0_48677

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Meio Abiente

Citation preview

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Ana Neri da Paz Justino

  • Ana Neri da Paz Justino

    Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Livro-texto EaD

    Natal/RN2010

  • J96d Justino, Ana Neri da Paz. Desenvolvimento e sustentabilidade ambiental / Ana Neri da Paz Justino. Natal: EdUnP, 2010. 188p. : il. ; 20 X 28 cm

    Ebook Livro eletrnico disponvel on-line. ISBN 978-85-61140-06-9

    1. Sustentabilidade ambiental. I. Ttulo.

    RN/UnP/BCSF CDU 504.064.2

    DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR

    ChancelariaProf. Paulo Vasconcelos de Paula

    ReitoriaProf. Smela Soraya Gomes de Oliveira

    Pr-Reitoria de GraduaoProf. Sandra Amaral de Arajo

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-GraduaoProf. Aaro Lyra

    Pr-Reitoria de Extenso e Ao ComunitriaProf. Jurema Mrcia Dantas da Silva

    NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA DA UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP

    Coordenao Geral Prof. Barney Silveira ArrudaProf. Luciana Lopes Xavier

    Coordenao AcadmicaProf. Flvia Helena Miranda de Arajo Freire

    Coordenao PedaggicaProf. Edilene Cndido da Silva

    Coordenao de Produo de Recursos Didticos

    Prof. Michelle Cristine Mazzetto Betti

    Reviso de Estrutura e Linguagem EaDProf. Priscilla Carla Silveira MenezesProf. rsula Andra de Arajo SilvaProf. Thalyta Mabel Nobre Barbosa

    Coordenao de Produo de VdeosProf. Bruna Werner Gabriel

    Coordenao de Logstica Helionara Lucena Nunes

    Assistente AdministrativoGabriella Souza de Azevedo Gibson Marcelo Galvo de Sousa Giselly Jordan Virginia Portella

  • Ana Neri da Paz Justino

    Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Livro-texto EaD

    Natal/RN2010

  • EQUIPE DE PRODUO DE RECURSOS DIDTICOS

    OrganizaoProf. Michelle Cristine Mazzetto Betti

    Prof. Luciana Lopes Xavier

    Coordenao de Produo de Recursos DidticosProf. Michelle Cristine Mazzetto Betti

    Reviso de Estrutura e Linguagem em EaDProf. Priscilla Carla Silveira MenezesProf. Thalyta Mabel Nobre BarbosaProf. rsula Andra de Arajo Silva

    Ilustrao do MascoteLucio Masaaki Matsuno

    EQUIPE DE EDITORAO GRFICADelinea - Tecnologia Educacional

    Coordenao de EditoraoCharlie Anderson Olsen

    Larissa Kleis Pereira

    Coordenao PedaggicaProf. Margarete Lazzaris Kleis

    IlustraesAlexandre Beck

    Reviso Gramatical e NormativaMorgana do Carmo Andrade Barbieri

    DiagramaoRegina Cortellini

  • CON

    HEC

    END

    O O

    AU

    TORPROF. ANA NERI DA PAZ JUSTINO

    Ol, como vai? No perodo dessa disciplina, estaremos muito

    prximos e, por isso, gostaria de me apresentar. Eu sou gradua-

    da em Turismo e Especialista em Educao Ambiental, ambas pela

    Universidade Potiguar-UnP.

    Atualmente sou professora DNS II desta instituio, onde le-

    ciono disciplinas ligadas s Escolas de Comunicao e Artes, Gesto

    e Negcios e Hospitalidade e Gastronomia, bem como da Ps-gra-

    duao. Tambm nessa instituio, sou coordenadora do Labora-

    trio de Lazer do Curso de Turismo (Projeto Sabor de Brincar: Brin-

    quedoteca Cultural) e do curso de Ps-Graduao Lato Sensu em

    Gesto e Organizao de Eventos.

    Ainda exero a funo de Professora Bolsista no Projeto Bar-

    co-Escola Chama-Mar, uma proposta de educao ambiental e

    patrimonial do IDEMA, executado pela FUNDEP, que a fundao

    para a pesquisa da Universidade Potiguar.

    Como experincia profissional na rea de Desenvolvimento e

    Sustentabilidade, posso elencar as atividades a seguir:

    Ministrei vrios blocos curriculares em diversos cursos profis-

    sionalizantes no Centro Educacional Dom Bosco (Consrcio

    Social da Juventude de Natal e Regio Metropolitana), Insti-

    tuto Potiguar de Juventude e Cidadania, Ministrio do Turis-

    mo e SENAC/RN;

    Fui responsvel pelo Bloco do Conhecimento Educao Am-

    biental, oferecido pela Ps-Graduao Lato Sensu em Ensino

    Fundamental em Parnamirim-RN, oferecida pela UnP, alm da

    orientao de vrios trabalhos de concluso de curso da gra-

    duao e ps-graduao com esta mesma temtica;

    Proferi vrias palestras em instituies de ensino mdio sobre

    a questo ambiental e suas implicaes por ocasio da reali-

    zao de Semanas de Meio Ambiente;

  • Sou Gestora Ambiental do Programa Nacional de Gestores Ambientais; vin-

    culado ao Ministrio do Meio Ambiente;

    Fao parte do quadro de consultores Start Pesquisa e Consultoria Tcnica

    Ltda.;

    Atuei por oito anos frente da Coordenadoria de Turismo da Secretaria de

    Infraestrutura, Meio Ambiente e Turismo do Municpio de Cear-Mirim/RN.

  • CON

    HEC

    END

    O A

    DIS

    CIPL

    INA

    DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

    Ol! Voc est iniciando o estudo da disciplina Desenvolvi-

    mento e Sustentabilidade Ambiental. Ao final da mesma, voc de-

    ver ter apreendido os seguintes contedos curriculares: Cidadania

    Planetria e Desenvolvimento Sustentvel, Ecologia Humana e Eco-

    nomia Solidria.

    No decorrer dos nossos estudos, voc perceber o quanto as

    questes que cercam essa temtica esto diretamente ligadas

    cultura de cada povo, bem como que, para o alcance do desenvol-

    vimento sustentvel, surge a necessidade de mudana de postura,

    especialmente no que diz respeito ao consumo.

    Assim sero tratados temas envolvendo a questo de tica,

    o desenvolvimento sustentvel e as novas possibilidades de apro-

    priao da natureza. Alm desses, tambm trataremos de questes

    relacionadas participao da sociedade por meio do movimento

    ambientalista, juntamente com as novas formas de produo atrela-

    das cooperao e autogesto, a exemplo da economia solidria.

    A escolha dos contedos componentes dessa disciplina se deve

    ao fato de que a cada dia precisamos pautar nossa atuao profis-

    sional em princpios que levem ao consumo racional dos recursos,

    de modo a garantir a qualidade ambiental para todos os seres vivos.

    evidente que voc, como aluno da UnP, no poderia ficar de

    fora dessas discusses, tendo em vista que nosso interesse formar

    profissionais polivalentes e capazes de se adaptar s novas situa-

    es, e a problemtica ambiental uma delas.

    Espero que este seja o incio de uma caminhada exitosa rumo

    ao Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental!

    Desejo a voc bons estudos!

  • PLA

    NO

    DE

    ENSI

    NO

    CURSO: NEaD - DISCIPLINAS DE GRADUAO A DISTNCIA

    DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

    PROFESSORA AUTORA: ANA NERI DA PAZ JUSTINO

    MODALIDADE: A DISTNCIA

    1 IDENTIFICAO

    Cidadania Planetria e Desenvolvimento Sustentvel, Ecologia Humana, Economia Solidria.

    2 EMENTA

    Estimular nos discentes a adoo de posturas ticas, socialmente justas, ecologicamente corretas e economicamente viveis, de modo que os mesmos apresentem formas de utilizao do meio ambiente que possibilitem o tempo necessrio para recomposio dos ecossistemas, explicando como os movimentos sociais so um ingrediente fundamental para o estmulo do protagonismo dos indivduos deixados margem do sistema capitalista, bem como, para a validao da causa ambiental por meio da demonstrao de possibilidades de adoo da economia solidria como sistema econmico alternativo ao capitalismo econmico.

    3 OBJETIVO

    Perceber como as questes ambientais esto relacionadas com posturas adotadas na utilizao dos recursos naturais;

    Compreender a abrangncia do tema sustentabilidade ambiental;

    Caracterizar a gesto responsvel como um caminho para o desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente sustentvel e economicamente vivel;

    Identificar as estratgias e os desafios para a promoo da par-ticipao da sociedade como um todo no movimento ambien-talista;

    4 HABILIDADES E COMPETNCIAS

  • Formao de profissionais comprometidos com o bem-estar da coletividade e do meio ambiente, no permitindo que os interesses econmicos se sobreponham aos demais, de modo que sua atuao profissional leve em conta os princpios e as dimenses da sustentabilidade ambiental, mesmo que para isso os projetos por eles desenvolvidos gerem menor lucratividade.

    5 VALORES E ATITUDES

    UNIDADE I

    A questo ambiental, a educao e suas implicaes: a tica, a moral e a justia ecolgica;

    Princpios e dimenses da sustentabilidade: econmica, social, ecolgica, cultural e espacial;

    O desenvolvimento sustentvel;

    Ecologia humana - um novo olhar para o desenvolvimento.

    UNIDADE II

    O movimento ambientalista a partir da viso holstica: homem x natureza;

    Economia solidria: perspectivas de gesto com foco no futuro;

    Polticas pblicas para a economia solidria: estmulo autogesto e ao cooperativismo;

    Desenvolvimento comunitrio x desenvolvimento estratgico.

    6 CONTEDOS PROGRAMTICOS

    Perceber a economia solidria como ferramenta de alcance para o desenvolvimento sustentvel a partir da cultura do desenvolvimento comunitrio;

    Executar sua atividade profissional orientada pelos princpios da tica ambiental;

    Pesquisar formas de uso sustentvel dos recursos naturais, considerando a capacidade de regenerao dos ecossistemas;

    Participar ativamente das decises polticas de sua localidade;

    Desenvolver estratgias de promoo ao desenvolvimento local.

  • Pontualidade e assiduidade na entrega das atividades (propostas no material didtico impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem) solicitadas pelo Tutor;

    Realizao das avaliaes presenciais obrigatrias nos encontros presenciais obrigatrios.

    8 ATIVIDADES DISCENTES

    A avaliao ocorrer em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem, considerando:

    Leitura do material didtico impresso (livro-texto);

    Interao com tutor por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual);

    Realizao de atividades propostas no material didtico impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem;

    Aprofundamento nos temas por pesquisas extras ao material didtico impresso (livro-texto).

    9 PROCEDIMENTOS DE AVALIAO

    Utilizao de material didtico impresso (livro-texto);

    Interao pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual);

    Utilizao de material complementar (sugesto de filmes, livros, sites, msicas, ou outro meio que mais se adque realidade do aluno).

    7 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

  • BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: tica do humano - compaixo da Terra. 7 ed. Petrpolis: Vozes, 2001.

    SANTOS, Milton. O Espao do Cidado. 7 ed. So Paulo: EDUSP, 2007.

    12.2 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

    12.3 BIBLIOGRAFIA INTERNET

    GADOTTI, Moacir. Economia solidria como prxis pedaggica. So Paulo: Instituto Paulo Freire, 2009.

    NASCIMENTO, Elimar Pinheiro do & VIANNA, Joo Nildo.(orgs). Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Sustentvel no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

    LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 7. ed. Petrpolis: Vozes, 2009.

    12.1 BIBLIOGRAFIA BSICA

    Disponvel em: . Acesso em: 05 nov. 2009.

    Disponvel em: . Acesso em: 05 nov. 2009.

    12 BIBLIOGRAFIA

  • SUM

    RI

    O

    Captulo 1 - A questo ambiental, a educao e suas implicaes: a tica, a moral e a justia ecolgica .......................................................... 171.1 Contextualizando ........................................................................................................... 171.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 18 1.2.1 A questo ambiental na atualidade .............................................................. 18 O comeo de tudo: o crescimento pautado no consumismo ...........................................18 1.2.2 A sustentabilidade das aes antrpicas .................................................... 21 1.2.3 A educao como ferramenta para o uso sustentado do planeta ..... 24 1.2.4 A tica, a moral e a justia ecolgica como premissas para a mudana de postura ............................................................................. 28 A ao baseada na tica e na moral ............................................................................................301.3 Aplicando a teoria na prtica ..................................................................................... 321.4 Para saber mais ............................................................................................................... 351.5 Relembrando ................................................................................................................... 361.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 36Onde encontrar ...................................................................................................................... 37

    Captulo 2 - Princpios e dimenses da sustentabilidade: econmica, social, ecolgica, cultural e espacial ...................................... 392.1 Contextualizando ........................................................................................................... 392.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 40 2.2.1 A sustentabilidade econmica ........................................................................ 40 2.2.2 A sustentabilidade social .................................................................................. 44 2.2.3 A sustentabilidade ecolgica........................................................................... 46 2.2.4 A sustentabilidade cultural ............................................................................... 49 2.2.5 A sustentabilidade espacial .............................................................................. 512.3 Aplicando a teoria na prtica ..................................................................................... 532.4 Para saber mais ............................................................................................................... 562.5 Relembrando .................................................................................................................. 572.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 57Onde encontrar ...................................................................................................................... 58

    Captulo 3 - O desenvolvimento sustentvel............................................. 593.1 Contextualizando ........................................................................................................... 593.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 60 3.2.1 Entendendo o desenvolvimento .................................................................... 60 3.2.2 Preveno como condio para o desenvolvimento sustentvel ...... 63 3.2.3 O papel das polticas pblicas para garantir o desenvolvimento

    sustentvel ............................................................................................................. 65 3.2.4 Gesto sob a tica ambiental: um caminho para a harmonia ............. 68 A matriz energtica ..........................................................................................................................69 O uso e ocupao do solo ...............................................................................................................71 A geopoltica como diretriz de caminhos .................................................................................72 A educao como um mecanismo de revoluo ...................................................................733.3 Aplicando a teoria na prtica ..................................................................................... 753.4 Para saber mais ............................................................................................................... 773.5 Relembrando .................................................................................................................. 783.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 78Onde encontrar ...................................................................................................................... 79

  • Captulo 4 - Ecologia humana - um novo olhar para o desenvolvimento ................... 814.1 Contextualizando .................................................................................................................................... 814.2 Conhecendo a teoria .............................................................................................................................. 82 4.2.1 Comentando a ecologia humana ........................................................................................... 82 4.2.2 Uma relao complexa: o homem e a natureza................................................................. 84 O homem como centro da natureza ......................................................................................................................... 85 O homem como parte da natureza ........................................................................................................................... 86 4.2.3 O processo interativo homem x natureza ............................................................................ 88 O equilbrio proporcionado pelo saber ambiental .............................................................................................. 89 As estratgias de manejo como garantia de sustentabilidade ....................................................................... 91 As tecnologias limpas e o consumidor verde ........................................................................................................ 934.3 Aplicando a teoria na prtica .............................................................................................................. 964.4 Para saber mais ........................................................................................................................................ 984.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 994.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................100Onde encontrar .............................................................................................................................................101

    Captulo 5 - O movimento ambientalista a partir da viso holsitca: homem x natureza .........................................................................................................1035.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1035.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................104 5.2.1 O princpio de tudo: o homem se apropria da natureza ..............................................104 5.2.2 O despertar da conscientizao ............................................................................................106 5.2.3 O significado do movimento ambientalista ......................................................................107 5.2.4 A participao social para garantir o uso e manejo dos recursos de maneira Sustentvel ............................................................................................................109 5.2.5 Separando o joio do trigo ........................................................................................................111 5.2.6 Desafios para a viso holstica homem x natureza ........................................................113 A democracia como meta do movimento ambientalista ...............................................................................114 O impacto do discurso ambientalista ....................................................................................................................115 Estimular estratgias para transformar a racionalidade econmica dominante ...................................115 Um estado multitnico como garantia de sustentabilidade ........................................................................116 As disparidades dos interesses entre pases desenvolvidos e em desenvolvimento ..........................1175.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................1185.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1205.5 Relembrando .........................................................................................................................................1215.6 Testando os seus conhecimentos ...........................................................................................................121Onde encontrar .............................................................................................................................................122

    Captulo 6 - Economia solidria: perspectivas de gesto com foco no futuro ........................................................................................................1236.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1236.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................124 6.2.1 Economia solidria: muito prazer! ........................................................................................124 6.2.2 A educao transformadora como caminho para a economia solidria ................126 A renovao do sistema educacional para o alcance do aprendizado solidrio ...................................128 A organizao do saber para o alcance do trabalho decente .......................................................................130 Educao cooperativa como princpio para a autogesto ............................................................................131

  • 6.2.3 A economia solidria como alternativa de desenvolvimento sustentvel ............1336.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................1386.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1396.5 Relembrando .........................................................................................................................................1416.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................141Onde encontrar .............................................................................................................................................142

    Captulo 7 - Polticas pblicas para a economia solidria: estmulo autogesto e cooperativismo ....................................................................................1437.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1437.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................144 7.2.1 Um pouco de poltica pblica ................................................................................................144 7.2.2 Poltica pblica e economia solidria ..................................................................................146 7.2.3 As parcerias entre o poder pblico e os movimentos sociais para

    autogesto e a economia solidria .......................................................................................150 7.2.4 A comunicao como ferramenta para a economia solidria ....................................152 7.2.5 As redes de cooperao para a economia solidria .......................................................1547.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................1577.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1587.5 Relembrando ..................................................................................................................................................1607.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................160Onde encontrar .............................................................................................................................................161

    Captulo 8 - Desenvolvimento comunitrio x desenvolvimento estratgico ...........1638.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1638.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................164 8.2.1 Entendendo a cultura do desenvolvimento comunitrio ............................................164 8.2.2 Algumas iniciativas de estmulo ao desenvolvimento comunitrio estratgico ...........................................................................................................167 8.2.3 O desenvolvimento comunitrio na prtica .....................................................................173 8.2.4 A sustentabilidade alicerada no desenvolvimento comunitrio .............................1768.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................1788.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1808.5 Relembrando ..........................................................................................................................................1818.6 Testando seus conhecimentos .........................................................................................................182Onde encontrar .............................................................................................................................................182

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental 17

    1.1 Contextualizando

    Trs temticas fundamentam a questo ambiental e a educao: a tica,

    a moral e a justia ecolgica. Neste sentido, a necessidade da abordagem de

    tais contedos se faz eminente para que voc compreenda os alicerces em que

    est fundamentada a problemtica ambiental, constituindo-se assim na base

    para todo percurso deste livro texto.

    Chamar sua ateno para esse fato pertinente nesse momento,

    pois, medida que compreendemos o contexto dos problemas ambientais

    planetrios, ficamos sensveis para assumirmos uma postura que contemple

    a busca para a resoluo dos mesmos.

    Neste sentido, perceber a importncia do contedo proposto para

    este captulo ferramenta indispensvel para um entendimento coerente

    a respeito da disciplina Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental.

    Assim, esperamos que, ao final deste captulo, voc esteja apto a:

    Descrever as questes ambientais atuais;

    Identificar como a tica, a moral e a justia esto ligadas s questes

    ambientais;

    Despertar sua responsabilidade individual para a manuteno da quali-

    dade ambiental;

    Optar por aes de promoo a justia ecolgica.

    A QUESTO AMBIENTAL, A EDUCAO E SUAS IMPLICAES:

    A TICA, A MORAL E A JUSTIA ECOLGICA

    CAPTULO 1

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    18

    Vale salientar que muitas das questes a serem analisadas constituem

    o nosso dia a dia e cada um de ns tem a responsabilidade para contribuir

    na formao de uma sociedade com cidadania planetria, capaz de cooperar

    para a incluso do tema sustentabilidade no seu cotidiano.

    Esperamos que esta seja mais uma experincia produtiva e enriquecedora

    para voc.

    1.2 Conhecendo a teoria

    1.2.1 A questo ambiental na atualidade

    Iniciaremos nossa discusso com algumas perguntas:

    Como voc visualiza a problemtica ambiental atual?

    Voc acha que estamos vivendo uma crise de vrias ordens (clima, valores, atitudes, etc.)?

    Em caso afirmativo, como voc se v diante de tudo isso?

    REFLEXO

    Ficou inquietado com os questionamentos apresentados na reflexo?

    Eles so o ponto de partida da nossa conversa. Para que voc compreenda

    melhor a questo ambiental, preciso fazer uma retrospectiva dos fatos

    que a cercam, bem como suas consequncias para o mundo. Para facilitar

    seu entendimento, vamos fazer uma retrospectiva de fatos que marcaram a

    apropriao ambiental a partir da Revoluo Industrial.

    O comeo de tudo: o crescimento pautado no consumismo

    Com o advento da Revoluo Industrial surge um modelo de crescimento

    econmico pautado no consumismo imediatista. Esse consumo vem acarretar

    um colapso nas reservas do planeta, pois, medida que se retira do ambiente

    mais do que o necessrio para a sobrevivncia humana, no se d o devido

    tempo para sua renovao. Infelizmente, o despertar para essa realidade

    ainda muito recente a partir da dcada de 1960.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    19

    Nesse contexto, cabe elencar fatos condicionantes para essa postura

    reflexiva, responsvel por uma nova viso do ambiente. Pode-se considerar

    um marco nesse processo o ano de 1962, quando a jornalista Rachel Carson

    publica o livro Primavera Silenciosa. Daquele momento em diante ocorrem

    inmeros encontros com a inteno de discutir a crise ambiental, bem como

    medidas mitigadoras, ou seja, que minimizem os impactos das intervenes

    humanas na natureza. Observe o quadro 1 e verifique os eventos ocorridos

    desde a dcada de 1960:

    ANO EVENTOS

    1968 Clube de Roma - Publicao do estudo Limites do crescimento (culpava o crescimento populacional dos pases pobres e no os padres de consumo). Este momento foi um marco para a problemtica ambiental em nvel planetrio

    1972 Estocolmo (Sucia) - 1 Conferncia Mundial de Meio Ambiente Humano, cujo tema foi a poluio industrial. Nessa conferncia, o Brasil adota a seguinte postura a poluio o preo que se paga pelo progresso, ainda sobre Estocolmo: educar o cidado para a resoluo de problemas ambientais, ou seja, Educao Ambiental (EA). Nesse perodo, surge o conceito de ecodesenvolvimento, formulado pelo economista polons Ignacy Sachs que, anos depois, daria origem expresso desenvolvimento sustentvel (BUARQUE, 2007).

    1975 Belgrado (Iugoslvia) - Carta de Belgrado (objetivos da EA).

    1977 Conferncia intergovernamental sobre educao ambiental em Tiblissi (Gergia, ex URSS) Tradado sobre EA.

    1987 Gro-Brundtland (Ministra da Noruega) reunies em vrias cidades do mundo resultando no livro Nosso Futuro Comum ou Relatrio de Brundtland (conceito de desenvolvimento sustentvel mais conhecido).

    1992 Rio 92 - AGENDA 21, mudanas climticas, biodiversidade.

    2002 Rio+10 (Johannesburg frica do Sul): poucos avanos, pois os governos dos pases em desenvolvimento ficaram mais preocupados em aplicar o Consenso de Washington e os programas de ajuste estrutural do FMI do que em implementar as recomendaes da Agenda 21.

    2009 Cerca de 180 pases se reuniram em Copenhague (Dinamarca) em dezembro para tentar estabelecer um acordo que substitusse o Protocolo de Kyoto, o principal instrumento da Organizao das Naes Unidas (ONU) contra a mudana climtica, que expira em 2012. Os resultados do evento foram inexpressivos.

    Quadro 1: Eventos para discutir os efeitos do crescimento pautado no consumismo

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    20

    Diante desses aspectos, temas como: mudanas climticas, aquecimento

    global, escassez de recursos naturais, crise energtica, desertificao, reciclagem,

    entre outros relacionados ao fim, ou a modificao de determinados ciclos

    da natureza permeiam as discusses nos variados nveis sociais, tendo em

    vista que todos (sem exceo) j comeam a sentir os efeitos da degradao

    ambiental vigente.

    Tratar dos temas apresentados no pargrafo anterior destacar o

    quanto as aes humanas tm impactado o ambiente, causando malefcios

    a todos. Acreditamos, ainda, que tenhamos verificado como tais impactos

    so provenientes da nossa cultura voltada para o consumo exacerbado, com

    destaque especial para o povo do Ocidente, a partir de uma viso egocntrica

    de mundo visando a atender apenas aos interesses econmicos.

    Conforme demonstrado, esse modelo de desenvolvimento, pautado no

    consumismo, no atende mais a oferta de recursos do planeta. Tal fato torna

    emergente uma mudana de postura, ou seja, o chamado ecodesenvolvimento,

    que tem como premissa usufruir os recursos sem comprometer sua utilizao

    futura.

    Agora, retomamos as perguntas iniciais da nossa conversa, acrescentando

    mais uma: com essa leitura, voc capaz de se sentir responsvel pela

    problemtica ambiental da atualidade?

    EXPLORANDOEXPLORANDO

    Caso sua resposta seja afirmativa, hora de optar por novas atitudes de consumo dos recursos do planeta. Em caso negativo, sugerimos o acesso ao endereo eletrnico http://planetasustentavel.abril.com.br/download/stand2-painel5-agua-por-pessoa2.pdf para verificar o consumo de gua em vrias partes do mundo.

    E a, conseguiu perceber o quanto so emergentes aes que minimizem

    os impactos ambientais? Neste caso, muito do que precisa ser feito faz parte

    das decises tomadas por cada indivduo na hora do consumo.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    21

    1.2.2 A sustentabilidade das aes antrpicas

    No item anterior, tivemos um panorama da atual situao da problemtica

    ambiental, trazendo os principais apontamentos que permeiam o tema. Ficou

    perceptvel que a ao antrpica (ao do homem) tem grande influncia nos

    nmeros da devastao e que a preocupao com estas questes so oriundas

    da segunda metade do sculo XX. Com elas, surge o desafio para a conquista

    do desenvolvimento voltado para a sustentabilidade.

    Assim, iniciam-se as discusses na comunidade internacional para a

    diviso dos custos desse processo, que prev nada menos que a reviso do

    modelo econmico vigente alicerado no consumismo.

    Por isso, tantos encontros, seminrios, congressos e acordos, conforme

    elencados no item anterior, ocorreram e continuam ocorrendo visando

    soluo da crise ambiental mundial. Assim, h uma difuso do discurso da

    sustentabilidade, entretanto, a prtica para alcanar tal premissa anda a

    passos lentos, pois muito se fala e pouco se faz para alcan-la.

    A incidncia dessa situao se d em funo de fatores como as

    disparidades entre os pases ricos e pobres e suas formas de crescimento,

    bem como seus interesses individuais. Esses interesses se manifestaram nas

    dificuldades para conseguir acordos internacionais sobre os instrumentos

    jurdicos para orientar a passagem para a sustentabilidade (LEFF, 2008, p. 21).

    Para que voc compreenda o significado de sustentabilidade, importante

    conhecer o conceito de desenvolvimento sustentvel.

    CONCEITOCONCEITO

    Desenvolvimento sustentvel um processo que permite satisfazer as necessidades da populao atual sem comprometer a capacidade de atender as geraes futuras (ONU,1987).

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    22

    Percebe-se a no somente uma crise ambiental, mas, sim, uma crise

    de valores, na qual ningum quer perder sua fatia de um bolo que j est

    passando do ponto e que, se no tivermos o cuidado adequado, trar efeitos

    irreversveis. Diante disso, visvel como a ao do homem tem relevncia no

    enfrentamento dessa questo, ou seja, a minimizao da citada crise perpassa

    por discusses de ordem econmica, social, ecolgica, cultural e espacial.

    Alex Rio Brazil

    Figura 1 - Homem se apropriando dos recursos do planeta Terra.

    Esse impasse pode ser entendido por duas ordens de posicionamento: um

    macro, que depende das articulaes internacionais provenientes dos acordos

    gerados nas intensas rodadas de negociaes dos grandes encontros; e outro

    micro, que dependente das nossas aes individuais e cotidianas. Para ilustrar

    essa afirmativa, utilizamos o jargo bastante difundido: agir local, pensar global.

    Voc deve estar percebendo o quanto nossa conversa gira em torno de

    uma temtica, a ao antrpica como divisor de guas para a minimizao

    dos impactos ao meio ambiente. E que homem esse? o Presidente da

    Repblica, o grande industrial, o presidente de uma transnacional, o

    proprietrio de uma madeireira e voc. Ficou surpreso com a sua incluso

    no rol dos responsveis?

    Em caso afirmativo, no fique, pois voc quem elege o presidente da

    repblica e todos os outros cargos eletivos existentes, cuja responsabilidade

    defender nossos interesses. Alm disso, voc consome os bens e servios

    produzidos e comercializados pelas indstrias e corporaes transnacionais

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    23

    sem nem perguntar a procedncia dos insumos (matria-prima, energia) to

    pouco as condies de trabalho daqueles que os produziram.

    Continua achando que no tem nada a ver com isso? Ento, responda

    essa pergunta: voc sabe a origem da madeira queimada para fabricar o po

    que vai para sua mesa todos os dias, ou, se os gros constantes na sua pirmide

    alimentar, bem como a madeira dos mveis da sua casa so fruto de uma rea

    desmatada de forma ilegal ou subtrada de uma populao tradicional?

    EXPLORANDOEXPLORANDO

    Acesse os artigos a seguir e reflita como a falta de conhecimento da origem dos produtos que consumimos pode contribuir para o caos ambiental instalado no planeta.

    Desmatamento, perda de biodiversidade e pobreza.

    http://www.eco21.com.br (artigo publicado na edio 80 da revista)

    2030: o ano final do Cerrado (Estudos da ONG ambientalista Conservao Internacional Brasil indicam que o Cerrado dever desaparecer at 2030).

    http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/artigos.html

    Parece que, individualmente, no estamos isentos da responsabilidade

    com o quadro crtico em que o planeta se encontra, pois o consumismo

    desenfreado, ou seja, insustentvel, o grande responsvel pelo mesmo. Isso

    significa dizer que o modelo econmico vigente no tem permitido s reservas

    naturais o tempo necessrio para sua recomposio.

    LEMBRETELEMBRETE

    Lembre-se que o conceito de desenvolvimento sustentvel apresentado no Relatrio de Bruntland bem claro, quando diz que preciso consumir somente o necessrio para a nossa sobrevivncia, levando em consideraes as necessidades das geraes futuras.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    24

    Os condicionantes apresentados at o momento demonstram a

    necessidade de um caminho em direo a mudana. Nele, verifica-se a educao

    como um fator crucial na tentativa da sensibilizao dos indivduos para a

    mudana de postura, de modo que cada um se sinta responsvel e mobilize

    esforos para a realizao de um trabalho lento e gradual de transformao,

    semelhante ao das formiguinhas.

    A esse respeito, Boff (2004, p.27) destaca que

    Importa construir um novo ethos que permita uma nova convivncia entre os humanos com os demais seres da comunidade bitica, planetria e csmica; que propicie um novo encantamento face majestade do universo e complexidade das relaes que sustentam todos e cada um dos seres. [...] A casa humana hoje no mais o estado-nao, mas a Terra como ptria/mtria comum da humanidade.

    Isso significa dizer que realmente so necessrias novas posturas de

    sobrevivncia, implicando em atitudes de cuidado, tendo por princpio a

    ateno, o zelo e o desvelo (BOFF, 2004). Por se tratarem de posicionamentos

    individuais com reflexo no coletivo, pertinente ressaltar que o compromisso

    gerado em Estocolmo em 1972 precisa ser reafirmado sempre, ou seja, a

    educao ambiental permanente (seja ela formal, informal ou no formal),

    pois perceptvel que, alm dos interesses econmicos, esto tambm includas

    questes socioculturais no contexto ambiental.

    1.2.3 A educao como ferramenta para o uso sustentado do planeta

    Recapitulando nossa conversa inicial, lembra das quatro perguntas

    que lhe foram feitas? Acreditamos que os dados tratados nesse captulo

    explicitam que voc e eu somos to responsveis por cuidar do planeta

    quanto os representantes polticos de pases como Estados Unidos e China,

    grande poluidores mundiais.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    25

    Quando dizemos, por exemplo: ns cuidamos de nossa casa subentendemos mltiplos atos como: preocupamo-nos com as pessoas que nela habitam dando-lhes ateno, garantindo-lhes as provises e interessando-nos com o seu bem-estar. Cuidamos da aura boa que deve inundar cada cmodo, o quarto, a sala e a cozinha. Zelamos pelas relaes de amizade com os vizinhos e de calor com os hspedes. Desvelamo-nos para que a casa seja um lugar de benquerena deixando saudades quando partimos e despertando alegria quando voltamos. Alimentamos uma atitude geral de diligncia pelo estado fsico da casa, pelo terreno e pelo jardim. Ocupamo-nos do gato e do cachorro, dos peixes e dos pssaros que povoam nossas rvores. Tudo isso pertence atitude do cuidado material, pessoal, ecolgico e espiritual da casa (BOFF, 2004, p. 33).

    Isso significa lembr-lo que o ser humano um animal racional, portanto,

    desde o nascimento adquire conhecimento e discernimento do que benfico ou

    malfico, seja usando o senso comum ou por meio do conhecimento cientfico. Fica

    evidente que a educao um processo permanente, sendo importante reforar

    a significncia de sua contribuio para a utilizao sustentvel do planeta.

    Visite o endereo eletrnico http://www.mma.gov.br/ e procure no campo de pesquisa a publicao Aqui onde eu moro, aqui ns vivemos: escritos para conhecer, pensar e praticar o Municpio Educador Sustentvel, constantes na srie desafios da educao ambiental. Leia o contedo do captulo trs (O meu e deles, o nosso e o de todos ns) e faa um resumo crtico do mesmo.

    DESAFIO

    Para que a EA ocorra a contento, importante sempre retomar seus

    objetivos e caractersticas estabelecidos na Conferncia de Tbilisi (CEI, Gergia)

    realizada de 14 a 26 de outubro de 1977.

    Assim, interessante observar que, a partir de um processo onde

    apreendamos como funciona o ambiente, a forma como dependemos dele,

    como nossas atitudes, por mais simples que paream, so fornecedoras de

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    26

    impactos, encontraremos mecanismos para a promoo da sustentabilidade.

    E nessa premissa que consiste uma EA consciente, crtica e transformadora,

    capaz de fomentar atitudes revolucionrias para o enfrentamento da

    problemtica vigente. Para reforar seu entendimento, o esquema, a seguir,

    demonstra os caminhos para a EA transformadora.

    CONHECIMENTOCOMPREENSOHABILIDADESMOTIVAO

    SOLUESSUSTENTVEIS

    VALORESMENTALIDADES

    ATITUDES

    QUESTES / PROBLEMASAMBIENTAIS

    desenvolver

    necessrios para lidar com

    e encontrar

    para adquirir

    FIGURA 2 - Esquema para EA crtica e transformadora (DIAS, 2004, p. 100)

    Diante do exposto, como fazer para conseguir o pressuposto da EA crtica

    e transformadora? Primeiro, necessrio um exerccio individual. Responda s

    perguntas abaixo, com base no seu cotidiano:

    Ao acordar, quais so as suas primeiras atitudes?

    Quanto e como voc utiliza seu tempo no banheiro?

    Que tipos de alimentos so consumidos nas suas refeies?

    Como se d o uso de equipamentos eltricos em sua residncia? Quais e quantos existem? Qual o consumo de energia por eles dispensado?

    Quando voc vai s compras, voc atende s suas necessidades ou aos desejos impostos pela indstria cultural?

    Em sua casa tem jardim? Em caso afirmativo, como ele regado?

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    27

    Como feito o descarte dos resduos gerados em sua residncia? Existe algum tipo de separao? Qual?

    Que tipo e com que combustvel movido o transporte por voc utiliza-do? No caso de veculo prprio, como ocorre a lavagem do mesmo e em que periodicidade?

    Quantas peas existem em seu armrio, incluindo roupas e calados? Quais voc utiliza?

    Qual a origem da gua e energia eltrica que chega a sua casa, junta-mente com os mveis, equipamentos e utenslios?

    Em seu trabalho, existem medidas para evitar o desperdcio de gua, energia e papel? Voc as utiliza?

    Como estas palavras REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR esto empregadas no seu cotidiano?

    Ento, suas respostas so satisfatrias? Viu como voc dependente dos

    recursos naturais? No se assuste, pois, assim como seu cotidiano impactante,

    tambm o de muitos outros ao redor do planeta. O importante que, a

    partir de agora, voc menos um sem conhecimento e com discernimento

    para realizar suas escolhas com mais cuidado e zelo com o meio ambiente.

    INTERAGINDOINTERAGINDO

    Entre em contato com seus colegas de turma por meio do ambiente virtual de aprendizagem e discuta com os mesmos os resultados encontrados no questionrio acima, levantando medidas mitigadoras para os impactos por vocs gerados.

    Toda essa discusso foi para reforar seu entendimento de quo complexa

    a questo ambiental, envolvendo tambm o enfoque econmico, social,

    cultural e social, necessitando reflexo individual e coletiva com a premissa de

    uma mudana de postura alinhada com a tica, a moral e a justia ecolgica.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    28

    1.2.4 A tica, a moral e a justia ecolgica como premissas para a mudana de postura

    A grande perverso do nosso tempo, muito alm daquelas que so comumente apontadas como vcios, est no papel que o consumo veio representar na vida coletiva e na formao do carter dos indivduos. [...] A moda um desses artifcios com o qual as coisas ficam as mesmas, embora apresentando uma transformao. A moda a manivela do consumo, pela criao de novos objetos que se impem ao indivduo. (SANTOS, 2007, p. 47 e 49).

    Acreditamos que o discurso da citao anterior ilustra bem o caminho

    que pretendemos percorrer ao apresentar a tica, a moral e a justia ecolgica

    como premissas para a mudana de postura. Isto no significa dizer que, a

    partir de agora, voc deva realizar uma mudana radical nos seus hbitos e

    posturas, entretanto, imprescindvel que ela ocorra de alguma forma.

    Vivemos na sociedade do consumo, representada pelos shoppings centers,

    grandes redes de supermercados, de lojas de departamentos, de fast foods,

    entre tantos outros smbolos da vida moderna. Some-se a isso o fato de sermos

    obrigados a conviver com tais smbolos cotidianamente, especialmente por

    meio dos apelos criados pelos meios de comunicao de massa em campanhas

    publicitrias com tamanho requinte e qualidade, que nos seduzem ao ponto

    de cairmos na tentao do consumismo.

    Diante disso, so criadas ou apropriadas pelo comrcio inmeras datas

    comemorativas para o aquecimento das vendas, dentre elas citamos: carnaval,

    pscoa, dias das mes, dos namorados, dos pais, das crianas e, claro, o natal

    (principal fonte de lucro para o comrcio).

    Santos (2007) ainda refora esse condicionante, afirmando que esta

    no simplesmente uma sociedade do consumo e, sim, do consumo que gera

    desperdcio. Lembra quando dissemos anteriormente que se retiram os recursos

    da natureza de forma to veloz que no se permite mesma o tempo hbil para

    a regenerao? Pois bem, um grande contribuinte para isso o desperdcio.

    Gostaramos que voc retomasse ao exerccio cotidiano citado anteriormente e

    verificasse em que respostas o desperdcio perceptvel em seu consumo dirio.

    Para entender melhor o pressuposto do pargrafo anterior, interessante

    destacar que existe toda uma cadeia produtiva envolvida para isso, partindo

    dos insumos primrios at a chegada ao consumidor final.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    29

    Acesse o endereo eletrnico:http://www.akatu.org.br/consumo_consciente/dicas/agua e leia a dica Use os dois lados de uma folha de papel. Feito isso, analise o grau de importncia desse bem para a sua sobrevivncia.

    DESAFIO

    de extrema importncia que voc realize o desafio proposto, para uma

    melhor compreenso do que estamos tentando demonstrar ao enfatizar, em diversos

    momentos nesse texto, que estamos diante da sociedade do consumo alienado. Essa

    afirmativa constante tem inteno de nos remeter ao fato de que muitas vezes somos

    estimulados pelos apelos miditicos para adquirirmos produtos desnecessrios.

    Essa aquisio, alm de utilizar recursos de forma excedente, faz com

    que seja gerado um nmero maior de resduos no ambiente, levando a outro

    problema srio, especialmente dos grandes centros urbanos: a destinao

    final correta do lixo, desencadeando uma srie de outros problemas, inclusive

    de sade ambiental provenientes do lixo.

    Acompanhe de janeiro a julho de 2008 a quantidade de lixo depositada no Aterro Sanitrio da Regio Metropolitana de Natal (em toneladas):

    Jan 2008: 28.702,06Fev 2008: 26.077,42Mar 2008: 26.462,76Abr 2008: 27.667,42Mai 2008: 26.142,93Jun 2008: 25.891,40Jul 2008: 27.112,26

    CURIOSIDADE

    BRASECO (2008)

    Mais uma vez, retomamos a importncia do processo educativo com

    vistas ao estmulo da ao antrpica, pautada na minimizao da problemtica

    ambiental, na qual se verifique a emergncia de que a sociedade atual necessita

    apresentar um novo aprendizado: a reeducao para o consumo.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    30

    Baudrillard apud Santos (2007, p. 48) contextualiza esse pressuposto,

    quando afirma que:

    A sociedade do consumo tambm a sociedade de aprendizado do consumo, do condicionamento social do consumo - isto , um modo novo e especfico de socializao, em relao com a emergncia de novas foras produtivas e a reestruturao monopolstica de um sistema econmico a produtividade alta.

    Fica evidente que, quando se fala em reeducao para o consumo, no

    significa apresentar um modelo predefinido para tal, composto por sugestes

    engessadas. Na verdade, cada um, por meio da anlise prvia, quem vai

    decidir entre a necessidade para sua sobrevivncia e o desejo imposto pela

    mdia na hora da compra. Neste aspecto, perceptvel quo subjetiva essa

    questo, perpassando por princpios ticos e morais para nossas escolhas.

    A ao baseada na tica e na moral

    Ao travar um dilogo em torno da tica e moral, preciso lembrar a

    importncia de pensarmos e agirmos de modo que os interesses individuais

    nunca sobreponham os coletivos. Na atualidade, fica cada vez mais difcil

    pautar aes seguindo esse contexto, pois vivemos num tempo de disputas e

    jogo de interesses na busca da conquista e acumulao de bens e capital como

    estilos de vida padro. O progresso econmico colocou o mundo s portas de

    uma sociedade de ps-escassez, fundada em valores ps-materiais e liberada

    dos constrangimentos da necessidade(INGLEHART apud LEFF, 2008, p. 84).

    Por isso, importante frisar que esta uma crise com caractersticas de

    subjetividade, na qual os valores de cada um devem ser levados em conta para

    a adoo de mudanas significativas, que reflitam na melhoria das condies

    ambientais atuais. Em outras palavras, pode-se dizer que a eminncia

    satisfazermos nossas necessidades, agindo de maneira a no prejudicar as dos

    outros seres vivos existentes no planeta, ou seja, a cidadania planetria.

    Toda a formao social e todo tipo de desenvolvimento esto fundados num sistema de valores, em princpios que orientam as formas de apropriao social e transformao da natureza. A racionalidade ambiental incorpora assim as bases do equilbrio ecolgico como norma do sistema econmico e condio de um desenvolvimento sustentvel; da mesma forma se funda em princpios ticos (respeito e harmonia com a natureza) e valores polticos (democracia participativa e equidade social) que

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    31

    constituem novos fins do desenvolvimento e se entrelaam como normas morais nos fundamentos materiais de uma racionalidade ambiental. (LEFF, 2008, p. 85)

    Novamente retomamos o discurso da mudana de postura, atrelada ao

    comportamento humano em harmonia com a natureza, ou seja, uma nova tica

    traduzida em prticas sociais transformadas por meio de uma racionalidade

    social e alternativa.

    Diante do exposto, surge uma pergunta que no quer calar: como voc, em suas atitudes dirias, pode fazer para colaborar com a mudana da realidade vigente, bem como estimular naqueles que o (a) cercam atitudes proativas com esta finalidade?

    REFLEXO

    Nossa inteno aqui no sugerir que voc reescreva toda a sua histria de

    vida a partir de uma viso radical para novas posturas e, sim, que voc verifique

    outras possibilidades a respeito de suas escolhas de hoje em diante. Essas devem ter

    em vista a premissa da adoo de valores humanistas que busquem a integridade

    humana, o sentido da vida, a solidariedade social, o reencantamento da vida e a

    erotizao do mundo (LEFF, 2008, p.87). Essa afirmativa remete ao pressuposto

    da cidadania, ou seja, da preocupao com outro, independente de quem ele seja.

    Isso tudo nos permite afirmar ainda que, ao adotarmos posturas

    humanistas, estejamos criando condies para a melhoria da qualidade de

    vida associada ao consumo sustentvel.

    EXPLORANDOEXPLORANDO

    Para aprofundar seus conhecimentos sobre consumo sustentvel acesse o link http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos.html e pesquise o artigo Guia de boas prticas para o consumo.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    32

    Com a sugesto acima, encerramos nossa discusso terica, esperando

    que ela tenha contribudo para despert-lo para aes que promovam sua

    cidadania planetria. No esquea a mxima: agir local, pensando no global,

    pois o planeta Terra de todos os seres vivos.

    No prximo captulo, aprofundaremos essa discusso, apresentando

    o contedo: princpios e dimenses da sustentabilidade: econmica, social,

    ecolgica, cultural e espacial. At l.

    1.3 Aplicando a teoria na prtica

    Leia o texto a seguir:

    O cotidiano de Bia

    Bia uma engenheira com 33 anos, solteira, que mora sozinha num apartamento em uma grande metrpole e, por isso, tem acesso a inmeras facilidades proporcionadas pelo desenvolvimento tecnolgico.

    O seu dia a dia bastante agitado, em funo das inmeras obras que toca na construtora em que trabalha. Isso faz com que ela passe pouco tempo no seu lar. Apesar de todo esse movimento, em seu apartamento de dois cmodos, ela mantm os seguintes equipamentos: dois televisores, dois refrigeradores de ar, um computador e um notebook (com o qual realiza seus trabalhos), dois ventiladores, dois aparelhos de DVD, entre outros, que passam ociosos a maior parte do tempo, em funo de sua vida tumultuada.

    Bia no perde uma liquidao, por achar que uma tima oportunidade para adquirir utenslios que julga necessrios ao seu cotidiano. Muitos desses no chegam nem a sair das embalagens.

    No seu exerccio profissional, ela prima pela qualidade nos projetos que elabora, no entanto, como trabalha em uma grande empresa, tem que priorizar a escolha de material com menor custo. Assim, no h nenhum tipo de preocupao com material que economize gua e energia na utilizao diria.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    33

    Como mora s, Bia no v necessidade de empregada domstica, utiliza os servios de uma diarista. Neste sentido, quando est em casa, ela compra comida pronta, fato que gera muito desperdcio, pois ela sempre pede comida em excesso, por medo de no saciar sua fome.

    Recentemente, com o objetivo de adquirir novos conhecimentos, almejando garantir empregabilidade, Bia iniciou um curso de especializao em saneamento ambiental. Neste curso, ela est conhecendo os princpios do desenvolvimento sustentvel. A partir deles, ela pretende mudar seus hbitos pessoais e profissionais para garantir o usufruto dos recursos pelas geraes futuras, at porque agora ela est pensando em casar e constituir famlia.

    Diante da problemtica levantada, vamos ajudar Bia a mudar de postura

    e a adotar prticas cotidianas sustentveis.

    Inicialmente, importante propor a Bia a resoluo do questionrio sobre

    o exerccio cotidiano de nossas aes para que ela possa ter a dimenso do

    quanto suas atitudes do dia a dia so insustentveis para o futuro do planeta.

    Bia tambm deve ter cincia que no se muda de um dia para outro, e que

    as mudanas ocorrem de forma paulatina e pela educao ecolgica. Para isso,

    ela precisa se tornar uma pesquisadora constante, pois, alm de consumidora

    desenfreada, ela profissional da construo civil, rea extremamente

    impactante e que requer medidas mitigadoras para os impactos que gera.

    De acordo com Boff (2004, p. 134), essa engenheira precisa perceber que:

    [...] cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade bitica, seja em seu aspecto de natureza, seja em sua dimenso de cultura. Precisa conhecer os irmos e irms que compartem da mesma atmosfera, da mesma paisagem, do mesmo solo, dos mesmos mananciais, das mesmas fontes de nutrientes; precisa conhecer o tipo de plantas, animais e microorganismos que convivem naquele nicho ecolgico comum; precisa conhecer a histria daquelas paisagens, visitar aqueles rios e montanhas, freqentar aquelas cascatas e cavernas; precisa conhecer a histria das populaes que a viveram sua saga e construram seu habitat, como trabalharam a natureza, como a conservaram ou a depredaram, quem so seus poetas e sbios, heris e heronas, santos e santas, os pais/mes fundadores de civilizao local.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    34

    importante que Bia desenvolva e pratique a cidadania planetria capaz

    de reduzir o consumo, por meio da doao dos bens em excesso que adquiriu,

    bem como da vigilncia para no comprar somente pelos apelos miditicos.

    Ela deve tambm evitar os descartveis medida que prioriza os reutilizveis.

    A engenheira ainda pode contribuir fazendo a separao do seu lixo, dando a

    destinao correta para o mesmo, ou seja, retirando os reciclveis, separando

    inclusive grandes viles, como pilhas e baterias. Alm disso, ela pode utilizar

    a tecnologia a favor do ambiente por meio da busca de conhecimento sobre

    formas sustentveis de consumo e gerao de energia.

    preciso destacar que no se trata de desenhar uma nova Bia, esquecendo

    seu passado, ou ainda, coloc-la como vil do planeta por causa dos seus erros.

    O que importa aqui fazer com ela perceba o quanto tem agido errado e

    que ela pode corrigir esses erros a partir da adoo de novas posturas de

    sobrevivncia com a premissa de buscar qualidade de vida associada a modo

    de vida sustentvel.

    Por isso, importante que ela perceba que:

    O que vale para o indivduo vale tambm para a comunidade local. Ela deve fazer o mesmo percurso da insero no ecossistema local e cuida do meio-ambiente; utilizar seus recursos de forma frugal, minimizar desgastes, reciclar materiais, conservar a biodiversidade. Deve conhecer a sua histria, seus personagens principais, seu folclore. Deve cuidar da sua cidade, de suas praas e lugares pblicos, de suas casas e escolas, de seus hospitais e igrejas, de seus teatros, cinemas e estdios de esporte, de seus monumentos e da memria coletiva do povo. Assim, como exemplo, escolher espcies vegetais do ecossistema local para plantar nos parques e vias pblicas, e nos restaurantes valorizar a cozinha local e regional. (BOFF, 2004, p.136)

    Mais uma vez, preciso lembrar que Bia deve ter em mente que, para fazer

    sua parte e ser uma cidad comprometida com o mundo, necessrio o exerccio

    dirio e a busca constante de novas informaes sobre medidas mitigadoras.

    Vale lembrar, ainda, que ela deve assumir o compromisso com a difuso

    e intercmbio desses novos saberes, bem como inclu-los na sua vida pessoal e

    profissional. Isto significa dizer que, em termos ambientais, temos s uma vida

    e o compromisso de contribuir para a salvaguarda da qualidade de todos os

    seres vivos do planeta Terra, que, alis, apenas um.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    35

    1.4 Para saber mais

    BARBIERE, Jos Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente. 11. ed. Petrpolis:

    Vozes, 2009.

    O livro discute os seguintes questionamentos atuais: como crescer sem

    poluir tanto a gua, o ar e o solo? Como conciliar crescimento econmico e

    melhoria do nvel de vida? Como explorar os recursos naturais, sem esgotar

    o planeta?

    CARVALHO, Isabel Cristina M. Educao Ambiental: a formao do sujeito

    ecolgico. So Paulo: Cortez, 2004. 256 p.

    O livro discute o conceito de sujeito ecolgico, entendido como um

    conjunto de crenas e valores, que serve de orientao e modelo de identificao

    para a formao de identidades individuais e coletivas. A proposta educativa,

    que inspira este livro, contribuir para a formao de sujeitos capazes de

    compreender o mundo e agir nele de forma crtica.

    DIAS, Genebaldo Freire. Educao ambiental: princpios e prticas. 9. ed. So

    Paulo: Gaia, 2004.

    Este livro, um clssico de referncia na literatura ambientalista brasileira,

    rene um conjunto de informaes fundamentais para a promoo do processo

    de Educao Ambiental.

    SENAC.DN. Se cada um fizer sua parte... ecologia e cidadania. Rio de Janeiro:

    Senac Nacional, 1998.

    O livro traz um panorama de como a preocupao com o meio ambiente

    diz respeito ao cidado, fazendo parte do seu cotidiano e de sua condio de

    agente transformador da realidade por meio de uma solidariedade planetria.

    Filme: O DIA DEPOIS DE AMANH. (EUA, 2004. Durao: 124 min.) Dirigido

    por Roland Emmerich.Roteiro de Roland Emmerich e Jeffrey Nachmanoff.

    Produo: Roland Emmerich, Ute Emmerich, Stephanie Germain, Mark

    Gordon, Thomas M. Hammel, Lawrence Inglee, Kelly Van Horn, Kim H. Winther.

    Distribuio: Fox Film do Brasil.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    36

    A Terra sofre alteraes climticas que modificam drasticamente a vida da

    humanidade. Com o norte se resfriando cada vez mais e passando por uma nova era

    glacial, milhes de sobreviventes rumam para o sul. Porm, o paleoclimatologista

    Jack Hall (Dennis Quaid) segue o caminho inverso e parte para Nova York, j que

    acredita que seu filho Sam (Jake Gyllenhaal) ainda est vivo.

    1.5 Relembrando

    Chegamos ao final do nosso primeiro momento. Neste captulo, voc viu

    a questo ambiental e sua interface com a educao na atualidade, percebendo

    a importncia de inserir a tica e a moral como elementos norteadores para o

    alcance da justia ecolgica a fim de se atingir a cidadania planetria.

    Diante disso, foi traada uma estrutura para facilitar seu entendimento

    sobe o tema, elencando procedimentos e sugestes passveis de serem adotados

    por cada um com o intuito da mudana de postura frente maneira como

    encarado o consumo, tendo em vista que este deve primar pela sustentabilidade

    da ao humana.

    Desse modo, encerramos esse captulo na esperana de ter contribudo

    para sua reflexo, seguida da adoo de prticas cotidianas capazes de minimizar

    impactos ao nosso planeta.

    1.6 Testando os seus conhecimentos

    Com o objetivo de propiciar a aplicao dos contedos apresentados

    durante este captulo, bem como verificar a compreenso dos mesmos,

    apresentado o presente questionamento a ser desenvolvido de acordo com a

    sequncia dos contedos.

    A diretriz do desenvolvimento sustentvel pressupe uma perspectiva

    tica em que o conceito de desenvolvimento econmico vem necessariamente

    articulado com as dimenses sociais e ambientais. Compreender a crise

    ambiental em que o planeta est imerso, implica perceber que temos

    coparticipao com a mesma. Ao chegarmos nessa dimenso do saber, surge

    a necessidade da concepo de novas posturas, orientadas por atitudes que

    envolvam princpios ticos e morais capazes de promover a justia ecolgica.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    37

    Diante do exposto, imprescindvel o exerccio permanente para a reflexo

    das atitudes dirias. Trata-se de um processo educativo constante, onde cada

    dia funciona como um treino para fazermos sempre a escolha certa de modo a

    contribuirmos para a sustentabilidade do planeta pelo exerccio da cidadania.

    Como a educao uma ferramenta de destaque para a ocorrncia do

    consumo sustentvel, de modo a evitar o desperdcio, diminuindo a gerao

    de resduos, surge a seguinte problemtica: de que forma cada um pode fazer

    sua parte dentro desse processo educativo? Que atitudes podem ser tomadas

    para minimizar a emisso de gases responsveis pelo efeito estufa? O que fazer

    para reduzir o consumo de energia, gua e gerao de resduos na natureza?

    Onde encontrar

    AMBIENTE BRASIL. Guia de Boas Prticas para o Consumo Sustentvel.

    Disponvel em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos/

    guia_de_boas_praticas_para_o_consumo_sustentavel.html?query=Dicas+de+c

    onsumo+sustent%C3%A1vel. Acesso em: 22 mar. 2010.

    ______. 2030: o ano final do Cerrado (Estudos da ONG ambientalista Conservao

    Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que o Cerrado dever desaparecer

    at 2030). Disponvel em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/

    artigos/2030%3A_o_ano_final_do_cerrado.html?query=desmatamento,

    Acesso em: 08 mar. 2010.

    BAUDRILLARD, Jean. La socit de consommation. Paris: Denel, 1970. In:

    SANTOS, Milton. O Espao do Cidado. So Paulo: Nobel, 2007.

    BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: tica do Humano-Compaixo pela Terra.

    Petrpolis: Vozes, 2004.

    BRASECO INFORMA. Acompanhe de janeiro a julho de 2008 a quantidade de

    lixo depositada no Aterro Sanitrio da Regio Metropolitana de Natal. Boletim

    Braseco Informa, Natal/RN, ano 3, n. 1, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 09 jan. 2010.

    BUARQUE, Cristovam Buarque. Outras intervenes. In: NASCIMENTO, Elimar

    Pinheiro do; VIANNA, Joo Nildo (org.). Dilemas e desafios do desenvolvimento

    sustentvel no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

  • Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

    Captulo 1

    38

    DIAS, Genebaldo Freire. Educao ambiental: princpios e prticas. 9. ed. So

    Paulo: Gaia, 2004.

    COMRCIO comemora aumento de 11% no nmero de vendas no Natal.

    Disponvel em: http://videos.r7.com/comercio-comemora-aumento-de-11-no-

    numero-de-vendas-no-natal/idmedia/bd3163a7df9b5352830a7091be946dee.

    html, Acesso em: 09 jan. 2010.

    INGLEHART, R. El cambio cultural en las sociedades industriales avanzadas.

    Madri: Siglo XXI, 1991. In: LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade,

    racionalidade, complexidade, poder. 6. ed. Petrpolis: Vozes, 2008.

    INSTITUTO Akatu pelo consumo conciente. Use os dois lados de uma folha de

    papel. Disponvel em: http://www.akatu.net/consumo_consciente/dicas/agua/

    use-os-dois-lados-de-uma-folha-de-papel. Acesso em: 22 mar. 2010

    LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,

    poder. 6. ed. Petrpolis: Vozes, 2008.

    ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS (ONU). Relatrio da Comisso Mundial

    sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Nosso Futuro Comum. Oslo:

    COMISSO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD),

    1987. Disponvel em: http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl

    =en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Fwww.un-documents.net%2Fwced-ocf.htm.

    Acesso em: 16 mar. 2010.

    PARE o mundo que eu quero descer. Consumo de gua de uma famlia de

    classe mdia. Disponvel em: . Acesso em: 09 jan. 2010.

    REVISTA Eco 21. Desmatamento, perda de biodiversidade e pobreza. Disponvel

    em: http://www.eco21.com.br/home/index.asp. Acesso em: 08 mar. 2010

    SANTOS, Milton. O Espao do Cidado. So Paulo: Nobel, 2007.

    SRIE desafios da educao ambiental. Disponvel em: http://www.mma.gov.

    br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=20&idConteudo=4393&

    idMenu=2304. Acesso em: 09 jan. 2010.