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Logística Reversa: destinação final das embalagens vazias Julho 2014 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014 Logística Reversa: destinação final das embalagens vazias Sandro Albert Oliveira Falcão [email protected] MBA Gestão da Qualidade e Engenharia de Produção Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG Goiânia, GO, setembro de 2013. Resumo Este trabalho que segue visa melhor elucidar sobre o tema Logistica Reversa e a destinação final das embalagens vazias. O objetivo geral do trabalho é apresentar os conceitos da Logistica Reversa e as Leis vigentes sobre a temática, bem como ilustrar as vantagens da sua adoção pela empresas. Sabe-se que no cenário contemporâneo o ambiente empresarial mostra-se competitivo e a produção está acelerada nos setores industriais, portanto se faz imprescindivel a ponderação consciente dos impactos ambientais gerados. Foi utilizada a pesquisa exploratória, bibliográfica e documental adotando o caráter explicativo. Na coleta de dados de foram usados descritores como logistica, reversa, embalagens, quimico, compreendendo o periodo dos ultimos quinze anos (1997 a 2012). Chegou-se a conclusão da importância da logística reversa, que assume responsabilidade na logística da produção no que se refere ao destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. Palavras chave: Logística, Reversa, Embalagens, Químicos. 1. Introdução O presente artigo apresenta uma abordagem sobre Logística Reversa LR explorando o tema da destinação final de embalagens agrotóxicos. O objetivo geral do trabalho é apresentar os conceitos da Logistica Reversa e as Leis vigentes sobre a temática, bem como ilustrar as vantagens da sua adoção pela empresas. A pesquisa justifica-se quando se sabe que, no cenário global, as empresas sofrem a concorrência do mercado e para serem bem sucedidas estas organizações devem possuir sistemas eficazes de gestão de seus recursos, tecnologia, pessoas e habilidades. Segundo Krikke (2000), na busca para agregar valor a sua marca e produtos, as empresas devem assumir uma continua busca por menores impactos ambientais são resultantes de exigências impostas pela sociedade através dos consumidores e de requisitos legais governamentais. As legislações ambientais tornaram-se mais duras na última década, exigindo das empresas um comportamento ambiental mais ativo, responsabilizando-as pela completa gestão do ciclo de vida dos seus produtos, diminuindo assim os impactos ambientais não apenas dos processos, mas também daqueles causados pelas atividades de descarte. Isto faz com que

Logística Reversa: destinação final das embalagens vazias · Este trabalho que segue visa melhor elucidar sobre o tema Logistica Reversa e a destinação final das embalagens vazias

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Logística Reversa: destinação final das embalagens vazias Julho 2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

Logística Reversa: destinação final das embalagens vazias

Sandro Albert Oliveira Falcão – [email protected]

MBA Gestão da Qualidade e Engenharia de Produção

Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG

Goiânia, GO, setembro de 2013.

Resumo

Este trabalho que segue visa melhor elucidar sobre o tema Logistica Reversa e a destinação

final das embalagens vazias. O objetivo geral do trabalho é apresentar os conceitos da

Logistica Reversa e as Leis vigentes sobre a temática, bem como ilustrar as vantagens da sua

adoção pela empresas. Sabe-se que no cenário contemporâneo o ambiente empresarial

mostra-se competitivo e a produção está acelerada nos setores industriais, portanto se faz

imprescindivel a ponderação consciente dos impactos ambientais gerados. Foi utilizada a

pesquisa exploratória, bibliográfica e documental adotando o caráter explicativo. Na coleta

de dados de foram usados descritores como logistica, reversa, embalagens, quimico,

compreendendo o periodo dos ultimos quinze anos (1997 a 2012). Chegou-se a conclusão da

importância da logística reversa, que assume responsabilidade na logística da produção no

que se refere ao destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental

que eles causam.

Palavras chave: Logística, Reversa, Embalagens, Químicos.

1. Introdução

O presente artigo apresenta uma abordagem sobre Logística Reversa – LR explorando o tema

da destinação final de embalagens agrotóxicos. O objetivo geral do trabalho é apresentar os

conceitos da Logistica Reversa e as Leis vigentes sobre a temática, bem como ilustrar as

vantagens da sua adoção pela empresas.

A pesquisa justifica-se quando se sabe que, no cenário global, as empresas sofrem a

concorrência do mercado e para serem bem sucedidas estas organizações devem possuir

sistemas eficazes de gestão de seus recursos, tecnologia, pessoas e habilidades.

Segundo Krikke (2000), na busca para agregar valor a sua marca e produtos, as empresas

devem assumir uma continua busca por menores impactos ambientais são resultantes de

exigências impostas pela sociedade através dos consumidores e de requisitos legais

governamentais.

As legislações ambientais tornaram-se mais duras na última década, exigindo das empresas

um comportamento ambiental mais ativo, responsabilizando-as pela completa gestão do ciclo

de vida dos seus produtos, diminuindo assim os impactos ambientais não apenas dos

processos, mas também daqueles causados pelas atividades de descarte. Isto faz com que

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aumente a porcentagem da utilização de materiais e embalagens reciclados. É crescente entre

os clientes a consciência para a reciclagem e por processos de manufatura mais limpos,

espera-se que para cada produto novo adquirido um produto antigo deva ser reciclado

(KRIKKE, 2000).

Como procedimento metodológico foi adotada o da pesquisa exploratória, bibliográfica e

documental que passam por leitura atenta e sistemática acompanhada de anotações e

fichamentos que, servirão à fundamentação teórica do estudo. Adota-se também na pesquisa,

o caráter explicativo, pois visou-se explicar a razão da importância da LR nas empresas e para

o meio ambiente, há um maior aprofundamento da realidade estudada.

Na coleta de dados usou-se os descritores: satisfação, consumidor, qualidade, gestão. Dos

artigos e textos encontrados selecionar-se-á os que têm mais afinidade com os objetivos.

Desses serão escolhidos 5, compreendendo os últimos quinze anos (1996 a 2012), apenas

para demonstração em resumo de seus principais resultados quanto a relevância do tema.

Na seção sequinte (2) apresenta-se os conceitos da Logistica Reversa, além de relevar artigos

cientificos importantes, já publicados, que confirmem as hipoteses levantadas em projeto.

Finalmente na seção três (3) conclui-se sobre a temática levantada para pesquisa seguida das

referências bibliográficas consultadas.

2. Logística Reversa

A redução do ciclo de vida mercadológico dos bens de consumo de utilidade, devido à

inclusão de novos materiais, à obsolescência planejada, à grande variedade de novos

lançamentos, à busca de redução de custos de distribuição, à redução de custos de

embalagens, e ao elevado custo relativo dos serviços de manutenção, tem gerado excessos de

bens e materiais descartados pela sociedade e contribuído para o esgotamento acelerado dos

meios tradicionais de disposição final dos mesmos, e em consequência, aumentado às

disposições inseguras, geradoras de poluição ambiental. Neste aspecto as regulamentações

governamentais, que são fruto da mobilização da Sociedade, de uma visão nova de ecologia,

das obrigações com relação à destinação final dos resíduos e das próprias projeções

assustadoras do volume de resíduos sólidos a serem gerados, “novos princípios de proteção

ambiental estão sendo propagados: EPR (Extended Product Responsability) ou

responsabilidade do produto estendida, ou seja, a ideia que a cadeia industrial de produto, que

de certa forma agride o ambiente, deve se responsabilizar pelo que acontece com os mesmos

após o seu uso original”. Neste contexto, observa-se a crescente importância que a legislação

ambiental e os seus impactos na sociedade moderna, o que faz necessariamente rever a forma

de projetarem-se os produtos e considerar os aspectos logísticos envolvidos pós-consumo,

neste ponto que a logística reversa torna-se importante, pois trata da gestão integral do fluxo

de retorno das embalagens, produtos e/ou resíduos industriais para a cadeia produtiva. Dentro

deste quadro de mudanças é preciso que as empresas procurem criar valor tendo em conta a

Sustentabilidade que implica: usar recursos renováveis; reduzir aqueles não renováveis;

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respeitar a capacidade de auto-reciclagem do meio ambiente; reutilizar e reciclar os recursos

(GARCIA, 2006).

O reaproveitamento de produtos não é uma novidade nos dias atuais. Reciclagem, reuso,

desmanche e remanufatura no retorno de papéis, metais, plásticos, mesmo os eletrônicos e

eletrodomésticos, são processos já realizados. O aumento da preocupação com o meio

ambiente vem criando importância na reutilização dos materiais e consequentemente a

formação de um ciclo que parte do consumidor e chega novamente no fornecedor. O

gerenciamento desse caminho inverso dos materiais, comparado ao fluxo direto da cadeia de

Suprimento é chamado de logística reversa (LEITE; LAVEZ; SOUZA, 2009).

Há algumas décadas pouco se falava de retorno de produtos, pois as quantidades e variedades

de artigos eram muito menores quando comparadas às atuais. À medida que estas

características de mercado foram se alterando, com a globalização e internacionalização dos

mercados, com o acirramento da concorrência, a comoditização dos produtos, a necessidade

mercadológica de encantar os clientes e fidelizá-los à marca ou à empresa, aumentam

significativamente as quantidades e variedades de produtos indo para o mercado. Como

conseqüência lógica cresce também as quantidades e variedade de produtos que retornam do

mercado tornando-o mais complexo e exigindo novas estratégias para o equacionamento

eficiente e racional deste retorno, sejam produtos ainda sem uso, ou com pouco uso, ou

produtos já consumidos. Gradativamente a Logística Reversa passa a fazer parte da reflexão

estratégica empresarial e importante para a sociedade em geral, na medida em ela tem como

foco tanto as condições de operação do retorno como o diagnóstico e equacionamento das

dificuldades e restrições ao retorno de diversas naturezas, e em variados mercados (LEITE,

2009).

Tradicionalmente, a Logística é entendida como o gerenciamento do fluxo de materiais e

informações do seu ponto de aquisição (origem) até o seu ponto de consumo ou utilização, no

caso da embalagem. A natureza das decisões logísticas, em algumas situações, é bastante

complexa, já que pode estar associada a variáveis não controláveis, tais como: fatores

políticos, econômicos, ambientais, sócio-culturais, geográficos, tecnológicos e diversidade de

culturas, entre outros, que disponibilizam diversas alternativas de escolha. Na Gestão de

Operações, todas essas questões devem ser levadas em consideração no momento da tomada

de uma decisão (FARIA; PEREIRA; MARTINS, 2010).

O processo de análise para a tomada das decisões logísticas, por exemplo, a decisão de qual

embalagem deve ser utilizada, deve levar em consideração os preceitos da Logística

Integrada, em que o grande paradigma é atender ao nível de serviço exigido pelo cliente ao

mínimo custo logístico possível. Considerando essa questão, há uma preocupação com o fluxo

logístico reverso, que vai do ponto de consumo ou de utilização (no caso da embalagem) até o

ponto de origem, e que precisa ser gerenciado (LEITE, 2009).

Leite, Lavez e Souza, (2009, p. 2) definem a Logística Reversa como:

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O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo

do fluxo de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e as

informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o

propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição (LEITE;

LAVEZ; SOUZA, 2009, p. 2).

Grafico 1: Fluxograma da Logística

Fonte: LOGÍSTICA BRASIL (http://loglogistica.no.comunidades.net/index.php?pagina=1746551442)

No caso de retorno de produtos de pós-venda ou não consumidos o retorno se dará através da

própria cadeia de distribuição dos mesmos, o que de certa forma poderá facilitar a sua

organização. O retorno para assistência técnica de produtos em geral, o retorno crescente no

comercio eletrônico pela Internet, a flexibilidade crescente do varejo na troca dos produtos e

de recuperação de falhas são alguns exemplos destas cadeias reversas (LEITE, 2009).

Atualmente, esse fluxo logístico reverso, é comum em muitas empresas, de diversos portes e

segmentos; e apresenta-se, também como nova oportunidade econômica, par redução de

custos, se observada do ponto de vista de um conjunto de atividades comerciais industriais e

de serviços, com importante potencial de desenvolvimento tecnológico estruturação e

organização de seus canais de distribuição reversos, desde que seja equacionados seus fatores

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logísticos restritivos à coleta e a consolidação dos produtos descartados, e todos os impactos

socioambientais (FARIA; PEREIRA; MARTINS, 2010).

Grafico 2: Fluxograma da Logística Reversa

Fonte: MENDES (et al, 2012)

A partir da Lei Federal nº 9.974 de 2000 e do Decreto Federal nº 4.074 de 2002 (colocar os

sites) , que trata do assunto da Logística Reversa das Embalagens dos Agrotóxicos, instituídas

pelo Governo, determinou-se responsabilidades partilhadas entre a indústria e poder público,

canais de distribuição e agricultores onde a regra é: após o consumo dos agrotóxicos, o

produtor deverá fazer a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão das embalagens para a

entrega nos postos de recolhimento e perfurando-a para não haver a sua reutilização. O

agricultor pode armazenar estas embalagens em sua propriedade, pelo prazo de um ano à

partir da data de emissão da nota fiscal, para a posterior devolução e guardando o

comprovante de entrega para a finalidade de fiscalização. Por conta destas Leis, criou-se em

Dezembro de 2001 o INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) e

seus entrepostos em todo o país, que representa os fabricantes de defensivos agrícolas, o qual

viria iniciar suas operações em 2002, para o recebimento dessas embalagens, praticando desta

forma a cadeia da Logística Reversa para embalagens de produtos agrotóxicos. A logística

reversa de embalagens vazias de agrotóxicos ou produtos quimicos consiste basicamente no

processo reverso, ou seja, após utilizar os mesmos tem o compromisso de devolve-las nos

postos de recebimento que por sua vez armazenam essas embalagens e em seguida são

retirada através do modal rodoviário até as centrais de recebimento e encaminhado as

empresas responsáveis pela destinação correta, seja para reciclagem ou incineração, pois os

mesmos se tornarão novos produtos se integrando ao começo da cadeia agrotóxicos

(MENDES; et al, 2012).

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Figura 1: Logistica Reversa de Embalagens Vazias de Agrotoxico

Fonte: GLOBO RURAL (http://revistagloborural.globo.com/Revista/GloboRural/foto/0,,43001108,00.jpg)

Trazendo um exemplo pratico de como funciona e está sendo adotado por empresas a

Logistica Reversa cita-se a inicativa a favor do social e ambiental que, sem dúvida, tornou-se

uma fonte de redução de impactos ambientais e projeta a sustentabilidade do meio ambiente, a

parceria entre a Tomra-Latasa (fabricante de latas de alumínio e o Grupo Pão de Açúcar que

fixaram máquinas de coleta, chamadas de “replanetas” em diversos locais, principalmente em

supermercados. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas, “cada depósito de

garrafa pet emitia-se um cupom de R$ 0,02 centavos, já latinhas, um cupom de R$ 0,03,

ejetadas nas máquinas ‘replanetas’ inicialmente eram trocadas por produtos. Desde maio de

2003, quando foi lançado em parceria com o Governo Federal o projeto ‘Reciclagem 10,

Fome Zero’, o consumidor pode também doar esses cupons ao programa Fome Zero. Isso fez

com que o interesse pela promoção aumentasse ainda mais: de janeiro a setembro de 2004, a

coleta de embalagens recicláveis nesses centros apresentava um crescimento de 90% em

relação ao mesmo período de 2003”.

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Figura 2: Ilustração da máquina recolhedora de pets e latinhas de alumínio

Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas

Leite, Lavez e Souza (2009), em seu artigo intitulado “Fatores Da Logística Reversa Que

Influem No Reaproveitamento Do “Lixo Eletrônico” : Um Estudo No Setor De Informática”,

introduzem dizendo que grande parte do “lixo eletrônico” é formada por computadores e

outros produtos do setor de informática. A rapidez de obsolescência desses materiais aumenta

progressivamente e muitas vezes eles tornam-se “ultrapassados” antes mesmo de saírem das

lojas, o que representa um grande problema para empresas, sociedade e meio-ambiente.

Neste cenário pode-se constatar a relevância que a logística reversa assume, entendida como o

processo de planejamento, implementação e controle da eficiência, do custo efetivo do fluxo

de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e informações relacionadas do

ponto de consumo ao ponto de origem com objetivo de re-agregar valor ou efetuar o descarte

adequadamente. O objetivo do artigo trata dos fatores da logística reversa nas cadeias reversas

do setor de informática. Utilizou-se no artigo como metodologia caráter exploratório e

qualitativo, face à escassa bibliografia disponível nesta área, utilizando estratégia de estudo de

casos em três casos empresariais e entrevistas com executivos na cadeia reversa de

computadores. A análise detalhada sob vários aspectos da logística reversa foi realizada em

diferentes elos da cadeia reversa dos eletrônicos que possibilitou identificar nos casos

examinados, entre outros resultados, a organização, comercialização, informações, fluxos dos

produtos, relacionamento empresarial, recursos logísticos, a preocupação empresarial relativa

à proteção de imagem e de mercado paralelo para seus produtos. Chegou-se a conclusão que o

tema fatores da logística reversa que influem no reaproveitamento do “lixo eletrônico”: um

estudo no setor de informática, para melhor elucidá-lo. Dos objetivos expostos obteve-se

como resultado que todos os custos logísticos foram apontados como principal fator de

dificuldade na eficiência da logística reversa, como transporte, estoque e principalmente

coleta. Não há integração das cadeias reversas e produtivas na empresa, o que é citado na

literatura como importante fator de aumento de custos. Discussões entre os maiores

interessados sobre o tema, como fabricantes, recicladores, coletores, legisladores e sociedade

civil, ainda são poucas, e que o debate entre todos os atores das cadeias sustentáveis poderia

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trazer evoluções consideráveis para o desenvolvimento do setor. Como a literatura menciona

as áreas de pós-consumo da logística reversa apresentam empresas de pequeno porte, não

integradas e com níveis de relacionamento muito baixo ao longo do canal reverso.

Recomenda-se desta forma a realização de estudos de maior profundidade com o objetivo de

entender melhor estas condições empresariais. Através do estudo do caso da implementação

do programa ambiental em uma das empresas selecionadas, foi possível observar que apesar

da crescente importância do assunto na sociedade atual, muitos são os pontos que ainda

dificultam e requerem maior investimento para que seu funcionamento seja otimizado.

Primeiramente, nota-se que a questão ainda é tratada de maneira isolada, ou seja, não há uma

integração entre empresas do setor, associações, sociedade e governo. Por esse motivo, não se

tem importantes dados sobre valores da produção de lixo eletrônico e quanto desse lixo é

recuperado. Nem a própria empresa tem noções do montante de lixo que ela recicla, há apenas

números a respeito de quantas toneladas de lixo são processadas. O principal driver para

implementação de um programa de logística reversa é o econômico. Este foi um ponto

comum entre todos os casos estudados. O direcionador econômico está intimamente ligado ao

fator operacional de análise custo/benefício. As empresas precisam realizar estudos acerca dos

ganhos que terão com este tipo de iniciativa para confirmar sua viabilidade. Os benefícios

econômicos advindos da logística reversa são diferentes para os produtores e os recicladores

de eletrônicos. Os recicladores alcançam seu lucro graças à logística reversa, que é a fonte de

seu faturamento. Todos os estudos realizados nesta pesquisa indicaram que a realização dos

processos de reciclagem e de descarte adequado melhora a Imagem da empresa,

demonstrando uma alternativa sustentável ao mercado. As empresas recicladoras de

eletrônicos também se beneficiam pela prestação deste serviço. Os principais aspectos que

dificultam o retorno dos eletrônicos são estoques, transporte e, principalmente, coleta. Os

custos logísticos envolvidos no processo reverso são muito relevantes e podem chegar a

inviabilizar a implementação deste tipo de programa. Apesar do crescimento da indústria de

eletrônicos acontecerem de maneira acelerada, pode-se perceber que esse crescimento ocorre

de forma desorganizada. As associações da indústria de eletrônicos e até mesmo as empresas

que realizam a reciclagem de computadores não possuem dados a respeito da quantidade de

materiais retornados, o que impossibilita a verificação da porcentagem de reaproveitamento

desses materiais, sua eficiência, custos correspondentes, entre outros aspectos importantes

para a condução e gestão empresarial. No entanto, observou-se preocupação empresarial com

relação a novas legislações que poderão regulamentar estes fluxos reversos. Estas lacunas

sugerem estudos específicos na busca de respostas a estas questões.

Já o segundo artigo selecionado para analise temática, com o titulo “Logística Reversa - A

Complexidade Do Retorno De Produtos” o autor Leite (2009) afirma introdutoriamente que

há algumas décadas pouco se falava de retorno de produtos, pois asquantidades e variedades

de artigos eram muito menores quando comparadas àsatuais. À medida que estas

características de mercado foram se alterando, com a globalização e internacionalização dos

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mercados, com o acirramento da concorrência, a commoditização dos produtos, a necessidade

mercadológica de encantar os clientes e fidelizá-los à marca ou à empresa, aumentam

significativamente as quantidades e variedades de produtos indo para o mercado. Como

conseqüência lógica cresce também as quantidades e variedade de produtos que retornam do

mercado tornando-o mais complexo e exigindo novas estratégias para o equacionamento

eficiente e racional deste retorno, sejam produtos ainda sem uso, ou com pouco uso, ou

produtos já consumidos. Gradativamente a Logística Reversa passa a fazer parte da reflexão

estratégica empresarial e importante para a sociedade em geral, na medida em ela tem como

foco tanto as condições de operação do retorno como o diagnóstico e equacionamento das

dificuldades e restrições ao retorno de diversas naturezas, e em variados mercados. O objetivo

principal deste artigo consistiu em apresentar esclarecimentos sobre a Logistica Reversaa de

retorno de produtos. Como método o autor utilizou coleta de dados e analise bibliográfica e

concluiu que o retorno eficiente de produtos nas duas grandes áreas de cadeias reversas de

pós-consumo e de pós-venda requer condições favoráveis sob diversos aspectos:

Mercado para o produto ou material revalorizado pela cadeia reversa: evidentemente

como toda cadeia de suprimentos somente será movimentada em condições eficientes quando

possuírem mercado de destino para os produtos não consumidos, consertados ou reparados,

remanufaturados, reciclados ou que contenham certo conteúdo de reaproveitamento. Esta

condição, embora fundamental, revela restrições em certos casos, seja por preconceitos, falta

de garantia de qualidade, desconhecimento, entre outros motivos.

Tecnologia de revalorização dos produtos ou materiais: desde os processamentos

iniciais até o seu reaproveitamento que possibilitem o reaproveitamento dos produtos de

retorno.

Rentabilidade em todas as fases de retorno: uma cadeia de suprimentos somente será

eficiente se todos os atores atuantes no comercio ou indústria, formais ou não, tenham

rentabilidade.

Logística Reversa: a eficiência da cadeia de retorno de produtos será obtida com o

conhecimento ou aplicação de práticas tais como:

Clareza dos objetivos estratégicos motivadores da implantação da logística reversa.

Características peculiares dos produtos retornados.

O mapeamento dos processos em todas as etapas do retorno.

O uso do benchmark, ou seja, da experiência em outros processos.

Implantação de procedimentos operacionais adequados em cada caso de retorno.

Treinamento de especialistas na seleção de destino dos produtos retornados.

Estabelecimento de normas gerais de operações.

Um sistema de informações que permita seu planejamento e controle de seus fluxos e

custos.

O planejamento da rede logística reversa (localização dos pontos de coleta,

consolidação ou armazenagem, localização dos processos industriais de reaproveitamento se

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necessários, modais de transportes adequados), tanto quanto possível em conjunto com a rede

logística direta.

Dotação de recursos adequados às atividades.

Na seleção de textos encontrou-se também, através dos descritores, um recente, com o tema

“Logística Reversa De Embalagens De Produtos Agrotóxicos” dos autores Mendes, Botega

Junior, Marques e Da Silva (2012), que iniciam o artigo dizendo que com o constante

crescimento da população mundial e consequentemente o da população brasileira, houve a

necessidade de se aumentar a produção de alimentos tanto para o consumo interno quanto

para exportação, tornando-se assim necessário o uso de defensivos agrícolas para garantir

uma maior produtividade. Isso acarretou o uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras

brasileiras, dando origem ao problema das embalagens vazias. O que fazer com elas? Diante

desse problema o Governo Federal, criou leis, tornando obrigatória a devolução das

embalagens vazias de agrotóxicos após o uso pelo agricultor e com isso, num esforço

conjunto entre fabricantes de defensivos agrícolas e entidades ligadas ao setor, foi criado, o

Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), organização a qual

juntamente com os fabricantes, revendedores, agricultores e o poder público, com o intuito de

minimizar os impactos ao meio ambiente, dando a destinação correta para as embalagens

vazias. O objetivo desse artigo aqui mencionado foi relatar a maneira de como é feito todo o

processo, procedimentos e destinação final das embalagens, desde a coleta até a

transformação em novos produtos e o descarte correto para aquelas que não são recicláveis.

Como metodologia foram utilizados os procedimentos e técnicas de pesquisa. A utilização

destes procedimentos e técnicas foram fundamentais para desenvolver o tema proposto neste

projeto de pesquisa e ainda atender aos requisitos obrigatórios para a conclusão do Curso

Técnico em Logística. Para sistematizar o trabalho de conclusão de curso, realizou-se um

levantamento de dados com os seguintes procedimentos: Pesquisa de campo: foram feitas

visitas técnicas a locais responsáveis pelos elos da cadeia, para levantamento de dados e

conhecer o processo de destinação das embalagens vazias. Questionário: foram utilizadas

questões para agricultores e agentes de recebimento no município com a finalidade de coletar

informações necessárias sobre as embalagens de agrotóxicos. Atraves dos procedimentos

chegou-se a conclusão que a noção de que a Legislação Federal, Lei 9.974, disciplina a

destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos determinando responsabilidades para o

agricultor, o canal de distribuição, o fabricante e o poder público. O Instituto Nacional de

Processamento de Embalagens Vazias inpEV (2012) foi criado para representar a indústria

fabricante de agrotóxicos no papel de conferir a destinação final (reciclagem ou incineração)

às embalagens devolvidas pelos agricultores e para fomentar o desenvolvimento do sistema

junto aos demais agentes corresponsáveis. Determina a legislação em vigor que o ramo de

atividade que comercializa, deverá informar ao agricultor, o local da devolução das

embalagens vazias, indicando na nota fiscal de venda e também deve disponibilizar e

gerenciar o local e emitir comprovante da entrega das embalagens pelos agricultores. É de

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responsabilidade dos fabricantes, o destino das embalagens vazias devolvidas pelos

agricultores. O inpEV realizará a cogerência das centrais de recebimento de embalagens

vazias do país, junto com as 44 cooperativas e distribuidores e também da gestão

compartilhada de alguns postos de recebimento de embalagens vazias inpEV, (2012).

Segundo a Resolução 334 de 2003 do CONAMA, em seu Art. 3º e de conformidade com o

Anexo I, a localização, construção, instalação, modificação e operação de posto e central que

recebem embalagens vazias de agrotóxicos e afins, dependem da comunicação de

licenciamento do órgão ambiental competente, obedecendo aos critérios técnicos mínimos

requeridos para o licenciamento ambiental de postos e centrais de recebimento de embalagens

vazias de agrotóxicos, sem a perda de outras licenças legais exigidas. A correta destinação

final das embalagens plásticas de agrotóxicos pode ser feitas de duas maneiras: reciclagem ou

incineração. E é determinada de acordo com o tipo de material e nível de contaminação das

mesmas. Sabe-se que com a escassez de fontes renováveis de recursos naturais e a grande

demanda mundial por esses recursos, nada mais justo que reaproveitar a matéria prima das

embalagens de agrotóxicos que são derivadas do petróleo, fabricando outros produtos para o

consumo, contribuindo assim, para um meio ambiente menos poluído, pois é o futuro do

planeta que está em jogo.

O quarto texto selecionado para analise tem como titulo “Processo de Logística Reversa da

Embalagem de Hipoclorito de Cálcio: um estudo de caso na Companhia de Água e Esgoto do

Ceará – CAGECE” e como autores Santos e Agrala (2011). Introduz dizendo que a prática de

logística reversa é extremamente necessária ao considerar o crescimento de operações reversas

nos últimos anos, logo as empresas e a sociedade como um todo buscam atender às demandas

que surgem, a partir da necessidade do desenvolvimento econômico; o compromisso

socioambiental, e diretrizes legais; entre outros, são aspectos que fomentam uma atenção

plausível para esse tema. O trabalho apresenta como objetivo principal contextualizar o

processo de logística reversa, onde se teve como campo de pesquisa a Companhia de Água e

Esgoto do Ceará – CAGECE; que utiliza a bombona, matériaprima reciclada, no intuito de

uniformizar a destinação das embalagens de Hipoclorito de Cálcio de forma a maximizar a

sua reutilização. Metodos utilizados foram especificidade da abordagem do problema que é de

natureza qualitativa. Então, partindo desse pressuposto, a abordagem qualitativa se torna

necessária para essa pesquisa pela escolha do método de pesquisa de campo, formulada a

partir de descrições preliminares da logística reversa. Ainda, explotatório-descritiva,

utilizando-se do método de análise de estudo de caso. Este quarto texto coletado é uma

pesquisa acadêmica in loco a respeito processo de logística reversa da embalagem de

hipoclorito de cálcio: um estudo de caso na companhia de água e esgoto do Ceará – CAGECE

e nesse, os resultados apresentam que pesquisadores e ambientalistas criticam a possibilidade,

descrita na Lei 12.305/10, da logística reversa ser utilizada pelo setor empresarial como

maneira livre para a retirada do produto descartado pelo mercado consumidor sem prévio

sistema de obrigatoriedade. Ou seja, a logística reversa não é obrigatória, a empresa a

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executará somente se tiver condições técnicas para a retirada do material descartado. A

responsabilidade compartilhada, por sua vez, está definida pela Lei 12.305/10 (Art. 30º),

como o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares de serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos

sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à

qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos. Em linhas gerais, como a nova

lei ainda não possui regulamentação quanto a vários pontos, o sentimento geral do setor

empresarial é de relativa insegurança, especialmente em relação à chamada logística reversa.

Por outro lado, esta lei constitui um instrumento extremamente relevante para a solução de

um grave problema que é a destinação adequada dos resíduos sólidos.

3. Conclusão

Chegou-se ao entendimento, durante a pesquisa realizada, dos objetivos propostos

inicialmente, como a conceituação de logística reversa, como se dá sua aplicação nas

empresas e das vantagens implicadas na adoção da ação nos processos e sustentabilidade e

impacto ambiental, além de ter demonstrado como é a aplicação da lei vigente nas empresas.

Demonstrou-se, no decorrer do artigo, que a Logística Reversa é o processo de planejamento,

implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoque

em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para

o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.

Determinou-se que a contínua busca por menores impactos ambientais são resultantes de

exigências impostas pela sociedade através dos consumidores e de requisitos legais

governamentais. As legislações ambientais tornaram-se mais duras na última década, exigindo

das empresas um comportamento ambiental mais ativo, responsabilizando-as pela completa

gestão do ciclo de vida dos seus produtos, diminuindo assim os impactos ambientais não

apenas dos processos, mas também daqueles causados pelas atividades de descarte. Isto faz

com que aumente a porcentagem da utilização de materiais e embalagens reciclados. É

crescente entre os clientes a consciência para a reciclagem e por processos de manufatura

mais limpos, espera-se que para cada produto novo adquirido um produto antigo deva ser

reciclado.

Entendeu-se que importante os canais da logística reversa no se refere ao descarte correto das

embalagens vazias de agrotóxicos e produtos químicos utilizados nas indústrias, pois, advento

das Leis dos agrotóxicos tornou obrigatória a devolução das embalagens vazias de

agrotóxicos para toda a cadeia produtiva, ou seja, do fabricante dos produtos agrotóxicos até a

cadeia final consumidora.

Dos artigos analisados chegou-se a conclusão da importância da logística reversa, que assume

responsabilidade na logística da produção no que se refere ao destino final dos produtos

gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. As empresas organizam

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canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais, seja para conserto ou após o seu ciclo de

utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem.

O estudo, por conta de sua relevância no cenário atual, deve ser continuado e aprofundado,

afim de, melhor elucidar acadêmicos sobre a ação e principalmente os empresários das

vantagens da adoção da logística reversa.

Referências Bibliográficas

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em<http://www.abralatas.org.br/common/html/noticia.php?o=39>. Acesso em 9 de setembro

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Reaproveitamento Do “Lixo Eletrônico” : Um Estudo No Setor De Informática. SIMPOI

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LEITE. P.R. Logística Reversa - A Complexidade Do Retorno De Produtos. CLRB,

Conselho de Logística Reversa do Brasil, 2009. . Disponível em:

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MENDES, A. G.; BOTEGA JUNIOR, C.; MARQUES, J. V.; DA SILVA, L. H. Logística

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04/2013.

SANTOS, Rodiney Marcelo Braga dos; AGRALA, Maysa Rafaelle Silva de. Processo de

Logística Reversa da Embalagem de Hipoclorito de Cálcio: um estudo de caso na Companhia

de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE. Revista Científica da Faculdade Lourenço Filho -

v.8, n.1, 2011. Disponível em: http://www.flf.edu.br/revista-

flf.edu/volume08/Vol8_Artigo5.pdf. Acesso em: 04/2013.

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Anexos

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.

Regulamento

Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de

fevereiro de 1998; e dá outras providências.

DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 4o A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos,

instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em

regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à

gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio

Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei no

9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela

Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - a prevenção e a precaução;

II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental,

social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

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IV - o desenvolvimento sustentável;

V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos,

de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade

de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no

mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;

VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais

segmentos da sociedade;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e

de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX - o respeito às diversidades locais e regionais;

X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;

XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem

como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;

IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de

minimizar impactos ambientais;

V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;

VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e

insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;

VII - gestão integrada de resíduos sólidos;

VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor

empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos

sólidos;

IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

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X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços

públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos

gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados,

como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº

11.445, de 2007;

XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:

a) produtos reciclados e recicláveis;

b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo

social e ambientalmente sustentáveis;

XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam

a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados

para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos,

incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;

XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável

Anexo 1: LEI No 9.974, DE 6 DE JUNHO DE 2000

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 9.974, DE 6 DE JUNHO DE 2000.

Mensagem de Veto

Altera a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989,

que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação,

a produção, a embalagem e rotulagem, o

transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a

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utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção e

a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes

e afins, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O artigo 6

o da Lei n

o 7.802, de 11 de julho de 1989, passa a vigorar com a

seguinte redação:

"Art. 6o. ........................................................................."

"I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação,

perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de lavagem,

classificação, reutilização e reciclagem;" (NR)

"......................................................................................."

"§ 1o O fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins com o objetivo de

comercialização somente poderão ser realizados pela empresa produtora, ou por

estabelecimento devidamente credenciado, sob responsabilidade daquela, em locais e

condições previamente autorizados pelos órgãos competentes." (NR)

"§ 2o Os usuários de agrotóxicos, seus componentes e afins deverão efetuar a devolução das

embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos,

de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado

da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão registrante, podendo a

devolução ser intermediada por postos ou centros de recolhimento, desde que autorizados e

fiscalizados pelo órgão competente." (AC)*

"§ 3o Quando o produto não for fabricado no País, assumirá a responsabilidade de que trata o

§ 2o a pessoa física ou jurídica responsável pela importação e, tratando-se de produto

importado submetido a processamento industrial ou a novo acondicionamento, caberá ao

órgão registrante defini-la." (AC)

"§ 4o As embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água

deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem, ou tecnologia

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equivalente, conforme normas técnicas oriundas dos órgãos competentes e orientação

constante de seus rótulos e bulas." (AC)

"§ 5o As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins,

são responsáveis pela destinação das embalagens vazias dos produtos por elas fabricados e

comercializados, após a devolução pelos usuários, e pela dos produtos apreendidos pela ação

fiscalizatória e dos impróprios para utilização ou em desuso, com vistas à sua reutilização,

reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos registrantes e

sanitário-ambientais competentes." (AC)

"§ 6o As empresas produtoras de equipamentos para pulverização deverão, no prazo de cento

e oitenta dias da publicação desta Lei, inserir nos novos equipamentos adaptações destinadas

a facilitar as operações de tríplice lavagem ou tecnologia equivalente." (AC)

Anexo 2: DECRETO Nº 4.074, DE 4 DE JANEIRO DE 2002

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 4.074, DE 4 DE JANEIRO DE 2002

Texto compilado

Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de

1989, que dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e

rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a

utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção

e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,

inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 7.802, de 11 de julho de

1989,

DECRETA:

Capítulo I

Das Disposições Preliminares

Art. 1o Para os efeitos deste Decreto, entende-se por:

I - aditivo - substância ou produto adicionado a agrotóxicos, componentes e afins, para

melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detecção ou para facilitar o processo

de produção;

II - adjuvante - produto utilizado em mistura com produtos formulados para melhorar a

sua aplicação;

III - agente biológico de controle - o organismo vivo, de ocorrência natural ou obtido por

manipulação genética, introduzido no ambiente para o controle de uma população ou de

atividades biológicas de outro organismo vivo considerado nocivo;

IV - agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos, químicos ou

biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento

de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de

outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar

a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos

considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes,

dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento;