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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CONCURSO VESTIBULAR VERÃO/2008 2 a PROVA : Redação / Língua Portuguesa e Literatura Brasileira / Conhecimentos Específicos 02 / DEZEMBRO / 2007 GABARITO INSTRUÇÕES 01) Confira se os dados impressos acima, que identificam esta prova, estão corretos. Preencha com seu nome e número de ins- crição. Assine em seguida. 02) O caderno de prova deverá conter 61 (sessenta e uma) questões, sendo 01 (uma) questão de Redação e 60 (sessenta) ques- tões de múltipla escolha, com 5 (cinco) al- ternativas, das quais 1 (uma) só é correta, assim distribuídas: 10 (dez) questões de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, numeradas de 01 a 10; 25 (vinte e cinco) de Língua Portuguesa e Literatura Brasilei- ra, numeradas de 11 a 35; e 25 (vinte e cinco) de História, numeradas de 36 a 60. 03) A duração da prova será de 4h (quatro ho- ras), incluindo a resolução da prova e o preenchimento da folha de respostas. O candidato que sair do local da prova antes de ter decorrido 1 h (uma hora) do início da mesma será automaticamente desclas- sificado. 04) A interpretação das questões é parte inte- grante da prova, não sendo, portanto, permitidas perguntas aos Fiscais. 05) A prova é INDIVIDUAL, sendo vetada a comunicação entre os candidatos durante sua realização. 06) Será eliminado o candidato que utilizar material de consulta ou qualquer sistema de comunicação. 07) Em cada questão, há somente uma respos- ta correta. Para facilitar, posteriormente, o preenchimento da folha de respostas, você poderá marcar, no modelo ao lado, a letra da alternativa que considera correta, antes de transcrevê-la para a folha de respostas. Nesse quadro, poderá haver rasuras. 08) Não copie as respostas para comparar com o resultado, pois a ordem das alternativas publicadas poderá ser diferente da do can- didato. 09) O caderno de prova deve ser entregue para o Fiscal, juntamente com a folha de res- postas e a folha de redação. 10) ATENÇÃO! Ao receber sua folha de respos- tas, aja da seguinte forma: a) verifique se os dados pré-impressos estão corretos; b) assine no local indicado; c) assinale no campo indicado sua opção de prova de Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol) e res- ponda somente as questões refere ntes a esta sua opção. A ausência de preenchimento neste campo acarretará, automaticamente, a correção de sua prova como sendo de língua Inglesa; d) pinte, preenchendo por inteiro, com caneta esferográfica ponta média, tinta azul-escura ou preta, o campo correspondente à alternativa que considera correta em cada questão; e) não amasse, não dobre e nem rasure a folha de respostas. DIVULGAÇÃO DO RESULTADO: dia 21 de dezembro de 2007 , às 15 horas, nos Editais da UTFPR. ATENÇÃO: Utilize caneta, ponta média, de tinta azul-escura ou preta para preencher os campos soli- citados. Preencha assim: GRUPO 4 CURSOS: • Design • Tecnologia em Comunicação Institucional • Tecnologia em Design de Moda • Tecnologia em Design Gráfico

02 / DEZEMBRO / 2007 GABARITO - download.uol.com.brdownload.uol.com.br/vestibular/gabaritos/2008/utfpr2dia-gr4.pdf · "Aceitar qualquer ti-po de preconceito não pode ser medida eficaz

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CONCURSO VESTIBULAR

VERÃO/2008 2a PROVA: Redação / Língua Portuguesa e Literatura Brasileira /

Conhecimentos Específicos 02 / DEZEMBRO / 2007

GABARITO

INSTRUÇÕES01) Confira se os dados impressos acima, que

identificam esta prova, estão corretos. Preencha com seu nome e número de ins-crição. Assine em seguida.

02) O caderno de prova deverá conter 61 (sessenta e uma) questões, sendo 01 (uma) questão de Redação e 60 (sessenta) ques-tões de múltipla escolha, com 5 (cinco) al-ternativas, das quais 1 (uma) só é correta, assim distribuídas: 10 (dez) questões de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, numeradas de 01 a 10; 25 (vinte e cinco) de Língua Portuguesa e Literatura Brasilei-ra, numeradas de 11 a 35; e 25 (vinte e cinco) de História, numeradas de 36 a 60.

03) A duração da prova será de 4h (quatro ho-ras), incluindo a resolução da prova e o preenchimento da folha de respostas. O candidato que sair do local da prova antes de ter decorrido 1 h (uma hora) do início da mesma será automaticamente desclas-sificado.

04) A interpretação das questões é parte inte-grante da prova, não sendo, portanto, permitidas perguntas aos Fiscais.

05) A prova é INDIVIDUAL, sendo vetada a comunicação entre os candidatos durante sua realização.

06) Será eliminado o candidato que utilizar material de consulta ou qualquer sistema de comunicação.

07) Em cada questão, há somente uma respos-ta correta. Para facilitar, posteriormente, o preenchimento da folha de respostas, você poderá marcar, no modelo ao lado, a letra da alternativa que considera correta, antes de transcrevê-la para a folha de respostas. Nesse quadro, poderá haver rasuras.

08) Não copie as respostas para comparar com o resultado, pois a ordem das alternativas publicadas poderá ser diferente da do can-didato.

09) O caderno de prova deve ser entregue para o Fiscal, juntamente com a folha de res-postas e a folha de redação.

10) ATENÇÃO! Ao receber sua folha de respos-tas, aja da seguinte forma:

a) verifique se os dados pré-impressos estão corretos; b) assine no local indicado; c) assinale no campo indicado sua opção de prova de Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol) e res-

ponda somente as questões referentes a esta sua opção. A ausência de preenchimento neste campo acarretará, automaticamente, a correção de sua prova

como sendo de língua Inglesa; d) pinte, preenchendo por inteiro, com caneta esferográfica ponta média, tinta azul-escura ou preta,

o campo correspondente à alternativa que considera correta em cada questão; e) não amasse, não dobre e nem rasure a folha de respostas.

DIVULGAÇÃO DO RESULTADO: dia 21 de dezembro de 2007, às 15 horas, nos Editais da UTFPR.

ATENÇÃO: Utilize caneta, ponta média, de tinta azul-escura ou preta para preencher os campos soli-citados. Preencha assim:

GRUPO

4 CURSOS: • Design • Tecnologia em Comunicação Institucional • Tecnologia em Design de Moda • Tecnologia em Design Gráfico

2 • UTFPR 2 – G4 / VERÃO 2008

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Quem são os milionários brasileiros Há 160.000 brasileiros com mais de 1 milhão de reais para investir. Esses são os milionários nacionais, segundo cinco dos maiores bancos do país. A pedido de Veja, essas instituições revelaram alguns dados do perfil de seus clientes mais afortunados. A seguir, o cruzamento dessas informações. Quem são 70% são homens de 45 a 60 anos, casados e com filhos. Onde estão

Em São Paulo50%

Na Região Sul15%

Em Minas Gerais14%

Em outros Estados

7%

No Rio de Janeiro14%

Como ficaram ricos

Vêm da classe média

50%

Herdaram tudo o que

têm

15%

Aumentaram a fortuna da

família

35%

Como investem • 50% têm dinheiro no exterior • 85% preferem renda fixa

REDAÇÃO

REDAÇÃO 1 Reúna as informações presentes nos gráficos. Em seguida, utilizando também os seus conhecimentos sobre a realida-

de social brasileira, produza um texto sobre o perfil dos “milionários nacionais” e sobre o seu papel em relação ao res-tante da sociedade. Seu texto deve ter entre 18 e 25 linhas.

Após concluir seu texto, transcreva-o, de forma definitiva, para a Folha de Redação.

(Fonte: Veja, 12/maio/2004)

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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

BRASILEIRA

OS TEXTOS A SEGUIR SÃO REFERÊNCIA PARA AS QUESTÕES DE 01 A 05.

TEXTO 1 NÃO É RACISMO SE INSURGIR CONTRA BRAN-

CO, DIZ MINISTRA A ministra Matilde Ribeiro, titular da Secreta-

ria Especial de Política da Promoção da Igualda-de Racial (Seppir), diz que considera natural a discriminação dos negros contra os brancos.

Em entrevista para lembrar os 200 anos da proibição do comércio de escravos pelo Império Britânico, tido como o ponto de partida para o fim da escravidão em todo o mundo, ela disse que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco".

(...) BBC Brasil - Como o Brasil se coloca no contexto

internacional? O Brasil gosta de pensar que não tem discriminação e gosta de se citar como exemplo de integração. É assim que a senhora vê a situação?

Matilde Ribeiro - É o seguinte: chegaram os euro-peus numa terra de índios, aí chegaram os africanos que não escolheram estar aqui, foram capt urados e chegaram aqui como coisa. Os indígenas e os negros não eram os donos das armas, não eram os donos das leis, não eram os donos dos bens de consumo. A for-ma que eles encontraram para sobreviver não foi pelo conflito explícito. No Brasil, o racismo não se dá por lei, como foi na África do Sul. Isso nos levou a uma mistura. Aparentemente todos podem usufruir de tu-do, mas na prática há lugares onde os negros não vão. Há um debate se aqui a questão é racial ou soci-al. Eu diria que é as duas coisas.

BBC Brasil - E no Brasil tem racismo também de negro contra branco, como nos Estados Unidos?

Matilde Ribeiro - Eu acho natural que tenha. Mas não é na mesma dimensão que nos Estados Unidos. Não é racismo quando um negro se insurge contra um branco. Racismo é quando uma maioria econômi-ca, política ou numérica coíbe ou veta direitos de ou-tros. A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação nat ural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou.

(...) BACOCCINA, Denize, Folha de São Paulo, Brasília,

27/03/2007. Disponível em <folhaonline>, acesso em 28/03/2007

TEXTO 2 NEGRO CONTRA BRANCO NÃO É RACISMO, DIZ

MINISTRA Causou desconforto no governo a divulgação

de uma declaração da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Política da Promoção da I-gualdade Racial (Seppir), (...). A reação foi imedia-ta e veio de militantes negros e de integrantes de movimentos sociais. "Como negro, não alcanço o sentido de tão estranha declaração", criticou Percí-lio de Sousa Lima Neto, vice-presidente do Conse-lho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, ór-gão do Ministério da Justiça. Ele disse que, por princípio, condena qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de negros ou brancos, mas avaliou que precisaria conhecer o contexto da en-trevista "para emitir melhor juízo". Membros do governo evitaram comentar a declaração.

Diante da reação negativa, Matilde divulgou uma nota, por meio da assessoria, alegando que trechos da entrevista foram tirados de contexto, causando visão distorcida das suas declarações e "induzindo o leitor a equívoco". Ela lembrou que, no decorrer da entrevista, deixa claro que não está incitando condutas racistas. "A afirmação apenas reconhece a histórica situação de exclusão social de determinados grupos étnicos no Brasil, preva-lecente após 120 anos da abolição, que pode, por vezes, provocar esse tipo de atitude - também condenável", ressaltou.

MENDES, Vannildo. Folha de São Paulo, Brasília, 27/03/2007.

Disponível em <folhaonline>,acesso em 28/03/2007

TEXTO 3 MINISTRA DIZ QUE RACISMO DE NEGRO CON-

TRA BRANCO É NATURAL Matilde Ribeiro ressalva, porém, que não

concorda com esse tipo de comportamento. Afirmação, feita durante entrevista concedida

à BBC Brasil, recebeu críticas e foi considerada como uma manifestação de racismo.

A ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Espe-

cial de Política da Promoção da Igualdade Racial, criou polêmica ontem ao considerar "natural" que haja racismo de negros contra brancos no Brasil.

A nova interpretação para o que seja racismo apareceu em entrevista dada pela ministra ontem à BBC Brasil.

