de Roma para Varsóvia,

Evangelização

A jMj DOs jOvens FrAnCisCAnOs DO BrAsil

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 523

o clima já era de Jornada Mundial da Juventude. Grupos de diferentes países tinham o mesmo destino: vivenciar a Bem-aventurança da Misericórdia, juntamente com o Papa Francisco e com jovens de todo o mundo.

Acolhidos e hospedados em uma escola da paróquia de Gdòw, locali-zada a 30 km de Cracóvia, pudemos sentir um pouco mais do jeito polonês de ser e acolher. Nessa Paróquia fica-ram vários grupos de língua portu-guesa, provindos do Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, bem como al-guns poucos italianos.

Toda a pequena cidade pare-cia girar em torno da JMJ: jovens voluntários revezando-se 24 horas por dia para acolher, orientar e re-solver os eventuais problemas que surgiam; senhoras constantemen-te servindo lanches e a tradicional zurek, uma sopa polonesa que fez grande sucesso entre todos; os mais velhos, mesmo com a dificuldade do idioma, não poupavam esforços para expressar a alegria em ter-nos com eles. Enfim, Gdòw, nossa casa por uma semana, foi um verdadeiro exemplo de organização, disponibi-lidade e acolhida.

De Gdów íamos diariamente para Cracóvia, antiga capital do país, com suas histórias de santos, reis, castelos, igrejas monumentais e de uma beleza indescritível. Ali, local dos eventos cen-trais da JMJ, se podia respirar a gran-diosidade do evento, com peregrinos dos mais diferentes países do mundo, com suas cores, cantos, gritos de guer-

Evangelização

ra, idiomas, expressões e fisionomias, mas que se uniam por um único e mesmo objetivo. São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska, poloneses e grandes baluartes da JMJ, nos lembra-vam a todo momento o grande lema proposto pelo Papa: “Bem-aventura-dos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.

Para completar a nossa alegria, a presença do Papa Francisco, com suas palavras provocadoras e encorajadoras nos confirmavam na fé e nos ensina-vam o caminho certo a seguir. Seu apelo para que não buscássemos a fal-sa ‘felicidade de sofá’, que não se com-promete com a dor do outro e nem se importa com a realidade alheia, mas para que fôssemos jovens construto-res de pontes, capazes de deixar uma marca na história, a contemplar a rea-lidade não apenas através de uma tela de celular ou computador, mas tocar a realidade concreta dos mais sofridos, nos enchiam de entusiasmo e desejo de sermos realmente missionários da misericórdia.

Além disso, pudemos também tocar mais de perto um pouco da dor

daquele povo e de tantos que foram vítimas do holocausto. Visitando os campos de concentração de Aus-chwitz e Birkenau se pode entender a que ponto chega a engenharia da maldade humana, bem como se pode tirar lições concretas para que tal re-alidade não se repita em nossa socie-dade.

Enfim, retornamos com a mala cheia de novas histórias, culturas, experiências, lugares, gostos e expe-riências. Tudo isso certamente en-riquecerá ainda mais a nossa vida e missão. Fazer essa viagem não foi um simples turismo. Podemos di-zer que foi uma missão, uma expe-riência com Deus, Francisco e Clara de Assis que ficarão gravadas em nossos corações e que certamen-te irão gerar também muitos frutos para todas as nossas comunidades.

Portanto, mais uma vez, agradeço à Província da Imaculada e a todos que acreditaram nesse nosso sonho e aju-daram a torná-lo real e concreto. Pelo grupo de peregrinos,

Frei Diego Atalino de Melo

Evangelização

Aqui, em Malange, as atividades são muitas, mas gostaríamos de partilhar uma muito espe-cial. Há alguns meses formou-

-se uma equipe de frades, irmãs e leigos que tomaram a iniciativa de visitar as aldeias. A princípio formou-se a seguin-te equipe: Irmã Rose com os catequistas das aldeias organizam a oração do Santo Terço; Frei Jefferson Max é responsável pelas atividades com as crianças; Frei Ju-nior Mendes visita os doentes; o volun-tário Bruno cuida das atividades físicas; e Irmã Joana dos medicamentos.

