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GRUPO II – CLASSE III – 1ª Câmara TC 017.878/2005-3 [Apenso: TC 012.712/2009-6] Natureza: Representação Entidade: Prefeitura Municipal de Ipojuca, Pernambuco Responsáveis: Ademur José Batista Monteiro (042.629.644-34); Alcindo Salustiano Dantas Filho (085.629.034-34); Carlos José de Santana (145.573.044-00); Gautama Ltda. (00.725.347/0001-00); George Agnelo de Lima (848.567.004-30); José Rodrigues de Santana Júnior (170.486.214-00); José Romildo da Cruz Sampaio (018.181.554-00); Pedro Serafim de Souza Filho (138.401.184-68); Ricardo Corte Real Braga (126.835.824-04); Rui Xavier Carneiro Pessoa (192.944.094-49); Tânia de Paula Silva (856.170.084-04) Interessado: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Advogado: não há SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. FISCALIZAÇÃO CONJUNTA TCU E TCE/PE. IRREGULARIDADES. DANO AO ERÁRIO. CONVERSÃO EM TCE. CITAÇÕES. AUDIÊNCIAS. RECOMENDAÇÃO AO MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL E À FUNASA. 1. A responsabilidade pela elaboração de projeto básico e de orçamento detalhado em planilhas de obras e serviços de engenharia recai sobre os profissionais dessa área do conhecimento e não alcança o presidente e os membros da comissão de licitação. 2. Não cabe ao Tribunal determinar que o gestor pratique ou deixe de praticar ato de sua competência discricionária, ressalvada a possibilidade de alertá-lo quanto aos riscos envolvidos na prática do ato, se iminente. RELATÓRIO Cuidam os autos de representação do Tribunal de Contas de Pernambuco, noticiando possíveis irregularidades na execução de

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GRUPO II – CLASSE III – 1ª CâmaraTC 017.878/2005-3 [Apenso: TC 012.712/2009-6]Natureza: RepresentaçãoEntidade: Prefeitura Municipal de Ipojuca, PernambucoResponsáveis: Ademur José Batista Monteiro (042.629.644-34); Alcindo Salustiano Dantas Filho (085.629.034-34); Carlos José de Santana (145.573.044-00); Gautama Ltda. (00.725.347/0001-00); George Agnelo de Lima (848.567.004-30); José Rodrigues de Santana Júnior (170.486.214-00); José Romildo da Cruz Sampaio (018.181.554-00); Pedro Serafim de Souza Filho (138.401.184-68); Ricardo Corte Real Braga (126.835.824-04); Rui Xavier Carneiro Pessoa (192.944.094-49); Tânia de Paula Silva (856.170.084-04) Interessado: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco.Advogado: não há

SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. FISCALIZAÇÃO CONJUNTA TCU E TCE/PE. IRREGULARIDADES. DANO AO ERÁRIO. CONVERSÃO EM TCE. CITAÇÕES. AUDIÊNCIAS. RECOMENDAÇÃO AO MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL E À FUNASA.1. A responsabilidade pela elaboração de projeto básico e de orçamento detalhado em planilhas de obras e serviços de engenharia recai sobre os profissionais dessa área do conhecimento e não alcança o presidente e os membros da comissão de licitação.2. Não cabe ao Tribunal determinar que o gestor pratique ou deixe de praticar ato de sua competência discricionária, ressalvada a possibilidade de alertá-lo quanto aos riscos envolvidos na prática do ato, se iminente.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de representação do Tribunal de Contas de Pernambuco, noticiando possíveis irregularidades na execução de obras de drenagem e pavimentação, no município de Ipojuca, custeadas com recursos municipais e da União.

2. Com fundamento no Acordo de Cooperação Técnica, celebrado entre o TCU e o TCE/PE, realizou-se auditoria conjunta no empreendimento, cujo relatório, no tocante às parcelas financiadas pela União, transcrevo, in verbis (fls. 235/352, volume 2):

“2. OBJETO DA ANÁLISE

O objeto da presente análise constitui-se das obras e/ou serviços de Engenharia relacionados e caracterizados a seguir no QUADRO 2.1.

QUADRO 2.1 - Relação das obras e/ou serviços selecionados para análise

Ref.Discriminação Resumida

Valor Despendido (R$)1

Concorrência 03/2001: Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas

22.576.531,20

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2Dispensa 40/2007: Serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas

877.590,103

Concorrência 13/2007: Conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas0,00 (obra não iniciada)

4Pregão Presencial nº 15/2008: Aquisição de tubulações em PVC destinadas à conclusão do sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas

0,00 (aquisição não iniciada)Os valores descritos no QUADRO 2.1 referem-se a preços iniciais (PI). Na obra referência 1 houve também o pagamento de reajustes que alcançaram o total de R$ 8.365.855,03.

Salienta-se que, no âmbito do TCE/PE, as concorrências 03/2001 e 13/2007, bem como a Dispensa 40/2007, constaram do planejamento da prestação de contas da PMI, exercício 2007, processo TC 0820028-2, mas lá não foram analisadas, mas sim remetidas a este Laudo de Auditoria, processo TC 0801292-1.

3. HISTÓRICO (SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E DESTINO DE ÁGUAS SERVIDAS EM VILA DISTRITO DE CAMELA - PORTO DE GALINHAS) (...)

Na instrução da Secex-PE (às fls. 139/142, vol. P) verificou-se que:

a) Não constava nos autos o Orçamento Estimado em Planilhas de Quantidades e Preços Unitários, citado (à fl. 204, Anexo 3) como um dos anexos do edital da Concorrência nº 03/2001.

b) O valor do convênio, de R$ 6.000.000,00 mais a contrapartida de R$ 600.000,00, era bastante inferior ao valor total do contrato, de R$ 32.122.880,06, o que indicava que o convênio se destinava a cobrir apenas parte das obras previstas.

c) Através de consulta ao SIAFI, havia um outro convênio, de nº 348/2004 (SIAFI nº 521772), firmado entre o MIN e a PMI (às fls. 134/138, vol. P.) que tinha como objeto a implantação de sistemas de drenagem e pavimentação de vias existentes na localidade de Porto de Galinhas, o que, pela descrição, presumia-se tratar de um complemento das obras previstas no Contrato PMI nº 060/2003.

Diante dessas constatações, considerou-se que a diligência realizada não fora suficiente para trazer aos autos todos os documentos necessários para se analisar o mérito da matéria, propondo-se a realização de inspeção junto à PMI, na forma prevista no art. 41, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c art. 1º, inciso II e art. 240 do Regimento Interno, o que foi deferido pelo Exmº Ministro Relator Ubiratan Aguiar, em despacho à fl. 149, vol. P.

Após essa autorização, o Ministério Público do Estado de Pernambuco enviou ao TCU, através do Ofício PJCI nº 329/2007 (à fl. 150, vol. P.), datado de 25/05/2007, cópia do Procedimento Administrativo (às fls. 151/155, vol. P.) instaurado por aquele órgão com o objetivo de investigar as notícias veiculadas pela imprensa acerca da “Operação Navalha”, realizada pela Polícia Federal, na qual se mencionava a Construtora Gautama Ltda, que realizava diversas obras no Município de Ipojuca. Na época, diversos dos dirigentes da empresa foram presos cautelarmente por irregularidades praticadas na execução de obras públicas.

Paralelamente, o Ministério Público do Estado de Pernambuco solicitou, através do Ofício PJCI nº 212/2007 (às fls. 156/158, vol. P.), ao TCE/PE a realização de providências no sentido de investigar as diversas irregularidades nas contas públicas da Prefeitura e da Câmara Municipal de Ipojuca que eram objeto de várias representações na Promotoria de Justiça da Comarca daquele Município. Anteriormente, em 05/06/2006, o Ministério Público já requisitara, através do Ofício PJCI nº 227/2006 (às fls. 160/161, vol. P.), informações acerca de uma auditoria nas contas do Município de Ipojuca que estava em curso naquela oportunidade.

Em 07/08/2007, a Controladoria Geral da União no Estado de Pernambuco (CGU), através do

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Ofício nº 25508/2007/GAB/CGU-Regional/PE (à fl. 164, vol. P.), requereu, com o objetivo de subsidiar os trabalhos de fiscalização que aquele órgão estava desenvolvendo no Município de Ipojuca, cópias das folhas 15 a 95, Anexo 2, do processo TCU TC nº 017878/2005-3.

Ciente da atuação da CGU no mesmo objeto de que tratava o referido processo, a Secex-PE entrou em contato com aquela instituição com o objetivo de coletar informações atualizadas acerca das obras de drenagem e pavimentação na localidade de Porto de Galinhas, nas quais se daria a inspeção a ser realizada.

A fiscalização levada a cabo pela CGU em função do processo nº 00190.028921/2006-41 daquele órgão, que veio a resultar no Relatório de Ação de Controle Nº 00190.028921/2006-41 no Município de Ipojuca/PE (às fls. 02/29, Anexo 20), detectou que as obras de drenagem e pavimentação, além do Convênio nº 300/2002 firmado com o MIN, também receberam recursos do Convênio nº 348/2004 (firmado também com o MIN), do Convênio nº 474/2002 firmado com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), dos Convênios estaduais n° 13/2004 e n° 07/2005, firmados com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais (SEDUPE), além da aplicação de recursos próprios da PMI.

Como a competência para fiscalizar a aplicação dos recursos estaduais e municipais cabe ao TCE/PE, foram realizadas reuniões entre os técnicos dos três órgãos com o objetivo de se vislumbrar a melhor solução para fiscalizar de forma efetiva as obras em comento. Concluiu-se, então, pela necessidade de uma auditoria em conjunto, tendo em vista as seguintes constatações:

a) os pagamentos estavam sendo efetuados a partir de diversas contas correntes que não correspondiam às contas específicas dos convênios;

b) o TCU e a CGU tinham grande dificuldade de acessar as demais contas utilizadas pela Prefeitura Municipal de Ipojuca, pois elas não se referiam aos convênios federais;

c) o contrato firmado com a Construtora Gautama fora rescindido e a obra estava paralisada;

d) a licitação para contratação do remanescente da obra estava em curso;

e) os pagamentos efetuados se referiam a diversos exercícios e as ações empreendidas pelo TCE/PE, em regra, referiam-se a um exercício específico. (...)

4. SUPORTE DA AUDITORIA

4.1 DOCUMENTAÇÃO EXAMINADA

A documentação efetivamente e analisada foi obtida em resposta às solicitações formuladas através dos ofícios emitidos por esses Tribunais (às fls. 02/169, Anexo 22).

Os comentários acerca dos documentos pertinentes a cada obra e/ou serviço analisados encontram-se no item 4.2 ANÁLISE INDIVIDUALIZADA.

4.2 VISTORIA

Foram realizadas, quando pertinentes, vistorias e medições das obras selecionadas no QUADRO 2.1, efetuando-se a verificação da situação "como construído" frente aos elementos apresentados pela Administração (projetos, orçamentos, especificações, empenhos, boletins de medição, etc.). Quando da não disponibilidade ou incompatibilidade entre estes elementos e a situação observada in loco, procedeu-se à preparação de plantas ou croquis, elaborados a partir dos levantamentos e medições realizados.

Na oportunidade das vistorias de campo realizadas, os técnicos do TCE foram acompanhados pelos representantes oficiais relacionados no QUADRO 4.2.1.(...)

Salienta-se que Carlos José de Santana foi o Prefeito de Ipojuca entre os anos de 2001 e 2004. Pedro Serafim de Souza Filho é o atual Prefeito do município e também o foi entre os anos de 2005

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e 2008.

Por ocasião da vistoria a cada uma das obras e serviços que integram o objeto da análise, foram lavrados termos de inspeção (às fls. 02/130, Anexo 21), ficando os participantes da vistoria de posse de cópia dos mesmos.

Participaram das vistorias de campo os seguintes componentes: do TCE/PE o Inspetor de Obras Públicas Fernando Antonio Oliveira Rolim e o Técnico de Inspeção de Obras Públicas Gustavo Walter Xavier; por parte do TCU os Analistas de Controle Externo Eric Bragança da Silva e Sérgio Carvalho Bezerra.

4.3 METODOLOGIA ADOTADA (...)

5. ANÁLISE TÉCNICO-FINANCEIRA

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Como já dito anteriormente, o objeto da presente análise constitui-se das obras e/ou serviços de Engenharia relacionados e caracterizados acima no QUADRO 2.1.

Salienta-se que, porque os serviços de conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas ainda não foram iniciados, as análises da Concorrência 13/2007, bem como do Pregão Presencial nº 15/2008, ficarão restritas, neste Laudo, à etapa da licitação.

Repete-se que, no âmbito do TCE/PE, as concorrências 03/2001 e 13/2007, bem como a Dispensa 40/2007, constaram do planejamento da prestação de contas da PMI, exercício 2007, processo TC 0820028-2, mas lá não foram analisadas, mas sim remetidas a este Laudo de Auditoria, processo TC 0801292-1.

5.2 ANÁLISE INDIVIDUALIZADA

5.2.1 - Obra (Ref. 01) - Concorrência 03/2001: Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas

Destaca-se que a obra abrangeu duas administrações municipais: a do Ex-Prefeito Carlos José Santana, entre 2001 e 2004, neste Laudo referido como Prefeito anterior, ou gestão anterior; e a do Prefeito Pedro Serafim de Souza Filho, entre 2005 e 2008, neste Laudo referido como Prefeito atual, ou gestão atual, reeleito para o mandato 2009 2012.

a) Projeto básico

O Projeto básico foi contratado através do Convite nº 24/2001 (às fls. 19/181, Anexo 3), da qual participaram três empresas. O contrato para a elaboração do projeto básico foi firmado com a empresa ACCAT – Consultoria e Assessoria Técnica Ltda no valor de R$ 145.800,00 (entretanto, por não disponibilidade dos documentos, a cópia do contrato não se encontra nos autos).

Foram apresentadas duas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) pela elaboração do projeto básico, a saber:

- ART 1096476 (à fl. 104, Anexo 1), em nome de Amaury Enaldo de Oliveira Filho, CPF 079.756.434-91, CREA 6.330-D/PE, relativa ao projeto básico de pavimentação e drenagem do sistema viário projetado;

- ART 1096471 (à fl. 106, Anexo 1), em nome de Maurício Oliveira de Andrade, CPF 193.739.614-20, CREA 8503-D/PE, também relativa ao projeto básico de pavimentação e drenagem do sistema viário projetado.

Entretanto, não foi apresentada ART para a parte do projeto relativa ao sistema de esgotamento sanitário.

b) Orçamento estimativo

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Do Laudo de Auditoria realizado pela IRMS/TCE/PE relativo à prestação de contas do exercício de 2003 da PMI (processo TC 0420005-6), obtém-se a informação de que orçamento estimativo para a concorrência 03/2001, também elaborado pela ACCAT Ltda, teve valor global de R$ 32.984.757,94. Entretanto, a PMI não conseguiu localizar em seus arquivos dito orçamento estimativo, com todos os serviços que compõem o seu valor global.

c) Licitações

As obras foram contratadas através da Concorrência nº 03/2001, da qual participaram três empresas. O Laudo de Auditoria realizado pela IRMS/TCE/PE relativo à prestação de contas do exercício de 2003 da PMI (processo TC 0420005-6) contém a análise da licitação, e dele obtém-se o QUADRO 5.2.1.1 que mostra elementos do processo licitatório.

QUADRO 5.2.1.1 – Elementos da Concorrência 03/2001

Processo Licitatório

N.º do processo:127/01Modalidade/n.ºConcorrência 03/2001Tipo:Menor preçoData Publicação:13/12/2001Data base das propostas: 22/01/2002Proposta Vencedora:Construtora Gautama Ltda.Valor em R$:32.122.880,06Data da abertura das propostas:22/01/2002Data da homologação: 22/01/2002Presidente da CPL:José Rodrigues de Santana Júnior

Participantes Do CertameValor (R$)

Construtora Gautama Ltda.32.122.880,06

Imobiliária Rocha Ltda.32.532.304,25

Sergen – Serviços Gerais de Engenharia SA32.984.757,94

Além disso, pela extinção do contrato decorrente da licitação, sem a conclusão do objeto contratual, a Administração realizou outras licitações, abaixo citadas e analisadas nas seções 5.2.2, 5.2.3, e 5.2.4.

- Dispensa de Licitação nº 40/2007: Serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas (item 5.2.2);

- Concorrência nº 13/2007: Conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas (item 5.2.3)

- Pregão Presencial nº 15/2008: Aquisição de tubulações em PVC destinadas à conclusão do sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas (item 5.2.4)

d) Contratos e Aditivos

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Em decorrência da Concorrência 03/2001 foi firmado o Contrato nº 60/2003 (às fls. 14/18, Anexo 3) com a Construtora Gautama no valor de R$ 32.122.880,06. O contrato recebeu dois aditamentos de serviços que elevaram o valor contratado para R$ 33.778.476,50, e três de prazo, que estenderam sua execução até 24 de junho de 2007 (às fls. 301/327, Anexo 3, e 39/58, Anexo 16). A empresa paralisou a obra em 21 de maio de 2007, após a divulgação pela imprensa da “Operação Navalha” realizada pela Polícia Federal, que apurou a ocorrência de diversas irregularidades praticadas pela Gautama na execução de obras públicas.

Citam-se os seguintes elementos de interesse: (...)

e) Recursos

As obras de drenagem, esgotamento sanitário e pavimentação em Porto de Galinhas (Concorrência 03/2001; Contrato nº 60/2003) receberam recursos das seguintes fontes:

e.1) Federais

O QUADRO 5.2.1.2 mostra os convênios firmados com o Governo Federal para a execução do objeto contratual.

Convênio nº

300/2002

348/2004

474/2002

870/2005

Órgão

MIN

MIN

FUNASA

FUNASA

Vigência

06/12/2002 a 09/01/2003

07/01/2005 a 27/06/2007

10/12/2002 a 21/01/2009

19/12/2005 a 27/11/2008

Valor conveniado- RS

6.000.000,00

3.575.000,00

3.499.646,18

3.000.000,00

Valor liberado - RS

6.000.000,00

3.575.000,00

1.819.815,78

0,00

Valor da contrapartida - RS

600.000,00

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357.500,00

162.220,70

600.000,00

Valor total conveniado

6.600.000,00

3.932.500,00

3.661.866,88

3.600.000,00

Situação do convênio

Concluído

Extinto, com saldo residual liberado e ainda não devolvido

Extinto

Em decorrência de pendências na documentação comprobatória de posse de imóvel, o Convênio nº 870/2005 não foi efetivamente celebrado, não tendo havido liberação de recursos

e.2) Estaduais

O QUADRO 5.2.1.3 mostra os convênios firmados com o Governo do Estado de Pernambuco para a execução do objeto contratual. (...)

e.3) Recursos próprios

Em relação ao valor total empregado na obra (R$ 30.942.386,23), o montante de recursos da Prefeitura Municipal de Ipojuca (PMI) usado também foi considerável. (...)

f) Análise Financeira dos Contratos

Conforme a metodologia explanada na seção 4.3.3, foi realizada a análise financeira do contrato 60/2003 e de seus dois aditivos, a fim de se verificar se os preços contratados podiam ser considerados compatíveis com o mercado ou não.

Lembra-se que esta não é a primeira vez que a obra é tratada no âmbito do TCE/PE. Conforme já dito no capítulo 3, nas prestações de contas dos exercícios de 2003 e 2004 já tinham sido feitas considerações sobre a obra. No Laudo de Auditoria relativo à prestação de contas de 2003 foi apontado excesso por superfaturamento, gerado em virtude da contratação de preços considerados como superestimados (sobrepreço). Naquela ocasião, a equipe técnica do TCE/PE considerou na análise financeira do contrato um BDI de 20%, incidido sobre os preços de referência obtidos da tabela da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana da Cidade do Recife (EMLURB).

A questão do superfaturamento apontado em 2003 não foi abordada pelo julgamento do TCE/PE (Decisão TC Nº 1.226/2005 – Primeira Câmara), mas remetida à apreciação pelo TCU, em virtude dos pagamentos em 2003 terem sido feitos com recursos federais. Assim, é na presente Auditoria, feita em conjunto entre o TCU e o TCE/PE, que a questão dos preços contratados volta a ser abordada.

Em contatos com a equipe técnica elaboradora do Laudo de Auditoria relativo à prestação de contas de 2003, a equipe elaboradora do presente Laudo indagou qual o critério adotado para a definição BDI de 20%. Como resposta foi dito que nos preços unitários dos orçamentos estimativos das obras feitas naquele ano pela PMI, a Administração municipal estava adotando a tabela da EMLURB sem incidência de BDI. Como a obra em análise (Concorrência 03/2001: Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas) tinha magnitude significativa em relação às demais obras municipais, a equipe do TCE resolveu considerar a incidência de BDI, e no patamar de 20%.

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Saliente-se que os 20% já constituíam valor bastante razoável para ser adotado na análise financeira do contrato. Entretanto, quando da feitura do presente Laudo, e de modo a se estimar uma quantia que seguramente não excedesse o valor real devido, na forma preconizada no art. 210, §1º, inciso II, do Regimento Interno do TCU, e considerando ainda que, quando do Laudo de Auditoria relativo ao exercício de 2003, só foram estimados pelo TCE/PE preços para os serviços que tinham sido executados e pagos naquele ano (parte dos serviços de pavimentação e drenagem), as equipes técnicas do TCU e do TCE/PE adotaram como BDI uma taxa de 30%. Esse percentual pode ser justificado, pois vem sendo adotado em obras similares, bem como atualmente é o valor que a Administração tem praticado. Assim, as equipes do TCE/PE e TCU consideraram que o valor de 30% para o BDI é bastante compatível com a natureza da obra em apreço.

Foi feita uma análise sobre os preços unitários ofertados pela empresa contratada, incluindo os aditivos que foram realizados. Como referências de preços de mercados foram utilizadas as seguintes fontes:

a) a tabela de preços da EMLURB, de junho de 2001, atualizando os preços pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC, ou seja, a coluna 35 da FGV) até janeiro de 2002 e inserindo um BDI de 30 %;

b) a tabela de preços do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), de janeiro de 2002, inserindo um BDI de 30 %.

Quando foram encontrados preços unitários nas duas fontes de referência para o mesmo item, foi adotado sempre o de maior valor. Para os itens que não foram encontrados nessas tabelas de referência, foi utilizada ainda, adicionalmente, a tabela de preços da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA) de fevereiro de 2002 e do Sistema de Custos Rodoviários (SICRO) Nordeste, de janeiro de 2002, sempre adicionando um BDI de 30 %. Para os itens que não foram encontrados em nenhuma tabela de referência, foram repetidos os preços da proposta da empresa contratada.

g) Pagamentos e Boletins de Medição

O QUADRO 5.2.1.5 apresenta um resumo dos valores de todos os pagamentos efetuados, tanto dos boletins de medição (BM) a preços iniciais (PI) quanto dos seus respectivos reajustes (R) (...)

h) Análise da Execução Físico-Financeira da Obra / Cálculo dos Excessos

Conforme a metodologia explanada na seção 4.3.3, foi realizada a análise da execução físico-financeira do contrato 60/2003 e de seus dois aditivos, a fim de se verificar se os serviços haviam sido pagos pelos preços contratados [o que configuraria um excesso por superfaturamento (SF), haja vista a ocorrência de sobrepreço (preços superestimados)], bem como se os serviços pagos tinham sido executados em campo ou não [o que, nesta última hipótese, configuraria um excesso por despesa indevida (DI)].

i) Achados: Irregularidades, Impropriedades e Constatações

Com base nos métodos descritos, e nos fatos e considerações desenvolvidas nas alíneas “a” a “h” acima, a equipe encontrou diversos achados de auditoria. As descrições e referências dos achados estão em conformidade ao conteúdo das matrizes de planejamento e de achados que guiaram os trabalhos de auditoria desenvolvidos. Os achados, adiante indicados, se constituem em irregularidades, impropriedades e constatações, e no âmbito do TCE/PE são objeto de notificação aos responsáveis, enquanto que no âmbito do TCU são objeto de citação, audiência ou determinação.

i.1) Achado 04 – Irregularidade: Não feitura da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART pelo projeto básico

Durante a auditoria, no entanto, a PMI não conseguiu localizar em seus arquivos o Projeto Básico

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completo contratado para a obra. Além disso, só foi localizada a ART para a parte do projeto relativo à pavimentação e drenagem, não tendo sido apresentada ART para o sistema de esgotamento sanitário projetado.

Norma infringida: Lei Federal 6.496/1977, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

i.2) Achado 05 – Constatação: Falta de aprovação do projeto básico pela autoridade competente ou ausência de projeto básico

Houve a elaboração de um projeto básico, contratado à empresa ACCAT – Consultoria e Assessoria Técnica Ltda por meio do Convite nº 24/2001 (às fls. 19/181, Anexo 3). Durante a auditoria, no entanto, a Prefeitura não conseguiu localizar em seus arquivos o Projeto Básico completo contratado para a obra. Constam nos autos dos processos do TCU e do TCE/PE somente os Projetos Básicos apresentados ao Ministério da Integração Nacional e à FUNASA para se firmar os Convênios nº 300/2002, 348/2004 e 474/2002.

No primeiro convênio (às fls. 18/103, Anexo 1) consta o Volume 1 - Memória Justificativa, do projeto, mas faltam os Volumes 2 a 4, que conteriam os Desenhos, as Especificações Técnicas e o Orçamento, respectivamente. A Planilha Orçamentária constante (às fls. 14/17, Anexo 1), totaliza R$ 6.600.000,00, o que se refere somente ao valor do convênio, e não da obra como um todo.

No caso do Convênio nº 348/2004, o Projeto Básico constante (às fls. 531/621, Anexo 7) traz basicamente as mesmas informações apresentadas anteriormente em relação ao Convênio nº 300/2002. No entanto, a Planilha Orçamentária apresentada (às fls. 616/617, Anexo 7) totaliza R$ 14.822.500,00, valor que difere tanto do celebrado no Convênio nº 348/2004 quanto do total da obra.

Já em relação ao Convênio nº 474/2002, consta nos autos apenas o Plano de Trabalho (às fls. 26/28, Anexo 8) e a Planilha Orçamentária (às fls. 40/47, Anexo 8) referentes ao valor celebrado no convênio. Além de não ter sido encontrado o projeto básico completo, também não foram encontrados os documentos relativos ao seu recebimento e aprovação. Dessa forma, não foi possível verificar se o projeto básico foi corretamente aprovado. Tal fato, no entanto, demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata dessa irregularidade de forma específica.

i.3) Achado 08 – Constatação: O dimensionamento dos quantitativos carece de justificativa

Como não foi localizado o Projeto Básico que consistiu no objeto do Convite nº 24/01 (às fls. 19/181, Anexo 3), não houve como comprovar se houve justificativa para o dimensionamento dos quantitativos. Tal fato demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata desta irregularidade de forma específica.

i.4) Achado 09 – Constatação: Não há indicação da fonte de preços adotada no projeto básico

Como não foi localizado o Projeto Básico que consistiu no objeto do Convite nº 24/01 não houve como comprovar a origem dos preços adotados. Tal fato demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata desta irregularidade de forma específica.

i.5) Achado 10 – Constatação: Custos unitários do projeto básico não estão compatíveis com o preço de mercado

Como não foi localizado o Projeto Básico, não se pode verificar diretamente a compatibilidade dos

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preços unitários deste com os de mercado. Tal fato demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata desta irregularidade de forma específica.

i.6) Achado 12 – Irregularidade: Movimentação irregular da conta específica do convênio

Foram constatadas movimentações irregulares nas contas específicas dos convênios. Na Conta Corrente nº 10.785-9, relativa ao Convênio nº 300 do Ministério da Integração Nacional (conforme Planilha 01, Pasta A, Anexo 24 em CD), foi realizado em 24/12/2003 o pagamento de R$ 1.099.065,07, referente ao 1º Boletim de Medição do Convênio nº 474 da FUNASA, cujo valor foi restituído à conta um mês depois, em 29/01/2004. Também foi realizada uma transferência de R$ 8.418,83 em 05/06/03 sem relação com o objeto, cujo valor só foi devolvido em 18/06/2004.

A mesma conta serviu para a administração dos recursos do Convênio nº 348 do Ministério da Integração Nacional. Foram verificadas nessa ocasião (conforme Planilha 01, Pasta A, Anexo 24 em CD) transferências sem relação com o objeto do convênio nos valores de R$ 132.442,64, em 31/08/2005, e de R$ 842.162,60, em 28/12/2005. Também foi detectado um crédito de R$ 581.503,48, em 19/01/2006, proveniente da Conta nº 9-8 da Caixa Econômica Federal. De acordo com o Termo do Convênio nº 348/2004 (às fls. 262/268, Anexo 7), a contrapartida a ser aplicada seria de R$ 375.500,00. No Demonstrativo da Receita e da Despesa constante da prestação de contas (à fl. 981, Anexo 7, vol. 6), é relatado que a Receita Total foi de R$ 4.156.503,48. Esse valor é igual à soma das duas transferências com o referido crédito de R$ 581.503,48. Dessa forma, pode-se considerar que desse valor, R$ 375.500,00 se referem aos recursos da contrapartida, enquanto que os R$ 206.003,48 restantes são créditos sem relação com o convênio, razão pela qual devem ser compensados com os valores retirados indevidamente.

A retirada de recursos da conta específica que não seja para pagamento de despesas do convênio ou para aplicação financeira constitui-se num débito, o qual, se não for aferida a existência de boa fé, demanda a aplicação de juros além da correção dos valores.

No primeiro caso, devido ao fato do valor de R$ 1.099.065,07 só ter ficado fora da conta por um mês, não serão consideradas nem a incidência de juros nem a falta de aplicação financeira, embora tal fato não elida a irregularidade da movimentação irregular.

No segundo caso, a devolução dos recursos à conta interrompeu o débito, mas esse existiu no espaço de um ano, entre os meses de junho de 2003 e junho de 2004, razão pela qual, além de incidir a aplicação financeira do período, devem incidir também juros sobre o valor de R$ 8.418,83, que foi retirado e devolvido posteriormente. O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data. A responsabilidade sobre esse débito recai sobre a gestão anterior.

No terceiro caso, será considerado como débito o saldo das transferências irregulares, nos seguintes valores:

- R$ 132.442,64, acrescido de aplicação financeira e juros no período entre 31/08/2005 e 28/12/2005. O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data;

- R$ 768.601,76 (= R$ 132.442,64 + R$ 842.162,60 - R$ 206.003,48), acrescido de aplicação financeira e juros no período desde 19/01/2006. Por se tratar de valores não devolvidos, o valor do débito se constitui do valor total atualizado desde a data referida.

A responsabilidade sobre esse débito recai sobre a gestão atual.

Embora haja um achado específico para a ausência de aplicação financeira (achado i.6 adiante), em virtude dos valores, no presente caso, estarem atrelados a uma irregularidade mais grave - a movimentação irregular da conta específica - os débitos decorrentes não serão tratados naquele achado, e sim neste.

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Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga.

i.7) Achado 13 – Irregularidade: Ausência de aplicação financeira dos recursos do convênio quando da não utilização destes num prazo superior a 30 dias

Foi verificada a não aplicação financeira dos recursos não utilizados num prazo superior a 30 dias em algumas ocasiões (conforme Planilha 01, Pasta A, Anexo 24 em CD). Na Conta Corrente nº 10.785-9, relativa ao Convênio nº 300 do Ministério da Integração Nacional, verificou-se o saldo de R$ 907,36 em 03/07/03, que não foi utilizado até 17/09/03. Considera-se que nesse caso o valor não aplicado é de pouca significância. No entanto a mesma conta foi utilizada para a administração dos recursos do Convênio nº 348 do Ministério da Integração Nacional. O QUADRO 5.2.1.6 mostra os saldos não utilizados:

QUADRO 5.2.1.6 – Saldos não utilizados num prazo superior a 30 dias

SaldoData

Não utilizado atéR$ 1.501.930,86

31/08/0501/11/05

R$ 950.803,5801/11/0528/12/05

R$ 690.144,4619/01/0620/03/06

R$ 491.774,5520/03/0609/06/06

R$ 27.388,3209/06/0627/12/06

R$ 1.602.388,3227/12/0603/05/07

R$ 202.388,3203/05/0711/06/07

O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data. Restou ainda um saldo de R$ 2.388,32 em 11/06/07. Este valor, no entanto, será objeto de proposta de encaminhamento no achado 17 (ver item i.10), que trata desta irregularidade de forma específica.

Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga.

i.8) Achado 15 – Irregularidade: Propósito do convênio não atingido

Os serviços dos itens 3.50.01.49 – Fornecimento e Plantio de Grama e 3.50.02.01 – Fornecimento e Aplicação de Manta Geotextil, referentes à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), e relacionados ao Convênio nº 474/2002 da FUNASA, foram pagos, mas não foram executados, conforme constatado in loco pela equipe de auditoria. Salienta-se que a ETE é uma lagoa de estabilização de esgotos.

No caso dos serviços de fornecimento e aplicação da Manta Geotextil, que deveria estar sob o maciço terroso da ETE, a equipe de auditoria, na presença dos representantes das gestões atual e

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anterior, realizou quatro perfurações no solo até encontrar a cota do terreno natural sem que fossem encontrados vestígios da manta (conforme detalhado no Termo de Inspeção às fls. 04/09, Anexo 21). Tal constatação já havia sido feita pela CGU, conforme constante no Relatório de Ação de Controle nº 00190.028921/2006-41 (às fls. 02/29, Anexo 20), que naquela oportunidade também realizou quatro perfurações no solo sem encontrar vestígios da manta.

A aplicação da Manta Geotextil foi recomendada em Parecer apresentado pela empresa Gusmão Engenheiros Associados Ltda (às fls. 02/08, Anexo 16), contratada pela PMI para realizar a avaliação geotécnica do terreno da ETE, em janeiro de 2003. O Parecer diz que o terreno natural subjacente à ETE apresentava depósitos de solos muito compressíveis, que poderiam afetar negativamente o desempenho da obra. Ou seja, o subsolo não apresentava condições satisfatórias em grande parte da implantação da ETE.

Para contornar esse problema, o Parecer indicava mudanças radicais no projeto original (e.g. construção do aterro em etapas, drenos verticais com sobrecarga), mas que além de onerar a obra, a solução requereria prazos mais longos para a execução. Como solução alternativa, e para manter a solução preconizada no projeto executivo elaborado, o Parecer recomendou solução alternativa, que envolvia, entre outros o fornecimento e aplicação da referida Manta Geotextil, bem como a implantação e acompanhamento de uma instrumentação geotécnica composta de marcos superficiais locados na crista dos aterros (diques) da ETE. A Manta Geotextil foi inserida na planilha contratual, mas a instrumentação não. Esse fato em si, de não adoção das recomendações que o Parecer contratado pela própria PMI indicava, já aponta para um fato grave. Como agravante da situação há o pagamento pela aplicação da Manta sem que tenham sido detectados vestígios de sua existência.

Além disso, verificou-se que não foi executada a proteção para os taludes da lagoa. Embora essa proteção não tenha sido paga, a sua ausência veio a ocasionar a erosão dos taludes.

Por conta dos dois motivos acima indicados, tem-se como comprometida a eficácia da lagoa, uma vez que, quando da retomada dos serviços, será necessário refazer todos os serviços que já foram executados relativos à ETE, pode-se concluir que o propósito do Convênio 474/2002 não foi plenamente atingido.

O Convênio nº 348/2004, por sua vez, teve recursos no valor R$ 974.605,24 transferidos para contas sem relação específica com o objeto, e recebeu em sua conta específica o valor de R$ 581.503,48, vindo de outra conta, do qual R$ 375.500,00 se referem a recursos da contrapartida, enquanto que os R$ 206.003,48 restantes são créditos sem relação com o convênio, razão pela qual devem ser compensados com os valores retirados indevidamente. Isso implica num saldo de R$ 768.601,76 transferidos a contas sem relação com o objeto do convênio. Além disso, ainda houve um valor de R$ 1.602.388,32 não utilizado, dos quais R$ 1.600.000,00 foram transferidos para uma conta de aplicação (conforme Planilha 01, Pasta A , Anexo 24 em CD). Dessa forma, concluiu-se que também o propósito do Convênio nº 348/2004 não foi plenamente atingido.

Os valores indevidamente pagos, não devolvidos e transferidos serão, no entanto, objeto de análise nos achados 12 (item i.6), 17 (item i.10) e 56 (item i.26), que tratam dessas irregularidades de forma específica.

Norma infringida: Termo do Convênio, Cláusula Segunda, item 2, alínea “a” do Convênio MIN nº 348/2004, e Cláusula Segunda, item 2, alínea “b” do Convênio FUNASA nº 474/2002.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga.

i.9) Achado 16 – Constatação: Não demonstração da correta aplicação dos recursos

As transferências de recursos do convênio para contas sem relação com o objeto do convênio, assim como o pagamento de serviços não realizados, como o Fornecimento e Aplicação de Manta

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Geotextil, demonstram que os recursos não foram aplicados corretamente. No entanto, tais fatos são objeto de análise nos achados 12 (item i.6) e 56 (item i.26), que tratam dessas irregularidades de forma específica.

i.10) Achado 17 – Irregularidade: Não devolução dos valores não utilizados no convênio

Os valores não utilizados no Convênio MIN nº 348/2004, no total de R$ 1.600.000,00, foram transferidos (conforme Planilha 01, Pasta A, Anexo 24 em CD) para conta de aplicação antes do prazo final do convênio em 27/06/2007 (R$ 1.400.000,00 em 03/05/2007 e R$ 200.000,00 em 11/06/2007). Porém, após esse prazo, como não houve prorrogação do convênio, os recursos não poderiam ser mais utilizados e deveriam ter sido devolvidos ao convenente. Além do valor transferido para a conta de aplicação, restaram ainda R$ 2.388,32 na conta específica que igualmente não foram devolvidos. No primeiro caso, deve ser devolvido o valor principal mais os rendimentos da aplicação. No segundo caso, deve ser devolvido o valor residual acrescido dos rendimentos da aplicação financeira, que deveria ter sido, mas não foi realizada. Uma vez que os recursos se encontram depositados, é necessário somente se determinar ao Município de Ipojuca, na pessoa do seu representante legal, que restitua os citados valores.

Normas infringidas: IN/STN n.º 1/1997 e Termo do Convênio Cláusula Décima Primeira do Convênio MIN nº 348/2004.

Responsáveis: Município de Ipojuca, na pessoa de seu representante legal.

i.11) Achado 18 – Irregularidade: Licitação de obras sem previsão orçamentária ou com previsão insuficiente

Verificou-se que o Edital de Concorrência nº 03/2001 (às fls. 182/218, Anexo 3) data de 13 de dezembro de 2001 e que a apresentação das propostas se deu em 22 de janeiro de 2002. No entanto, o Contrato PMI nº 060/2003 (às fls. 14/18, vol. Anexo 3) entre a Prefeitura Municipal de Ipojuca e a Construtora Gautama, no valor de R$ 32.122.880,06, só foi assinado em 18 de dezembro de 2002, após a assinatura dos Convênios nº 300/2002 com o Ministério da Integração Nacional (às fls. 03/11, vol. Anexo 3), que se deu em 06 de dezembro de 2002; e nº 474/2002 com a FUNASA, que se deu em 10 de dezembro de 2002 (conforme informação do SIAFI, à fl. 08, Anexo 8). Após o início das obras foram firmados os Convênios nº 348/2004 com o Ministério da Integração Nacional (às fls. 284/290, Anexo 7); nº 870/2004 com a FUNASA, que se deu em 19/12/2004 (à fl. 04, Anexo 9), o qual não teve recursos liberados; e ainda os Convênios com o Estado de Pernambuco SEDUPE nº 07/2005 (às fls. 21/25, Anexo 10) e nº 13/2004 (às fls. 65/70, Anexo 10). Dessa forma, ao licitar as obras, a PMI não tinha previsão orçamentária suficiente para executar o contrato.

Normas infringidas: Art. 7, § 2º, inciso III, e art. 40, Inciso XIV, “b” da Lei Federal 8.666/1993 e Art. 167, incisos I e II da CF/1988.

Responsável: Carlos José de Santana.

i.12) Achado 20 – Irregularidade: Inexistência ou inadequação dos critérios de aceitabilidade de preços

O Edital de Concorrência nº 03/2001 (às fls. 182/218, Anexo 3) não estabeleceu critérios de aceitabilidade de preços unitários nem preço global máximo, apenas limites para propostas inexequíveis.

Norma infringida: Art. 40, X, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José da Santana; José Romildo da Cruz Sampaio; José Rodrigues de Santana Júnior; Tânia de Paula Silva.

i.13) Achado 22 – Constatação: Processo licitatório com condições que restrinjam a competitividade e/ou tentativa de fraude à licitação

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O Relatório de Ação de Controle nº 00190.028921/2006-41 da CGU (às fls. 02/29, Anexo 20) detectou que nas propostas apresentadas pelas empresas Construtora Gautama Ltda, Imobiliária Rocha Ltda e Sergen Serviços Gerais de Engenharia S/A praticamente todos os preços unitários dos itens de serviços constantes das planilhas orçamentárias das duas últimas empresas apresentam variação de 0 (zero) a 9 (nove) centavos. Tanto nos serviços que apresentavam custos na ordem de milhares de reais ou de dezenas de reais, a variação se dava nos centavos. Ressaltou ainda que serviços de engenharia apresentam composições determináveis e que matematicamente, com base nessas composições, haveria como provar a impossibilidade de ocorrer a variação apresentada entre as duas propostas (a não ser que houvesse combinação de preços entre as empresas). No entanto, o mesmo não ocorreu com a proposta da Gautama. Mesmo sem haver indícios de que a proposta da Gautama tenha tido alguma combinação com as outras duas empresas, houve uma suspeita de tentativa de fraude à licitação que não foi percebida pela Comissão de Licitação. Torna-se necessário determinar à Prefeitura de Ipojuca que, além de estabelecer critério de aceitabilidade de preços unitários, verifique a hipótese de coincidência de preços entre as concorrentes.

i.14) Achado 31 – Irregularidade: Sobrepreço/Preço

Com base na metodologia descrita na alínea “f” da seção 5.2.1, foi elaborado um comparativo de preços correspondente à análise financeira do contrato (Planilha 02, Pasta A, Anexo 24 em CD). O valor total contratado, incluindo-se os aditivos, foi de R$ 33.778.476,35, enquanto que os preços de referência TCU e TCE/PE somaram R$ 29.755.675,64, o que resultou num sobrepreço (preço superestimado) de R$ 4.022.800,71. O sobrepreço, em si, não representa um prejuízo, mas uma possibilidade de prejuízo que se materializa com a ocorrência da despesa. Assim, cada pagamento efetuado implica na constatação de um excesso por superfaturamento (SF), o que não exclui a possibilidade de constatação simultânea de excesso por despesa indevida (DI), em caso de eventual pagamento de serviços sem o respectivo adimplemento. Salienta-se que os eventuais excessos apontados nos boletins de medição a preços iniciais também repercutem nos eventuais reajustamentos pagos, neles também produzindo excessos.

Norma infringida: princípios da legalidade, moralidade, economicidade art. 37 da CF/1988; art. 43, inciso IV, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José de Santana; José Romildo da Cruz Sampaio; José Rodrigues de Santana Júnior; Tânia de Paula Silva.

i.15) Achado 33 – Irregularidade: Não há detalhamento dos custos de instalação e mobilização

Como não foi localizado o Projeto Básico que consistiu no objeto do Convite nº 24/2001, não se pode verificar diretamente se havia esse detalhamento no orçamento. Mas na Proposta de Preços da Construtora Gautama (às fls. 696/763, Anexo 3) não há detalhamento dos custos de mobilização e desmobilização, uma vez que esses serviços têm descrito verba como unidade de medição. Também o serviço de administração do canteiro de obras, que deveria estar incluído no BDI, não é detalhado, sendo estipulado apenas os seus custos mensais. Como a proposta da empresa deveria retratar o mesmo grau de detalhamento do orçamento, conclui-se, de forma indireta, que o orçamento não detalhou estes custos.

Norma infringida: Art. 7º, § 2º da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José de Santana; José Romildo da Cruz Sampaio; José Rodrigues de Santana Júnior; Tânia de Paula Silva.

i.16) Achado 34 – Irregularidade: Não exigência de apresentação da composição analítica do BDI e dos custos diretos dos preços propostos

Embora o Edital de Concorrência nº 03/2001 (às fls. 182/218, Anexo 3) tenha previsto, no seu item 5.3, que nos preços ofertados já deveria estar incluído a taxa de BDI, não exigiu que as licitantes

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descrevessem as suas taxas de BDI, nem a composição dos custos diretos. Na Proposta de Preços da Construtora Gautama (às fls. 696/763, Anexo 3) não consta a taxa de BDI utilizada pela empresa contratada.

Norma infringida: Art. 7º, § 2º, inciso II, e Art. 45, caput, da Lei Federal 8.666/1993.

Precedente de jurisprudência: Decisão TCU 219/2004 - Plenário.

Responsáveis: Carlos José de Santana; José Romildo da Cruz Sampaio; José Rodrigues de Santana Júnior; Tânia de Paula Silva.

i.17) Achado 43 – Irregularidade: Não feitura da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART pela execução da obra

Não foi apresentada a ART pela execução da obra.

Norma infringida: Lei Federal 6.496/1977, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima; Construtora Gautama Ltda.

i.18) Achado 44 – Constatação: Projeto Executivo não aprovado pela autoridade competente

O projeto executivo (às fls. 732/736, Anexo 6) dos serviços de pavimentação e drenagem foi realizado pela empresa Vieira de Mello Consultoria e Empreendimentos Ltda, enquanto a parte relativa aos serviços do sistema de esgotamento sanitário foi feita pela empresa Accat Consultoria e Assessoria Técnica Ltda. No entanto não foi exibida a sua autorização ou aprovação. Tal fato, no entanto, demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata dessa irregularidade de forma específica.

i. 19) Achado 45 – Irregularidade: Não feitura da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART pela fiscalização da execução da obra e/ou ausência de designação de responsável da administração para acompanhar a execução dos serviços;

Não foi apresentada a ART pela fiscalização da obra.

Norma infringida: Lei Federal 6.496/1977, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

i.20) Achado 46 – Constatação: Diário de Obras inexistente ou com informações insuficientes

A CGU obteve cópia do Diário de Obras (às fls. 33/136, Anexo 11), mas esse só compreende o período de 08/04/2005 a 02/06/2007, ou seja, cobre apenas o período da gestão atual. Não há registro do Diário de Obras da gestão anterior. Tal fato demonstra que houve falha na guarda de documentos por parte da Prefeitura, o que será objeto de análise no achado 58 (item i.27), que trata dessa irregularidade de forma específica.

i.21) Achado 47 – Irregularidade: Fiscalização deficiente ou omissa (Boletins de Medição e memórias de cálculo sem assinatura)

Verificou-se que vários Boletins de Medição (às fls. 385/510, Anexo 3; 655/679, Anexo 6; 413/465, Anexo 7; 179/188 e 234/336, Anexo 8; 136/273, Anexo 10; e 02/141, Anexo 12) não estavam assinados pela fiscalização, enquanto que outros não foram encontrados. Além disso, não constam nos arquivos da PMI memórias de cálculo assinadas. Foram encontradas e disponibilizadas à equipe de auditoria apenas memórias de cálculo em meio digital referentes às medições da

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administração atual (Pasta B, Anexo 24 em CD). Tais fatos denotam falhas na fiscalização.

Norma infringida: Art. 67 da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

i.22) Achado 48 – Irregularidade: Medições não contêm a localização dos serviços efetivamente realizados, a fim de indicar a posição geográfica inicial e final de cada serviço

Não foram encontradas nos arquivos da prefeitura memórias de cálculo assinadas. Foram encontradas e disponibilizadas à equipe de auditoria apenas memórias de cálculo em meio digital referentes às medições da administração atual (Pasta B, Anexo 24 em CD), nas quais são indicadas as localizações dos serviços.

Precedente de Jurisprudência: Acórdão TCU. 1.243/2004 – Plenário.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro.

i.23) Achado 51 – Irregularidade: Serviços executados com qualidade insatisfatória ou com deficiências técnicas de Engenharia

Convém lembrar que o objeto contratual foi a execução do sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas e que o contrato envolveu serviços de:

- execução de terraplenagem, pavimentação e drenagem em ruas das projetadas bacias de esgotos 1 (1A e 1B), 2, 3, 4 (4A e 4B), 5, e 7;

- execução de esgotamento sanitário (incluindo fornecimento e assentamento dos materiais sanitários) das bacias 1 (1A e 1B), 2, 3, 4 (4A e 4B), 5, e 7.

A cada bacia projetada, os serviços de esgotamento sanitário envolvem os seguintes elementos:

- ramais;

- rede coletora principal;

- estação elevatória (EE);

- emissário de recalque.

Também foi contratada a execução de uma Estação de Tratamento de esgotos (ETE), constituída por duas lagoas de polimento e por obras civis complementares, bem como um emissário para conduzir os esgotos tratados da ETE ao destino final.

A Planta PG-0101 (Pasta C, subpasta VOL2TI-DES, Anexo 24 em CD) dá uma visão geral da área contemplada pelo projeto.

Além das irregularidades, dos excessos e de outros débitos apontados para a obra, há aspectos técnicos de Engenharia que convêm ser mencionados, porquanto deles decorrem impossibilidade de uso ou mau funcionamento dos sistemas projetados. Alguns consistem em serviços executados com qualidade insatisfatória ou deficiências técnicas de Engenharia, enquanto outros foram executados em desconformidade com o projeto executivo. Esses últimos serão objeto de análise no Achado 53 (item i.24).

Entre esses serviços citam-se:

1 - sequência de execução dos serviços de implantação do sistema esgotamento sanitário de Porto de Galinhas.

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A sequência em que os elementos projetados foram executados não guarda compatibilidade com o que a melhor técnica da Engenharia preconiza. A rede projetada é dividida nas bacias 1 (1A e 1B), 2, 3, 4 (4A e 4B), 5, e 7. Em nenhum dos locais em que houve serviços realizados é possível que os esgotos produzidos pelas residências sejam coletados. Foram executados serviços em ramais que coletariam os esgotos das casas, e nas redes coletoras que coletariam os esgotos provenientes dos ramais. Entretanto, as ligações das casas até os ramais não foram feitas, o que impossibilita a retirada do esgoto das residências. Além disso, não foram construídas as EE que são necessárias para que sejam vencidas as diferenças de nível existentes entre as diversas bacias, e para que os emissários de recalque possam funcionar. A ETE também não está concluída, e a parte que foi executada (basicamente serviços de terraplenagem) diverge daquilo que foi projetado.

Ou seja, os elementos executados estão sem continuidade, o que mostra a própria desorganização e falta de planejamento nos métodos executivos adotados para a obra.

2 - alteração da situação “como construído” por conta de serviços posteriores.

Muitos dos serviços de drenagem e de esgotamento sanitário, notadamente poços de visita e tubulações implantadas, não podem mais ser visualizados em decorrência dos serviços contratados através da Dispensa 40/2007 (serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas), adiante comentada no item 5.2.2.

A citada dispensa foi justificada pela PMI em virtude da Construtora Gautama, antes da paralisação da execução das obras, ter realizado escavações nos leitos de várias ruas a serem pavimentadas sem promover sua conclusão, deixando os trechos intransitáveis. Por conta disso, a atual gestão da PMI fez, através da dispensa, aterros nas vias para viabilizar a trafegabilidade em Porto de Galinhas. No entanto, a PMI não tomou os devidos cuidados de proteção e cadastro dos elementos dos sistemas de drenagem e de esgotamento sanitário que já tinham sido executados, enterrando-os e tornando-os invisíveis a qualquer transeunte.

Quando de uma eventual retomada dos serviços para conclusão da obra, muito provavelmente a PMI terá dificuldades em localizar os elementos de drenagem e de esgoto enterrados, sem contar a eventual destruição ou ocorrência de danos em decorrência da submissão dos elementos aos serviços de terraplenagem sem terem sido protegidos.

3 – ausência de as built da obra.

A PMI não providenciou a realização de as built da obra, com a devida atualização de plantas e desenhos afins que pudessem descrever a verdadeira situação do que foi construído, e que pudessem permitir a distinção entre o que foi projetado e o que efetivamente foi construído.

4 – qualidade dos serviços.

A CGU aponta em seu relatório (às fls. 02/29, Anexo 20) diversas falhas construtivas detectadas que não podem ser esquecidas.

Esta equipe técnica do TCE/PE e do TCU também detectou diversas falhas construtivas, entre as quais podem ser mencionadas a título ilustrativo:

4.1 - Em ruas que foram pavimentadas percebe-se a formação de pontos baixos, sem escoamento das águas, que se acumula, e formam poças. A foto 1 abaixo ilustra a situação. (...)

4.2 – elementos dos sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário mal construídos, conforme fotos 2 e 3. (...)

4.3 – canal para drenagem executado sem a adequada vedação projetada, com as placas de coberta afastadas consideravelmente, conforme pode ser visto nas fotos 4 e 5. Isso pode contribuir para a obstrução do canal por conta do arraste de material terroso para dentro de sua seção

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transversal. (...)

4.4 – Erosão e assoreamento interno na lagoa de tratamento da ETE, respectivamente conforme fotos 6 e 7. (...)

Norma infringida: Art. 66, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima; Construtora Gautama Ltda.

i. 24) Achado 53 – Irregularidade: Execução de serviços em desconformidade com o projeto executivo

Conforme já exposto no item i.23, que tratou do Achado 51, foi constatada a execução de serviços em desconformidade com o projeto executivo (conforme plantas constantes na Pasta C, Anexo 24 em CD). Como agravante dessa situação, cita-se que o projeto executivo foi desenvolvido concomitantemente à execução das obras e mesmo assim foi desrespeitado.

Entre essas desconformidades citam-se:

1 - não obediência às disposições do projeto executivo da ETE.

Como agravante da impossibilidade do uso dos serviços executados, cita-se o comprometimento da eficácia da ETE, por conta do próprio projeto executivo apresentado pela PMI não ter sido obedecido. O projeto indicava uma ETE constituída por uma lagoa de estabilização formada por duas lagoas (lagoas de polimento 1 e 2), com seções formadas pela colocação de diversas chicanas. As duas lagoas formavam um retângulo de dimensões externas 232m por 210m (conforme Planta ET-01, Pasta C, subpasta VOL2TIII-DES, Anexo 24 em CD). Entretanto, só foi realizada uma lagoa nas dimensões 117m por 210m.

Além disso, a lagoa construída não foi locada no que seria o espaço reservado a uma das duas lagoas projetadas, mas sim no local que seria o encontro dessas duas lagoas projetadas. Também não há espaço no terreno reservado para a ETE, e que está demarcado por estacas de concreto, para a construção da lagoa que falta.

Saliente-se também que a lagoa, mesmo na dimensão executada, está longe de ser concluída e poder entrar em operação. Além dos esgotos produzidos não poderem chegar à ETE, como já mencionado, não foram feitas as proteções dos taludes da lagoa, não foram feitas as obras civis projetadas no entorno da lagoa (e.g. caixa de areia, calha Parshall, reatores UASB, leitos de secagem do lodo, casa de controle), além da lagoa se apresentar assoreada. Maiores detalhes podem ser vistos no Termo de Inspeção da vistoria realizada pelas equipes do TCE/PE e TCU ao local (às fls. 04/09, Anexo 21).

Convém também citar que não foi feita a aplicação de uma Manta Geotextil, recomendada em Parecer apresentado pela empresa Gusmão Engenheiros Associados Ltda (às fls. 02/08, Anexo 16), contratada pela PMI para realizar a avaliação geotécnica do terreno da ETE, em janeiro de 2003. O Parecer diz que o terreno natural subjacente à ETE apresentava depósitos de solos muito compressíveis, que poderiam afetar negativamente o desempenho da obra. Ou seja, o subsolo não apresentava condições satisfatórias em grande parte da implantação da ETE. Uma das alternativas para a solução desse problema era justamente a colocação da Manta. Maiores detalhes sobre o fato são dados adiante quando se tratar do achado 56 (item i.26).

Em suma, além de correr risco estrutural, a lagoa da ETE não tem capacidade de tratar o volume de esgotos gerados pela população atingida pelo projeto.

2 – alteração da solução preconizada no projeto executivo do emissário de recalque que chega à ETE, sem a ocorrência de justificativa técnica.

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Entre o local destinado ao que seria a EE da bacia 5 (ainda não executada) e a ETE foi projetado um emissário de recalque que passaria por baixo da Rodovia PE-9. Essa travessia ainda não foi executada, estando o emissário com início no lado direito da rodovia (no sentido Ipojuca-Porto de Galinhas; ver Termos de Inspeção, às fls. 22/25 e 36/43, Anexo 21).

A tubulação foi projetada em ferro fundido, porém foi executada em tubos PVC DeFoFo (diâmetro equivalente a Ferro Fundido). Essa mudança carece de justificativa técnica. Além disso, o emissário não tem greide definido, e foi executado com inclinações e declives aparentemente para se ajustar a duas passagens de nível que precisou vencer entre seu início e a ETE. Por conta disso, em alguns pontos o emissário tem pouca profundidade. Não foram percebidas ancoragens ao longo da extensão do emissário. Por conta desses fatores, deve ser alertada a falta de garantias quanto à estabilidade do emissário diante da pressão que será submetido quando da entrada em operação, o que pode ter decorrido por conta da forma como o emissário foi executado.

3 – alteração da solução preconizada no projeto executivo do emissário de recalque que sai da ETE, sem a ocorrência de justificativa técnica.

A tubulação que sai da ETE com os esgotos tratados e vai para o destino final (talvegue natural) foi projetada em ferro fundido, porém foi executada em tubos PVC (ver termo de inspeção às fls. 22/25, Anexo 21). Essa mudança carece de justificativa técnica. Além disso, o emissário foi projetado para ser em recalque (ou seja, sob pressão exercida por uma EE), mas foi executado para ser por gravidade (ou seja, para os esgotos tratados escoarem pelo peso próprio, sob ação apenas da gravidade). Entretanto, não houve justificativa técnica para tal solução. Tampouco foram apresentados estudos topográficos que mostrassem a viabilidade de execução do emissário em gravidade, haja vista não ter sido exibida verificação da diferença de cotas entre a saída da lagoa e da chegada no destino final que mostrasse que o esgoto tratado poderá escoar por si próprio.

Em suma, corre-se o risco de que os esgotos tratados na ETE não sejam capazes de serem removidos da lagoa e, por isso, não cheguem a seu destino final, inviabilizando todo o sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas.

Norma infringida: Art. 66, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima; Construtora Gautama Ltda.

i.25) Achado 55 – Irregularidade: Pagamentos de serviços sem previsão contratual

O item Administração do Canteiro de Obras foi contratado ao preço unitário de R$ 47.000,00 por mês para um período total de 18 meses. No entanto, foi pago o total de R$ 2.303.000,00 referentes aos 49 meses que durou o contrato. O acréscimo das despesas desse item foi decorrente da prorrogação de prazo do contrato, mas se essa prorrogação de prazo tinha impacto financeiro sobre o contrato, os termos aditivos de prazo deveriam levar em conta a majoração das unidades desse item. Ocorre, porém, que nem os termos aditivos de prazo nem os termos aditivos de valor do contrato (às fls. 322/327, Anexo 3; e 39/58, Anexo 16) previram o acréscimo quantitativo desse item. Dessa forma, foram feitos pagamentos relativos a 31 meses do item Administração do Canteiro de Obras sem qualquer previsão contratual. Salienta-se que esta irregularidade trata apenas do aspecto formal do pagamento sem previsão contratual. O impacto financeiro desses pagamentos está inserido na irregularidade seguinte. Como a administração anterior só realizou o pagamento relativo ao primeiro mês de execução da obra para esse item, essa irregularidade é de responsabilidade da administração atual.

Norma infringida: Art. 66, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano

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Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

i.26) Achado 56 – Irregularidade: Pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis)

Com base na metodologia descrita na alínea “h” da seção 5.2.1, foi elaborado um comparativo de serviços pagos com os serviços verificados in loco como executados pelo TCU e pelo TCE/PE (Planilha 04, Pasta A, Anexo 24 em CD), relativo aos boletins de medição (BM) a preços iniciais contratados (PI), referentes ao mês de janeiro de 2002 (mês de apresentação das propostas), e relativos às duas gestões municipais envolvidas com a obra. A planilha compara as quantidades de serviços pagas nos boletins de medição com as quantidades dos serviços verificadas em campo pelas equipes do TCE/PE e do TCU.

Da citada planilha, constata-se que as duas administrações pagaram, a PI, o total de RS 22.576.531,20 (sendo R$ 9.287.796,35 pagos na gestão de Carlos Santana e R$ 13.288.734,85 pagos na gestão de Pedro Serafim), e que o orçamento total para os serviços verificados em campo pelo TCE/PE e pelo TCU é de R$ 15.847.949,89. Portanto, em relação a PI, há um excesso total, passível de devolução ao Erário, de RS 22.576.531,20 - R$ 15.847.949,89 = R$ 6.728.581,31. Esses valores serão demonstrados adiante nos quadros que descrevem a síntese dos excessos.

A data base para o valor do excesso devido a PI para ambas as gestões deve ser considerada janeiro de 2002, mês da apresentação da proposta.

Lembra-se, como já mencionado, que esse total pago engloba tanto um excesso por superfaturamento (SF) que decorre do pagamento dos preços superestimados, quanto um excesso por despesa indevida (DI) que resulta de pagamento de serviços não realizados ou realizados a menor, todos passíveis de devolução ao Erário. Além disso, a obra perpassou duas gestões municipais, bem como foram empregados recursos federais (do MIN e da FUNASA), estaduais (da SEDUPE), e municipais (PMI). Por conta disso, foram desenvolvidas as seguintes planilhas a fim de possibilitar que a determinação das parcelas de cada excesso verificado fosse feita:

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso total das duas gestões envolvidas com a obra (Planilha 04, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: separação das quantidades a considerar para cada gestão (Planilha 03, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso por superfaturamento da gestão Carlos Santana (Planilha 05, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso por superfaturamento, por fonte de recursos, da gestão Carlos Santana (Planilha 06, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso por superfaturamento, por fonte de recursos, dos dois ordenadores de despesas da gestão Carlos Santana (Planilhas 07 e 08, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: excesso por despesas indevidas da gestão Carlos Santana (Planilha 09, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: excesso por despesas indevidas, por fonte de recursos, da gestão Carlos Santana (Planilha 10, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: excesso por despesas indevidas, por fonte de recursos, dos dois ordenadores de despesas da gestão Carlos Santana (Planilhas 11 e 12, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: valores totais pagos, excesso por superfaturamento e excesso por despesa indevida relativos à Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) da gestão

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Carlos Santana, divididos por ordenador de despesas (Planilha 13, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso por superfaturamento da gestão Pedro Serafim (Planilha 14, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: cálculo do excesso por superfaturamento, por fonte de recursos, da gestão Pedro Serafim (Planilha 15, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: excesso por despesas indevidas da gestão Pedro Serafim (Planilha 16, Pasta A, Anexo 24 em CD);

- análise da execução físico-financeira: excesso por despesas indevidas, por fonte de recursos, da gestão Pedro Serafim (Planilha 17, Pasta A, Anexo 24 em CD);

É exibida em anexo uma memória de cálculo (às fls. 44/86, Anexo 23), que mostra como a equipe técnica elaboradora deste Laudo levantou as quantidades dos itens de serviço que resultaram em despesa indevida.

O QUADRO 5.2.1.7 apresenta uma síntese dos valores constatados para cada parcela dos excessos apontados como passíveis de devolução, em relação aos BM a PI, divididos por gestão municipal envolvida, bem como por cada fonte de recursos empregados, além de apresentar a totalização dos valores.

Salienta-se que porque o contrato foi extinto sem que a obra fosse concluída, tanto o valor total pago a PI (RS 22.576.531,20) é inferior ao valor contratado (R$ 33.778.476,35), quanto o valor orçado pelo TCE/PE e pelo TCU para os serviços executados (R$ 15.847.949,89) é inferior ao valor pelos Tribunais orçado para o contrato (R$ 29.755.675,64).

Dentro da gestão de Carlos Santana, houve duas pessoas que ocuparam o cargo de Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, cargo que tinha a responsabilidade de ser o ordenador de despesas da obra: Rui Xavier Carneiro Pessoa (1º ordenador), no período de 2003 a 01/04/2004 (responsável pelos pagamentos do 1º ao 11º Boletim de Medição); e Ademur José Batista Monteiro (2º ordenador), no período de 02/04/2004 a 31/12/2004 (responsável pelos pagamentos do 12º ao 26º Boletim de Medição).

O QUADRO 5.2.1.8 apresenta uma síntese dos valores constatados para cada parcela dos excessos apontados como passíveis de devolução, em relação aos BM a PI, divididos por ordenador de despesa da gestão de Carlos Santana, bem como por cada fonte de recursos empregados, além de apresentar a totalização dos valores da gestão.

Salienta-se que os dois quadros apresentam os excessos a preços iniciais. Ao longo do contrato foram realizados também diversos pagamentos relativos a reajustes. Como não é viável que os excessos por superfaturamento e por despesas indevidas sejam calculados por cada boletim de medição, e, de forma a não a se estimar uma quantia que seguramente não exceda o valor real devido, na forma preconizada no artigo 210, §1º, inciso II, do Regimento Interno do TCU, considerar-se-á como data-base para o cálculo do débito:

- para a gestão de Carlos Santana: o mês de dezembro de 2004, último mês da gestão;

- para a gestão de Pedro Serafim: o mês de abril de 2007, data do último reajuste solicitado na gestão.

Como os QUADROS 5.2.1.7 e 5.2.1.8 apresentam valores a preços iniciais, deverão os totais dos excessos serem reajustados, no mesmo índice adotado no contrato (INCC), entre a data-base da proposta (janeiro de 2002) e a data-base do débito para cada gestão. Os referidos quadros serão reapresentados com os ajustes necessários nas conclusões finais deste Laudo. (...)

Salienta-se que no Boletim de Medição final foi feito um estorno de valores por conta de materiais hidráulicos que já tinham sido postos no canteiro de obras pela Construtora Gautama e que ainda

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não tinham sido assentados (às fls. 285/300, Anexo 14). Esse material passou para a propriedade e guarda da PMI após a extinção do contrato. O QUADRO 5.2.1.9 exibe o valor do estorno de R$ 343.933,98, que já foi levado em conta no cálculo do excesso a PI por DI com recursos da PMI apontado para a gestão de Pedro Serafim no QUADRO 5.2.1.7.

QUADRO 5.2.1.9 – Estorno no Boletim de Medição final

ITEMDiscriminação

UNDQUANT

P.U.TOTAL

1Tubo PVC Vinilfort 100mm

m3.744,00

9,3635.043,84

2Tubo PVC Vinilfort 150mm

m9.384,00

18,92177.545,28

3Tubo PVC Vinilfort 150mm corrugado

m0,00

 0,00

4Tubo PVC Vinilfort 200mm

m414,0042,08

17.421,125

Tubo PVC Vinilfort 250mmm

54,0071,02

3.835,086

Tubo PVC Vinilfort 300mmm-

112,640,00

7Tubo PVC Vinilfort 400mm

m318,00198,36

63.078,488

Tubo PVC Defofo 150mmm

552,0026,40

14.572,80

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9Tubo PVC Defofo 200mm

m90,0044,79

4.031,1010

Tubo PVC Defofo 250mmm

96,0068,33

6.559,6811

Tubo PVC Defofo 300mmm

120,0098,62

11.834,4012

anel para tubo 100mmud

868,001,14

989,5213

anel para tubo 150mmud

1.329,002,60

3.455,4014

anel para tubo 200mmud

69,004,40

303,6015

Anel para tubo 250mmud

10,008,60

86,0016

selim 90ºud

244,0021,22

5.177,68 

   

343.933,98Entretanto, aos excessos apontados nos QUADROS 5.2.1.7 e 5.2.1.8 há de serem inseridos valores que decorrem de outros fatores que não a efetiva execução em campo, relativos à ETE.

Conforme já exposto acima em i.7, que tratou do achado 15, o item de serviço 3.50.02.01 – Fornecimento e Aplicação de Manta Geotextil, referente à ETE, relacionado ao Convênio nº 474/2002 da FUNASA, foi pago, mas não foi executado, conforme constatado in loco pela equipe de auditoria.

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À procura da Manta Geotextil, que deveria estar sob o maciço terroso da ETE, a equipe de auditoria, na presença dos representantes das gestões atual e anterior, realizou quatro perfurações no solo até encontrar a cota do terreno natural anterior aos serviços realizados no local, sem que fossem encontrados vestígios da manta (conforme detalhado no Termo de Inspeção às fls. 04/09, Anexo 21). Tal constatação já havia sido feita pela CGU, conforme constante no Relatório de Ação de Controle nº 00190.028921/2006-41 (às fls. 02/29, Anexo 20), que naquela oportunidade também realizou quatro perfurações no solo sem encontrar vestígios da manta.

A aplicação da Manta Geotextil foi recomendada em Parecer apresentado pela empresa Gusmão Engenheiros Associados Ltda (às fls. 02/08, Anexo 16), contratada pela PMI para realizar a avaliação geotécnica do terreno da ETE, em janeiro de 2003. O Parecer diz que o terreno natural subjacente à ETE apresentava depósitos de solos muito compressíveis, que poderiam afetar negativamente o desempenho da obra. Ou seja, o subsolo não apresentava condições satisfatórias em grande parte da implantação da ETE.

Para contornar esse problema, o Parecer indicava mudanças radicais no projeto original (e.g. construção do aterro em etapas, drenos verticais com sobrecarga), mas que além de onerar a obra, a solução requereria prazos mais longos para a execução. Como solução alternativa, e para manter a solução preconizada no projeto executivo elaborado, o Parecer recomendou solução alternativa, que envolvia, entre outros o fornecimento e aplicação da referida Manta Geotextil, bem como a implantação e acompanhamento de uma instrumentação geotécnica composta de marcos superficiais locados na crista dos aterros (diques) da ETE. A Manta Geotextil foi inserida na planilha contratual, mas a instrumentação não. Esse fato em si, de não adoção das recomendações que o Parecer contratado pela própria PMI indicava, já aponta para um fato grave. Como agravante da situação há o pagamento pela aplicação da Manta sem que tenham sido detectados vestígios de sua existência, o que motivou a imputação de uma DI nesse serviço, já computada nos valores mostrados no QUADRO 5.2.1.7.

Além disso, verificou-se que não foi executada a proteção para os taludes da lagoa. Embora essa proteção não tenha sido paga, a sua ausência veio a ocasionar a erosão dos taludes.

Por conta dos dois motivos acima indicados, tem-se como comprometida a eficácia da lagoa. Uma vez que, quando da retomada da obra, será necessário refazer todos os serviços que já foram executados, considera-se que toda a despesa realizada relativa à ETE não atendeu a finalidade do objeto, já que os serviços realizados são inservíveis.

Dessa forma, o valor total dos recursos já despendidos na ETE, de R$ 1.302.316,33, deve ser devolvido à FUNASA, órgão concedente. Como o comparativo de serviços pagos com os serviços verificados in loco pelo TCU e pelo TCE/PE como executados (Planilha 04, Pasta A, Anexo 24 em CD) já inclui os excessos relativos a superfaturamento e a despesas indevidas, ao débito indicado nos QUADROS 5.2.1.7 e 5.2.1.8 deve ser acrescido um valor residual, correspondente à diferença entre citados excessos e o valor total pago na ETE (conforme demonstrado na Planilha 13, Pasta A, Anexo 24 em CD). Esse acréscimo será inserido no excesso a PI por DI com recursos da FUNASA apontado para a gestão de Carlos Santana, uma vez que todos os pagamentos ocorreram nessa gestão. Como houve dois ordenadores de despesas na gestão Carlos Santana, considerou-se o valor residual a devolver por ordenador, levando-se em conta a proporcionalidade dos pagamentos realizados por cada um.

O QUADRO 5.2.1.10 demonstra os valores pagos, o superfaturamento, as despesas indevidas e o valor residual a devolver relativos à ETE, separados por ordenador de despesa da gestão de Carlos Santana, além de apresentar a totalização dos valores da gestão.

QUADRO 5.2.1.10 –ETE na gestão Carlos Santana

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ETE – GESTÃO CARLOS SANTANAVALOR DESPENDIDO NA ETE (R$)EXCESSOS A PREÇOS INICIAIS (R$)

SFDI

VALOR RESIDUAL A DEVOLVER (R$)1º ORDENADOR

897.720,10219.541,63151.287,86363.199,23

2º ORDENADOR404.596,23

0,00404.596,23163.691,38

TOTAL1.302.316,33219.541,63555.884,09526.890,61

No Laudo de Auditoria relativo à prestação de contas de 2003 foi apontado excesso por superfaturamento no valor de R$ 1.037.389,10. Entretanto, essa questão não foi abordada pelo julgamento do TCE/PE (Decisão TC Nº 1.226/2005 – Primeira Câmara), mas remetida à apreciação pelo TCU, em virtude dos pagamentos em 2003 terem sido feitos com recursos federais. Portanto, é no presente Laudo que esse superfaturamento de 2003 é tratado, já estando incluído nos valores constantes do QUADRO 5.2.1.7, não precisando ser novamente imputado.

No Laudo de Auditoria relativo à prestação de contas de 2004 foi apontado excesso por superfaturamento no valor de R$ 524.126,14. O processo, no entanto, ainda não foi julgado no âmbito do TCE/PE. Caso a deliberação final do TCE/PE seja por manutenção do excesso apontado no Laudo de Auditoria de então, o valor de R$ 524.126,14 deverá ser descontado do excesso apontado a PI por SF, com indicação das respectivas fontes de recursos, para a gestão de Carlos Santana no QUADRO 5.2.1.7. Caso o TCE/PE decida por remeter a questão ao TCU, o valor não precisa ser novamente imputado, pois já está incluído nos valores constantes do QUADRO 5.2.1.7.

Norma infringida:

- Superfaturamento: princípios da legalidade, moralidade, economicidade art. 37 da CF/1988; art. 43, inciso IV, da Lei Federal 8.666/1993.

- Despesa Indevida: Arts. 62 e 63 da Lei Federal 4.320/1964.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima; Construtora Gautama Ltda.

i.27) Achado 58 – Irregularidade: Falha na guarda de documentos que deveriam estar arquivados

A PMI não conseguiu localizar em seus arquivos o Projeto Básico completo contratado para a obra. Constam nos autos dos processos do TCU e do TCE/PE somente os Projetos Básicos apresentados ao Ministério da Integração Nacional e à FUNASA para se firmar os Convênios nº 300/2002, 348/2004 e 474/2002. No caso dos dois primeiros convênios consta o Volume 1 - Memória Justificativa do projeto (às fls. 18/103, Anexo 1 e 531/621, Anexo 7), mas faltam os Volumes 2 a 4, que conteriam os Desenhos, as Especificações Técnicas e o Orçamento, respectivamente.

Com isso, não foi possível verificar:

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1 - se o projeto básico foi corretamente aprovado pela autoridade competente;

2 - se o dimensionamento dos quantitativos foram devidamente justificados;

3 - qual foi a fonte de preços adotada;

4 - se os custos unitários do projeto básico estavam compatíveis com o preço de mercado;

5 - se o Projeto Executivo foi aprovado pela autoridade competente.

Também não foi encontrado o Diário de Obras referente ao período anterior a abril de 2004. Já a ausência das memórias de cálculo e da assinatura das memórias de cálculo, embora também se tratem de falha na guarda de documentos, já foram objeto de análise no item i.21, que tratou do achado 47.

Norma infringida: IN STN n.º 1/1997.

Responsáveis: Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Ademur José Batista Monteiro; Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

l) Conclusões da obra

Como visto, o contrato foi extinto sem que a obra tivesse sido concluída. Diversos achados, incluindo irregularidades e constatações, foram apresentados anteriormente. Foram apontados excessos passíveis de devolução ao Erário por superfaturamento, por despesa indevida, e por execução de serviço inservível.

Por conta da extinção do contrato nº 60/2003 sem a conclusão dos serviços, sua eficácia restou comprometida, e o princípio da eficiência, elevado a status constitucional pela Emenda 19, não foi atingido. Como motivos dessa argumentação, podem ser citados:1 – Os serviços de terraplenagem e pavimentação das ruas projetadas não foram concluídos na totalidade, tendo a Construtora Gautama, segundo a PMI, antes da paralisação da execução das obras, ter realizado escavações nos leitos de várias ruas a serem pavimentadas sem promover sua conclusão, deixando os trechos intransitáveis, conforme já comentado no Achado 51 (item i.23). Para contornar a situação, a PMI realizou outra dispensa de licitação, adiante comentada no item 5.2.2. (Dispensa 40/2007: serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas), na qual foram gastos R$ 877.590,10. Nesse caso, o gasto feito poderia ter sido evitado e o recurso aplicado em outros investimentos públicos, caso o contrato tivesse sido concluído. Possivelmente, em caso de retomada da obra, novos serviços de terraplenagem e pavimentação deverão ser feitos por cima dos serviços feitos sob a Dispensa 40/2007, a fim de que os greides projetados das ruas possam ser atingidos.

2 - Conforme dito no Achado 51 (item i.23), os serviços da Dispensa 40/2007 também enterraram elementos do sistema de drenagem e do sistema de esgotamento sanitário, o que vai requerer, em caso de retomada da obra, um tratamento específico de recuperação desses elementos. Ou seja, numa eventual retomada da obra, ter-se-á que fazer duas vezes uma despesa para o mesmo fim. A foto 8 ilustra a situação, em que houve serviços emergenciais que enterraram elementos dos sistemas de drenagem e esgotos. (...)

3 - O sistema de esgotamento sanitário não pode entrar em operação, por conta das constatações já mencionadas no Achado 51 e 53 (itens i.23 e i.24). Para contornar o problema da não disponibilização do sistema, a PMI realizou a Dispensa de Licitação 11/2006 (às fls. 02/310, Anexo 17) e a Concorrência 03/2007 (às fls. 02/473, Anexo 18), com objeto de realizar serviços de limpeza fossas em Porto de Galinhas.

O Contrato 11/2006 (às fls. 170/174, Anexo 22) resultante da dispensa, firmado em 29/03/2006, com prazo de 12 meses, teve valor total de R$ 347.868,00, correspondente a R$ 28.989,00 mensais. O contrato teve três termos aditivos (às fls. 175/183, Anexo 22), de 90 dias cada, que prorrogou a

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execução contratual até 30/12/2007, com repercussão financeira até 14/12/2007, data em que foi extinto, e entrou em vigência o Contrato PMI 103/2007 (às fls. 184/195, Anexo 22), decorrente da concorrência, com prazo de 12 meses, e valor total de R$ 388.800,00, já prorrogado até 14/12/2009 (às fls. 196/198, Anexo 22).

Em suma, por conta da não entrada em funcionamento do sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas, a PMI tem executados contratos que totalizaram aproximadamente R$ 997.569,00 até o mês de dezembro de 2008, com expectativa de desembolsar mais R$ 388.800,00 até dezembro de 2009, o que totaliza R$ 1.386.369,00.

Esse gasto poderia ser evitado e o recurso aplicado em outros investimentos públicos, caso o contrato com a Construtora Gautama tivesse sido concluído na íntegra e o sistema de esgotamento sanitário já tivesse entrado em operação.

4 – Por conta do não funcionamento do sistema de esgotamento sanitário tem sido constatado um problema com impacto ambiental. As residências têm feito ligações diretas (clandestinas) para os ramais de esgotos e para os elementos do sistema de drenagem de águas pluviais já executados, que terminam por ficar contaminados. Esse esgoto, como já dito, tem sido recolhido através de outras contratações, oriundas da Dispensa de Licitação 11/2006 e da Concorrência 03/2007. Segundo informações obtidas com o representante da atual gestão, parte dos esgotos são jogados (irregularmente) no sistema já executado e direcionado até o local destinado até um poço de visita (ver foto 9), localizado no local da futura EE4, de onde são coletados por caminhão e levados para um destino final, sem tratamento algum. (...)

Percebe-se que há transbordamento de esgotos através de poços de visita já construídos, por conta desse uso inadequado do sistema, que em última instância decorre da inépcia da PMI, e que termina por prejudicar os moradores de Porto de Galinhas, conforme a foto 10 mostra. (...)

5 - Além disso, quando da vistoria às obras, esta equipe técnica constatou que estabelecimento da rede hoteleira estava fazendo ligações com o sistema de drenagem de águas pluviais que passam sob a PE-9, e jogando seus esgotos, clandestinamente, na margem direita da rodovia (no sentido Ipojuca – Porto de Galinhas), conforme pode ser visto nas fotos 11, 12 e 13 abaixo. (...)

6 – Por conta da paralisação da obra, bem como da falta de proteção e conservação, constata-se a deterioração de serviços já executados, a exemplo de:

6.1 – Quebra de caixas coletoras do sistema de drenagem e do sistema de esgotamento sanitário, bem como desaparecimento de tampas conforme já exemplificado no Achado 51 (item i.23) e nas fotos 14 a 17, levando as tubulações a ficarem entupidas. (...)

6.2 – Erosão nos taludes e assoreamento na lagoa da ETE, conforme já mostrado no Achado 51 (item i.23).

7 - Conforme dito no Achado 53 (item i.24) foram feitos serviços em desconformidade com o projeto executivo, inclusive com alteração da solução preconizada, sem que tivessem sido apresentadas justificativas técnicas, o que pode vir a comprometer o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, ou até mesmo a inviabilizar a sua entrada em operação. Entre essas desconformidades, citam-se:

7.1 – execução da lagoa de estabilização na ETE em dimensão inferior à projetada e não adequado tratamento geotécnico às suas fundações; não obediência às disposições do projeto executivo da ETE. Assim, além de correr risco estrutural, a lagoa da ETE não tem capacidade de tratar o volume de esgotos gerados pela população atingida pelo projeto.

7.2 – alteração, sem justificativas técnicas, da solução preconizada no projeto executivo do emissário de recalque que chega à ETE, executado em tubos PVC DeFoFo em vez de seguir a solução projetada em ferro fundido. O emissário tem greide irregular, com subidas e descidas, e tem pouco recobrimento em determinados pontos, sem ancoragens. Assim, a estabilidade do

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emissário pode estar em risco.

7.3 – alteração, sem justificativas técnicas, da solução preconizada no projeto executivo do emissário de recalque que sai da ETE, que seria em ferro fundido e por recalque, e foi executado em tubos PVC e por gravidade. Assim, corre-se o risco de que os esgotos tratados na ETE não sejam capazes de serem removidos da lagoa e, por isso, não cheguem a seu destino final, inviabilizando todo o sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas.

5.2.2 - Obra (Ref. 02) - Dispensa 40/2007: Serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas

[Serviços custeados com recursos da Prefeitura Municipal de Ipojuca]

(...)

5.2.3 - Obra (Ref. 03) - Concorrência 13/2007: Conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas

[Obra custeada com recursos da Prefeitura Municipal de Ipojuca]

(...)

d) Contratos e Aditivos

Foram apresentados os contratos (às fls. 82/115, Anexo 22) abaixo descritos:

- Para o Lote 1:

Contrato PMI Nº 018/2008

Contratado: Construtora Celi Ltda, CREA-SE 30 (registrada no CREA-PE sob nº PE-002644), CNPJ 13.031.257/0001-52.

Valor: R$ 11.734.285,01(...)

- Para o Lote 2:

Contrato PMI Nº 019/2008

Contratado: Imobiliária Rocha Ltda, CREA-PE-003891, CNPJ 08.162.448/0001-13.

Valor: R$ 6.995.478,90 (...)

e) Recursos

Os recursos previstos para a obra são próprios. Entretanto, a PMI pode ter uma expectativa de utilizar recursos federais, uma vez que foi verbalmente informado que se estaria esperando a aprovação das prestações de contas parciais dos Convênios nº 348/2004 do MIN e 474/2002 da FUNASA, para que fossem utilizados os recursos não utilizados do primeiro e a parcela restante que não foi repassada do segundo. Embora esses recursos não sejam mais possíveis de serem utilizados, pelo fato dos convênios já terem sido encerrados, é possível que a Prefeitura planeje utilizar recursos federais através de outros convênios.

Por conta disso, cabe recomendação às referidas entidades que se abstenham de celebrar convênios com a PMI enquanto não forem solucionadas as pendências dos citados convênios. (...)

g) Irregularidades

Com base nos métodos descritos, e nos fatos e considerações desenvolvidas nas alíneas “a” a “f” acima, a equipe encontrou diversos achados de auditoria. As descrições e referências dos achados estão em conformidade ao conteúdo das matrizes de planejamento e de achados que guiaram os trabalhos de auditoria desenvolvidos. Os achados, adiante indicados, se constituem em irregularidades, impropriedades e constatações, e no âmbito do TCE/PE são objeto de notificação aos responsáveis, enquanto que no âmbito do TCU são objeto de citação, audiência ou

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determinação.

g.1) Achado 05 – Irregularidade: Falta de aprovação do projeto básico pela autoridade competente ou ausência de projeto básico

Não houve elaboração de projeto básico.

Norma infringida: Art. 7º, inciso I, §§ 1º e 2º, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho

g.2) Achado 08 – Irregularidade: O dimensionamento dos quantitativos carece de justificativa

Não houve comprovadamente justificativa para o dimensionamento dos quantitativos.

Norma infringida: Art. 6º, inciso IX, alínea “f”.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; George Agnelo de Lima.

g.3) Achado 22 – Irregularidades: Processo licitatório com condições que restrinjam a competitividade e/ou tentativa de fraude à licitação

Foram detectadas no processo licitatório exigências de várias condições que restringiram a competitividade, cada qual consiste por si só numa irregularidade:

g.3.1 - Cumulação indevida de exigências de qualificação econômico financeira – garantia e capital/patrimônio líquido mínimo

Norma infringida: Art. 31, § 2º, da Lei Federal 8.666/1993

Precedente de jurisprudência: Decisão TCU 681/1998 - Plenário; Acórdão TCU 808/2003 – Plenário; Acórdão TCU 102/2007 – Plenário.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga, Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.3.2 - Fixação de exigência sem amparo legal – Prova de regularidade fiscal para com a Fazenda Municipal de Ipojuca

Norma infringida: Art. 29, inciso III, da Lei Federal 8.966/1993

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.3.3 - Equipamentos e instalações – Declaração formal da disponibilidade de usina fornecedora de CBUQ e Termo de Compromisso de Fornecimento de CBUQ firmado pela licitante com usina fornecedora acompanhada da respectiva Licença de Operação / Documentação firmada com terceiro - Termo de Compromisso de Fornecimento de CBUQ firmado pela licitante com usina fornecedora acompanhada da respectiva Licença de Operação

Norma infringida: Art. 30 da Lei Federal 8.666/1993

Precedente de jurisprudência: Acórdão TCU 1.578/2005 – Plenário; Acórdão TCU 800/2008 – Plenário; Acórdão TCE/PE 2.234/2001 – 2ª Câmara; Súmula 16 do TCE/SP; Agravo de Instrumento 2007.002.04100 do TJ/RJ – 5ª Cam. Civ.; Apelação Cível 19.046/2006 do TJ/RJ - 5ª Cam. Civ.; STJ/Recurso Especial 622.717/RJ – Primeira Turma.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto; George Agnelo de Lima.

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g.3.4 - Vedação à participação em consórcio

Norma infringida: Art. 3º da Lei Federal 8.666/1993

Precedente de jurisprudência: Acórdão TCU 481/2004 – Plenário; Acórdão TCU 224/2006 – Plenário.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.3.5 - Exigência de qualificação técnica-operacional em número máximo de atestados e de quantitativos mínimos desproporcionais e sem justificativa

Norma infringida: Art. 3°, e art. 30, § 5º, da Lei Federal 8.666/1993

Precedente de jurisprudência: Decisão TCE/PE Nº 0788/2008 – 2ª Câmara; Acórdãos TCU 394/2002 - Plenário, 1.025/2003 - Plenário, 1.730/2004 - Plenário, 59/2006 - Plenário, 2.299/2007 – Plenário, 2.357/2007 – Plenário; 2.394/2007 – Plenário; Decisões TCU 420/1996 – Plenário, e 86/2001 – Plenário.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto; George Agnelo de Lima.

g.3.6 - Impossibilidade de uma concorrente vencer mais de um lote da licitação

Norma infringida: Art. 3° da Lei Federal 8.666/1993

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.4) Achado 25: Irregularidade: Adoção de tipo de licitação não previsto em lei

Foi adotado como critério definidor do vencedor da licitação o Maior Desconto Único Linear dos preços propostos sobre os preços do orçamento estimativo, em um ambiente de empreitada por preço unitário, que corresponde a tipo de licitação não previsto em lei.

Norma infringida: Art. 45, § 1°, I, e § 5°, da Lei Federal 8.666/1993.

Precedente de jurisprudência: Decisão TCE/PE Nº 0788/2008 – 2ª Câmara; Acórdão TCU Nº 1.700/2007 – Plenário.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.5) Achado 26 – Irregularidade: Ausência, falta de clareza, ou inadequação no critério de reajuste

Houve falta de clareza e precisão na definição do critério de reajuste, bem como falta da definição da fórmula do reajuste.

Norma infringida: Art. 40, inciso XI, da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.6) Achado 27 – Irregularidade: Inexistência de cláusulas essenciais no edital

Não houve indicação no edital do cronograma de desembolso máximo.

Norma infringida: Art. 40, XIV, alínea "b", da Lei Federal 8.666/1993.

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Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto

g.7) Achado 33 – Irregularidade: Não há detalhamento dos custos de instalação e mobilização

O Edital não detalhou os custos de mobilização e desmobilização.

Norma infringida: Art. 7º, § 2º da Lei Federal 8.666/1993.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto; George Agnelo de Lima.

g.8) Achado 34 – Irregularidade: Não exigência de apresentação da composição analítica do BDI e dos custos diretos dos preços propostos

Não foi exigido que as cotações descrevessem as suas taxas de BDI, nem a composição dos custos diretos.

Norma infringida: Art. 7º, § 2º, inciso II, e Art. 45, caput, da Lei Federal 8.666/1993.

Precedente de jurisprudência: Decisão TCU 219/2004 - Plenário.

Responsáveis: Ricardo Corte Real Braga; Alcindo Salustiano Dantas Filho; Maristela Ferreira de Farias; Maria da Assunção de Lima; Maria Carolina de Oliveira Azevedo; Gerlânia Lizânia de Santana; Lúcia Maria Figueiredo Porto.

e) Conclusões

Pelos motivos apresentados nas seções anteriores, tanto por conta das irregularidades e ilegalidades no processo licitatório, quanto por conta da baixa competitividade, e também porque os serviços contratados ainda não foram iniciados, sugere-se a anulação dos dois contratos assinados em decorrência da Concorrência 13/2007, haja vista o efeito ex tunc impor que a ilegalidade da licitação repercute no contrato, tornando-o também passível de anulação.

Assim, para a conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas seria necessária a realização de nova concorrência.

Recomenda-se, ainda, que antes da nova licitação se faça um as built da situação do que a Construtora Gautama executou no contrato 60/2003, inclusive com desenho de plantas, após o que seria necessário que se fizesse uma adaptação do projeto executivo usado pela Construtora Gautama para que este sirva de base para a conclusão da obras.

5.2.4 - Aquisição (Ref. 04) - Pregão Presencial nº 15/2008: Aquisição de tubulações em PVC destinadas à conclusão do sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas

[Aquisição custeada com recursos da Prefeitura Municipal de Ipojuca]

(...)

6. CONCLUSÕES

(...)

Nesta auditoria percebeu-se que dos atos inadequados e irregulares que ambas as Administrações municipais ora auditadas cometeram, conseqüências houve, num encadeamento danosamente progressivo.

A obra referência 1 (Concorrência 03/2001: Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas) teve contrato extinto sem que estivesse concluída. Diversos achados para a obra, incluindo irregularidades e constatações, foram indicados nesta auditoria. Foram apontados excessos passíveis de devolução ao Erário por

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superfaturamento, por despesa indevida, e por execução de serviço inservível.

Além de tudo isso, por conta da extinção do contrato nº 60/2003 sem a conclusão dos serviços, sua eficácia restou comprometida, e o princípio da eficiência, elevado a status constitucional pela Emenda 19, não foi atingido. Essa falta de eficiência pode ser comprovada por conta:

1 – da realização da (Dispensa 40/2007: serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas) para contornar, parcialmente, danos aos serviços de terraplenagem e pavimentação resultantes da extinção do contrato, na qual foram gastos R$ 877.590,10, que poderia ter sido evitado e o recurso aplicado em outros investimentos públicos, caso o contrato tivesse sido concluído;

2 – do enterro de elementos do sistema de drenagem e do sistema de esgotamento sanitário executados, como conseqüência dos serviços da Dispensa 40/2007, o que vai requerer, em caso de retomada da obra, um tratamento específico de recuperação desses elementos;

3 – da realização de contratações (a Dispensa de Licitação 11/2006 e a Concorrência 03/2007), com objeto de realizar serviços de limpeza fossas em Porto de Galinhas, por conta do sistema de esgotamento sanitário não pode entrar em operação, em virtude da não conclusão da obra. A repercussão financeira desses contratos totalizou, aproximadamente, R$ 997.569,00 até o mês de dezembro de 2008, com expectativa de desembolso de mais R$ 388.800,00 até dezembro de 2009, o que totaliza R$ 1.386.369,00. Esse gasto também poderia ser evitado e o recurso aplicado em outros investimentos públicos, caso o contrato com a Construtora Gautama tivesse sido concluído na íntegra e o sistema de esgotamento sanitário já tivesse entrado em operação.

4 – ocorrência, por conta do não funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, de ligações diretas (clandestinas) das residências para os ramais de esgotos e para os elementos do sistema de drenagem de águas pluviais já executados, que terminam por ficar contaminados gerando um problema com impacto ambiental.

5 - ocorrência, por conta do não funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, de ligações diretas (clandestinas) de hotéis para o sistema de drenagem de águas pluviais que passam sob a PE-9, gerando um problema com impacto ambiental

6 - falta de proteção e conservação de serviços já executados, ocasionando a sua deterioração.

7 – execução de serviços em desconformidade com o projeto executivo, inclusive com alteração da solução preconizada, sem que tivessem sido apresentadas justificativas técnicas, o que pode vir a comprometer o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, ou até mesmo a inviabilizar a sua entrada em operação.

A obra referência 2 (Dispensa 40/2007: Serviços emergenciais para recuperação e manutenção de acessibilidade de ruas em Porto de Galinhas) foi contratada por meio de uma dispensa indevida, pois não havia os necessários pressupostos que justificação a não realização de uma licitação.

A obra referência 3 (Concorrência 13/2007: Conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas) ainda não foi iniciada. A Concorrência 13/2007 foi feita para concluir os serviços previstos e não realizados por meio do contrato oriundo da Concorrência 03/2001, e foi carregada de vícios insanáveis. Assim, tanto por conta das irregularidades e ilegalidades no processo licitatório, quanto por conta da baixa competitividade atingida, e também porque os serviços contratados ainda não foram iniciados, sugere-se a anulação dos dois contratos assinados em decorrência da Concorrência 13/2007, haja vista o efeito ex tunc impor que a ilegalidade da licitação repercute no contrato, tornando-o também passível de anulação.

Dessa forma, para a conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas seria necessária a realização de nova concorrência.

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Recomenda-se, entretanto, que antes dessa nova licitação se faça um as built da situação do que a Construtora Gautama executou no contrato nº 60/2003, oriundo da Concorrência 03/2001, inclusive com desenho de plantas, após o que seria necessário que se fizesse uma adaptação do projeto executivo usado pela Construtora Gautama para que este sirva de base para a conclusão da obras

A aquisição referência 4 (Pregão Presencial nº 15/2008: Aquisição de tubulações em PVC destinadas à conclusão do sistema de esgotamento sanitário de Porto de Galinhas) recomenda-se que, antes da efetiva aquisição dos materiais licitados, se faça um levantamento crível dos materiais necessários à conclusão das obras inicialmente contratadas à Construtora Gautama, através do contrato nº 60/2003, e que se considerem que a PMI já está de posse e com a guarda dos materiais estornados no boletim final do citado contrato com a Construtora Gautama, conforme relação do QUADRO 5.2.1.9. (...)

Quanto aos organismos federais e estaduais que eventualmente repassam recursos às administrações municipais, cabe recomendação que se abstenham de celebrar convênios com a PMI enquanto não forem solucionadas as pendências dos convênios com o MIN e com a FUNASA que foram citados neste Laudo.

6.1 IRREGULARIDADES

Na análise das obras e/ou serviços de Engenharia que integram o presente laudo foram observados os seguintes achados, relativos a irregularidades detectadas, indicados no QUADRO 6.1.1. (...)

6.2 CONSTATAÇÕES (...)

6.3 ECONOMICIDADE

Após o confronto entre os pagamentos efetuados e os valores orçados por esta equipe de auditoria técnica, aponta-se a seguinte síntese de débitos, com indicação das fontes de recurso e datas-base de referência, todos relativos à obra referência 1 (Concorrência 03/2001: Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela - Porto de Galinhas).

Em relação a preços iniciais contratados (PI), há um excesso total, passível de devolução ao Erário, de R$ 7.255.471,92.

A data base para o valor do excesso devido a PI para ambas as gestões municipais envolvidas com a obra deve ser considerada janeiro de 2002, mês da apresentação da proposta. (...)

Além dos excessos da obra apontados no QUADRO 6.3.1 e no QUADRO 5.2.1.8, há outros débitos, cujos valores são descritos a seguir:

I – Débitos pela movimentação irregular da conta específica:

I.1 - do Convênio MIN nº 300/2002 - R$ 8.418,83, entre 05/06/2003 e 18/06/2004. O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data A responsabilidade sobre esse débito recai sobre a gestão anterior (Carlos José de Santana; Rui Xavier Carneiro Pessoa; Pedro).

I.2 - Do Convênio MIN nº 348/2004, cuja responsabilidade recai sobre a gestão atual (Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga):

a. R$ 132.442,64, acrescido de aplicação financeira e juros no período entre 31/08/2005 e 28/12/2005. O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data;

b. R$ 768.601,76 (= R$ 132.442,64 + R$ 842.162,60 - R$ 206.003,48), acrescido de aplicação financeira e juros no período desde 19/01/2006. Por se tratar de valores não devolvidos, o valor do

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débito se constitui do valor total atualizado desde a data referida;

II – Débitos pela ausência de aplicação financeira dos recursos do Convênio MIN nº348/2004 (QUADRO 5.2.1.6) quando da não utilização destes num prazo superior a 30 dias.

QUADRO 5.2.1.6 – Saldos não utilizados num prazo superior a 30 dias

SaldoData

Não utilizado atéR$ 1.501.930,86

31/08/0501/11/05

R$ 950.803,5801/11/0528/12/05

R$ 690.144,4619/01/0620/03/06

R$ 491.774,5520/03/0609/06/06

R$ 27.388,3209/06/0627/12/06

R$ 1.602.388,3227/12/0603/05/07

R$ 202.388,3203/05/0711/06/07

O cálculo desse débito será a diferença entre o valor do montante na segunda data subtraído do seu equivalente na primeira data. A responsabilidade sobre esse débito recai sobre a gestão atual (Pedro Serafim de Souza Filho; Ricardo Corte Real Braga);

III – Débitos pela não devolução dos valores não utilizados no Convênio MIN nº 348/2004 nos seguintes valores, cuja responsabilidade recai sobre o Município de Ipojuca, na pessoa de seu representante legal:

III.1- - R$ 1.600.000,00, composto de duas parcelas, a saber:

a. R$ 1.400.000,00, que deve ter o valor principal acrescido dos rendimentos da aplicação restituídos desde a sua transferência para a conta da aplicação em03/05/2007;

b. R$ 200.000,00, que deve ter o valor principal acrescido dos rendimentos da aplicação restituídos desde a sua transferência para a conta da aplicação em 11/06/2007).

III.2 - R$ 2.388,32, que deve ter o valor principal acrescido dos rendimentos que deveria ter sido realizada desde 11/06/2007

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Diante do exposto no Laudo de Auditoria (às fls. 235/342, vol. 2), submetemos o processo à consideração superior, propondo:

1 - converter o presente processo em Tomada de Contas Especial, com fundamento no art. 47 da Lei nº 8.443/92, c/c art. 252 do Regimento Interno/TCU.

2 - determinar a citação dos responsáveis solidários abaixo relacionados, nos termos dos arts. 10, § 1º, e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso II, do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Tesouro Nacional (recursos do Ministério da Integração Nacional – MIN)

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e da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, as quantias a seguir relacionadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora devidos, calculados a partir das datas discriminadas até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, em razão da seguinte irregularidade:

Ocorrência: Pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, conforme demonstrado nos itens 5.2.1 i.26 e 6.3 do Laudo de Auditoria, às fls. 277/284 e 102/108, vol. 2).

Norma infringida:

- Princípios da legalidade, moralidade, economicidade, art. 37 da CF/1988; art. 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, no caso do superfaturamento.

- Arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, no caso da realização de despesas indevidas.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

Fonte de RecursosValor (R$)DATA BASEMIN

535.103,9931/12/2004

FUNASA1.361.094,07

31/12/2004Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº

145.573.044-00; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

Fonte de RecursosValor (R$)DATA BASEMIN

203.478,0631/12/2004

FUNASA963.067,93

31/12/2004Obs: Os ex-Secretários de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, por terem atuado apenas

durante parte do período em que ocorreu a irregularidade, são responsáveis solidários pelo débito, mas somente pelos valores referentes ao período de atuação de cada um.

3 - determinar a citação dos responsáveis solidários abaixo relacionados, nos termos dos arts. 10, § 1º, e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso II, do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Tesouro Nacional (recursos do Ministério da Integração Nacional – MIN) e da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, as quantias a seguir relacionadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora devidos, calculados a partir das datas discriminadas até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, em razão da seguinte irregularidade:

Ocorrência: Pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, conforme demonstrado nos itens 5.2.1

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i.26 e 6.3 do Laudo de Auditoria, às fls. 277/284 e 102/108, vol. 2)

Norma infringida:

- Princípios da legalidade, moralidade, economicidade, art. 37 da CF/1988; art. 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, no caso do superfaturamento.

- Arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, no caso da realização de despesas indevidas.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

Fonte de RecursosValor (R$)DATA BASEMIN

978.082,1030/04/2007

FUNASA307.420,18

30/04/20074 - determinar a citação dos responsáveis solidários abaixo relacionados, nos termos dos arts.

10, § 1º, e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso II, do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Tesouro Nacional, a quantia a seguir relacionada, atualizada monetariamente no período descrito e acrescidas dos juros de mora devidos em razão da seguinte irregularidade:

Ocorrência: Movimentação irregular da conta específica do Convênio MIN nº 300/2002 (conforme demonstrado nos itens 5.2.1 i.6 e 6.3 do Laudo de Auditoria, às fls. 263/264 e 102/108, vol. 2).

Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997, art. 20.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; e Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, CPF nº 192.944.094-49.

Valor: R$ 1.495,86 Data-base: 18/06/2004

Obs: Esse débito consiste no custo incorrido pela retirada de R$ 8.418,83 em 05/06/2003 e devolução do mesmo valor nominal em 18/06/2004. Equivale à diferença entre o valor atualizado em 18/06/2004 mais os juros do período (R$ 9.914,69), e o valor original quando da retirada (R$ 8.418,83).

5 - determinar a citação dos responsáveis solidários abaixo relacionados, nos termos dos arts. 10, § 1º, e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso II, do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Tesouro Nacional, a quantia a seguir relacionada, atualizada monetariamente no período descrito e acrescidas dos juros de mora devidos em razão da seguinte irregularidade:

Ocorrência: Movimentação irregular da conta específica do Convênio MIN nº 348/2004 (conforme demonstrado nos itens 5.2.1 i.6 e 6.3 do Laudo de Auditoria, às fls. 263/264 e 102/108, vol. 2).

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Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997, art. 20.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; e Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04.

Valores:

a) R$ 7.818,35 Data-base: 28/12/2005

Obs: Esse débito consiste no custo incorrido pela retirada de R$ 132.442,64 entre 31/08/2005 e 28/12/2005, uma vez que na segunda data outros valores foram retirados e inseridos Equivale à diferença entre o valor atualizado em 28/12/2005 mais os juros do período (R$ 140.260,99), e o valor original quando da retirada (R$ 132.442,64).

b) R$ 768.601,76Data-base: 19/01/2006

Obs: Por se tratar de valores não devolvidos, o valor do débito se constitui do valor total atualizado desde a data referida.

6 - determinar a citação dos responsáveis solidários abaixo relacionados, nos termos dos arts. 10, § 1º, e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso II, do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Tesouro Nacional, as quantias a seguir relacionadas, atualizadas monetariamente no período descrito em razão da seguinte irregularidade:

Ocorrência: Ausência de aplicação financeira dos recursos do convênio quando da não utilização destes num prazo superior a 30 dias (conforme demonstrado nos itens 5.2.1 i.7 e 6.3 do Laudo de Auditoria, às fls. 264/265 e 102/108, vol. 2).

Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997, art. 20, § 1º.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; e Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04.

Valores (R$)Data-base

19.074,5201/11/05

5.229,4228/12/05

6.970,0220/03/06

3.639,1309/06/06

241,0227/12/06

32.047,7703/05/07

566,6911/06/07

Obs: Esses débitos, cujos valores originais e datas constam no QUADRO 5.2.1.6, às fls. 30 e 107 do Laudo de Auditoria a seguir reproduzido, consistem na diferença entre os valores atualizados nas segundas datas subtraídos dos seus equivalentes nas primeiras datas.

Valores (R$)Não utilizados

de

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até1.501.930,86

31/08/0501/11/05

950.803,5801/11/0528/12/05

690.144,4619/01/0620/03/06

491.774,5520/03/0609/06/06

27.388,3209/06/0627/12/06

1.602.388,3227/12/0603/05/07

202.388,3203/05/0711/06/07

7 - determinar a audiência dos responsáveis abaixo relacionados, nos termos do inciso III do art. 12 da Lei nº 8.443/92, c/c o inciso III do art. 202 do Regimento Interno/TCU, para, no prazo de quinze dias, a contar da ciência, apresentarem razões de justificativa acerca das irregularidades descritas:

7.1 – Ocorrência: Inexistência da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART para o projeto básico (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.1 do Laudo de Auditoria à fl. 261, vol. 2).

Norma infringida: Lei nº 6.496/77, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; e George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30.

7.2 - Ocorrência: Propósito do convênio não atingido (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.8 do Laudo de Auditoria às fls. 265/266, vol. 2).

Norma infringida: Termo do Convênio, Cláusula Segunda, item 2, alínea “a” do Convênio MIN nº 348/2004.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; e Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34.

7.3 - Ocorrência: Propósito do convênio não atingido (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.8 do Laudo de Auditoria às fls. 265/266, vol. 2).

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Norma infringida: Termo do Convênio, Cláusula Segunda, item 2, alínea “b” do Convênio FUNASA nº 474/2002.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; e Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04.

7.4 - Ocorrência: Licitação de obras sem previsão orçamentária ou com previsão insuficiente (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.11 do Laudo de Auditoria à fl. 267, vol. 2)

Normas infringidas: Art. 7, § 2º, inciso III, e art. 40, Inciso XIV, “b” da Lei nº 8.666/93 e Art. 167, incisos I e II da CF/1988.

Responsável: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00.

7.5 – Ocorrência: Inexistência ou inadequação dos critérios de aceitabilidade de preços (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.12 do Laudo de Auditoria à fl. 267, vol. 2).

Norma infringida: Art. 40, X, da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; José Romildo da Cruz Sampaio, Presidente da Comissão Permanente de Licitação, CPF nº 018.181.554-00; José Rodrigues de Santana Júnior, CPF nº 170.486.214-00; e Tânia de Paula Silva, CPF nº 856.170.084-04, membros da Comissão Permanente de Licitação.

7.6 – Ocorrência: Contratação de obra com sobrepreço (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.14 do Laudo de Auditoria à fl. 268, vol. 2).

Norma infringida: princípios da legalidade, moralidade, economicidade art. 37 da CF/1988; art. 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; José Romildo da Cruz Sampaio, Presidente da Comissão Permanente de Licitação, CPF nº 018.181.554-00; José Rodrigues de Santana Júnior, CPF nº 170.486.214-00; e Tânia de Paula Silva, CPF nº 856.170.084-04, membros da Comissão Permanente de Licitação.

7.7 – Ocorrência: Não detalhamento dos custos de instalação e mobilização (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.15 do Laudo de Auditoria às fls. 268/269, vol. 2).

Norma infringida: Art. 7º, § 2º da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; José Romildo da Cruz Sampaio, Presidente da Comissão Permanente de Licitação, CPF nº 018.181.554-00; José Rodrigues de Santana Júnior, CPF nº 170.486.214-00; e Tânia de Paula Silva, CPF nº 856.170.084-04, membros da Comissão Permanente de Licitação.

7.8 – Ocorrência: Não exigência de apresentação da composição analítica do BDI e dos custos diretos dos preços propostos (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.16 do Laudo de Auditoria à fl. 269, vol. 2).

Norma infringida: Art. 7º, § 2º, inciso II, e Art. 45, caput, da Lei nº 8.666/93.

Precedente de jurisprudência: Decisão TCU 219/2004 - Plenário.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; José Romildo da Cruz Sampaio, Presidente da Comissão Permanente de Licitação, CPF nº 018.181.554-00; José Rodrigues de Santana Júnior, CPF nº 170.486.214-00; e Tânia de Paula Silva, CPF nº 856.170.084-04, membros da Comissão Permanente de Licitação.

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7.9 – Ocorrência: Inexistência da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART para execução da obra (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.17 do Laudo de Auditoria à fl. 269, vol. 2).

Norma infringida: Lei nº 6.496/77, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

7.10 – Ocorrência: Inexistência da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART para fiscalização da execução da obra (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.19 do Laudo de Auditoria à fl. 270, vol. 2).

Norma infringida: Lei nº 6.496/77, Arts. 1º, 2º e 3º e Resolução CONFEA Nº 425/1998, Arts. 1º, 2º e 3º.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; e George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30.

7.11 – Ocorrência: Fiscalização deficiente (Boletins de Medição e memórias de cálculo sem assinatura, (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.21 do Laudo de Auditoria à fl. 270, vol. 2).

Norma infringida: Art. 67 da Lei nº 8.666/93

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; e George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30.

7.12 – Ocorrência: Medições sem conter a localização dos serviços efetivamente realizados, a fim de indicar a posição geográfica inicial e final de cada serviço (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.22 do Laudo de Auditoria às fls. 270/271, vol. 2).

Precedente de Jurisprudência: Acórdão TCU. 1.243/2004 – Plenário.

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Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; e Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34.

7.13 – Ocorrência: Serviços executados com qualidade insatisfatória ou com deficiências técnicas de Engenharia (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.23 do Laudo de Auditoria às fls. 271/275, vol. 2)

Norma infringida: Art. 66, da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

7.14 – Ocorrência: Execução de serviços em desconformidade com o projeto executivo (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.24 do Laudo de Auditoria às fls. 275/277, vol. 2).

Norma infringida: Art. 66, da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

7.15 - Pagamentos de serviços sem previsão contratual (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.25 do Laudo de Auditoria à fl. 277, vol. 2).

Norma infringida: Art. 66, da Lei nº 8.666/93.

Responsáveis: Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; e George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30.

7.16 – Ocorrência: Falha na guarda de documentos que deveriam estar arquivados (conforme demonstrado no item 5.2.1 i.27 do Laudo de Auditoria à fl. 285, vol. 2).

Norma infringida: IN/STN n.º 1/1997, art. 30, § 1º.

Responsáveis: Carlos José de Santana, ex-prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 145.573.044-00; Rui Xavier Carneiro Pessoa, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços

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Municipais, no período de 2003 a 01/04/2004, CPF nº 192.944.094-49; Ademur José Batista Monteiro, ex-Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Municipais, no período de 02/04/2004 a 31/12/2004, CPF nº 042.629.644-34; Pedro Serafim de Souza Filho, Prefeito do Município de Ipojuca, CPF nº 138.401.184-68; Ricardo Corte Real Braga, Secretário de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 126.835.824-04; Alcindo Salustiano Dantas Filho, Secretário Adjunto de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 085.629.034-34; George Agnelo de Lima, Diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura e Serviços Públicos, CPF nº 848.567.004-30; e Construtora Gautama Ltda, CNPJ nº 00.725.347/0001-00.

8 – Determinar ao Município de Ipojuca, na pessoa de seu representante legal, que, em virtude do Convênio nº 348/2004 firmado com o Ministério da Integração Nacional já ter tido seu prazo de vigência expirado em 27/06/2007, devolva aos cofres do Tesouro Nacional os valores transferidos e não utilizados no convênio a seguir discriminados (conforme exposto no item 5.2.1 i.10 do Laudo de Auditoria, às 266/267, vol. 2), de forma a atender as exigências da IN/STN n.º 1/1997, art. 21, § 6º, e do estabelecido na Cláusula Décima Primeira do Convênio MIN nº 348/2004:

8.1 - R$ 1.400.000,00 acrescidos dos rendimentos da aplicação financeira desde a sua transferência para a conta da aplicação em03/05/2007, rendimentos estes que devem ser comprovados através de extratos da conta de aplicação;

8.2 - R$ 200.000,00 acrescidos dos rendimentos da aplicação financeira desde a sua transferência para a conta da aplicação em 11/06/2007, rendimentos estes que devem ser comprovados através de extratos da conta de aplicação;

8.3 - R$ 2.388,32, corrigidos monetariamente desde 11/06/2007 até a data de sua devolução;

9 – Determinar ao Ministério da Integração Nacional - MIN que não celebre convênio ou qualquer outro instrumento para transferência voluntária de recursos com a Prefeitura Municipal de Ipojuca para as obras de drenagem, pavimentação e esgotamento sanitário na localidade de Porto de Galinhas enquanto não forem atendidas as seguintes exigências:

9.1 – devolução aos cofres do Tesouro Nacional dos valores transferidos e não utilizados no Convênio nº 348/2004, acrescidos dos devidos rendimentos ou atualização monetária;

9.2 – o TCU não se pronunciar em definitivo sobre o Processo TCU TC nº 017.878/2005-3, que apura a ocorrência de débito referente à obra citada.

10 – Determinar à Fundação Nacional de Saúde - FUNASA que não celebre convênio ou qualquer outro instrumento para transferência voluntária de recursos com a Prefeitura Municipal de Ipojuca para as obras de drenagem, pavimentação e esgotamento sanitário na localidade de Porto de Galinhas o TCU não se pronunciar em definitivo sobre o Processo TCU TC nº 017.878/2005-3, que apura a ocorrência de débito referente à obra citada.

11 – Enviar cópia do Acórdão, assim como do Relatório e do Voto que o fundamentarem, ao Ministério Público Federal no Estado de Pernambuco, em atenção ao Ofício nº 3286/2008/MPF/PRPE/ACBC – 5º OTC referente ao Procedimento Administrativo nº 1.26.000.001852/2007-37 (conforme citado no Ofício nº 1104/2008 – SECEX/PE, à fl. 147, Anexo 22), ao Ministério da Integração Nacional – MIN e à Fundação Nacional de Saúde – FUNASA.”

VOTO

Na fiscalização conjunta, realizada pelos TCU e TCE-PE, identificou-se a existência de dano ao Erário, na execução dos convênios celebrados entre o município e o Ministério da Integração Nacional e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para execução das obras de drenagem e pavimentação em

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Porto de Galinhas, no município de Ipojuca.

O dano decorre do superfaturamento e do pagamento de serviços não realizados ou inservíveis.

O débito foi adequadamente quantificado e os responsáveis identificados.

Desta forma, é imperativo converter o processo em tomada de contas especial e citar os responsáveis.

Ante a ausência de devolução dos valores transferidos e não utilizados pelo município, após a vigência dos convênios, necessário citar o ente federado a restituir esses valores.

Deixo de acolher as propostas de audiência, cujo ato irregular é objeto de citação dos responsáveis, devido à existência de dano ao Erário, e as que se referem a falhas de natureza formal (subitens 7.1, 7.2, 7.3, 7.6, 7.10, 7.15 e 7.16 da proposta de encaminhamento).

Rejeito a proposta de audiência do presidente e membros da Comissão Permanente de Licitação, por defeitos no projeto básico e no orçamento estimativo, porque a responsabilidade pela elaboração dessas peças deve recair sobre os profissionais de engenharia.

De acordo com as demais propostas de audiência.

Sugere, a unidade técnica, a expedição de determinação ao Ministério da Integração Nacional e à Funasa, para que não celebrem convênios com o município de Ipojuca, destinados a concluir as obras fiscalizadas, até que o julgamento definitivo destes autos, em razão de indícios de irregularidades no certame licitatório e da possibilidade de o município vir a requerer o aporte de recursos da União.

Considerando que a licitação e o contrato para conclusão das obras não são avaliados neste processo e há mera expectativa de elas virem a ser custeadas com recursos da União, não deve o Tribunal determinar que os gestores pratiquem ou deixem de praticar atos de sua competência discricionária.

O TCU deve, todavia, dar amplo conhecimento dos fatos a todos os atores de processo de descentralização de recursos, para que possam, livremente, dentro das respectivas competências, tomar as medidas convenientes.

O Tribunal deve alertar o Ministério da Integração Nacional e a Funasa quanto aos riscos envolvidos no aproveitamento dos contratos decorrentes da Concorrência 13/2007, da Prefeitura Municipal de Ipojuca, em futuro convênio que venha a ser firmado com o município.

Ante o exposto, voto por que o Tribunal de Contas da União aprove o acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 25 de agosto de 2009.

WALTON ALENCAR RODRIGUES Relator

ACÓRDÃO Nº 4430/2009 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 017.878/2005-3. 1.1. Apenso: 012.712/2009-62. Grupo II – Classe VI – Assunto: Representação3. Interessado/Responsáveis:

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3.1. Interessado: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco.3.2. Responsáveis: Ademur José Batista Monteiro (042.629.644-34); Alcindo Salustiano Dantas Filho (085.629.034-34); Carlos José de Santana (145.573.044-00); Construtora Gautama Ltda. (00.725.347/0001-00); George Agnelo de Lima (848.567.004-30); José Rodrigues de Santana Júnior (170.486.214-00); José Romildo da Cruz Sampaio (018.181.554-00); Pedro Serafim de Souza Filho (138.401.184-68); Ricardo Corte Real Braga (126.835.824-04); Rui Xavier Carneiro Pessoa (192.944.094-49); Tânia de Paula Silva (856.170.084-04).4. Entidade: Prefeitura Municipal de Ipojuca, Pernambuco.5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.6. Representante do Ministério Público: não atuou.7. Unidade: Secretaria de Controle Externo no Estado de Pernambuco (Secex/PE).8. Advogado constituído nos autos: não há.9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, com fundamento nos artigos 47 e 12, incisos I, II, III e IV, da Lei 8.443/1992, 198, parágrafo único, e 237, inciso IV, do Regimento Interno, em:9.1. conhecer da presente representação, para, no mérito considerá-la procedente;9.2. converter os autos em tomada de contas especial;9.3. determinar a citação dos responsáveis solidários a seguir nominados, para, no prazo de quinze dias, a contar da ciência, apresentar alegações de defesa ou recolher aos cofres do Tesouro Nacional, as importâncias indicadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, calculados a partir das datas anotadas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, em razão de irregularidades cometidas na execução do “Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela – Porto de Galinhas”, objeto da Concorrência 3/2001, da Prefeitura Municipal de Ipojuca, com recursos de convênios 300/2002 e 348/2004, celebrados com o Ministério da Integração Nacional:9.3.1. Carlos José de Santana, Rui Xavier Carneiro Pessoa e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 535.103,99 (quinhentos e trinta e cinco mil, cento e três reais e noventa e nove centavos), a partir de 31/12/2004;9.3.2. Carlos José de Santana, Ademur José Batista Monteiro e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 203.478,06 (duzentos e três mil, quatrocentos e setenta e oito reais e seis centavos), a partir de 31/12/2004;9.3.3. Pedro Serafim de Souza Filho, Ricardo Corte Real Braga, Alcindo Salustiano Dantas Filho, George Agnelo de Lima e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 978.082,10 (novecentos e setenta e oito mil, oitenta e dois reais e dez centavos), a partir de 30/4/2007;9.3.4. Carlos José de Santana e Rui Xavier Carneiro Pessoa, em razão da movimentação irregular da conta corrente específica do Convênio 300/2002, no valor de R$ 1.495,86 (um mil, quatrocentos e noventa e cinco reais e oitenta e seis centavos), a partir de 18/6/2004;9.3.5. Pedro Serafim de Souza Filho e Ricardo Corte Real Braga, em razão da movimentação irregular da conta corrente específica do Convênio 348/2004, nos valores de R$ 7.818,35 (sete mil, oitocentos e dezoito reais e trinta e cinco centavos) e R$ 768.601,76 (setecentos e sessenta e oito reais, seiscentos e um reais e setenta e seis centavos), a partir de 28/12/2005 e 19/1/2006, respectivamente;9.3.6. Pedro Serafim de Souza Filho e Ricardo Corte Real Braga, em razão da ausência de aplicação financeira, por prazo superior a trinta dias, dos recursos do Convênio 300/2002:

DataValor (R$)

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1/11/200519.074,52

28/12/20055.229,42

20/3/20066.970,02

9/6/20063.639,13

27/12/2006241,02

3/5/200732.047,77

11/6/2007566,69

9.4. determinar a citação dos responsáveis solidários a seguir nominados, para, no prazo de quinze dias, a contar da ciência, apresentar alegações de defesa ou recolher os cofres da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), as importâncias indicadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, calculados a partir das datas anotadas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, em razão de irregularidades cometidas na execução do “Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela – Porto de Galinhas”, objeto da Concorrência 3/2001, da Prefeitura Municipal de Ipojuca, com recursos de convênios celebrados com a Funasa:9.4.1. Carlos José de Santana, Rui Xavier Carneiro Pessoa e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 1.361.094,07 (um milhão, trezentos e sessenta e um mil, noventa e quatro reais e sete centavos), a partir de 31/12/2004;9.4.2. Carlos José de Santana, Ademur José Batista Monteiro e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 963.067,93 (novecentos e sessenta e três mil, sessenta e sete mil reais e noventa e três centavos) , a partir de 31/12/2004;9.4.3. Pedro Serafim de Souza Filho, Ricardo Corte Real Braga, Alcindo Salustiano Dantas Filho, George Agnelo de Lima e Construtora Gautama Ltda., em razão de pagamentos por despesas excessivas (preços superfaturados e despesas indevidas por serviços não realizados, pagos a maior, ou inservíveis, no valor de R$ 307.420,18 (trezentos e sete mil, quatrocentos e vinte reais e dezoito centavos), a partir de 30/4/2007;

9.5. determinar a citação do município de Ipojuca, Pernambuco, para, no prazo de quinze dias, a contar da ciência, apresentar alegações de defesa ou recolher aos cofres do Tesouro Nacional, as importâncias de R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais), R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e R$ 2.388,32 (dois mil, trezentos e oitenta e oito reais e trinta e dois centavos), atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, calculados a partir de 3/5/2007, 11/6/2007 e 11/7/2007, respectivamente, até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, em razão da não aplicação desses recursos, recebidos do Ministério da Integração Nacional, por força do Convênio 348/2004, cuja vigência encerrou-se em 27/6/2007;9.6. determinar a audiência dos responsáveis a seguir nominados, para, no prazo de quinze dias, a contar da ciência, apresentar razões de justificativa acerca das irregularidades narradas, ocorridas nas obras de execução do “Sistema de coleta, tratamento e destino de águas servidas em Vila Distrito de Camela – Porto de Galinhas”, objeto da Concorrência 3/2001, da Prefeitura Municipal de Ipojuca, com recursos de convênios celebrados com o Ministério da Integração Nacional e da Fundação Nacional de Saúde:9.6.1. Carlos José de Santana, Rui Xavier Carneiro Pessoa, Ademur José Batista Monteiro, Pedro Serafim de Souza Filho, Ricardo Corte Real Braga, Alcindo Salustiano Dantas Filho, George Agnelo de Lima e Construtora Gautama Ltda., em razão da:

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9.6.1.1. inexistência de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para a execução das obras;9.6.1.2. execução de serviços com qualidade insatisfatória ou com deficiências técnicas de engenharia;9.6.1.3. execução de serviços em desconformidade com o projeto executivo;9.6.2. Carlos José de Santana, Rui Xavier Carneiro Pessoa, Ademur José Batista Monteiro, Pedro Serafim de Souza Filho, Ricardo Corte Real Braga, Alcindo Salustiano Dantas Filho e George Agnelo de Lima, em razão de deficiências na fiscalização das obras;9.6.3. Carlos José de Santana, Rui Xavier Carneiro Pessoa e Ademur José Batista Monteiro, em razão da não identificação, nas medições, da localização dos serviços efetivamente realizados, mediante indicação das posições geográficas inicial e final de cada um dos serviços;9.6.4. Carlos José de Santana, em razão da:9.6.4.1. inexistência ou inadequação dos critérios de aceitabilidade de preços no edital de licitação;9.6.4.2. falta de detalhamento dos custos de instalação e mobilização no orçamento estimado em planilhas;9.6.4.3. ausência de apresentação da composição analítica do BDI e dos custos diretos propostos pelas licitantes;9.6.4.4. realização da licitação sem previsão orçamentária ou com previsão insuficiente;9.7. recomendar ao Ministério da Integração Nacional e à Fundação Nacional de Saúde que, caso venham a celebrar convênio com o município de Ipojuca, Pernambuco, para conclusão das obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de Porto de Galinhas, observem, junto com o convenente, a necessidade de correção das seguintes irregularidades, observadas na Concorrência 13/2007, daquele município, e nos contratos dela decorrentes, a fim de prevenir o risco de dano ao erário e de graves irregularidades na execução das obras:9.7.1. adoção de tipo de licitação não previsto em lei;9.7.2. existência de cláusulas restritivas no edital de licitação;9.7.3. indisponibilidade de projeto básico aprovado pela autoridade competente;9.7.4. falta de justificativa técnica para o dimensionamento dos quantitativos de serviços;9.7.5. ausência de detalhamento dos custos de mobilização e desmobilização das obras;9.7.6. não apresentação da composição analítica do BDI e dos custos diretos praticados pelas contratadas;9.7.7. imprecisão na definição do critério de reajuste dos preços contratados;9.7.8. falta de indicação, no edital de licitação, do cronograma de desembolso máximo;9.8. determinar à Secex/PE que encaminhe, anexo às comunicações processuais correspondentes:9.8.1. demonstrativo detalhado dos valores objeto das citações determinadas nos subitens 9.3 a 9.5, com indicação da metodologia de cálculo do débito e a completa descrição das irregularidades apontadas;9.8.2. memorial com descrição minuciosa das irregularidades objeto das audiências determinadas no subitem 9.6;9.9. dar ciência da conversão destes autos em tomada de contas especial aos ministros de Estado da Integração Nacional e da Saúde;9.10. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do relatório e voto que o fundamentam, ao Tribunal de Contas no Estado de Pernambuco, ao Ministério da Integração Nacional, à Fundação Nacional de Saúde e à Prefeitura Municipal de Ipojuca.10. Ata n° 29/2009 – 1ª Câmara.11. Data da Sessão: 25/8/2009 – Ordinária.12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-4430-29/09-1.13. Especificação do quorum:13.1. Ministros presentes: Augusto Nardes (na Presidência) e Walton Alencar Rodrigues (Relator).13.2. Auditores convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.13.3. Auditor presente: Weder de Oliveira.

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AUGUSTO NARDESWALTON ALENCAR RODRIGUES

na PresidênciaRelator

Fui presente:

PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral