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Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 5, N° 1, art. 2, p 17-58 maio 2016, ISSN 2317-0727 Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br A LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO VALE DO RIBEIRA - SP Fernanda Yukari Hashiguchi 1 Heitor Pacheco Kozikowski 1 Luiz Carlos Aguemi 1 Mario Miashita 1 Carlos Eduardo Pinto 2 RESUMO O presente estudo teve como principal objetivo o de estudar e analisar a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos praticadas na região do Vale do Ribeira, buscando compreender os mecanismos e agentes envolvidos no ciclo de vida útil de tais produtos. Em virtude do crescente numero de instituições voltadas ao tratamento de resíduos sólidos no Brasil, os canais de distribuição reversos tornaram-se instrumentos pontuais para a preservação ambiental e desenvolvimento sustentável das firmas e do país. Para a análise proposta, foram empregados questionários direcionados aos agricultores e comerciantes envolvidos no uso de agrotóxicos na referida região, bem como entrevistas a órgãos públicos e privados competentes na destinação final de tais produtos. Constatou-se um gargalo informativo entre os mecanismos dispostos pelos órgãos responsáveis e a sociedade civil, no que tange o recolhimento e destinação das referidas embalagens, além da falta de cooperação, entre ambas as partes, na realização de ações coletivas voltadas ao tratamento de resíduos sólidos nos municípios abordados pela pesquisa em questão. Para contornar tal adversidade, foi proposta a implantação de dispositivos informativos voltados aos produtores agropecuários e o fomento de ações, coletivamente planejadas, destinadas ao recolhimento, armazenamento e destinação das embalagens vazias de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira. Palavras-chave: Logística Reversa; Embalagens de Agrotóxicos; Logística de Pós- Consumo. 1 Alunos Curso Técnico em Logística. Instituto Federal de São Paulo (IFSP) - Campus Registro. 2 Mestre em Administração pela Universidade de Extremadura (Espanha) reconhecido pela UFSC. Especialista em Administração de Marketing (FESP). Graduado em Administração (UFPR). Professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

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Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br

A LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE

AGROTÓXICOS: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO VALE DO RIBEIRA - SP

Fernanda Yukari Hashiguchi1 Heitor Pacheco Kozikowski1

Luiz Carlos Aguemi1 Mario Miashita1

Carlos Eduardo Pinto2 RESUMO O presente estudo teve como principal objetivo o de estudar e analisar a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos praticadas na região do Vale do Ribeira, buscando compreender os mecanismos e agentes envolvidos no ciclo de vida útil de tais produtos. Em virtude do crescente numero de instituições voltadas ao tratamento de resíduos sólidos no Brasil, os canais de distribuição reversos tornaram-se instrumentos pontuais para a preservação ambiental e desenvolvimento sustentável das firmas e do país. Para a análise proposta, foram empregados questionários direcionados aos agricultores e comerciantes envolvidos no uso de agrotóxicos na referida região, bem como entrevistas a órgãos públicos e privados competentes na destinação final de tais produtos. Constatou-se um gargalo informativo entre os mecanismos dispostos pelos órgãos responsáveis e a sociedade civil, no que tange o recolhimento e destinação das referidas embalagens, além da falta de cooperação, entre ambas as partes, na realização de ações coletivas voltadas ao tratamento de resíduos sólidos nos municípios abordados pela pesquisa em questão. Para contornar tal adversidade, foi proposta a implantação de dispositivos informativos voltados aos produtores agropecuários e o fomento de ações, coletivamente planejadas, destinadas ao recolhimento, armazenamento e destinação das embalagens vazias de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira. Palavras-chave: Logística Reversa; Embalagens de Agrotóxicos; Logística de Pós-Consumo.

1 Alunos Curso Técnico em Logística. Instituto Federal de São Paulo (IFSP) - Campus Registro. 2 Mestre em Administração pela Universidade de Extremadura (Espanha) reconhecido pela UFSC. Especialista em Administração de Marketing (FESP). Graduado em Administração (UFPR). Professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

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1 INTRODUÇÃO

Esta seção foi destinada a um proêmio referente a presente pesquisa, com o

intuito de expor considerações gerais relacionadas ao cerne temático anteposto para

o seu desenvolvimento, bem como a problemática e os objetivos por ela fixados. Tal

seção conta, por fim, com a justificativa que sustenta a consecução deste estudo.

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A agricultura representa um significativo setor na atividade produtiva do Brasil

e tem estado amplamente familiarizada com a utilização de agrotóxicos como

condição indispensável à tutela e produtividade das práticas agrícolas. Segundo o

Ministério do Meio Ambiente (2016), para o modelo de desenvolvimento da

agricultura do Brasil, maior consumidor de produtos agrotóxicos no mundo, a

aplicação dos agrotóxicos tornou-se bastante expressiva.

No entanto, tais defensivos agrícolas são mundialmente reconhecidos por

apresentarem composições químicas relativamente tóxicas, envolvendo

periculosidade em seu manuseio e exigindo determinada competência e sua

aplicação e na destinação final de suas embalagens pós-consumo. Os agrotóxicos

possuem um vasto amparo estabelecido na Constituição nacional, apresentando um

amplo número de normas legais e instituições direcionadas tanto à sua toxicidade

quando à escala de uso de tais produtos no Brasil.

Nesse sentido, as práticas de logística reversa de embalagens de defensivos

agrícolas se fazem indispensáveis à preservação da saúde humana e ao meio

ambiente, estabelecendo processos destinados à prevenção de possíveis

intoxicações e monitoramento na utilização de tais produtos. Com a implantação da

Política Nacional de Resíduos Sólidos, tais práticas ganharam reforço constitucional

na estruturação e desenvolvimento de sistemas e canais de distribuição reversos

destinados às embalagens dos agrotóxicos de pós-consumo.

Para Leite (2009) a logística reversa de pós-consumo compreende o

planejamento, operação e controle do fluxo de retorno de materiais descartados pela

sociedade em geral, visando perspectivas estratégicas adotadas por parte das

firmas e auxiliando no desenvolvimento de uma sustentabilidade ambiental e

sensibilidade ecológica por parte da sociedade.

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Frente ao exposto, a presente pesquisa buscou investigar os procedimentos

de logística reversa de pós-consumo destinados às embalagens vazias de

agrotóxicos descartadas em uma região do sul do Estado de São Paulo, com o

intuito de conferir como tais práticas podem contribuir na gestão ambiental e

comercial de produtos nocivos como os defensivos agrícolas. Mediante os

procedimentos metodológicos empregados na realização desta pesquisa, buscou-se

compreender a atuação e relacionamento praticado pelos agentes envolvidos no

ciclo de vida útil de tais produtos, visando perceber possíveis gargalos no

cumprimento das Leis e medidas necessárias para a adequada destinação final das

referidas embalagens.

A problemática alavancada neste estudo visa abarcar questões relacionadas

ao fluxo reverso de materiais em municípios do sul do estado de São Paulo. Frente a

uma relevante produção agropecuária derivada do cultivo da banana em cidades da

referida região e do consequente uso de defensivos agrícolas no desenvolvimento

de tal semeadura, a pergunta de partida para este trabalho foi definida como “Como

são desempenhadas as práticas de logística reversa de embalagens vazias de

agrotóxicos na região do Vale do Ribeira/SP?”.

Em vista do problema de pesquisa apresentado anteriormente, o objetivo

geral proposto para a presente pesquisa foi o de observar e analisar a logística

reversa das embalagens vazias de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira/SP.

Tendo em vista a consecução do objetivo geral acima referido, foram

estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

Levantar um referencial bibliográfico acerca da legislação vigente e das

instituições que regulamentam os processos de logística reversa de

embalagens vazias de agrotóxicos no país.

Identificar os processos de logística reversa dos referidos materiais efetuados

em municípios da região do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo.

Analisar os dados levantados por meio de procedimentos metodológicos

aplicados durante o progresso do estudo.

Apesentar as informações resultantes obtidas por meio do desenvolvimento

da pesquisa em questão.

Devido ao impacto nocivo causado pelo descarte inconsequente de

embalagens vazias de defensivos agrícolas no meio ambiente, a logística reversa de

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pós-consumo de tais materiais tornou-se uma prática de necessidade salientada por

administradores e ambientalistas, recebendo um papel de devido destaque em

questões ambientais e de saúde pública. Nesse sentido, a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, ou PRNS, transformou-se numa ferramenta legislativa poderosa

na conscientização da sociedade e no desenvolvimento de tecnologias e processos

ligados a reciclagem e reutilização destes materiais no país.

Empregando uma visão sistêmica acerca do material consumido e descartado

pela sociedade, a logística reversa de pós-consumo pode ser considerada como

uma das chaves para seu desenvolvimento sustentável. No entanto, a identificação e

caracterização dos agentes envolvidos no ciclo de vida dos materiais são

fundamentais para conceder responsabilidades e determinar o planejamento e a

promoção das operações que formataram o fluxo reverso dos mesmos.

Tendo em vista o acima descrito e o contexto do Vale do Ribeira, região de

grande relevância ambiental em virtude de sua inserção em zona de mata atlântica e

reservas ecológicas, mas cuja produção de banana ainda constitui destaque

econômico, assinalando um uso elevado de agrotóxicos em sua produção, o

presente trabalho de pesquisa torna-se relevante para a compreensão dos

mecanismos utilizados na logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos

na região, possível sugestões de ações que sirvam como base de auxílio para

futuras tomadas de decisões no que tange ao referido processo, bem como para

enriquecer a literatura relacionada ao referido tema.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nesta seção apresentar-se-á o referencial bibliográfico utilizado para o

desenvolvimento desta pesquisa, buscando expor conceitos referentes a cada um

dos assuntos abordados na mesma, sendo estes: a logística empresarial, a logística

reversa e a legislação vigente relativa ao descarte e destinação final de resíduos

sólidos no país.

2.1 DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL

O conceito de logística é relativamente arcaico dentro da história e costumava

ser relacionado, a princípio, a processos de aquisição e suprimento de materiais nos

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períodos de guerras e combates militares. Com o passar dos anos e, especialmente,

após a Segunda Guerra Mundial, sua concepção tomou maior amplitude dentro das

atividades produtivas das organizações, passando a exercer funções decisivas no

planejamento e controle do trânsito de bens e serviços em diversas fases da cadeia

de suprimentos (LEITE, 2009; CHING, 2010).

Segundo Salgado (2013), algumas definições correlacionam a logística

apenas com atividades ligadas ao transporte, efetuado em um determinado modal,

ou ao armazenamento de produtos em locais específicos. Porém, trata-se da

implementação e administração de uma série de ações sistemáticas inerentes às

mercadorias, serviços e informações geradas durante os processos produtivos das

empresas e que visam atender as condições impostas pelos clientes de maneira

eficiente e eficaz. Não obstante, tal atividade atinge um carácter empresarial ao

compreender a logística de compras, de produção, de distribuição física ou de

armazenagem das instituições, visando à disponibilidade dos materiais em cada um

dos setores onde são necessários.

Uma concepção mais bem definida sobre a logística empresarial é

apresentada por Ballou (2013), sendo ela: “A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.” (BALLOU, 2013, p. 24).

Trata-se da estruturação e gerenciamento de um sistema de procedimentos

relacionados aos materiais necessários em todas as fases que compõe a

transformação da matéria-prima em produtos acabados, planejados com o intuito de

formatar, de modo estratégico e com a devida exatidão, os canais que conectam os

produtores aos consumidores e que visam auxiliar na projeção e controle do

transporte, movimentação e armazenamento dos estoques de tais materiais nas

organizações. (COOPER, M. Bixby; CLOSS, David J.; BOWERSOX, Donald J.;

BOWERSOX, John C., 2014).

Para Novaes (2015), cada processo logístico institui-se de forma única e

sistêmica dentro das organizações, nas quais cada parte de tais processos é

dependente das demais partes que o compõe seu sistema de operações. Esta

multiplicidade de ligações efetuadas pelo ciclo operacional da logística busca

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conferir os resultados como um todo, garantindo condições reais pelas quais os

consumidores finais podem demandar e usufruir de um determinado produto ou

serviços no momento desejado.

De acordo com Ching (2010), ao congregar atividades pertinentes às

operações de produção e de distribuição das empresas, a logística permite a maior

integração entre os diversos departamentos que compõem as mesmas,

possibilitando a realização de práticas produtivas com um maior nível de

rentabilidade e competividade.

Decorrente de um processo espontâneo de desenvolvimento do pensamento

administrativo, a logística tornou-se primordial às ações empresariais em uma

dimensão global, congregando as atividades ligadas ao fluxo de materiais e

serviços, remetendo um carácter coletivo em seu gerenciamento. Uma atividade de

logística efetuada de maneira eficiente possibilita conceder a regiões geográficas

uma exploração de vantagens competitivas inerentes à especialização de seus

processos industriais, bem como a exportação dos bens produzidos em tal região

para demais localidades. (BALLOU, 2013).

2.2 DA LOGÍSTICA REVERSA

A Logística Reversa é definida por Leite (2009) como o setor compreendido

pela logística empresarial que administra o fluxo reverso de materiais, de pós-venda

e de pós-consumo, bem como das informações logística correlacionadas a esses

produtos, por meio de canais reversos de distribuição que possibilitam a

reintegração destes bens ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, acrescendo-

lhes valores econômico, ecológico, de imagem corporativa, dentre outros de

naturezas distintas.

Assim como a logística constitui um processo producente em todas as partes

que compõe as cadeias de produção das organizações, desde a aquisição da

matéria-prima até o consumo final efetuado pelos clientes, a logística reversa é o

processo inverso, iniciando-se no ponto de consumo dos produtos e sendo finalizado

no ponto de origem dos mesmos. Este caminho inverso de materiais pode ser

efetuado por meio de âmbitos, os quais a logística reversa de pós-venda e a

logística reversa de pós-consumo. A primeira compreende o planejamento, controle

e fluxo dos bens pouco utilizados ou sem uso, que retornam pelos canais de

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distribuição reversos por motivos diversos, os quais por questões ligadas a

garantias, avarias, expiração do prazo de validade, entre outros. Já a logística

reversa de pós-consumo é destinada aos bens em fase final do ciclo de vida, com

possibilidade, ou não, de reutilização, reciclagem ou remanufatura (SEHNEM,

Simone; SIMIONI, Elisete; CHIESA, Jaqueline. 2009; LACERDA, 2016).

Segundo Leite (2009), a distinção entre as logísticas reversas de pós-venda e

pós-consumo se faz necessária em decorrência dos objetivos estratégicos visados e

técnicas operacionais efetuadas em cada área de atuação na consecução de tais

processos logísticos, embora exista ainda a interdependência operacional entre

estas áreas de atividade. Figura 1 – Logística Reversa - área de atuação e etapas reversas

Fonte: Leite (2009, p. 19).

Apesar de operarem sob o mesmo conceito de fluxo reverso de materiais e

informações, as ações voltadas para o setor de pós-consumo possuem um caráter

direcionado a gestão de resíduos descartados pelos consumidores, enquanto as

voltadas para o setor de pós-venda refletem ações destinadas ao suporte das

necessidades e requisições dos clientes. Para Leite (2009), em ambas as áreas de

atuação, devem ser levadas em consideração as perspectivas estratégicas visadas

pelas organizações, buscando garantir competitividade e sustentabilidade nos eixos

econômico e ambiental de suas atividades produtivas.

Frente à rigidez institucional proporcionada pela implantação de legislação

específica voltada as práticas empresariais, bem como a integração de custos

ambientais, sociais e de imagem corporativa das empresas no custeio total de seus

processos produtivos, elevaram a necessidade da adoção de operações de logística

reversa pelas organizações. A perda de fidelidade mercadológica por questões

ligadas a poluição ambiental e colaboração social proporcionaram as firmas buscar,

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dentre as cadeias produtivas, oportunidades para ampliar os recursos disponíveis

para suas atividades. Um exemplo de tal influência legislativa foram às medidas

tomadas após a implementação da Lei 9.974/2000, em relação à responsabilização

dos agentes envolvidos no uso de agrotóxicos no Brasil (COMETTI e ALVEZ, 2010;

CAVANHA FILHO, 2001 apud SEHNEM, SIMIONI E CHIESA, 2009).

De acordo com Cometti e Alvez (2010), a logística reversa apresenta-se como

um dos mecanismos que podem colaborar para um desenvolvimento sustentável,

tanto das firmas quanto para as nações como um todo, conferindo influência em

âmbitos ambiental, devido à diminuição do consumo de matéria-prima virgem e

redução dos riscos de contaminação do meio ambiente; social, gerando empregos

ao criar canais de distribuição reversos; econômico, viabilizando a reutilização e

reciclagem dos produtos retornados; e cultural, disseminando a responsabilização

ambiental necessária aos indivíduos geradores de resíduos.

O presente trabalho focou a logística reversa de pós-consumo, visto que o

cerne temático dessa refere-se às embalagens vazias de agrotóxicos. Segundo Leite

(2009), o aumento do volume de descarte de materiais, em vista da diminuição do

ciclo de vida dos produtos e de um consumo exacerbado praticado pelos

consumidores, exige uma maior eficiência na estruturação e aplicação das

operações desenvolvidas nos setores de logística reversa, principalmente os

mecanismos destinados ao setor de pós-consumo, no qual há maior exaustão dos

meios tradicionais de disposição final.

2.3 DAS INSTITUIÇÕES QUE REGEM A LOGÍSTICA REVERSA DE

EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

Devido ao progresso tecnológico voltado aos mecanismos e procedimentos

de produção agropecuária brasileira, bem como do desenvolvimento dos processos

de importação e distribuição de produtos destinados ao suprimento de tal tipo de

atividade, o setor agrícola tomou grande proporção no que tange o produto nacional,

ampliando, consequentemente, o volume de agrotóxicos circulando dentro do país.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(2014), a venda de defensivos agrícolas no mercado interno aumento cerca de 70%

do ano de 2009 a 2013.

Os efeitos tóxicos, tanto ao meio ambiente como a saúde humana,

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acarretados pelo uso de produtos com características químicas nocivas, caso dos

defensivos agrícolas, não têm sido relevados com a devida necessidade e

dissimulados por discursos de aumento na produtividade que tais produtos

acarretam nas culturas agrícolas (PORTO e SOARES, 2012).

Frente às medidas necessárias na destinação final de materiais tóxicos, o

governo brasileiro buscou implementar Leis e Decretos que estruturassem o ciclo de

vida dos agrotóxicos dentro do mercado nacional, buscando controlar e contornar

possíveis problemas ambientais e sanitários que o descarte indevido de tais

produtos pode acarretar.

A Lei n. 7.802, promulgada em julho de 1989, foi uma das primeiras criadas

para apontar medidas referentes ao uso de agrotóxicos no Brasil. Tornou-se

conhecida como “Lei dos Agrotóxicos” e visava fortalecer a legislação e os serviços

dos órgãos responsáveis pela fiscalização e controlo das operações ligadas aos

defensivos agrícolas, seus componentes e afins, dando providências desde a

pesquisa, experimentação e produção, até a sua comercialização, transporte,

utilização e o destino final dos resíduos e embalagens.

A Lei n. 7.802 definiu os agrotóxicos e afins em seu Artigo 2º como: “a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento” (BRASIL, 1989).

Em fevereiro de 1998, foi promulgada a Lei n. 9.605, dispondo acerca de

sanções penais e administrativas direcionadas aos agentes que praticam condutas e

atividades que visam causa danos ao meio ambiente, com o intuito de

responsabilizar as pessoas, jurídicas e físicas, administrativa, civil e penalmente. Tal

Lei prevê um amplo leque de penalidades aos crimes praticados contra o meio

ambiente, porém não conta com peculiaridades relativas aos defensivos agrícolas e

afins.

A obrigatoriedade acerca da devolução e a destinação das embalagens

vazias dos agrotóxicos foi institucionalizada somente em agosto de 2000, pela Lei n.

9.974, que estabeleceu providências acerca da responsabilidade dos agentes

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envolvidos na comercialização e utilização dos defensivos agrícolas em território

nacional, bem como os procedimentos que devem ser realizados para o descarte

correto das embalagens desses materiais.

De acordo com a Lei n. 9.974, as responsabilidades dos usuários são

definidas como:

“Art. 6o, § 2o: Os usuários de agrotóxicos, seus componentes e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postos ou centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente.” (BRASIL, 2000).

A referida Lei define as responsabilidades aos produtores e comerciantes dos

defensivos agrícolas:

“Art. 6o, § 5o: As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins, são responsáveis pela destinação das embalagens vazias dos produtos por elas fabricados e comercializados, após a devolução pelos usuários, e pela dos produtos apreendidos pela ação fiscalizatória e dos impróprios para utilização ou em desuso, com vistas à sua reutilização, reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos registrantes e sanitário-ambientais competentes.” (BRASIL, 2000).

Essa mesma Lei regulamenta ainda responsabilidades destinadas ao Poder

Público:

“Art. 12A. Compete ao Poder Público a fiscalização: I – da devolução e destinação adequada de embalagens vazias de agrotóxicos (...) II – do armazenamento, transporte, reciclagem, reutilização e inutilização de embalagens vazias (...). Art. 19. Parágrafo Único. As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins, implementarão, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de controle e estimulo à devolução das embalagens vazias por parte dos usuários (...)” (BRASIL, 2000).

Dentre as providências promulgadas pela Lei n. 9.974, foram estabelecidas

também as responsabilidades administrativas, civil e penal aos usuários, prestadores

de serviços, comerciantes e produtores por danos causados ao meio ambiente e a

saúde pública, em decorrência das atividades que envolvem o uso de agrotóxicos.

Posteriormente, o Decreto Federal n. 4074, de janeiro de 2002, foi criado com

o intuito de regulamentar as operações definidas na Lei n. 7.802/89, traçando

detalhadamente os procedimentos e meios necessários para a execução da referida

lei. Tal Decreto conta com uma seção direcionada especificamente a destinação final

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de sobras e de embalagens dos agrotóxicos, regulamentando devidamente os

métodos para a correta inutilização das embalagens, sua devolução aos

estabelecimentos responsáveis pela destinação final, o recebimento e

armazenamento de tais materiais, dentre outras providências.

O referido dispositivo prevê especificações que visam auxiliar as operações

de logística reversa de pós-consumo dos agrotóxicos, como os seguintes: “Art. 54. Os estabelecimentos comerciais deverão dispor de instalações adequadas para recebimento e armazenamento das embalagens vazias devolvidas pelos usuários, até que sejam recolhidas pelas respectivas empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras, responsáveis pela destinação final dessas embalagens (...) Art. 56. Os estabelecimentos destinados ao desenvolvimento de atividades que envolvam embalagens vazias de agrotóxicos, componentes ou afins, bem como produtos em desuso ou impróprios para utilização, deverão obter licenciamento ambiental (...) Art. 53. Os usuários de agrotóxicos e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias, e respectivas tampas, aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, observadas as instruções constantes dos rótulos e das bulas, no prazo de até um ano, contado da data de sua compra.” (BRASIL, 2002).

O Decreto n. 4.074/2002 compreende ainda procedimentos referentes à

inutilização das embalagens vazias dos defensivos agrícolas, promulgando a

necessidade, pelos usuários de tais produtos, das operações de tríplice lavagem, ou

tecnologia equivalente, conforme orientações que devem estar presentes nos

rótulos, bulas ou folhetos complementares.

Em 2006, o Decreto Federal n. 5.981, dispôs uma nova redação e inclui novos

dispositivos ao Decreto n. 4.074, relacionados ao registro, pesquisa e

experimentação dos agrotóxicos, prevendo ainda novas medidas penais para

práticas irregulares com tais produtos.

Apesar de todos os dispositivos legais promulgados acerca dos agrotóxicos, a

necessidade e busca pelas devidas medidas para a destinação final dos resíduos

descartados pela sociedade culminou na criação da Política Nacional de Resíduos

Sólidos, ou PNRS, que foi estabelecida pela Lei Federal n. 12305, em agosto de

2010. Por meio desta Lei, o Governo Federal, além de alterar as medidas previstas

na Lei n. 9.605/1998, buscou ampliar os objetivos e instrumentos legais relacionados

à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos

sólidos, incluindo os perigosos.

Reunindo um conjunto de princípios e diretrizes as ações adotadas em todas

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as esferas do Estado, isoladamente ou em regime de cooperação, a PNRS elevou a

necessidade de implementação dos processos de logística reversa como

instrumento operacional de auxilio na gestão dos materiais descartados no país,

buscando ainda enaltecer a responsabilidade compartilhada dos agentes no que

tange a redução e reaproveitamento de resíduos sólidos. Tal dispositivo possibilitou

ainda a criação de acordos setoriais para a efetiva consecução das medidas

previstas para o gerenciamento de tais resíduos, estabelecendo obrigatoriedade na

prevenção e precaução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais.

Outro ponto primordial na implantação da PNRS foi o reconhecimento dos

resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis como bens de valor econômico e social,

com o intuito de estimular a geração de empregos e renda a população, bem como

da adoção de tecnologias limpas na minimização dos impactos ambientais. Nesse

sentido, o incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e

empresariais direcionadas a gestão dos resíduos sólidos tornou-se um combustível

importante para a funcionalidade de tal política.

Os instrumentos previstos na PNRS para o gerenciamento dos resíduos

sólidos compreendem: planos destinados ao tratamento de resíduos sólidos;

inventário e sistemas declaratórios de tais materiais; coletas seletivas; sistemas de

logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; incentivo à criação

de cooperativas e formas de associação relacionadas ao recolhimento, reutilização e

reciclagem destes produtos; incentivos fiscais, financeiros e creditícios; além da

utilização do Sistema Nacional de Informações sobre Gestão de Resíduos Sólidos

(SINIR), do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), do

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, do

Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA) na avaliação dos

impactos ambientais, licenciamento e revisão das atividades potencialmente

poluidoras.

As diretrizes aplicáveis pela referida Lei busca seguir uma ordem de

prioridade, a qual estrutura-se em: não geração, redução, reutilização, reciclagem,

tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos. Nesse contexto, o Poder Público deverá auferir medidas indutoras para

atender as iniciativas de prevenção e redução dos resíduos sólidos em território

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nacional, criando linhas de financiamentos e implantação de infraestrutura para as

cooperativas e associações formadas por pessoas físicas de baixa renda,

fomentando ainda a concessão de incentivos creditícios destinados a atender as

diretrizes propostas por esta Lei.

Dentre as devidas responsabilidades exploradas na promulgação da PNRS,

faz-se presente a necessidade de desenvolvimento da logística reversa, como o

artigo exposto a seguir: “Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxico, seus resíduos embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem após o uso constitua se em resíduo perigoso, observados as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previsto em lei o regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, ou em formas técnicas.” (BRASIL, 2010).

Essa mesma Lei institui proibições às formas inadequadas de destinação final

dos resíduos sólidos, como o lançamento destes em praias, no mar ou em quaisquer

corpos hídricos, lançamento ou queima a céu aberto ou em recipientes, instalações

e equipamentos não licenciados para tal finalidade.

Em 2010, o Decreto Federal n. 7.404 foi promulgado para regulamentar as

medidas previstas na PNRS, criando o Comitê Interministerial da Política Nacional

de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de

Logística Reversa, auxiliando no relacionamento entre as esferas do Estado e no

desenvolvimento dos sistemas de fluxo reversos dos resíduos sólidos.

Em uma análise da esfera estadual das legislações vigentes, o Estado de São

Paulo conta com dispositivos como a Lei Estadual n. 12.300, de março de 2006. Tal

Lei institui a criação da Política Estadual de Resíduos Sólidos, definindo os objetivos

e as diretrizes para a gestão compartilhada de resíduos sólidos no estado, visando à

prevenção e o controle da poluição dos recursos naturais. Não obstante da PNRS,

as medidas previstas na referida Lei estipulam condições e procedimentos

necessários ao cumprimento dos objetivos da política nacional por meio da

regulamentação estadual dos serviços de logística reversa, reciclagem, recolhimento

e destinação final dos resíduos descartados.

O Decreto Estadual n. 54.645, regulamentada em 2009, institui os dispositivos

previstos na Lei Estadual n. 12.300/2006, estreitando as relações entre as regiões

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que compõe o estado, elevando a participação da Secretaria Estadual do Meio

Ambiente na formulação de planos, estaduais e municipais, de gestão integrada dos

resíduos sólidos. Frente a tal participação, foi promulgada, em 2015, a Resolução

Estadual da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) n. 45, definindo diretrizes para a

implementação e operacionalização da responsabilidade pós-consumo no Estado de

São Paulo e sujeitando à logística reversa de agrotóxicos, bem como de outros

produtos.

Foi possível perceber uma quantidade relevante de instituições voltadas ao

tratamento dos resíduos sólidos em todas as esferas do Estado brasileiro,

especificando os procedimentos adequados para o descarte das embalagens dos

agrotóxicos, além dos demais produtos necessariamente problemáticos a população

em níveis ambientais e de saúde pública. A responsabilidade compartilhada pelos

usuários, produtos e comercializadores dos agrotóxicos foi um dos principais

fundamentos formulados para a efetivação da logística reversa de tais produtos, em

vista da ampla influencia que cada um dos agentes envolvidos no ciclo de vida

destes materiais possui para o logro da destinação final adequada dos mesmos.

Juntamente com as Leis e Decretos, diversas organizações foram criadas e

desenvolvidas com o intuito de conferir a atuação da logística reversa dos resíduos

sólidos que necessitam de tal tratamento. Para o caso das embalagens vazias de

agrotóxicos, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, ou

INPEV, é uma sociedade sem fins lucrativos, fundada em 2002 pelas indústrias de

defensivos agrícolas no Brasil e com o intuito de agir no processo de destinação das

embalagens vazias de agrotóxico, além de apoiar e orientar às indústrias na

formulação e administração dos canais de distribuição reversos, bem como os

agricultores no cumprimento das responsabilidades definidas pela legislação.

O principal objetivo do INPEV é auxiliar na preservação do meio ambiente por

meio da gestão autossustentável da destinação final de embalagens vazias de

produtos fitossanitários, bem como mediante a prestação de serviços na área de

movimentação, armazenagem e processamento de resíduos sólidos, com

envolvimento e integração dos elos que compõe a cadeia produtiva agrícola

nacional.

A infraestrutura de recebimentos de embalagens de agrotóxicos vazias

estrutura-se por meio de sazonamento, contando com a associação de mais de 100

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empresas fabricantes de defensivos agrícolas do Brasil, as quais são sócios

contribuintes e com a devida influência administrativa no que tange as atividades da

instituição. Embora os principais custos estejam relacionados à infraestrutura

(unidades de recebimento), à logística e à destinação final das embalagens, todos

os elos da cadeia produtiva agrícola arcam com parte dos custos, os quais o

agricultor é responsável por arcar com os custos de levar as embalagens até a

unidade ou ponto de devolução indicado na nota fiscal de venda; os revendedores e

cooperativas são responsáveis pelos custos envolvidos na construção e

administração das unidades de recebimento, bem como da logística e destinação

final que competem a tais unidades; e o governo, por sua vez, apoia os esforços de

educação e conscientização do agricultor em conjunto com fabricantes e

comerciantes.

Grande parte das associações foi formada mediante a promulgação da Lei n.

9.974/2000, quando o sistema de comercialização passou a ser responsável por

fornecer um local para que os agricultores devolvessem suas embalagens vazias,

além de gerenciar as unidades de recebimentos e no desenvolvimento de

campanhas educativas voltadas ao produtor rural.

O INPEV é responsável pelo gerenciamento do Sistema Campo Limpo,

programa destinado à realização da logística reversa de embalagens vazias de

defensivos agrícolas no Brasil, compreendendo todas as regiões do país e com base

no conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais

de distribuição e poder público. Tal Sistema reúne mais de 400 unidades de

recebimento, entre centrais e postos, geridos por associações e cooperativas. As

unidades de recebimento devem ser ambientalmente licenciadas para efetuar o

processamento de tais embalagens e são classificadas como postos ou centrais

conforme o porte e o tipo de serviço efetuado.

Todas as instituições referidas anteriormente serviram de base teórica e

prática para o desenvolvimento da presente pesquisa, auxiliando na formulação dos

procedimentos metodológicos utilizados no recolhimento de informações

relacionadas as atividades de logística reversa no Vale do Ribeira, os quais foram

detalhadamente descriminados no item seguinte.

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3 METODOLOGIA

A partir de um interesse de cunho investigativo acerca dos processos de

logística reversa, do tipo pós-consumo, realizados com embalagens vazias de

agrotóxicos na região do Vale do Ribeira, o presente estudo se propôs a desenvolver

uma pesquisa descritiva, visando apurar o tema selecionado e entender a realidade

envolvida nas instituições que regem o fluxo reverso de tais materiais na referida

localidade.

A pesquisa do tipo descritiva tem como objetivo observar e assinalar

fenômenos, fatos ou variáveis, sem que haja interferências durante o processo de

investigação, buscando analisar, com máxima precisão possível, características e

peculiaridades dos objetos selecionados para estudo. Tal modelo de pesquisa não é

voltada para a determinação de causalidade dos fenômenos e recorre à reunião de

informações derivadas da própria realidade, coletadas de forma isolada ou coletiva,

utilizando dispositivos como observação, entrevistas, questionários e formulários.

(CERVO, BERVIAN e SILVA, 2007; BIAGI, 2012).

Com o intuito de explanar a problemática escolhida para este estudo de

maneira mais detalhada, optou-se pela utilização da metodologia de pesquisa

denominada Estudo de Caso, com o intuito de possibilitar uma abordagem mais

significativa acerca dos processos ligados ao retorno das embalagens vazias de

defensivos agrícolas nos municípios do sul paulista.

Segundo Marconi e Lakatos (2011) o estudo de caso pode ser classificado

como um exame minucioso acerca de um determinado fato ou evento, associado a

uma ou a um conjunto de pessoas, com características e comportamentos

específicos, ou semelhantes entre si, limitado a sua singularidade e de inviável

generalização. Tal conceito é complementado por Yin (2001), para quem a pesquisa

no modelo de um estudo de caso tem como finalidade de estudar um determinado

fenômeno hodierno no íntimo de suas circunstâncias e realidade, na qual não se

encontram notoriamente delimitados os limites entre fenômeno e o contexto.

Ainda que sejam considerados tipos de pesquisa com um traçado de

consecução relativamente menos complexo que os encontrados em pesquisas do

tipo experimental, os estudos de caso exigem um conhecimento preciso acerca do

assunto a ser examinado, bem como das teses que o fundamentam, alavancando a

validade científica em tais tipos de pesquisa. (GIL; LICHT e OLIVA, 2005).

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Para a ordenada consecução dos objetivos propostos para esta pesquisa, os

procedimentos metodológicos foram organizados em três momentos distintos,

visando corroborar na elaboração e condução do estudo.

Em um primeiro momento, optou-se por uma pesquisa bibliográfica, por meio

da qual foram levantadas informações acerca de conceitos ligados a logística

empresarial; a logística reversa de materiais; informações específicas referentes ao

processamento de embalagens vazias de agrotóxicos após o seu consumo; e da

legislação e instituições vigentes na regulamentação dos processos de descarte e de

logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos no país, visando estruturar o

embasamento teórico que conduziu a formatação deste trabalho e das demais

práticas metodológicas aplicadas durante o desenvolvimento do estudo.

De acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007), a pesquisa bibliográfica institui-

se, geralmente, como parte inicial de qualquer pesquisa científica, tendo como foco o

esclarecimento de um determinado assunto, por meio de análises efetuadas em

contribuições culturais ou científicas precedentes, referências teóricas publicadas em

artigos científicos, livros e trabalhos acadêmicos.

Todas as informações reunidas pela metodologia acima disposta foram

obtidas por meio de canais de consulta eletrônica, livros e trabalhos acadêmicos,

buscando instruções sobre a prática da logística reversa de embalagens vazias de

agrotóxicos, os agentes envolvidos no ciclo de vida de tais produtos, alguns dos

mecanismos existentes e o funcionamento desses dentro das relações percebidas

na sociedade. O desenvolvimento deste processo metodológico foi registrado na

revisão de literatura, exposta anteriormente. No segundo momento que compõe a sistemática aplicada no presente

estudo, foram elaborados questionários que serviram de instrumentos para a coleta

de informações específicas acerca dos processos efetuados com embalagens vazias

de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira.

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007), a utilização de questionários

possibilita a medição, com assente precisão, de informações requeridas acerca de

um determinado assunto, sendo comumente utilizado como instrumentos de coleta

de dados. Podem ser compostos por perguntas abertas ou fechadas, devendo estar

limitadas a sua dimensão, finalidade e serem racionalmente direcionadas a um tema

central. Tais instrumentos devem constituir-se de natureza impessoal, a fim de

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certificarem uniformidade na avaliação das informações, possibilitando acarretar

determinada vantagem na coleta de respostas mais reais.

A região do Vale do Ribeira foi selecionada como área de aplicação dos

questionários por apresentar peculiaridades referentes a determinadas atividades

agrícolas no estado de São Paulo e, consequentemente, à utilização de defensivos

agrícolas. Dentre tais características, está presente a semeadura da banana, cultura

agrária que possui números expressivos de produção na região e serviu como

variável seletiva de análise para o estudo, visando parametrizar as informações

aceca da utilização de agrotóxicos e o descarte de suas embalagens após o uso nas

lavouras de tal fruto.

A referida região é formada por vinte e quatro municípios, dentre os quais se

encontram: Apiaí, Juquiá, Cananéia, Cajati, Itariri, Registro, Jacupiranga, Tapiraí,

Pedro de Toledo, Barra do Chapéu, Iguape, Eldorado, Itapirapuã Paulista, Miracatu,

Ribeirão Grande, Ribeira, Barra do Turvo, Ilha Comprida, Iporanga, Taóca, Juquitiba,

Pariquera-Açú, São Lourenço da Serra e Sete Barras. Apresenta clima de

características subtropicais, com índices considerados moderados de chuvas e

grande amplitude térmica, contando também com uma vegetação específica de tipo

Mata Atlântica, relativamente abundante por todo o seu território, e que passou a ser

considerado patrimônio natural da humanidade pelo UNESCO (Organização das

Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) em 1999.

Com relação à semeadura da banana, apesar de apresentar uma disposição

de características consideradas modestas em relação ao solo e clima, grande parte

da produção paulista está localizada na região mencionada anteriormente, na qual

treze municípios representam cerca de 80% da área cultivada do fruto no estado,

sendo estes: Cajati, Miracatu, Registro, Itariri, Sete Barras, Eldorado, Pedro de

Toledo, Itanhaém, Jacupiranga e Juquiá. (PINO et al, 2000; CRUZ e GALEAZZI,

1997).

A Figura 2, exposta a seguir, ilustra o dimensionamento da cultura da banana

no estado de São Paulo, indicando o número de produtores envolvidos em sua

produção e a área destinada ao cultivo de tal fruto. Por meio da seguinte figura é

possível perceber ainda relevante discrepância entre a região do Vale do Ribeira e

outras regiões do estado de São Paulo, quando relacionadas à quantidade de

produtores e área destinada ao cultivo da banana, ilustradas por números

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expressivos referentes aos municípios do sul paulista. Figura 2: Distribuição Geográfica de área cultivada e número de produtores em 2007/2008.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Projeto LUPA. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/>. Acesso em 07/05/2016. Elaborado pelos autores.

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Os questionários elaborados visaram conferir questões direcionadas a duas

esferas distintas envolvidas na utilização dos agrotóxicos na região, as quais foram

os produtores agropecuários e os revendedores de tais defensivos agrícolas. Para

ambas as esferas, a aplicação destes instrumentos de pesquisa foi efetuada nas

cidades de Registro, Sete Barras e Eldorado Paulista, as quais constituíram a

amostra da presente pesquisa.

Na tabela a seguir é possível perceber o dimensionamento da cultura da

banana nos municípios mencionados.

Tabela 1: Área cultiva e número de UPAs nos municípios selecionados para amostra.

Eldorado Paulista Sete Barras Registro

Área Cultivada (Em hectares) 5711,6 3785,5 3178,9

Número de UPAs* 642 363 199

UPAs = Unidades de Produção Agropecuária

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Projeto LUPA. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/>. Acesso em 13/05/2016. Elaborado pelos autores.

Não houve um processo exato de amostragem estabelecido estatisticamente

para a aplicação dos questionários, tanto para os produtores agropecuários quanto

para os estabelecimentos de comércio agropecuário, pelo fato de que alguns dos

questionamentos referentes aos devidos procedimentos de logística reversa,

estipulados por Leis e Decretos de níveis federal, estadual e municipal; trouxeram

determinado receio aos entrevistados, visto que estes responderam as perguntas de

forma voluntária. Uma vez que tal procedimento metodológico não intenciona

estruturar hipóteses específicas acerca de causalidades que entornam o problema

evidenciado nesta pesquisa, as informações reunidas por meio de tais instrumentos

foram formatas e apresentadas no quarto item que compõe o presente trabalho.

Em um último momento, com o intuito de abranger informações mais

detalhadas acerca das operações referentes os processos de estocagem,

armazenagem, movimentação, fiscalização e interação entre os agentes envolvidos

na utilização de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira, foram empregadas

entrevistas com organizações e associações ligadas diretamente às ações de

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logística reversa de embalagens de agrotóxicos no município, na região e no Estado

de São Paulo.

De acordo com Marconi e Lakatos (2011), bem como Biagi (2012), o

procedimento de entrevista é entendido como uma conversa oral entre duas ou mais

pessoas e tem como principal objetivo o de reunir informações e dados específicos

relacionados a experiências e concepções das pessoas entrevistadas, tornando

pertinente a utilização de tal procedimento quando os assuntos abordados têm ou

tiveram relação com o entrevistado. As entrevistas podem ser classificadas como

estruturadas, quando são guarnecidas de roteiro estruturado previamente, e

semiestruturadas, quando há determinada liberdade na exploração dos

questionamentos durante o desenvolvimento da entrevista.

As referidas entrevistas foram feitas com: a Unidade de Recebimento de

Embalagens Vazias de Defensivos Agrícolas Palmiro de Souza Thiburcio, unidade

gerida pela ADIAESP, responsável por administrar o processo de recebimento de

embalagens vazias de agrotóxicos no Estado de São Paulo; o Posto de

Recebimento de Embalagens vazias de Agrotóxicos de Registro, gerenciado pela

ARAVALE, responsável por coordenar o processo de recebimento de embalagens

vazias de agrotóxicos no município de Registro e região; e o Escritório da Defesa

Agropecuária de Registro, organismo ligado a Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de São Paulo e parte da Coordenadoria de Defesa

Agropecuária, representante da administração pública direta do Governo do Estado

de São Paulo e atuante nas questões ligadas a defesa agropecuária do estado.

Além das entrevistas, foram efetuadas visitas técnicas aos locais onde são

desempenhados os processos ligados à logística reversa das embalagens vazias

dos agrotóxicos, resultando em uma observação mais próxima dos agentes

envolvidos nas práticas de logística reversa e em uma coleta de dados específicos

acerca dos métodos utilizados no processamento das embalagens vazias de

defensivos agrícolas. Tais dados estão registrados também no quarto item que

compõe o presente trabalho.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este item foi destinado à apresentação dos resultados obtidos mediante a

aplicação dos procedimentos metodológicos mencionados anteriormente.

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4.1 DO QUESTIONÁRIO AOS AGRICULTORES

O questionário aplicado aos agricultores teve como principal objetivo perceber

as peculiaridades relativas aos usuários dos defensivos agrícolas na região do Vale

do Ribeira, traçando um perfil dos referidos. O número total de questionários

respondidos foi de 47.

Os dados permitiram observar que, em sua totalidade, os agricultores em

questão são naturais da região, sendo que 17% são do município de Eldorado

Paulista, 30% do município de Sete Barras e o restante 53%, são naturais do

município de Registro. A faixa etária predominante, englobando 51%, gira entre 50 a

75 anos, sendo que 36% estão entre 25 e 50 anos e 13% com mais de 75 anos. Em

relação ao grau de escolaridade, 38% contam com o Ensino Fundamental (1º Grau)

completo, 34% contam com o Ensino Médio (2º Grau) completo e 28% contam com

o Ensino Superior ou outros.

Por meio de perguntas direcionadas as culturas agropecuárias praticadas

pelos agricultores, observou-se um predomínio no cultivo singular da banana,

formado por 55% dos que responderam ao questionário. Os demais respondentes

que especificaram as demais culturas cultivadas foram de 28% que cultivam o

palmito da pupunha, 2% que cultivam a goiaba, 2% que cultivam plantas

ornamentais. 13% destes não detalharam outros tipos de semeadura praticados.

Com relação ao cultivo da banana, foi questionado acerca do tempo de

produção, obtendo os dados de que 89% produzem tal fruto há mais de 10 anos, 9%

estão no ramo de 5 a 10 anos e 2% produzem a cerca de 1 a 5 anos. Foi

questionado ainda acerca do tempo de utilização de agrotóxicos nas plantações, na

qual se obteve a mesma proporção de resposta percebida na questão anterior,

sendo 89% os que utilizam há mais de 10 anos, 9% os que utilizam a cerca de 5 a

10 anos e 2% os que utilizam a cerca de 1 a 5 anos.

Relacionadas às práticas efetuadas com as embalagens vazias de

agrotóxicos nas plantações, foram obtidas as seguintes informações:

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Gráfico 1 – Questionário aplicado aos Agricultores: procedimentos de pós-consumo

Fonte: Elaborado pelos autores.

Analisando os dados referentes ao Gráfico 1, foi possível perceber que cerca

de metade, mais especificamente 51%, disseram realizar a devolução das

embalagens vazias de agrotóxicos aos revendedores ou distribuidores. Entretanto,

36% destes realizam a queima das embalagens em suas propriedades e 11%

utilizam tais materiais para outros fins, atividades estas que são consideradas

indevidas e veementemente condenadas pela legislação vigente. Apenas 2% dos

que responderam ao questionário registraram a utilização das embalagens vazias

para outras atividades não especificadas, ainda que essas também sejam

condenadas pelas autoridades competentes na destinação final de resíduos sólidos.

Com relação aos procedimentos de lavagem das embalagens vazias dos

agrotóxicos, 89% dos agricultores responderam que realizam pelo menos uma das

lavagens, tríplice lavagem ou lavagem sob pressão, necessárias e indicadas pelos

órgãos especializados, e 11% responderam não realizar tais procedimentos após o

uso dos defensivos agrícolas nas plantações. Quanto à inutilização de tais

embalagens, 77% dos que responderam ao questionário relataram que inutilizam

todas as embalagens vazias presentes nas propriedades e 23% responderam que

não são realizados os procedimentos de inutilização de tais materiais.

Quando perguntados acerca dos métodos destinados a armazenagem das

embalagens vazias nas propriedades, 51% dos agricultores relataram armazenar as

embalagens em local separado de outros produtos, 28% destes relataram não

armazenar as embalagens vazias em suas propriedades, 11% relataram armazenar

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tais materiais a céu aberto e 10% responderam que armazenam os referidos

resíduos em um mesmo local onde são estocados outros produtos.

As últimas questões direcionadas aos agricultores foram referentes à efetiva

logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos, visando perceber os níveis

de aplicação e de conscientização da necessidade do devido descarte de tais

materiais.

Quando questionados sobre o recebimento de orientações acerca da logística

reversa e reciclagem das embalagens de agrotóxicos, foram concebidos os

seguintes dados: Gráfico 2 – Questionário aplicado aos Agricultores: informações sobre a logística reversa e reciclagem.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Mediantes as informações dispostas no Gráfico 2, foi possível perceber a

dimensão tomada pela falta de informações destinadas aos agricultores no que

tange a logística reversa ou a reciclagem das embalagens vazias de agrotóxicos, no

qual 55% relataram que já receberam informações relativas a tais temas, 43% dos

que responderam ao questionário relataram que não receberam tais informações,

mas tem interesse em receber, e 2% demonstraram não ter interesse em tal assunto.

Os dados relacionados ao referido gráfico realçam uma relevante falta de

informações específicas destinadas aos agricultores, visto que estes constituem o

produtor inicial de resíduos que são destinados ao fluxo reverso das embalagens

vazias dos agrotóxicos. Uma vez que os produtores agrícolas não dispõem de

devida competência para a gestão integrada e compartilhada das embalagens

vazias, a logística reversa de tal produto fica comprometida e limitada apenas aos

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produtores que receberam as informações necessárias para o desempenho

adequado de tais processos.

Quando questionados acerca de orientações referentes à Política Nacional de

Resíduos Sólidos, 70% responderam que nunca receberam informações sobre tal

instituição, e o restante, 30%, responderam que já receberam alguma informação

sobre tal norma, tornando mais evidente a análise comentada anteriormente acerca

da falta de informações destinadas aos produtores agropecuários.

Com relação os dispositivos existentes para a efetiva logística reversa das

embalagens vazias de agrotóxicos, foram obtidos os seguintes dados:

Gráfico 3 – Questionário aplicado aos Agricultores: informações sobre P.E.V.

Fonte: Elaborado pelos autores.

No Gráfico 3, foi questionado sobre o conhecimento dos agricultores acerca

do Ponto de Entrega Voluntária, ou PEV, existente no município de Registro,

registrando que 45% dos que responderam ao questionário já realizaram entregas

no referido local, 19% conhecem a devida localidade, porém não realizam a entrega

das embalagens na mesma, e 36% não tem conhecimento acerca do local,

adequadamente destinado, para a devolução das embalagens vazias dos defensivos

agrícolas, confirmando o desconhecimento de informações essenciais aos

processos de logística reversa praticados na região do Vale do Ribeira.

A falta de informação percebida por parte dos agricultores que responderam o

referido questionário parece estruturar um gargalo relevante dentre as operações de

logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos na região onde se

desenvolveu a presente pesquisa. Apesar de parte dos entrevistados apresentarem

consciência acerca da necessidade de devolução de tais materiais aos canais de

distribuição reversos existentes, existe ainda a necessidade de uma maior

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divulgação e orientação direcionada aos agricultores para que os processos de

inutilização, lavagem, armazenagem e devolução dos resíduos gerados no uso de

agrotóxicos sejam efetuados de maneira adequada e em conformidade com as Leis

e Decretos vigentes, visando ampliar a consecução da devida logística reversa dos

mesmos.

4.2 DO QUESTIONÁRIO ÀS AGROPECUÁRIAS

O questionário formulado para as agropecuárias teve como principal objetivo

perceber as características e o envolvimento dos agentes responsáveis pela

comercialização dos agrotóxicos na região do Vale do Ribeira com a logística

reversa das embalagens de tais produtos após o seu consumo. Foram oito

questionários respondidos pelos agentes envolvidos nas atividades comerciais das

agropecuárias.

Quanto às funções desempenhadas pelos que responderam ao questionário,

50% relataram serem colaboradores nas agropecuárias abordadas pela pesquisa,

25% relataram serem os gerentes responsáveis pelas atividades desenvolvidas em

tais empreendimentos, e 25% relataram serem os proprietários das mesmas.

Referente à idade dos que responderam ao referido questionário, sua grande

maioria, 87%, possuem entre 25 e 50 anos, e 13% possuem de 50 a 75 anos. Já

com relação ao grau de escolaridade, 50% relataram ter Ensino Médio (2º Grau)

completo e 50% relataram ter Ensino Superior ou outros.

Com o intuito de analisar as medidas tomadas pelas agropecuárias em

relação a capacitação de seus colaboradores no que tange a logística reversa e a

reciclagem das embalagens vazias de agrotóxicos, foram obtidos os seguintes

resultados:

Gráfico 4 – Questionários as Agropecuárias: capacitação de funcionários.

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Conforme as informações dispostas no Gráfico 4, foi possível perceber que,

apesar da não periodicidade, os agentes envolvidos na comercialização dos

agrotóxicos na região do Vale do Ribeira apresentam alguma capacitação

direcionada aos processos de logística reversa ou de reciclagem das embalagens

vazias dos defensivos agrícolas. Tal dado permite enaltecer a competência

disponibilizada por tais agentes no que tange a necessidade da realização da

devolução e recolhimento dos referidos materiais, ainda que estas operações sejam

mais sensíveis aos comerciantes por questões ligadas a legislação vigente.

Quando questionados sobre a capacitação referida anteriormente, porém

ofertada pelos distribuidores que fomentam os estoques das agropecuárias, foram

obtidos os seguintes dados: Gráfico 5 – Questionários as Agropecuárias: capacitação dos comerciantes.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Observou-se, por meio das informações que compõe o Gráfico 5,

determinada semelhança no que tange a frequência de cursos de capacitação

voltadas as agropecuárias que revendem os defensivos agrícolas, no qual 50%

relataram que recebem os treinamentos dos fornecedores, porém realizados com

baixa frequência, 25% relataram uma frequência maior na disponibilidade de tal

capacitação, 12% relataram não receber tais cursos, porém contestam interesse, e

13% relataram não estarem interessados em tal tipo de atividade.

Com relação ao tempo de comercialização de agrotóxicos praticada pelas

agropecuárias, 50% relataram realizar a venda de tais produtos há mais de 10 anos,

25% relataram comercializa-los a cerca de 5 a 10 anos e 25% relataram efetuar tal

atividade há menos de um ano.

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Quando questionados sobre o conhecimento acerca do Ponto de Entrega

Voluntária das embalagens vazias de agrotóxicos no município onde atuam, todos

os que responderam o referido questionário relatam conhecer a localidade,

afirmando ainda que já visitaram o devido estabelecimento. Tal informação

possibilitou perceber novamente a devida influencia ocasionada pelas legislações

vigentes, em vista das penalidades previstas na falta de cumprimento dos devidos

procedimentos destinados a destinação final dos resíduos sólidos.

Foram realizados questionamentos relacionados às atividades de apoio a

logística reversa das embalagens vazias dos defensivos agrícolas, das quais 62%

das agropecuárias abordadas relataram não prestar serviços ou auxilio no

recolhimento das embalagens, enquanto 38% relataram auxiliar ou prestar algum

tipo de serviços para tal atividade. Foram feitos também questionamentos acerca da

responsabilidade no armazenamento das embalagens vazias pelas agropecuárias,

das quais 75% relataram não efetuarem tal tipo de serviço, visto que não fazem

parte das atividades da empresa, e 25% responderam que realizam o

armazenamento de tais materiais, afirmando que tal processo é compreendido pelas

atividades da firma.

Quanto à disponibilização de informações referentes aos locais de devida

devolução das embalagens vazias dos agrotóxicos, todas as agropecuárias

abordadas pela pesquisa relaram orientar seus clientes acerca de tal localidade. Já

quando questionados acerca da procura dos clientes pelas informações relativas ao

local de devolução das embalagens, foram obtidas os seguintes dados: Gráfico 6 – Questionários as Agropecuárias: informações no processo de venda.

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Mediante as informações dispostas no Gráfico 6 foi possível perceber que

apesar da falta de informações especificas acerca das operações de logística

reversa, evidenciadas nos questionários efetuados aos agricultores, há pouca

procura, por parte dos clientes, pelas devidas informações referentes ao local de

devolução das embalagens vazias dos agrotóxicos. Tais dados apareceram em

contraste com alguns dos dados analisados no item anterior, relevando um

determinado conflito no que tange o gargalo informativo referente à consecução das

operações de logística reversa operacionalizadas na região em questão.

Foram realizados questionamentos acerca das informações disponibilizadas

aos agentes envolvidos nas atividades das agropecuárias sobre o INPEV e de suas

unidades de recebimento, dos quais 62% relataram já terem recebido informações

sobre o assunto e 38% relataram não terem recebido tais informações, porém

demonstram interesse.

Quando questionados sobre a sensibilidade em perceber a consciência de

seus clientes da necessidade das operações de logística reversa das embalagens

de agrotóxicos, todas as agropecuárias abordadas relataram que seus consumidores

demonstram consciência acerca do assunto.

Por fim, as agropecuárias foram questionadas acerca dos dispositivos

ofertados pelo Setor Público, de seu respectivo município, para que sejam realizados

os processos de logística reversa das embalagens vazias dos defensivos agrícolas,

os quais 75% relataram que são disponibilizados meios para a efetiva prática de tais

atividades, enquanto 25% relataram não terem recebido informações a respeito de

tais processos em seu município.

Mediante a aplicação do questionário direcionado as agropecuárias, foi

possível perceber determinada influência acarretada pela atuação da legislação

destinada ao fomento e regularização das práticas de logística reversa na região do

Vale do Ribeira. Apesar da baixa frequência de cursos voltados a capacitação dos

agentes envolvidos na comercialização de agrotóxicos na referida região, a

conscientização destes para com a necessidade e obrigatoriedade da logística

reversa de tais materiais é, aparentemente, alta. Foi possível ainda perceber

determinada falta de interesse, por parte dos clientes que frequentam as

agropecuárias abordadas pela presente pesquisa, no que tange as informações

referentes aos locais de devolução das embalagens vazias. Apesar de tal dado

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aparentar uma contrapartida aos dados expostos no subitem anterior, as

informações necessárias para a efetiva inicialização do fluxo reverso das

embalagens aparentam ser repassadas aos consumidores no ato da compra dos

produtos nas agropecuárias.

4.3 DA ENTREVISTA COM O ESCRITÓRIO DA DEFESA AGROPECUÁRIA DE

REGISTRO

A entrevista foi realizada no estabelecimento destinado às atividades do

Escritório da Defesa Agropecuária no município de Registro/SP, na qual os

questionamentos referentes à problemática selecionada para a presente pesquisa

foram direcionados a um dos agrônomos responsáveis pela fiscalização e

coordenação das ações do referido órgão estadual. Tal escritório, com um caráter de

poder executivo do Estado, é direcionado a defesa das atividades de agropecuária e

agricultura na região do Vale do Ribeira.

Inicialmente, foi perguntado ao entrevistado acerca das ações realizadas pelo

referido órgão estadual, com o intuito de entender quais as providências, efetuadas e

necessárias, para a fiscalização, e possível penalização, dos produtores rurais e

comerciantes de agrotóxicos na região do Vale do Ribeira.

Segundo o entrevistado, a logística reversa de embalagens vazias de

agrotóxicos é um dos poucos processos de logística reversa que efetivamente

funciona no país, tendo como principal fator motivador de tais ações as Leis e

Decretos estipulados em todos os âmbitos das esferas públicas. A Lei Nº

7.802/1989, ou popularmente conhecida como “Lei dos Agrotóxicos”, possibilitou o

enriquecimento das ações de fiscalização e, consequentemente, do fluxo reverso de

embalagens de tais defensivos agrícola no território nacional.

As ações de fiscalização são realizadas tanto no âmbito comercial, em

agropecuárias e revendedores de defensivos agrícolas, quanto no âmbito produtivo,

em propriedades rurais onde os produtores desenvolvem atividades agrárias.

A fiscalização da comercialização dos agrotóxicos é realizada junto aos

estabelecimentos registrados e envolvidos em tal mercado, por meio da apreciação

e acompanhamento do controle de estoque das referidas lojas, das notas fiscais

geradas na compra e venda de defensivos agrícolas e das receitas técnicas emitidas

para o comércio de tais produtos. Conforme o entrevistado, tal fiscalização trouxe

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uma maior necessidade de aprimoramento nos métodos de controle de estoque às

lojas, uma vez que complicações de natureza judicial poderiam prejudicar a

sobrevivência de tais firmas no mercado. Porém ainda é necessária uma maior

evolução por parte das lojas, em questões administrativas, a fim de tornar menos

embaraçoso e demorado o processo de fiscalização, visto que existe um numero

reduzido de colaboradores envolvidos em tais atividades, limitando assim o poder de

fiscalização na região.

Já a fiscalização realizada nas propriedades rurais é efetuada de maneira não

periódica, de modo a dificultar a ocultação de práticas criminosas pelos produtores,

estando tais práticas condicionadas também a possíveis denúncias recebidas pelo

escritório. Nesse tipo de procedimento, é verificada se existe a guarda de

embalagens vazias de agrotóxicos pelos produtores dentro das propriedades rurais,

estando esses produtores sujeitos a autuações emitidas pelo referido órgão público

em caso de armazenamento ou reutilização das embalagens para fins indevidos.

Segundo o entrevistado, apesar da legislação vigente, ainda é possível

verificar o descarte e a reutilização inconsequente das embalagens vazias de

agrotóxicos pelas propriedades da região.

A partir de uma determinada incoerência verificada em algum dos

procedimentos estipulados por Lei, o órgão em questão tem a responsabilidade de

emitir uma autuação ao proprietário envolvido em tal desordem. De acordo com o

entrevistado, em casos como estes, em um primeiro momento, é emitido um aviso

ao proprietário, buscando corrigir o erro registrado de maneira espontânea (Casos

como o acondicionamento de embalagens vazias, a reutilização das embalagens e

queima destes produtos). Caso seja verificada a reiteração de tais erros, o órgão em

questão tem a responsabilidade de emitir uma autuação ao determinado proprietário,

registrado junto ao Ministério Público e publicada no Diário Oficial da União, sem

caráter pecuniário e de competência institucional do referido Ministério, qualificado

como crime ambiental e sujeito as penalidades previstas por Lei.

Para um maior esclarecimento acerca das possíveis penalidades envolvidas

em tais atividades, o entrevistado informou que somente a Polícia Ambiental tem

competência para aplicar multas de caráter pecuniário aos produtores ou

comerciantes que estejam irregulares em qualquer um dos procedimentos previstos

em Lei.

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A Defesa Agropecuária costuma ainda realizar fiscalização rotineira na

Unidade de Recebimento das Embalagens Vazias de agrotóxicos do município,

verificando se os processos de armazenagem e lavagem estão de acordo com a

legislação vigente e exercendo diligência sobre os comprovantes de devolução das

embalagens, gerados em atos de entrega de tais embalagens na referida localidade.

De acordo com o entrevistado, para o funcionamento de tal tipo de estabelecimento

é necessário licença ambiental e outros trâmites judiciais estipulados por Lei.

Num segundo momento, foram realizados questionamentos referentes à

conscientização ambiental da população, em questões do uso e descarte dos

agrotóxicos, atualmente percebida pelo entrevistado em suas atividades durante seu

serviço.

Segundo o entrevistado, existe ainda a falta de conscientização ambiental por

parte dos produtores agrários da região, visto que a divulgação de informações e a

implementação de programas e práticas de recolhimento ou de logística reversa das

embalagens de agrotóxicos, efetuadas tanto por parte da indústria como por parte do

setor público, é, ainda, relativamente escassa. Um exemplo citado pelo entrevistado

foi o “Recebimento Itinerante” realizado por determinadas prefeituras dos municípios

do Vale do Ribeira, porém pouco empenhado nas demais localidades da região.

Finalmente, foram feitas perguntas ao entrevistado acerca de possíveis

soluções aos problemas encontrados nos processos de logística reversa de

embalagens de agrotóxicos na região.

De acordo com o entrevistado, futuramente, será desenvolvido programa junto

às indústrias produtoras de agrotóxicos, os revendedores destes produtos no

mercado e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São

Paulo, que visa compilar todas as informações referentes à: dados do produto

(quantidade, tipo de embalagem, princípio ativo do produto), dados do produtor (nota

fiscal de venda, codificação da embalagem e do produto contido em tal recipiente,

quantidade vendida), dados dos revendedores (CNPJ, quantidade comprada e

quantidade revendida) e dados dos produtos rurais (CPF ou CNPJ, quantidade

comprada, código das embalagens, receita técnica, nota fiscal). A partir da

organização desses dados junto a um sistema eletrônico (TI), as práticas de

fiscalização tenderão a se tornar mais eficientes, no sentido que possibilitaram um

controle mais sistemático do ciclo de vida de defensivos agrícolas em circulação nas

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propriedades rurais, consequentemente auxiliando no retorno correto das

embalagens de agrotóxicos. Tal tecnologia faz parte do projeto conhecido como

“Sistema GEDAVE”, porém este ainda não se encontra totalmente estruturado para

operar.

4.4 DA ENTREVISTA COM A UNIDADE DE RECEBIMENTO DE EMBALAGENS

VAZIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS “PALMIRO DE SOUZA THIBURCIO”

A Unidade de Recebimento está localizada no município de Piedade, há cerca

de 120 km do município de Registro, e é gerida pela Associação dos Distribuidores

de Insumos Agrícolas do Estado de São Paulo, ou ADIAESP. Tal associação tem

como foco gerir o processo de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no

estado e atuar operacionalmente, representando os associados perante os Órgãos

Públicos, contribuindo no cumprimento da legislação vigente.

Tal unidade é composta por uma estrutura simples, contando com um prédio

destinado ao escritório, que administra a unidade com dois funcionários, e um

galpão destinado ao acondicionamento e preparação das embalagens que serão

destinadas à reciclagem e/ou incineração, no qual trabalham mais quatro

funcionários.

O recolhimento das embalagens vazias entregues por produtores agrícolas

deve ser feito mediante a apresentação de documentação, constando nome e CPF,

ou CPNJ, para que seja emitida uma certidão de devolução das embalagens, na

qual estão dispostas as informações referentes ao produtor e a quantidade devolvida

pelo mesmo.

A referida unidade apenas recebe embalagens vazias de produtos vendidos

por agropecuárias ou fornecedores cadastrados no sistema da ADIAESP.

Já no caso da devolução realizada pela ARAVALE, associação que foi

detalhada no subitem seguinte, ou outras empresas e associações que tem cadastro

na ADIAESP, o principal operador logístico envolvido no transporte de tais materiais

é a empresa LUFT Ltda., responsável pelo transporte das embalagens

disponibilizadas pela ARAVALE até a unidade de recolhimento, e pelo transporte de

tal unidade até a central de recolhimento, onde os materiais terão sua destinação

final tratada com a devida tecnologia necessária conforme sua necessidade.

(reciclagem ou incineração).

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O transporte das embalagens das associações até a unidade de

recolhimento, ou da unidade até a central, muitas vezes não é realizado com

caminhões pertencentes a LUFT. Porém, tais serviços são terceirizados pela

empresa, condicionando o fluxo reverso destas embalagens.

Segundo o entrevistado, as despesas de transporte das empresas até a

unidade de recolhimento é geralmente terceirizada pela LUFT, e paga pelos

responsáveis pela empresa que quer realizar a devolução. Já o transporta da

Unidade até as demais Centrais, é paga pela ADIAESP, em parceria com o INPEV.

Existe um sistema de controle interno do volume de embalagens

acondicionadas na Unidade. Tal sistema é capaz de ativar os serviços de transporte

por meio da tonelagem disposta na Unidade. Segundo o entrevistado, em média

14000 kg por caminhão.

Ao receber as embalagens, a Unidade faz a separação por “Embalagens

Lavadas” e “Embalagens Não Lavadas”.

As “Embalagens Não Lavadas” são prensadas e unitizadas de maneira

semelhantes as demais embalagens e destinadas à incineração, por conta dos

produtos tóxicos restantes no conteúdo da embalagem.

Já as “Embalagens Lavadas”, são separadas conforme o material de

composição das embalagens, para facilitar o manuseio posterior em sua reciclagem.

Cada tipo de material é separado e armazenado separadamente, de modo a

facilitar sua posterior unitização. O Entrevistado comentou que ao receber as

embalagens de produtores ou de empresas associadas, esta separação não

costuma ser feita previamente.

Segundo o entrevistado, há também uma seleção por cor do plástico de um

determinado tipo de embalagem (PEAD). Cada material conta ainda com um

diferente tipo de reciclagem conforme o material que compõe a embalagem, portanto

a Unidade faz tal separação antes de destinar tais materiais as centrais de

recolhimento. Na visita técnica foi possível averiguar a presença de três prensas

industriais utilizadas na unitização das embalagens vazias. Tal material é

empacotado sem distinção de tamanho ou tipo.

Após a prensa, os pacotes de embalagens são amarrados com fitas de

plástico resistentes (fita verde), e selados com alicate industrial, para que tal

unitização não sofra avarias durante o transporte.

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Segundo o Entrevistado, todos os investimentos realizados na Unidade,

desde o pagamento de seus colaboradores, até o patrimônio adquirido para a

execução das atividades é fruto da revenda das embalagens e da parceria da

ADIAESP com o INPEV. Ainda segundo o entrevistado, não há nenhum auxílio da

prefeitura local ou dos órgãos estaduais, na execução das atividades da Unidade.

A ADIAESP costuma distribuir panfletos e informações, via sms e e-mail,

acerca da responsabilidade dos produtores para com a devolução das embalagens,

informando os cuidados e documentos necessários para que seja feita a devolução

institucionalmente correta das embalagens.

Segundo o entrevistado, grande parte das devoluções feitas na Unidade não é

de produtores agrícolas, seja da própria região ou de regiões próximas. Para ele,

ainda é necessário um avanço na conscientização da população, primeiramente,

acerca da possibilidade de devolução das embalagens vazias, e posteriormente, de

uma conscientização ambiental acerca da necessidade da devolução da

embalagem.

4.5 DA ENTREVISTA NO POSTO DE RECEBIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS

DE AGROTÓXICOS EM REGISTRO/SP

De forma semelhante à visita realizada na unidade de recebimentos de

embalagens vazias operante em Piedade/SP, foi realizada uma visita no Posto de

Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos do município de Registro,

visando conferir as instalações disponíveis para a realização da logística reversa das

embalagens na região abordada pela presente pesquisa.

Tal Posto de Recolhimento é gerido pela Associação dos Revendedores de

Agrotóxicos do Vale do Ribeira, ou ARAVALE, e tem como principal objetivo o de

gerir os procedimentos e operações de recolhimento e armazenamento de

embalagens vazias de agrotóxicos no município de Registro e região.

O posto em questão realizada a separação das embalagens recebidas pela

litragem que cada embalagem apresenta, sendo separados ainda os lacres e os

folhotes que compõe a estrutura da embalagem dos defensivos agrícolas. Não

contanto com equipamento de prensa ou unitização dos referidos materiais, as

embalagens são armazenadas em bags, conforme seus tipos, e destinadas a

unidade de recebimento operante em Piedade/SP, consumidor posterior dentro da

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cadeia de distribuição reversa de tais embalagens.

Na visita em questão não foi possível à entrevista com o responsável pela

gerência das ações desempenhadas no Posto de Recolhimento das embalagens

vazias em Registro/SP, porém foi possível, por meio de informações disponibilizadas

por colaboradores relacionados a tal estabelecimento, anotar que tais embalagens

são transportadas mediante um volume, periodicamente registradas, de entrada de

tais embalagens no referido posto.

Em todas as entrevistas e visitas realizadas durante a consecução da

presente pesquisa, foi possível perceber o devido envolvimento e preocupação das

entidades responsáveis pela articulação e implantação de sistemas de logística

reversa na região do Vale do Ribeira e no Estado de São Paulo. Independentemente

da esfera estatal a qual são ligadas, os órgãos públicos e associações procuram

disponibilizar recursos e meios para a realização dos processos necessários para

viabilizar a destinação final adequada de produtos nocivos à sociedade. Foi possível

perceber também uma relativa relação entre os mecanismos de fiscalização e de

realização da logística reversa de tais materiais, visto que ambos se organizam

mediante as instituições que regulamentam esse tipo de atividade no país.

Outro fator percebido na análise realizada na referida região foi a falta de

ações coletivas, partindo tanto dos órgãos públicos como da sociedade civil, em

atividades de recolhimento ou tratamento dos resíduos sólidos produzidos nos

municípios abordados. Apesar da relevante união dos comerciantes envolvidos na

venda e distribuição dos defensivos agrícolas, não são praticados atos planejados

que visem à coleta de tais materiais nas propriedades rurais ou até mesmo na zona

urbana. A introdução de tal cultura de gestão dos resíduos sólidos gerados poderia

minimizar os efeitos nocivos que as propriedades químicas dos agrotóxicos

apresentam ao meio ambiente e a saúde pública. Porém tal iniciativa carece ainda,

aparentemente, de uma conscientização e cooperação entre os agentes que utilizam

tais produtos para a produção agropecuária.

Apesar da estrutura disponibilizada aos agricultores para que seja realizada a

devolução das embalagens, as entidades responsáveis, abordadas neste estudo,

possuem uma opinião singular de que são necessários maiores investimentos que

visem à conscientização dos produtores agropecuários quanto à necessidade de

efetuarem a logística reversa de pós-consumo dos defensivos agrícolas, bem como

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do reforço em enaltecer a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vidas de tais

produtos no mercado atual.

Contudo, as operações de logística reversa destinadas ao pós-consumo dos

agrotóxicos na região do Vale do Ribeira apresentam devida importância à gestão

ambiental dos municípios que a compõe, porém ainda são percebidos

procedimentos condenados pela legislação que regulamenta acerca de tais

produtos, em vista da ampla zona ambiental que a referida região dispõe. Foi

possível creditar, em parte, a incapacidade de operacionalizar tal tipo de logística na

falta de consciência, por parte dos agricultores, e de recursos, por parte tanto dos

comerciantes e distribuidores, quanto dos órgãos responsáveis por tal atividade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como principal objetivo proposto o de estudar e

analisar a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos na região do Vale

do Ribeira. Para tanto, foram estruturados os objetivos específicos de levantar um

referencial teórico acerca das instituições que regem tal tipo de atividade na referida

região, aplicar instrumentos metodológicos para levantar dados acerca das práticas

realizadas pelos agentes envolvidos no uso de tais produtos e apresentar as

informações levantadas pelo estudo.

Como mecanismos de investigação, foram empregados questionários,

formatados e direcionados aos agricultores e ao comércio de produtos

agropecuários da região do Vale do Ribeira, visando caracterizar e analisar o

envolvimento de tais agentes no ciclo de vida dos defensivos agrícolas. Foram

realizadas entrevistas com representantes da Secretária de Defesa Agropecuária do

Estado de São Paulo e da Associação de Distribuidores de Insumos Agrícolas do

Estado de São Paulo. A pesquisa contou ainda com uma visita técnica ao Posto de

Recolhimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos do município de Registro/SP.

Os dados analisados e apresentados no quarto item do presente estudo

possibilitaram conferir as práticas e medidas realizadas e disponíveis, tanto aos

agricultores quanto aos comerciantes de agrotóxicos, no que tange a logística

reversa das embalagens vazias após o consumo desses produtos. Apesar da falta

de informações divulgadas aos consumidores dos defensivos agrícolas, há um

sistema de recolhimento, fiscalização e destinação final adequada estruturado na

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região em questão, contando com um posto de recolhimento, gerenciado pela

Associação dos Revendedores de Agrotóxicos do Vale do Ribeira; uma unidade de

recebimento das embalagens vazias, localizada foi da referida região, porém

destinada ao apoio as atividades desenvolvidas no Vale do Ribeira; bem como a

presença de órgãos públicos responsáveis pela fiscalização nas unidades

produtivas, regularizando e penalizando, em casos necessários, os produtores

agropecuários e comercializadores dos agrotóxicos que estejam em desacordo com

a legislação que rege as atividades que envolvem tais produtos.

Por meio dos dados levantados, foi possível perceber também a insuficiência

de estrutura, cultural e financeira, para cobrir toda a produção de resíduos sólidos

provenientes das atividades agropecuárias desenvolvidas na região. Em vista do

grande volume de produção de banana conferida pela região abordada, os

mecanismos de logística reversa destinados às embalagens de agrotóxicos

utilizados em tal cultura não cobrem a totalidade dos materiais comercializados em

tal localidade. Tal ineficiência pode ser creditada tanto pela falta de conscientização

dos agricultores, que não dispõem das devidas informações sobre o tema, quanto

pela falta de cooperação entre os agentes envolvidos no ciclo de vida de tais

produtos, visto que a maior parte das embalagens vazias destinadas aos canais de

distribuição reversos disponíveis é fomentada por associações criadas pelos

revendedores e distribuidores dos defensivos agrícolas.

Mediante as analises realizadas, foram propostas determinadas medidas que

visassem aprimorar os processos de logística reversa conferidos, as quais: uma

ampliação na divulgação de informações aos agricultores, em vista do gargalo

informativo evidenciado pelos dados referentes ao questionário respondido pelos

referenciados; e a estruturação de ações coletivas, como mutirões ou ações sociais

de conscientização e recolhimento das embalagens vazias, abrangendo tanto o

Setor Público, quanto a sociedade civil, visto que não são realizadas ações

cooperativas entre tais setores para tal.

Contudo, foi possível constatar a importância ambiental que as práticas de

logística reversa possuem no desenvolvimento da região do Vale do Ribeira.

Favorecida por grande quantidade de reserva ambiental e com uma relevante

produtividade relacionada à semeadura da banana no Estado de São Paulo, a

referida região ganha qualidade de vida em virtude dos processos de recolhimento e

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destinação final dos defensivos agrícolas. Ainda que os desafios sejam,

relativamente, grandes no que tange a plena gestão dos resíduos sólidos nos

municípios abordados pela presente pesquisa, a logística reversa foi implantada

como instrumento primordial para a conservação ambiental e limpeza dos canais de

distribuição diretos aos consumidores, contribuindo para o avanço, ainda que

mínimo, de um desenvolvimento sustentável por parte das cidades situadas no sul

paulista.

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