No dia de Nossa Senhora dos Anjos fomos até uma comunidade chamada Bango, onde celebramos juntos esta fes-tividade franciscana. Para nós, esta ex-periência reflete aquela vivida por nosso Santo Pai São Francisco na Porciúncula: simples, cheia de humildade, alegria, e claro, muita fé. Desta nossa experiência do dia do Perdão de Assis, concluímos com a reflexão da homilia de Frei Ro-berto: “Tudo o que fazemos com amor, torna-se sagrado”. Agradecemos ao bom Deus por este dia, ficando forte na lem-brança o fim da tarde em que as crian-ças nos acompanharam correndo atrás do nosso carro dando um até breve, mandando beijos, todos com sorrisos lindos e olhares brilhantes. Paz e Bem!

Frei Junior Mendes e Frei Jefferson Max

uMA exPeriÊnCiA DA POrCiÚnCulA eM MAlAnge

Pequena capela São Francisco Comboio dos missionários

Exercícios com o voluntário Bruno

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 525

Evangelização

Os religiosos jovens e de profissão temporária da Família Franciscana

de Angola tiveram, no dia 24 de julho, um encontro formativo e de integração em Viana (Luanda), na fraternidade das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras. A te-mática do dia foi a “Vida Fraterna, Sen-tido de Pertença”, e foi apresentada pela Irmã Graça Domingues (da Congrega-ção das Servas do Divino Espírito Santo e Sagrada Família). Estavam presentes as Franciscanas de São José, Francis-canas Missionárias de Nossa Senhora, Franciscanas Hospitaleiras da Imacu-lada Conceição e os Frades Menores. O encontro teve como moderador Frei Ivair Bueno de Carvalho, OFM.

Como salientou Irmã Graça, a fase em que cada professo temporário se encontra tem características próprias, seja na cor do hábito, nos estudos, nas experiências apostólicas, mas todos fazem parte de uma comunidade de irmãos e irmãs que se acolhem e vi-vem congregados pelo Evangelho, à maneira de Francisco e Clara de Assis.

A parte da manhã foi encerrada com a Missa e, à tarde, houve ativida-des lúdicas e recreativas como: a par-tilha do almoço, o convívio ao som do violão, a dança ao ritmo da palmas e assobios compassados pelos passos das aspirantes das Irmãs Franciscanas.

Antes da dispersão, Frei Ivair justi-ficou a ausência de algumas congrega-ções da Família Franciscana, que par-ticiparam da Missa de encerramento do 17º Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), que teve como palco a Ci-dade do Kilamba, em Luanda.

Frei Siro Luamba e Frei Crisóstomo Ngala

enCOntrO DOs juniOres DA FAMíliA FrAnCisCAnA De AngOlA

Os frades que fazem o estágio missionário em Angola de-ram uma pausa nas ativida-

des, nos dias 16, 17 e 18 de agosto, para se encontrarem em Kibala e realizarem uma troca de experiên-cias, assim como fazer uma breve avaliação de como está se desen-volvendo este ano missionário.

Intercalando espiritualidade, lazer, oração e formação, num am-biente muito fraterno e acolhedor, nós, frades, partilhamos os mo-

mentos vividos nas fraternidades que nos encontramos, apontan-do os pontos positivos, desafios e perspectivas.

Agradecemos ao bom Deus pela oportunidade de estarmos juntos realizando alegremente este período de nossa formação huma-na, cristã e franciscana, dentro de uma experiencia evangelizadora entre irmãos.

Frades missionários

enCOntrO reÚne FrADes eM AnO MissiOnÁriO

526 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

OFM

Congo, com 212 religiosos. Esta Província da Imacu-lada Conceição é testemu-nha desse crescimento vo-cacional com a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, que nos últimos anos acolheu 33 jovens frades. Na Ásia, destaque para os dois países que têm visto o carisma franciscano florescer: Vietnã, com 267 frades, e Indonésia, com 263.

Na Europa Ocidental, o número de vocações con-tinua caindo, mas no Leste Europeu tem se observado um crescimento em paí-ses como a Polônia (1.007 frades), Croácia (500) e Bósnia Herzegovina (407). Mesmo assim, a Itália, o berço do carisma francisca-no, é o país que lidera as es-tatísticas com mais frades: 1.980. Os Estados Unidos, país natal do Ministro Ge-ral Frei Michael Perry, é o segundo com 1.111 frades.

Por regiões, os Frades Menores estão assim dis-tribuídos: África e Médio Oriente: 1.221 (1.161 no

OrDeM DOs FrADes MenOres CresCe nA ÁFriCA e ÁsiA

A Ordem dos Frades Menores divulgou em julho o seu pe-riódico quadrimestral, Acta Ordinis Fratrum Minorum,

com os levantamentos estatísticos re-ferentes à Fraternidade mundial dos Frades Menores até o final do ano passado. Há mais de oito séculos, com aprovação do Papa Inocêncio III, São Francisco de Assis fundava uma das

maiores ordens religiosas da Cristan-dade. Hoje, esta entidade conta com 13.507 religiosos em 118 países.

Segundo os números deste le-vantamento, apenas as regiões da África/Oriente Médio e Ásia/Oce-ania cresceram. No ano passado, o continente africano tinha 1.161 frades e neste ano soma 1.221. O carisma franciscano é mais forte no

ano passado); América Latina: 3.279 (3.334*); América setentrional: 1.241 (1.273*); Ásia-Oceania: 1.467 (1.423*); Europa Ocidental: 3.862 (3.999*); Eu-ropa Oriental: 2.437 (2.442*).

Entre as Províncias, a São Francis-co e Santiago do México, com sede em Jalisco, é a maior do mundo com 450 frades, vindo a seguir a nova Província da Imaculada Conceição da Espanha,

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 527

OFM

que é resultado de uma fusão de seis entidades das oito existentes no país e da pequena Custódia de São Francis-co Solano do Peru. No ano passado, esta nova entidade celebrou o Capítulo

fundacional e elegeu Frei Juan Carlos Moya Ovejero, de 44 anos, como novo ministro de 375 frades, distribuídos em 46 paróquias, 12 santuários, 13 co-légios e 6 hospitais. Com a criação des-

Seis potes de terra simbolizam as seis entidades espanholas que se tornaram a nova Província da Imaculada Conceição, criada no 1º Capítulo do ano passado (na foto acima.)

ta entidade espanhola, esta Província Franciscana da Imaculada Conceição é a terceira da Ordem com 372 frades. No Brasil, a Ordem dos Frades Meno-res soma 905 religiosos.

Os 13.507 frades, incluindo os noviços - que somam 417 no mundo -, estão assim distribuídos: Professos temporários: 1.481 (frades com op-ção clerical: 1.182; Freis sem opção clerical: 155; Freis sem opção: 144); Professos solenes: 11.609 (sacerdo-tes: 9.152; diáconos permanentes: 56; Freis com opção clerical: 386; Freis leigos: 1.896). Cardeais (5), arcebis-pos (19) e bispos (95). A Ordem tem 612 postulantes se preparando para ingressar no Noviciado, mas eles não entram nesta estatística geral. Um to-tal de 305 frades faleceu no ano pas-sado e 233 deixaram a Ordem, um número (538 frades) que supera o da admissão dos noviços.

(*) Números no ano passado

Moacir Beggo

528 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Notícias e Informações

Moral cristã e seus funda-mentos: Educar em tempo de mudanças é o título da mais nova publicação de

Frei Nilo, publicada pela Editora Vo-zes. Este livro está sendo lançado em diversos eventos, entre os quais no 40° Congresso Brasileiro de Teologia Mo-ral, nos dias 29 de agosto a 1 de setem-bro de 2016, em São Paulo.

Nesta obra, Frei Nilo identifica a riqueza que brota de nossas raízes cristãs e busca partilhá-la com todos que, em meio a este tempo de mu-danças, procuram respostas para fazer face aos desafios atuais. Trata-se de uma busca comum, num diálogo per-manente, a partir de nossa identidade, a fim de colaborar com a humani-dade na tarefa educativa. Cabe-nos ter coragem e esperança, atraídos pela proposta de Jesus Cristo, no itinerário percorrido pela Igreja Católica, sobre-tudo após o Concílio Vaticano II.

Sabemos que o atual contexto histórico-social passa por grandes trans-formações. Enquanto pessoas de fé, nossa missão de cristãos é a de acompanhar atenta-mente as mudanças em curso e buscar respostas à altura dos desafios de nosso tempo. Isto re-quer uma educação que forme sujeitos éticos, capazes de identificar os engajamentos mo-rais, tendo a coragem de assumi-los na vida, quer pessoal, quer social.