(...) No espaço de tempo de algumas horas, ela pas-

sou a classificar de "condenável" o que antes cha-mara de "natural": "A afirmação [da ministra] ape-nas reconhece a histórica situação de exclusão so-cial de determinados grupos étnicos no Brasil, que prevalece após 120 anos de abolição, e pode, por vezes, provocar esse tipo de atitude, também con-denável", diz a nota.

À noite, em evento sobre reforma política, a ministra afirmou que esse tipo de comportamento ocorre "por uma questão de defesa, considerando que o racismo é um regime nefasto". "Talvez eu tenha sido infeliz na formulação [das frases]", completou.

As reações começaram com nota do presidente da OAB. Empossado ontem integrante do CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Huma-

na), Cezar Britto criticou uma possível interpreta-ção das palavras da ministra. "Aceitar qualquer ti-po de preconceito não pode ser medida eficaz no que se refere a essa mesma democracia racial", a-firmou ele.

(...) O sociólogo Simon Schwartzman disse que não ficava bem para quem ocupa função pública sancionar um comportamento "que pode ser com-preensível, mas não aceitável".

A ministra recebeu alguns apoios. Mas houve quem classificasse as declarações como manifesta-ção de racismo (...). A Constituição passou a consi-derar a prática de racismo "crime inafiançável".

A entrevista à BBC foi feita a propósito dos 200 anos da proibição do comércio de escravos pelo império britânico, fato que teria dado início ao fim da escravidão no mundo.

SALOMON, Marta. Folha de São Paulo, São Paulo, 28/03/2007

Disponível em <folhaonline>, acesso em 28/03/2007

QUESTÃO 01 Assinale a alternativa que reescreva, sem pre-

juízo do significado, e respeitando a norma culta padrão, o enunciado “A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso” (Texto 1): A) Eu acho uma reação natural a reação de um

negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, embora eu não esteja incitando isso.

B) Creio uma reação natural a reação de um ne-gro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, embora eu não este-ja incitando isso.

C) Creio que é uma reação natural à reação de um negro não querer conviver com um branco, ou não gostar dele, embora eu não esteja incitan-do isso.

D) Acho natural que um negro não queira con-viver com um branco, ou não goste dele, em-bora eu não esteja incitando isso.

E) Creio que é natural que um negro não conviva com brancos, ou não goste deles, embora eu não esteja incitando isso.

4 • UTFPR 2 – G4 / VERÃO 2008

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QUESTÃO 02 Considerando o contexto, assinale a alternati-

va que reescreva, sem prejuízo de seu sentido bá-sico, o trecho do texto 2: "Como negro, não alcanço o sentido de tão estranha declaração": A) Como negro, não compreendo o sentido des-

sa afirmação incomum. B) Como vítima do racismo, não compreendo que

alguém apóie uma manifestação de racismo. C) Como negro, compreendo que alguém apóie

uma afirmação de caráter racista. D) Como vítima de racismo, não aceito que al-

guém apóie quaisquer de suas manifestações. E) Como negro, não aceito que alguém apóie

quaisquer tipos de racismo.

QUESTÃO 03 Assinale a alternativa que NÃO expresse uma

idéia contida no texto 3. A) A ministra considera natural a existência do

racismo de negro contra branco, apesar de não incentivá-lo.

B) A afirmação da ministra foi julgada por pesso-as de diferentes posições como uma atitude racista.

C) Matilde Ribeiro primeiramente afirmou que o racismo de negro contra branco era natural e, poucas horas depois, que era condenável.

D) A suspensão do tráfico de escravos pelo Reino Unido teria deflagrado o processo internacio-nal de abolição da escravidão.

E) Segundo a Constituição Brasileira, Matilde responderá por um crime sem fiança e pode-rá perder imunidade política.

QUESTÃO 04 Assinale a alternativa que sintetiza o trecho

do texto 3 “O sociólogo Simon Schwartzman disse que não ficava bem para quem ocupa função pública sancionar um comportamento ‘que pode ser compre-ensível, mas não aceitável’. A ministra recebeu alguns apoios. Mas houve quem classificasse as declarações como manifestação de racismo”. A) Alguns dos entrevistados são também racistas,

por manifestarem seu apoio à ministra. B) As reações à afirmação da ministra variaram,

incluindo relativização, adesão e rejeição. C) Houve tantas manifestações de apoio como de

rejeição à proposta da ministra. D) Não é adequado à líder nacional da luta contra

o racismo ser racista. E) A maioria das pessoas comentou que Matilde

Ribeiro é racista.

QUESTÃO 05 Considere as seguintes proposições:

I) O texto 1 é organizado pela apresentação da tese, já no título, que é especificada na linha fina (em negrito, abaixo do título), e confirmada pela afirmação da ministra, a-presentada na entrevista.

II) O texto 1 é organizado pela apresentação da tese, já no título, que é desenvolvida na linha fina (em negrito, abaixo do título), e refutada pela afirmação da ministra, apre-sentada na entrevista.

III) O texto 2 é organizado pelo desenvolvi-mento da tese, já no título, que é especifi-cado por um resumo do articulista, posto em dúvida pela apresentação de diversas reações à declaração da ministra e confir-mada pela nota da assessoria de Matilde.

IV) O texto 2 é organizado pela apresentação da tese, já no título, que é especificada por um resumo do articulista, confirmada pela apresentação de diversas reações à decla-ração da ministra e refutada pela nota da assessoria de Matilde.

V) O texto 3 é organizado pela apresentação da tese, já no título, que é especificada na linha fina (em negrito, abaixo do título), introduzida no corpo do texto por resumo do articulista e polemizada por meio de comparações de declarações incoerentes da própria ministra e de reações à primeira afirmação.

VI) O texto 3 é organizado pela apresentação da tese, já no título, que é ironizada na li-nha fina (em negrito, abaixo do título), de-senvolvida no corpo do texto por opinião do articulista e refutada por meio de com-parações de declarações incoerentes da própria ministra e de reações à primeira afirmação.

Estão corretas apenas as afirmações:

A) I, III e V. B) II, IV e VI. C) I, IV e V. D) I, II e V. E) I, IV e VI.

QUESTÃO 06 Sobre Demônio Familiar, marque a alternativa

em que fala e personagem (entre parênteses) não podem ser associados: A) “Quando nhonhô tiver luneta, prende no can-

to do olho, e deita para a moça. Ela começa logo a se remexer e a ficar cor de pimentinha malagueta. Então rapaz fino volta as costas, assim com quem não faz caso; e a moça só espiando ele.” (Azevedo)

B) “Não sei também; essas moças... têm cabeci-nha de vento; um dia gostam de um, outro dia gostam de outro. Nhanhã, que esperava todo o dia para ver seu Alfredo passar, nem se lembra mais; escreveu aquela carta a Sr. Azevedo!” (Pedro)

C) “É verdade, suas palavras me decidem. Você é meu irmão, e o chefe da nossa família, desde que perdemos nosso pai. Devo dizer-lhe tudo; tens o direito de repreender-me.” (Carlotinha)

D) “O que noto em meu genro, e que desejo cor-rigir-lhe, é o mau costume de falar metade em francês e metade em português, de modo que ninguém o pode entender!” (Vasconcelos)

E) “Já soube tudo, uma malignidade de Pedro. É a conseqüência de abrigarmos em nosso seio reptis venenosos, que quando menos espera-mos nos mordem no coração!” (Eduardo)

QUESTÃO 07 Marque a alternativa correta em relação à re-

presentação literária do elemento pobre na ficção brasileira. A) Em O Cortiço de Aluísio Azevedo, o pobre é

sempre humilde e dócil. B) Em Os sertões de Euclides da Cunha, o pobre é

reacionário, conformado à situação política vi-gente.

C) A personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, representa majoritariamente o pobre malan-dro, esperto, que no final obtém sucesso.

D) Em Vidas Secas de Graciliano Ramos, o emi-grante nordestino consegue se qualificar no trabalho, representando tantos nordestinos migrantes e pobres que trabalham, por exem-plo, nas fábricas paulistas.

E) O pobre nos contos de Rubem Fonseca (déca-da de 60/70), em grande maioria, são urba-nos, revoltados com a questão social e apre-sentam, muitas vezes, conduta marginal, vin-gando-se da exclusão.

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QUESTÃO 08 “Mas nesse momento a recordação do homem

não a angustiava e, pelo contrário, trazia-lhe um sa-bor de liberdade há doze anos não sentido. Porque seu marido tinha uma propriedade singular: bastava sua presença para que os menores movimentos de seu pensamento ficassem tolhidos. A princípio, isso lhe trouxera certa tranqüilidade, pois costumava cansar-se pensando em coisas inúteis, apesar de divertidas.”

Sobre o texto é correto afirmar que: I) se trata de um trecho de uma obra român-

tica, pois retrata a mulher submissa, per-tencente à classe burguesa, com seus ví-cios, luxos e ambições financeiras. Ainda, tem-se a mensagem clara e conservadora da moral e dos bons costumes, segundo os padrões da época, ao preservar o único amor santo e digno: o conjugal.

II) devido à linguagem utilizada, trata-se de um trecho de obra naturalista em que a personagem, humilde, pertencente ao po-vo, em luta pela sobrevivência animaliza-se na promiscuidade e prostituição, e para não ser solta no desamparo deixa-se escra-vizar pelo bicho homem a que chama de marido.

III) por meio de um discurso feminino e de uma ótica feminina, tem-se o questiona-mento existencial, o medo e a angústia tí-picos do modernismo. Os sentimentos são contraditórios, há a oposição entre assu-mir-se e deixar-se estar, com a importância da linguagem, da percepção e da sensação, sobrepondo-se à importância das ações.

Está (ão) correta(s) apenas:

A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) I e III.

QUESTÃO 09 Assinale a alternativa correta sobre o conto

Pintou um clima (Macho não ganha flor). A) A prostituição é vista de uma forma quase ro-

mântica já que, no conto, as prostitutas são personagens idealizadas.

B) O “cliente”, no início, foi honesto, contando de seu divórcio e de como havia sido infeliz com a ex-esposa.

C) O “cliente”, apesar de ter sido honesto no iní-cio, depois foi desonesto ao acusar a prostituta de roubo.

D) As prostitutas do conto, além da exploração que sofrem nas ruas, precisam conviver com a violência policial.

E) A prostituta demonstrou ser mais honesta que o cliente por conservar o celular até que ele voltasse para apanhá-lo.

QUESTÃO 10 Quando o Rei Salomão atribui a função de jul-

gar o pastorzinho à personagem central de A Mu-lher Que Escreveu a Bíblia, produz nessa persona-gem uma nova percepção sobre o poder, contra-pondo-se ao seu desejo inicial de subir as escada-rias e sentar-se no trono para sentir ao menos o calor do corpo de Salomão.

Assinale a alternativa que não traduz a nova percepção sobre o trono e o poder. A) “Estava frio o assento, hostilmente frio. E era

alto o trono, muito mais alto do que eu tinha imaginado. Lá em cima eu me sentia isolada. Não era o mesmo isolamento que experimen-tava ao galgar a montanha e ao contemplar, lá de cima, o deserto; não, era do isolamento do poder que se tratava ali.”

B) “mas era exatamente isso o que eu queria, sentar no trono do rei Salomão: uma bizarra, grotesca e inócua tentativa de ascender ao poder. Não era a mim própria, contudo, que eu queria entronizar, e sim a minha feiúra.”

C) “Como o rei – mas tinha aprendido muito bem a minha lição, eu – fiz, uma dramática pausa. E então anunciei o meu veredicto, um veredicto que até a mim causou surpresa, porque eu me ouvia falando, e era como se a voz não fosse minha, como se alguém estivesse falando por minha boca, - quem? Não a esposa de Salo-mão, por certo; talvez a garota que corria pe-las veredas da montanha, aquela garota que, apesar de infeliz, nada temia.”

D) “Eu? Eu, julgar o pastorzinho? Eu, a feia, a esposa rejeitada? Eu? Não. Eu não poderia fazer aquilo. Era uma honra, e todos me olhavam com admiração e inveja – mas não, quem era eu para julgar, Domine, non sum digna.”

E) “Um isolamento, um poder, para o qual eu não estava preparada. Toda aquela gente, centenas de pessoas mirando-me, esperando por minhas palavras, aquilo verdadeiramente me aterrori-zava.”

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

BRASILEIRA

QUESTÃO 11 Sobre as referências a Tiradentes no Roman-

ceiro da Inconfidência, NÃO se pode afirmar que: A) antecipa desde o início o tipo de morte que te-

rá, no romance De Nossa Senhora da Ajuda, úni-ca cena de sua infância tratada na obra.

B) estabelece, no romance Do cigano que viu che-gar o Alferes, uma analogia entre a entrada de-le em Ouro Preto e a de Cristo em Jerusalém – episódio da vida de Cristo que é relembrado pelo catolicismo no Domingo de Ramos.

C) apresenta-o como um visionário, nos roman-ces Do riso dos tropeiros e De mais tropeiros, si-nalizando já para impossibilidade de concreti-zação dos ideais dele.

D) reconstitui sua morte valendo-se de alusões a figuras da História nacional que lutaram pela liberdade, conforme se lê nos romances Do cigano que viu chegar o Alferes, Do caminho da forca e Do bêbedo descrente.

E) reitera sua origem simples quando, no roman-ce Da arrematação dos bens do Alferes, lista os bens deixados por ele.

QUESTÃO 12 O trecho abaixo é um fragmento do primeiro

Cenário do Romanceiro:

“Isabéis, Dorotéias, Eliodoras, ao longo desses vales, desses rios, viram as suas mais douradas horas em vasto furacão de desvarios vacilar como em caules de altas velas cálida luz de trêmulos pavios. Minha sorte se inclina junto àquelas vagas sombras da triste madrugada, fluidos perfis de donas e donzelas.”

Compõem os “perfis de donas e donzelas” tra-

çados pela obra de Cecília, EXCETO: A) o sofrimento amoroso de Juliana de Masca-

renhas e Maria Ifigênia, “tristes donzelas sem dote”, por não poderem se casar em função de sua pobreza.

B) a opulência de Chica da Silva e a sua preocu-pação com as verdadeiras intenções do Conde

de Valadares para com o Contratador João Fer-nandes.

C) o remorso da Rainha D. Maria I e o seu temor do inferno por sentir-se culpada pelas mortes inocentes provocadas por seus decretos.

D) o inconformismo de Marília ao receber a notí-cia de que Gonzaga, exilado em Moçambique, lá se casou.

E) a nobre descendência de Bárbara Eliodora e o seu triste fim, causado pelo degredo do mari-do.

LEIA OS 2 TEXTOS A SEGUIR PARA RESPONDER

AS QUESTÕES 13, 14, 15 E 16. TEXTO 1 - Os filhos da era digital (...) Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de

Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, publica-ram no ano passado um estudo com alunos de es-colas públicas americanas no qual concluem que o rendimento escolar dos alunos que usam compu-tadores para pesquisas e jogos educativos subiu de 72% para 79%. No Brasil, a professora Maria Tere-sa Freitas, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Linguagem da Universidade Federal de Juiz de Fo-ra, que estuda a escrita dos adolescentes na inter-net, afirma que eles “lêem e estudam mais com a rede”. Para ela, os blogs, os diários virtuais, tam-bém são boas ferramentas para a escrita. A profes-sora afirma que as conversas nos chats – espaço para os papos virtuais – contribuem para o pen-samento crítico e ajudam a desenvolver uma me-lhor argumentação. (...)

As pesquisas com resultados positivos não sig-nificam que a internet seja uma solução mágica para as dificuldades escolares das crianças, nem que seja adequado privilegiar o mundo virtual em detrimento do aprendizado tradicional. (...). Na ho-ra de fazer tarefas ou exames escolares, as crian-ças entrevistadas por ÉPOCA admitiram adotar, às vezes, as abreviações usadas na internet, como pq em vez de porque, nas provas escolares. Todas disseram, porém, que os professores não aceitam essas abreviações. Mas não foi só a linguagem que mudou. (...) Na época dos “imigrantes”, a lógica era ter começo, meio e fim, porque era assim que as informações chegavam aos pequenos leitores de enciclopédias e livros didáticos. Não mais. Como hoje a principal fonte de informação é a internet, os assuntos nunca estão isolados, e sim ligados a temas correlatos. Cabe ao nativo digital escolher quando termina sua busca.

A internet é cheia de hiperlinks, as janelas sem fim. Um site remete a outro, e assim sucessiva-mente. Ao contrário do que alguns educadores pensavam, as crianças fascinadas com o mundo virtual não se perdem nos sites de buscas. “Os na-tivos não se surpreendem com a imensidão da re-de. Eles sabem que ela é quase infinita e, por isso, não abrem o espectro mais do que precisam”, diz Agnaldo Arroio, do Departamento de Ensino e Formação de Professores da USP. Junto com a faci-lidade de lidar com vários aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo, a relação com o computador trans-forma a mente das crianças. “O reflexo disso é um cérebro cheio de conexões, ativado por várias par-tes que realizam tarefas aparentemente simples”, diz Geraldo Possendoro, especialista em Neuroci-ências e Comportamento da Universidade Federal de São Paulo. (...) Essa análise instantânea das in-

formações faz com que ela desenvolva maior capa-cidade cognitiva. Mas a velocidade carrega um e-feito potencialmente ruim, de acordo com Clau-demir Viana, do Laboratório de Pesquisa sobre Cri-ança, Imaginário e Televisão da Universidade de São Paulo. “Elas podem perder a reflexão”, diz. As crianças também se tornaram mais sintéticas. De certa forma, impacientes com quem não tem as mesmas habilidades que elas na internet. “A garo-tada não consegue entender como a gente faz o caminho mais longo em vez de usar os atalhos”, diz Arroio, da USP. Eles têm dificuldades para as-similar a tecnologia superada. (...)

(MELLO, Kátia e VICÁRIA, Luciana. Os filhos da era digital. Época, 10/09/2007. parte integrante da Ed. 486)

Texto 2 – Messias, meu filho...

O Gato e a Gata, Laerte, disponível em

http://www.laerte.com.br

QUESTÃO 13 Pode-se depreender do texto 1 que:

A) o uso da internet é, em última análise, preju-dicial para o desenvolvimento cognitivo infan-til, embora haja provas de resultados benéficos em alguns casos.

B) o desempenho no aprendizado infantil expe-rimentou uma melhora significativa ao redor do globo devido à utilização da internet.

C) apesar de alguns efeitos nocivos, como o des-respeito à norma culta e o imediatismo, o uso da internet e aparelhos eletrônicos ofe-rece muitas vantagens para a evolução inte-lectual da criança.

D) a oferta de informação na rede é tão extensa que a maioria dos usuários não é capaz de se decidir por um caminho específico, o que fragmenta seu conhecimento.

E) a resolução de pequenos trabalhos mentais simultâneos desenvolve a capacidade analítica dos jovens.

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QUESTÃO 14 Considerado em sua construção, o texto 1:

A) é dissertativo-científico, estruturado a partir de uma discussão entre especialistas na área, sejam contra ou a favor do uso da internet, pa-ra provar a tese das autoras.

B) é um texto informativo com opinião implíci-ta. Apresenta, após cada argumento de auto-ridade a favor do uso da internet, um possí-vel efeito negativo, no sentido de manter a imparcialidade.

C) como é um artigo de jornal, trata de manter a objetividade, o que se nota, sobretudo, no uso da terceira pessoa.

D) é dissertativo, mas apresenta descrição e, em alguns trechos entre aspas, pequenas narra-ções.

E) é uma campanha publicitária mascarada de ar-tigo informativo dirigido a pais preocupados com o uso excessivo de seus filhos da internet e aparelhos eletrônicos.

QUESTÃO 15 O recurso lingüístico utilizado no texto 2 que

deflagra o efeito de humor no leitor é: A) a pergunta do pai, no primeiro quadrinho, in-

terrompida pelo filho, evidenciando o conflito de gerações.

B) a falta de sentido do diálogo entre pai e filho, como resultado do uso exagerado de jogos ele-trônicos pelo segundo.

C) a seriedade da pergunta do pai em contraposi-ção à despreocupação do filho com temas im-portantes.

D) a ambigüidade decorrente do enunciado profe-rido pelo pai, uma vez que o filho, por não o-lhar para o pai, não é capaz de estabelecer o sentido da pergunta.

E) a polissemia do vocábulo “vida”, que é to-mado em seu sentido denotativo pelo pai e compreendido em uma conotação específica, no contexto de jogos eletrônicos, pelo filho.

QUESTÃO 16 Os textos 1 e 2 estabelecem entre si uma rela-

ção de: A) intertextualidade implícita: ambos os textos

tratam do mesmo tema, ainda que sejam de gêneros diferentes e tenham uma abordagem distinta.

B) referência explícita, dado o uso da citação do primeiro texto no segundo.

C) gênero textual, uma vez que ambos são publi-cados em meios de comunicação de massa.

D) intertextualidade explícita, marcada pela pa-ródia do primeiro texto pelo segundo.

E) argumentação, uma vez que o primeiro está a favor do uso de internet e jogos eletrônicos e o segundo, contra.

QUESTÃO 17 Leia as seguintes afirmações sobre o conto

Macho não ganha flor, do livro de mesmo título, e depois assinale a alternativa correta. I) O mundo dos personagens é povoado por

aqueles que representam os vícios da soci-edade, com poucas exceções, como o la-drão desse conto que se arrepende e acaba indo embora sem fazer mal à vítima do as-salto.

II) O noivo da moça representa o papel da-quele que, por amor, apóia mesmo sem confiar na fidelidade de sua noiva.

III) Mesmo sem o estupro ter sido consumado, as marcas psicológicas permaneceram na vítima mesmo após o casamento.

Somente está(ão) correta(s):

A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III.

QUESTÃO 18 Leia as seguintes afirmações sobre o conto Is-

so aí, malandro, do livro Macho não ganha flor, e depois assinale a alternativa correta. I) O personagem principal representa o pe-

queno ladrão, que vive de arrombamentos e pequenos furtos, arriscando e tentando levar a vida “na malandragem”.

II) Paralelamente à vida de crimes, o perso-nagem também tem uma vida pessoal: já teve mulher e filha, que foi afogada no tra-vesseiro porque chorava.

III) No final do conto o personagem se mostra arrependido e inconformado com o seu destino.

Está(ão) correta(s):

A) somente I. B) somente II. C) somente III. D) somente I e II. E) I, II e III.

A CHARGE DE ANGELI, ABAIXO, É REFERÊN-

CIA PARA AS QUESTÕES 19 E 20.

Angeli, disponível em

http://www2.uol.com.br/angeli

QUESTÃO 19 Assinale a alternativa INCORRETA em relação

ao texto. A) O efeito cômico decorre do fato de as mesmas

pessoas que fazem uma homenagem à probi-dade serem corruptas.

B) A representação do elemento gráfico tem um papel supérfluo na construção do sentido da charge por parte do leitor.

C) A figura de linguagem dominante no texto é a ironia.

D) Há uma ironia dupla, uma vez que a comissão responsável pela fiscalização do processo pede propina para não cumprir seu papel.

E) O paradoxo também está presente no texto, marcado pela coexistência dos sentidos opos-tos de “probo”, explícito no título, e “corrup-to”, inferido pelo comportamento de executo-res e fiscais da obra.

QUESTÃO 20 O diminutivo de “cerveja”, no texto, manifes-

ta a idéia de: A) intensidade. B) ironia. C) afetividade. D) eufemismo. E) desprezo.

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TEXTO DE REFERÊNCIA PARA AS QUESTÕES

21, 22 E 23. Não foi sempre assim O Parlamento brasileiro é uma instituição de

triste presente e incerto futuro mas de passado glorioso.

O Congresso Nacional já foi uma instituição com muito mais peso no jogo entre os poderes. Em períodos do Império e da República, o Legisla-tivo dividiu com o Executivo a agenda política e protagonizou momentos memoráveis. No Segundo Reinado, por exemplo, a participação do Parlamen-to foi fundamental na conquista da abolição. A fi-gura de proa foi Joaquim Nabuco. Deputado por Pernambuco, Nabuco fez do fim da escravidão uma causa que transpôs os muros da Câmara. Lembra o historiador Marco Antonio Villa: “Ele buscou apoi-os no exterior, viajou para a Inglaterra e lançou um livro, O Abolicionista, que se tornou um clássi-co. Hoje, a maior produção literária de nossos par-lamentares são os livros de poemas que eles edi-tam na gráfica do Senado”.

Tanto no Império como na República Velha, a sintonia entre o Legislativo e a sociedade era mais intensa. O fato de o Parlamento ter sua sede no Rio de Janeiro, então capital do país, permitia uma participação popular mais freqüente. Em assuntos de grande repercussão, as galerias ficavam lotadas e os parlamentares deixavam o Congresso carre-gados em triunfo ou debaixo de vaias. Na Re-pública, o grande momento do Legislativo, de a-cordo com os historiadores, se deu entre 1946 e 1964, um intervalo entre dois períodos antidemo-cráticos – a ditadura Vargas e o regime militar. Foi a fase de ouro dos tribunos, em que despontaram juristas com o talento oratório de Afonso Arinos de Melo Franco. Números do Cebrap mostram que, nesse período, o Parlamento foi também especi-almente ativo em sua produção legislativa. Entre 1946 e 1964, apenas 38% das leis aprovadas no Congresso tinham origem no Executivo. Hoje, no-ve em cada dez leis aprovadas são feitas do outro lado da Praça dos Três Poderes.

(Veja, 31 jan. 2007)

QUESTÃO 21 Considerando as seguintes informações sobre

o texto “Não foi sempre assim”: I) O texto faz um retrospecto da atuação do

Parlamento brasileiro, localizando no pas-sado seu período de maior produtividade.

II) São exemplos da atuação do Congresso na-cional a abolição, a sintonia com a socie-dade e a atuação de alguns juristas impor-tantes.

III) A grande participação da sociedade junto ao Congresso Nacional não se devia à loca-lização do mesmo.

IV) Figuras como Joaquim Nabuco e Afonso A-rinos de Melo Franco conferiram ao Con-gresso a imagem de lentidão.

V) Outro dado para corroborar as glórias pas-sadas do congresso é a procedência das leis aprovadas por ele.

Estão corretas somente as assertivas: A) I – II – V

B) I – II – III C) I – II – IV D) I – III – V E) I – III – IV

QUESTÃO 22 Das proposições abaixo, a única que NÃO en-

contra respaldo no texto é: A) O segmento “Hoje, a maior produção literária de

nossos parlamentares são os livros de poemas que eles editam na gráfica do Senado” consiste em uma crítica do texto aos parlamentares atuais.

B) O uso de adjetivos – incerto, triste, glorioso, memoráveis – sinaliza para o posicionamento do texto ao lado dos parlamentares do passado – apesar do texto ser essencialmente informa-tivo.

C) A expressão “nesse período” refere-se à Repú-blica Velha.

D) Entre a ditadura Vargas e o regime militar en-contramos grandes juristas e um número ex-pressivo das leis (62%) aprovadas pelo Con-gresso elaboradas no Legislativo.

E) Os conectivos “por exemplo” e “nesse período” são empregados para introduzir uma exempli-ficação e localizar uma informação no tempo, respectivamente.

QUESTÃO 23 A partir do texto “Não foi sempre assim”, só é

correto afirmar que: A) o título “Não foi sempre assim” apresenta inco-

erência em relação ao primeiro parágrafo do texto.

B) apesar de apresentar informações sobre o Po-der Legislativo, o texto critica também o Exe-cutivo.

C) são palavras e/ou expressões que retomam o referente parlamento brasileiro: instituição, ju-rista, jogo, peso.

D) os dois últimos períodos do texto em que se compara a origem das leis aprovadas no con-gresso desmentem a idéia expressa no pri-meiro parágrafo.

E) vários vocábulos e/ou segmentos do texto mantêm a unidade temática ao dar prosse-guimento ao título, como em já foi, momentos memoráveis, fase de ouro.

QUESTÃO 24 Pode-se afirmar que a felicidade clandestina,

do conto homônimo, a narradora alcança quando: A) consegue livrar-se da tirania da filha do dono

da livraria que, cruelmente, manipula sua von-tade de ler o livro.

B) percebe que ela, narradora, embora não pos-sua o livro, é esbelta e bonita, enquanto a filha do dono da livraria é gorda, sardenta e feia.

C) pode entregar-se ao prazer solitário da leitu-ra, ao receber o livro emprestado da mãe da menina gorda e tirânica, com a possibilidade de ficar com o livro por quanto tempo qui-sesse.

D) cria uma simbiose em que se identifica com a personagem de Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, sentindo-se uma verdadeira rainha.

E) o conto apresenta uma ironia temática, já que não existe o que se possa chamar de felicidade clandestina, pois toda felicidade é, por defini-ção, explícita, aparente.

QUESTÃO 25 Leia as seguintes afirmações sobre o conto

Uma Amizade Sincera (Felicidade Clandestina) e, depois, assinale a alternativa correta. I) O contato com o profundo sentimento de

solidão existencial, que até mesmo a ami-zade mais sincera não consegue superar.

II) A relação de dois rapazes, cuja amizade os leva a superar qualquer obstáculo que en-contram na vida a dois.

III) A busca de respostas às angústias existen-ciais que se tornam inevitáveis no cotidia-no da vida moderna.

IV) Nem mesmo a sinceridade de uma amizade verdadeira elimina a solidão existencial in-trínseca ao indivíduo.

V) A narrativa desmascara a questão da sin-ceridade numa amizade, demonstrando que, apesar do esforço dos dois persona-gens, a amizade deles não é sincera, pois não conseguiram levar sua amizade adian-te.

Estão corretas somente:

A) I e IV. B) I e III. C) II e III. D) II e IV. E) I, IV e V.

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QUESTÃO 26 “Por que, minha irmã? Todos devemos perdoar-

nos mutuamente; todos somos culpados por ha-vermos acreditado ou consentido no fato primeiro, que é a causa de tudo isto. O único inocente é a-quele que não tem imputação, e que fez apenas uma travessura de criança, levado pelo instinto da amizade. Eu o corrijo, fazendo do autômato um homem; restituo-o à sociedade, porém expulso-o do seio de minha família e fecho-lhe para sempre a porta de minha casa. (A Pedro) Toma: é a tua carta de liberdade, ela será a tua punição de hoje em di-ante, por que as tuas faltas recairão unicamente sobre ti; porque a moral e a lei te pedirão uma conta severa de tuas ações. Livre, sentirás a neces-sidade do trabalho honesto e apreciarás os nobres sentimentos que hoje não compreendes. (Pedro beija-lhe a mão)”

(ALENCAR, José. Demônio familiar. São Paulo: Martin Claret, 2005.)

Marque a alternativa correta. A) A fala transcrita é do personagem Carlotinha

visto que é bastante doce e ponderada. B) A fala é do personagem Eduardo que se mostra

extremamente benevolente e paternal para com Pedro, o escravo.

C) No excerto, vê-se que o trabalho escravo, so-bretudo o doméstico, realizado pelo persona-gem Pedro é tão valorizado quanto o trabalho livre.

D) No fragmento, vê-se que a liberdade é um bem fácil de se conseguir.

E) A fala é de Eduardo e o tom é severo, austero e moralizador.

QUESTÃO 27 Sobre Demônio Familiar, marque a alternativa

correta. A) A peça apresenta grande número de persona-

gens cujas aventuras dinamizam o drama, o-correndo em vários espaços externos, dificul-tando a encenação uma vez que há cenários múltiplos.

B) As peripécias se sucedem, colocando as perso-nagens em situações limites como a morte, a decadência, a falência, a prisão, os inúmeros infortúnios.

C) Embora a peça seja uma comédia de costumes, o tema destacado é a crueldade a que são sub-metidos os escravos e suas lutas anti-escravagistas.

D) O ambiente familiar não recebe trégua, sendo mostrado em suas profundas contradições em que se sobressaem as personagens negativas, egoístas e marginalizadas.

E) A peça traz marcas românticas, idealizando instituições sociais como a família, o traba-lho e o casamento, fontes de felicidade e realização, contrapondo-se à vida mundana dos salões.

QUESTÃO 28

MODA DA CAMA DE GONÇALO PIRES

Gonçalo Pires possui uma cama Em nossa vila não tem mais nenhuma, Gonçalo Pires se dá um estadão, Só ele na terra dorme gostoso Em traste bonito de estimação. Delém, dem! dem!... O sr. Ouvidor, Representante de Felipe IV, Já vem subindo pelo Cubatão. O dr. Antonio Rebelo Coelho Vem nesta vila fazer correição. Delém! dem! dem!... São Paulo nos acuda! Se agita a Municipalidade, Ouvidor-geral não dorme no chão! Gonçalo Pires não quer emprestar Cama cobertor lençol e colchão. Mas os vereadores são bons paulistas E Francisco Jorge, o procurador, Recebe da Câmara autorização: Trará a cama de Gonçalo Pires, Ele que deixe-se de mangação! Gonçalo Pires resmunga, peleja, Mas a autoridade é da Autoridade, Lá vêm pelas ruas em procissão, Cobertos de olhos relampeando inveja Cama cobertor lençol e colchão. Que úmido frio... Das várzeas em torno Da noite vazia que não tem fim Dissolve as casinhas a cerração... O Ouvidor-geral sonha em cama boa E Gonçalo Pires dorme no chão. Delém! dem! dem!... Ouvidor vai-se embora. Sai mais festejado que quando entrou... A Câmara impa de satisfação. Mas os vereadores são bons paulistas: - Que entregue-se a cama com prontidão. Gonçalo Pires rejeita o bem dele. Não dorme em cheiro de ouvidor-geral... Se reune a Câmara em nova sessão. - Lave-se o lançol! indica o notário. Qual! Gonçalo empaca na rejeição. Sete anos levam nessa pendenga A Câmara paulista e Gonçalo Pires, Paulista emperrando, não cede não. E a História não sabe que fim levaram Cama cobertor lençol e colchão.

(Mário de Andrade: Clan do Jabuti , 1927)

Sobre o poema é INCORRETO afirmar que: A) alinha-se às preocupações da primeira fase

modernista de contestar o legado cultural português e reconhecer no primitivo os tra-ços definidores da nacionalidade.

B) aproxima-se da narração, dada a presença de alguns dos elementos desse gênero, como a-presentação, personagens, conflito e desfecho.

C) delineia alguns dos contornos do Brasil colô-nia, como as desigualdades sociais e os privi-légios dos ocupantes de postos da administra-ção.

D) possui ritmo e sonoridade, criados, dentre ou-tros recursos, pela regularidade da métrica e pela rima, não obstante se enquadre na pri-meira fase do modernismo.

E) enaltece o paulista, embora não associe isso ao fenômeno do crescimento por que passa-vam o estado e a cidade de São Paulo à época da produção da obra.

QUESTÃO 29 Apesar de toda luta histórica feminista, o au-

tor de A mulher que escreveu a bíblia, deixa entre-ver, nas linhas de seu romance, que o mundo é es-sencialmente machista. Qual fragmento do ro-mance se contrapõe a essa afirmação? A) “Uma primogênita era sempre um inconveni-

ente, para dizer o mínimo: não garantia suces-são, não ajudava no trabalho e ainda precisa-ria de um dote para poder casar.”

B) “Era um varão que meu pai queria para pri-mogênito; aliás, só queria filhos homens, mas Jeová o castigou dando-lhe três filhas, a pri-meira medonha.”

C) “Mulher, mesmo feia, era para cuidar de ca-sa, para casar, gerar filhos. O que ele (o es-criba) estava me propondo não chegava a ser uma transgressão, mas era algo fora do co-mum.”

D) “Escrever era coisa para raríssimos iniciados, para os escribas que, por mecanismos obscu-ros, chegava ao domínio de uma habilidade que nós outros olhávamos com um respeito quase religioso.

E) “– De agora em diante – prosseguiu a mulher – tua rotina será a de todas as esposas. Vais levantar pela manha – cedo, porque o rei não gosta de preguiçosas; farás ginástica para manter o corpo jovem e flexível. A seguir, uma escrava virá lavar-te, pentear-te, vestir-te, a-dornar-te. Farás uma refeição – tua alimenta-ção será rigorosamente controlada – e ficarás à espera.”

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QUESTÃO 30 Assinale a alternativa que contradiz o texto A

Mulher Que Escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar. A) Em algumas partes do texto, o autor resgata

estereótipos sociais sobre a mulher. Exemplo podemos ler na história da “Virgem Caduca”. Esta, segundo a narrativa, vivia de forma ran-zinza e queixosa, porque “o problema era que ela nunca havia sido desvirginada”.

B) Outro estereótipo trabalhado por Moacyr Scli-ar, que podemos sintetizar na célebre frase de Vinícius de Moraes é “As feias que me descul-pem, mas a beleza é fundamental.”

C) “Sem dificuldades, pulei o muro do palácio. Corri pelas ruas da cidade adormecida, em di-reção ao sul, ao deserto. Ia atrás de um certo pastorzinho. Se me apressasse, poderia encon-trá-lo em dois ou três dias. À altura de certa montanha. E de suas enigmáticas, mas pro-missoras cavernas.” Quanto a esse final do li-vro, revela-nos, a narrativa, que é possível a-plicar o ditado popular: “Um asno sempre en-contra outro para se enroscar”.

D) Ao escrever o texto da história de Salomão, a autora foi isenta e em nenhum momento se infiltra na narrativa, revelando o espectro de seu insatisfeito sexo. Nada, nem mesmo nas entrelinhas fora, segundo a narradora, posto.

E) A culpa pela feiúra da personagem é posta, ex-cluindo-se aqui a traição paterna e o estado em que ficou a mãe, como um fato da crendice popular. Tratava-se de “um inesperado efeito: a visão da montanha ficou impressa para sem-pre no meu rosto. Como aquelas mães que comem morango e o filho nasce com um sinal em tudo semelhante ao morango”.

QUESTÃO 31 O fato de o livro desejado pela narradora de

Felicidade Clandestina ser Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, pode ser entendido como: A) A narradora, sendo humilhada constantemen-

te pela filha do dono da livraria, tinha o desejo inconsciente de sentir-se por cima, tornar-se uma “rainha, de nariz empinado”.

B) Referência à ascendência que a filha do dono da livraria, detentora do livro, tinha sobre a narradora, em função do intenso desejo de ler o livro que tem esta.

C) A escolha de Reinações de Narizinho é absolu-tamente circunstancial, nada tendo a ver com a concepção estrutural do texto.

D) Trata-se de um conto autobiográfico e, assim sendo, Clarice Lispector apenas relata o que lhe aconteceu na infância, registrando, portan-to, o nome do livro que foi objeto de sua expe-riência.

E) Era apenas natural que, sendo Monteiro Loba-to, na época, o principal autor de livros infan-tis, fosse escolhida uma de suas obras, e, espe-cificamente, Reinações de Narizinho, obra-prima do escritor do Rio Grande do Sul.

QUESTÃO 32 Entre os temas abordados por Dalton Trevisan

no livro Macho não ganha flor, qual deles NÃO apa-rece no conto Um tal Tibinha? A) Assassinato B) Drogas C) Sedução D) Violência E) Estupro

QUESTÃO 33 “As figuras de linguagem (...)Recursos que aumentam o grau de expressi-

vidade do texto, as figuras de linguagem são tam-bém usadas nos discursos publicitários. É conveni-ente aconselhar o interlocutor valendo-se de e-xemplos comparativos (metáforas), amenizando fatos (eufemismos) ou exagerando-os (hipérboles), reforçando palavras ou conceitos (repetições), en-fim, adotando conscientemente procedimentos ar-gumentativos que tratam de tornar o discurso mais envolvente, mesmo porque sua finalidade não é só informar, mas persuadir, gerar uma ação futura.

Na mensagem Tranta Totem, verificamos mui-tas figuras de linguagem: antonímia (Leia mais li-vros e assista menos TV), aliteração (Quando você perder, não perca a lição), prosopopéia (ele- o Tan-tra Totem- foi enviado ao redor do mundo).”

(CARRASCOZA, J. A. Redação publicitária: estudos sobre a retórica do consumo, São Paulo: Futura, 2003, p.44, texto

adaptado) Marque a alternativa INCORRETA.

A) A frase “fale devagar, mas pense com rapidez” consiste no uso da figura de linguagem anto-nímia.

B) A frase “Não deixe uma pequena disputa fe-rir uma grande amizade” não se utiliza de antonímia.

C) A frase “Lembre-se dos três Rs: respeito por si próprio, respeito pelo próximo, responsabili-dade pelas suas ações” utiliza a aliteração.

D) A frase “Super proteção, máxima discrição” se utiliza da hipérbole.

E) A frase “Rainha: o tênis que o brasileiro fabrica e o americano USA” gira em torno da ambigüi-dade, do sentido duplo.

QUESTÃO 34 No conto O grande assalto (Macho não ganha

flor) aparece a figura do pequeno criminoso típico dos grandes centros urbanos modernos gerado por vários problemas sociais. Assinale entre os trechos retirados do conto, abaixo, um que apre-senta uma possível causa para a formação desse criminoso. A) Peguei o dinheiro, meti no bolso e vim para

casa. B) Desde os 12 anos já perdido nas drogas. C) Nós roubamos e dividimos o dinheiro. D) Chega no caixa e aponta a arma: É um assalto! E) A arma. Passa pra cá.

QUESTÃO 35 “Em setembro de 1842, surgiria, no Alegrete

(RS), O Americano, para substituir O Povo, que dei-xara de circular desde a ocupação de Caçapava pe-los imperiais. Surgia da necessidade de combater ‘os escritores venais do Rio de Janeiro e seus saté-lites, que desfiguram os atos da nossa gloriosa re-volução[Farroupilha, no Rio Grande do Sul] e pro-palam mil calúnias, dirigidas a aviltar nosso cará-ter e a deprimir nosso governo’. A doutrinação po-lítica exercida pelo novo órgão farroupilha era democrática: ‘a soberania reside nos povos, todo o poder legítimo dimana da vontade popular’, pre-gava. Quando Caxias apareceu, defendendo a solu-ção conciliadora para pôr termo à longa campa-nha que devastava a província, O Americano, res-pondia com sarcasmo: ‘Quem há por aí que repro-ve a moderação e a docência com que S. Ex. fala de si mesmo? Quem duvidará que o Senhor Supremo, pois um dos seus incompreensíveis mistérios, o tenha elegido para satisfazer os ardentes desejos do Imperador e do Brasil? Rio-grandenses, rendei as armas; entregai vossos pulsos às cadeias... Ele foi mandado, qual outro Moisés, a libertar o povo querido do cativeiro e da tirania: sua missão é au-gusta e sagrada, seu poder, imenso e sobrenatu-ral...’ Sem a leitura de O Povo, que circulou de 1838 a 1840, de O Mensageiro, que circulou de 1835 a 1836, de O Americano, que circulou de 1842 a 1843, da Estrela do Sul, que circulou em 1843 e uns pou-cos mais, a história farroupilha é incompleta. Nes-sas folhas, impressas quase sempre sob condições extremamente difíceis, o movimento ficou espe-lhado, em todos os seus traços, os gerais e os par-ticulares.” (SODRÉ N. W. História da imprensa no Brasil. 4.ed. Rio de

Janeiro: Mauad, 1999,p. 131) Marque a alternativa correta.

A) Sodré salienta a importância dos periódicos pró-governo, criticando os jornais cuja infor-mação versava sobre o Rio Grande do Sul.

B) Sodré valoriza a imprensa do eixo Rio-São Pau-lo visto que somente aí residia a verdade sobre as revoluções gaúchas do século dezenove.

C) Os jornais rio-grandenses eram limitados uma vez que espelhavam somente a história parti-cular das revoluções gaúchas.

D) Os periódicos gaúchos citados são fonte de documentação histórica sobre o país e o Rio Grande do Sul.

E) Sodré informa com pesar o período curto de vida dos jornais gaúchos.

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HISTÓRIA

QUESTÃO 36 “Com as conquistas, tanto a economia quanto

a sociedade romana foram se transformando. Até 202 a.C., quando terminou a Segunda Guerra Púni-ca, Roma ainda não havia se voltado para o Orien-te. Naquele momento, os domínios romanos limi-tavam-se ao Ocidente, que, em comparação com o Oriente Helenístico (antigo domínio de Alexandre Magno), era pouco desenvolvido e muito pobre. Mas os povos do Ocidente (Itália, sul da Gália e parte da Espanha) tinham uma riqueza que des-pertava a cobiça dos patrícios: terras. Essas terras foram confiscadas e convertidas em terras públi-cas (ager publicus). Apesar de públicas, foram ven-didas ou arrendadas aos patrícios, os únicos que, na prática, tinham acesso a elas. Foi justamente essa privatização das terras públicas que impulsi-onou o processo de concentração de terras nas mãos dos patrícios.”

O trecho acima se refere a um período da his-tória romana, cuja principal característica foi: A) os escravos tornaram-se a principal mão-de-

obra, tanto na agricultura quanto no artesanato.

B) os estrangeiros imigrados tornaram-se a prin-cipal mão-de-obra, principalmente nas indús-trias urbanas.

C) os pequenos proprietários rurais tornaram-se a principal mão-de-obra, constituindo-se base da produção agrícola.

D) os servos tornaram-se a principal mão de obra, constituindo-se na principal força econômica industrial de Roma.

E) os plebeus tornaram-se a principal mão-de-obra, tanto da agricultura familiar como nos serviços e comércio urbano.

QUESTÃO 37 A partir do século III, o Império Romano en-

trou em declínio, pois foi interrompido o principal mecanismo de obtenção de escravos, as guerras de conquista. Entretanto, essa crise foi sendo sentida lentamente e, num primeiro momento, não acar-retou graves problemas, pois o poder central acen-tuou a exploração tributária das províncias, como forma de garantir o orçamento do Estado romano. Sobre esse processo histórico, é correto afirmar: I) A região européia do Império passou a ser

ocupada por povos nômades, de diferentes origens, que realizaram sempre um pro-cesso de migração, ou seja, sem a utiliza-ção de guerra contra os romanos.

II) A crise econômica determinada pela crise do modo de produção escravista determi-nou um acentuado processo de ruralização populacional, determinando novas formas de organização sócio-econômica, baseada no trabalho do colono e no desenvolvi-mento da “Villa”, a grande propriedade ru-ral.

III) As crises políticas eram freqüentes, pois não havia um critério definido de sucessão para o trono. Muitas vezes, a sucessão era marcada por guerras entre os generais mais poderosos.

IV) A difusão do cristianismo solapou as insti-tuições imperiais, pois pregava valores contrários à manutenção do trabalho es-cravo e à divinização dos imperadores.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) I e II. D) I e IV. E) II, III e IV.

QUESTÃO 38 “Inicialmente, Maomé não pretendia fundar

uma religião. Queria simplesmente “despertar” os seus concidadãos, convencê-los a venerar apenas a Alá, pois eles já o reconheciam como criador do céu e da Terra, e responsável pela fertilidade; evo-cavam-no por ocasião de crises e de grandes peri-gos e juravam “por Deus em seus votos mais sol e-nes”. Alá era, de resto, o senhor da ka´ba (Caaba). Numa das mais antigas suras, Maomé pede aos membros de sua própria tribo, os Coraixitas, que “adorem o senhor desta Casa; ele os alimentou nos dias de fome e libertou-os do medo”. Contudo, a oposição não demorou a manifestar-se”.

(ELIADE, Mircea. História das crenças e das idéias religiosas . Rio de Janeiro: Zahar, 1984, tomo 3, página

89) Tendo como base o texto acima, podemos as-

sinalar como INCORRETO com relação ao Islamis-mo: A) Recitação do credo islâmico, “Não existe ne-

nhum deus além de Alá e Maomé, o seu profe-ta”.

B) Preces cotidianas, chamadas de slãts, feitas cin-co vezes ao dia, em direção à Meca.

C) Observação do mês do Ramadã, no qual os fiéis jejuam desde o nascer até o pôr do sol.

D) Peregrinação para Meca, ou Hajj, ao lugar do nascimento de Maomé e sede da Caaba, pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano dotado de condições físicas e econômicas.

E) Propagação pacífica do Islã, ou Jihad, pela qual a mesma deve ser levada aos outros po-vos de maneira cordial, por meio da catequi-zação e da conversão voluntária.

QUESTÃO 39 “Os Estados nacionais evidenciaram caracte-

rísticas próprias no seu processo de construção e se consolidaram em tempos diferenciados. En-quanto a França e a Inglaterra, em meados do sé-culo XV, possuíam fronteiras definidas e governo próprio, a Itália e a Alemanha ainda eram frag-mentadas, só vindo a se construir como unidade política no terceiro quartel do século XIX. As bases de formação dos Estados Modernos remontam a-inda à Época Medieval, no período conhecido co-mo Baixa Idade Média (séculos XI-XV)”.

O trecho do texto acima se refere à formação dos modernos Estados nacionais. Sobre isso é IN-CORRETO afirmar que: A) entende-se por Monarquia Absolutista o sis-

tema de governo em que o rei, encarnando o ideal nacional, possui de direito e de fato os atributos da soberania: poder de decretar leis, de fazer justiça, de arrecadar impostos e de manter um exército permanente, entre outras atribuições.

B) para a organização de seus reinos, os sobe-ranos aboliram totalmente as antigas práti-cas feudais e, com o apoio irrestrito dos no-vos burgueses, avançaram para a criação de instituições políticas modernas e adotaram o capitalismo puro.

C) para a organização de seus reinos, os sobera-nos aperfeiçoaram os tribunais de justiça atra-vés de funcionários capacitados; criaram um corpo de oficiais dispondo de militares perma-nentes; instituíram diversas formas de impos-tos; expandiram as fronteiras nacionais e con-centraram as propriedades descentralizadas politicamente num único reino.

D) os reis ocuparam-se da prática da justiça, pois esta era a grande aspiração das populações camponesas contra a violência da nobreza e contra o perigo de perderem suas terras. Para isso, dedicaram especial atenção à organização das leis escritas, inspirando-se nas tradições romanas.

E) só depois da mudança estrutural e cultural re-presentada pela revolução nacional surge a instituição básica dos tempos modernos, o Es-tado nacional, e as sociedades passam a ter condições para promover seu desenvolvimen-to. A formação dos Estados nacionais garantiu a existência de um mercado razoavelmente seguro, onde pudesse haver comércio e os ga-nhos de produtividade decorrentes da divisão do trabalho.

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QUESTÃO 40 “O sistema colonial é o conjunto de relações

entre as metrópoles e suas respectivas colônias em uma determinada época histórica. A atividade co-lonizadora européia aparece como desdobramento da expansão puramente comercial. Passou -se da circulação (comércio) para a produção. No caso português, esse movimento realizou-se através da agricultura tropical. Os dois tipos de atividade, cir-culação e produção, coexistiram. Isso significa que a economia colonial ficou atrelada ao comércio eu-ropeu. Segundo Caio Prado Jr., o sentido da coloni-zação era explícito: fornecer produtos tropicais e minerais para o mercado externo.”

O trecho do texto acima refere-se à inserção

do Brasil nos quadros do sistema colonial mercan-tilista português. Sobre isso, leia as proposições abaixo: I) A descoberta de ouro e prata no México e

no Peru funcionou como estímulo ao início da colonização portuguesa. Outro fator que obrigou Portugal a investir na América foi a crise do comércio indiano. A frágil burguesia lusitana dependia cada vez mais da distribuição dos produtos orientais feita pelos comerciantes flamengos, que impu-nham os preços e acumulavam os lucros.

II) Em meados do século XVI, diante do apa-rente fracasso das capitanias hereditárias, a Coroa portuguesa decidiu tomar medidas concretas para viabilizar a colonização, criando o governo-geral, com o objetivo de centralizar política e administrativamente a colônia, mas sem abolir o regime das ca-pitanias.

III) Dentre as principais medidas dos primei-ros governadores-gerais, podemos desta-car: abertura dos portos, liberação da ati-vidade industrial, permissão da imprensa livre, fundação da academia militar, cria-ção do Jardim Botânico, da biblioteca real, da academia das Belas Artes e do Banco do Brasil.

IV) Apesar da tendência centralizadora do go-verno-geral, a centralização jamais foi completa, pois vias de comunicação inter-regionais eram quase inexistentes ou mui-to precárias, o que propiciou a predomi-nância dos poderes locais representados pelos grandes proprietários.

Estão corretas somente:

A) I, II e IV. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 41 “(...) Em primeiro lugar, (...) a alimentação é

necessária ao homem; em segundo, (...) a paixão entre os sexos é necessária e se manterá, com poucas diferenças, tal como existe agora (...) o po-der da população é infinitamente maior que o po-der da terra para produzir as substâncias necessá-rias ao homem. A população, se não encontra obs-táculos, cresce de acordo com uma progressão ge-ométrica. As substâncias crescem com uma pro-gressão aritmética. Basta um pequeno conheci-mento dos números para mostrar a imensidade do primeiro poder em comparação com o segundo.”

(Malthus, Thomas. In:Beaud, Michel. História do Capitalismo: de 1500 aos nossos dias. São Paulo:

Brasiliense, 1991). Tendo como base o texto acima transcrito e a

teoria Malthusiana, é correto afirmar que: A) o trabalho deveria ser encarado como uma

mercadoria sujeita à lei da oferta e da procura. B) a produção agrícola acompanha o crescimento

demográfico. C) a fome das populações se devia às leis da natu-

reza e à ganância da burguesia. D) a miséria dos trabalhadores era conseqüên-

cia de uma lei da natureza, sendo necessário o controle de natalidade.

E) o aumento da produção agrícola deve ser pro-porcional ao crescimento demográfico.

QUESTÃO 42 “A liberdade natural do homem consiste em

estar livre de qualquer poder superior na Terra (...), tendo somente a lei da natureza como regra. (...) Sendo os homens, (...) por natureza, todos li-vres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. (...) Se o homem no estado da natureza é tão livre, con-forme dissemos, se é senhor absoluto de sua pro-pria pessoa e posses, (...) por que abrirá ele mão dessa liberdade (...) e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer poder? Ao que é óbvio res-ponder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de tercei-ros (...); e não é sem razão que procura de boa von-tade juntar-se em sociedade com outros (...) para mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de ‘propriedades’.”

(John Locke, Segundo tratado sobre o governo. In: Locke. São Paulo: Abril, 1978. p. 43,71,82. Coleção Os

Pensadores). Tendo como base o pensamento político de

Locke e os fundamentos do Liberalismo, analise as proposições a seguir: I) Segundo a teoria de Locke, os homens vi-

viam antes num estado natural em que prevaleciam a liberdade e a igualdade ab-solutas, sem o controle de nenhuma espé-cie de governo.

II) Um dos fundamentos do Liberalismo é que os governos só existem para atender os ci-dadãos e também estão submetidos à lei.

III) Para Locke, para evitar o caos do estado de natureza, era necessário o estabelecimento de uma sociedade civil e a instituição de um governo.

IV) Segundo Locke, é a sociedade que escolhe e delega poder absoluto, mesmo que tirâ-nico, aos governantes, e a eles se submete após a escolha.

Estão corretas:

A) apenas I, II e IV. B) apenas I, III e IV. C) apenas I, II e III. D) apenas II, III e IV. E) I, II, III e IV.

QUESTÃO 43 “A influência das idéias iluministas, difundi-

das na Europa no decorrer do século XVIII, tiveram reflexos na América espanhola, particularmente sobre a elite colonial (os criollos), que adaptou-as a seus interesses de classe, ou seja, a defesa da li-berdade frente ao domínio espanhol e a preserva-ção das estruturas produtivas que lhes garantiri-am a riqueza. O elemento que destravou o proces-so de ruptura colonial foi a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte sobre a Espanha; no entanto, é importante considerar o conjunto de alterações ocorridas tanto nas colônias como na metrópole, percebendo a crise do Antigo regime e do próprio sistema colonial, como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.”

O trecho do texto acima se refere ao processo de independência das colônias espanholas na A-mérica, tendo como características: I) A resistência à ocupação francesa iniciou-

se tanto na Espanha como nas colônias, onde algumas elites locais iniciaram a formação de Juntas Governativas que, em várias cidades, passaram a defender a idéia de ruptura definitiva com a metrópole.

II) O movimento de independência das col ô-nias espanholas teve um caráter militar, envolvendo anos de conflito com a Espa-nha.

III) O movimento de independência das col ô-nias espanholas promoveu a fragmentação territorial, processo caracterizado pela transformação das colônias em vários na-ções republicanas, com exceção feita ao México.

IV) O movimento de independência das colô-nias espanholas foi conduzido inicialmente pela elite criolla, mas adquiriu um caráter popular e igualitário logo após a ruptura com a Espanha, fruto da difusão das idéias de Jean-Jacques Rousseau no seio das clas-ses subalternas.

Estão corretas apenas:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) I e IV. E) I e II.

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QUESTÃO 44 “A Guerra de Secessão americana é apontada

pela maioria dos estrategistas militares como uma fonte inesgotável de erros crassos na difícil arte de conduzir uma batalha. Desde o princípio, eviden-ciou-se que os confederados tinham melhores co-mandantes, possivelmente pela tradição aristocrá-tica dos costumes sulistas que associavam o gran-de proprietário de terras à arte de saber liderar homens, enquanto que os oficiais nortistas, ge-ralmente vindos da classe média, tiveram que a-prender a fazê-lo ao longo da guerra. Os generais de ambos os lados optaram, em geral, por ataques frontais contra as defesas dos adversários, levando em pouca conta os efeitos mortais das barreiras de tiros, tanto da artilharia como das fuziladas da in-fantaria entrincheirada. O efeito disso é que as ba-talhas tornaram-se, mais do que em qualquer ou-tra época, açougues em céu aberto”.

Sobre à Guerra Civil Norte-Americana (1861-65), podemos enumerar: I) A eleição de Abraão Lincoln em 1860 não

foi acatada pelos estados escravistas do sul que, logo depois do pleito, formaram os Estados Confederados, com capital em Ri-chmond, na Virgínia. Os separatistas apro-varam uma nova constituição e até esco-lheram Jefferson Davis como presidente provisório.

II) O medo dos sulistas era em vão, pois Lin-coln, apesar de ter sido apoiado na eleição por uma coalizão de artesãos, operários, empresários, fazendeiros e pequenos pro-prietários, não era politicamente compro-metido com os abolicionistas.

III) A estrutura econômica norte-americana nessa época deixava cada vez mais latente a tensão entre o norte, burguês, industrial e defensor do trabalho livre com o sul, a-ristocrático, agrário e defensor do trabalho escravo.

IV) Além da questão do regime de trabalho, as divergências entre norte e o sul também passavam pelos princípios tarifários: o norte defendia a proteção do mercado in-terno e o sul era livre-cambista, pois de-pendia da exportação de produtos agríco-las, especialmente o algodão.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 45 O período compreendido pelas duas décadas

entre as duas guerras mundiais, de 1919 a 1939, além de grande efervescência cultural, também foi marcado pelo (a): A) triunfo absoluto do capitalismo liberal e da

democracia burguesa. B) crise do petróleo e surgimento da “guerra fria”

entre os E.U.A e a U.R.S.S.

C) criação de novos países no leste europeu, sob o controle soviético.

D) crise das sociedades liberais e polarização entre fascismo e comunismo.

E) descolonização afroasiática e golpes militares na América Latina.

QUESTÃO 46 “Movimento político que começou em 1919,

na Itália, com propostas bem radicais: sufrágio u-niversal, a abolição do Senado, a instituição legal da jornada de 8 horas, um pesado imposto sobre o capital, o confisco de 85% dos lucros de guerra, a aceitação da Liga das Nações, a oposição a todos os imperialismos e a defesa de anexações territori-ais. Em 1920, essa plataforma foi substituída por uma de caráter mais conservador. No novo pro-grama desapareceram os argumentos em prol de uma reforma econômica. Em 1922, se apoderaram do governo, em meio ao caos após a Primeira Grande Guerra e, pela ausência de apego ao regi-me democrático, essa facção assumiu o poder, no qual ficou durante 21 anos, com a seguinte plata-forma: Estado corporativo, autoritarismo, naciona-lismo, anti-comunismo e militarismo.”

O trecho do texto acima refere-se ao: A) Franquismo. B) Nazismo. C) Stalinismo. D) Salazarismo. E) Fascismo.

QUESTÃO 47 “Desde o início da década de 1930, a vida polí-

tica da América Latina encontrava-se extremamen-te convulsionada pela queda das elites políticas tradicionais, num processo em que os militares e, especialmente, os jovens oficiais passaram a de-sempenhar um papel decisivo. Os novos regimes que emergiram da crise resultaram quase sempre de uma simbiose entre os velhos e os novos gru-pos dominantes. Mas caracterizaram-se, também, pela preocupação das elites em incorporar as mas-sas urbanas ao processo político, com a criação de governos populistas.”

(In: MENDES JR., Antonio et alii. “A idade do populismo na América Latina.” In: Brasil Texto e Consulta. São

Paulo: Hucitec, 1991)

Com base no texto acima, é correto afirmar sobre o fenômeno populista na América Latina: I) Fenômeno político que se manifestou com

mais intensidade nos períodos de transição social e econômica, em sociedades dividi-das entre a tradição e a modernização, o populismo se baseou numa visão românti-ca de povo como estrato social dotado de valores exclusivamente positivos.

II) O populismo na América foi um fenômeno típico das décadas de 1930 e 1940 e teve seu maior desenvolvimento no Brasil com Getúlio Vargas, na Argentina com Juan Domingos Perón e no México com Lázaro Cárdenas.

III) No Brasil, o populismo surgiu com a revo-lução de 1930 e a ascensão de Getúlio Var-gas ao poder e serviu a uma estratégia de crescimento econômico cujo objetivo era a criação de um capitalismo nacional e autônomo.

IV) O Estado peronista desenvolveu a doutrina do “justicialismo”, pela qual procurou neu-tralizar os conflitos entre classes, através da retórica da justiça social, com vistas à instauração de um governo revolucionário de esquerda, democrático e popular.

Estão corretas somente:

A) II, III e IV. B) I, III e IV. C) I, II e III. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 48 “Sistema político nacional, baseado em bar-

ganhas entre o governo e os líderes locais. O go-verno estadual garantia, para baixo, o poder do lí-der local sobre seus dependentes e seus rivais, so-bretudo cedendo-lhe o controle dos cargos públi-cos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O líder local hipoteca seu apoio ao go-verno, sobretudo na forma de votos. Para cima, os governadores dão seu apoio ao presidente da Re-pública em troca do reconhecimento deste de seu domínio no estado. Esse sistema político foi defini-tivamente enterrado em 1937, em seguida à im-plantação do Estado Novo e à derrubada de Flores da Cunha”. O trecho acima foi adaptado de um importante texto do historiador mineiro José Muri-lo de Carvalho, publicado em 1999 sobre o: A) Tenentismo. B) Cangaço. C) Messianismo. D) Populismo. E) Coronelismo.

QUESTÃO 49 Quando Getúlio Vargas subiu ao poder, após o

golpe de 1930, nomeou um interventor não paulis-ta para dirigir São Paulo. Isso desgostou os paulis-tas, sobretudo os dirigentes do Partido Republica-no Paulista (PRP), e foi a origem da: A) Aliança Nacional Libertadora. B) Coluna Prestes. C) Revolução Constitucionalista. D) Intentona Comunista. E) Criação do Estado Novo.

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QUESTÃO 50 “Foi num cenário marcado por intensa desi-

gualdade social que um grupo de revolucionários, liderado pelo jovem advogado cubano Fidel Castro, iniciou uma luta sem tréguas contra o ditador Ful-gêncio Batista. Depois de uma tentativa fracassada de chegar ao poder, os revolucionários embrenha-ram-se na Sierra Maestra e, apoiados pelos campo-neses, partiram para a guerra de guerrilhas. Em janeiro de 1959, Fidel e seus companheiros, entre os quais estava o médico argentino Ernesto “Che” Guevara, conseguiram conquistar o poder, obri-gando Batista a fugir do país.”

É correto afirmar sobre o desenrolar da Revo-lução Cubana: I) Em 1961, os norte-americanos considera-

ram-se prejudicados com a nacionalização de usinas, indústrias e refinarias. Como re-presália, eles deixaram de comprar o açú-car cubano. O governo de Fidel firmou, en-tão, acordos comerciais com os países do bloco comunista, passando a vender o açú-car para eles.

II) Logo depois, 1.500 homens treinados pela Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) invadiram a baía dos Por-cos, no litoral sul de Cuba, com o apoio aé-reo dos Estados Unidos. Essa invasão fra-cassou e centenas de contra-revolucionários foram presos.

III) Em 1962, ocorreu a “Crise dos Mísseis”, quando o então presidente norte-americano John Kennedy bloqueou a ilha por mar, ameaçando invadi-la sob a alega-ção de que os soviéticos tinham ali insta-lado mísseis nucleares. O conflito foi resol-vido por meio de um acordo entre os EUA e a URSS que determinava a retirada dos mísseis soviéticos, em troca do compro-misso de os norte-americanos não invadi-rem a ilha.

IV) A partir da segunda metade da década de 60 do século XX, os dirigentes cubanos admitiram alternativas revolucionárias a-lém do modelo soviético neo-stalinista que adotaram por causa da Guerra Fria e resol-veram abrir democraticamente o regime e aceitar investimentos estrangeiros, com base na livre iniciativa.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 51 “Usar a arte como instrumento de agitação

política – caminho apontado pelo Centro Popular de Cultura da UNE no início dos anos 60 – acabou tendo vários seguidores. Os festivais de música do final dessa década revelaram compositores e in-térpretes das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda e Elis Regina. O cinema trouxe para as telas a miséria de um povo sem direitos mínimos, como nos traba-lhos de Cacá Diegues e Glauber Rocha. No teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuraram dar ênfase aos autores nacionais e denunciar a situa-ção do país.”

É correto afirmar sobre as expressões cultu-rais no início do ciclo militar brasileiro (1964-85) e as estratégias de legitimação do regime: I) Em 1968, ano de efervescência do movi-

mento estudantil, surgiu o tropicalismo: uma reelaboração dos elementos da cultu-ra e realidade social brasileira à luz da con-tracultura e do rock'n'roll, com o surgi-mento de figuras como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato e José Capinam.

II) A marca da produção cultural desse perío-do foi a criação do AI-5 (Ato Institucional número 5), que representou uma tentativa do regime militar em construir uma ex-pressão artística própria de cunho naciona-lista, sem, no entanto, interferir nas mani-festações de intelectuais, cantores, cineas-tas, escritores, etc. que se opusessem a ele.

III) A revolução musical provocada pelos Bea-tles e outros grandes grupos de rock inter-nacional também tiveram sua expressão no Brasil: o iê-iê-iê e a jovem guarda foram popularizados pela televisão e afirmaram-se junto a uma grande parcela da juventu-de urbana.

IV) Durante esse período, apareceram no Bra-sil cerca de 150 periódicos alternativos re-gionais e nacionais de oposição ao regime que denunciavam a tortura, as violações dos direitos humanos, a falta de liberdade, o arrocho salarial e a degradação das con-dições de vida dos trabalhadores.

Estão corretas somente:

A) II, III e IV. B) I e IV. C) I, II e III. D) I, III e IV. E) I e II.

QUESTÃO 52 “Houve um tempo, diz-nos Roberto Schwarz,

em que o país estava irreconhecivelmente inteli-gente. ‘Política externa independente’, ‘reformas estruturais’, ‘libertação nacional’, ‘combate ao im-perialismo e ao latifúndio’: um novo vocabulário – inegavelmente avançado para uma sociedade mar-cada pelo autoritarismo e pelo fantasma da imatu-ridade de seu povo – ganhava a cena, expressando um momento de intensa movimentação na vida brasileira”.

Com base nesse texto, enumere a primeira co-luna em conformidade com a segunda, transferin-do posteriormente a seqüência encontrada para a opção correta: MANIFESTAÇÕES CULTURAIS: I) Cinema Novo (.....) II) Jovem Guarda (.....) III) Centro Popular de Cultura (.....) IV) Tropicália (.....) DESCRIÇÃO: 1) Manifestação cultural que tinha como

principal característica a idéia de que des-pontava um novo amanhã revolucionário. Nem sempre seus autores se preocupavam com o valor estético. Valia mais a simplici-dade, a facilidade de ser cantada em pas-seatas e o apelo emocional. Geraldo Van-dré, Carlos Lyra e até mesmo Chico Buar-que destacaram-se no gênero, que logo provocava polêmicas, não tanto por seu conteúdo político como pela opção artísti-ca que seus cultores passaram a defender.

2) Movimento cultural brasileiro das décadas de 1950 e 1960 integrado sobretudo por jovens entusiastas dos movimentos euro-peus da nouvelle vague francesa e do neo-realismo italiano. Nelson Pereira dos San-tos, Rui Guerra e Gláuber Rocha foram seus mais ativos representantes.

3) Movimento cultural criado no Rio de Janei-ro, em 1962, por um grupo de intelectuais de esquerda em associação com a UNE, com o objetivo de produzir e difundir uma arte popular revolucionária. O golpe miltar de 1964 encerrou suas atividades.

4) Programa musical da TV Record, de São Paulo, exibido de 1965 a 1969, que deu di-mensão nacional a cantores e composito-res populares, como Roberto Carlos e E-rasmo Carlos. O termo foi também utiliza-do para designar a versão brasileira do rock.

5) Movimento artístico surgido no Brasil na década de 1960, que procurava uma sínte-se entre as tendências da música interna-cional e os valores brasileiros, integrado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rogério Duprat e Torquato Neto, entre outros.

A) I – 1; II – 4; III – 3; IV – 5 B) I – 2; II – 4; III – 3; IV – 5 C) I – 1; II – 3; III – 4; IV – 5 D) I – 2; II – 3; III – 1; IV – 4 E) I – 1; II – 5; III – 2; IV – 3

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QUESTÃO 53 Em 1974, o general Ernesto Geisel assumiu a

presidência do Brasil com a promessa do início de um lento processo de transição rumo ao fim da di-tadura militar, numa abertura política “lenta, gra-dual e segura”. A crise do petróleo e a recessão mundial interferiram na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos in-ternacionais diminuíram, marcando o fim do mi-lagre econômico e a manifestação clara da insatis-fação popular deu-se nas urnas: nas eleições desse mesmo ano, o MDB conquistou 59% dos votos pa-ra o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ga-nhou a prefeitura da maioria das grandes cidades. Sobre esse período da história brasileira é correto afirmar que: I) Foi concedida anistia “ampla, geral e irres-

trita” por lei de iniciativa do governo Gei-sel, com a inclusão das principais lideran-ças ligadas ao governo derrubado pelo golpe militar em 1964, que estavam exila-das.

II) Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, come-çaram a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda.

III) Durante o governo do presidente Geisel, o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado nas dependências do DOI-Codi, causando um mal estar no meio militar e acirrando as críticas ao regime.

IV) Ao final de seu governo, o presidente Gei-sel acabou com o AI-5 e restaurou o habe-as-corpus.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) I e II. D) I e IV. E) II, III e IV.

QUESTÃO 54 “O Partido Nacional-Socialista (Nazista), de-

pois de um fracassado golpe de estado, foi con-quistando amplos apoios de segmentos da socie-dade alemã, especialmente entre a burguesia, a pequena-burguesia e o lumpen-proletariado (de-sempregados, miseráveis e excluídos), chegando ao poder após a vitória nas eleições de 1933. Logo após conquistar o governo, os nazistas iniciaram uma forte perseguição aos seus inimigos políticos e grupos que eram objeto de seu ódio, o que cul-minou com o extermínio de mais de 6 milhões de judeus, e milhares de ciganos, homossexuais, soci-alistas e comunistas nos campos de concentração. O horror do III Reich (governo de Hitler) somente terminou com a derrota da Alemanha na II Guerra Mundial. O “Neonazismo” pode ser caracterizado como uma tentativa de resgate, depois da derrota do Nazismo na II Guerra Mundial, de quase todos os valores de sua matriz original.”

Com base no texto acima, considere as ques-tões corretas sobre o Neonazismo:

I) Não ocorre uma centralidade entre os di-versos agrupamentos neonazistas e exis-tem grupos neonazistas por toda a Europa, e não apenas na Alemanha, bem como nos EUA, e até mesmo na América Latina, Áfri-ca, Ásia e Oceania.

II) No Brasil, a versão tupiniquim mais famo-sa do Neonazismo é a dos “Carecas do Su-búrbio”, mas não se deve confundir os ne-onazistas com outros grupos de extrema-direita, tais como a Ku Klux Klan , nos EUA, ou a TFP (“Tradição, Família e Proprieda-de”), no Brasil.

III) O Neonazismo assume boa parte da dou-trina formulada por Adolf Hitler, tais como nacionalismo, eugenia, xenofobia, ódio ra-cial, bem como perseguição a outros gru-pos que não estejam em acordo com seu ideário autoritário, como punks, esquerdis-tas, hippies, etc.

IV) Contudo, o crescimento do Neonazismo não se refletiu na realidade político-institucional, pois não houve um cresci-mento eleitoral de partidos de direita e ex-trema-direita pelo mundo afora nas últi-mas décadas.

Estão corretas somente:

A) II, III e IV. B) I, III e IV. C) I, II e III. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 55 Eva Duarte, depois que se casou com Perón,

ficou conhecida como Evita. Bela, sofisticada, foi, em boa parte, responsável pela popularidade do presidente argentino. Adorava distribuir brinque-dos e doces para os filhos dos descamisados, o que lhe rendeu a alcunha de “Dama da Esperança”e de “Mãe dos Desvalidos”. Acerca do populismo, neste contexto, é correto afirmar que tinha como princi-pais interesses: I) obter a simpatia da alta burguesia argen-

tina, para o programa de redução do défi-cit público e estabilidade econômica no mercado internacional.

II) promover a conciliação entre as classes so-ciais, objetivando atingir a modernização e o desenvolvimento econômico, conceden-do alguns direitos aos trabalhadores em troca de seu apoio político.

III) realizar uma política de confisco dos lati-fundiários a fim de realizar uma ampla re-forma agrária, para aumentar a produção de matérias-primas e, conseqüentemente, a produção industrial.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) proposição(ões):

A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III.

QUESTÃO 56 “Podemos dizer que o momento hoje no mun-

do foi longamente preparado e que o processo de internacionalização já vem de há muito tempo. Com efeito, a mundialização das relações econô-micas, políticas e sociais tem como ponto de par-tida a extensão das fronteiras comerciais do século XVI, avançando na expansão capitalista posterior até chegar ao final do século XX, onde uma nova revolução técnica e científica se impôs. Enfim, vi-vemos num mundo em que a lei do valor mundia-lizado comanda a produção total, por meio das produções e técnicas dominantes. Trata-se agora de uma verdadeira interdependência entre a técni-ca e a ciência.”

Com base no texto acima, considere as propo-sições corretas sobre a “Nova Ordem Mundial”: I) O século XX se revelou o século das trans-

formações, cuja base foi e é o capital. As-sim, a Nova Ordem Mundial no início do milênio expressa essas transformações. Ela é simplesmente o atual sistema ou Ordem Internacional Capitalista, dada política, e-conômica e ideologicamente.

II) Na Nova Ordem temos uma nova organi-zação hierárquica, sob a direção da Comu-nidade Européia – que passou a monopoli-zar a capacidade de proteção/destruição do planeta – sendo que os parceiros garantem o apoio e mesmo financiam este “status”.

III) É comum, hoje, a utilização dos termos Norte e Sul para classificar, respectivamen-te, os países desenvolvidos e os em desen-volvimento.

IV) A expressão concreta da Nova Ordem Mundial está na formação de Blocos Eco-nômicos. A liderança cabe aos EUA e seus parceiros – que são, ao mesmo tempo, ali-ados e competidores. Toda organização se dá através de uma rede de órgãos mundi-ais que firmam o poder econômico, políti-co e militar, como o FMI, BIRD, ONU, O-TAN, etc.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I e IV. C) II, III e IV. D) I, III e IV. E) I e II.

16 • UTFPR 2 – G4 / VERÃO 2008

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QUESTÃO 57 “O colapso da União Soviética e de seus “saté-

lites” europeus (Alemanha Oriental, Checoslová-quia, Hungria, etc.) teve um enorme impacto sobre o pensamento político em todo o mundo. Para os pensadores de direita, o colapso serviu como pro-va da superioridade do sistema capitalista sobre o socialista e, mais do que isto, em certos meios mais filosóficos, como prova de que o sistema ca-pitalista é a etapa final, definitiva, da evolução da humanidade, o "fim da história". Mas foi no pen-samento de esquerda que o impacto repercutiu com mais intensidade, até mesmo de forma dra-mática em certas áreas.”

Com base no texto acima, é INCORRETO afir-mar sobre o pensamento de esquerda: I) O termo “esquerda” tem sua origem na

Revolução Francesa em 1789, que acabou se desviando dos ideais de “liberdade, i-gualdade e fraternidade”, em razão da li-berdade econômica, baseada na proprie-dade privada, que provocaria desigualdade econômica, social e política para a classe trabalhadora.

II) A proliferação dos movimentos constituí-dos por proletários, em diversos países, a-inda no século XIX, levou a que fosse cons-truída uma coordenação, que recebeu a denominação de “Associação Internacional dos Trabalhadores”, também conhecida como “Primeira Internacional”, que buscou organizar internacionalmente os trabalha-dores para a derrubada do capitalismo.

III) O grande dilema dos pensadores de es-querda hoje não mais diz respeito ao socia-lismo e sim aos limites do capitalismo, do liberalismo e do mercado sem o controle da ação pública. O debate atual é sobre se uma sociedade, onde não haja lugar espe-cífico para a ética, para a justiça social e para a moralidade, poderá sobreviver.

IV) O grande consenso dos pensadores de es-querda no mundo atual é sobre a inviabili-dade da economia de mercado e da defesa da retomada de um planejamento econô-mico estatal, aos moldes soviéticos. Essa posição tornou-se hegemônica na sétima edição do Fórum Social Mundial, em Nai-róbi, Quênia, em 2007.

Estão corretas somente:

A) I, II e III. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) I e IV. E) I e II.

QUESTÃO 58 “No final da década de 70, na passagem do

governo Geisel para o de Figueiredo, estava fican-do claro que a ditadura estava acabando. A palavra da moda era abertura, especialmente abertura po-lítica. Na verdade, a ditadura estava afundando. Para começar, a crise econômica: inflação, diminu-ição do crescimento econômico, aumento da po-breza. A iniciativa do presidente Geisel em abran-dar a censura fez com que os escândalos de cor-rupção no governo começassem a pipocar. Tudo isso tirava a confiança da população no governo. Ao contrário do que dizia a propaganda oficial, a abertura política não foi resultado simplesmente da boa vontade do governo. Foi o recuo de um re-gime acossado pela crise e atacado por um povo que se organizava.”

Com base no texto acima: I) A Igreja Católica passava por um processo

de grandes mudanças. Agora, crescia a consciência de que ser cristão era ser tam-bém contra o pecado da opressão social e a visita do papa João Paulo II ao Brasil, em 1980, foi interpretada como uma força pa-ra esse tipo de atitude de engajamento so-cial dos católicos.

II) Entidades como a SBPC (Sociedade Brasilei-ra para o Progresso da Ciência), a OAB (Or-dem dos Advogados do Brasil) - esta sob a liderança de Raymundo Faoro - e intelec-tuais de prestígio se manifestavam a favor do regime militar, todavia.

III) O movimento estudantil universitário re-nascia. Nas principais universidades do Brasil, reorganizavam-se as entidades re-presentativas (Centros Acadêmicos, Diretó-rios Acadêmicos, Diretórios Centrais dos Estudantes). A tentativa de refazer a UNE (União Nacional de Estudantes), através de um encontro de estudantes na PUC-SP em 1977, foi desfeita com violência pela polí-cia. Mesmo assim, em 1979, num Congres-so em Salvador, a UNE estava recriada.

IV) A extrema direita respondeu com brutali-dade: D. Adriano Hipólito, bispo de Nova Iguaçu (Rio de Janeiro), foi seqüestrado e espancado. Bombas explodiram na ABI (As-sociação Brasileira de Imprensa) e na Edi-tora Civilização Brasileira.

Analisando as proposições acima, assinale:

A) somente as proposições I, II e III são corretas. B) somente as proposições I, III e IV são corre-

tas. C) somente as proposições II, III e IV são corretas. D) somente as proposições I e IV são corretas. E) somente as proposições I e II são corretas.

QUESTÃO 59 “Rio de ladeiras, civilização encruzilhada, cada

ribanceira é uma nação; À sua maneira, com ladrão, lavadeiras, honra,

tradição, fronteiras, munição pesada; São Sebastião crivado, nublai minha visão, na

noite da grande, fogueira desvairada; Quero ver a Mangueira, derradeira estação,

quero ouvir sua batucada, ai, ai; Rio do lado sem beira, cidadãos, inteiramente

loucos, com carradas de razão; À sua maneira, de calção, com bandeiras sem

explicação, carreiras de paixão danada”. Esse trecho da música “Estação Derradeira”,

de Chico Buarque (1987), retrata bem a situação vivida pela população carioca, cujo maior proble-ma hoje em dia é a: A) crise cultural, decorrente do controle das esco-

las de samba pelos bicheiros. B) crise sanitária, decorrente da falta de higiene

nas favelas. C) crise política, decorrente de disputas eleito-

rais. D) crise de segurança pública, decorrente do

tráfico de drogas. E) crise urbanística, decorrente da ocupação ile-

gal do solo.

QUESTÃO 60 Um dos fenômenos mais extraordinários do

final do século XX, e que se projeta com possibili-dades de expansão quase ilimitadas, é a Internet. Quanto a esse meio de comunicação extaordinari-amente ágil, é correto afirmar: I) permite que milhões de pessoas em todo o

mundo possam interagir e trocar informa-ções em frações de segundos.

II) teve seu surgimento em plena guerra fria para interligar laboratórios de pesquisas na URSS.

III) as redes comunicam-se umas com as ou-tras por meio do chamado protocolo TCP/IP (Transmission Control Proto-col/Internet Protocol).

Analise as proposições e assinale:

A) apenas I e II são verdadeiras. B) apenas II e III são verdadeiras. C) apenas I e III são verdadeiras. D) todas as proposições são verdadeiras. E) nenhuma proposição é verdadeira.