“Desde o tempo do Concílio, o contexto históri-co-social mudou muito no plano da

Diante destes e tantos outros desafios, podemos reagir de diferentes formas. Uma é aquela reação, descrita pelo Papa Francisco, de nos “entrin-cheirarmos em nosso pequeno mun-do”2, numa posição de defesa, quando não é de combate, fechados em nossas pequenas fortificações. Outra postura é aquela que assume a tarefa de “uma grande reflexão crítica e um empenho de relançar a identidade, em termos propositivos e novos”3.

Inseridos nas realidades de nosso tempo, não negamos os valores da modernidade, nem os anseios da pós-modernidade; nós também partici-pamos de suas conquistas científicas, democráticas e sociais, bem como de seus sonhos e desejo de realização. Porém, estamos conscientes de que estas conquistas se encontram num quadro ainda incompleto. Propomo-nos, como cristãos, a oferecer de nossa riqueza para que as pessoas, as famí-lias, as comunidades e as sociedades possam se desenvolver mais integral-mente, conscientes de que somos um dom de Deus a serviço da humani-dade.

Ao buscar a riqueza que brota de nossas raízes cristãs e católicas, Frei Nilo aponta para o diálogo a ser travado na contemporaneidade, não bastando nos refugiar no passado; é necessário nos mobilizar a partir de nossa identidade, de nossa riqueza e colocarmo-nos em missão, a fim de colaborar com a humanidade, num empenho comum.

Nós temos ainda muito a apren-der. Longe de termos esgotado o que brota de nossas raízes cristãs, cabe-nos ter fôlego, coragem e esperança, para deixar-nos surpreender pela pre-sença de Deus que, no Seu Espírito, nos chama “a elaborar novas respostas para os problemas novos do mundo

Frei nilO AgOstini lAnçA seu 15° livrO

visão do mundo, mas também em termos de conceitos ético-políticos. A década de 1960 foi um período de espera confiante, graças à convocação do Concí-lio, mas graças também a uma maior distensão na relação entre os Estados. O cenário mudou profundamente em relação ao passado. Evidenciou-se um forte impulso à secularização. O processo de globalização cada vez mais acentuado, ao invés de favorecer a promoção do desen-volvimento das pessoas e uma maior integração entre os po-vos, parece limitar a liberdade dos indivíduos e afunilar os contrastes entre os vários mo-dos de conceber a vida pessoal e coletiva (com posições osci-lantes entre o mais rígido fun-damentalismo e o mais céptico relativismo)”1.

Notícias e Informações

atual”4. Sabemos que “o Espírito sabe dar as respostas apropriadas mesmo às questões mais difíceis”5. Tudo está atravessado pelo desígnio de Deus e banhado por seu Amor.

Por outro lado, deixemos ressoar as palavras do Papa Francisco: “Este é o momento favorável para mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração”6. Coloquemo-nos todos num movimento de conversão atraídos pelo amor misericordioso de Deus. O amor não é uma palavra abstrata. Deve atravessar nossa vida concreta e informar nossas intenções, atitudes e comportamentos no dia-a-dia, devendo estar permeado pela misericórdia; é Deus Pai orientando o nosso agir. “A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericor-dioso e compassivo”7.

Isto é fundamentalmente um ato de educar, como itinerário pessoal e comunitário a ser percorrido durante toda a nossa vida. A educação tem um lugar central em nossos dias à medida que assume o compromisso de “encontrar alternativas históricas capazes de assegurar a emancipação de todos, tornando-os sujeitos da história”8, capazes de uma autorre-flexão crítica e de uma “autonomia para organizar os modos de existên-cia e a responsabilidade pela direção de suas ações”.9 “Essa característica do ser humano constitui o funda-mento da formação do sujeito ético. Este deve ser o objetivo fundamental da Educação”10.

A moral cristã participa deste iti-nerário educativo, levando ao “dis-cernimento da vontade de Deus em vista da ação concreta”11. O desen-volvimento ético e moral das pesso-as encontra na fonte cristã da moral uma fundamentação que auxilia na formação humana integral e capacita para o discernimento, enraizado no seguimento de Jesus Cristo. “Seguir Jesus Cristo é o fundamento essencial e original da moral cristã”12. “A fé pos-sui... um conteúdo moral: dá origem e exige um compromisso coerente de vida... Através da vida moral, a fé tor-na-se ‘confissão’ não só perante Deus, mas também diante dos homens: faz--se testemunho”13.

1 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar hoje e amanhã: Uma paixão que se renova (Instrumentum laboris). Vaticano, 2014, p. 5.

2 PAPA FRANCISCO. Apud SCUOLA DI ALTA FORMAZIONE EDUCARE ALL’INCONTRO E ALLA SOLIDARIETÀ (EIS – LUMSA). Educa-re oggi e domani: Una passione che si rinova. Sfide, strategie e prospettive dalle risposte al questionario dell’Instrumentum laboris. Roma: Congregazione per l’Educazione Cattolica, 2014, p. 7.

3 Ibidem, p. 7.4 JOÃO PAULO II. Exortação apostólica Vita

Consecrata. Petrópolis: Vozes, 1996, n. 73.5 Ibidem.6 PAPA FRANCISCO. O rosto da misericór-

dia. Bula de Proclamação do Jubileu ex-

traordinário da misericórdia. São Paulo: Pau-linas, 2015, n. 19.

7 I bidem, n. 10.8 SEVERINO, A. J. A busca de sentido da for-

mação humana: tarefa da filosofia da Edu-cação. Educação e Pesquisa, 3 (2006), p. 632.

9 RODRIGUES, N. Educação: Da formação humana à construção do sujeito ético. Educa-ção & Sociedade, 22 (2001) p. 232.

10 Ibidem.11 Cf. GIBELLINI, R. A teologia do século

XX. São Paulo: Loyola,1998, p. 111. Ro-sino Gibellini segue, na citação destacada, o pensamento de Dietrich Bonhoeffer.

12 JOÃO PAULO II. Carta encíclica Veritatis Splendor. Petrópolis: Vozes, 1993, n. 19.

13 Ibidem, n. 89.

Caro confrade e irmão, Saudações fraternas.

Aproxima-se o ENCONTRO DOS IR-MÃOS LEIGOS DA PROVÍNCIA. Como já vem sendo publicado nas Comunicações da Província, acontecerá de 09 a 11 de se-tembro de 2016, desta vez em Vila Velha, no Projeto Santa Clara, na Ponta da Fruta.

Gostaríamos de recordar o nosso En-contro e convidá-lo de forma especial a participar deste momento de formação e confraternização, quando podemos parti-lhar nossas experiências, anseios e expec-tativas. Pedimos com insistência que faça sua inscrição o mais breve possível, através de e-mail ao Secretário da Província Frei Walter de Carvalho Júnior ([email protected]). Sabendo, antecipada-mente, o número de participantes, pode-mos organizar de modo mais eficiente todo o encontro.

Qualquer dúvida, entre em contato com os responsáveis pela preparação do Encontro, indicados no último Encontro em Agudos: Frei Alex Ferreira ([email protected]), Frei Elias Dalla Rosa ([email protected]) e Frei James Gomes ([email protected]).

Mais uma vez ressaltamos: sua presença é fundamental para o sucesso de mais esse Encontro dos Irmãos de nossa Província. Programe-se, reserve desde já esta data na sua agenda - não deixe de participar!

Que Deus abençoe a todos com toda a Paz e todo Bem!

FraternalmenteEquipe de Organização

enCOntrO DOs irMãOs leigOs DA PrOvínCiA

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

530 [coMUNIcAÇÕES] SetemBRo / 2016

Falecimento

Frei WilsOn steiner 30/04/1935 + 16/08/2016

Dados pessoais, formação e atividades Nascimento: 30.04.1935 (81 anos de idade), em Forquilhi-nha – SC; Admissão ao Noviciado: 19.12.1957, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 20.12.1958 (57 anos de Vida Francis-cana); Profissão Solene: 02.02.1962; Ordenação Presbiteral: 14.12.1963 (52 anos de Sacerdó-cio); 1959 - 1960 – Curitiba – estudos de Filosofia; 1961 - 1964 – Petrópolis – estudos de Teologia; 1965 – Rio de Janeiro – ano pastoral; 17.12.1965 – Blumenau – assistente do diretor e orienta-dor espiritual do Colégio Santo Antônio; 28.01.1971 – diretor do Colégio Santo Antônio e profes-sor; 14.12.1982 – São Paulo – São Francisco – vigário paro-quial e vigário da casa; 18.01.1986 – Petrópolis - guardião; 21.01.1989 – Rondinha – vigário da casa e mestre dos fra-des estudantes; 10.01.1995 – São Paulo – São Francisco - guardião; 22.11.2000 – Guaratinguetá - Postulantado – vigário da casa, vice-mestre e professor; assistente das irmãs Francis-canas de Siessen e das Irmãs da Terceira Ordem Seráfica; em 20.05.2002, foi eleito guardião, serviço que desempe-nhou até 07.11.2003.

Frei Wilson faleceu às 10h15 do dia 16 de agosto, no Hospital A. C. Camargo Cancer Center, em São Pau-lo, para onde fora transferido de Guaratinguetá, no dia 18 de julho, para tratamento de lesões no cérebro

e pulmão. Após exames amplos e criteriosos, e devido ao seu estado geral de saúde, os médicos não optaram pela cirur-gia mas pelas sessões de radioterapia. Houve, porém, um agravamento do seu estado na madrugada do dia 13, sábado passado, e ele foi transferido para a UTI, com diagnóstico de pneumonia, coração bastante enfraquecido e pressão arterial muito baixa. No dia 15 à tarde, Frei Mário Tagliari lhe deu a unção dos Enfermos. Frei Wilson estava lúcido, participou, e, na oração do Pai-Nosso, levantou os braços.

O corpo de Frei Wilson foi transladado para Guaratin-guetá - Postulantado, onde chegou à meia-noite. Seu sepul-tamento foi logo depois da Missa de Exéquias, celebrada às 16h30, marcada pela emoção dos confrades da sua fraterni-dade e dos que acorreram a Guaratinguetá para por ele rezar e a ele prestar homenagem.

O frade menorFrei Wilson era filho do casal Leonardo e Carlota Arns

Steiner, e, nos seus dados biográficos, destacou a “fantástica experiência da vida em família grande onde todos apren-

Foto

: Fre

i Heb

erti

Senr

a In

ácio

SetemBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 531

Falecimento

campo, em Forquilhinha. “O contato com a natureza ainda hoje exerce o impacto de um livro aberto para me-ditação. Gostava e gosto das noites com banho de lua, das madrugadas de frio quando levantava cedo para arrebanhar as vacas e fazer a ordenha. Tinha loucura por animais, principal-mente de montaria. Não perdia uma missa das 6 horas da manhã quando escalado como coroinha nem as ado-rações do Santíssimo dos domingos à tarde”, recordava.

Segundo ele, a vila onde morava era uma grande família. “Domingo, o grande dia do encontro com todos nos horários da missa. Depois as visi-tas à tarde na casa de algum parente ou conhecido. O café colonial, as tangeri-nas...”, acrescenta.

São Francisco de Assis entrou em sua vida através dos frades: Frei Félix com seu bom humor, D. Pascásio e Frei Clemente Tambosi. Mas, para ele, a vocação surgiu do cultivo da vivência religiosa em família. “Nunca ninguém sugeriu ou canalizou. Os ouvidos se

coisas que faz, quando feitas com gos-to. Preferência é uma questão de opção e escolha. Servir é a vocação típica do frade menor”, dizia, reforçando que essa era a ideia-força de sua espiritu-alidade. “Servir a comunidade e fazer das pequenas coisas, também as que não aparecem, momentos de doação”, completava, revelando que se alimen-tava da Eucaristia, da Bíblia, dos Es-critos de São Francisco e documentos da Igreja. Sobre a formação insistia: “É tarefa para toda a nossa vida. Nunca estamos ‘prontos’, sempre a caminho”.

Seu pensamento sobre a vida fran-ciscana é uma mensagem atualíssima: “Fazer acontecer São Francisco em nosso mundo dividido. Ele que foi ca-paz de contagiar, graciosamente pela não- violência e pela sua autenticida-de na busca do Cristo, no seu tempo. Ser serviço em tudo. A nossa vida reli-giosa franciscana é fundamentalmen-te uma experiência do Evangelho. Somos religiosos na escola de Cristo e Francisco”.

R.I.p.

familiarizaram com os sinos das Ave--Marias chamando para o culto, e a convivência com os frades”. Frei Wil-son também lembra que as missões pregadas pelos missionários francis-canos em 1948 ajudaram-no a tomar a decisão de, em 1949, ingressar no Seminário de Rio Negro, onde cursou a primeira série ginasial. Depois seguiu para Agudos, também Seminário Me-nor, onde ficou até o final do Científico em 1957. “Rio Negro me marcou com as pontas agudas dos seus ciprestes, a gruta e o estilo de castelo do seu pré-dio”, recordava.

Sua primeira missão ou transferên-cia como religioso franciscano foi Blu-menau, como orientador do Colégio Franciscano Santo Antônio. Em 1968 assumiu o cargo de diretor do Colégio. “Entendo cargo como serviço e ser ser-viço talvez seja o que mais alegria me dá nas coisas que faço”, definia, reve-lando que era muito empenhado nos compromissos assumidos.

Frei Wilson também se definia como uma pessoa introvertida, tími-

diam a repartir com todos”. Ele ocupava o quarto lugar entre os 16 filhos do casal Steiner, sendo 8 homens e 8 mulheres. Segun-do ele, os pais viveram para os filhos, tendo a educação e a re-ligiosidade como fundamentos da vida em família. “O Terço e a Oração pelas Vocações não fal-tavam em família”, dizia. Foi esse espírito que deu para a Igreja mais dois religiosos: a Irmã Es-ther (já falecida) e Dom Leonar-do Ulrich Steiner, que também escolheu fazer parte de outra grande família: a franciscana.

“A distribuição das tarefas, o cuidado pelos irmãos meno-res, a coerência dos pais, a de-dicação ao trabalho, o espírito de união me marcaram muito”, revelava Frei Wilson, recordan-do o tempo que em vivia no

da e muito emotiva, escon-dida numa “capa de serieda-de”. “Tenho capacidade para escuta, mas preciso fazer um esforço incrível para que não aconteça exatamente o con-trário quando as coisas não andam como devem”, dizia, citando grosseria e estupidez como comportamentos ina-ceitáveis. “Gosto de leitura e música clássica. Abomino grandes concentrações, não gosto de barulho e algazar-ras de festanças. Divirto-me servindo para que os outros se possam divertir”, confes-sava.

Não tinha um trabalho preferido, mas sobrava de-dicação ao confrade que foi mestre de muitos frades. “A gente acaba gostando das

Homenagem póstuma de Frei Tiago Elias

deZemBro01 e 02 Jubileus dos confrades (São Paulo – S. Francisco)05 Encontro do Regional de Pato Branco (Pato

Branco)05 Encontro do Regional de Curitiba-recreativo

(Caiobá)05 Encontro do Regional de São Paulo (Bragança)12 Encontro do Regional do Espírito Santo –

recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis)12 e 13 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí - recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)12 a 16 Tempo Forte do Definitório Geral

Janeiro 2017 19 a 22 Missão Franciscana da Juventude (Curitiba)

março 06 Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha –

Santuário)13 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Seminário)27 Encontro do Regional de Agudos (Agudos)

setemBro01 Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação02 e 03 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

(Petrópolis – S. Francisco)03 Ordenação presbiteral de Frei Edvaldo Soares

(Entre Rios, BA)03 e 04 Encontro de Cantos Franciscanos (Rondinha) 04 Dia da Amazônia: Coleta Anual pela Evangelização

na Amazônia05 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar)09 a 11 Encontro dos Irmãos Leigos da Província12 Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha)12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Angelina)12 a 23 Tempo Forte do Definitório Geral14 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Fazenda Esperança)14 e 15 Encontro Provincial da Frente de Educação

(Rondinha)17 e 18 Encontro Provincial da Frente da Solidariedade19 Encontro do Regional de Pato Branco

(Mangueirinha)19 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)19 a 22 Retiro no Eremitério de Rodeio19 a 24 Assembleia ampliada da CFMB - SERFE e SIFEM

(Rondinha) 26 Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha)26 Encontro do Regional de São Paulo (Amparo)26 e 27 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí (Lages)26 e 27 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)26 a 30 Retiro Provincial (Agudos)

outuBro06 e 07 Conselho da Formação e Estudos (Vila

Clementino)10 a 14 Curso de Franciscanismo (Rondinha)18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)24 a 26 Encontro Provincial da Frente das Paróquias,

Santuários e Centros de Acolhimento (Rondinha)29 Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz

Scudela (Coronel Freitas)

novemBro07 Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava)07 a 18 Tempo Forte do Definitório Geral08 Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila

Clementino)12 a 15 Estágio Vocacional (Guaratinguetá)19 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

– recreativo (Paty do Alferes)21 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São

Sebastião)28 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense28 Encontro do Regional de Agudos – recreativo29 a 01 Reunião do Definitório Provincial

Província Franciscana da imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados